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APOSTILA Contabilidade Industrial

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- 1 - 
Inventário periódico e 
permanente 
Priscila Duarte Salvador 
 
 
Introdução 
Controle de estoques não é apenas uma obrigação imposta pelo Fisco, mas uma forma de controlar as 
informações e operações realizadas dentro de uma empresa. Como saber, por exemplo, se as mercadorias 
compradas sofreram algum desfalque por furto, extravio ou perda? 
Vamos supor que em uma indústria alimentícia que fabrica massas, o gestor precise saber o estoque final da 
massa X disponível para comercialização imediata. Será necessário saber o estoque final da massa X. E para ter 
essa informação é necessário que em algum momento tenha ocorrido à contagem desse estoque. 
Conceituarmos contabilmente esta contagem de estoque como inventário, podendo este ser de dois tipos: 
periódico e permanente. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• compreender como é realizado o levantamento dos custos das mercadorias pelo inventário periódico e 
permanente.  
 
 
 
Inventário periódico e permanente 
Para que possamos saber o valor existente de mercadorias no estoque de uma determinada empresa, é 
necessário que esse estoque seja inventariado, ou seja, que ocorra a sua contagem. Esta contagem de estoque 
pode ser realizada de duas formas: por meio do inventário periódico ou do inventário permanente. 
- 2 - 
O levantamento do valor do estoque final é feito por meio de sistemas de controles que são 
conhecidos como inventário periódico e inventário permanente. A partir da aplicação desses 
sistemas, é possível contabilizar e mensurar a conta contábil de estoque. 
 
Figura 1 - Inventário 
Fonte: Paul Tobeck, Shutterstock, 2019. 
 
 
Podemos definir inventário como um sistema de contagem, uma lista de materiais e produtos disponíveis em 
estoque, que estão armazenados na empresa. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
Tento como base que toda empresa objetiva a comercialização de mercadorias (com exceção das empresas sem 
fins lucrativos), a contagem adequada de estoques se torna relevante, principalmente para os gestores, que 
necessitam de informações confiáveis para administrarem com eficiência suas empresas. 
 
Inventário periódico 
O inventário periódico é utilizado quando a empresa não tem condições de manter o controle permanente de 
seus estoques de mercadorias. Ele é geralmente aplicado nas empresas de pequeno e médio porte. 
- 3 - 
 
Figura 2 - Contagem de estoque 
Fonte: Monkey Business Images, Shutterstock, 2019. 
 
 
Por ser um sistema simplificado, o controle de estoque é feito manualmente, por meio da contagem física das 
mercadorias. O custo da mercadoria vendida é calculado apenas no final do período desejado. 
No sistema de inventário periódico o saldo inicial do período atual deve ser o mesmo saldo do encerramento do 
período anterior e as compras devem corresponder às compras realizadas dentro do período analisado. Assim 
chegamos ao valor de mercadorias disponíveis para vendas, conforme segue: 
Saldo Inicial + Compras = Disponível para Vendas 
Partindo da fórmula do Disponível para Vendas, se diminuirmos o valor apurado no inventário do estoque, 
chegamos à quantidade de mercadoria vendida no período, que, quando mensurada, representa o Custo de 
Mercadoria Vendida (CMV), conforme podemos verificar na seguinte equação: 
CMV = EI + C – EF 
Ou seja, 
Custo da Mercadoria Vendida = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final 
A apuração do Custo da Mercadoria Vendida (CMV), segundo José Luiz dos Santos (2003), está diretamente 
vinculada aos estoques de mercadorias existentes dentro da empresa, pois representa o custo da baixa efetuada 
nas contas de estoque, no que diz respeito às vendas realizadas no período. 
Já o valor do estoque final será apurado com a contagem física, extra contabilmente. Para que seja possível a 
realização da escrituração desse estoque, o inventário periódico pode ser aplicado por meio de dois métodos de 
escrituração contábil: Conta Mista e Conta Desdobrada. 
A Conta Mista se caracteriza pela utilização de uma única conta do Ativo Circulante, denominada “Estoque” ou 
“Estoque de Mercadorias”, onde são escrituradas as compras, vendas e estoque inicial. 
- 4 - 
 
Figura 3 - Contagem física 
Fonte: Tyler Olson, Shutterstock, 2019. 
 
O estoque inicial e as compras de mercadorias são lançados na conta de estoque a débito e as vendas de 
mercadorias a crédito. No caso de devolução de mercadorias, a contabilização ocorre ao contrário: na devolução 
de compras, debita-se a conta devoluções e credita-se a conta compras; e nas devoluções de vendas, debita-se a 
conta vendas e credita-se a conta devoluções. Verificando-se estoque final com saldo credor soma-se e com saldo 
devedor diminui-se. 
No caso de incidência de impostos sobre as vendas, o valor desses impostos deve ser diminuído, assim chegamos 
a seguinte equação: 
RCM = EF + Saldo credor - I 
Resultado Conta Mista = Estoque Final + Saldo Credor – Impostos s/ Vendas 
RCM + EF – Saldo devedor - I 
Resultado Conta Mista = Estoque Final - Saldo Devedor – Impostos s/ Vendas 
- 5 - 
Imagine que em uma indústria existia um estoque inicial no valor de R$ 2.000,00 (dois mil 
reais) e durante o período analisado houve uma venda no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais) 
e foram adquiridas mais R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) em mercadorias. Ao final do 
período foi realizado o inventário, onde verificou-se um valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) 
de estoque. Com base no método de conta mista chegamos a seguinte escrituração contábil e 
resultado de mercadorias: 
 
Lançamentos a débitos: estoque Inicial (R$ 2.000,00) mais compras (R$ 2.500,00) 
Lançamentos a crédito: vendas (R$ 6.000,00) 
 
Saldo do Período: R$ 1.500,00 credor. 
 
Cálculo do Resultado de Mercadorias 
RCM = EF + Saldo credor 
RCM = 500,00 + 1.500,00 
Resultado Conta Mista = R$ 2.000,00 
EXEMPLO 
 
Na Conta Desdobrada, os lançamentos contábeis são feitos apenas quando ocorre a contagem física do estoque 
disponível, ou seja, quando as mercadorias são fisicamente inventariadas. Assim, a conta de Mercadorias fica 
sem movimentação até que ocorra a contagem física do inventário. A empresa fica, por determinado período ou 
exercício, sem se preocupar com o estoque de mercadorias disponível em seu estabelecimento, fazendo suas 
operações de compra e venda normalmente sem saber o real Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) e o estoque 
existente. 
 
Inventário permanente 
O inventário permanente é popularmente utilizado pelas empresas de médio e grande porte, pois necessita de 
um controle gerencial mais efetivo e da colaboração dos envolvidos no processo, como: administradores, 
supervisores, gerentes e gestores. 
- 6 - 
Cabe salientar que, no modo periódico, só é possível valorar o estoque inicial, após a realização 
do inventário físico, ou seja, depois a contagem física do estoque. 
 
Figura 4 - Controle gerencial 
Fonte: OPOLJA, Shutterstock, 2019. 
 
O inventário permanente é um controle de estoque individualizado e imediato, onde os registros de entradas e 
saídas são feitos no momento em que ocorrem, por meio de um sistema eletrônico de dados, sendo possível 
mensurar o Custo da Mercadoria Vendida (CMV) a qualquer instante. 
No sistema de inventário permanente, a empresa deve escriturar as compras e as baixas de mercadorias 
referentes às vendas realizadas, pelo seu custo. Diferentemente do inventário periódico, o valor do estoque 
inicial é escriturado na primeira linha da ficha, sem ser necessária à contagem física. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
No sistema de inventário permanente é necessário manter um controle individual de cada item do estoque, por 
meio de fichas ou de software de processamento de dados, para que a escrituração das vendas e baixas seja 
realizada de maneira momentânea. 
Para a contabilização do sistema de inventário permanente são utilizadas três contas principais: estoque, Custo 
da Mercadoria Vendida (CMV) e venda. 
- 7- 
Com a leitura do artigo “O papel do contador frente à gestão de estoques”, é possível 
compreender a importância do contador no que diz respeito ao controle de estoques e 
mensuração dos custos de uma empresa. O contador é o profissional capacitado para analisar 
as informações fornecidas pelos métodos de inventário e controles gerenciais e, com base 
nisso, orientar os gestores na tomada de decisão dentro das empresas. 
• Estoque de Mercadorias: é uma conta contábil Patrimonial (Ativo). Nela é representado o estoque de 
determinada empresa, onde as vendas são creditadas, as compras são debitadas e seu saldo representará 
o valor do estoque do período analisado. 
• Custo da Mercadoria Vendida (CMV): é uma conta de resultado (Custos/Despesas), onde são 
debitados os custos e despesas de cada venda, no momento em que ocorrem. 
• Vendas: é uma conta contábil do grupo das receitas, conhecida como contas de resultado, onde é 
lançado o valor bruto da venda, a crédito. 
Ao final do período, o saldo das contas contábeis de despesa e receitas será transportado para a conta de 
Resultado com Mercadorias, onde será evidenciado o lucro bruto da empresa. 
Após a conceituação dessas três contas contábeis podemos escriturá-las pelo sistema de inventário permanente 
da seguinte forma: 
• no momento da Compra - debitando-se a conta estoques e creditando-se a conta caixa, bancos ou 
fornecedores; 
• no momento da Venda - debitando-se a conta caixa, banco ou fornecedores e creditando-se a conta 
receita; 
• na baixa do estoque (pelo custo, no momento da venda) - debitando-se a conta custo da mercadoria 
vendida e creditando-se a conta de estoques. 
É importante lembrar que, no sistema de inventário permanente, as vendas são sempre creditadas pelo valor 
bruto e as compras são levadas a estoque pelo seu valor líquido. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Em resumo, quando realizamos a contabilização pelo sistema de inventário permanente a conta de estoque é 
movimentada por débitos e créditos de forma instantânea. Essa rapidez nos lançamentos das informações acaba 
auxiliando os gestores a obterem dados atualizados, facilitando a tomada de decisão. 
 
 
 
Fechamento 
Nesta aula aprendemos como fazer o levantamento de estoque de mercadorias utilizando os sistemas de 
inventário periódico e permanente; compreendemos como calcular o Custo da Mercadoria Vendida (CMV), 
também vimos que o inventário periódico pode ser escriturado de duas formas: pela Conta Mista e Conta 
Desdobrada. 
Ficou clara a importância de se ter um controle de estoques eficaz dentro das empresas, pois além de estar de 
acordo com as exigências do Fisco, é possível ter um maior controle sobre as operações internas. 
- 8 - 
Referências 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7 ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
VON MÜHLEN, C. et al. O papel do contador frente a gestão de estoques. Negócios em Projeção, v. 6, n. 1, p. 277- 
284, 2015. Disponível em: http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao1/article/view/466/424 
. Acesso em: 21 jun. 2019. 
- 1 - 
PEPS 
Priscila Duarte Salvador 
 
 
 
 
Introdução 
Você já sabe que a contagem do estoque pode ocorrer através do sistema de inventário periódico e inventário 
permanente. Agora é importante pensar no custo da mercadoria estocada e em como ocorre à avaliação deste 
estoque. Pensando nisso, como será que é feita a movimentação de estoque em uma determinada empresa? Será 
que essa movimentação é igual em todas as empresas? Será que, quando ocorre a retirada de uma mercadoria do 
estoque, para comercialização, existe algum critério ou a escolha é aleatória? Na hora da venda, qual mercadoria 
escolher? Aquela que foi adquirida recentemente ou aquela que foi adquirida há algum tempo? Será que dá para 
aplicar o mesmo método em uma indústria, supermercado, loja? Ou existe um método especifico para cada 
atividade? Isso é o que você vai entender neste tema: quais os métodos de avaliação de estoque existem e como 
calculá-los. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• compreender como é realizado o levantamento dos custos das mercadorias pelo método PEPS (primeiro 
que entra, primeiro que sai). 
 
 
 
PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) 
O método de avaliação PEPS representa as iniciais da frase “primeiro que entra, primeiro que sai”, e como o 
próprio nome sugere, consistem em retirar do estoque as mercadorias que foram adquiridas primeiro, e aquelas 
que foram adquiridas posteriormente serão retiras por último. 
Segundo Iudícibus e Marion (2010), esse método calcula o valor do custo da mercadoria vendida, dando baixa 
nas primeiras mercadorias que entraram no estoque. Assim, à medida que a mercadoria é vendida, ocorre a 
baixa das primeiras unidades que entraram no estoque, passando para a próxima entrada somente quando as 
primeiras já tiverem sido desintegradas. 
 
PEPS: aspectos gerais 
Para realizar a apuração do custo da mercadoria vendida, através do método de custeio PEPS, deve-se dar baixa 
nas primeiras mercadorias que entraram no estoque, ou seja, a primeira mercadoria a entrar é a primeira 
mercadoria a sair do estoque. Consequentemente, aquelas mercadorias que deram entrada por último no 
estoque permanecerão estocadas e farão parte do saldo final do período analisado. 
- 2 - 
Este é um método bastante utilizado pelos restaurantes e supermercado, que devido ao 
controle de validade das mercadorias, fazem com que os empresários e responsáveis pelo 
controle de estoques retirem do estoque para a comercialização, geralmente, aqueles produtos 
ou mercadorias que possuem um prazo de validade menor. 
 
Figura 1 - Saída de mercadoria do estoque 
Fonte: Marcin Balcerzak, Shutterstock, 2019. 
 
O método PEPS é popularmente utilizado por empresas do ramo alimentício, em que a maior parte das 
mercadorias é perecível e, por isso, possuem prazo de validade. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
Devido à esta peculiaridade, quando ocorre a retirada de algum produto do estoque dessas empresas, são 
retiradas aquelas mercadorias que estavam há mais tempo no estoque, em virtude de sua validade. 
- 3 - 
Este é o método aceito pela Receita Federal do Brasil, pois é o método que apresenta um maior 
resultado e, quanto maior o resultado, maior a receita tributável e, consequentemente, maior a 
arrecadação por parte da Receita. Muitos empresários também enxergam este método com 
bons olhos em virtude da valoração do custo da mercadoria e do preço de venda dos produtos 
aproximarem-se do valor praticado no mercado. Outra característica deste método é a rapidez 
e simplicidade nos processos, facilitando o controle de entradas e saídas de mercadorias 
dentro das empresas. Saiba mais sobre as exigências do fisco acessando o Regulamento do 
Imposto de Renda, nos arts. 304 e 305 do RIR/2018. 
 
Figura 2 - Estoque de supermercado 
Fonte: Dmitry Kalinovsky, Shutterstock, 2019. 
 
O método de avaliação de estoques PEPS é popularmente conhecido pelo termo inglês FIFO, que representa as 
iniciais da frase “First In, First Out” (primeiro a sair, primeiro a entrar) e muitos autores, contadores e 
empresário utilizam o termo “FIFO” para denominarem o método de custeio PEPS. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Outro ponto relevante é que, através da adoção deste método, há um efeito significativo sobre a flutuação dos 
preços e sobre o resultado das mercadorias vendidas, ou seja, as vendas de mercadorias são confrontadas com 
os custos das mercadorias mais antigas, sendo este um dos motivos pelo qual os contadores não veem com bons 
olhos este método. Apesar disso, o método PEPS apresenta algumas vantagens, como: a retirada dos itens usados 
do estoque; baixa das mercadorias de maneira sistemática; resultado espelhando o custo real das mercadorias 
usadas na venda; controle de mercadoriassujeitas à deterioração, decomposição, depreciação e validade, 
controlando o desperdício e perdas desnecessárias. 
- 4 - 
PEPS: como calcular 
O cálculo do método de custeio PEPS é feito através de software de processamentos de dados ou fichas. Sabendo 
disso, e pensando que em uma determinada empresa, que comercializa bolsas, no mês de maio/20XX, ocorreram 
as seguintes movimentações na conta contábil estoque de mercadorias: 
• em 02/05/20XX houve a compra de 20 unidades de bolsas por R$ 50,00 cada; 
• em 04/05/20XX houve a venda de 8 unidades bolsas pelo preço de R$ 70,00 cada; 
• em 11/05/20XX houve a venda de mais 10 unidades de bolsas por R$ 80,00 cada; 
• em 17/05/20XX houve a compra de 10 unidades de bolsas por R$ 60,00 cada unidade; 
• em 22/05/20XX houve a venda de 20 unidades de bolsas por R$ 80,00 cada. 
Com base nos fatos ocorridos, demonstrados acima, é possível fazer o controle de estoque, utilizando o 
inventário permanente pelo método de custeio PEPS, conforme demonstrado na ficha de estoque abaixo: 
 
 
 
Quadro 1 - Método PEPS 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. 
 
Conforme pode-se ver na ficha de estoques, as bolsas que foram adquiridas primeiro, ou seja, que deram entrada 
primeiro no estoque, foram as primeiras a serem baixadas. Após os lançamentos das operações realizadas nas 
fichas, é possível chegar ao total de estoque final que, neste caso, é de R$ 700,00, pelo método PEPS, em que 
foram realizadas as vendas das mercadorias que estavam há mais tempo no estoque, como consta na coluna 
“saldo” do quadro anterior. É possível chegar ao custo da mercadoria vendida no período, conforme segue: 
Custo da Mercadoria Vendida = Estoque inicial + Compras – Estoque Final 
CMV = R$ 800,00 + R$ 1.100,00 – R$ 700,00 
CMV = R$ 1.200,00 
- 5 - 
A fórmula do custo de mercadoria vendida (CMV) é a soma do saldo inicial da conta estoque 
mais as compras realizadas no período analisado, menos o estoque final, que por sua vez é 
apurado pelo sistema de inventário periódico ou permanente. 
 
Figura 3 - Custo da mercadoria vendida 
Fonte: Michael R Ross, Shutterstock, 2019. 
 
Após a realização do calculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV), é possível calcular o lucro do período, mas 
para isso é preciso apurar o valor da venda líquida dessas bolsas. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
Após a mensuração do valor de venda, e sabendo o valor do CMV que é R$ 1.200,00, fica fácil chegar ao lucro do 
período, conforme segue: 
8 bolsas x R$ 70,00 = R$ 560,00 / 10 bolsas x R$ 80,00 = 
R$ 800,00 / 20 bolsas x R$ 80,00 = R$ 1.600,00 
Venda Líquida = R$ 560,00 + R$ 800,00 + R$ 1.600,00 
Venda Líquida = R$ 2.960,00 (receita venda de bolsas) 
Resultado/Lucro do período = Vendas Líquidas – Custo da Mercadoria Vendida (CMV) 
Resultado/Lucro do período = R$ 2.960,00 – R$ 1.200,00 
Resultado/Lucro do Período = R$ 1.760,00 
Como é possível analisar, à medida que as bolsas são vendidas (que ocorre a saída do estoque), a baixa é 
realizada a partir das primeiras compras de bolsas efetuadas, ou seja, as primeiras unidades que entraram são as 
primeiras a serem vendidas. Para um maior entendimento do método de avaliação de estoques PEPS, segue um 
exemplo: 
- 6 - 
Pense em uma empresa de estamparia, que adquire camisetas brancas para transformação e 
comercialização. Verificou-se a ocorrência dos fatos descriminados abaixo no mês de março: 
•em 21/03/20XX houve a compra de 100 camisetas a preço unitário de R$ 10,00; 
•em 23/03/20XX houve a compra de 200 camisetas a preço unitário de R$ 12,00; 
• em 31/03/20XX foi realizado o inventário físico, onde se apurou um estoque total de 
camisetas brancas estocas de 220 unidades. 
Pensando que foi utilizado o método PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) tem-se a 
seguinte situação: 
•20 camisetas X R$ 10,00 = R$ 200,00 (21/03/20XX); 
•200 camisetas X R$ 12,00 = R$ 2.400,00 (23/03/20XX). 
Então, após realizar a avaliação do estoque pelo método PEPS, o saldo final de estoque de 
camisetas apurado em 31/03/20XX é de R$ 2.600,00 
EXEMPLO 
 
Assim, é possível perceber que, mesmo não sendo visto com bons olhos pelos contadores, em virtude de seu 
resultado apurado ser elevado se comparado aos demais métodos de avaliação, o método PEPS facilita a vida do 
empresariado, principalmente aqueles que se dedicam ao ramo alimentício. 
 
 
 
Fechamento 
Nesta aula, você aprendeu a calcular o custo da mercadoria vendida e o lucro apurado no período através do 
método de avaliação de estoques PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), também entendeu como ocorre a 
escrituração do método PEPS através das fichas de controle. Compreendeu, ainda que, apesar do sistema de 
avaliação de estoques PEPS não ser visto com bons olhos pelos contadores, este é o método aceito pelo Fisco, 
justamente por proporcionar uma maior arrecadação aos órgãos fiscalizadores. 
 
 
 
Referências 
BRASIL. Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 
/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9580.htm#art305. Acesso em: 02 jul. 2019. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
IUDÍCIBUS, S. A; MARION, J. C. Contabilidade comercial. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
- 1 - 
UEPS 
Priscila Duarte Salvador 
 
 
 
 
Introdução 
Neste tema, iremos falar sobre o método de avaliação de estoques UEPS (último que entra, primeiro que sai), 
cujo cálculo de custo parte dos últimos produtos que foram estocados. A correta avaliação dos estoques é 
importante, pois facilita a formação do preço de venda dos produtos, além de ser uma ótima ferramenta de 
controle, prevenindo perdas e desperdícios de mercadorias. 
A partir desse estudo, será possível avaliar qual é o melhor método de avaliação de estoques, bem como 
entender a visão dos contadores e do Fisco a esse respeito. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• Compreender como é realizado o levantamento dos custos das mercadorias pelo método UEPS (último 
que entra, primeiro que sai).  
 
 
 
UEPS (último que entra, primeiro que sai) 
O método de avaliação UEPS representa as iniciais da frase “último que entra, primeiro que sai” e, como o 
próprio nome sugere, consistem em retirar do estoque as mercadorias que foram adquiridas por último, ou seja, 
as mercadorias mais recentes são as que serão baixadas do estoque inicialmente. 
Segundo Iudícibus e Marion (2010), o Custo da Mercadoria Vendida, de acordo com o método UEPS (ultimo que 
entra, primeiro que sai), é obtido a partir da ideia de que as últimas unidades que entraram devem ser as 
primeiras a serem vendidas. Sendo assim, o estoque final é avaliado pelo custo das mercadorias mais antigas; já 
o custos das mercadorias vendidas é avaliado pelo valor do que foi comprado mais recentemente. 
 
UEPS: Aspectos Gerais 
Para realizar a apuração do custo da mercadoria vendida, por meio do método de avaliação de estoques UEPS, 
deve-se dar baixa nas últimas mercadorias que entraram no estoque, ou seja, a última mercadoria a entrar é a 
primeira mercadoria a sair do estoque. Consequentemente, aquelas mercadorias que deram entrada primeiro 
permanecerão estocadas e farão parte do saldo final do período analisado. 
- 2 - 
O método UEPS é bastante utilizado por empresas de que trabalham com o sistema de 
departamentos, ou seja, naquelas empresas que ocorrem processos produtivos, pois este 
método se integra melhor às estimativas de lucratividade dos produtos. Neste sentido, a 
formação do valor de venda torna-se mais rápida e eficiente. Já em algumas empresas essa 
técnica não é recomendável, principalmente nas empresas em que ocorre a comercialização 
produtos perecível, devido a sua validade, uma vez que os produtos que deram entrada 
primeiro no estoque serão os últimos a saírem e poderão estar estragados ou vencidos em 
virtude do tempo de permanência. 
 
Figura 1 - Avaliação de Estoques 
Fonte: Jirapong Manustrong,iStock, 2018 
 
Diferentemente do método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), o resultado da empresa será 
contabilizado menor do que realmente é, pois através da utilização do método de avaliação de estoques UEPS, 
que utiliza o valor da última mercadoria adquirida como critério de baixa no estoque, o correto custo de 
aquisição das mercadorias não será de fato refletido e, consequentemente, o custo da mercadoria vendida será 
elevado. 
Por esse motivo, o Fisco não permite que o sistema UEPS seja utilizado pelas empresas brasileiras. Segundo 
Iudícibus e Marion (2010), por apresentar um resultado relativamente menor de lucros, esse método não é 
permitido pelo Fisco brasileiro, visto que diminui o valor de arrecadação das empresas. Em contrapartida, trata- 
se de um método de custeio com estimativas mais próximas da realidade por considerar o custo do produto 
estocado por último, ou seja, o produto mais recente, com valores atuais. O problema deste método está na 
redução do valor tributável depois do exercício, pois como o seu custo está atualizado e elevado o lucro na 
operação diminui. 
 
 
 
FIQUE ATENTO 
- 3 - 
No Brasil, o método de Avaliação de Estoques UEPS (ultimo que entra, primeiro que sai), em 
virtude do seu baixo resultado e, consequentemente, baixa arrecadação junto aos órgãos 
fiscalizadores, acaba não sendo utilizado e nem aceito para fins fiscais. Por este motivo o 
método UEPS é bastante utilizado como ferramenta para o controle gerencial dentro das 
empresas. Para um maior entendimento sobre controle gerencial, gestão de estoques e 
materiais sugere-se a leitura do livro de Dias (2015), intitulado "A Administração de Materiais: 
Uma Abordagem Logística". 
 
Figura 2 - Precificação de Mercadorias 
Fonte: Solomiya Trylovska, Shutterstock, 2019 
 
O método de avaliação de estoques UEPS, assim como o PEPS, também possui um termo conhecido em inglês, 
chamado LIFO, que representa as iniciais da frase “Last In, First Out” (último a sair, primeiro a entrar), sendo um 
termo utilizado por muitos autores, contadores e empresários para representar o método de custeio UEPS 
(GOMES et. al, 2011). 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
 
 
UEPS: Como calcular 
O cálculo do custo da mercadoria vendida pelo método de avaliação de estoques UEPS (ultimo que entra, 
primeiro que sai) tem como princípio a baixa dos últimos itens que chegaram ao estoque. Ou seja, no cálculo 
UEPS é considerado as mercadorias mais recentes estocadas. Em outras palavras, o valor total dos produtos é 
apurado a partir do valor de aquisição da mercadoria que deu entrada no estoque por último. 
- 4 - 
Normalmente, esse valor é maior se comparado as mercadorias estocadas a mais tempo, em virtude de sua 
aquisição ser recente e seu custo ser o do mercado atual, fazendo com que no final do processo, o custo das 
mercadorias estocadas aumente , já que o método UEPS causando uma supervalorização do preço do produto 
estocado. 
Com base neste conceito, agora, iremos calcular o custo da mercadoria vendida pelo método UEPS utilizando 
como exemplo os dados de uma empresa de comercialização de bolsas, que no mês de maio/20XX, realizou as 
seguintes movimentações de mercadorias em seu estoque: 
• Em 02/05/20XX houve a compra de 20 unidades de bolsas por R$ 50,00 cada; 
• Em 04/05/20XX houve a venda de 8 unidades bolsas pelo preço de R$ 70,00 cada; 
• Em 11/05/20XX houve a venda de mais 10 unidades de bolsas por R$ 80,00 cada; 
• Em 17/05/20XX houve a compra de 10 unidades de bolsas por R$ 60,00 cada unidade; 
• Em 22/05/20XX houve a venda de 20 unidades de bolsas por R$ 80,00 cada. 
Com base nos fatos demonstrados acima, é possível fazer o controle de estoque, utilizando o inventário 
permanente pelo método de custeio UEPS, conforme apresentado na ficha de estoque abaixo: 
 
 
 
Figura 3 - Método UEPS 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 
 
Conforme apresentado na ficha de estoque, as bolsas que foram adquiridas recentemente, ou seja, que deram 
entrada por último no estoque foram as primeiras a serem baixadas. Após os lançamentos das operações 
realizadas, é possível chegar ao total de estoque final, que neste caso é de R$ 480,00, conforme demonstrado nas 
fichas de avaliação de estoque acima, em que foram realizadas as vendas das mercadorias que estavam há menos 
tempo no estoque, conforme consta na coluna “saldo”., Assim, é possível chegar ao custo da mercadoria vendida 
no período, conforme segue: 
Custo da Mercadoria Vendida = Estoque inicial + Compras – Estoque Final 
CMV = R$ 800,00 + R$ 1.100,00 – R$ 480,00 
CMV = R$ 1.420,00 
- 5 - 
Cabe salientar que a fórmula do custo de mercadoria vendida (CMV) é a soma do saldo inicial 
da conta estoque mais as compras realizadas no período analisado, menos o estoque final, que, 
por sua vez, é apurado pelo sistema de inventário periódico ou permanente. 
Em uma determinada empresa verificou-se a ocorrência dos fatos descriminados abaixo no 
mês de agosto: 
• Em 03/08/20XX houve a compra de 200 peças a preço unitário de R$ 9,00; 
• Em 13/08/20XX houve a compra de 300 peças a preço unitário de R$ 11,00; 
• Em 21/08/20XX foi realizado o inventário físico, onde se apurou um estoque 
total de 340 unidades de peças estocadas. 
 
Figura 4 - Custo do Estoque 
Fonte: zhu difeng, Shutterstock, 2019 
 
 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
Portanto, após a realização do cálculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV), é possível calcularmos o lucro do 
período, mas para isso precisamos apurar o valor da venda líquida dessas bolsas. Após a mensuração do valor de 
venda e sabendo o valor do CMV, que é R$ 1.420,00, fica fácil chegarmos ao lucro do período, conforme segue: 
8 bolsas x R$ 70,00 = R$ 560,00 / 10 bolsas x R$ 80,00 = R$ 800,00 / 20 bolsas x R$ 80,00 = R$ 1.600,00 
Venda Líquida = R$ 560,00 + R$ 800,00 + R$ 1.600,00 
Venda Líquida = R$ 2.960,00 (receita de venda de bolsas) 
Resultado/Lucro do período = Vendas Líquidas – Custo da Mercadoria Vendida (CMV) 
Resultado/Lucro do período = R$ 2.960,00 – R$ 1.420,00 
Resultado/Lucro do Período = R$ 1.540,00 
Portanto, se compararmos o resultado apurado com o do método PEPS, verificamos um lucro menor. 
 
 
 
EXEMPLO 
- 6 - 
 
 
 
 
 
 
 
Fechamento 
Neste tema, aprendemos a calcular o custo da mercadoria vendida e o lucro apurado no período através do 
método de avaliação de estoques UEPS (último que entra, primeiro que sai). Também aprendemos como ocorre 
a escrituração através da utilização de fichas de controle desse método. 
Vimos ainda que, apesar do sistema de avaliação de estoques UEPS não ser aceito pelo Fisco, é bastante utilizado 
pelas empresas de departamentalização, ou seja, de produção. 
Também conseguimos ver a diferença entre o método de avaliação de estoques PEPS (primeiro que entra, 
primeiro que sai) e o método UEPS (último que entra, primeiro que sai). 
 
 
 
Referências 
DIAS, M. A. P. – Administração de Materiais: Uma Abordagem Logística. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
GOMES, J.; SANTOS, J.; SCHMIDT, P. Contabilidade intermediária: atualizada pela Lei n° 11.941/09 e pelas 
normas do CPC. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
IUDÍCIBUS, S. A; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 9 .ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
Pensando que foi utilizado o método UEPS (último que entra, primeiro que sai), temos a 
seguinte situação: 
• 300 camisetas X R$ 11,00 = R$ 3.300,00 (13/08/20XX); 
• 40 camisetas X R$ 9,00 = R$ 360,00 (03/08/20XX). 
Então, após realizarmos a avaliação do estoque pelo método UEPS (último que entra, primeiro 
que sai), o saldo final de estoque de camisetas apurado em 31/08/20XX é de R$ 3.340,00. 
- 1 - 
Custo médio fixo e móvel 
Priscila Duarte Salvador 
 
 
Introdução 
Sabemos que é importante que as empresas tenham seus estoques inventariados e mesurados adequadamente, 
para que haja um maior controle do negócio e, principalmente, para se chegar ao valor ideal de preço de venda 
de mercadorias estocadas.Iremos estudar agora o método de avaliação de estoques Custo Médio ou Custo Médio Ponderado, que pode ser 
dividido em Custo Médio Fixo e Custo Médio Móvel. 
Afinal, o que é considerado Custo Médio? E custo Médio Fixo e Móvel? Quais suas diferenças? Como calculá-lo? 
Essas são algumas das perguntas que iremos responder ao logo desta unidade. Iremos aprender o conceito, 
aplicabilidade e como é calculado o método de avaliação pelo Custo Médio. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• Compreender como é realizado o levantamento dos custos das mercadorias com base no custo médio 
fixo e móvel.  
 
 
 
Custo médio fixo e móvel 
O método de avaliação de estoques Custo Médio possui um conceito simples: as mercadorias são avaliadas pela 
média do custo de aquisição, sendo atualizado sempre quando houver a compra de uma nova mercadoria. 
 
Custo Médio: Aspectos Gerais 
O método de avaliação de estoques Custo Médio permite a mensuração dos estoques pelo preço médio 
ponderado, ou seja, a cada item adquirido com preço diferente do constante no estoque, o custo médio existente 
sofre alteração no valor do seu custo, evitando os extremos que ocorrem ao se avaliar o estoque pelo método de 
custeio PEPS ou pelo método de custeio UEPS (IUDÍCIBUS; MARION, 2010). 
Através deste método, os estoques são avaliados pelo custo de aquisição de mercadorias, sendo apurado a cada 
entrada de mercadorias, ponderado pelas quantidades compradas e pelas que já estavam estocadas. Neste 
sentido, todas as entradas de mercadorias afetam o valor do estoque existente e, consequentemente, o valor 
médio de cada mercadoria estocada. Assim, é importante que os gestores saibam gerenciar os seus custos e que 
utilizem métodos de custeio adequados a sua atividade, para que consigam mensurá-los adequadamente. 
- 2 - 
 
Figura 1 - Gerenciamento de Custos 
Fonte: S_L, Shutterstock, 2019 
 
O método de custeio Custo Médio. ou método do Custo Médio Ponderado, como é chamado por alguns autores, 
pode ser dividido em Fixo e Móvel, como podemos ver abaixo: 
• Método Custo Médio Fixo ou Média Ponderada Fixa: é o método de avaliação de estoques onde soma- 
se a quantidade de mercadorias compradas em determinado período e divide-se pelo valor de aquisição 
das mesmas, encontrando na operação realizada o custo médio do período. 
Este método é popularmente utilizado por empresas que utilizam o sistema de inventário periódico na sua 
contagem, devido sua apuração ocorrer no final de um determinado período, ou seja, sua avaliação não é 
constante, ocorrendo em períodos mais longos se comparado com os demais métodos. 
• Método de Custo Móvel ou Média Ponderada Móvel: este método é chamado de média ponderada, 
pois a cada item adquirido com valor diferente do constante no estoque, o custo médio das mercadorias 
estocadas é alterado, ocorrendo atualizações constantes no valor do custo das mercadorias estocadas. E a 
cada nova operação, o custo é atribuído de acordo com o custo médio da data de ocorrência. A ficha de 
controle de estoques assume um papel importante no controle dos estoques, pois é nela que estão os 
dados necessários para o cálculo do custo médio, como quantidade de unidades e custo total do estoque 
existente em determinada data. 
Neste sentido, o método de custo Médio Móvel, diferentemente do método de Custo Médio Fixo, é indicado para 
empresas que utilizam o sistema de inventário permanente, pois necessita de um controle mais eficaz e 
constante de seus estoques. 
- 3 - 
FIQUE ATENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Custos 
Fonte: Georgejmclittle, Shutterstock, 2019 
 
 
É importante lembrar que esses são métodos escriturais e que no Brasil a legislação Fiscal não permite a 
utilização do método UEPS (último que entra, primeiro que sai), favorecendo a utilização dos métodos PEPS 
(primeiro que entra, primeiro que sai) e do Custo Médio. De acordo com GOMES et. al. (2011), atualmente o 
método do Custo Médio é o mais utilizado no Brasil, sendo que um dos motivos para que isso ocorra é que não há 
necessidade de controle de custos por lotes, uma vez que a avaliação se dá pela apuração em cada entrada e 
saída. 
Independentemente da obrigação fiscal, em época de taxas elevadas de inflação e altos custos de financiamentos 
de estoques, deve-se utilizar, para fins gerenciais, o valor de mercado. 
É importante reforçarmos a diferença entre o método de custeio Custo Médio Fixo e Custo 
Médio Móvel: o primeiro se utiliza do sistema de inventário periódico, pois sua operação 
ocorre ao final do período analisado. Já o segundo método se utiliza do sistema de inventário 
permanente, por necessitar de um controle permanente e atualizado de suas mercadorias para 
a realização do cálculo do custo. 
- 4 - 
É possível saber mais sobre economia, inflação, custos, precificação, etc., através da leitura do 
livro “Inflação e Crises - o Papel da Moeda”, de Pastore (2014), que trata sobre inflação e os 
reflexos da crise na economia brasileira. A leitura deste livro é indicada para que se possa ter 
um maior entendimento sobre a temática inflação e sobre seus reflexos na gestão e avaliação 
de custos e na formação do preço de venda das mercadorias estocadas. 
Na empresa Silva e Correa Peças Ltda, houve os seguintes fatos em 04/20XX: 
Aquisição em 02/04/20XX de 1.000 unidades de peças a custo total de R$ 12.000,00; 
Aquisição em 23/04/20XX de 2.000 unidades de peças a custo total de R$ 26.000,00. 
Sabendo que a empresa não possuía estoque inicial de peças, qual será o Custo Médio de peças 
estocadas disponíveis para venda em 31/04/20XX? 
Total de peças: 1.000 + 2.000 = 3.000 peças 
Total do Custo: R$ 12.000,00 + R$ 26.000,00 = R$ 38.000,00 
Custo Médio = R$38.000,00 / 3.000 peças 
Custo Médio = R$ 12,66 
Ou seja, o Custo Médio de Mercadorias estocadas é em 31/04/20XX é de R$ 12,66 por peça. 
SAIBA MAIS 
 
 
 
Custo Médio: Como calcular 
O cálculo do Custo Médio ocorre através da soma do custo total de aquisição ou produção de mercadorias 
dividida pela quantidade de mercadorias estocadas ou fabricadas. Partindo deste princípio, em uma determinada 
indústria que fabrica o produto X, ocorreu duas etapas em sua produção: primeiramente, foram produzidos 200 
itens pelo custo de R$ 1.000,00; num segundo momento, houve um gasto, ou seja, um custo de R$ 2.500,00 para 
a produção de mais 400 itens. 
Pensando no Custo Médio, como calculamos o custo desta mercadoria? 
É simples: primeiro somamos o custo de fabricação (R$ 1.000,00 + R$ 2.500,00) e, da mesma forma, somamos a 
quantidade de mercadorias produzidas (200 + 400). Depois disso, divide-se o custo de fabricação de 
mercadorias pela quantidade de mercadorias produzidas (R$ 3.500,00 / 600), chegando-se ao custo médio de R$ 
5,83. 
 
 
EXEMPLO 
- 5 - 
O cálculo do Custo Médio Fixo, por ser realizado ao final de períodos maiores, ou seja, por não 
possuir uma constância sua realização e aplicação, acaba utilizando-se do sistema de 
inventário periódico em sua contagem de estoque, pois não há necessidade de grandes 
controles, como ocorre no sistema de inventário permanente. 
Como já vimos anteriormente, o cálculo do Custo Médio pode ser feito de duas formas: pelo Custo Médio Fixo ou 
pelo Custo Médio Móvel, portanto iremos entender um pouco mais das diferenças entre esses dois cálculos. 
 
Custo Médio Fixo 
O cálculo de avaliação de estoques pelo método do Custo Médio Fixo é realizado a partir da média dos custos das 
mercadorias estocadas, ou seja, é soma dos custos das mercadorias disponíveis para venda em um determinado 
período dividido pela sua quantidade, sendo realizado ao final de um período. Neste sentido podemos dizer que 
quanto maior o custo de aquisição novos itens, menor será seu resultado. Para se chegar ao resultado (lucro ou 
prejuízo do período ou exercício), é preciso dividir o custo total dos itens estocados, disponíveispara venda pela 
quantidade total de itens estocados (IUDÍCIBUS; MARION, 2010). 
 
 
 
 
Figura 3 - Custos Fixos 
Fonte: New good ideas, Shutterstock, 2019 
 
 
 
 
 
FIQUE ATENTO 
- 6 - 
Custo Médio Móvel 
O cálculo de avaliação de estoques Custo Médio Móvel, é um método bastante utilizado e aceito pelo fisco, 
mesmo sendo considerado um recurso que demanda muito trabalho, pelos gestores de empresas e controles de 
estoques, em virtude de sua avaliação demandar a utilização de softwares, maior conhecimento por parte dos 
gestores e consequentemente mão de obra especializada. Em resumo, devido o seu alto controle, este é o método 
que melhor reflete os dados das mercadorias estocadas e seu custo em determinado período. 
 
 
 
Figura 4 - Controle de Custos 
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2019, traduzido 
 
 
Quando se utiliza esse método de custos, verifica-se que o valor unitário de mercadorias estocadas se altera com 
a aquisição de novas mercadorias, devido ao fato de seu preço de aquisição ser diferente, o que significa que o 
valor do custo aumenta com a aquisição de novas mercadorias. 
 
 
 
Fechamento 
Nesta unidade temática aprendemos sobre o método de avaliação de estoques Custo Médio ou Custo Médio 
Ponderado, como é bastante conhecido. Entendemos sua sistemática e como é realizado o seu cálculo. 
Aprendemos, ainda, que o Custo Médio pode ser calculado de duas formas: pelo Custo Médio Fixo ou pelo Custo 
Médio Móvel. Também conseguimos entender a aplicabilidade dos sistemas de inventário no cálculo do método 
do Custo Médio Fixo e Móvel e, consequentemente, sua importância na avaliação de estoques. 
- 7 - 
Referências 
GOMES, J.; SANTOS, J.; SCHMIDT, P. Contabilidade intermediária: atualizada pela Lei n° 11.941/09 e pelas 
normas do CPC. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
IUDÍCIBUS, S. A; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PASTORE, A. C. Inflação e crises – o papel da moeda. Brasil: Elsevier, 2014. 
- 1 - 
Outras formas de avaliação de 
estoques 
Priscila Duarte Salvador 
 
 
Introdução 
Com o passar dos anos, as empresas foram se modernizando e, consequentemente, surgiram novas ferramentas 
e controles, principalmente no que diz respeito à avaliação de estoques e mensuração de custos, bem como na 
formação do preço de venda dos produtos. Essa modernização, sobretudo no meio industrial, fez com que novos 
métodos de avaliação de estoques surgissem. Dentre eles, destacam-se os métodos: Just in Time, Curva ABC e 
Preço Específico. 
Tendo como base a modernização dos processos produtivos e o aperfeiçoamento das técnicas de avaliação e 
mensuração de estoques, as empresas buscam novas formas de concorrer com a alta competitividade do 
mercado. Nesta busca, se encaixam os métodos de avaliação de estoques, cada vez mais utilizados na diminuição 
de custos e aumento da lucratividade nas empresas. Com base no exposto, nesta unidade temática, iremos 
estudar três novas formas de avaliação de estoques, seus conceitos e sua aplicabilidade dentro das empresas e 
dos processos produtivos. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• Compreender como é realizado o levantamento dos custos das mercadorias com base em outros 
métodos de avaliação.  
 
 
 
Outras formas de avaliação de estoques 
Segundo Pozo (2010), cabe ao setor de gestão de materiais ou estoques controlar a disponibilidade e a 
necessidade de novas aquisições do setor produtivo. Para o autor, o principal objetivo do controle de estoques é 
não deixar faltar suprimentos para a produção e, ao mesmo tempo, não deixar produtos permanecerem por 
muito tempo nas prateleiras, ou seja, não gerar estoques desnecessários. Com base nisso, iremos estudar novas 
formas de avaliação e mensuração de estoques, com foco na identificação e correta utilização das mercadorias 
estocadas. Dentre essas novas formas, iremos analisar os seguintes métodos de avaliação: Just in Time, Curva 
ABC e Preço Específico. 
 
Just in time 
Just in time ou JIT é uma sigla em inglês que significa “na hora certa/no momento certo”, também conhecido por 
STP Japonês. O método Just in Time teve sua primeira aplicação em empresas de fabricação japonesas. Foi 
desenvolvido e aperfeiçoado dentro das fábricas da Toyota por Taiichi Ohno, funcionário da empresa, como 
forma de atender às demandas dos consumidores, com atrasos mínimos. Taiichi Ohno é frequentemente 
- 2 - 
Para entender melhor o método Just in time, sua origem e história, sugiro a leitura do livro 
“Gestão de Operações” de Roberta Russell e Bernard Taylor. Neste livro, os autores descrevem 
como ocorreu a evolução do Just in Time, envolto por testes e erros durante mais de quinze 
anos, até chegar ao método que conhecemos hoje. 
chamado de pai do Just in Time. Esse método de avaliação tem por objetivo produzir a quantidade demandada, 
sem exageros e de forma rápida, transportando cada item estocado para o lugar certo na hora desejada. 
A filosofia JIT é simples, mas eficaz. Seu objetivo é eliminar o desperdício por meio da redução de estoques, 
removendo atividades que não agregam valor à empresa, organizando os recursos, os fluxos de informação e 
definindo as regras necessárias a uma produção eficiente. 
Assim, podemos dizer que o Just in Time consiste na criação de um plano de fabricação, em que serão 
mensuradas todas as quantidades e itens necessários para a produção de um determinado produto. Através 
desse plano, são comprados ou retirados do estoque somente os itens necessários para a produção, conforme 
planejado. Com isso, evitam-se desperdícios e perdas, ou seja, utiliza-se somente o necessário e, 
consequentemente, ocorre aumento de produtividade. 
 
 
 
 
Figura 1 - Produtividade 
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2019 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
O método Just in Time foi desenvolvido com o objetivo de reduzir os custos nos processos produtivos, por isso o 
nível de produtos estocados é mantido com uma quantidade suficiente para atender as demandas do mercado. 
Esse método exige um acompanhamento permanente por parte dos gestores, para evitar que a empresa perca 
oportunidades de negócios por não ter a quantidade necessária de produtos disponível em seu estoque para a 
comercialização ou fabricação. 
- 3 - 
Nesse sentido, é importante que o empresário tenha boa relação com seus fornecedores, para se necessário, em 
caso de eventualidade, estes possam atender a empresa com a agilidade, evitando assim possíveis prejuízos 
(DIAS, 2015). 
 
 
 
Curva ABC 
Este método é baseado no princípio de Pareto, o qual nos diz que 20% dos produtos estocados representam 80% 
do resultado das mercadorias estocadas. A partir deste conceito, podemos dizer que o método de avaliação 
Curva ABC tem por objetivo a classificação de informações, separando-se as mercadorias de maior importância, 
que geralmente possuem menor número de itens estocados. É importante buscar a correta classificação e 
identificação dos materiais, pois a produtividade está diretamente ligada a 20% desses itens. 
O método curva ABC serve, também, para analisar o comportamento dos clientes, isto é, em que tipo de cliente a 
empresa deve investir. Ou seja, consiste em classificar os clientes por ordem decrescente, conforme seu graus de 
importância dentro da empresa, de modo a se poder segmentar por dependência, risco ou ainda por outro 
critério que o gestor julgue necessário. 
 
 
 
Figura 2 - Riscos 
Fonte: Yabresse, Shutterstock, 2019 
 
 
O método curva ABC é muito utilizado na gestão de estoques e na formação do preço de venda, para o 
estabelecimento de prioridades, para a programação de produção, etc. (VIANA, 2010) Os empresários e gestores 
de estoques utilizam o método curva ABC para controlar a aquisição de novas mercadorias. 
- 4 - 
Com base no exposto acima e de acordo com Viana (2010), podemos classificar, por exemplo, 
os produtos em categorias ou tipos, conforme segue:• Categoria A: são aqueles produtos que possuem uma rotatividade média, mas 
geram elevada lucratividade e faturamento, sendo necessário possuir uma certa 
quantidade desses produtos no estoque; 
• Categoria B: são aqueles produtos que correspondem à maior parte do estoque, 
pois possuem uma alta rotatividade, contribuindo para o aumento do 
De acordo com Viana (2010), a atividade de recebimento ou entrada de produtos no estoque é de extrema 
relevância para a gestão, pois se bem feita, pode proporcionar entradas que reflitam a quantidade de 
mercadorias e materiais definidos pela empresa, na época certa, pelo preço negociado e com qualidade. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Regra 80/20 
Fonte: Jojje, Shutterstock, 2019 
 
O método de avaliação de estoques Curva ABC tem como base a análise de três aspectos fundamentais para 
medir o grau de importância dos itens de seu estoque, são eles: a rotatividade, o faturamento e a lucratividade. 
 
 
EXEMPLO 
O método curva ABC ou curva da experiência ABC, também conhecido como análise de Pareto 
ou regra 80/20, por ser um método que consiste na classificação e categorização dos produtos 
e mercadorias estocadas, tem o objetivo de identificar quais são os produtos mais importantes 
estocados de uma empresa, que representam os 20%. 
- 5 - 
Como podemos ver, o método de avaliação de estoques Curva ABC é muito eficiente na gestão 
dos estoques, pois auxilia no processo de gestão e controle de novas aquisições de mercadorias, 
sendo possível mensurar a real necessidade dessas aquisições de mercadorias, evitando a 
ocorrência de desperdício e perdas. 
 
 
 
 
 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
 
 
Preço específico 
O método de avaliação de estoque Preço Específico consiste em atribuir a cada mercadoria estocada o preço 
efetivamente pago por ela, ou seja, o valor exato de sua aquisição. Esse método é bastante utilizado na avaliação 
de itens do imobilizado, por serem de grande porte, visto que a aplicação deste método só é possível quando se 
trata de mercadorias de fácil identificação e mensuração. 
 
 
 
Figura 4 - Preço Específico 
faturamento, mas sem alcançar lucros tão elevados quanto os obtidos na 
categoria A; e 
• Categoria C: são aqueles produtos que possuem baixa rotatividade e 
representam um pequeno percentual do faturamento mensal, alcançando lucros 
restritos. Estes produtos devem ser mantidos em poucas unidades no estoque, 
apenas para garantir o atendimento de eventuais demandas. 
- 6 - 
Fonte: rtbilder, Shutterstock, 2019 
 
 
De acordo com Schier (2011), podemos dizer que o método de avaliação Preço Específico é o método mais 
simples entre os métodos que já estudamos neste capitulo. Porém, para que sua aplicação seja eficaz, é preciso 
que o empresário e o gestor de estoques tenham condições de definir o preço exato de cada um dos produtos 
estocados dentro de sua empresa. 
Dessa forma, é o preço específico de cada mercadoria que orienta o processo de baixa das mercadorias estocadas 
a cada venda realizada, sendo que o valor total final do estoque é representado pela soma dos custos específicos 
das mercadorias que compõe o estoque. 
 
 
 
Fechamento 
Nesta unidade temática, aprendemos sobre os métodos de avaliação de estoques Just in Time, Curva ABC e Preço 
Específico, sua sistemática e aplicabilidade dentro das empresas. 
Com base em nossos estudos, ficou clara a importância do empresário e do seu gestor de estoques possuírem 
conhecimento sobre sua atividade e seu tipo de empresa, bem como os diferentes métodos de avaliação de 
estoques existentes e sua aplicabilidade dos processos produtivos. Assim, é possível que o gestor escolha de 
forma assertiva o método mais adequado à realidade da sua empresa, evitando desperdícios e perdas 
desnecessárias em seu estoque. 
 
 
 
Referências 
DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: Uma Abordagem Logística. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: uma abordagem logística. 6 ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2010. 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. 2 ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 
- 1 - 
A Administração é uma ciência que anda de mãos dadas com a Contabilidade e, por esta razão, 
muitos dos conhecimentos estudados têm suas origens nela, como é o caso da 
Departamentalização, iniciado por Henri Fayol. 
Departamentalização: teoria de 
origem 
Graziana Olinda da Silva Matos 
 
 
Introdução 
Imagine que você é o contador de uma empresa que fabrica produtos de limpeza e possui diversos setores 
desempenhando atividades distintas. Você é responsável pela mensuração dos custos incorridos no processo de 
produção e sabe que muitos desses custos são indiretos, como os administrativos, por exemplo. Dentro desse 
contexto, você é provocado a dar uma alternativa para alocação desses custos aos produtos. O que você poderia 
sugerir como forma de minimizar as distorções causadas pelo rateio dos custos indiretos? 
A Departamentalização é uma alternativa eficaz para solucionar o problema sugerido acima, pois ela agrupa 
atividades ou funções semelhantes em centros de custos. Esse agrupamento é homogêneo e permite a 
simplificação da gestão de custos. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• Entender a criação e o desenvolvimento da departamentalização. 
 
 
 
Departamentalização: Origem 
A Departamentalização tem sua origem na Administração, inicialmente, através do francês Henri Fayol com sua 
Teoria Clássica, que defendia a Estrutura Organizacional como forma de tornar os segmentos de uma empresa 
mais eficientes e melhorar suas relações. De fato, dividir as atividades de uma empresa em departamentos, 
facilita muito a gestão como um todo. E, mais especificamente na Contabilidade, a departamentalização traz a 
possibilidade de se gerenciar os custos de forma mais eficiente, visto que é possível se agrupar atividades 
homogêneas em um mesmo departamento, e alocar seus custos em um centro, pois normalmente existe um 
responsável por isso em cada setor. 
 
 
 
FIQUE ATENTO 
- 2 - 
A departamentalização é uma característica peculiar de grandes organizações e grandes empresas industriais 
que necessitam tornar o processo produtivo mais eficiente, na tentativa de diminuir as complexidades 
naturalmente existentes em suas estruturas organizacionais. 
 
 
 
Figura 1 - O funcionamento da Departamentalização 
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2019 
 
Conforme ressalta Santos (2018), a grande virtude da Departamentalização nos custos está no controle que ela 
possibilita, quando ligamos cada departamento à responsabilidade de uma pessoa ou grupo de pessoas (chefia), 
e apuramos não só custos por produto, mas também custos por departamento, medindo, dessa forma, a 
eficiência de cada centro de custos, e, principalmente, a influência em cada um de eventuais medidas tomadas. 
 
O que é um Departamento 
Conforme preceitua Martins (2003), o departamento pode ser definido como uma unidade mínima 
administrativa em uma organização. Esta unidade, normalmente, é representada por pessoas e máquinas que 
desenvolvem atividades homogêneas. Porém, mesmo não sendo muito comum, pode acontecer de um 
departamento ter apenas pessoas, como também, apenas máquinas desenvolvendo as atividades. Sempre deve 
haver um responsável pelo departamento, ou um grupo de responsáveis. 
Os departamentos podem ser divididos em dois grandes grupos a depender da relação física e dos produtos 
fabricados: de serviços e de produção. 
· Departamento de serviços 
- 3 - 
Funcionam como auxiliares dos demais departamentos, são chamados inclusive de “improdutivos”. 
Normalmente, os custos incorridos nesse tipo de departamento não são alocados diretamente aos produtos, pois 
estes não passam fisicamente por eles. São transferidos para os departamentosque eles auxiliam, para então 
serem alocados à produção, mediante critérios de rateio. 
 
 
 
Figura 2 - Departamento de serviços: escritório da contabilidade 
Fonte: Monkey Business Images, Shutterstock, 2019 
 
Os departamentos de serviços acabam por facilitar e ajudar no trabalho dos demais setores. São basicamente 
aqueles que executam serviços auxiliares para as demais áreas. 
· Departamento de produção 
Os departamentos de produção (também conhecidos como principais ou operacionais) normalmente trabalham 
com a matéria prima e, por isso, são conhecidos como “produtivos”, pois a produção passa fisicamente por eles. É 
o tipo de departamento que faz a modificação da matéria prima para transformá-la no produto final, para 
oferecê-lo ao consumidor. Por este motivo, os custos incorridos neste tipo de departamento são alocados 
diretamente à produção. Inclusive os custos que foram transferidos dos departamentos de serviços. 
- 4 - 
Uma indústria de produtos de limpeza possui CIF total de $5.000,00, da seguinte forma: 
Departamento de serviços A 
$1.000,00 
Departamento de produção X 
$2.500,00 
Departamento de produção Y 
$1.500,00 
 
Figura 3 - Departamento de produção em uma fábrica de roupas 
Fonte: Sapsiwai, Shutterstock, 2019 
 
Os departamentos de produção, em outras palavras, atuam diretamente na atividade fim da organização 
industrial, por exemplo, o departamento de bordados de uma fábrica de roupas. 
 
Etapas da Departamentalização dos custos indiretos 
De acordo com Lorentz (2015), a departamentalização dos custos indiretos de produção ocorre de acordo com 
as seguintes etapas: 
a) Primeiro é realizada uma alocação primária que consiste em realizar o levantamento dos custos indiretos e 
fazer a designação deles a todos os departamentos. 
b) Em seguida é realizada a transferência, dos valores existentes nos departamentos de serviços para os 
departamentos de produção, ou similares, a depender do tipo de departamentalização adotado pela empresa. 
c) Por fim, realiza-se a chamada alocação secundária a qual distribui por meio de critérios de rateio, os custos 
indiretos de fabricação (CIF) dos departamentos de produção aos produtos ou serviços, de acordo com o uso que 
estes façam daqueles departamentos. 
Essas etapas podem ser melhor visualizadas através do exemplo que veremos a seguir. 
 
 
 
EXEMPLO 
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Um departamento é uma unidade mínima administrativa onde se desenvolvem atividades 
homogêneas, representado, na maioria dos casos, por homens e máquinas, conforme descreve 
Martins (2003). Essa unidade mínima, normalmente, tem um responsável por ela ensejando 
um melhor controle da organização. 
 
 
 
 
Através deste exemplo, foi possível entender como funciona a alocação dos custos indiretos através da 
departamentalização. Também entendemos como funcionamos tipos de departamentos em uma indústria, e de 
que maneira os custos são transferidos dos departamentos de serviços aos departamentos de produção, para 
posteriormente serem alocados aos produtos. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
É importante frisar como Martins (2003) detalha os custos indiretos: esse tipo de custo, só pode ser apropriado 
de forma indireta aos produtos, isto é, mediante o uso de estimativas ou critérios de rateio. Entretanto, todas as 
formas de alocação dos custos contêm, um certo individualismo acarretando arbitrariedade nas alocações. 
Embora existam recursos matemáticos e estatísticos que podem ajudar a resolver esses problemas, nem sempre 
eles pode ser utilizados. Assim, a Departamentalização é uma alternativa bastante utilizada e aceitável nas 
grandes organizações industriais para melhorar a arbitrariedade na alocação dos custos indiretos. 
 
Principais características da departamentalização dos CIF 
A departamentalização dos custos indiretos de fabricação envolve algumas características. Neste tópico, iremos 
elencar as principais delas, conforme segue: 
a) Maior controle dos custos em virtude de que, em condições normais, em cada departamento existe alguém 
responsável, facilitando a gestão desses custos; 
b) Apuração mais precisa dos CIF, pois estes são apurados em cada departamento, seja ele de serviço (auxiliar) 
ou produção (operacional); 
c) Distribuição mais racional dos custos indiretos aos produtos visto que o rateio é diretamente relacionado ao 
“uso” do departamento por determinado produto fabricado. 
O DS A rateia $600,00 para o DP X e $400,00para o DP Y.O DP X agora tem $3.100,00 e o DP Y 
tem $1.900,00 para serem distribuídos aos produtos 1 e 2. Alocação secundária: DP X – 60% 
dos custos para o produto 1 e 40% para o produto 2; DP Y – 50% dos custos para ambos os 
produtos. Os produtos 1 e 2 acumularão $2.810,00 e $2.190,00, respectivamente. 
- 6 - 
O principal normativo contábil que regulamenta a forma como as empresas devem mensurar e 
gerir seus custos e estoques é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 16. 
 
 
Figura 4 - Etapas do processo e produção nos departamentos 
Fonte: johnkworks, Shutterstock, 2019 
 
É importante enfatizar que a Departamentalização aprimora o sistema de custos como um instrumento de 
controle e gestão sem, contudo, modificar o seu esquema de contabilização. 
 
 
SAIBA MAIS 
 
A departamentalização tem como finalidade primordial um aproveitamento dos recursos disponíveis de forma 
mais eficiente, com o intuito de controlar as responsabilidades e os conflitos de interesses que porventura 
possam existir nas empresas. 
 
 
 
Fechamento 
É extremamente importante que as grandes organizações busquem maneiras de melhorar seus procedimentos 
no sentido de diminuir as ineficiências que porventura existam em seus processos, buscando melhores 
resultados na empresa como um todo. Nesse sentido, a departamentalização é uma forma de organizar os 
setores de uma grande organização de maneira mais eficiente, aproveitando melhor os recursos existentes. Para 
a Contabilidade, a departamentalização é uma grande aliada, pois mensura com mais exatidão os custos 
indiretos incorridos na produção, sem grandes arbitrariedades, obedecendo aos normativos vigentes e trazendo 
melhores resultados. 
- 7 - 
Referências 
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna 
administração das organizações. 7 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC 16, 2009. Disponível em: www.cpc.org.br 
LORENTZ, F. Contabilidade e análise de custos: Uma abordagem prática e objetiva: 250 exercícios 
resolvidos. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 2015. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
SANTOS, M.A.Contabilidade de Custos. Salvador: UFBA, 2018. 
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Tipos de departamentalização 
Graziana Olinda da Silva Matos 
 
 
Introdução 
Imagine que você é o gerente de uma empresa de ramos diversificados e gostaria de sugerir a 
departamentalização das atividades. Contudo, você descobre que existem vários tipos de departamentalização, 
além dos já conhecidos (produtos e serviços). Qual seria o tipo de departamentalização mais adequado para essa 
empresa? Você seria capaz de fazer essa sugestão de forma a não comprometer a eficiência e o desempenho da 
atividade produtiva? Como analisar essa adequação com as ferramentas disponíveis? 
Entender como funciona cada tipo de departamentalização existente é essencial para que ela seja utilizada da 
forma mais conveniente para a organização, partindo do princípio de se obter a homogeneidade de tarefas. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• Identificar os diferentes tipos de departamentalização existentes. 
 
 
 
Departamentalização por produto ou serviço 
A departamentalização por produto ou serviço tem como premissa básica a divisão dos trabalhos dentro da 
empresa de acordo com o processo produtivo do bem ou do serviço a ser entregue por ela. Todas as atividades 
necessárias à produção/realização de umproduto ou serviço são reunidas dentro do mesmo departamento. 
Chiavenato (2014) ressalta que esse tipo de departamentalização torna mais fácil a utilização de fatores como a 
tecnologia, as máquinas, os equipamentos, o conhecimento e a mão de obra, permitindo que se intensifique os 
esforços e a concentração, garantindo a eficiência da organização, e por consequência auferindo vantagens 
econômicas. 
- 2 - 
A departamentalização nada mais é que uma forma de sistematização da estrutura 
organizacionalque visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação, com o 
objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa como um todo. 
 
Figura 1 - Departamentalização por produtos 
Fonte: Rainer Plendl, Shutterstock, 2019 
 
Quando a empresa não é industrial, a departamentalização pode ser empregada por serviços, pois o 
agrupamento é feito em detrimento dos serviços prestados por ela. Temos como exemplo os hospitais, as 
instituições bancárias, etc. 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
Uma das vantagens da departamentalização por produtos é que o departamento fica responsável por seu 
sucesso, ou seja, fica fixado como sendo o responsável por todos os aspectos da produção daquele item, tornando 
o processo de controle mais adequado à gestão da empresa. 
 
 
 
Departamentalização por função 
Também chamada de departamentalização funcional, é uma das mais utilizadas pelas empresas. Tem como 
objetivo primordial agrupar as atividades da organização conforme as funções principais desenvolvidas. 
Chiavenato (2014) explica que não existe uma denominação específica para estes departamentos criados dentro 
da empresa, isso depende muito do ramo de atividade. Contudo, a finalidade deles poderá ser a mesma em todas 
as empresas, mudando apenas a nomenclatura, de acordo com a necessidade. O que se quer dizer com isso é que 
- 3 - 
não existe um padrão para nomenclatura desses departamentos, importando apenas seu objetivo dentro da 
organização. 
As principais características desse tipo de departamentalização são: 
· Divisão interna do trabalho por especialidade; 
· Maior desenvolvimento de potencialidades tecnológicas especializadas a longo prazo; 
Não é indicado para empresas localizadas em lugares com circunstâncias ambientais imprevisíveis e mutáveis, 
pois concentra seus esforços para o que acontece no interior dos departamentos, sendo difícil adequar-se a 
mudanças externas. 
 
 
 
Departamentalização por território 
Também conhecida como geográfica ou regional, tem como finalidade agrupar atividades de acordo com a 
localização onde o trabalho será desenvolvido. 
É uma estratégia que melhora a integração da empresa com relação a suas unidades espalhadas 
geograficamente, visto que cada unidade pode se adequar à região em que estiver presente para atender seu 
mercado específico, melhorando desta forma a eficiência. Esse tipo de departamentalização tem interesses 
puramente geográficos. 
Normalmente, esse tipo de departamentalização está presente em grandes empresas, as quais possuem muitas 
filiais espalhadas por diversos territórios e que atendem mercados extensos. Podemos citar como exemplo as 
grandes empresas multinacionais que operam fora de seu país de origem. 
 
 
 
Departamentalização por cliente 
A empresa que faz a opção pela departamentalização com base nos clientes, reúne suas atividades de acordo com 
os tipos de consumidores para quem o trabalho é desenvolvido, ou seja, ao anseios e necessidades desses 
clientes é que determinam esse tipo de agrupamento de atividades. 
Podemos destacar algumas características desse tipo de departamentalização: 
· a própria empresa é colocada em segundo plano em detrimento da preocupação demasiada com o cliente; 
· as necessidades de cada tipo de cliente é que ditam quais produtos ou serviços a empresa irá oferecer; 
· até mesmo o lucro da empresa pode ser entendido como um objetivo em segundo plano para que se atenda 
perfeitamente os anseios de seus clientes. 
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A departamentalização por processo/máquina deixa evidente a tecnologia empregada pela 
empresa em sua estrutura de produção, principalmente quando as instalações são muito 
complexas dentro do arranjo produtivo, o que acaba tornado-o oneroso. 
 
 
Figura 2 - Departamentalização por cliente: ênfase nos diversos tipos de clientes 
Fonte: Pixasquare, Shutterstock, 2019 
 
“[...] É uma estratégia que predispõe os executivos e todos os participantes à satisfação das necessidades e 
requisitos dos clientes e permite concentrar todos os conhecimentos sobre as diferentes necessidades e 
exigências dos diferentes canais mercadológicos.” (Chiavenato, 2014) 
 
 
 
Departamentalização por processo/máquina 
É entendida também como: por fases do processo, por processamento ou, ainda, por equipamento. As atividades 
da área de produção são agrupadas de acordo com a sequência do processo ou até mesmo pela organização de 
suas máquinas, utilizando-as de forma racional. 
Processo é um grupo de atividades estruturadas que se destinam ao resultado de um produto para determinado 
cliente ou mercado. 
A tecnologia é a maior ênfase deste tipo de departamentalização e, através dela, se busca obter o máximo de 
vantagens econômicas possível. 
 
 
FIQUE ATENTO 
- 5 - 
Apesar de ser um tipo de departamentalização que oferece melhor arranjo físico e disposição racional dos 
recursos disponíveis, não permite flexibilidade e adaptação, desencadeando problemas nesse sentido. 
 
 
 
Departamentalização por projeto 
Segundo Chiavenato (2003, p. 219), “a departamentalização por projeto é, no fundo, uma departamentalização 
temporária por produto, quando esse assume proporções enormes, requerendo investimentos e recursos 
elevados, tecnologia específica e períodos prolongados de tempo para seu planejamento e execução.” 
 
 
 
Figura 3 - Departamentalização por projeto: construção civil 
Fonte: vesilvio, Shutterstock, 2019 
 
A empresa precisa disponibilizar uma estrutura organizacional que seja flexível, capaz de se adaptar aos projetos 
que serão desenvolvidos, individualmente. Ou seja, para cada projeto, deve existir adaptabilidade natural da 
empresa para sua execução, sem percalços. 
Esse tipo de departamentalização se orienta para os resultados almejados. O agrupamento por projeto exige 
ampla coordenação entre todas as partes envolvidas e possui datas e prazos determinados. 
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Força Tarefa 
Uma variável do agrupamento por projeto é a chamada força tarefa. Ela possui dimensões menores e a duração é 
mais limitada que o projeto. É formada com especialistas de diferentes áreas que se deslocam de suas funções 
habituais para integrar uma equipe de especialistas, a qual será dedicada a uma tarefa específica e complexa 
(Chiavenato, 2003). 
 
 
 
Figura 4 - Força Tarefa 
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2019 
 
 
A força tarefa possui duas características básicas e fundamentais: é transitória e de curta duração. É essencial se 
determinar para a força tarefa os pressupostos: o que, por que, quem, quando e quanto fazer. Após atingidos os 
objetivos propostos, ela é dissolvida e seus membros retornam às suas funções de origem. 
 
 
 
Departamentalização por matriz 
Segundo Chiavenato (2003), é conhecida como organização em grade, e combina duas formas de 
departamentalização na mesma estrutura organizacional: a departamentalização por função com a de produto 
ou projeto. Sua composição constitui gerentes funcionais e gerentes de produtos ou de projetos. Por esse motivo, 
acarreta duplicidade de poder, e cada departamento conta com dupla subordinação, tendo que seguir as 
orientações tanto dos gerentes funcionais como dos gerentes de produto/projeto, concomitantemente. 
O desenho matricial permite satisfazer duas necessidades da organização: a especialização e a coordenação. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
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Uma empresa de construção civil possui diversos especialistas, tais como engenheiros,arquitetos, pedreiros, etc. Ela recebe pedidos de grandes projetos de construção, 
frequentemente. Nesse caso, a melhor estrutura organizacional para essa empresa seria a 
departamentalização mista: por função e por projetos. Por função pra dividir as especialidades 
existentes. E por projetos para deslocar alguns desses profissionais para a realização dos 
projetos contratados. 
 
 
 
 
 
Normalmente as grandes organizações utilizam esse tipo de estrutura departamental como forma de trazer 
inovação e flexibilidade, contudo, esse tipo viola a unidade de comando e traz conflitos que a enfraquecem. 
 
 
 
Departamentalização mista 
É o tipo de departamentalização mais utilizado pelas grandes organizações, pois é o que se adapta melhor a 
realidade organizacional, utilizando técnicas variadas de todos os outros tipos de departamentalização, de 
acordo com a necessidade da empresa. 
Nesse tipo de estrutura as responsabilidades são compartilhadas e há um aprimoramento técnico contínuo. É 
muito utilizada em atividades complexas. 
 
 
EXEMPLO 
 
Esse tipo de departamentalização, contudo, apresenta algumas desvantagens como é o caso da monopolização de 
setores, enfraquecendo as funções e conflitos internos pela falta de definição de atribuições. 
 
 
 
Fechamento 
A departamentalização da estrutura organizacional de uma empresa, através do agrupamento horizontal de 
atividades homogêneas, envolve o comportamento de diversos fatores. A depender deste comportamento, a 
utilização de um (ou mais) dos oito tipos estudados neste tema facilita o bom andamento dos processos dentro 
da organização. Todos os tipos apresentam vantagens e desvantagens, porém a escolha deles considera o maior 
número de benefícios possíveis em detrimento das inconveniências que porventura possam ser ocasionadas. 
Um dos autores da área de Administração mais conhecidos e respeitados é, sem dúvidas, 
Idalberto Chiavenato. Os livros dele são referência para o estudo da departamentalização. Para 
aprofundar-se ainda mais neste tema, sugerimos a pesquisa nos livros do autor. 
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Referências 
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna 
administração das organizações. 7 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. Barueri: Manole, 2014. 
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Departamentalização: Vantagens 
e Desvantagens 
Graziana Olinda da Silva Matos 
 
 
Introdução 
Imagine que você está participando de uma reunião na empresa que trabalha, sobre a estrutura organizacional, e 
inicia-se uma discussão sobre os ganhos e perdas no processo de departamentalização adotado atualmente. Você 
então é provocado a dar sua contribuição sobre esses pontos, de acordo com sua experiência com essa forma de 
organização das atividades. Você elencaria vantagens e/ou desvantagens? Se descrevesse os dois, seriam mais 
um ou outro? Realmente é viável a utilização da departamentalização em grandes organizações? 
Para responder com propriedade todos esses questionamentos, é necessário conhecer e entender bem quais são 
as vantagens e desvantagens em cada tipo de departamentalização. 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• Compreender as vantagens e desvantagens da departamentalização. 
 
 
 
Vantagens da Departamentalização 
De acordo com Chiavenato (2003), a departamentalização é uma característica típica das grandes organizações. V 
imos que ela tem variadas classificações e estudamos cada uma delas com suas respectivas características. 
Agora, iremos aprender sobre as vantagens da departamentalização, de acordo com sua classificação. 
 
Vantagens da Departamentalização por função 
Os departamentos são agrupados de acordo com as competências e especialidades das pessoas que trabalham no 
processo produtivo e suas vantagens são: 
· Existe um único chefe para um grupo de especialidades; 
· AS habilidades técnicas dos colaboradores são plenamente utilizadas; 
· Há uma integração no uso do conjunto pessoas – máquinas – produção em massa, acarretando diminuição de 
custos; 
· Concentrar a competência das pessoas de maneira eficaz simplificando o treinamento do pessoal. 
 
 
Vantagens da Departamentalização por produto ou serviço 
Tem como vantagem a responsabilização dos próprios departamentos pela entrega adequada de um produto ou 
linha de produto ou serviço, ou seja, o sucesso deles é atribuído ao departamento que o produziu. Além disso, é 
- 2 - 
A Departamentalização por território, também conhecida como geográfica ou regional, é 
utilizada por grandes organizações que adequam suas estruturas e seus sistemas de produção, 
de acordo com a localização/região geográfica em que estão inseridas. 
um tipo que exige uma certa coordenação entre todos os departamentos por causa do foco no produto. Viabiliza 
a inovação, porque os departamentos estão sempre em constante comunicação para melhorar seus processos de 
forma a atingir seus resultados, e a flexibilidade em virtude de poderem se adequar tranquilamente a qualquer 
mudança necessária no processo de produção. 
 
Vantagens da Departamentalização por território 
As vantagens de se departamentalizar territorialmente são: 
· Lucro e desempenho são atributos fixados sob a responsabilidade do comportamento da região; 
· Os gestores da organização preocupam-se em termos territoriais e se organizam nesse sentido; 
· Cada divisão da empresa se adapta à localização que está, mesmo quando há mudanças, sendo bastante flexível 
nesse tipo de departamentalização; 
 
 
FIQUE ATENTO 
 
As empresas multinacionais se beneficiam de todas as vantagens desse tipo, pois, normalmente, possuem 
operações fora do país de origem. 
 
Vantagens da Departamentalização por cliente 
A utilização desse tipo traz vantagens para aquelas empresas que colocam a satisfação de seus consumidores 
acima de qualquer outro objetivo, ou seja, seus clientes são mais importantes que os produtos ou serviços que a 
empresa oferece. 
Outra vantagem é que os gestores da empresa e todos os que trabalham nela se esforçam para o objetivo final. 
Também permite que a empresa concentre seus conhecimentos sobre as diferentes necessidades e exigências 
dos mercados existentes. 
- 3 - 
 
Figura 1 - Satisfação do cliente 
Fonte: carlodapino, Shutterstock, 2019 
 
Chiavenato diz que "A departamentalização por clientes reflete o interesse pelo consumidor do produto ou 
serviço oferecido pela organização. [...] É um critério importante, quando a organização lida com diferentes 
classes, características e necessidades". (Chiavenato, 2003, p. 217) 
 
Vantagens da Departamentalização por processo/máquina 
Este tipo busca extrair o máximo de vantagens econômicas da própria tecnologia utilizada, porque ela é o foco do 
processo.Outra vantagem é a reengenharia, a qual surgiu com a ênfase na tecnologia, e que consiste em 
reinventar as organizações por meio do redesenho dos processos das empresas. 
 
Vantagens da Departamentalização por projeto 
A principal vantagem desse tipo é que ele concentra recursos diferentes em uma atividade altamente complexa e 
que possui datas definidas para iniciar e terminar. Desta forma, além do uso integrado de recursos, o 
cumprimento de prazos se torna outra grande vantagem. 
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Figura 2 - Ciclo do projeto 
Fonte: Dusit, Shutterstock, 2019 
 
Esse tipo de departamentalização é muito utilizado por organizações que se dedicam a atividades influenciadas 
pelo desenvolvimento tecnológico, como empresas de energia nuclear. 
 
Vantagens da Departamentalização por matriz 
Como esse tipo de departamentalização contempla outros dois tipos conjuntamente, a funcional e a por produto 
ou projeto, ele apresenta as vantagens de ambos. A principal delas é que satisfaz duas necessidades da empresa: 
especialização e coordenação. Além disso, neutraliza as fraquezas e desvantagens de ambas. Pode-se dizer 
também que

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