A IMPLANTAÇÃO DA NORMA NBR 15575 E SEU IMPACTO NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL

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Submitted 07.08.2019 – Approved 13.02.2021 – Published 04.03.2021 
e021010-1 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 12, p. e021010, 2021, ISSN 1980-6809 
 
A IMPLANTAÇÃO DA NORMA NBR 15575 E SEU IMPACTO NO 
SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
THE IMPLEMENTATION OF THE NBR 15575 CODE AND ITS IMPACT ON THE 
CONSTRUCTION INDUSTRY 
Vitor Dias Lopes Nunes 1 
Maria Aparecida Steinherz 
Hippert 2 
Aldo Ribeiro de Carvalho 3 
Diana Fiori Rubim 4 
 
1 Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz 
de Fora, MG, Brasil, 
dias.vitor36@gmail.com 
2 Universidade Federal de Juiz de Fora, 
Juiz de Fora, MG, Brasil, 
aparecida.hippert@ufjf.edu.br 
3 Universidade Federal de Juiz de Fora, 
Juiz de Fora, MG, Brasil, 
Aldo.Carvalho@engenharia.ufjf.br 
4 Universidade Federal de Juiz de Fora, 
Juiz de Fora, MG, Brasil, 
diana.rubim@engenharia.ufjf.br 
 
 
 Resumo 
A necessidade de atendimento às exigências dos usuários para um melhor desempenho 
das edificações tem sido discutida nos últimos tempos, especialmente no Brasil, com a 
entrada em vigor da norma NBR 15575 – Desempenho de Edificações Habitacionais. A 
norma estabelece uma série de requisitos a serem atendidos levando a uma mudança na 
forma como o projeto vem sendo desenvolvido, de maneira geral, no país. O objetivo 
deste trabalho é levantar e analisar os estudos já realizados referentes à implantação da 
norma e seu impacto na indústria da construção civil nacional. Como metodologia de 
pesquisa foi adotada a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) de maneira a identificar os 
estudos de interesse e classificá-los em grupos temáticos segundo os requisitos do 
usuário estabelecidos pela norma. Os procedimentos metodológicos consistiram 
basicamente na busca, seleção e avaliação de resultados obtidos em cinco bases de dados 
nos últimos 10 anos. Cinquenta e um estudos foram selecionados para análise e apontam 
que, de maneira geral, em que pese os avanços já obtidos alguns obstáculos ainda 
precisam ser vencidos para uma aplicação mais efetiva da norma. A distribuição dos 
artigos nos grupos temáticos proporcionou uma visão do atual estágio de 
desenvolvimento das pesquisas nessa temática podendo ajudar a subsidiar avaliações 
sobre a natureza das pesquisas realizadas. 
Palavras-chave: NBR15575. Desempenho. Edificações habitacionais. Norma de 
desempenho. 
Contribuição dos autores: 
VDLN: análise formal, investigação, 
metodologia, validação, visualização, 
escrita - rascunho original, escrita – revisão 
e edição. MASH: conceituação, curadoria 
de dados, análise formal, aquisição de 
financiamento, investigação, metodologia, 
administração do projeto, supervisão, 
validação, visualização, escrita – rascunho 
original, escrita – revisão. ARC: 
investigação, metodologia, visualização, 
escrita – rascunho original, escrita – 
revisão e edição. DFR: investigação, 
metodologia, visualização, escrita – 
rascunho original, escrita – revisão e 
edição. 
 
Fomento: Universidade Federal de Juiz de 
Fora e Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior 
Declaração de conflito: nada foi declarado. 
 
Editor(es) Responsável: 
Regina C. Ruschel 
 
 Abstract 
The need to meet user requirements to achieve better performance of buildings has been 
increasingly discussed in recent times, particularly in Brazil, after the release of the NBR 15575 
code - Performance of Housing Buildings. This code establishes a series of requirements, 
inducing a change in the way designs are being developed. This paper aims to identify and 
evaluate the studies already carried out regarding implementing the NBR 15575 and its 
impact on the national construction industry. As a research methodology, a Systematic 
Literature Review was adopted to identify the studies of interest and classify them into 
thematic groups, according to the user requirements established by the performance 
standard. The methodological procedure consisted of searching, selecting, and evaluating 
the five databases' results in the last ten years. Fifty-one studies were selected for analysis. 
In general, they indicate that, despite the advances already made, some obstacles still have 
to be overcome in order that the code may be applied more effectively. The articles' 
distribution into thematic groups provided an overview of the current research stage in this 
theme and helped to evaluate existing research on the topic. 
Keywords: NBR 15575. Performance. Housing. Brazilian performance code. 
 
How to cite this article: 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no 
setor de construção civil. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 12, p. e021010, 2021. DOI: 
http://dx.doi.org/10.20396/parc.v21i00.8656159 
 
 
http://dx.doi.org/10.20396/parc.v21i00.8656159
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
http://dx.doi.org/10.20396/parc.v21i00.8656159
https://orcid.org/0000-0001-7825-6848
https://orcid.org/0000-0003-3604-0111
https://orcid.org/0000-0003-2767-4374
https://orcid.org/0000-0001-6043-9718
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
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 Introdução 
Obras de edificações de qualidade têm sido demandadas pelos diversos intervenientes 
atuantes no setor da construção civil. A busca pelo desempenho vem de encontro a esta 
demanda com o estabelecimento de exigências a serem atendidas bem como a forma 
de mensurá-las. Neste sentido, diferentes países vêm criando normas e estabelecendo 
legislações e códigos de edifícios voltados para o desempenho, como é o caso do Reino 
Unido, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Holanda, Suécia, Noruega, Estados Unidos e 
Espanha (CTE, 2006). 
Segundo Oliveira e Mitidieri Filho (2012), em países como França, Canadá e Japão, o 
desempenho do produto-edifício é primeiro definido para depois serem estabelecidas 
as tecnologias construtivas a serem adotadas. Esta realidade, porém, ainda não é 
encontrada no Brasil. No país, o conceito de desempenho, começou a ser discutido na 
década de 80 quando o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo 
desenvolveu com o apoio do Banco Nacional da Habitação, uma série de requisitos a 
serem atendidos em projetos habitacionais (BORGES; SABBATINI, 2008). 
Outros estudos foram realizados e em 2008 foi publicada a primeira versão da norma 
brasileira de desempenho, limitada às edificações habitacionais de até cinco 
pavimentos. A norma passou por discussões dos textos base com toda a cadeia 
produtiva da construção civil. Em 2013 entrou em vigor oficialmente a versão revisada 
da norma, com texto mais detalhado e abrangente, direcionada às edificações 
habitacionais de qualquer porte. 
A NBR 15575 (ABNT, 2013), conhecida como Norma de Desempenho (ND) tem o foco 
nos requisitos dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao seu 
comportamento em uso, e não na prescrição de como os sistemas são construídos. A 
norma estabelece a obrigatoriedade de atendimento aos requisitos mínimos de 
desempenho. 
Esta norma é formada por seis partes. A primeira apresenta os requisitos gerais que se 
aplicam aos edifícios conforme as exigências principais dos usuários. As outras cinco 
partes são referentes a cada sistema presente em uma edificação: sistemas estruturais, 
pisos internos e externos, vedações verticais e horizontais, cobertura e sistemas 
hidrossanitários. 
As exigências dos usuários utilizadas para estabelecer os requisitos e critérios presentes 
na norma são: Segurança (segurança estrutural, segurança contra fogo, segurança no 
uso e na operação); Habitabilidade (estanqueidade, desempenho térmico, desempenho 
acústico, desempenho lumínico, saúde, higiene e qualidadedo ar, funcionalidade e 
acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico) e Sustentabilidade (durabilidade, 
manutenibilidade e impacto ambiental). 
Borges e Sabbatini (2008) afirmam ser um grande desafio a tradução das necessidades 
dos usuários em requisitos e critérios para que possam ser mensurados de maneira 
objetiva, dentro de determinadas condições de exposição e uso, e que sejam viáveis 
técnica e economicamente dentro da realidade de cada sociedade, região ou país. Isso 
porque as exigências do usuário são variáveis, crescentes e subjetivas, o que torna sua 
definição complexa. 
Com o intuito de colaborar com os profissionais da construção civil, algumas instituições 
e entidades de classe nacionais tem desenvolvido publicações e guias orientativos para 
ajudar na leitura e entendimento dos requisitos da ND. Este é o caso da Câmara Brasileira 
da Indústria da Construção - CBIC (CBIC, 2013a; CBIC, 2013b; CBIC, 2015), da Associação 
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Brasileira de Escritórios de Arquitetura – ASBEA que junto ao Conselho de Arquitetura e 
Urbanismo – CAU do Brasil lançou um guia para arquitetos para a aplicação da ND 
(ASBEA, 2015) e da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural – ABECE 
que publicou uma sugestão para elaboração do memorial descritivo do projeto 
estrutural (ABECE, 2015). 
Ainda como fator impulsionador para a implantação da ND têm-se o Sistema de 
Avaliação de Conformidade – SiAC do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade 
do Habitat – PBQP-H (2017), que estabelece uma série de ações obrigatórias tanto no 
processo de projeto quanto na obra com a inclusão de procedimentos para a realização 
de ensaios bem como o controle de aquisição e utilização de materiais considerando o 
seu desempenho. 
A vigência da norma impactou o setor da construção civil de diversas maneiras. As 
edificações devem atender aos requisitos mínimos estabelecidos, com comprovação a 
partir de simulações, ensaios de campo e de laboratório. O poder público tem o papel 
de fiscalizar o atendimento a norma. A construtora/incorporadora tem responsabilidade 
de garantir condições das obras concluídas. Os fornecedores devem caracterizar e 
garantir o desempenho dos materiais. E os projetistas devem incorporar o conceito de 
desempenho nos projetos, especificando materiais, produtos e processos que atendam 
o desempenho estabelecido pela norma (ABNT, 2013). Com isso a norma gerou a 
necessidade de alteração no processo de projeto e no planejamento e gestão das 
empresas. 
Desde a sua publicação, estudos têm sido realizados com o intuito de se discutir a 
implantação da norma, isto é, as facilidades e dificuldades para o atendimento aos 
requisitos nela estabelecidos bem como os impactos daí decorrentes. Pode-se citar, por 
exemplo, o trabalho de Silva Junior e Mitidieri Filho (2018) que verificaram a 
incorporação dos critérios de desempenho em projetos utilizando o Building 
Information Modeling (BIM). Os autores constataram que cerca de um terço dos critérios 
da norma são verificáveis através do BIM. Já Pagliari, Costella e Pilz (2018) através de 
consulta à engenheiros e arquitetos verificaram que os projetistas da região de 
Chapecó/SC não informam o desempenho e a vida útil, transferindo esta 
responsabilidade para o construtor que fica dependente dos fornecedores, que 
conforme o subsistema, ainda não divulgam as informações necessárias. 
Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo levantar e analisar dentre os 
estudos já realizados sobre a Norma de Desempenho, aqueles que tratam da 
implantação da norma nas empresas e o impacto de sua aplicação na indústria da 
construção civil nacional. 
Metodologia 
Este trabalho utiliza a Revisão Sistemática de Literatura (RSL) como abordagem 
metodológica. As revisões sistemáticas se apresentam mais abrangentes com questões 
específicas e protocolos verificáveis e replicáveis por outros pesquisadores (GALVÃO; 
PEREIRA, 2014). Ela identifica, seleciona e avalia de modo crítico, trabalhos relevantes 
ao estudo proposto. Isto possibilita o entendimento do contexto no qual a pesquisa 
está inserida (RANDOLPH, 2009). Para Randolph (2009) a RSL engloba as etapas de 
planejamento (identificação da necessidade da revisão, definição da questão 
motivadora da pesquisa, além da elaboração do protocolo de busca), realização (onde 
ocorre a condução e aplicação dos critérios estabelecidos na fase de planejamento além 
da síntese e análise dos resultados) e por fim, a comunicação e divulgação dos 
resultados. 
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Planejamento 
A RSL foi proposta com o objetivo de identificar, classificar e analisar os trabalhos 
referentes à ND de maneira a responder com dados quantitativos e qualitativos à 
questão motivadora da pesquisa: qual o panorama da produção científica referente à 
norma NBR 15575 nos últimos dez anos. O levantamento dos estudos primários foi 
estruturado através do estabelecimento do protocolo de busca, discriminando as 
estratégias de busca, as bases de dados utilizadas e os critérios de inclusão e exclusão 
empregados. 
Como estratégias de busca, definiu-se que os estudos deveriam estar publicados em 
dissertações de mestrado e teses de doutorado bem como em periódicos científicos ou 
anais de congressos disponíveis integralmente em meio eletrônico no intervalo 
temporal de 2008 a 2018. Esse intervalo de tempo contempla os estudos publicados 
desde a primeira versão da norma. O termo de busca utilizado foi: “NBR 15575” ou “NBR 
15.575” (com aspas). A utilização do numeral com e sem ponto se fez necessária uma 
vez que em algumas bases, os resultados retornados foram distintos. 
A identificação dos estudos foi realizada nas bases de dados: (i) periódicos Coordenação 
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), (ii) Catálogo de Teses e 
Dissertações da CAPES, (iii) Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), 
(iv) Centro de Referência e Informação em Habitação (InfoHab) e (v) Google 
Acadêmico. Uma vez que a ND é brasileira, o critério adotado a escolha das bases de 
dados considerou serem elas nacionais, de grande relevância e amplitude de trabalhos. 
Os estudos obtidos foram arquivados e submetidos aos critérios de inclusão e exclusão 
estabelecidos. Como critérios de exclusão adotaram-se estudos repetidos, que não se 
encaixavam nos temas considerados e aqueles que não se enquadravam nos tipos 
dissertações, teses e artigos científicos. Como critérios de inclusão adotaram-se 
primeiro trabalhos que possuíam, no título NBR 15575 e suas variações (com ponto, sem 
ponto, com “NBR” ou sem ou, ainda, “Norma de desempenho”) ou temas que se 
relacionassem de modo direto às exigências dos usuários presentes na norma. E 
segundo, foi realizado a análise dos resumos, que deveria ter relação direta com a NBR 
15575. 
Os estudos selecionados foram classificados em grupos temáticos segundo as 
exigências dos usuários presentes na norma. Foi ainda incluído os temas Implementação 
e impacto e requisitos gerais, que abordam a norma de um contexto mais amplo. 
Realização 
A aplicação dos termos de busca foi realizada nos meses de agosto a outubro de 2018 e 
gerou um total de 1342 publicações (Tabela 1). 
Tabela 1 – Número de publicações por base de dados 
Base de dados Número de publicações 
Periódicos CAPES 70 
Catálogo CAPES 154 
BDTD 76 
InfoHab 66 
Google 976 
Total 1342 
Fonte: os autores. 
Dos resultados obtidos foram eliminados aqueles que não estavam disponíveis. Em 
seguida foram eliminados osestudos que apareciam em mais de uma base. Seguindo o 
protocolo estabelecido, foi aplicado o primeiro filtro, com a leitura dos títulos. Em caso 
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de dúvida, os estudos foram mantidos e passou-se à aplicação do segundo filtro, com a 
leitura dos resumos. Os dados dessas etapas são apresentados na Tabela 2. 
Tabela 2: Realização da RSL 
Base de dado/etapa RSL Periódicos CAPES Catálogo CAPES InfoHab BDTD 
Google 
Acadêmico 
Total 
Resultados pelo termo de busca 70 154 66 76 976 1342 
Estudos disponíveis 61 103 62 76 874 1176 
Remoção estudos repetidos 61 100 59 36 798 1054 
Filtro 1 –Títulos 53 97 53 36 415 654 
Filtro 2 – Resumo 23 90 45 36 135 329 
Fonte: os autores. 
Em seguida os trabalhos foram separados por áreas temáticas. Após a seleção, iniciou-
se a leitura completa do corpo do texto sendo ainda eliminados aqueles considerados 
não relevantes para a área temática e para a pesquisa, o que resultou em 292 trabalhos, 
distribuídos em temáticas segundo a Figura 1. Cabe ressaltar que há estudos que 
abrangem mais de uma exigência da norma e, portanto, foram considerados em todas 
elas. Por isso, a diferença entre o somatório de estudos por exigência dos usuários e o 
número total de estudos identificados. 
Figura 1 – Distribuição dos trabalhos identificados na RSL 
 
Fonte: os autores. 
Para o presente artigo foram selecionados os estudos classificados como 
implementação e impacto, que relacionam à implantação da norma, suas dificuldades e 
impactos nos agentes da construção civil, e no processo de projeto. Os 51 trabalhos 
desta temática são apresentados a seguir e listados no Apêndice A. 
Resultados sobre a implantação da norma 
Para facilitar o entendimento e análise os resultados foram agrupados em temas: 
implantação da norma, impactos nas empresas, impactos nos processos de projeto e 
Recursos de apoio à implantação da Norma. 
Com relação à implantação da norma foram identificados estudos relacionados a dois 
grupos temático: Requisitos e critérios e Intervenientes. 
Requisitos e critérios 
O desempenho da NBR 15575 é buscado através do estabelecimento de requisitos e 
critérios, passíveis de serem atendidos e mensurados. Souza (2016) e Souza, Kern e 
107
58
51
18
18
14
11
8
6
4
4
3
1
0 20 40 60 80 100 120
Desempenho térmico
Desempenho acústico
Implantação e impactos
Durabilidade
Temas gerias
Manutenibilidade
Desempenho lumínico
Segurança estrutural
Adequação ambiental
Funcionalidade e acessibilidade
Estanqueidade
Segurança contra fogo
Conforto tátil e antropodinâmico
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Tutikian (2018) analisaram os requisitos da ND e as necessidades para a implantação do 
nível superior da norma. A NBR 15575:2013 apresenta 155 critérios de avaliação, sendo 
os requisitos com maior quantidade: desempenho estrutural (29), segurança contra 
incêndio (23), segurança no uso e na operação (20), durabilidade e manutenibilidade 
(19) e estanqueidade (17). Segundo os autores, do total de critérios apenas 16% sofrem 
variação em função dos níveis de desempenho a serem atendidos (mínimo, 
intermediário e superior). Porém, a diferença de desempenho entre os níveis inferior e 
superior é expressiva e pode representar um grande diferencial para a edificação no 
atendimento a este último. 
Mahl e Andrade (2010) observaram, na versão de 2008 da norma, que determinados 
critérios podem ser facilmente verificados em obra ou através da avaliação de projeto, 
enquanto outros necessitam de análises mais aprofundadas ou ensaios realizados em 
laboratório. Entretanto, há uma dificuldade de realização dos ensaios in situ por falta de 
informação, e os mais complexos por falta de laboratório, além da falta de 
conhecimento dos profissionais, e custo para a realização dos ensaios. 
Ainda com relação aos ensaios, considerando a versão de 2013, Lorenzi (2013) fez uma 
análise dos ensaios experimentais e evidenciou que existem problemas de 
interpretação para alguns deles em função da falta de informação e detalhamento, bem 
como a falta de ensaios que auxiliem no conhecimento do comportamento em uso dos 
sistemas construtivos das edificações. O autor declara, ainda, que somente ensaios 
experimentais conseguem avaliar com precisão o desempenho específico das 
edificações, mas é necessário considerar múltiplas e diversas influências que podem 
afetar os resultados, se tratando, portanto, de uma tarefa complexa. 
Alguns estudos verificaram o atendimento aos requisitos da norma através de estudo 
de casos em edificações. Um resumo dos mesmos é apresentado no Quadro 1. 
Quadro 1: Resumos dos trabalhos que avaliaram o atendimento aos requisitos da norma 
Referência Objeto de estudo Característica 
Hybiner et al. (2014) Condomínio PMCM em Viçosa – MG 
Condomínio vertical 
composto por 5 blocos de 4 pavimentos 
Lohmann (2015) 
5 condomínios nas cidades de Brusque, Camboriú,́ Gaspar, 
Pomerode e Rodeio na região do Vale do Itajaí – SC 
Habitação social térrea pertencente ao Projeto 
Reação Habitação 
Melo, Elias e Fenato 
(2016) 
Residência unifamiliar em Botucatu – SP Casa alto padrão, com área externa arborizada 
Costella et al. (2017) 5 edificações multifamiliares em Chapecó – SC de vários padrões 
1 edificação PMCMV, 1 baixo padrão, 1 padrão 
médio, 1 médio alto e 1 alto. 
Fonte: os autores. 
Hybiner et al. (2014) constataram manifestações patológicas de diversas naturezas no 
condomínio estudado, decorrentes tanto de falhas de projeto quanto de execução, 
além de problemas decorrentes da falta de manutenção, não atendendo aos requisitos 
mínimos estabelecidos pela norma. Nenhuma das edificações estudadas por Lohmann 
(2015) atendeu totalmente à ND, sendo alguns critérios atendidos e outros 
parcialmente. Já a edificação estudada por Melo, Elias e Fenato (2016) atendeu aos 
critérios de habitabilidade, e durante a concepção do projeto foram realizados todos os 
estudos demandados, como avaliação das condições naturais do entorno, análise 
climática, de posição solar, e escolha adequada dos materiais. Costella et al. (2017) 
declararam que o nível de desempenho das edificações foi abaixo do esperado, com 
pouca variação de atendimento aos requisitos entre edificações de diferentes padrões, 
não alçando nem os requisitos mínimos estabelecidos pela norma. 
Ainda com relação ao atendimento aos requisitos da norma, Pisani e Zein (2014) 
realizaram uma pesquisa em dados primários e secundários para avaliar o desempenho 
de diversos conjuntos habitacionais no Brasil incluídos no Programa Minha Casa Minha 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
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Vida (PMCMV). Embora tenha sido observada uma grande variação na qualidade dos 
empreendimentos, nenhum deles atendeu plenamente a ND. Ainda assim, é observado 
que o Brasil dispõe de conhecimento científico e prática suficiente para a produção de 
habitação com bom desempenho e qualidade, entretanto ainda faltam ferramentas 
para que esses parâmetros sejam concretizados em toda a cadeia produtiva. 
A necessidade de atendimento dos requisitos da ND pode gerar um aumento dos 
custos. Segundo Dantas Filho et al. (2014) as mudanças propostas para atendimento aos 
critérios de desempenho aumentam o custo da construção de Habitação de Interesse 
Social (HIS) em aproximadamente 12%, sendo o sistema de cobertura o de maior 
aumento.Nas análises dos autores o aumento de custo foi devido aos materiais que 
devem ser utilizados para atender os requisitos mínimo da ND, principalmente 
considerando o conforto térmico e acústico. Tendo por exemplo a adição de mantas nas 
paredes e na cobertura, ou o emprego de materiais com outras características e maior 
qualidade. Para os autores este aumento foi considerado alto e pode chegar a 
inviabilizar os investimentos e financiamentos governamentais. 
Buscando o não aumento dos custos, as empresas dos estudos de caso de Lafetá, Fiche 
e Horta (2017), em Belo Horizonte – MG, e Santos (2018), em Aracajú – SE, não 
realizavam ensaios nas unidades habitacionais, e em alguns casos nem mesmo 
realizaram as simulações iniciais requeridas. A não realização dos ensaios estabelecidos 
pela ND não comprova que a edificação atende às exigências mínimas dos usuários. 
Por fim, para avaliar a percepção dos usuários, Prado (2018), realizou entrevistas com 
moradores de HIS em Sergipe, baseadas nos requisitos da norma e avaliação Pós-
Ocupação (APO). Os moradores declararam a qualidade das edificações como positiva, 
apresentando um índice de satisfação bom para cerca de 74% dos entrevistados. 
Entretanto, os empreendimentos, entregues em 2016, ainda não atendem a norma, 
apresentando inclusive, patologias como umidades, manchas de mofo, trincas e baixo 
desempenho térmico e acústico. Além disso, foi exposta uma baixa durabilidade de 
alguns componentes da edificação. As manutenções não eram realizadas de forma 
adequada, e 54% dos usuários nunca consultaram o manual de uso, operação e 
manutenção da edificação. Prado (2018) atribui essa falsa sensação de bom 
desempenho da edificação a falta de informação dos usuários e a um sentimento de 
terem realizado o sonho da casa própria, em melhores condições que a anterior. 
Intervenientes 
Como a utilização e aplicação do conceito de desempenho exige o envolvimento de 
diversas áreas de conhecimento, requer também um grande esforço dos agentes da 
construção civil, especialmente projetistas, construtores, incorporadores, 
fornecedores, e do poder público. 
Para mapear os agentes intervenientes ligados à inspeção predial e compará-los aos 
intervenientes presentes na ND Bigolin, Pacheco e Silva Filho (2014) utilizaram o método 
Customer Value Chain Analysis. Observaram que os agentes integrados nos papéis de 
construtor, incorporador e coordenador de projeto possuem maior importância sobre 
os demais por serem agregadores de maior número de atividades que geram valor. 
Esses três papéis representam o centro da cadeia e se caracterizam como principais 
responsáveis, capazes de realizar a integração e controle dos projetos para garantir o 
desempenho necessário da edificação. Outros intervenientes como projetistas, 
fornecedores, laboratórios, poder público, e o usuário final interagem diretamente com 
o centro da cadeia. 
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Aos fornecedores cabe a disponibilização das informações técnicas dos materiais e 
componentes. Benedicto (2009) após fazer uma análise de dados e um estudo de caso, 
constatou a existência de divergências entre os fabricantes de materiais hidráulicos e as 
normas técnicas quanto às suas características e temperatura da água. O autor sugeriu 
a revisão das normas, bem como a padronização de ensaios e condições para sua 
aceitação. 
Vale ressaltar que os requisitos da ND são obrigatórios cabendo aos usuários a cobrança 
pelo seu atendimento. Nicoline (2015) sugere que os municípios passem a incorporar a 
ND aos códigos de obras e implementem uma política urbana para assegurar o 
cumprimento das suas funções sociais. Isso porque, Código de Obras é o instrumento 
legal que estabelece os procedimentos relativos à atividade construtiva, e deve 
contribuir para a qualidade das obras e do ambiente urbano. O autor afirma que 
legislação deve, portanto, acompanhar o desenvolvimento e aprimoramento da 
indústria da construção civil, para garantir a melhoria da qualidade da edificação em 
todas as suas fases. E que os municípios passem a exigir um maior detalhamento dos 
projetos arquitetônico e complementares bem como dos seus memoriais descritivos. 
No caso de obras públicas, as mesmas estão sujeitas à Lei de Licitações. Ercan (2018) 
analisou esta lei junto à ND e verificou que não existem requisitos que determinem o 
nível de desempenho de qualidade da obra e garantam o cumprimento da ND. O autor 
recomenda a utilização de softwares de gestão para planejamento de obras públicas, 
uma vez que a garantia da qualidade das edificações tem início na concepção do projeto 
e vai até o planejamento do processo de execução e manutenção pós-ocupação. 
A necessidade de articulação de projetistas, construtores, fornecedores e outros 
agentes, tais como, instituições e organismos reguladores, em torno da questão de 
desempenho foi identificada por Castro e Loura (2017). Para os autores, o processo de 
tomada de decisão deve articular um diálogo entre estes diversos agentes de maneira a 
contribuir para uma visão mais completa do conceito de desempenho. Entretanto, o 
questionamento de desempenho ainda é algo em discussão a nível mundial, sendo 
necessário ser sistematizado. Ainda no processo de tomada de decisão, Otero e Sposto 
(2016a) geraram um modelo constando aspectos que devem ser considerados 
prioritários, fundamentada na avaliação dos níveis de risco correlatos e na definição de 
ações para garantia do desempenho, considerando o equilíbrio entre efetividade e 
custos destas ações. Assim, o modelo traduz conhecimentos subjetivos em funções 
matemáticas que podem ser processadas podendo gerar dados concretos para 
avaliação do desempenho. 
Impactos nas empresas 
Alguns autores avaliaram as ações das empresas em função da ND. Para Baldasso 
(2009), a abordagem de desempenho das edificações é complexa e exige um grande 
esforço do setor da construção civil para uma maior divulgação e conscientização do 
uso da norma. 
Ao estudarem empresas do ramo da construção civil de Maringá (construtoras e 
escritórios de arquitetura), Sarvezuk e Silva (2015), observaram que apenas 15% das 
empresas buscavam cumprir todas as 6 partes da norma, e apresentavam uma grande 
dificuldade na fase de adaptação inicial, que acarretaram em diversas alterações nos 
processos de projeto, como a troca de fornecedores para o atendimento do 
desempenho mínimo dos materiais, maior qualidade nos detalhamentos e no Manual 
de Uso e Operação da Edificação, dentre outros. Porém, a tendência é que com o passar 
do tempo, tais mudanças se incorporassem à rotina das empresas, que superariam os 
desafios. Por fim, os autores, também verificaram que as principais dificuldades das 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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empresas se referem à necessidade de capacitação profissional para o desenvolvimento 
de projetos que atendam à norma, e um impacto econômico no custo final da obra, uma 
vez que a prioridade do mercado ainda é o menor custo em detrimento da qualidade. 
Entretanto, foi não discutido a possível origem do aumento de custos. 
Fazendo um levantamento em forma de questionários junto à engenheiros de seis 
empresas construtoras de grande porte nas cidades de Recife e Olinda, Bento et al. 
(2016) observaram que os profissionais relataram dificuldade de interpretação da NBR 
15575:2013, mas a consideraram vantajosa e importante para a construção civil, 
aumentando a durabilidade e qualidade da edificação, além de garantir maior conforto 
ao usuário. 
Otero e Sposto (2016b) caracterizaram a atuação das empresasconstrutoras e 
incorporadoras de Goiânia frente à ND e observaram que as maiores preocupações 
consistiam nos requisitos de desempenho acústico, de desempenho térmico e 
manutenabilidade das edificações. Entretanto, as empresas relataram um maior 
conhecimento relacionado à segurança estrutural e funcionalidade e acessibilidade. 
Para Santos (2018) as empresas vêm dando mais atenção à fase de planejamento e 
projeto dos empreendimentos, com ênfase na compatibilização de projetos, com o 
intuito de identificar as falhas antes da execução. Assim, as empresas precisam passar 
por mudanças a nível organizacional para os setores ligados à parte de planejamento e 
projeto de empreendimento, tais como: setor de projetos, setor de suprimentos e setor 
de qualidade. Entretanto, os profissionais entrevistados de Lafetá, Fiche e Horta (2017) 
relatam aumento dos custos na busca para se adaptar as exigências da ND. Os 
entrevistados relataram aumento dos custos devido ao emprego de materiais com 
características mais específicas ao atendimento aos requisitos da norma, e ao controle 
tecnológico dos ensaios a serem realizados. 
A implantação da norma trouxe impactos também à organização interna das empresas 
construtoras e incorporadoras. A associação entre a ND e os sistemas de qualidade nas 
empresas foi estudada por Otero e Sposto (2014). Os autores apresentaram uma análise 
sobre como diferentes processos de um sistema de gestão da qualidade pode auxiliar a 
empresa no atendimento aos critérios e requisitos da norma. Verificaram que a gestão 
da qualidade gera diversas ações relacionadas à ND como, por exemplo, controle de 
projetos, qualificação e contratação de projetistas, laboratórios e fornecedores de 
materiais e componentes, controle de execução de serviços, avaliação da satisfação de 
clientes e monitoramento de edifícios pós-ocupação o que pode contribuir para uma 
utilização mais efetiva da ND. 
Santos (2017) também verificou o impacto da aplicação da norma nas empresas de 
projeto/construção e constatou um cenário ainda de pouca compreensão por parte das 
empresas sobre a ND. Entretanto, averiguou-se que as empresas maiores, 
principalmente as de grandes centros, possuem um processo de projeto mais bem 
definido, o que contribui para adaptação à ND de forma efetiva com a organização dos 
processos empresariais. 
Impactos no processo de projeto 
A partir da análise da norma Gomes (2015) apontou que muitos dos requisitos da NBR 
15575:2013 estão relacionados ao projeto. Para verificar como os profissionais estavam 
lidando com a aplicação da norma em seus projetos, Miranda (2014) avaliou o nível de 
informação que os arquitetos possuem sobre a norma e as possíveis mudanças advindas 
na prática da arquitetura. A autora observou que a ND passa a exigir maior 
conhecimento técnico de materiais e dos sistemas construtivos, além de maior 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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conhecimento normativo. Além disso, o processo de projeto passa a ser integrado com 
todas as disciplinas, com necessidade de definição de materiais e de técnicas 
construtivas desde as etapas iniciais do projeto de arquitetura, em conformidade com a 
ND. Essas inter-relações impõem atitudes sistêmicas para as atividades projetuais, que 
devem resultar em projetos de arquitetura com maior informação gráfica e em 
memoriais descritivos mais detalhados. Miranda (2014) conclui que a norma exigirá 
destes profissionais maior domínio e conhecimento sobre os sistemas construtivos 
inserindo novos procedimentos na rotina projetual, devendo ter mais cuidado na 
tomada de decisões durante a elaboração e definições dos projetos e da execução. 
Apesar disso, dentro dos profissionais pesquisados a maioria dos arquitetos não tinha 
conhecimento sobre a NBR 15575, se estendendo, inclusive, para outras normas 
técnicas. 
Na mesma direção, Okamoto (2015) declara que os profissionais ainda não assimilaram 
o novo conceito de projetar baseado em desempenho, e que muitas reflexões sobre o 
tema ainda não foram concretizadas. As adaptações devem ser individuais, 
personalizadas e dependentes de cada situação e condições de projeto. 
O baixo conhecimento da ND foi também verificado por Santos et al. (2017) ao aplicarem 
vários questionários aos profissionais da região norte do estado do Rio de Janeiro. Cerca 
de 90% dos entrevistados não estavam adequando seus projetos à norma mesmo após 
quatro anos do seu lançamento, menos de 10% confeccionavam o Manual de Uso 
Operação e Manutenção das edificações, e apenas 55% conheciam as consequências de 
atendimento a normatização brasileira em vigor. 
A aplicação dos requisitos de desempenho torna os projetos mais complexos exigindo 
dos projetistas um maior empenho para as definições de projeto, elaboração das 
especificações de materiais, memorial descritivo e manual de uso, operação e 
manutenção (SILVA et al, 2014). Essa exigência foi também verificada por autores como 
Oliveira e Metidieri Filho (2012), Okamoto (2015), Santos et al. (2016), Santos e Hippert 
(2016) e Santos (2018) que observaram a necessidade dos projetistas em assumirem 
uma nova postura, com a aquisição de maior conhecimento técnico das normas a fim de 
aplicá-lo aos projetos de maneira a garantir o desempenho do produto final. 
Santos (2018), além de um melhor detalhamento dos memoriais descritivos e manual 
dos usuários, identificou a realização de algumas simulações com foco em desempenho 
térmico, lumínico e acústico. Porém, segundo o autor, não o suficiente para atender aos 
requisitos da ND e garantir a qualidade do ambiente construído. 
Silva et al. (2014) afirmam que é necessário a integração dos profissionais durante o 
processo de projeto e conhecimento técnico para a busca de novas soluções. Oliveira e 
Metidieri Filho (2012) recomendam que se faça uma definição dos requisitos no projeto 
preliminar e busca de tecnologias e soluções disponíveis para atendimento estes 
requisitos, ponderando custo, benefícios técnicos e prazo. 
Para Lorenzi e Silva Filho (2014) a realização de ensaios e verificações nas edificações 
geram informações que subsidiam a melhoria da qualidade do projeto. Porém, o ideal 
é que a edificação deseja concebida por desempenho uma vez que a norma pode levar 
a uma melhoria no processo de projeto, viabilizando a qualificação e aprimoramento 
dos projetos. 
Já Felipe, Roman e Antunes (2016), ao realizarem a análise de projetos e memoriais, 
constataram a eficácia da norma em evidenciar itens que obrigatoriamente deveriam 
estar nos projetos. Os autores afirmam ainda que apenas pela verificação em projeto é 
possível prever possíveis falhas de desempenho nas edificações, do mesmo modo a 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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inexistência de alguns detalhamentos e a falta de compatibilização entre os diversos 
projetos da edificação, tenderá ao não atendimento aos requisitos mínimos propostos 
pela ND. 
Cotta (2017) e Cotta e Andery (2018) observaram alguns desafios a serem enfrentados 
pelas empresas e também identificaram falta de conhecimento a respeito da norma e 
das exigências relacionadas ao processo de projeto. Neste sentido, propuseram 
ferramentas e procedimentos para a gestão do processo de projeto de maneira a 
garantir o desempenho. Os autores desenvolveram um fluxo de atividades para o 
processo de projeto e ferramentas de suporte técnico e gerencial para facilitar a 
implantação da ND. As ferramentas utilizadas basearam-se no conceito de engenharia 
simultânea para proporcionar a integração entre processos, disciplinas e funções, 
estimulando a colaboraçãoentre os agentes, de forma a diminuir a falta de 
conhecimento dentro das construtoras e nas empresas de projeto sobre as questões 
técnicas e gerenciais, a fim de garantir o desempenho do produto final. 
Já Gomes (2015), em seu estudo de caso, propõe soluções construtivas, que podem ser 
indicadas no projeto objetivando o atendimento a ND, focando nos detalhes 
relacionados ao desempenho térmico e desempenho acústico dos sistemas de 
vedações verticais, horizontais e sistemas de cobertura, podendo inclusive atingir o 
nível superior de desempenho. 
Com relação aos projetos de sistemas prediais, Cover (2012) elaborou diretrizes 
baseadas na ND a serem utilizadas em licitações de projetos hidrossanitários. A 
utilização de diretrizes para a fundamentação do projeto colabora com o conceito de 
desempenho, auxiliando os projetistas a projetarem dentro dos parâmetros propostos. 
O autor declara que deve ser realizada uma gestão da manutenção dos sistemas, e o 
projeto deve buscar a redução do índice de manutenção corretiva e aumento da vida 
útil. 
Miyazato (2012) buscou identificar maneiras de integrar um sistema de aquecimento 
solar de água a uma edificação para facilitar o atendimento à ND e a partir daí também 
gerou diretrizes de projetos priorizando as necessidades dos usuários. A pesquisa 
mostrou que parte dos projetistas não estão capacitados para executar as atividades 
necessárias. 
Ainda com relação aos projetos de sistemas prediais, Pinheiro (2017) ao abordar o 
processo de projeto verificou que existem poucos estudos sobre a temática na 
literatura. A autora realizou entrevistas junto a empresas do setor (escritórios de 
arquitetura, empresas construtoras e escritórios de projetos de sistemas prediais) e 
verificou que passados três anos (à época do trabalho) da entrada em vigor da norma 
ainda existiam profissionais que a desconheciam. Além disso, observou que ainda existe 
uma desvalorização do projeto, sendo retratado tardiamente, separadamente e sem 
colaboração e integração entre os profissionais. Porém, segundo a autora as 
responsabilidades impostas pela norma têm impulsionado, embora de forma lenta, uma 
maior aproximação de projetistas e empreendedores através dos conceitos da 
Engenharia Simultânea. 
Lima (2016) e Lima, Andery e Viega (2016) observaram que as empresas e projetistas, 
normalmente, não têm preocupações com o projeto hidrossanitários e são encontradas 
dificuldades para obtenção de dados técnicos e realização de ensaios específicos 
associados aos requisitos normativos. Os principais problemas, além do conhecimento 
técnico, consistem no envolvimento tardio dos projetistas na concepção do projeto e 
de sua participação descontinuada e pontual, com falta de interação entre os 
profissionais, e deixando de incluir o desenvolvimento do as built e avaliações pós-
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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ocupação. A integração entre as etapas de projeto e execução deve contar com 
colaboração da equipe de obra já na fase de concepção, bem como do projetista na 
etapa de execução dos empreendimentos, realizando o acompanhamento e vistoria das 
instalações. Os autores observaram uma gradativa valorização da atividade projetual, 
principalmente em situações que as empresas se preocupam com redução dos riscos, o 
que implica na necessária valorização das disciplinas de engenharia no processo de 
projeto. 
Recursos de apoio à implantação da Norma 
De maneira a subsidiar o trabalho dos profissionais envolvidos na aplicação da ND, 
Oliveira et al. (2013) geraram uma lista sistematizando o conjunto de normas que 
complementam a NBR 15575:2013, de modo a identifica-las sem que haja necessidade de 
uma consulta minuciosa a todas as partes da ND. 
Caiado (2014) elaborou uma tabela com avaliação dos materiais segundo a ND e selos 
sustentáveis, de modo a colaborar com os fabricantes que precisam indicar as 
propriedades dos produtos, comprovando a sua conformidade, e apresentar os 
resultados de forma clara e transparente, e aos projetistas que necessitam especificar 
os produtos de acordo com as suas propriedades para atender às necessidades do 
projeto. 
Moura (2015) gerou um catálogo com os produtos inovadores que atendem a norma, 
baseado nas informações divulgadas na Revista Techne entre os anos de 2005 a 2015. O 
autor identificou 164 inovações nas diversas áreas, que foram classificados de acordo 
com sua aplicabilidade baseada na ND. O autor destaca, ainda, que o reduzido número 
de fornecedores e o alto custo de aquisição, que envolve tanto a antecipação da compra 
de materiais como a necessidade de uso de equipamentos de grande porte durante o 
processo de construção, dificulta a inserção de algumas inovações no mercado da 
construção civil. 
Carvalho (2017) gerou uma lista de documentos técnicos a serem solicitados em um 
procedimento de vistoria de recebimento de uma edificação habitacional a partir dos 
parâmetros estabelecidos pela ND e utilizando a ferramenta de gestão da qualidade 
5W1H. A sistematização dos documentos se torna útil em um procedimento de vistoria 
de recebimento de uma edificação habitacional, uma vez que subsidia os profissionais 
de engenharia ou arquitetura - representando os interesses dos futuros usuários do 
empreendimento - nos procedimentos formais de recebimento de obras a serem 
entregues pela empresa responsável por sua construção. 
O uso dos recursos de Tecnologia tem sido crescente nas diversas áreas do setor de 
construção civil. Neste cenário é crescente o potencial de utilização do BIM. Coelho 
(2013) apresentou o uso do Revit para algumas verificações de desempenho 
estabelecidas na ND. A autora conclui que o software tem condições de realizar 
simulações simplificadas que auxiliam na concepção do projeto. Silva Jr. (2016) propôs 
a incorporação do BIM, através do Revit, no desenvolvimento de projeto de arquitetura 
para atendimento aos requisitos da Norma e concluiu que 1/3 dos requisitos podem ser 
verificados de maneira automática. Silva (2017) e Silva e Arantes (2017) também 
estudaram a aplicabilidade de verificação dos requisitos de projeto da ND, utilizando o 
software Solibri Model Checker (SMC). Os autores também constataram a possibilidade 
de checagem de 1/3 dos requisitos da Norma. Além disto, verificaram uma redução de 
60% do tempo de conferência de projetos além da identificação de 22% a mais de não 
conformidades. 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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Discussão 
A implantação da ND demanda o atendimento aos requisitos nela contidos. Nos estudos 
analisados são apontadas algumas dificuldades para o atendimento a estes requisitos. 
Uma primeira dificuldade refere-se à realização de alguns dos ensaios presentes na 
norma. É o caso, por exemplo, dos ensaios de ação de calor e choque térmico para 
sistema de vedação vertical externo (SVVE), impacto de corpo mole em SVVE e ensaio 
de desempenho térmico por medição em campo (LORENZI, 2013). Além disso, a 
necessidade de realização de ensaios mais complexos, que dependem de laboratórios, 
traz dificuldades, tanto pelo custo dos ensaios, quanto pela falta de laboratórios em 
determinadas regiões (MAHL; ANDRADE,2010; LAFETÁ, FICHE; HORTA,2017; 
SANTOS,2018). O CBIC (2013a) levantou a capacitação técnica e laboratorial relativa à 
ND e encontrou somente 20 instituições que se distribuem na realização dos ensaios 
requeridos. 
Outra dificuldade apontada refere-se ao aumento de custos específicos para 
atendimento aos requisitos da norma (MAHL; ANDRADE, 2010; DANTAS FILHO ET. AL, 
2014; SARVEZUK; SILVA, 2015; LAFETÁ; FICHE; HORTA,2017). Os profissionais relataram, 
a necessidade de utilização de materiais de maior de qualidade ou adição de elementos, 
como por exemplos mantas nas paredes e lajes, para atingir os requisitos de 
desempenho térmico e acústico. Gerando um aumento de custo em relação ao produto 
anteriormente executado. Além disso, ainda há no mercado uma preferência por custo 
inicial menor, contrapondo a qualidade do ambiente construído e o custo global da 
edificação. 
Esta, porém não é a realidade encontrada pelas grandes empresas, que possuindo uma 
melhor organização, e um sistema de gestão de qualidade (OTERO; SPOSTO, 2014; 
SANTOS, 2017), considerando que já contratavam seus projetos junto às empresas 
especializadas e suas edificações eram construídas atendendo às normas prescritivas 
presentes na ND. 
Além disto, de maneira geral, os trabalhos indicaram o não atendimento aos requisitos 
de desempenho da norma e consequentemente às necessidades dos usuários (HYBINER 
et al., 2014; PISANI; ZEIN, 2014; LOHMAN, 2015; COSTELLA et al., 2017; PRADO, 2018). 
Entretanto, cabe ressaltar que a NBR 15575 passou a ser compulsória para as obras 
protocoladas nas prefeituras a partir de julho de 2013. Todas as obras protocoladas 
anteriormente, independentemente do momento de sua entrega, não são obrigadas a 
cumprir a NBR 15575. 
O usuário leigo, não tem conhecimento para fiscalizar e cobrar o desempenho das 
edificações, e como constatado por Prado (2018) em casos relacionados ao PMCMV há 
um sentimento de satisfação associado sonho da “casa própria”. Cabe, portanto, 
destacar o papel dos órgãos públicos na cobrança pelo atendimento à ND, segundo 
instrumentos já existentes, que poderiam ser revistos. Por exemplo, a nível municipal, a 
norma poderia ser incorporada aos códigos de obras, conforme proposto por Nicoline 
(2015). A verificação dos requisitos em projeto, seriam realizadas antes da liberação da 
“licença para construção”, e a comprovação da realização dos ensaios seria utilizada 
para a liberação do “auto de conclusão de obra” (Habite-se). 
No caso de obras públicas, a lei de licitações a que estão sujeitas, não contempla 
requisitos de desempenho, conforme verificado por Ercan (2018). O PBQP-H incluiu, em 
2017, no SiAC, a obrigatoriedade do atendimento à NBR 15575. Fortalecendo a 
necessidade de cumprimento dos seus requisitos, uma vez que o PBQP-H é uma 
certificação exigida pela Caixa Econômica (e outras instituições financeiras) para 
obtenção de financiamentos e para participação de licitações públicas. 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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Ao verificarem o impacto da implantação da norma nas empresas, os autores, 
observaram que as empresas também relataram dificuldades para se adaptarem à ND. 
Isso devido à necessidade de mudanças, associada à falta de informação técnica, 
levando a necessidade de capacitação dos profissionais (SARVEZUK; SILVA, 2015; BENTO 
et al., 2016; SANTOS, 2017). 
Foi identificada, também, a necessidade de mudança a nível organizacional nos setores 
de planejamento e projeto, com intuito de reduzir problemas em obras (Santos, 2018). 
Porém, para Santos (2017) este cenário de dificuldades difere em empresas maiores que 
já possuem um processo de projeto mais definido, o que contribui para a melhor 
organização de seus processos empresariais. Otero e Sposto (2014) verificaram, ainda, 
que um sistema de gestão de qualidade pode auxiliar as empresas a se adaptarem mais 
facilmente à ND uma vez que elas estão mais estruturadas possuindo melhor 
organização e aplicação de ferramentas para planejamento, execução, monitoramento 
e controle das ações. 
Quanto ao projeto, Gomes (2015) verificou que muitos dos requisitos da norma estão 
relacionados ao projeto. Deste modo, para o atendimento à ND os projetistas devem 
repensar o projetar, e a edificação deve ser concebida a partir do conceito de 
desempenho. E com isso, o processo de projeto, no geral, se tornou mais complexo 
(SILVA et al, 2014; OLIVEIRA; METIDIERI FILHO, 2012; OKAMOTO, 2015; SANTOS et al., 
2016; SANTOS; HIPPERT, 2016; SANTOS, 2018). 
Neste contexto os autores destacam a necessidade de integração dos profissionais ao 
longo do processo de projeto (SILVA et al., 2014; COTTA, 2017; PINHEIRO, 2017; COTTA; 
ANDERY, 2018) além de reforçar a necessidade de valorização do projeto para 
atendimento aos requisitos normativos (LIMA, 2016; LIMA; ANDERY; VIEGA, 2016). Esta 
integração deve considerar os intervenientes, isto é, incorporadores, projetistas, 
construtores e fornecedores com a definição de materiais e sistemas construtivos desde 
a fase inicial do projeto. A integração entre as disciplinas do projeto pode ser obtida com 
a adoção da Engenharia Simultânea, que substitui as tentativas de compatibilização das 
etapas concluídas de forma individual pelos projetos. Isto pode ser obtido com o uso do 
BIM, que ao criar um modelo único do projeto é capaz de facilitar a interoperabilidade 
entre projetos e mesmo na integração entre os profissionais de várias disciplinas. 
A ND apresenta uma grande quantidade de informação e o tema de desempenho é 
considerado complexo. Neste sentido, alguns estudos apresentam propostas para 
auxiliar os profissionais na realização de suas tarefas. É o caso da listagem de normas 
constantes na ND (OLIVEIRA et al., 2013), da tabela com propriedade dos materiais 
(CAIADO, 2014), catálogo de produtos inovadores (MOURA, 2015) bem como a listagem 
de documentos técnicos necessários para recebimento de uma edificação (CARVALHO, 
2017) e ainda as ferramentas de gestão para auxiliar na implantação da norma (COTTA, 
2017; COTTA; ANDERY, 2018) 
O uso de softwares se destaca neste contexto ajudando na verificação dos requisitos de 
desempenho. A utilização do BIM demonstra grande potencial para auxiliar o 
atendimento aos requisitos de desempenho da ND. É possível a verificação de requisitos 
durante a concepção do projeto, e maior detalhamento dos produtos e materiais 
utilizados. Além disso, o BIM também é uma ferramenta capaz de facilitar a 
interoperabilidade entre projetos e na integração entre os profissionais de várias 
disciplinas (COELHO, 2013; SILVA JR., 2016). Silva (2017) e Silva e Arantes (2017) ainda 
demonstram que o software SMC pode verificar grande parte dos requisitos da ND. 
Essa complexidade dos projetos tem demandado um maior conhecimento técnico dos 
profissionais. A falta de conhecimento dos profissionais para lidar neste contexto foi 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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apontada por autores como Miranda (2014), Okamoto (2015), Santos (2017), Cotta 
(2017) e Cotta e Andery (2018) relacionados aos projetos de arquitetura, bem como por 
Miyazato (2012) Lima (2016), Lima, Andery e Viega (2016) e Pinheiro (2017), para os 
projetos de instalações. 
Em que pese as ações que vêm sendo realizadas pelas instituições e entidades de classe, 
há o desenvolvimento de publicações e guias orientativos, conforme visto 
anteriormente. Entretanto, dado a falta de conhecimento à NBR 15575 dos profissionais 
brasileiros em atuação, o CREA e o CAU devem atuar mais enfaticamente, com o 
desenvolvimento de ações para adaptação dos profissionais já habilitados. Podendo 
utilizar práticas que foram adotas em outros países, como a Espanha, por exemplo, 
quando da implantação de sua ND, estabelecendo etapas e provendo cursos, palestras, 
eventos, ambientes de interação e disponibilizando livre acesso a conteúdo para a 
adequação técnica dos profissionais, além de incentivo do governo para adaptação das 
empresas (KERN; SILVA; KAZMIERCZAK, 2014). Assim,adequando engenheiros e 
arquitetos atuantes às necessidades de desempenho das edificações requeridas pelos 
usuários. 
Mas mais do que isso, é preciso que o conceito de desempenho seja discutido ainda 
durante a formação dos profissionais, sejam eles arquitetos ou engenheiros, para que 
cheguem ao mercado com a capacidade técnica necessária para atender às exigências 
dos usuários. 
Considerações finais 
O tema desempenho de edificações tem crescido de importância, especialmente no 
Brasil, desde a publicação da primeira versão da NBR 15575 – Norma de Desempenho, 
em 2008. Neste contexto, este artigo teve por objetivo identificar e analisar os estudos 
existentes em dissertações, teses e artigos científicos entre 2008 e 2018, que tratam da 
NBR 15575, a partir de uma RSL realizada nas bases de dados do periódico CAPES, 
catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e 
Dissertações, InfoHab e Google Acadêmico. Os estudos identificados foram 
classificados por área temáticas. Neste artigo foram analisados 51 estudos que 
consideram a implantação da norma e seu impacto no setor da construção civil. 
Nos estudos que analisaram os requisitos da ND, verificou-se a falta de laboratórios para 
a realização dos ensaios demandados. Já os estudos de casos realizados indicaram que 
as edificações ainda não estão atendendo à ND. 
Os estudos, também, abordaram os intervenientes atuantes no processo construtivo 
apresentados na norma. O papel de incorporador/construtor/coordenador se apresenta 
como o centro da cadeia e da gestão das informações. A disponibilização de 
informações dos produtos por seus fornecedores ainda não é prática comum, o que 
acaba por dificultar a tarefa de especificação dos materiais pelos projetistas. A estes 
cabem o atendimento da maior parte dos requisitos da norma. Os projetos tornam-se 
mais complexos exigindo melhores definições de projeto e de especificações. Por outro 
lado, a existência de Sistemas de Qualidade na empresa pode funcionar como um 
elemento facilitador para a implantação da ND tem em vista, por exemplo, as exigências 
do PBQP-H. 
Como o processo de projeto se tornou mais complexo, a Integração entre processos, 
disciplinas e funções, associada a colaboração entre os agentes, fomenta o 
conhecimento dentro das empresas, e contribui para o desenvolvimento de edificações 
de qualidade que satisfaçam as exigências dos usuários. 
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
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Do exposto vê-se que apesar do tempo decorrido e da divulgação realizada, o 
desconhecimento da norma ainda se faz presente, demandando a realização de ações 
para um maior entendimento da necessidade de atendimento bem como da 
implantação dos seus requisitos. A NBR 15575 embora não seja lei tem força de lei, 
segundo o Código do Consumidor, cabendo ao usuário o papel de fiscalização do seu 
cumprimento. 
Agradecimentos 
À Universidade Federal de Juiz de Fora pela bolsa de iniciação científica (Projeto 45047) e Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado junto ao Programa de Demanda 
Social no Programa de Pós-graduação em Ambiente Construído. 
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https://doi.org/10.4237/gtp.v1i1.208
https://doi.org/10.20396/parc.v9i4.8650453
NUNES, V. D. L.; HIPPERT, M. A. S.; CARVALHO, A. R. de; RUBIM, D. F. 
A implantação da norma NBR 15575 e seu impacto no setor de construção civil 
e021010-17 | PARC Pesq. em Arquit. e Constr., Campinas, SP, v. 12, p. e021010, 2021, ISSN 1980-6809 
Apêndice A: Artigos classificados pela RSL 
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1 Vitor Dias Lopes Nunes 
Engenheiro Civil. Mestre em Ambiente Construído pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Endereço postal: Rua José 
Lourenço Kelmer, s/n – Campus Universitário Bairro São Pedro Juiz de Fora, MG, Brasil - 36036-900 
 
2 Maria Aparecida Steinherz Hippert 
Engenheira Civil. Doutora em Engenharia de Produção. Professora na Universidade Federal de Juiz de Fora. Endereço 
postal: Rua José Lourenço Kelmer, s/n – Campus Universitário Bairro São Pedro Juiz de Fora, MG, Brasil - 36036-900 
 
3 Aldo Ribeiro de Carvalho 
Estudante de Engenharia Civil na Universidade Federal de Juiz de Fora. Endereço postal: Rua José Lourenço Kelmer, s/n – 
Campus Universitário Bairro São Pedro Juiz de Fora, MG, Brasil - 36036-900 
 
4 Diana Fiori Rubim 
Estudante de Engenharia Civil na Universidade Federal de Juiz de Fora. Endereço postal: Rua José Lourenço Kelmer, s/n – 
Campus Universitário Bairro São Pedro Juiz de Fora, MG, Brasil - 36036-900 
 
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