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Sistemas e Mercado Financeiro Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Dr. Mateus Ramalho Ribeiro da Fonseca Revisor: Me. Hamilton José Moura Atualmente, o sistema e o mercado �nanceiro se tornaram importantes protagonistas econômicos. Isso se deve ao fato de a utilização do sistema �nanceiro operar como forma de investimento ou de captação de recursos, a depender dos participantes nesse mercado, tanto pelo lado individual — como uma nova forma de encarar os investimentos — quanto para as empresas, que passaram a utilizar o sistema �nanceiro como forma de captação de recursos para atender às suas diversas necessidades. Assim, a forma pela qual as empresas realizam seus investimentos, utilizando capital obtido no mercado �nanceiro, será o foco deste roteiro de estudos. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai: aprender sobre as �nanças corporativas; entender o funcionamento do sistema �nanceiro nacional; distinguir o planejamento �nanceiro da gestão �nanceira; analisar os conceitos que envolvem a análise de risco; avaliar os processos de viabilidade econômica de investimentos. Introdução O mercado �nanceiro é um sistema complexo de captação de recursos de capital por parte dos investidores nacionais, estrangeiros ou estatais, sendo estes classi�cados como agentes superavitários, e a utilização desse capital em investimentos por parte das empresas, sejam elas nacionais ou estrangeiras, representa os agentes de�citários. Nesse contexto, você já parou para pensar em como funciona o mercado �nanceiro para o �nanciamento de investimentos de uma empresa? Basicamente, o mercado �nanceiro é composto por investidores e por empresas. Nosso foco será, portanto, as empresas e o funcionamento do mercado. Primeiramente, é preciso entender os conceitos básicos de administração �nanceira para entender como uma empresa realiza seus investimentos por meio do seu planejamento estratégico. Em relação ao mercado �nanceiro, este permite que o capital existente no sistema �nanceiro seja canalizado e utilizado para �ns de investimento de empresas de qualquer natureza. Finanças Corporativas A gestão �nanceira corporativa, para Brealey, Myers e Allen (2018), é uma importante ferramenta utilizada pelos gestores �nanceiros para solucionar problemas e responder racionalmente a mudanças inerentes ao sistema �nanceiro. Para isso, faz-se necessário conhecer o comportamento das empresas e do sistema �nanceiro, como forma de entender o funcionamento das �nanças corporativas, baseado numa sólida teoria �nanceira. Para que isso ocorra, é necessário que as empresas possuam regras e capacidade de governança, assim podem evoluir e aumentar seu valor. Dessa forma, para Brealey, Myers e Allen (2018), as �nanças corporativas giram em torno de 5 temas principais, a saber: i) a maximização do valor; ii) uma governança sólida e transparente; iii) o custo de oportunidade determina como se dará os investimentos e as decisões de se investir ou não; iv) as decisões de investimento podem gerar mais valor que as decisões de �nanciamento; e v) previsibilidade na moeda em que se fazem os investimentos. Para desenvolver suas atividades, as empresas [...] necessitam de uma variedade quase in�ndável de ativos reais, os quais não caem do céu; eles têm de ser comprados. A empresa paga pelos ativos reais vendendo promessas sobre eles e sobre o �uxo de caixa que irão gerar. Essas promessas são chamadas de ativos �nanceiros ou títulos (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 2). Contudo, é necessário que se tomem decisões de investimento, que requerem muita atenção e sensibilidade por parte dos gestores �nanceiros, utilizando todo o ferramental das �nanças corporativas. Assim, Uma empresa pode captar dinheiro junto a credores ou acionistas. Se ela contrai um empréstimo, os credores contribuem com o dinheiro e a empresa promete pagar a dívida acrescida de uma taxa de juro �xa. Se os acionistas levantam o dinheiro, eles não obtêm um retorno �xo, mas detêm ações e, portanto, obtêm uma fração do �uxo de caixa e dos lucros futuros. Os acionistas investem em ações, que contribuem para o �nanciamento de capital próprio, e a escolha entre �nanciamento de capital próprio e de dívida é chamada de decisão de estrutura de capital. O capital refere-se às fontes de �nanciamento de longo prazo da organização (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 4). Por isso, um bom entendimento do funcionamento do mercado �nanceiro é fundamental, pois permite que o gestor tenha acesso a diferentes fontes de �nanciamento, de forma que os investimentos pretendidos se tornem realidade, e a empresa possa gerar valor. No entanto, para isso, o gestor tem um papel primordial, que é o de ajudar a [...] gerenciar as operações da empresa, particularmente quando colabora para que se tomem boas decisões de investimento. Por outro, ele lida com investidores – não apenas com os acionistas, mas também com instituições �nanceiras, como bancos e mercados �nanceiros (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 7). Assim, os gestores têm um papel fundamental nas empresas, que é o de maximização do valor de mercado para os acionistas. Para isso, o gestor deve tomar decisões coerentes e e�cientes de investimento, utilizando o sistema �nanceiro como fonte de �nanciamento para que o valor corrente das ações se eleve, trazendo retorno �nanceiro aos acionistas. Esse aumento de riqueza poderá ser utilizado pelos acionistas como bem lhes convier, para atender às necessidades pessoais, ou mesmo para reinvestimento. Entretanto, o gestor �nanceiro tem um trade-o� importante a ser resolvido: distribuir os lucros obtidos com os investimentos aos acionistas ou utilizar esse lucro para antecipar o pagamento dos �nanciamentos feitos e reinvestir para aumentar os lucros. Para isso, o gestor deverá avaliar os novos investimentos disponíveis. Se forem viáveis, ele realizará novos investimentos, proporcionando aos acionistas um aumento patrimonial e uma promessa de aumento dos lucros. Agora, caso não haja investimentos rentáveis, o gestor poderá repartir parte dos lucros com os acionistas a título de premiação para que estes se sintam encorajados a continuar acreditando na empresa. Para realizar essa avaliação, o gestor deve avaliar o custo de oportunidade do capital, isto é, [...] pois depende das oportunidades de investimento disponíveis aos investidores nos mercados �nanceiros. Sempre que uma empresa investe dinheiro em um novo projeto, seus acionistas perdem a oportunidade de investi-lo em seus próprios termos. As organizações aumentam o valor aceitando todos os projetos de investimento que obtêm mais do que o custo de oportunidade do capital. Note que o custo de oportunidade do capital depende do risco do projeto de investimento proposto. Por quê? Não se trata apenas de por que os acionistas são avessos a riscos, mas sim por que eles têm de compensar o risco com base no retorno quando investem em seus próprios termos �nanceiros (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 10). Todavia, isso levanta uma questão de ordem prática: o gestor deve atender apenas aos interesses dos acionistas? A resposta a essa pergunta é não. Os gestores devem aplicar os conceitos de governança de modo que a empresa sempre aumente seu valor de mercado com argumentos sólidos, planejamento robusto e reputação perante os acionistas. Assim, os gestores �nanceiros precisam ter cautela no que diz respeito às suas ações, de forma a atender, em primeiro lugar, as necessidades da empresa e, depois, aos anseios dos acionistas, fazendo com que a empresa cresça e os acionistas aumentem seu patrimônio em longo prazo. Na bolsa, além de outros serviços, são negociadas ações, que consistem em papéis negociados no mercado secundário, nas Bolsas de Valores, podendo ser vendidos a qualquer momento por seu detentor. Essas ações podem ser classi�cadas como ordinárias, em que o titular tem os direitos essenciais de acionista da empresa, ou preferenciais, em que o titular tem prioridadena distribuição de capital e/ou dividendos. Com relação às opções sobre ações, vale a�rmar que elas são usualmente comparadas a um contrato de seguro, pagando-se um prêmio de risco para se ter o direito a uma cobertura em caso de sinistro. Além de serem negociadas na Bolsa de Valores, essas ações também estão no mercado de balcão. São dois os tipos de ações: a americana, em que o direito pode ser exercido a qualquer momento, e a europeia, em que o direito somente poderá ser exercido no vencimento da opção. O direito de subscrição consiste em uma operação de aumento de capital, com a disponibilização de novas ações para o público investidor, dando preferência aos detentores de ações escriturais, mas isso não acontece devido à baixa das ações existentes no mercado, e sim devido à estratégia da corporação. As empresas também podem negociar debêntures, os quais consistem em títulos de dívida de longo prazo que são emitidos por sociedades anônimas não �nanceiras de capital aberto, com prazos de�nidos e negociados no mercado de capitais. A pesquisa de Silva et al. (2018) aborda política de dividendos e criação de valor: um estudo no mercado brasileiro. Os autores chegaram à conclusão de que aqueles que retêm maior parcela do lucro geram mais valor para os acionistas ao minimizarem o custo em relação à busca de outras fontes externas de �nanciamento. Feitas essas considerações importantes, parte-se para uma análise do funcionamento do sistema �nanceiro, que será mostrado na próxima seção. Sistema Financeiro Nacional Caro(a) aluno(a), você já parou para pensar na função e na complexidade do sistema �nanceiro? A�nal, para que serve o sistema �nanceiro? Como ele é constituído? Basicamente, o mercado �nanceiro existe para intermediar recursos entre agentes econômicos, sendo ele formado por [...] um conjunto de órgãos que regulamenta, �scaliza e executa as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. O Sistema Financeiro tem o importante papel de fazer a intermediação de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os de�citários de recursos, tendo como resultado um crescimento da atividade produtiva. Sua estabilidade é fundamental para a própria segurança das relações entre os agentes econômicos (ABREU; SILVA, 2017, on-line). O sistema �nanceiro nacional tem uma estrutura que se divide conforme o ramo de atividades, tendo um mercado especí�co e o órgão responsável pela execução, regulação e �scalização do mercado em questão, a ser analisado. A primeira vertente, e a mais importante, é a parte que trabalha com moeda, câmbio, crédito e mercado de capitais, estes regulados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o qual será o foco de nossa análise. As outras duas vertentes trabalham com outros mercados que são importantes ao sistema �nanceiro. O mercado de seguros, resseguros, capitalização e previdência complementar aberta é regulado e �scalizado pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), enquanto que o mercado de fundos de pensão é �scalizado e controlado pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). O quadro a seguir sintetiza como é formado o Sistema Financeiro Nacional: Mercados Moeda, Crédito e Câmbio Capitais Seguro, Previdência Aberta, Capitalização e Resseguros. Previdência Fechada (Fundo de Pensão) Normativos Conselho Monetário Nacional (CMN) Conselho Monetário Nacional (CMN) Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) Supervisores Banco Central do Brasil (BCB) Banco Central do Brasil (BCB) e Comissão de Valores Superintendência de Seguros Privados (Susep) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) Quadro 1 - Sistema Financeiro Nacional Fonte: Adaptado de Abreu e Silva (2017). Há de se reparar que o nosso foco de análise, o mercado de capitais, é supervisionado por dois órgãos distintos: o Banco Central do Brasil (BCB) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo Abreu e Silva (2017), [...] essa supervisão compartilhada justi�ca-se pelo fato de que a primeira lei que regulamentou o mercado de capitais, a Lei Federal nº 4.728, de 1965, em seu artigo primeiro, atribuiu ao Banco Central do Brasil a tarefa de �scalização desse mercado (ABREU; SILVA, 2017, on- line). Mobiliários (CVM) De maneira geral, pode-se também classi�car as instituições do Sistema Financeiro Nacional em três subsistemas, a saber: normativo, recursal e operacional. Entretanto, alguns autores consideram apenas dois subsistemas, o normativo e o operacional. Apesar disso, os órgãos recursais não se enquadram no papel de instituições normativas e nem operacionais, o que faz com que elas sejam classi�cadas num subsistema à parte. Para efeitos de análise, vamos nos atentar a dois órgãos principais para o andamento do mercado de capitais: o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários. Porém, primeiro, temos que entender um pouco a evolução do Sistema Financeiro Nacional, por meio de sua criação e evolução. Segundo Abreu e Silva (2017) Segundo Abreu e Silva (2017), o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional, criado em 1964 pela Lei Federal nº 4.595 — mas a sua instituição se deu apenas em 31 de março de 1965, já que a lei que o cria só entrava em vigor 60 dias após a publicação —, substituindo a autoridade monetária da época, que era a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), com a �nalidade de formular a política da moeda e do crédito. Na sua primeira formação, o Conselho Monetário Nacional era composto pelo Ministro da Fazenda, pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE, atual BNDES), pelo presidente do Banco do Brasil (BB) e por mais seis pessoas escolhidas e nomeadas pelo presidente da República. O BNDES é o órgão executor das políticas de �nanciamento e crédito de longo prazo do governo brasileiro, visando principalmente ao incentivo ao investimento na produção. Como um banco que objetiva a promoção do desenvolvimento da nação, o BNDES busca a atuação em todos os segmentos da atividade econômica (BRITO, 2019, p. 6). Assim, o BNDES visa à promoção do desenvolvimento da nação, por meio de �nanciamentos e concessão de crédito de longo prazo para as empresas brasileiras, principalmente aquelas voltadas ao setor industrial. O BNDES é composto por uma holding (o BNDESpar), com o papel de controlar as demais instituições, atuando na alocação direta de recursos, participando em conjunto no planejamento de outras empresas ou mesmo por repasses de recursos a agentes �nanceiros, visando ao investimento produtivo. O BNDES também atua no Financiamento Industrial (Finame), que é, especialmente, voltado a empresas nacionais que queiram fazer investimentos em máquinas e equipamentos industriais. O CMN teve sua composição alterada com a Lei nº 9.069/1995, que instituiu o Plano Real, sendo composto por três membros, apenas: pelo Ministro da Fazenda, que seria o Presidente do Conselho; pelo Ministro do Planejamento; e pelo presidente do Banco Central do Brasil (BCB). Em 2019, houve uma reestruturação do CMN, que passou a contar, apenas, com dois membros, a saber: o Ministro da Economia e o Presidente do BCB. O papel desses membros é se reunir periodicamente para decidir as políticas econômicas de Estado, assim como analisar e organizar o Sistema Financeiro Nacional, de forma a gerar estabilidade e previsibilidade por parte dos agentes econômicos. O BCB é o agente executivo responsável por algumas das decisões de política macroeconômica, além de exercer as importantes funções de �scalização e normatização do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O principal papel do BCB é o de implementar as resoluções aprovadas no CMN, além de organizar o sistema �nanceiro, funcionando como banco dos bancos, executando políticas monetárias e cambiais e exercendo o monopólio da emissão da moeda. Um papel secundário doBCB seria o de regular e �scalizar o mercado �nanceiro, papel esse dividido com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), principalmente as movimentações no mercado de capitais. Assim, compete ao CMN: regular a quantidade de moeda em circulação, mantendo a moeda estável, além de regular o valor da moeda nacional, a responsabilidade pelo equilíbrio no balanço de pagamentos brasileiro, bem como a disciplina e a regulamentação das atividades das Bolsas de Valores, conjuntamente com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), assim como corretoras e demais agentes ligados ao mercado �nanceiro. A CVM foi criada pela Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, para [...] �scalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. [...] A criação da CVM, [...] foi justi�cada pelo crescimento do mercado, o que acabou sobrecarregando o BCB na função de �scalizador. O modelo adotado pelo Brasil, de segregar o mercado de moeda e crédito (BCB) do mercado de capitais (CVM) é comum em diversas economias, entre elas a dos Estados Unidos, que possui o Federal Reserve System (FED) e a Securities Exchange Commission (SEC), que exercem, respectivamente, as funções de autoridades monetárias nos mercados de crédito e de valores mobiliários (ABREU; SILVA, 2017, on-line). Isso quer dizer que o Brasil adotou um modelo semelhante ao existente nos EUA, o qual confere maior transparência, e as atividades de controle e �scalização �cam repartidas entre os órgãos envolvidos. Ademais, Atualmente o mercado de capitais (mercado que envolve a negociação de títulos e valores mobiliários) é �scalizado pela CVM e pelo BCB de forma compartilhada, sendo que a maioria dos títulos negociados nesse mercado são de responsabilidade da CVM, enquanto os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal e os títulos cambiais são de responsabilidade das instituições �nanceiras, exceto as debêntures (ABREU; SILVA, 2017, on-line). Por �m, para que o mercado de capitais tenha um bom funcionamento, é necessário que haja uma Bolsa de Valores, institucionalmente estável e con�ável, em que as empresas possam encontrar investidores dispostos a ceder recursos para serem usados nos investimentos. Portanto, a Bolsa de Valores é [...] o local adequado para que os investidores transacionem recursos para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que faz parte do Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades Corretoras têm acesso para repassar as ordens de seus clientes. São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a liquidação física e �nanceira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico. Entretanto, desde 28 de janeiro de 2000, com a Resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de valores puderam passar a visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas (S.A) (ABREU; SILVA, 2017, on-line). Atualmente, chama-se B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) a Bolsa de Valores brasileira, que surge a partir da BM&FBovespa, tendo como principais atividades aquelas que [...] incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda �xa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities. A B3 também opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro. Por meio de sua unidade de �nanciamento de veículos e imóveis, a Companhia oferece produtos e serviços que suportam o processo de análise e aprovação de crédito em todo o território nacional, tornando o processo de �nanciamento mais ágil e seguro (UMA DAS PRINCIPAIS..., 2019, on-line). Assim, a B3 é a instituição responsável por permitir que empresas possam captar recursos de investidores para promover seus investimentos e agregar valor à sua empresa e a seus produtos e/ou serviços. No próximo tópico, analisaremos as diferenças entre o planejamento e a gestão �nanceira, de maneira conjunta ao mercado �nanceiro. Na Bolsa de Valores, há a efetuação do registro de todas as operações efetuadas de forma ágil, com ampla divulgação de dados e com detalhes, bem como o estabelecimento de vários sistemas de negociação, que permitem ao mercado uma continuidade de preços e liquidez dos ativos no mercado de títulos. Preservam-se, na Bolsa de Valores, elevados padrões éticos na negociação, estabelecendo regras claras para esse �m, além de normas de comportamento para corretoras e empresas de capital aberto, �scalizando e aplicando penalidades, quando cabíveis. Tanto a Caixa Econômica Federal como as demais caixas econômicas são instituições �nanceiras públicas que atuam de forma autônoma e apresentam um objetivo claramente social. [...] A CEF executa, ainda, atividades características de bancos comerciais e múltiplos, como recebimentos de depósitos à vista e a prazo, cadernetas de poupança, [...] adiantamentos a governos com garantia na arrecadação futura de impostos (ASSAF NETO, 2018, p. 46). As caixas econômicas são formadas por sociedades de crédito, �nanciamento e investimento que realizam operações de crédito de médio e longo prazos, visando ao aceite ou ao aval de títulos cambiais na concessão de crédito diretamente ao consumidor. As sociedades distribuidoras consistem em instituições privadas e que objetivam a distribuição, a subscrição e a intermediação na colocação de títulos e valores mobiliários, seja para negociação, venda ou distribuição. No que se refere às sociedades de investimento, elas efetuam operações relacionadas à gestão de poupança voluntária, seja ela interna ou externa. As caixas econômicas podem receber depósitos de qualquer natureza, incluindo os garantidos pela União, na forma prevista em lei, com foco na economia popular, como meio de incentivar os hábitos de poupança. Elas também realizam serviços bancários, como operações ativas, de intermediação e suprimentos �nanceiros para diversos agentes econômicos. No que se refere à Caixa Econômica Federal (CEF), ela atua como agente operador e principal administrador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), utilizando esses recursos na concessão de créditos direcionados para habitação e saneamento básico dos municípios. A CEF também administra exclusivamente o sistema e os serviços ligados às loterias federais, inclusive os produtos disponibilizados por elas. LIVRO Sistema Financeiro Nacional Autores: Edgar Abreu e Lucas Silva Editora: Método Ano: 2017 Comentário: O funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) se apresenta de maneira complexa, mas que com um pouco de re�exão e de estudo se tornará algo lógico do ponto de vista sistêmico. As empresas modernas precisam, para competir e sobreviver, utilizar todos os métodos �nanceiros disponíveis no sistema �nanceiro para se sobressair e inovar. Leia atentamente Planejamento e Gestão Financeira os capítulos 1, 2 e 3. Agora, re�ita: como os conceitos apresentados poderiam auxiliar na resolução do problema apresentado no videocase? Disponível na Minha Biblioteca. O planejamento �nanceiro pode ser dividido em planejamento de curto e de longo prazo. No planejamento de curto prazo, o gestor tem o foco em assegurar que a empresa não �que sem caixa para fazer frente às suas despesas, e tem como foco a duração dos estoques, o caixa da empresa, as contas a receber e os títulos que podem ser negociáveis. Raramente esse tipo de planejamento excede os doze meses. Já o planejamento de longo prazo é voltado para os investimentos futuros da empresa, seja ela na forma de expansão ou aquisição de concorrentes. De maneira geral, o planejamento de longo prazo [...] foca nas implicações das estratégias �nanceiras alternativas, as quais possibilitam aos gestores evitar algumas surpresas e consideram como eles devem reagir asurpresas que não possam ser evitadas; além disso, ajudam a �xar metas para a organização e a fornecer padrões para as medições de desempenho (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 721). Entretanto, os planejamentos de curto e de longo prazo não são desconectados, como pode parecer a princípio. Eles são feitos antecipadamente: primeiro é feito o de longo prazo, que seria o grande objetivo da empresa, enquanto que o de curto prazo inclui os pequenos objetivos periódicos a serem atingidos para que o grande objetivo seja alcançado. No caso do presente roteiro, o foco seria no planejamento de longo prazo, uma vez que o gestor deve estar atento às oportunidades de investimentos e de �nanciamentos disponíveis para atingir o grande objetivo da empresa: aumentar constantemente seu valor. No entanto, haveria uma forma de �nanciamento de longo prazo que atende perfeitamente às necessidades da empresa? É difícil dizer. Não existe uma análise teórica convincente desse assunto; no entanto, será possível fazer várias observações práticas. Em primeiro lugar, a maioria dos gestores �nanceiros tenta “fazer coincidir os prazos de vencimento” dos ativos e dos passivos. Ou seja, �nancia ativos �xos como instalações e máquinas com empréstimos de longo prazo e capital próprio. Em segundo lugar, a maioria das empresas faz um investimento permanente no capital de giro líquido (ativo circulante menos passivo circulante). Esse investimento é �nanciado com fundos de longo prazo (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 721). Esses fundos de longo prazo devem ser fortemente considerados pelo gestor, pois será a partir deles que se terá uma empresa saudável ou não. A grande pergunta que �ca aqui é: onde buscar fundos de longo prazo com um mercado �nanceiro cada vez mais dinâmico e mais expansivo, e com a recente queda da taxa de juros da economia brasileira? LIVRO Princípios de Finanças Corporativas Autores: Richard A. Brealey, Stewart C. Myers, Franklin Allen. Editora: Mc Graw Hill Ano: 2018 Comentário: A gestão e o planejamento �nanceiros dentro de uma empresa são fundamentais para que o gestor tenha a real noção da capacidade da empresa de realizar seu grande objetivo, que é o de gerar valor para a sociedade e para seus sócios. Assim, as Finanças Corporativas se tornaram um requisito básico para que Análise de Risco as empresas utilizem o mercado �nanceiro como forma de �nanciamento e investimento. Faça atentamente a leitura do capítulo IX. Agora, re�ita: como os conceitos apresentados poderiam auxiliar na resolução do problema apresentado no videocase? Disponível na Minha Biblioteca. Toda vez que o gestor pensa em planejamento ou mesmo �nanciamento, há sempre um componente primordial a ser analisado: o risco. Em se tratando de mercado �nanceiro, o gestor deve analisar com muito cuidado o risco envolvido em suas operações de longo prazo, sejam elas de planejamento ou de �nanciamento. A pergunta que �ca é: por que gerir o risco, quando envolve mercado �nanceiro? A resposta a essa pergunta se dividiria em dois. A primeira razão seria que “a cobertura de risco (hedging) é um jogo de soma zero. Uma empresa que segura ou cobre um risco não o elimina, apenas transfere o risco para outrem” (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 639). Isto é, não existe como evitar totalmente o risco. O gestor deve mitigar o fator de risco ou transferir o possível risco de suas ações de planejamento para terceiros. A segunda razão residiria na alternativa ‘faça você mesmo’ dos investidores. As empresas não podem aumentar o valor das suas ações fazendo transações que os investidores podem facilmente fazer por si próprios (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 640). Ou seja, os riscos dos investidores são distintos do da empresa. Enquanto os investidores arriscam seu capital em busca de retorno, a empresa arrisca capital de terceiros, geralmente investidores, por meio do mercado �nanceiro, para realizar seus investimentos. De fato, as empresas e os gestores têm um papel primordial na redução do fator de risco, em se tratando de planejamento e �nanciamento visando o longo prazo da empresa para gerar valor. A utilização do mercado �nanceiro e de seus diversos mecanismos de atuação, como bolsa de valores, resseguros, bancos de fomento etc., podem ser uma excelente alternativa para mitigar riscos e efetuar o planejamento da empresa tendo em vista seus objetivos. São quatro os tipos de risco: o risco de mercado é aquele atrelado ao valor de mercado dos instrumentos �nanceiros de uma carteira ou mesmo de ativos de uma instituição; o risco operacional está associado ao risco de perdas resultantes de problemas com processos, sistemas, eventos externos ou mesmo pessoas; o risco de crédito é o risco de um devedor não conseguir honrar a dívida assumida; e o risco de liquidez consiste no risco de prejuízo ocasionado pela não possibilidade de se desfazer de um ativo em momento oportuno. LIVRO Princípios de Finanças Corporativas Autores: Richard A. Brealey, Stewart C. Myers, Franklin Allen Editora: Mc Graw Hill Ano: 2018 Comentário: A gestão de risco para as empresas se tornou fundamental, dado à sua natureza cada vez mais �nanceira, isto é, cada vez mais as empresas estão alicerçadas sobre o sistema �nanceiro para realização de investimento e agregando valor aos seus produtos. Assim, o risco e sua gestão estão intimamente ligados, Viabilidade Econômica de Investimentos quando se trata de Sistema Financeiro. Leia atentamente a parte II e VIII. Agora, re�ita: como os conceitos apresentados poderiam auxiliar na resolução do problema apresentado no videocase? Disponível na Minha Biblioteca. As ferramentas existentes de análise de investimentos são um bom preditivo do que poderá acontecer na empresa no futuro. Contudo, o gestor deve adotar cautela e analisar de maneira ampla todos os investimentos analisados e distinguir os verdadeiramente viáveis dos falsamente viáveis. Para tanto, o gestor tem que ter a consciência de que Para tomar boas decisões de investimento, é preciso que se compreendam as vantagens competitivas de uma empresa. É nesse ponto que a estratégia corporativa e as �nanças se aliam. As boas estratégias permitem à empresa maximizar o valor dos seus ativos e as oportunidades de crescimento. A busca de uma boa estratégia começa com a compreensão do desempenho da empresa em relação aos seus concorrentes e ao modo como eles responderão às suas iniciativas (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2018, p. 721). Há diversas ferramentas que permitem essa análise, como os �uxos de caixa descontados, o valor presente líquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR), entre outros. O gestor deve, dentro de sua capacidade, analisar as alternativas existentes no mercado �nanceiro e, utilizando essas ferramentas, tentar prever da melhor maneira possível como o planejamento de longo prazo pode de fato acontecer. LIVRO Princípios de Finanças Corporativas Autores: Richard A. Brealey, Stewart C. Myers, Franklin Allen. Editora: Mc Graw Hill Ano: 2018 Comentário: A Análise Econômica de Investimentos se tornou vital para o crescimento das empresas, e esse crescimento só é possível quando se tem uma análise de projetos economicamente viável, utilizando recursos que o sistema �nanceiro pode disponibilizar e permitindo o investimento e o aumento do valor da Conclusão Pode-se observar que o sistema �nanceiro é um sistema complexo e que há diversas vertentes que podem ser utilizadas para efetuar o planejamento de longo prazo da empresa, por meio de investimentos e �nanciamentos. Há toda uma empresa. Leia atentamente a parte III e IV. Agora, re�ita: como os conceitos apresentados poderiam auxiliar na resolução do problema apresentado no videocase? Disponível na Minha Biblioteca. estrutura que liga os investidores aos gestores das empresas, fazendo com que tudo ocorra bem. Até pouco tempo atrás, o mercado �nanceiro brasileiro ainda era incipiente para poder oferecer toda uma infraestrutura adequada para�nanciamentos e investimentos de longo prazo das empresas. Porém, com a globalização e informatização, tudo �cou mais acessível, aproximando investidores dos gestores das empresas, fazendo com que houvesse um aumento signi�cativo do movimento de capital. Desse modo, as empresas aperfeiçoaram seus mecanismos de planejamento e se utilizaram do mercado �nanceiro para atender às suas necessidades e agregar valor à empresa. Referências Bibliográ� cas ABREU, E.; SILVA, L. Sistema Financeiro Nacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. ASSAF NETO, A. Mercado �nanceiro. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2018. BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; ALLEN, F. Princípios de �nanças corporativas. 12. ed. São Paulo: Mc Graw Hill, 2018. BRASIL. Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995. Dispõe sobre o Plano Real, o Sistema Monetário Nacional, estabelece as regras e condições de emissão do REAL e os critérios para conversão das obrigações para o REAL, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1995]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9069.htm. Acesso em: 03 out. 2021. BRASIL. Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Brasília, DF: Presidência da República, [1986]. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6385.htm. Acesso em: 03 out. 2021. BRITO, O. Mercado �nanceiro. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9069.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6385.htm SILVA, J. E.; MORGAN, L. M.; MACHADO, M. J. de C. M.; MONTEBELO, M. I. de L. M. Política de dividendos e criação de valor: um estudo no mercado brasileiro. Revista ambiente contábil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, v. 11, n. 1, nov. 2018. p. 77-97. ISSN 2176-9036. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/15509. Acesso em: 22 dez. 2019. UMA DAS PRINCIPAIS empresas de infraestrutura de mercado �nanceiro do mundo. B3 - Brasil, Bolsa, Balcão. Institucional. [s. l.], [2019]. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/. Acesso: 22 dez. 2019. https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/15509 http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/
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