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Universidade Federal de Sergipe Departamento de Ciências Contábeis – DCCI Fundamentos de Economia Docente: Tacito Augusto Farias Discente: Josefa Denise Andrade Félix Thainá Menezes dos Santos Interdependência e ganhos comerciais Todos os dias dependemos de muitas pessoas, a maioria não conhecemos, para nos fornecerem os bens e serviços de que desfrutamos. Essa interdependência é possível porque as pessoas comerciam umas com as outras, produzem porque recebem algo em troca. Este é um dos dez princípios de economia, de que o comércio pode ser bom para todos. Mas o que, exatamente, as pessoas têm a ganhar quando comerciam umas com as outra? Por que optam por ser interdependentes? As respostas a essas perguntas são fundamentais para entendermos a moderna economia global. Atualmente, na maioria dos países, muitos bens e serviços consumidos são importados de outros países, e muitos bens e serviços produzidos são exportados. A análise feita aqui explica a interdependência entre indivíduos e também entre nações. Imaginemos que existam dois bens no mundo: carne e batatas. E que haja duas pessoas no mundo - uma pecuarista e um plantador de batatas - que gostariam de comer tanto carne como batatas. Imaginemos que a pecuarista só produza carne e o agricultor só produzir batatas. Nesse cenário, ambos poderiam optar por não ter nada a ver um com o outro, mas depois de vários meses a pecuarista comendo só carne e o agricultor só comendo batatas, eles poderiam concluir que a autossuficiência não é tão boa. É fácil perceber que o comércio permitiria a eles uma maior variedade. Embora essa cena ilustre com simplicidade como todos podem se beneficiar, os ganhos seriam similares se tanto a pecuarista quanto o agricultor pudessem produzir também o outro bem, mas a um custo maior. Por exemplo, o agricultor seja capaz de criar, mas não seja tão bom nisso e de forma similar a pecuarista puder cultivar batatas, mas sua terra não seja apropriada assim é fácil perceber que cada um deles se beneficiaria caso se especializasse naquilo que faz melhor e depois comerciasse com o outro. No entanto, os ganhos advindos do comércio não são tão óbvios quando uma pessoa é a melhor na produção de todos os bens. Vejamos, a pecuarista é melhor que o agricultor tanto no trato do gado quanto no cultivo de batatas. Nesse caso, será que um dos dois optaria pela autossuficiência? Ou ainda, haveria motivos para comerciarem? • “O comércio pode ser bom para todos.” – este é um dos 10 princípios de economia • Por que pessoas e países optam por ser interdependentes? • O que eles têm a ganhar quando comerciam uns com os outros? • O comércio permite que todos aproveitem uma maior quantidade e variedade de bens e serviços. Possibilidade de produção As fronteiras de possibilidades de produção ilustram as variadas combinações de produto que uma economia é capaz de produzir. Assim, supondo que tanto o pecuarista quanto o agricultor trabalhassem a mesma quantidade de horas e fossem capazes de produzir os dois bens, eles enfrentariam um tradeoff entre produzir carne e batata. Uma economia cuja tecnologia permita uma razão constante entre a produção de dois produtos, tem sua fronteira de possibilidades representada por uma reta. Caso uma das pessoas optem pela autossuficiência, consumiria somente o que produzisse, desta forma, sua fronteira de possibilidades de produção representaria também a fronteira de possibilidades de consumo. • Possibilidades de produção: demonstram os tradeoffs enfrentados pelas pessoas, pelas empresas e pela sociedade. A fronteira de possibilidades de produção Como o comércio expande o conjunto de oportunidades de consumo Especialização e comércio Após alguns anos de sem comércio, a pecuarista propõe ao agricultor que ele produza somente batatas, pare de criar gado. Ao final da produção de um dia (8h), o agricultor teria produzido 32kg de batatas. Ao final do dia, eles cambiariam, o agricultor daria 15kg de batatas à pecuarista e está daria 5kg de carne ao agricultor. No final das contas, o agricultor teria 17kg de batatas e 5kg de carne por dia. A pecuarista trabalharia 6h por dia cuidando do gado, que produziria 18kg de carne, e 2h por dia cultivando batatas que produziria 12kg. Após dar 5kg de carne ao agricultor por 15kg de batatas, ela teria 13kg de carne e 27kg de batatas (ao invés dos 12kg de carne e 24kg das batatas). Mas como isso seria possível? Ambos se especializaram naquilo que fazem melhor e o comércio permite que eles se beneficiem disso. O resultado dessa especialização e do comércio é que cada um poderá consumir mais carne e mais batatas sem precisar trabalhar um maior número de horas. • Especialização e comércio: quando alguém se especializa e vende aquilo que faz melhor, a produtividade aumenta. Vantagem Comparativa: A força motriz da especialização A vantagem comparativa possibilita a comparação de dois produtores de um bem, considerando os custos de oportunidade da produção. Sendo assim, há um enigma aqui. Se a pecuarista é melhor tanto na produção de carne quanto na produção de batatas, como o agricultor pode se especializar naquilo que faz melhor? Para resolver esse enigma, é preciso analisar o princípio da vantagem comparativa. Primeiro passo: no exemplo, quem pode produzir batatas a um menor custo? Há duas respostas possíveis, e nelas está a solução do problema e a chave para entender os ganhos do comércio. Vantagem absoluta Vantagem absoluta é o termo utilizado para comparar empresas, pessoas e nações em relação a sua produtividade. Assim, quando um produtor necessita de menos insumos do que outro para a produção de um bem, ele tem vantagem absoluta na produção desse bem. É preciso comparar os insumos necessários para os dois produtores produzir batatas. Os economistas usam a expressão vantagem absoluta quando comparam a produtividade de uma pessoa, empresa ou nação com a outra. O produtor que precisa de uma quantidade menor de insumos para produzir um bem tem uma vantagem absoluta na produção. Nesse exemplo, o insumo seria o tempo. A pecuarista tem vantagem absoluta na produção tanto de carne quanto de batatas, porque precisa de menos tempo que o agricultor para produzir. Ou seja, ela terá menor custo de produção. • É a habilidade para produzir um bem empregando a menor quantidade de insumos que outro produtor. • Compara a produtividade de uma pessoa, nação ou empresa com a de outra. Custo de oportunidade e vantagem comparativa Pode-se comparar, ao invés da produtividade, o custo de oportunidade de cada produtor. Assim, o produtor que renunciar a menos bens para a produção de outro bem, possuirá menor custo de oportunidade e, portanto, vantagem comparativa na sua produção. Um produtor pode possuir vantagem absoluta na produção de dois bens, mas não pode possuir vantagem comparativa nos dois bens, pois o custo de oportunidade de um bem é o inverso do outro, sendo assim, não há como obter menor custo de oportunidade nos dois. No exemplo, adotou-se a premissa de que o agricultor e a pecuarista passam 8h/dia trabalhando, assim o tempo gasto com o cultivo de batatas reduz o tempo disponível para produzir carne. Ao realocarem o tempo entre produção de dois bens, ambos abrem mão de unidade de um bem para produzir unidades de outro, ou seja, movem-se ao longo da fronteira de possibilidades. Isso é o custo de oportunidade de uma coisa, aquilo de que abrimos mão para obtê-la. O custo de oportunidade mede o tradeoff entre os dois bens que cada produtor enfrenta. Vejamos o custo de oportunidade da pecuarista. Para produzir 1kg de batatas gasta-se 10min de trabalho. Quando a pecuarista gasta 10min produzindo batatas, tem 10min a menos para produzir carne. Como ela precisa de 20min para produzir 1kg de carne, 10min de trabalham renderiam½kg de carne. Para a pecuarista, o custo de oportunidade da produção de 1kg de batatas é de ½kg de carne. Agora, considere o custo de oportunidade do agricultor. Produzir 1kg de batatas toma 15min do seu tempo. Como precisa de 60min para produzir 1kg de carne, 15min do trabalho renderiam ¼kg de carne, ou seja, seu custo de oportunidade é de ¼kg de carne. Os economistas usam a expressão vantagem comparativa para descreves o custo de oportunidade de dois produtores. O produtor que abre mão de menor quantidade de outros bens para produzir o bem X tem menor custo de oportunidade, portanto, desfruta de vantagem comparativa. No exemplo, o agricultor tem um custo de oportunidade menor por produzir batatas que a pecuarista: 1kg de batatas custa ¼kg de carne; ao passo que a pecuarista tem custo de ½kg de carne. O inverso também é possível analisar, a pecuarista tem menor custo de oportunidade na produção de carne que o agricultor: 1kg de carne custa 2kg de batatas para a pecuarista e 4kg de batatas para o agricultor. Assim, o agricultor tem vantagem comparativa na produção de batatas e a pecuarista tem vantagem comparativa na produção de carnes. Embora seja possível uma pessoa ter vantagem absoluta de dois bens, a menos que a elas tenham exatamente o mesmo custo de oportunidade, é impossível que uma pessoa tenha vantagem comparativa nos dois bens, ou seja, uma delas terá vantagem comparativa em um bem e a outra terá vantagem comparativa no outro bem. Custo de Oportunidade: • Mede o tradeoff que cada produtor enfrenta entre dois bens. • É aquilo de que devemos abrir mão para obter algum item. Vantagem comparativa: • Descreve o custo de oportunidade de dois produtores. • É a habilidade para produzir um bem com menor custo de oportunidade que outro produtor. Vantagem comparativa e comércio As divergências entre custos de oportunidade e vantagens comparativas criam os ganhos do comércio. Assim quando uma pessoa se especializa no bem que possui vantagem comparativa, toda a economia cresce, beneficiando a todos. Logo, uma vez que duas pessoas estejam sujeitas a diferentes custos de oportunidade, poderão se beneficiar do comércio, adquirindo um bem a um preço menor que o custo benefício desse bem. Os ganhos resultantes da especialização e do comércio baseiam-se não só na vantagem absoluta, mas também na vantagem comparativa. Quando cada pessoa se especializa na produção do bem no qual tem vantagem comparativa a produção total da economia aumenta. O agricultor passa mais tempo cultivando batatas e a pecuarista produzindo carne, como resultado, a produção total de batatas aumenta de 40 para 44kg e a produção total de carne aumenta de 16 para 18kg, onde ambos dividem os benefícios do aumento da produção. Como o agricultor e a pecuarista têm custos de oportunidades diferentes, ambos se beneficiam com o comércio ao obter um bem por um preço menor que o custo de oportunidade de cada um deles. O agricultor recebe 5kg de carne em troca de 15kg de batatas, ou seja, ele compra 1kg de carne por 3kg de batatas, valor inferior a seu custo de oportunidade de 4kg de batatas. A pecuarista compra 15kg de batatas por 5kg de carne, ou seja, 1kg de batatas custa ⅓kg de carne, valor inferior ao seu custo de oportunidade, de ½kg de carne. Moral da história: o comércio pode beneficiar todos os membros da sociedade porque permite que as pessoas se especializem em atividade nas quais têm uma vantagem comparativa. O legado de Adam Smith: “A máxima que todo chefe de família prudente deve seguir é nunca tentar fazer em casa o que lhe custará mais caro fazer do que comprar. O alfaiate não tenta produzir seus próprios sapatos, mas os compra do sapateiro. O sapateiro não tenta confeccionar suas próprias roupas, mas as compra do alfaiate. O fazendeiro não tenta fazer nem um nem outro, mas se vale desses artesãos. Todos constatam que é mais interessante usar suas capacidades naquilo em que têm vantagem sobre seus vizinhos e comprar, com parte do resultado de suas atividades ou, o que vem a dar no mesmo, com o preço de parte delas, aquilo de que venham a precisar.” A Riqueza das nações, 1776 • O comércio pode beneficiar todos os membros da sociedade porque permite que as pessoas se especializem em atividades nas quais têm uma vantagem comparativa. - A produção total aumenta. - O “bolo econômico” aumenta. - Todos se beneficiam do comércio. - Aumenta a competitividade. - Variedade de bens e serviços. - Melhora a qualidade “tipo exportação” O preço do comércio O que determina o preço de comercialização desses bens? De que modo os ganhos resultantes são divididos entra as partes? Para que ambas as partes tenham ganhos, o preço da comercialização deve ficar entre os custos de oportunidade. O preço precisa manter-se nesse nível pois, considere o que aconteceria se o preço não se mantivesse, se o preço da carne fosse menos que 2kg de batatas, tanto a pecuarista quanto o agricultor desejariam comprar carne, pois o preço estaria abaixo do custo de oportunidade de cada um. Da mesma forma, se o preço da carne fosse maior que 4kg de batatas, os dois prefeririam vender carne, pois o preço estaria acima do custo de oportunidade de cada um. Nesse exemplo, um comércio mutuamente vantajoso pode ser estabelecido a um preço entre 2 e 4. Cada uma das partes pode comprar um bem por um preço menor que seu custo de oportunidade. Por fim, cada um se especializa na produção do bem que apresenta vantagem comparativa e, consequentemente, ambos se beneficiam. • Para que ambas as partes tenham ganhos, o preço da comercialização deve ficar entre os custos de oportunidade. Aplicações da vantagem comparativa O princípio da vantagem comparativa explica a interdependência e os ganhos do comércio. Como a interdependência prevalece no mundo de hoje, o princípio da vantagem comparativa tem muitas explicações. Por exemplo, Tom Brady deve cortar o seu próprio gramado? Para responder essa pergunta, os conceitos de custo de oportunidade e de vantagem comparativa serão fundamentais. Diga-se que Tom consiga cortar a grama em 2h, mas nesse mesmo tempo, ele poderia participar de um comercial de TV e ganhar $30mil. Por sua vez, o garoto da casa vizinha, Forrest Gump, corta o mesmo gramado em 4h, mas ele poderia passar as mesmas 4h trabalhando no McDonald’s e ganhar $50. Nesse exemplo, Tom desfruta de vantagem absoluta para cortar a grama, mas seu custo de oportunidade é de $30mil e o custo de oportunidade de Forrest Gump é de $50, portanto, Gump tem vantagem comparativa para cortar a grama. Nesse caso, os ganhos do comércio são enormes e ambos se beneficiam desde que Tom pague a Gump mais que $50 e menos que $30mil. Comércio entre nações Assim como pessoas podem se beneficiar da especialização e do comércio entre si, as populações de diferentes países também podem. Para entender, suponha-se que haja dois países – EUA e Japão – e dois bens – alimentos e carros. Os dois países produzem carros igualmente bem: cada trabalhador consegue produzir um carro por mês, em ambos os países. Em contrapartida, como os EUA têm mais terra são melhores na produção de alimentos: um trabalhador americano produz 2T de alimento por mês, um trabalhador japonês produz 1T por mês. O princípio da vantagem comparativa afirma que cada bem deve ser produzido pelo país que tem o menor custo de oportunidade para produzi-lo. Ou seja, como o custo de oportunidade de um carro é de 2T de alimentos nos EUA e de apenas 1T no Japão, o Japão desfruta de vantagem comparativa na produção de carros. É claro que no mundo real as questões envolvidas no comércio entre nações são mais complexas, mas o comércio internacional não é uma guerra em que alguns países ganham e outros predem, o comércio permite que todos os países atinjam maior prosperidade. Exemplo, o comércio coma China favorece a maioria dos americanos porque, entre outras vantagens, eles podem comprar bens que são fabricados ou montados por um menor preço na China. O exemplo dado entre Estados Unidos e Japão mostra que, caso cada um invista naquilo que possui vantagem comparativa, ou seja, naquilo que possui menor custo de oportunidade, pode produzir mais do que necessita desse bem e ao realizar comércio com o outro país por meio de importação (bens produzidos no exterior e vendidos internamente) e exportação (bens produzidos interiormente e vendidos no exterior), obter mais dos dois bens. No caso dos dois países mencionados: poderiam obter mais comida e mais carros. Desta forma, conclui-se que o comércio possibilita que ambos os países atinjam maior prosperidade. Conclusão Conclui-se então que a interdependência e comércio permitem que as pessoas desfrutem de uma maior quantidade e variedade de bens e serviços, pois a pessoa que pode produzir um bem com uma quantidade menor de insumos possui uma vantagem absoluta, já a pessoa com o menor custo de oportunidade possui uma vantagem comparativa. Os ganhos do comércio são baseados em vantagem comparativa, não em vantagem absoluta. Sendo assim, cada pessoa consome bens e serviços produzidos por muitas outras pessoas tanto no mesmo país quanto no mundo todo. A interdependência e o comércio são desejáveis porque permitem que cada um deles possa desfrutar de uma maior quantidade e variedade de bens e serviços. O comércio beneficia todas as pessoas porque permite que elas se especializem nas atividades em que tenham vantagem comparativa. O princípio da vantagem comparativa se aplica tanto aos países quanto às pessoas. Os economistas usam o princípio da vantagem comparativa para defender o livre comércio entre países. Pode-se notar no nosso dia a dia, através de diversos exemplos, como dependemos de várias pessoas, que muitas vezes nem fazemos ideia de quem seja, para adquirirmos os bens e serviços que utilizamos. Seja no café que tomamos, roupas que vestimos ou até mesmo nos livros que consumimos. E essa interdependência é viável por conta do comercio que as pessoas fazem umas com as outras. A razão para os bens e serviços dessas pessoas serem fornecidos para nós, é porque eles recebem algo em troca. Podemos entender por que as pessoas escolhem depender dos outros para utilizar os bens e serviços que precisam e como isso pode melhorar a vida dessas pessoas, através desse exemplo: Se imaginarmos que existem apenas dois bens: carne e batata e apenas duas pessoas no mundo, um pecuarista e um plantador de batatas, ambos desejam comer tanto batata, quanto carne, o que permitiria que eles consumissem ambas as coisas? É notório que através do comercio seria possível eles desfrutarem de uma variedade maior, podendo fazer pratos tanto com carne, como com batata. Entretanto, os ganhos seriam similares se os dois pudessem produzir outros produtos com um custo maior. Se especializassem no que fazem de melhor e depois comercializasse um com o outro, cada um deles se beneficiaria. Porém, os ganhos obtidos através do comércio, não são muito óbvios quando tem uma pessoa que é melhor na produção de todos os bens. O que deveria ser feito nesse caso? Para obter a resposta, é necessário realizar uma análise detalhada dos fatores que afetam a decisão. Para isso, podemos utilizar a fronteira de possibilidades de produção, vista no capítulo anterior. As fronteiras de possibilidades de produção retratam as várias combinações de produtos que uma economia pode gerar, caracterizam um dos dez princípios da economia, visto no capitulo 1, “as pessoas enfrentam tradeoffs”. Nesse exemplo podemos observar que o agricultor enfrenta um tradeoff, entre produzir batata ou carne. As fronteiras de possibilidades de produção são úteis para demonstrar os tradeoffs que o agricultor e a pecuarista precisam enfrentar, mas elas não dizem o que eles farão. Para determinarmos suas escolhas, temos que conhecer os gostos de ambos. Se o pecuarista é melhor tanto na produção de carne quanto na produção de batatas, de que forma o agricultor pode se especializar naquilo que faz melhor? Para responder essa questão, usamos a vantagem comparativa. Para desenvolver esse princípio, primeiro é preciso pensar na seguinte pergunta: em nosso exemplo, quem pode produzir batatas ao menor custo - o agricultor ou a pecuarista? Temos duas possíveis respostas que contem a solução do problema. Podemos analisar a questão dos custos da produção de batatas, comparando os insumos necessários para os dois produtos ou em vez de compararmos os insumos necessários, podemos comparar os custos de oportunidade. A expressão ‘vantagem absoluta’ é utilizada pelos economistas para uma comparação entre a produtividade de uma pessoa, empresa ou nação com a de outra. Diz-se que o produtor que precisa de uma quantidade menor de insumos para produzir um bem tem uma vantagem absoluta na produção desse bem. O custo de oportunidade de uma coisa é aquilo de que abrimos mão para obtê-la. No nosso exemplo, adotamos a premissa de que o agricultor e a pecuarista passam 8 horas por dia trabalhando. Já a expressão ‘vantagem comparativa’ é usada para descrever o custo de oportunidade de dois produtores. O produtor que abre mão de menor quantidade de outros bens para produzir o bem X, tem um custo menor de oportunidade de produção desse bem e desfruta de uma vantagem comparativa na sua produção. Apesar de ser possível uma pessoa ter vantagem absoluta nos dois bens, é impossível que ela tenha vantagem comparativa nos dois bens. O custo de oportunidade de um bem é o inverso do custo de oportunidade do outro, se o custo de oportunidade de uma pessoa para um bem é relativamente elevado, seu custo de oportunidade para o outro bem tem de ser relativamente baixo. Os ganhos resultantes da especialização e do comércio se baseiam tanto na vantagem comparativa, como na vantagem absoluta. Quando cada pessoa se especializa na produção do bem que tem vantagem comparativa, a produção total da economia aumenta. O princípio da vantagem comparativa explica a interdependência e os ganhos do comércio. Como a interdependência prevalece no mundo hoje, o princípio da vantagem comparativa tem muitas aplicações. REFERÊNCIA MANKIW, N. Gregory, “Introdução à Economia”
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