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TCC - Prevalência de desnutrição em idosos hospitalizados

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enzo Rafael da Cunha 
Giovana Domingos Barata 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prevalência de desnutrição em idosos hospitalizados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba/SP 
2020 
 
Enzo Rafael da Cunha 
Giovana Domingos Barata 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito para a 
obtenção do Diploma de Graduação em 
Nutrição na Universidade Metodista de 
Piracicaba. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Olivia Pizetta Zordão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba/SP 
2020 
 
Enzo Rafael da Cunha 
Giovana Domingos Barata 
 
 
Prevalência de desnutrição em idosos hospitalizados 
 
 
 
Comissão julgadora do TCC para aprovação no Curso de Nutrição na Universidade 
Metodista de Piracicaba 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
______________________________ 
Examinador(a) 
 
 
 
 
______________________________ 
Orientadora 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba, _______/________/2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enzo Rafael da Cunha1 
Giovana Domingos Barata1 
 
Olivia Pizetta Zordão2 
 
 
 
 
 
 
1 Discente do curso de Nutrição da Faculdade de Ciências de Saúde da UNIMEP 
2 Docente do curso de Nutrição da Faculdade de Ciências de Saúde da UNIMEP 
 
 
 
 
 
Revista para publicação: Saúde em Revista 
 
 
 
 
Endereço para correspondência: 
 
Universidade Metodista de Piracicaba 
Faculdade de Ciências da Saúde 
Curso de Nutrição 
Rodovia do Açúcar, Km 156 
Piracicaba – SP 
CEP 13 400 – 901 
Fone: (19) 31241503 
E-mail: oliviapz.nutri@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS 
 
 
RESUMO 
Objetivo: Analisar a prevalência de desnutrição em idosos hospitalizados e seus 
respectivos métodos de avaliação, em hospitais públicos e privados. 
Metodologia: Revisão da literatura a partir das bases de dados online SciELO, 
PubMed, Bireme e Google Acadêmico, seguindo os seguintes critérios: ano de 
publicação de no máximo 15 anos para discussão dos resultados, sendo todos os 
artigos originais; e restrição de 20 anos para artigos utilizados na introdução, sendo 
esses de revisão publicados em revistas científicas e originais que pesquisaram a 
prevalência da desnutrição em idosos hospitalizados. 
Resultados: Foi possível verificar que os achados corroboram entre si. Praticamente 
todos os estudos revisados mostram elevada prevalência de desnutrição hospitalar 
entre os idosos e baixa atenção ao estado nutricional mesmo entre os desnutridos, 
apontando a necessidade de um processo mais intenso de triagem nutricional, para 
que mais pacientes desnutridos e/ou em risco sejam reconhecidos o quanto antes e 
tratados. 
Conclusão: A avaliação nutricional precoce é essencial, bem como a utilização de 
mais de um método de avaliação, seja direto ou indireto, para identificar o quanto 
antes as necessidades de cada paciente evitando ou impedindo o agravamento da 
desnutrição. 
 
Palavras-chave 
Desnutrição, estado nutricional, internação hospitalar, tempo de internação, idoso. 
 
 
PREVALENCE OF MALNUTRITION IN HOSPITALIZED ELDERLY 
PEOPLE 
 
 
ABSTRACT 
Objective: To analyze the prevalence of malnutrition in hospitalized elderly people 
and their respective methods of evaluation, in public and private hospitals. 
Methodology: Literature review based on the online databases SciELO, PubMed, 
Bireme and Google Scholar, matching the following criteria: original articles with a 
maximum of 15 years from publication for discussion of the results; and a 20 year 
restriction on articles used in the introduction, all of which are revision articles 
published in scientific and original journals that investigated the prevalence of 
malnutrition in hospitalized elderly. 
Results: It was possible to verify that the findings corroborate each other. Virtually all 
of the reviewed studies show a high prevalence of hospital malnutrition among the 
elderly and low attention to nutritional status even among the malnourished, pointing 
out the need for a more intense process of nutritional screening, so that more 
malnourished and/or at-risk patients are recognized as soon as possible and treated. 
Conclusion: Early nutritional assessment is essential, as is the use of more than one 
method of assessment, whether direct or indirect, to identify the needs of each 
patient as soon as possible, avoiding or preventing worsening malnutrition. 
 
Keywords 
Malnutrition, nutritional status, hospitalization, length of stay, aged. 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde1, “desnutrição é o estado 
nutricional do indivíduo que se caracteriza pela baixa ingestão de energia e 
nutrientes“, que se manifesta clinicamente ou é detectada por meio de testes 
bioquímicos, antropométricos ou fisiológicos2 e pode ocorrer por uma série de 
fatores associados à doença e/ou tratamento. 
A desnutrição em âmbito hospitalar manifesta-se em praticamente todo o 
mundo, independente do desenvolvimento social há tempos. Desde a década de 
setenta até os dias atuais, a maioria dos estudos da área demonstra que ocorrem 
mudanças de estado nutricional durante o período de internação, essas variam de 
30 a 50% em diferentes graus.2,3,4 
Em nível nacional, o estudo do Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional 
(IBANUTRI), feito em hospitais e estabelecimentos públicos, tornou-se referência no 
Brasil, pois utilizou cerca de 4 mil pacientes internados e identificou que o nível de 
desnutrição foi de aproximadamente 48%, sendo cerca de 12% classificados como 
desnutridos graves e 35,5% como desnutridos moderados.5 
São diversas as causas relacionadas à desnutrição hospitalar, como consumo 
alimentar inadequado, efeitos de medicamentos, alterações das necessidades 
nutricionais e redução da absorção de nutrientes, que podem afetar todos os 
indivíduos de variadas idades.4,6 
Dentre as complicações da desnutrição hospitalar, é possível destacar a 
redução de imunidade, maior risco de infecções, hipoproteinúria, edema, aumento 
no tempo de cicatrizações, aumento do tempo de internação e, por consequência, 
aumento dos custos hospitalares, além da íntima relação com morbidade e 
mortalidade. Ressalta-se que quanto maior o tempo de internação hospitalar, maior 
o risco de agravar-se ou apresentar desnutrição.4,7 
 Entre os idosos, encontram-se as maiores prevalências de desnutrição, 
podendo variar de 15 até 55%. Isso ocorre, pois o envelhecimento é caracterizado 
por uma série de fatores que contribuem para a piora do estado nutricional, além dos 
mecanismos naturais das doenças já acometidas nos indivíduos tornando-os mais 
vulneráveis.2,3,4,6 
7 
 
 Segundo Azevedo et al.8, outro importante fator de risco para desnutrição 
entre a população idosa é a condição clínica, o tipo de patologia em que o indivíduo 
se encontra e também a sua origem de convivência, seja de residência familiar ou 
casas institucionais. 
 Para se combater ou minimizar a desnutrição hospitalar entre idosos, podem 
ser realizados alguns procedimentos de intervenção. O diagnóstico nutricional, 
composto por mensurações antropométricas, observações de sinais clínicos, análise 
de exames bioquímicos, juntamente com a avaliação do consumo alimentar, deve 
ser realizado no momento da internação, durante a triagem, para que haja rápida 
intervenção, bem como o acompanhamento desse paciente ao longo do seu período 
de hospitalização, pois, o quanto antes detectado mais fácil será o tratamento do 
paciente. A interação entre os profissionais de saúde, uma prática acessível, e a 
padronização das técnicas de avaliação é essencial para o sucesso e implantação 
das mesmas.4,6,8.9 
Diante dos dados alarmantes, é necessário identificar os prejuízos causados 
pela desnutriçãohospitalar, o que leva o idoso a esse quadro, como também o 
aparecimento de outras complicações e, consequentemente, o agravamento dos 
casos, buscando métodos de intervenção nutricional que previna ou amenize seus 
malefícios. Assim sendo, este estudo teve como objetivo analisar a prevalência de 
desnutrição em idosos hospitalizados e seus respectivos métodos de avaliação, em 
hospitais públicos e privados. 
 
 
2. METODOLOGIA 
Foi realizada uma revisão da literatura nos meses de julho a outubro de 2019, 
a partir das bases de dados online SciELO, PubMed, Bireme e Google Acadêmico. 
A revisão foi ampliada por meio da busca às referências bibliográficas dos 
estudos relevantes. Foram selecionados somente artigos publicados em periódicos 
científicos e que preencham os seguintes critérios: ano de publicação de no máximo 
15 anos para a discussão dos resultados, sendo todos os artigos originais; e 
restrição de 20 anos para artigos utilizados na introdução, sendo esses de revisão 
8 
 
publicados em revistas científicas e originais que pesquisaram a prevalência da 
desnutrição em idosos hospitalizados. 
 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 Idosos internados em hospitais apresentam maior risco nutricional e pior 
prognóstico. A avaliação nutricional deste grupo é complexa, sendo a antropometria 
e ingestão alimentar itens prioritários para a definição de um melhor diagnóstico e 
acompanhamento nutricional deste grupo.10 
De acordo com Brock et al.11, o estado nutricional dos pacientes possui uma 
relação inversa ao risco de hospitalização, e a piora do estado nutricional, além da 
doença associada, pode ser desencadeada por diversos fatores (como perda das 
capacidades fisiológicas e funcionais, menor resistência imune, inapetência, entre 
outros). Para a avaliação do público idoso, é necessário conhecer as alterações 
fisiológicas (como a progressiva diminuição da massa corpórea magra e de líquidos 
corpóreos, elevação da quantidade de tecido gorduroso, a diminuição de alguns 
órgãos e a perda de musculatura esquelética) que ocorrem no processo de 
envelhecimento, afim de que a mesma seja realizada de maneira coerente. 
 A desnutrição também pode estar relacionada à capacidade funcional do 
indivíduo idoso, como mostra o estudo realizado por Cendron et al.12, em que idosos 
com risco de desnutrição foram associados à maior dependência, ao passo que 
aqueles com estado nutricional normal foram associados à maior independência. 
Além da perda da mobilidade, a presença de estresse psicológico e a diminuição da 
ingestão foram fatores associados à desnutrição.13 
A baixa ingestão alimentar em idosos hospitalizados é coadjuvante nesse 
cenário de subnutrição e desnutrição, agravando o quadro e acarretando em uma 
piora da qualidade de vida, devendo assim ser um item prioritário de 
acompanhamento durante a internação de idosos.10 Essa redução de ingestão 
alimentar pode ser relacionada à diminuição da sensibilidade gustativa, como 
apontado por Neumann et al.14, uma vez que a quantidade de corpúsculos 
gustativos presentes na língua, orgão responsável pela percepção de sabores, 
diminuem à medida que a idade se avança, caracterizando portanto, uma mudança 
9 
 
fisiológica presente no envelhecimento e que pode influenciar diretamente no estado 
nutricional do idoso. 
Franco e Morsoletto15 verificaram que à medida que ocorre perda da reserva 
de gordura subcutânea, há também perda de massa magra, característica fisiológica 
que se intensificou no gênero feminino. 
Brock et al.11 relatam a associação de baixos níveis de albumina sérica à 
desnutrição, que por sua vez pode ser agravada pelo tempo de hospitalização, como 
é demonstrado em suas análises, em que 87% dos idosos acompanhados 
apresentaram hipoalbuminemia no momento da internação, aumentando para até 
90%, após 6 dias. Quando foi avaliado o risco nutricional através da Mini Avaliação 
Nutricional (MAN), apontou-se que 21% dos pacientes estavam desnutridos e 98% 
deles apresentavam hipoalbuminemia. Constatando, portanto que avaliar os níveis 
de albumina sérica é um excelente marcador de desnutrição. 
 Borghi et al.16 trouxaram o resultado de uma análise de 19.222 pacientes 
internados no Brasil na qual a prevalência de desnutrição identificada em idosos foi 
de 69,2% que apresentaram resultado da MAN compatível com risco nutricional 
(38,4%) e desnutridos (30,8%). Dado que reforça os resultados obtidos por Santos et 
al.17 que constataram a prevalência de desnutrição de 58% através da aferição da 
Circunferência do Braço (CB), 73% pela Área Muscular do Braço corrigida (AMBc) e 
69% pela Circunferência Muscular do Braço (CMB). Através da Avaliação Subjetiva 
Global (ASG) identificou-se desnutrição em 49 indivíduos (49%). 
Cendron et al.12 observaram que 50,5% dos idosos apresentavam risco de 
desnutrição. Amaro et al.18 concluíram que dentre os doentes, o nível de risco 
elevado, segundo a ferramenta de rastreio Malnutrition Universal Screening Tool 
(MUST), é de 70%. Panissa e Vassimon10 observaram que, em relação à 
antropometria, pelo Índice de Massa Corporal (IMC), 41% dos idosos apresentaram 
certo grau de desnutrição, no entanto, segundo a porcentagem de adequação da 
CB, foram diagnosticados 63%. Através dos valores de Circunferência da Panturrilha 
(CP), foram encontrados 59%. Com base na ASG, Crestani et al.19 demonstraram 
que, entre os idosos, 25% foram classificados na categoria A (bem nutridos) e 75% 
na categoria B (risco nutricional ou desnutrição). Os resultados de IMC apontaram 
10 
 
que os idosos apresentavam 50% de eutrofia, 36,1% de sobrepeso e 13,9% de 
baixo peso. 
Com base na análise destes seis parâmetros diferentes para determinar a 
prevalência de desnutrição ou risco nutricional de idosos, foi possível verificar que 
eles corroboram entre si, com exceção do IMC, que trouxe menores índices de 
desnutrição. No entanto, este não é o mais indicado para avaliação nutricional de 
idosos em função do decréscimo de estatura, aumento de tecido adiposo, redução 
de massa magra e quantidade de água no organismo, fazendo com que a utilização 
do IMC em idosos apresente dificuldades.10 
Também pôde ser observado que há uma grande preocupação com o 
elevado número de idosos desnutridos ou com risco de desnutrição nos hospitais, 
que mesmo em caso de sobrepeso, não foram descartadas as possibilidades, sendo 
essencial a implementação de atividades de orientação nutricional que enfoquem 
também na obesidade e não somente na subnutrição.19 
 As doenças mais prevalentes entre os idosos internados são: câncer, 
doenças respiratórias, desordens neurológicas, fraturas e diabetes mellitus tipo 2, 
sendo que os pacientes oncológicos tiveram 4,87 vezes mais chances de 
apresentarem desnutrição do que os não oncológicos e permaneceram em média 
mais dias internados que os demais.8,15 
 Amaro et al.18, trouxeram resultados que mostram uma melhora relativa no 
parâmetro IMC durante o período de internação, o que surpreende, já que os demais 
estudos citados mostram o IMC como não sendo um parâmetro fiel para a avaliação 
do estado nutricional de idosos. 
Assim como Brock et al.11, Amaro et al.18, ressaltam que muitas vezes o 
quadro clínico do paciente hospitalizado evolui para morte, não necessariamente 
pela doença em si, mas pela desnutrição e tempo de internação prolongada, fato 
esse que afeta financeiramente os hospitais e Serviços de Saúde por aumentar os 
custos. 
Praticamente todos os estudos revisados apresentaram elevada prevalência 
de desnutrição hospitalar entre os idosos e baixa atenção ao estado nutricional 
mesmo entre os desnutridos, apontando a necessidade de programar um processo 
11 
 
mais intenso de triagem nutricional, para que mais pacientes desnutridos e/ou em 
risco sejam reconhecidos o quanto antes e tratados.8 Observou-se também que se 
faz necessária uma análise que contemple mais de uma formade avaliação 
nutricional, como sugere Santos et al.17, já que parâmetros antropométricos e 
subjetivos de avaliação nutricional apresentaram divergências no diagnóstico final 
quando realizados de forma singular e esporádica. 
 
 
4. CONCLUSÃO 
É possível concluir que a avaliação nutricional precoce é essencial, bem como 
a utilização de mais de um método de avaliação, seja direto ou indireto, para 
identificar o quanto antes as necessidades de cada paciente, evitando ou impedindo 
o agravamento da desnutrição. 
 Não se pode relacionar diretamente o tempo de internação com o aumento da 
desnutrição, pois em alguns estudos foi demonstrada a piora, enquanto que em 
outro houve melhora no marcador de desnutrição. Porém, considerando que o 
marcador utilizado foi o IMC, que, por sua vez, demonstrou-se como não sendo um 
bom parâmetro para uso no grupo de idosos, é possível sim aceitar indiretamente 
essa relação. 
 Por fim, observou-se concordância entre todos os estudos de que a presença 
de um nutricionista é indispensável para identificação e tratamento de riscos 
nutricionais precoces, assim como uma boa comunicação de toda equipe, e 
implantação e utilização de protocolos de avaliação nutricional, com frequente e 
intenso acompanhamento para, se necessário, intervir na alimentação de modo a 
prevenir e controlar a desnutrição, melhorando a evolução das doenças e 
manutenção das capacidades funcionais dos idosos. 
 
 
12 
 
REFERÊNCIAS 
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abr 2020] Disponível em: https://www.who.int/features/qa/malnutrition/en/. 
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permanência hospitalar e mortalidade de pacientes internados em um hospital 
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3. Marcadenti A, Vencatto C, Boucinha ME, Leuch MP, Rabello R, Londero LG. 
et al. Desnutrição, tempo de internação e mortalidade em um hospital geral do 
Sul do Brasil. Rev Ciência e Saúde 2011; 4(1):7-13. 
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pacientes internados. Rev Assoc Med Bras 04/abr/2011; 57(6):637-643. 
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National survey (IBRANUTRI): A study of 4000 Patients. Rev Bras Nutr Clín 
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6. Fidelix MSP, Santana AFF, Gomes JR. Prevalência de desnutrição hospitalar 
em idosos. RASBRAN ago/2013; 5(1):60-68. 
7. Duarte A, Marques AR, Sallet LHB, Colpo E. Risco nutricional em pacientes 
hospitalizados durante o período de internação. Nutr clín diet hosp abr/2016; 
36(3):146-152. 
8. Azevedo LC, Medina F, Silva AA, Campanella ELS. Prevalência de 
desnutrição em um hospital geral de grande porte de Santa Catarina/Brasil. 
Rev Arq Catarin Med dez/2006; 35(4):89-96. 
9. Bottoni A, Hassan DZ, Nacarato A, Garnes SA, Bottoni A. Porque se 
preocupar com a desnutrição hospitalar?: revisão de literatura. J Health Sci 
Inst set/2014; 32(3):314-7. 
10. Panissa CO, Vassimon HS. Risco de desnutrição de idosos hospitalizados: 
avaliando ingestão alimentar e antropometria. Demetra jan/2012; 7(1):13-22. 
https://www.who.int/features/qa/malnutrition/en/
13 
 
11. Brock F, Bettinelli LA, Dobner T, Stobbe JC, Pomatti G, Telles CT. Prevalência 
de hipoalbuminemia e aspectos nutricionais em idosos hospitalizados. Rev 
Latinoam Enfermagem 08/ago/2016; 24: [1 p.]. 
12. Cendron G, Silva LJ, Closs VE, Schwanke CHA, Kik RME. Estado Nutricional 
e Capacidade Funcional em idosos hospitalizados. Rev Grad PUCRS 2016; 
9(2): [1 p.]. 
13. Azevedo LC, Fenilli M, Neves L, Almeida CB, Farias MB, Breitkopf T, et al. 
Principais fatores da mini-avaliação nutricional associada a alterações 
nutricionais de idosos hospitalizados. Rev Arq Catarin Med 2007; 36(3): [1 p.]. 
14. Neumann L, Schauren BC, Adami FS. Sensibilidade gustativa de adultos e 
idosos. Rev Bras Geriatr Gerontol 2016; 19(5):797-808. 
15. Franco JB, Morsoletto RH. Perfil nutricional de pacientes hospitalizados em 
um hospital público do município de Ituiutaba, Minas Gerais. Rev Bras Nutr 
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16. Borghi R, Meale MMS, Gouveia MAP, França JID, Damião AOMC. Perfil 
nutricional de pacientes internados no Brasil: análise de 19.222 pacientes 
(Estudo BRAINS). Rev Bras Nutr Clin 2013; 28(4):255-63. 
17. Santos TMP, Silva AKS, Santos CBA, Souza MSG, Lacerdas DC, Júnior JAS, 
et al. Desnutrição: uma enfermidade presente no contexto hospitalar. Sci Med 
dez/2015; 25(4): [1 p.]. 
18. Amaro JS, Correia AC, Pereira C. Avaliação do risco de desnutrição num 
serviço de medicina do Hospital Distrital de Santarém (Medicina IV). Acta Port 
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19. Crestani N, Bieger P, Kik RME, Dias RL, Alscher S, Lienert RSC. Perfil 
nutricional de pacientes adultos e idosos admitidos em um hospital 
universitário. Rev Ciência e Saúde 2011; 4(2):45-49.

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