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HISTÓRIA A

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1
Cruzadas medievais
Aula 
17 5A
História
As Cruzadas são tradicionalmente definidas como expedições organiza das por cristãos do Ocidente – incentivados 
pelo Papa – para libertar a Terra Santa, que estava em poder dos turcos. 
O movimento das Cruzadas foi uma espécie de extensão das lutas que estavam sendo travadas contra os muçul-
manos (Guerra de Reconquista) na Espanha e na Sicília. 
As Cruzadas também podem ser consideradas uma contraofensiva da cristandade diante dos sucessivos avanços 
dos muçulmanos. É possível, portanto, afirmar que as Cruzadas foram também um movimento de expansão geral, que 
ocorreu na Europa durante a Idade Média. Enfim, as Cruzadas devem ser entendidas como expedições organizadas 
pelos cristãos entre os séculos XI e XIII com o objetivo de combater o expansionismo islâmico, libertar a Terra Santa 
(Jerusalém) do domínio muçulmano e propagar o cristianismo.
Durante praticamente 200 anos de luta contra as populações não cristãs (1096 - 1270), milhares de cavaleiros, a 
serviço da Igreja, engajaram-se nas longas expedições que partiam de diferentes regiões da Europa em direção ao 
Oriente Médio, conforme você pode observar no mapa a seguir.
Cruzadas medievais
Ta
lit
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Bo
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Diversos fatores conjugados contribuíram para o 
engajamento de milhares de cristãos ao movimento das 
Cruzadas. 
A partir do século X, ocorreu um grande aumento 
populacional no Oci dente. O excedente populacional 
estava disposto a arrebatar dos infiéis as terras férteis do 
Oriente. Acrescente-se ainda que a sucessão baseava-se 
no direito da primogenitura, que garan tia aos filhos 
primogênitos vantagens especiais de herança, por isso 
muitos nobres viram nas Cruzadas um meio de obter 
feudos no Oriente. 
O papa Urbano II, o pregador da Primeira Cruzada, 
desejava restabelecer a unidade do cristia nismo, 
rompida com o Cisma do Oriente (1054). Acreditava 
que, libertando a Palestina e a Síria, debilitando os 
muçulmanos, favorecendo os bi zantinos, estaria dando 
um passo gigantesco no sentido de reconci liar o Oriente 
com o Ocidente. 
Como já vimos, o homem medie val era extremamen-
te belicoso. Para conter esse ímpeto guerreiro, a Igre ja 
adotou a Paz de Deus (proibição de lutas em determina-
dos locais) e a Trégua de Deus (proibição de conflitos em 
determinadas épocas do ano). Era muito difícil, contudo, 
evitar os conflitos. As Cruzadas vieram a canalizar essa 
energia para lutar contra os infiéis, provocando um certo 
alívio no Ocidente.
A religiosidade do homem medie val foi, portanto, o 
fator fundamental das Cruzadas. Vivia-se numa época 
em que as peregrinações aos santu ários provocavam o 
deslocamento de multidões. Jerusalém era considera da 
“o umbigo do mundo” e visitá-la era o sonho de todo 
peregrino. Vale acrescentar que, enquanto os árabes 
dominavam a região, os cristãos podiam visitar os luga-
res sagrados sem serem molestados. A ocupação turca 
reverteu a situação. Os cristãos passaram a ser ultrajados 
e repri midos pelos turcos seldjúcidas e seu fanatismo 
religioso. 
Além disso, o espírito aventureiro do homem me-
dieval, a intenção das ricas ci dades italianas (Gênova e 
Veneza, especialmente) de dominarem o Mediterrâneo 
Oriental e o desejo de salvação da alma foram fatores 
importantes que também contribuíram para as Cruzadas.
“Deus o quer”
No Concílio de Clermont, o papa Urbano II 
lan çou um apelo aos cristãos. Sob o lema “Deus o 
quer”, tentou fazer com que os nobres cavaleiros 
deixassem de lado as rivalidades e se unissem para 
libertar o Santo Sepulcro, com a seguinte prega-
ção: Deixai os que outrora estavam acostumados 
a se baterem impiedosamente contra os fiéis, em
2 Extensivo Terceirão
guerras particulares, lutarem contra os infiéis... 
Deixai os que até aqui foram ladrões tornarem-se 
soldados. Deixai aqueles que outrora se bateram 
contra seus irmãos e parentes lutarem agora con-
tra os bárbaros como devem. Deixai os que outro-
ra foram mercenários, a baixo soldo, receberem 
agora a recompensa eterna. Uma vez que a terra 
que vós habitais (...) é dema siadamente pequena 
para a vossa grande população (...). Tomai o ca-
minho do Santo Sepulcro, arrebatai aquela terra à 
raça perversa e submetei-a a vós mesmos. 
Papa Urbano II, 27 nov. 1095.
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 Peregrinos cristãos atendendo à convocação do papa, em mar-
cha nos arredores de Jerusalém
Cruzada popular 
O monge Pedro, o Eremita, graças às suas pre gações 
comoventes, conseguiu reunir uma multidão. Auxiliados 
por um cavaleiro, Gautier Sans Avoir, os pe regrinos atra-
vessaram a Alemanha, Hungria, Bulgária, chegando em 
péssimas condições à Constantinopla. O imperador bi-
zantino Aleixo Commeno, desejando afas tar esse “bando 
turbulento” de sua capital, procurou incentivá-los a atacar 
os infiéis. Foi um desastre, pois a Cruzada dos Mendigos 
foi arrasada. 
As oito Cruzadas 
(segundo a tradição) 
A Primeira Cruzada foi conhecida como a Cruzada 
dos Senhores, pois contou com a liderança de nobres 
cavaleiros como o duque Godofredo de Bulhões. No 
ano de 1099, após longo cerco, os cruzados tomaram a 
cidade de Jerusalém. A repressão foi violenta. Segundo 
o arcebispo Guilherme de Tiro, a cidade oferecia tal es-
petáculo, tal carnificina de ini migos, tal derramamento 
de sangue que os próprios vencedores ficaram impres-
sionados de horror e descontentamento.
Aula 17
3História 5A
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 Batalha durante a Primeira Cruzada (1096 - 1099)
Após a vitória, era preciso organizar a conquista. Surgiram quatro unida-
des políticas: o Reino de Jeru salém (Godofredo de Bulhões – “Defensor do 
Santo Sepulcro”), o Condado de Edessa, o Condado de Trípoli e o Principa-
do de Antioquia. 
A perda do Condado de Edessa provocou a organi zação da Segunda 
Cruzada (1147 - 1149). Pregada por São Bernardo, essa cruzada foi liderada 
por Con rado III, da Alemanha, e por Luís VII, da França. Os cruzados foram 
derrotados e fracassaram ao tentarem ocupar Damasco e Ascalon. 
A Terceira Cruzada (1189 - 1192) foi denominada a Cruzada dos Reis. 
Dela participaram: Filipe Augusto (França), Frederico Barbaruiva (Sacro 
Império) e Ricardo Coração de Leão (Inglaterra). Frederico, apesar de ter 
vencido os muçulmanos, morreu afogado. Ricardo e Filipe tomaram São João 
D’Acre. Ricardo recebeu terras entre Tiro e Jaffa e assinou um armistício com 
o sultão Saladino. 
A Quarta Cruzada (1202 - 1204) foi prepara da pelo papa Inocêncio III, 
porém deturpada pela influência de Veneza, que exigia uma soma enorme 
para transportar os cruzados. Foi feito um acordo: os cruzados ajudariam os 
venezianos na tomada de Zara, no Adriático, rival comercial daquela cidade 
italiana. Após a tomada de Zara, resolveram, ainda instigados pelos venezia-
nos, tomar Constantino pla, que foi completamente saqueada. Fundou-se o 
Império Latino de Constantinopla, que durou meio século. Com a ajuda de 
Gênova, foi restaurado o Império Bizantino.
Entre a Quarta e a Quinta Cru zada, houve a chamada Cruzada das Crian-
ças. Foi um desastre, pois a maioria das crianças mor reu de fome ou de frio. 
As que sobreviveram foram escravizadas pelos turcos. 
A Quinta Cruzada (1217 - 1221), também pregada por Ino cêncio III, par-
tiu em 1217 e foi lide rada por André II, rei da Hungria, e Leopoldo VI, duque 
da Áustria. Os resultados foram nulos. 
A Sexta Cruzada (1228 - 1229) 
foi liderada pelo imperador Frederi-
co II, que tinha sido excomungado 
pelo Papa. Aproveitando-se das 
discórdias entre os muçulmanos, 
Frederico II conseguiu, por intermé-
dio de diplomacia, que os turcos 
lhe entregassem Jerusalém, Belém 
e Nazaré. Mais tarde, essas regiões 
caíram novamente sob o domínio 
dos turcos. 
A Sétima Cruzada (1248 - 1250) 
e a Oitava Cruzada (1270) foram 
lideradas pelo rei da França, Luís IX 
(São Luís). Na sua primeira Cruzada, 
São Luís foi derrotado, caiu prisio-
neiro e os cristãos tive ram de pagar 
umpesado resgate pela sua liber-
tação. Na sua segun da tentativa, 
São Luís atacou Túnis, mas acabou 
morrendo devido a uma forte 
disenteria.
Diversas razões contribuíram 
para o fracasso das Cruzadas, entre 
elas: os europeus eram minoria, em 
meio a uma população geralmente 
hostil; a opressão à população 
nativa fez com que o domínio fosse 
cada vez mais difícil; as diversas 
lutas entre os próprios cristãos 
contribuíram para enfra quecê-los 
enormemente.
As ordens 
militares 
No Oriente Latino, com o 
triunfo da Primeira Cruzada, fo-
ram criadas ordens religiosas. Os 
Cavaleiros de São João (Hospita-
lários) nasceram como instituição 
de caridade e se transformaram 
numa ordem mili tar para defesa 
dos peregrinos que visitavam a 
Terra Santa. Já os Cavaleiros do 
Templo (Templários) originaram-
-se por volta de 1115, dedicados 
à proteção dos peregrinos, dando 
apoio àqueles que se dirigiam ao 
Oriente.
4 Extensivo Terceirão
Com a consolidação das monarquias e a diminuição 
do poder papal, as ordens militares foram pouco a pouco 
perdendo sua utilidade, sendo obrigadas a se dedicar a 
atividades beneficentes e missionárias.
“Ao contrário dos Hospitalários, a quem in-
fluenciaram, os Templários empenharam-se pri-
mordialmente em campanhas militares contra os 
muçulmanos. Muitíssimo populares e enriqueci-
dos por doações durante as Cruzadas, tornaram-se 
poderosos na Europa e no Oriente, dedicando-se 
a atividades bancárias. A queda de Acre (1291) e 
sua transferência para Chipre deixou-os sem ob-
jetivo definido e, como banqueiros, impopulares. 
Resistiram às tentativas de fusão com seus rivais 
Hospitalários e conflitos com Filipe IV da França 
levaram o Monarca, de acordo com o papa Cle-
mente V, a planejar a extinção da ordem. Acusa-
ções de heresia provocaram sua supressão (Con-
cílio de Vienne, 1312). O grão-mestre Jacques de 
Molay e outros foram executados e os bens da or-
dem confiscados, passando para os Hospitalários 
e príncipes seculares. A ordem foi restabelecida 
em Portugal como Ordem de Cristo.”
LOYN, H. R. Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro. Jorge Zahar 
Editor, 1998, p. 85
Consequências 
As Cruzadas contribuíram para dinamizar as relações 
comerciais entre o Oriente e o Ocidente, pondo fim ao 
bloqueio do Mar Mediterrâneo, até então dominado pelos 
muçulmanos. A burguesia foi a classe social que mais se 
bene ficiou pois os negociantes enriqueceram à custa 
dos nobres e cavaleiros. As cidades se desenvolveram. O 
mercado expandiu-se, bem como a economia monetária. 
Difundiu-se o espírito de lucro e o racionalismo econômico.
O contato com as requintadas civilizações bizantina e 
muçulmana despertou um refinamento no modo de vida 
europeu. Uma grande quantidade de produtos orientais 
foi introduzida no Ocidente. Entre os produtos, podemos 
destacar canela, pimenta, cravo, açúcar, arroz, algodão, 
café e perfumes. Os europeus adotaram também técnicas 
de cultivo, de produção de ferro, de fabricação de tecidos, 
bem como importantes práticas financeiras e comerciais, 
tais como a letra de câmbio e o cheque.
As Cruzadas comprometeram o prestígio da Igreja 
Católica e do papado, bem como o da própria nobreza. 
Um resultado indireto, extrema mente negativo, foi o au-
mento do antissemitismo na Europa. Em muitas cidades 
os judeus, por não serem cristãos, foram massacrados.
Testes
Assimilação
17.01. (UECE) – Considerando a Idade Média, relacione 
corretamente os acontecimentos apresentados a seguir 
aos valores do código de Cavalaria Medieval, numerando a 
Coluna II de acordo com a Coluna I.
COLUNA I COLUNA II
1. Guerra Santa
( ) Ação de libertação da Espanha do 
domínio árabe.
2. Cruzadas
( ) Liberação do domínio da Terra Santa dos 
muçulmanos.
3. Reconquista
( ) Combate que tem como objetivo a defe-
sa da verdadeira fé.
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
a) 2, 1, 3. b) 3, 1, 2.
c) 3, 2, 1. d) 1, 3, 2.
e) 1, 2, 3.
17.02. (PUC – SP) – As Cruzadas tiveram caráter:
a) exclusivamente religioso, buscando resgatar a Terra 
Santa das mãos dos árabes e expandir o catolicismo.
b) exclusivamente comercial, buscando novas terras para 
a agricultura e mercado para os produtos europeus.
c) religioso e comercial, buscando conciliar a ação expan-
sionista religiosa à abertura de novas rotas comerciais.
d) político e religioso, buscando ampliar o poder do Papado 
e produzir uma fusão entre o catolicismo e o islamismo.
e) político e comercial, buscando expandir o absolutismo 
monárquico e abrir mercados para produtos do Vaticano.
17.03. (UFPel – RS) – 
“São ditas justas as guerras
que vingam injustiças, quando um
povo ou um Estado, a quem a guerra
deve ser feita, deixou de punir os erros
dos seus ou de restituir aquilo que foi
saqueado em meio a essas injustiças.”
Santo Agostinho
A declaração de Santo Agostinho a respeito das guerras 
revela uma postura da Igreja que:
a) rejeitava a violência e condenava a guerra;
b) determinava a trégua de Deus em dias santos;
c) punia severamente àqueles que se dedicavam às ativida-
des militares em detrimento das religiosas;
d) tolerava o conflito bélico desde que fosse considerado 
como uma guerra justa;
e) pregava a tolerância religiosa como meio de evitar con-
flitos militares.
Aula 17
5História 5A
17.04. “Já no século XIV a.C., os fenícios, excelentes 
marinheiros, detinham o monopólio do comércio de 
especiarias no Mediterrâneo, a tal ponto que elas foram 
chamadas de ‘mercadorias fenícias’. (...) as especiarias 
partiram para Roma provenientes do Egito, no início do 
século II a.C. (...). A cozinha medieval usava carnes em 
excesso, e tanto para conservá-las como para dissimu-
lar seu gosto, quando em princípio de decomposição, 
apelava obrigatoriamente para as especiarias (...). Os 
cruzados apaixonaram-se pelas especiarias por volta 
do século XI, quando chegaram à Terra Santa (...).”
(Adaptado de Fernanda de Camargo-Moro. “Veneza; O encontro do Oriente 
com o Ocidente”. Rio de Janeiro: Record, 2003) 
A referência contida no texto a respeito do uso e do acesso às 
especiarias durante a Idade Média nos permite associar à (ao):
a) interrupção total da ligação entre Ocidente e Oriente du-
rante o feudalismo, dado o fim das atividades mercantis.
b) papel das Cruzadas na integração entre Oriente e Ociden-
te e seus possíveis interesses extrarreligiosos.
c) importância da caça, que impediu que houvesse fome 
e garantiu alimento farto a toda a população da Europa 
medieval.
d) facilidade de conservação dos alimentos no período me-
dieval, evidenciada no emprego das especiarias para tal fim.
e) uso das especiarias em rituais religiosos católicos, justifi-
cado por sua exploração fácil no território europeu.
Aperfeiçoamento
17.05. (FGV – SP) – “(...) as Cruzadas não foram as responsá-
veis pelas grandes transformações econômicas, mas produ-
tos delas. Contudo, elas não deixaram de contribuir para os 
avanços daquelas transformações. (...) O intenso comércio 
praticado pelas cidades italianas, Gênova e Veneza, cresceu 
bastante com a abertura dos mercados orientais, para o que 
as Cruzadas desempenharam papel decisivo (...)
Hilário Franco Júnior, “As cruzadas” 
Além da decorrência apresentada, pode-se atribuir a essas 
expedições:
a) o desaparecimento das ordens mendicantes – espe-
cialmente franciscanos e dominicanos –, assim como a 
superação das heresias católicas.
b) o fortalecimento nas relações de vassalagem em toda 
a Europa Ocidental e um forte retraimento do poder 
econômico da burguesia comercial. 
c) a estagnação das atividades comerciais entre algumas 
cidades comerciais do mar do Norte – como Bruges e 
Gand – e as cidades do litoral oeste da África.
d) a radicalização no processo de fragmentação político-
-territorial da Europa, com a importante ampliação do 
poder econômico da nobreza togada.
e) a relação entre os cruzados com bizantinos e muçulma-
nos, permitindo que a Europa voltasse a ter contato com 
algumas obras de filosofia greco-romana.
17.06. (FUVEST– SP) – As Cruzadas representaram para a 
sociedade feudal:
a) uma aventura militar que levou a Cristandade a perder 
importantes territórios e a conhecer a Peste Negra.
b) uma saída para o excedente populacional e a satisfação 
da necessidade espiritual da peregrinação a Jerusalém.
c) um movimento nobiliárquico que ao reforçar o feudalismo 
atrasou a centralização política em dois séculos.
d) um reforço importante no prestígio da Ordem Dominica-
na, que as idealizou, organizou, financiou e, teoricamente, 
comandou.
e) uma abertura para o exterior, responsável pela entrada na 
Europa de elementos da cultura clássica, como o gótico 
e a escolástica.
17.07. (UEL – PR) – Uma das consequências das Cruzadas 
foi a consolidação do renascimento comercial europeu, ao:
a) interromper a expansão dos francos do Norte da Europa 
e ao impedir que o comércio ficasse monopolizado pelas 
cidades de Antuérpia e Amsterdã.
b) expulsar os árabes do Mediterrâneo e ao permitir o 
domínio do comércio pelas cidades italianas, na região, 
principalmente Gênova e Veneza.
c) estender o controle comercial do pontificado romano a 
todo o continente, favorecendo as cidades de Flandres 
e Champagne.
d) possibilitar a apropriação pelos mercadores europeus dos 
centros comerciais dominados pelos bretões e florentinos.
e) generalizar o comércio baseado na troca direta, herdado 
dos povos germanos e saxões.
17.08. (FATEC – SP) – Apesar de não terem alcançado seu 
objetivo – reconquistar a Terra Santa –, as Cruzadas provo-
caram amplas repercussões, porque:
a) favoreceram a formação de vários reinos cristãos no Orien-
te, o que permitiu maior estabilidade política à região.
b) consolidaram o feudalismo, em virtude da unificação dos 
vários reinos em torno de um objetivo comum.
c) facilitaram a superação das rivalidades nacionais graças 
à influência que a Igreja então exercia.
d) uniram os esforços do mundo cristão europeu para eli-
minar o domínio árabe na Península Ibérica.
e) estimularam as relações comerciais do Oriente com o 
Ocidente, graças à abertura do Mediterrâneo a navios 
europeus.
17.09. (UFPE) – Analise as afirmativas abaixo relacionadas 
com a existência das Cruzadas:
1) As Cruzadas eram expedições organizadas pelos senhores 
feudais, com a finalidade de reativar a vida nos feudos.
2) As Cruzadas, expedições marcadas por interesses religio-
sos e econômicos, contavam com a participação da Igreja 
Católica.
6 Extensivo Terceirão
3) As Cruzadas não trouxeram contribuições para a econo-
mia no Ocidente, pois criaram conflitos inexpressivos e 
exacerbaram o fanatismo religioso.
4) A participação da população pobre nas Cruzadas foi 
significativa e aponta para um dos momentos de crise 
do sistema feudal.
5) Os lucros dos nobres nas Cruzadas contribuíram para 
revitalizar a economia feudal, com a adoção do trabalho 
assalariado.
Está(ão) correta(s):
a) 1, 2, 3, 4 e 5;
d) 2 e 3 apenas;
b) 2 e 4 apenas;
e) 1 apenas.
c) 5 apenas;
17.10. (PUC – RS) – Responda à questão, com base nas 
afirmativas a seguir, sobre as Cruzadas na Baixa Idade Média:
I. Vários setores da sociedade europeia tinham interesses 
nas Cruzadas: a Igreja, o Império Bizantino, os nobres sem 
terra e as cidades comerciais italianas.
II. As Cruzadas fracassaram como empreendimento religio-
so militar, inclusive porque terminaram interrompendo o 
rico comércio europeu com o Oriente Médio.
III. Uma nova classe social surgiu, ligada à atividade co-
mercial, e o poder dos nobres começou gradualmente 
a declinar.
IV. Foi a partir da renovação do poder da Igreja, com o mo-
vimento das Cruzadas, que se construíram as grandes 
catedrais românicas na Europa Ocidental.
Pela análise das alternativas, conclui-se que somente estão 
corretas:
a) I e II.
d) II e IV.
b) I e III.
e) III e IV. 
c) I, II e III.
Aprofundamento
17.11. (FATEC – SP) – Leia atentamente as afirmações a se-
guir, sobre o empreendimento militar-religioso denominado
Cruzadas.
I. O apelo do Papado à conquista dos locais sagrados na 
Ásia Ocidental foi o eixo religioso das campanhas.
II. Entre os interesses que moveram este empreendimento 
estava, fundamentalmente, o combate ao protestantis-
mo e ao islamismo, que estavam em plena expansão na 
região do Mediterrâneo.
III. As análises do sucesso ou não do empreendimento são 
inúmeras, mas é certo que as Cruzadas representaram um 
importante marco para o renascimento do comércio na 
região do Mediterrâneo.
Dessas afirmações está(ão) correta(s)
a) apenas II.
b) apenas III.
c) I e II somente.
d) I e III somente.
e) II e III somente.
17.12. (UPF – RS) – Em 1095, durante o Concílio de Clermont 
Ferrand, o papa Urbano II conclamou os guerreiros da fé para 
participarem de um movimento que iniciaria o avanço da 
cristandade sobre os povos não cristãos na Terra Santa: “Ces-
sem, pois, os ódios intestinos, apaguem-se os contenciosos, 
aplaquem-se as guerras e sossegue toda discórdia e inimizade. 
Empreendei o caminho do Santo Sepulcro, arrancai aquela 
terra àquele povo celerado e submetei-la a vós”. Considerando 
essas incursões, denominadas Cruzadas, avalie as seguintes 
afirmativas e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) A Europa estava vivenciando um período de harmonia 
e concórdia interna quando do apelo do Papa para as 
Cruzadas.
( ) O Santo Sepulcro seria reconquistado para fins de colo-
nização e aquisição de escravos.
( ) Os muçulmanos foram considerados inimigos de todos 
os cristãos. Assim, os cristãos se uniram para o enfren-
tamento dos então considerados infiéis muçulmanos.
( ) As Cruzadas constituíram-se de várias expedições ao 
Oriente visando à reconquista da Terra Santa. Foram 
destaques a Cruzada Popular e a dos Nobres.
( ) As Cruzadas foram empreendimentos militares impulsio-
nados pela ideia de guerra santa em defesa da fé católica.
A sequência que preenche corretamente os parênteses é:
a) V – F – V – F – V.
c) F – F – V – F – F. 
e) F – F – F – F – F.
b) V – V – F – F – V.
d) F – F – V – V – V.
17.13. (FGV – RJ) – Da mesma forma que a Terra Santa, 
ainda que com identidade menor, a Península Ibéri-
ca possibilitava a reunião das ideias de paz (luta no 
exterior da Cristandade), de Guerra Santa (engrande-
cimento da Igreja em terra anteriormente cristã) e de 
peregrinação (corpo santo apostólico em Santiago de 
Compostela). A Reconquista revelou-se especialmente 
atraente, o que é significativo, para o centro-sul francês 
(...) cujos cavaleiros foram os mais constantes partici-
pantes ultramontanos da luta antimoura na Península.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. Peregrinos, monges e guerreiros. Feudo-clericalismo 
e religiosidade em Castela Medieval. São Paulo: Hucitec, 1990, p. 161.
Sobre a Reconquista Ibérica, é correto afirmar que se trata de 
a) um conjunto de guerras e conquistas territoriais cujas 
motivações foram semelhantes àquelas que estimularam 
a ação dos cristãos durante as Cruzadas. 
b) um movimento dirigido pelos comerciantes castelhanos, 
interessados em se apropriar das riquezas e rotas mercan-
tis do mundo islâmico. 
c) um movimento sem vinculação às crenças religiosas e 
devocionais cristãs e estimuladas pelo avanço científico 
precoce da Península Ibérica. 
d) uma incursão de cavaleiros a serviço da monarquia 
francesa com o intuito de anexar a Península Ibérica e 
reestruturar o antigo Império Carolíngio. 
e) um movimento essencialmente religioso que visava a 
combater o fanatismo muçulmano e estabelecer mo-
narquias cristãs que respeitassem a liberdade religiosa 
na Península Ibérica. 
Aula 17
7História 5A
17.14. (UEPG – PR) – A respeito das Cruzadas, movimento 
religioso e militar que opôs católicos e muçulmanos entre 
os séculos XI e XIV, assinale o que for correto.
01) A Ordem dos Cavaleiros Templários teve destacada par-
ticipação em defesa do cristianismo.
02) A retomada do comércio entre Ocidente e Oriente foi 
uma das consequências deixadas pelas Cruzadas.
04) Um dos principais motivos que levaram à ocorrência 
das Cruzadasfoi a tentativa de retomada de Jerusalém, 
então controlada pelos turcos seljúcidas, pelos cristãos.
08) Além de motivações religiosas, as Cruzadas também 
encobriam o desejo de conquista de novas terras por 
parte da nobreza feudal europeia.
16) O papa Urbano II, líder da Igreja Católica no início das 
Cruzadas, sempre foi contrário aos conflitos com os mu-
çulmanos por acreditar no princípio do ecumenismo.
17.15. (UEPG – PR) – Entre os séculos XI e XIII, o Ocidente cristão 
e o Oriente muçulmano travaram uma longa batalha. Os cristãos 
invadiram o território árabe em nome da fé, mas, ao mesmo 
tempo, preocupavam-se com possíveis conquistas econômicas. 
A respeito das Cruzadas Medievais, assinale o que for correto. 
01) Ao final de dois séculos de lutas entre cristãos e mu-
çulmanos, a cidade de Jerusalém foi retomada pelos 
primeiros e, desde então, é um símbolo exclusivo da fé 
cristã no Oriente. 
02) As Cruzadas fortaleceram a autoridade real, o que favore-
ceu a criação dos Estados Nacionais Modernos. Da mesma 
forma, as Cruzadas impulsionaram o comércio Ocidente-
-Oriente e reforçaram a identidade cristã no Ocidente. 
04) Saladino (Salah al-Din) foi um líder islâmico que defen-
deu o diálogo e a não agressão com os cruzados cató-
licos. Para ele, a melhor saída para cristãos e muçulma-
nos seria a divisão de Jerusalém em áreas controladas 
distintamente por cada um desses grupos. 
08) Pimenta-do-reino, cravo, noz-moscada e canela foram 
alguns dos produtos levados do Ocidente para o Orien-
te a partir do contato estabelecido entre cristãos e mu-
çulmanos durante as Cruzadas. 
16) Além de cavaleiros bem armados, as Cruzadas também 
tiveram a participação de pobres, camponeses, mendi-
gos e crianças. Todos partiram da Europa com a inten-
ção de conquistar Jerusalém, então controlada pelos 
turcos seldjúcidas. 
17.16. (UEM – PR) – Sobre as cruzadas, assinale a(s) 
alternativa(s) correta(s). 
01) A primeira cruzada tinha como objetivo a conquista da 
Terra Santa, a ajuda aos bizantinos e a união da cristan-
dade contra os mulçumanos. 
02) As cruzadas foram uma demonstração de força e de 
prestígio da nobreza, em um mundo com forte senti-
mento religioso, mas já com a perda do poder papal 
após a Querela das Investiduras. 
04) Os estados cristãos, que surgiram com as cruzadas na 
Terra Santa, abandonaram o feudalismo e reproduzi-
ram as instituições do Oriente. 
08) O fracasso das cruzadas levou à estagnação do comércio 
entre o Oriente e o Ocidente, atividade reaberta apenas 
com as Grandes Navegações dos séculos XV e XVI. 
17.17. (UEPG – PR) – Expedições militares ocorridas nos 
séculos XI e XII d.C., as cruzadas medievais foram promovidas 
pelas potências cristãs europeias, para combater o domínio 
muçulmano na Terra Santa. A respeito desse importante 
episódio histórico, assinale o que for correto. 
01) Mercadores emergentes aproveitaram as Cruzadas para 
ampliar seus negócios, abrindo novos mercados e au-
mentando seus lucros. 
02) O Concílio de Clermont marcou um dos primeiros mo-
mentos em que a Igreja Católica pediu que seus fiéis se 
levantassem contra os muçulmanos infiéis. 
04) Ao longo de cerca de dois séculos, oito expedições 
partiram da Europa. Todas chegaram até Jerusalém e 
foram vencidas pelos católicos. 
08) Apesar de conclamar todos os fiéis para apoiar a luta 
contra os muçulmanos, os batalhões católicos que se 
dirigiram para Jerusalém eram formados apenas por 
pessoas originárias da nobreza europeia. 
17.18. (UEPG – PR) – As Cruzadas foram expedições militares 
promovidas sob o comando da Igreja Católica. Motivadas por 
fins religiosos e econômicos que ocorreram entre os séculos 
XI e XIII, tinham como justificativa a tomada de Jerusalém, 
então sob o domínio dos turcos seldjúcidas. A respeito desse 
tema, assinale o que for correto. 
01) Ao final das Cruzadas, a Igreja Católica manteve sua 
unidade. A Igreja Católica Ortodoxa, fundada no Orien-
te, correspondeu ao avanço unificado do cristianismo 
para além do território europeu. 
02) O intenso comércio gerado pela movimentação das tropas 
europeias em direção ao Oriente fez com que produtos 
restritos a Europa chegassem a Ásia. A noz-moscada, a pi-
menta-do-reino e a canela são algumas das especiarias eu-
ropeias que se disseminaram pelo mundo a partir de então. 
04) Não se pode afirmar que a Igreja era a única instituição 
interessada no avanço para o Oriente. A nobreza feudal e 
os comerciantes (especialmente mediterrâneos) também 
possuíam razões para apoiar e participar das Cruzadas. 
08) O fortalecimento do poder real, a expansão do merca-
do e o enfraquecimento da aristocracia feudal foram 
algumas das consequências geradas pelas Cruzadas. 
16) Templários era a denominação dada pelos cristãos aos 
turcos durante as Cruzadas. Por sua vez, estes chama-
vam os católicos de infiéis. 
Desafio
17.19. (FGV – SP) – Aproveitando-se do reforço populacio-
nal e espiritual, os reinos cristãos acentuaram sua ofensiva 
contra os domínios muçulmanos. Em 1492, concluía-se a 
conquista da península, com a incorporação de Granada.
A reconquista representou, para os ibéricos, uma 
primeira expansão feudal. Caracterizou-se pela incor-
poração de novas terras, pelo crescimento demográfi-
co, pelo desenvolvimento das cidades, das atividades 
mercantis e pela expansão cristã. No entanto, 1492 
não se encerra em Granada. Meses depois, em outu-
bro, Colombo daria continuidade à conquista mate-
rial e espiritual. Do outro lado do Atlântico.
(Flavio de Campos. Folha de S. Paulo, 17.10.2000. Adaptado)
8 Extensivo Terceirão
A Reconquista Ibérica 
a) remonta aos meados do século IX, momento no qual os cristãos ibéricos, refugiados no norte da península, constituíram-se 
em pequenos reinos independentes e, a despeito das suas diferenças étnicas e das rivalidades, edificaram uma identidade 
cultural e política, porque objetivavam vencer militarmente os muçulmanos. 
b) contrapõe-se ao movimento das Cruzadas porque a luta e as ofensivas contra o poder mulçumano não foram realizadas 
como uma conquista militar, mas por meio de lenta e progressiva incorporação de novas terras, obtidas com as relações 
de vassalagem, em especial a partir do século XII. 
c) significou uma recomposição das forças cristãs ocidentais e parte das orientais, a partir do início do século XIV, unificadas 
pelo Concílio de Trento, que estabeleceu uma nova mística em torno da figura de Jesus Cristo, que passou a ser tratado 
como tendo essência divina e não humana. 
d) constitui-se em um processo que tem as suas origens localizadas após a formação das nações ibéricas, Portugal e Espanha, 
em fins do século XIV, porque a expulsão dos invasores mouros dependia de uma enorme ação militar que apenas Estados 
unificados podiam organizar e arcar com os custos. 
e) dependeu menos da ação das forças cristãs ibéricas e muito mais da progressiva fragilização dos domínios mouros nessa 
região, condição do califado de Granada, no século XIII, que foi obrigado a mandar forças militares para conter uma série 
de invasões aos seus domínios no Norte da África.
17.20. (UNICAMP – SP) – “Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram um caminho através dos cadáveres. Mas tudo isso 
ainda era pouca coisa. Fomos ao Templo de Salomão, onde os sarracenos tinham o costume de celebrar seus 
cultos. O que se passou nestes lugares? Se dissermos a verdade, ultrapassaremos o limite do que é possível crer. 
Será suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de Salomão, cavalgava-se em sangue até os joelhos dos cavalei-
ros e até o arreio dos cavalos. Justo e admirável julgamento de Deus, que quis que este lugar recebesse o sangue 
daqueles que blasfemaram contra Ele durante tanto tempo.”
(Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui ceperunt Jerusalem. 
http://www.fordham.edu/halsall/source/raymond-cde.asp#jerusalem2. Acessado em 01/10/2014.)
O texto acima se refere à Primeira Cruzada (1096-1099). Responda às questões abaixo.
a) Identifique um motivo econômico e um motivo políticopara o movimento das Cruzadas.
b) Que grupo social liderou esse movimento e como o cronista citado identifica o apoio de Deus ao empreendimento cru-
zadístico?
Gabarito
17.01. c
17.02. c
17.03. d
17.04. b
17.05. e
17.06. b
17.07. b
17.08. e
17.09. b
17.10. b
17.11. d
17.12. d
17.13. a
17.14. 15 (01+02+04+ 08)
17.15. 18 (02 + 16)
17.16. 01
17.17. 03 (01 + 02)
17.18. 12 (04 + 08)
17.19. a
17.20. a) Em termos econômicos, é possível 
identificar, como motivos para as 
Cruzadas, a busca por terras e pela 
ampliação das atividades comerciais. 
No âmbito político, impulsionavam 
o movimento cruzadista a tentativa 
de união da cristandade em torno da 
Igreja Católica Romana bem como 
o desejo de ampliar os domínios da 
Igreja Católica no Oriente.
b) O movimento cruzadista foi liderado 
pela nobreza. O cronista identifica o 
apoio divino aos cruzados ao apon-
tar que Deus quis que o sangue dos 
infiéis, que “blasfemaram contra Ele 
durante tanto tempo”, fosse derra-
mado.
9História 5A
Renascimento comercial e urbano
Aula 18 5A
História
Revolução agrícola 
Em torno do ano 1000, a produção ocidental era 
baixíssima. A fome era uma ameaça concreta. Essa 
situação mudaria com a chamada Revolução Agrícola, 
que consistiu numa série de inovações que contribuíram 
decisivamente para o aumento da produtividade no de-
correr do século XI. A invenção da coalheira (arreio em 
forma de coleira, que não sufocava os cavalos), a adoção 
da ferradura, para proteger os cascos dos cavalos, e a 
utilização dos arados de ferro, que sulcavam a terra 
mais profundamente, foram inovações importantes.
O clima também ajudou, pois entre 1000 e 1300 o 
clima europeu foi mais quente e seco.
A ruralização da classe dominante fez com que os 
servos fossem mais exigidos e produzissem mais. Houve 
ainda a invenção do moinho d’água e do moinho de 
vento, a secagem de pântanos, os arroteamentos, ou 
seja, a ampliação das áreas de cultivo, bem como a rota-
ção trienal (divide-se a terra em três partes – folhas – e a 
cada três anos deixa-se uma parte em pousio).
Ano
1 300
1 200
1 150
1 050
45 50 60 75
Milhões de pessoas
 Aumento da população europeia
Renascimento do comércio
O aumento populacional, a redução dos conflitos 
armados, os aperfeiçoamentos nos transportes e nas 
comunicações e o uso de novas técnicas de cultivo per-
mitiram a liberação de mão de obra para as atividades 
artesanais e comerciais. Ser comerciante na Idade 
Média era exercer uma profissão perigosa e difícil: os 
caminhos estavam recheados de salteadores e os conhe-
cimentos náuticos e geográficos eram precários. Apesar 
das adversidades, todavia, o comércio conheceu, do 
século XI ao XIII, um surto espetacular. A vida mercantil 
penetrou bastante em todo o mundo ocidental aumen-
tando o uso da moeda, favorecendo novas atividades 
industriais e firmando novas mentalidades.
Mediterrâneo 
As cidades italianas controlavam o tráfico de pro-
dutos orientais. 
Desde o século X, Veneza, uma república aristo-
crática, tinha se tornado a primeira potência marítima 
do Mediterrâneo, graças à sua posição estratégica entre 
o Oriente e o Ocidente. 
O governante da cidade era o Doge, auxiliado pela 
aristocracia mercantil. 
Os venezianos tinham muitas festas populares. Uma 
das mais conhecidas era o casamento do Doge com o 
mar, cerimônia na qual o Doge jogava duas alianças ao 
mar, simbolizando o casamento da cidade com o mar. 
A expansão veneziana se consolidou durante a Quar-
ta Cruzada, quando foi estabelecido o Império Latino de 
Constantinopla.
Gênova possuía a segunda força marítima do Medi-
terrâneo. Em 1261, os genoveses ajudaram os bizantinos a 
expulsar os venezianos de Constantinopla. Em troca, recebe-
ram importantes pontos de apoio no litoral do mar Negro, na 
Crimeia e até nas regiões distantes do mar de Azov. 
Rotas marítimas
As invasões normandas provocaram importantes 
transações, da Mancha ao Báltico. Os normandos do-
minaram as vias comerciais russas e atingiram o mundo 
muçulmano. 
A circulação de mercadoria entre o Ocidente e o 
Oriente se fazia por Bizâncio, pois a passagem pelo 
Mediterrâneo era controlada pelos árabes. Existia um 
intenso comércio entre normandos e muçulmanos. 
A rota do mar do Norte e do mar Báltico tornou-se 
uma das mais ativas do comércio internacional, pois 
completava o circuito que ligava o Oriente Médio às 
cidades italianas e a Flandres. 
Flandres foi um grande centro comercial euro peu 
durante a Idade Média. Nessa região, existia uma 
desenvolvida indústria de tecidos.
10 Extensivo Terceirão
No norte da Europa, o controle do comércio estava nas mãos da Grande Hansa (liga de comerciantes) germânica.
Rotas comerciais
Lu
ci
an
o 
D
an
ie
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ul
io
Rotas terrestres 
A rota terrestre mais fre quentada pelos merca-
dores era a que ligava o norte da Itália a Flandres. O 
conjunto de vias que ligava o norte da Itália a Flandres 
era chamado de rota de Champagne. Evi dentemente 
existiam as rotas secundárias, como a do Reno, dos 
Pireneus e da Bretanha.
Depois do século XI, as feiras impulsionaram grande-
mente as trocas realizadas na Europa. Essa atividade 
comercial surgiu nas cidades, porém o local preferido das 
feiras internacionais era o nó de trânsito, cruzamento de 
rotas, onde a afluência de co merciantes era muito grande. 
As feiras eram protegidas pelos senhores feudais 
ou pelos reis, pois esses lucravam com elas, cobran do 
impostos dos comerciantes. Em troca, davam salvos-
-condutos e proteção aos comerciantes. 
A sedentarização do comércio, o desenvol vimento 
da indústria têxtil italiana, a ascensão econômica de 
Gênova – que provocou a falência de casas comerciais 
que operavam na região das grandes feiras da Cham-
pagne – são as razões apontadas para explicar a crise 
das feiras no final do século XIII.
Economia monetária 
O desenvolvimento do comércio propiciou o retorno 
do uso (em larga escala) da moeda. No século XI, o 
direito de cunhagem era privilégio dos certos senhores 
feudais. Devido às necessidades dos mercados, sur gem 
peças fortes e pesadas: os matapans de prata, de Ve-
neza (1192); os sous, da França; os florins, de Florença, 
ducados, de Veneza, etc. 
Um sério obstáculo à acumulação de capital era a 
condenação da usura. Mas, afinal, o que era usura? 
Usura era tudo aquilo pedido em troca de um em-
préstimo, além do próprio bem emprestado. 
Diante das necessidades prementes de um novo tipo 
de econo mia, a Igreja procurou suavizar as proibições 
mais radicais e até fez vistas grossas em muitos casos. 
Ricardo de Midletown, em sua obra Questões dispu-
tadas foi condescendente com a usura. 
Para alguns autores, a po sição da Igreja em relação 
aos empréstimos a juros retardou o desenvolvimento do 
capitalis mo. Para outros, ao impedir os empréstimos a 
juros, a Igreja forçava os que detinham capi tais a investi-
rem em atividades produtivas. 
Aula 18
11História 5A
Já o justo preço era o preço de um produto que de-
via ser correspondente ao seu custo efetivo acrescido de 
uma pequena soma, relativa às necessidades mínimas 
de sobrevivência do produtor. 
É interessante destacar que os judeus, que não 
eram cristãos, emprestavam dinhei ro a juros. Muitos 
tornaram-se banqueiros.
Cidades medievais 
Além dos feudos com seus castelos, existiam tam-
bém as ci dades, ou burgos, habitadas pelos chamados 
burgueses, que vão originar uma importante classe 
social.
Além das antigas cidades, como Roma, novas foram 
apa recendo, por causas diversas, como, por exemplo, 
agrupamento de pequenos núcleos visando à proteção. 
M
ün
ch
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Cercadas de altas muralhas, as cidades medievais 
apresen tavam péssimas condições de higiene, pois 
não possuíam esgo tos, e o lixo era atirado às ruas, 
causas de frequentes epidemias (como, por exemplo, 
a Peste Negra).
As cidades, de acordo com as regiões onde se situa- 
vam, re cebiam diversas denominações: Comunas, na 
França; República,na Itália; Conselhos, na Espa nha. 
Entre os séculos XI e XIII, as cidades procuraram se 
emanci par dos senhores feudais. Esse movimento ficou 
conhecido pelo nome de Movimento Comunal. As cida-
des que obtinham suces so procuravam assegurar suas 
conquistas por meio das Cartas de Franquia. 
Confrarias 
Os artesãos se reuniam em corporações de ofício, e 
os comerciantes, em guildas. 
As guildas surgiram a partir do século XI, nas cidades 
da Europa Se tentrional. Garantiam a seus associados o 
livre comércio dentro da cidade e a isenção de tributos. 
As associações que se processaram entre as cidades 
eram chamadas de Hansas ou Ligas. Ficou famosa a 
Liga Hanseática ou Hansa Teutônica, reunindo noventa 
cidades alemãs sob a liderança de Lubeck. 
As corporações de ofício reuniam os artesãos e ti-
nham as seguintes funções: mantinham o monopólio em 
suas localidades, estabeleciam a qualidade e quantidade 
das produções e o regulamento dos preços, amparavam 
viúvas e órfãos de seus associados, pagavam pensões aos 
inválidos que pertenciam à corporação, bem como prote-
giam seus asso ciados contra eventuais abusos do poder. 
Na oficina, o mestre-artesão era o dono da matéria-
-prima e das fer ramentas. Era ele que ficava com o lucro. 
Os oficiais ou companheiros recebiam um salário pelo 
seu trabalho, enquanto os aprendizes ficavam subordi-
nados diretamente ao mestre, aprendendo a profissão.
Testes
Assimilação
18.01. Sobre as associações de importantes grupos sociais da Idade Média, um historiador escreveu: “Eram cartéis 
que tinham por objetivo a eliminação da concorrência no interior da cidade e a manutenção do monopólio de 
uma minoria de mestres no mercado urbano.”
Jacques Le Goff, A CIVILIZAÇÃO DO OCIDENTE MEDIEVAL.
O texto caracteriza de maneira típica
a) as universidades medievais.
c) as corporações de ofício.
e) as seitas heréticas.
b) a atuação das ordens mendicantes.
d) o domínio dos senhores feudais.
12 Extensivo Terceirão
18.02. (UNESP – SP) – A fim de satisfazer as necessidades 
do castelo, os comerciantes começaram a afluir à frente da 
sua porta, perto da ponte: mercadores, comerciantes de 
artigos caros e, depois, donos de cabaré e hoteleiros que 
alimentavam e hospedavam todos aqueles que negocia-
vam com o príncipe (...) Foram construídas assim casas 
e instalaram-se albergues onde eram alojados os que não 
eram hóspedes do castelo (...) As habitações multiplica-
ram- se de tal sorte que foi logo criada uma grande cidade.
(Jean Long, cronista do século XIV.)
De acordo com o texto, o nascimento de algumas cidades 
da Europa resultou da:
a) transformação do negociante sedentário em comerciante 
ambulante.
b) oposição dos senhores feudais à instituição do mercado 
no seu castelo.
c) atração exercida pelos pregadores religiosos sobre a 
população camponesa.
d) insegurança provocada pelas lutas entre nobres feudais 
sobre a atividade mercantil.
e) fixação crescente de uma população ligada às atividades 
mercantis.
18.03. (UEL – PR) – No contexto da Baixa Idade Média, 
relacionam-se com o movimento das Cruzadas,
a) o fortalecimento do império Bizantino, a tomada de 
Constantinopla e o desprestígio dos senhores feudais.
b) a hegemonia muçulmana sobre os reinos europeus, o 
desenvolvimento da indústria têxtil na Itália e a escravidão 
branca na Turquia.
c) o enriquecimento cultural das sociedades mediterrânicas, 
a reabertura do comércio com o Oriente e o fortalecimen-
to da vida urbana.
d) a epidemia da peste negra nos países do Mediterrâneo, 
o estímulo a uma economia baseada na troca simples e 
a construção de estradas transcontinentais.
e) o comprometimento do prestígio da Igreja católica, 
a unificação do Estado alemão e a intensificação do 
antissemitismo na Europa.
18.04. Os últimos anos do século X foram marcados, na 
Europa Ocidental, pela diminuição das invasões bárbaras e 
pela queda da mortandade por epidemias. Tais fatos geraram 
estabilidade e crescimento demográfico. A partir do século XI, 
o continente experimentaria profundas transformações que 
levariam ao que se conhece como Renascimento Comercial.
Com relação ao acima exposto, é correto afirmar que 
a) o Iluminismo gerou uma mentalidade de busca pela 
prosperidade material, o que levou ao incremento de 
práticas comerciais. 
b) o restabelecimento de rotas comerciais com a Oceania 
favoreceu o estabelecimento de novas empresas de 
comércio na Europa. 
c) os avanços tecnológicos elevaram a quantidade da 
produção agrícola e o excedente passou a ser vendido. 
d) as Cruzadas impediram a circulação de mercadorias entre 
o Ocidente e o Oriente. 
e) a intensificação do comércio provocou o enfraquecimento 
de feiras regulares nos cruzamentos das rotas comerciais. 
Aperfeiçoamento
18.05. (PUC – RS) – A respeito do Renascimento Comercial 
e Urbano na Europa dos séculos XII e XIII, considere as afir-
mações a seguir.
I. As cidades situavam-se no cruzamento de rotas comer-
ciais ou à beira de rios, eram cercadas por muralhas, e 
o crescimento populacional provocava a ocupação de 
terrenos extramuros.
II. O processo de expansão urbana estava ligado ao cresci-
mento da produção agrícola e ao fortalecimento de rotas 
comerciais terrestres entre as cidades portuárias italianas, 
as feiras francesas e as cidades da região de Flandres.
III. “O ar das cidades torna os homens livres” era um ditado 
do período, referindo-se ao costume de considerar livre 
o servo que trabalhasse por determinado período de 
tempo no burgo.
IV. A autonomia administrativa e jurídica das cidades era 
conquistada através do pagamento de franquias aos 
senhores feudais ou da compra de cartas de privilégios.
Estão corretas as afirmativas 
a) I e II, apenas. 
b) III e IV, apenas. 
c) I, II e III apenas. 
d) I, II, III e IV. 
18.06. (UEL – PR) – Durante os séculos XI a XIII verifi-
cou-se nas atividades agrícolas e artesanais da Europa 
Centro-Ocidental um conjunto de transformações (...) 
que repercutiram no crescimento das trocas mercantis. 
Situa-se aí historicamente o chamado renascimento 
urbano medieval.”
RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. “A formação do mundo moderno”. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Elesevier, 2006, p. 9.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é 
correto afirmar que tais mudanças econômicas:
a) Caracterizaram-se pelo desenvolvimento das técnicas de 
produção e amplo emprego de recursos energéticos, tais 
como carvão e petróleo.
b) Implicaram o capitalismo mercantil incrementado pelo 
amplo comércio atlântico, fomentado por negociantes 
italianos e príncipes alemães.
c) Aumentaram a produção no campo e na cidade e fo-
mentaram a circulação de bens e moedas, viabilizados 
por novos instrumentos de crédito a governantes e 
comerciantes.
d) Privatizaram as terras e introduziram um modelo de pro-
dução fabril, promovido pelo governo britânico.
e) Reforçaram o predomínio político e comercial dos senho-
res feudais sobre os governos citadinos.
Aula 18
13História 5A
18.07. (PUC – RS) – Considerando o Renascimento Comercial 
e Urbano da Europa nos séculos XII e XIII, analise as sentenças 
abaixo e preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) A Itália, Flandres e a região da Champagne eram os 
principais eixos econômicos da Europa Ocidental no 
período.
( ) Os habitantes das cidades que se dedicavam ao comér-
cio constituíram uma nova classe social – a burguesia.
( ) A economia urbana começava a se libertar do domínio 
das corporações de ofício e a estabelecer o livre comér-
cio, provocando o fim dos privilégios da nobreza e dos 
monopólios comerciais reais.
( ) As condições de higiene das cidades medievais melho-
raram com a implantação do urbanismo e de serviços 
de esgoto e água encanada, dificultando a dissemina-
ção de epidemias.
( ) As principais cidades comerciais queriam mostrar sua 
riqueza e importância através da construção de gran-
des catedrais góticas, o que se tornou possível pela 
adoção de novas técnicas de construção.
O correto preenchimentodos parênteses, de cima para baixo, é 
a) V – F – V – F – F 
b) V – F – F – V – V 
c) V – V – F – F – V 
d) F – V – F – V – F 
e) F – V – V – V – F 
18.08. (PUCCAMP – SP) – O processo de crescimento da 
população urbana não ocorreu apenas no Brasil contempo-
râneo. Na Europa Ocidental, o renascimento urbano ocorrido 
na Baixa Idade Média estava relacionado, entre outros fatores,
a) ao dinamismo das relações de troca e da produção 
artesanal advindas do renascimento comercial a partir 
do século XI.
b) ao surgimento dos burgos, que eram fortalezas construí-
das pelos senhores feudais para proteger sua família das 
grandes epidemias no século XII.
c) à intensa atividade comercial que existia entre senhores 
feudais e seus vassalos no auge do desenvolvimento da 
sociedade feudal.
d) ao intenso processo de produção artesanal realizada pelos 
povos mulçumanos e judeus em quase toda a Europa 
Ocidental.
e) ao papel desempenhado pelas corporações de ofício que, 
ao estabelecerem livremente o lucro obtido nas manufa-
turas, desvincularam-se das normas impostas pela Igreja.
18.09. (PUC – RS) – Por trás do ressurgimento da indústria 
e do comércio, que se verificou entre os séculos XI e XIII, 
achava-se um fato de importância econômica fundamen-
tal: a imensa ampliação das terras aráveis por toda a Euro-
pa e a aplicação de métodos mais adequados de cultivo.
(LEWIS, Munford, A Cidade na História. Ed. Itatiaia Limitada, Belo Horizonte, 
1965, vol I, p. 336).
Com base no texto, é correto afirmar que 
a) a Alta Idade Média caracterizou-se pela reorganização 
espacial das áreas rurais, aumentando significativamente 
a produção de grãos para abastecer a emergente popu-
lação urbana. 
b) o contexto descrito foi também decorrência da aber-
tura dos portos europeus no mar Mediterrâneo, que 
ampliou o comércio e favoreceu a criação de novos 
núcleos urbanos. 
c) as condições climáticas mais severas na porção oeste do 
continente europeu contribuíram, nesse período, para a 
introdução de um sistema de uso intensivo do solo. 
d) a presença de uma atividade industrial organizada, 
associada à queda da produção de têxteis e ao desen-
volvimento comercial, favoreceu a redução das áreas de 
florestas na região. 
18.10. A Baixa Idade Média motivou uma série de mudanças 
sociais e culturais com o revigoramento do comércio e das 
cidades, entre os séculos XI e XIII, na Europa. Nas alternativas 
abaixo, assinale aquela que se relaciona com o surgimento 
da burguesia. 
a) Os avanços tecnológicos adotados na agricultura não 
foram suficientes para ampliar o comércio de alimentos, 
incentivando a produção e comercialização de bens 
manufaturados. 
b) A intensificação das invasões bárbaras motivou o surgimento 
de cidades fortificadas onde a prática comercial era intensa. 
c) A Peste Negra, por ser mais facilmente combatida nas 
cidades, onde havia melhores condições de higiene, fez 
com que as cidades multiplicassem suas populações e 
ampliassem as trocas comerciais. 
d) O crescimento do comércio com o Oriente e o surgimento 
de feiras nas principais rotas comerciais da Europa favo-
receram o estabelecimento de uma nova classe social 
de mercadores e artesãos, assim como o surgimento de 
várias cidades no interior europeu. 
e) O advento da Guerra Santa desmotivou as práticas comer-
ciais entre os artesãos e os organizadores das Cruzadas, em 
função de sérias ameaças às rotas comerciais no Oriente, 
limitando o comércio ao continente europeu. 
Aprofundamento
18.11. (UFU – MG) – Os especialistas em demografia 
histórica são mais ou menos concordes em estimar 
que a população global do reino da França no mínimo 
duplicou entre os anos mil e 1328, passando de cerca 
de 6 milhões de habitantes para 13,5 milhões, e de 16 
a 17 milhões, considerando as regiões que desde então 
se tornaram francesas. 
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. Trad. Antônio Danesi, São 
Paulo: Martins Fontes, 1992, p. 4. (Adaptado). 
14 Extensivo Terceirão
De acordo com a citação, pode-se afirmar que o principal 
fator que permitiu o crescimento da população europeia foi 
a) o controle da Peste Negra por meio da implantação de 
medidas de saneamento das grandes cidades europeias. 
b) o fim dos conflitos entre os reinos, especialmente o da 
“Guerra dos Cem Anos”, entre França e Inglaterra. 
c) a relativa estabilidade política e econômica, que fomentou 
a expansão dos burgos e o aumento da produção agrícola 
nos campos. 
d) o incremento da agricultura, que impulsionou o sistema 
de trocas de mercadorias promovendo a prosperidade 
nos feudos. 
18.12. (UFRGS) – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as 
afirmações abaixo, sobre o período da chamada Idade Média.
( ) A prática da vassalagem foi incorporada pelo império 
carolíngio e definiu uma das características principais 
do feudalismo.
( ) Os servos, de origem camponesa, eram submetidos 
aos vilões, indivíduos residentes nas cidades, para 
quem era devido o tributo conhecido como corveia.
( ) O chamado “movimento das cruzadas” articulou inte-
resses religiosos da Igreja com motivações econômicas 
da nobreza feudal, na busca de riquezas e conquistas 
de territórios.
( ) O desenvolvimento dos núcleos urbanos e das práti-
cas comerciais acarretou transformações nas formas da 
educação, com o aparecimento das primeiras univer-
sidades voltadas para a formação de profissionais em 
áreas como medicina e direito.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de 
cima para baixo, é 
a) V – V – F – F. 
b) V – F – V – V. 
c) V – F – V – F. 
d) F – F – V – V. 
e) F – V – F – V. 
18.13. (FAMERP –SP) – O Ocidente havia conhecido somen-
te três modos de acesso ao poder: o nascimento, o mais 
importante, a riqueza, muito secundário até o século XIII 
salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance limitado entre 
os cidadãos das cidades gregas da Antiguidade.
(Jacques Le Goff. Os intelectuais na Idade Média, 1985. Adaptado.) 
O excerto sustenta que o acesso ao poder por meio da riqueza 
era secundário na Europa Ocidental até o século XIII, quando 
a) as monarquias nacionais sobrepuseram-se aos direitos da 
nobreza senhorial sobre os seus feudos. 
b) o esfacelamento do poder imperial romano transferiu as 
funções de defesa militar para os burgueses das cidades. 
c) os reis absolutistas constituíram seus exércitos com 
recursos de impostos arrecadados de banqueiros e co-
merciantes. 
d) as atividades comerciais e artesanais produziram novos 
grupos sociais no interior das cidades medievais. 
e) a fragmentação econômica do continente europeu foi 
substituída por um só padrão monetário. 
18.14. (UPF – RS) – Sobre as cidades europeias da Idade 
Média, leia as afirmativas abaixo.
I. Praticamente não havia cidades, pois o comércio feudal 
era frágil, sustentado por feiras esparsas.
II. Desapareceram depois das invasões bárbaras, restando 
pequenas cidades no sul da França.
III. Muitas cidades medievais tiveram seu crescimento rela-
cionado com as grandes feiras.
IV. Algumas cidades italianas, como Veneza, eram importan-
tes comercialmente.
V. As cidades cresceram com o planejamento do poder 
público e o grande incentivo da Igreja Católica.
Estão corretas apenas:
a) II e V b) III e IV c) I e V d) I e IV e) II, III e IV
18.15. (UFSCAR – SP) – Um dos temas que se foi tor-
nando cada vez mais popular em finais do século XII 
numa literatura criada para as reuniões cavaleirescas 
é a do vilão esperto, o homem de origem rústica que 
subiu alguns degraus da escala social e tomou o lugar 
de homens de bem, nascidos no exercício da autori-
dade senhorial, mediante dinheiro e, ao imitar as suas 
maneiras, conseguia apenas tornar-se ridículo e odiado 
por todos. O que era chocante no novo-rico era o fato 
de ele não ser generoso, nem altruísta, nem estar cheio 
de dívidas, como o nobre.
Georges Duby, “Guerreiros e camponeses”.
O contexto histórico que explica os valores presentes na 
literatura da época aponta para o fato de que:
a) na medida em que a economiamonetária se expandia, 
por se sentirem ameaçados, os nobres condenavam mais 
asperamente a motivação do lucro e a ânsia de riqueza 
pessoal.
b) as narrativas orais eram o meio das classes populares ma-
nifestarem seu repúdio aos comportamentos desviantes 
da nobreza, que ascendia com a manufatura.
c) a ordem social organizava-se em função de novos valores, 
incentivados e difundidos pela nobreza, como o indivi-
dualismo, o luxo, a riqueza e os juros.
d) as ideias reforçavam o papel social dos homens rústicos, 
sem ameaçar o poder da nobreza sobre as terras ou seus 
privilégios econômicos.
e) a economia doméstica da nobreza permanecia forte o 
bastante para dela serem extraídos recursos monetários 
para reprimir o poder dos mercadores.
18.16. (FUVEST – SP) – A prosperidade das cidades medie-
vais (séculos XII a XIV), com seus mercadores e artesãos, suas 
universidades e catedrais, foi possível graças:
a) à diminuição do poder político dos senhores feudais 
sobre as comunidades camponesas que passaram a ser 
protegidas pela Igreja.
b) à união que se estabeleceu entre o feudalismo, que 
dominava a vida rural, e o capitalismo, que dominava a 
vida urbana.
Aula 18
15História 5A
c) à subordinação econômica, com relação aos camponeses, 
e política, com relação aos senhores feudais.
d) ao aumento da produção agrícola feudal, decorrente tanto 
da incorporação de novas terras quanto de novas técnicas.
e) à existência de um poder centralizado que obrigava o 
campo a abastecer prioritariamente os setores urbanos.
18.17. (UEM – PR) – “[...] Com a continuação, para satisfa-
zer as faltas e necessidades dos da fortaleza, começaram 
a afluir diante da porta, junto da saída do castelo, nego-
ciantes, ou seja, mercadores de artigos custosos, em se-
guida taberneiros, depois hospedeiros para a alimentação 
e albergue dos que mantinham negócios com o senhor, 
muitas vezes presente, e dos que construíam casas e 
preparavam albergarias para as pessoas que não eram 
admitidas no interior da praça. O seu dito era: ‘vamos 
a ponte’. Os habitantes de tal maneira se agarraram ao 
local que em breve aí nasceu uma cidade importante que 
ainda hoje conserva o seu nome vulgar de ponte, porque 
brugghe significa ponte em linguagem vulgar [...]”
(PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. O aparecimento de um burgo novo: 
Bruges, Sec. XIII. In: História da Idade Média: textos e testemunhos. São Paulo: Edito-
ra Unesp, 2000, p. 149-150).
Tomando como referência o fragmento acima e os conhe-
cimentos sobre a formação das cidades na Idade Média, 
assinale o que for correto.
01) A carta de Franquia (Foral) subscrita pelo rei foi uma das 
formas de os mercadores alcançarem as isenções fiscais 
nas cidades medievais.
02) Diferentemente das cidades da Antiguidade clássica, as 
cidades da Idade Média eram construídas de forma pla-
nejada e voltada para satisfazer o bem comum.
04) Entre outros fatores, em algumas regiões da Europa 
Ocidental, o ressurgimento do comércio urbano na 
Idade Média foi responsável pelo desmoronamento 
das relações servis.
08) Na constituição das cidades medievais, surgiram confli-
tos entre os interesses dos mercadores e os interesses 
dos senhores feudais.
16) Devido à ausência de moeda e às transações econômi-
cas serem realizadas pela troca de produtos, as cidades 
medievais não contribuíram para a formação das cida-
des modernas.
18.18. (UEM – PR) – O surgimento das cidades comerciais no 
final da Idade Média foi muito importante para enfraquecer 
o Feudalismo e criar condições para o desenvolvimento da 
Sociedade Moderna. A respeito desse assunto, assinale a(s) 
alternativa(s) correta(s). 
01) A burguesia mercantil ocupava um lugar de destaque 
nessas cidades, participando da administração política 
e usufruindo de maior grau de liberdade do que a po-
pulação rural.
02) As corporações eram importantes instituições dessas 
cidades, funcionando como instrumento de proteção 
e apoio político-econômico aos comerciantes, aos ar-
tesãos e aos proprietários de manufaturas. 
04) Era nessas cidades que os servos que fugiam da servi-
dão feudal encontravam apoio e outra atividade pro-
fissional alternativa à exploração imposta pelos barões 
feudais; assim surgiram o artesanato e o comércio ur-
bano nos burgos.
08) Essas cidades contribuíram para a modernização e a ex-
pansão da agricultura na medida em que funcionavam 
como um mercado consumidor de produtos agrícolas 
em contínuo crescimento.
16) Os principais aliados dessas cidades comerciais eram 
os senhores feudais, que isentavam completamente os 
comerciantes do pagamento de impostos, de taxas e 
de pedágios.
Desafio
18.19. (FGV – SP) – Perante esta sociedade, a burguesia 
está longe de assumir uma atitude revolucionária. 
Não protesta nem contra a autoridade dos príncipes 
territoriais, nem contra os privilégios da nobreza, nem, 
principalmente, contra a Igreja. (...) A única coisa de 
que trata é a conquista do seu lugar. As suas reivindi-
cações não excedem os limites das necessidades mais 
indispensáveis.
Henri Pirenne. História econômica e social da Idade Média, 1978.
Segundo o texto, é correto afirmar que 
a) a burguesia, nascida da própria sociedade medieval, nela 
não tem lugar; para conquistá-lo, suas reivindicações 
são a liberdade de ir e vir, elaborar contratos, dispor 
de seus bens, fazer comércio, liberdade administrativa 
das cidades, ou seja, não tem o objetivo de destruir a 
nobreza e o clero. 
b) os burgueses, enriquecidos pelo comércio, reivindicam 
privilégios semelhantes aos da nobreza e do clero na 
sociedade moderna; acentuadamente revolucionários, 
os seus interesses significam título, terras e servos para 
garantirem um lugar compatível com sua riqueza. 
c) o território da burguesia é o solo urbano, a cidade como 
sinônimo de liberdade, protegida da exploração da 
nobreza e do clero; para isso, cria o direito urbano, isto 
é, leis para o comércio, a justiça e a administração que, 
de forma revolucionária, asseguram-lhe um lugar na 
sociedade moderna. 
d) a sociedade medieval tem um lugar específico para os 
burgueses, pois as liberdades, as leis, a justiça e a admi-
nistração estão em suas mãos; tal situação tem o objetivo 
de brecar o poder político e econômico dos nobres e 
da Igreja, fortalecidos pela expansão da servidão e pelo 
declínio do comércio. 
e) com exigências revolucionárias, como liberdade comer-
cial, jurídica e territorial, a burguesia, cada vez mais rica, 
visa destruir a sociedade medieval; esta, por sua vez, 
barra a ascensão econômica e política da burguesia, ao 
fortalecer a servidão no campo e impedir as transações 
comerciais na cidade. 
16 Extensivo Terceirão
18.20. (UFG – GO) – O usurário, que adquirir lucro sem nenhum trabalho e até dormindo, vai contra a palavra de 
Deus que diz “Comerás teu pão com o suor de teu rosto”. Assim, o usurário não vende ao devedor nada que lhe 
pertença, apenas o tempo, que pertence a Deus. Disso não pode tirar qualquer proveito.
CHOBHAM, Thomas de, apud LE GOFF, J. “A bolsa e a vida”. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 39. [Adaptado].
O texto acima apresenta o posicionamento da Igreja Católica diante da crescente atividade dos usurários, nas cidades comer-
ciais europeias (século XIII). Relacione usura, tempo e trabalho no discurso eclesiástico.
Gabarito
18.01. c
18.02. e
18.03. c
18.04. c
18.05. d
18.06. c
18.07. c
18.08. a
18.09. b
18.10. d
18.11. c
18.12. b
18.13. d
18.14. b
18.15. a
18.16. d
18.17. 13 (01 + 04 + 08)
18.18. 15 (01+02+04+08)
18.19. a
18.20. A Igreja condena a usura ou empréstimo 
a juros com dois argumentos: o tempo 
é divino, não pode ser comercializado 
nesse tipo de transação. Antagonismo 
entre trabalho e usura, com a valoriza-
ção positiva do primeiro. O lucro deve 
advir do trabalho, conforme a citação 
bíblica do documento, e não da venda 
do tempo divino.
17História 5A
A crise do século XIV
Aula 19 5A
O modo de produção feudal que se consolidou no 
século X teve seu apogeu entre os séculos XI e XIII. A 
situaçãose alterou nos sécu los seguintes. Daí os séculos 
XIV e XV terem ficado conhecidos como o “outono” da 
Idade Média. 
As causas da crise eram várias. Eis, resumidamente, 
algumas delas: 
 • agravavam-se as contradições entre a cidade e o 
campo, em virtude, por um lado, da estagna ção 
do comércio e, por outro, da profunda crise da 
agricultura; 
 • a estagnação comercial resulta va da insuficiência 
de mercados e da falta de metais preciosos; 
 • a crise agrícola, por sua vez, era motivada pela 
insuficiência e pelo esgotamento das terras, pela 
deficiência das técnicas de cul tivo e pela lenta subs-
tituição do trabalho servil pelo assalariado; 
 • a superexploração feudal ocor reu porque os no-
bres, em crise, reforçaram os seus laços de servi dão 
explorando de forma inten sa os camponeses; 
 • como reação à superexploração feudal, explodiram 
sangrentas insurreições camponesas co nhecidas 
como “jacquerie” (ex pressão derivada de Jacques bon 
homme = Jacques, o sim ples, apelido depreciativo 
que os nobres davam aos campone ses). Ocorreram 
também revol tas urbanas: 1378 em Floren ça, revolta 
dos Ciompi; 1381, em Gand, e 1382, em Paris; 
 • a grande fome que assolou a Europa de 1315 a 1317; 
 • a epidemia de peste que se alastrou pelas cidades 
europeias em meados do século XIV, tendo seu ápice 
entre 1348 a 1350, provocando um alto índice de 
mortalidade (cerca de 20 a 25 milhões de vítimas).
A grande fome
A partir de 1300, tornam-se claros os registros de 
sérias e prolonga das fases de fome no Ocidente, tanto 
no campo como nas cidades. 
Domenico di Bartolo. Pilgrims Lane in Santa Maria della Scala Hospital 
(Siena). Hospital of Santa Maria della Scala, Siena. DETALHE.
Os especialistas sugerem duas razões gerais: uma 
mudança climáti ca e uma saturação da economia. 
Acredita-se que, durante o século XIV, o clima 
europeu tornou-se mais frio e mais úmido. Porém, não 
devemos nos limitar ao determinismo geográfico para 
explicarmos a grande fome de 1315-1317, pois outros 
fatores também devem ser analisados. 
O aumento populacional foi maior que o aumento 
da produção agríco la, gerando um desequilíbrio entre 
produção e consumo. Além disso, é correto afirmar que 
o empobrecimento dos solos (devido ao uso constante) 
e o regime de produção feudal, considerado rudimentar, 
contribuíram decisivamente para acentuar este flagelo 
que atingiu a sociedade medieval.
A peste negra 
Segundo os estudiosos, a peste existia em estado en-
dêmico na Ásia Cen tral. Em 1347, os mongóis, por meio 
de catapultas, lançaram cadáveres empestados sobre o 
estabelecimento mercantil de Caffa, no mar Negro. Um 
navio, que partiu de Caffa, semeou a peste na Itália e daí 
ela se propa gou pela Europa.
História
18 Extensivo Terceirão
A doença atacava de três formas, propagadas pelo 
mesmo bacilo (Yersinia pestis). A mais conhecida era 
a peste bubônica devido aos tumores (bubões) que 
nasciam na virilha e sob as axilas. A peste pneu mônica 
atacava os pulmões e a septicêmica infectava a corrente 
san guínea. 
A conjugação de dois fatores transmitia a peste ao 
homem: um roe dor qualquer e a pulga (o vetor). O rato 
transportava a pulga, a qual ino culava no homem os 
bacilos pela picada. Foi o rato negro que contribuiu deci-
sivamente para disseminar a peste na Europa.
Na época, as pessoas buscavam explicações para o 
terrível mal. A maioria acreditava que era a punição de 
Deus aos pecados humanos. Alguns colocaram a culpa 
num cometa, outros no movimento dos plane tas e houve 
até aqueles que chacinaram judeus, pois acreditavam que 
estes tivessem envenenado a água. A peste era contagio-
sa; daí que o isolamento e a fuga foram o melhor remédio.
As cidades de Milão e Nuremberg (cujos governan-
tes adotaram um rígido programa de saúde pública e 
remoção dos dejetos, limpeza das ruas, isolamento dos 
doentes, etc.) conseguiram diminuir o número de vítimas.
Segundo Froissart, entre 1348-1351 “a terça parte do 
mundo” [entenda-se a Europa] morreu. Acre ditava-se 
que aproximadamente entre 20 a 25 milhões de pessoas 
pereceram.
As consequências da peste foram várias. O de clínio da 
população fez com que a mão de obra se tornasse cara 
e escassa. Os preços da terra e dos produtos agrícolas 
caíram. Cultos místicos tornaram- se populares.
Multiplicaram-se cortejos de flagelantes, peniten tes 
que faziam procissão com o dorso nu chicoteando o de seu 
predecessor. Na arte religiosa, a imagem da morte passou 
a ser o tema predileto da época. Com a peste, o clero, que 
se mostrava falível, perdeu impor tância. Ganhou ênfase a 
busca da salvação pessoal. Muitos, diante da iminência da 
morte, entregaram-se às devassidões, enquanto outros 
mergulhavam numa religiosidade profunda.
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 Obra de Bocaccio
As rebeliões e as guerras
Em função da grave crise econômica, era natural 
que a situação favorecesse a eclosão de revoltas, 
especialmente entre os camponeses. A servidão pas-
sou a ser cada vez mais questionada, principalmente 
quando a nobreza feudal, em crise, tentava superar as 
dificuldades econômicas com o aumento da explora-
ção sobre o trabalho servil. A opressão dos senhores 
feudais, os impostos cada vez mais pesados e a miséria 
do camponês foram fatores que, combinados, levaram 
a uma série de rebeliões camponesas, especialmente 
na França e na Inglaterra. Na Inglaterra, o movimento 
mais significativo foi a rebelião ocorrida em 1381, lide-
rada pelo camponês Wat Tyler, que teve início com um 
pequeno protesto contra a cobrança de impostos, mas 
que tomou maior dimensão com a adesão de milhares 
de trabalhadores descontentes com a excessiva explo-
ração dos senhores feudais. Castelos foram tomados 
pelos camponeses que queimaram documentos que 
registravam os tributos que deveriam ser pagos pelos 
servos. Na França, o movimento de contestação dos 
camponeses foi genericamente chamado de jacque-
ries, denominação derivada da alcunha depreciativa 
(Jacques, o simples) utilizada pela nobreza francesa 
para se referir aos servos. O auge das rebeliões cam-
ponesas em território francês ocorreu em meados do 
século XIV (1358). Saques às propriedades feudais, 
invasão de castelos e violência contra os senhores e 
seus familiares foram atos comuns entre os rebeldes 
franceses nas chamadas jacqueries.
Em Florença ocorreu, em 1378, a insurreição dos 
Ciompi, nome que se dava aos jornaleiros diaristas 
que trabalhavam nas manufaturas têxteis. Os Ciompi 
chegaram a tomar a senhoria, ou seja, a sede do go-
verno florentino. Os empresários fecharam seus esta-
belecimentos, gerando desemprego e fome. Os Ciompi 
tentaram re agir, mas a sublevação foi esmagada.
Guerra dos Cem Anos
Durante um longo período, que se estendeu por 
116 anos (1337-1453), França e Inglaterra, dois dos mais 
poderosos reinos da Europa Medieval, disputaram a pro-
priedade de regiões economicamente importantes que 
lhes interessavam. Essa rivalidade originou um conflito 
denominado Guerra dos Cem Anos, confronto que, jun-
tamente com a fome e a peste, completou o quadro de 
crise do século XIV. Diversas razões explicam a rivalidade 
entre ingleses e franceses, mas o ponto principal de 
discórdia e causa imediata da guerra foi a disputa pela 
região de Flandres. Essa região era economicamente 
importante e atraía interesses de ambos, em virtude do 
seu próspero comércio e da sua indústria têxtil. 
Aula 19
19História 5A
Os comerciantes flamengos (moradores de Flandres) 
eram grandes consumidores de lãs inglesas, por isso 
Flandres e Inglaterra estabeleceram uma aliança comer-
cial, não aceita pelos franceses, também interessados 
na região. Flandres estava vinculada economicamente 
à Inglaterra, mas, politicamente, pertencia ao Reino 
da França, que não admitia a interferência inglesa na 
região. Movidos, portanto, por ambições territoriais e 
questões dinásticas (problemas de sucessão imperial), 
os exércitos de França e Inglaterra provocaram um 
conflito feudal que se estendeu pormais de um século.
No início dos confrontos, a guerra foi amplamente 
favorável ao exército inglês graças à sua superioridade 
militar, mas na fase final desse longo conflito, os franceses 
conseguiram reconquistar quase a totalidade dos territó-
rios ocupados pelos ingleses durante a guerra. Somente a 
cidade de Calais permaneceu sob o controle da Inglaterra 
após 1453. Nesse contexto de recuperação francesa, ao 
final da guerra, merece destaque a importante participa-
ção de uma jovem camponesa que muito contribuiu para 
despertar o sentimento nacionalista entre os franceses: 
Joana d’Arc. A visionária camponesa Joana d’Arc revelou 
ao imperador Carlos VII seu desejo de lutar pela libertação 
de seu país, pois, segundo suas visões místicas, essa seria 
sua “missão”.
Atendendo à “vontade divina”, Carlos VII autorizou a 
simples camponesa a comandar um exército de cerca de 
5 000 homens em direção a Orleans. Lá, Joana d’Arc e seu 
exército conseguiram libertar a cidade do jugo inglês, 
rumando posteriormente para Reims, onde os franceses também alcançaram significativa vitória. No entanto, ela foi 
capturada e levada a Ruão, na Normandia, onde ficou presa e, posteriormente, foi julgada pelo Tribunal de Inquisição, 
sendo condenada à morte na fogueira, em 1431, quando tinha apenas 19 anos de idade. No final do século XIX, o 
martírio de Joana d’Arc foi resgatado historicamente pelos franceses, que consolidaram sua imagem como expressão 
do nacionalismo francês, além da heroína ter sido canonizada, a pedido do bispo de Orleans.
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 Batalha de Crécy – A primeira fase da guerra foi marcada por contun-
dentes vitórias dos britânicos. Merecem destaque as célebres bata-
lhas de Eclusa (1340), Crécy (1346) e Poitiers (1356).
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20 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
19.01. No século XIV, a Europa Ocidental passou por diversas 
crises que levaram à transformação do Antigo Sistema Feu-
dal. Dentre os eventos que marcaram essas crises, podemos 
destacar: 
a) As Cruzadas e o Renascimento Comercial 
b) Cisma da Igreja e as Invasões Vikings e Mouras 
c) As Grandes Navegações e Perseguições aos judeus 
d) A Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra 
e) As revoltas camponesas e a expansão marítima europeia. 
19.02. (UTFPR) – A Peste Negra, que dizimou grande parte 
da produção europeia no século XIV, provocando escassez 
de mão de obra e alimentos, e sendo uma das causas da 
decadência do feudalismo, pode ser descrita como:
a) a peste bubônica, transmitida por ratos que carregavam 
pulgas infectadas.
b) uma seca violenta que devastou as lavouras.
c) nuvens de gafanhotos provenientes do norte da África.
d) a cólera, trazida pelos cruzados quando retornavam da 
Terra Santa.
e) fungos que surgiram pelo excesso de umidade, atacando 
as plantações de cereais.
19.03. (UFU – MG) – Observe a imagem.
Pintura medieval de 1411. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.
br/o-que-e/historia/o-que-foi-a-peste-negra.htm>
Essa pintura retrata um dos fatores que contribuíram para a 
derrocada do sistema feudal na Europa Medieval.
Sobre o contexto abordado, é correto afirmar que a rápida 
disseminação da peste negra decorreu em grande parte 
em função 
a) da circulação de mercadorias na Europa totalmente 
urbanizada. 
b) do reforço do sistema servil, que debilitou ainda mais os 
camponeses. 
c) da crença na ira divina, que dificultava a cura pela me-
dicina. 
d) do baixo nível nutricional e das precárias condições sani-
tárias dos indivíduos. 
19.04. (UEL – PR) – “ ... o aumento demográfico, ocorrido do 
século XI ao XIV, permitiu uma multiplicação da nobreza cada 
vez mais parasitária. Seus hábitos de consumo tornaram-se 
mais exigentes e maiores, o que determinava uma necessi-
dade de renda cada vez mais elevada. Segue-se, pois, uma 
superexploração do trabalho dos servos, exigindo-se destes 
um maior tempo de trabalho...”
O texto descreve uma das causas, na Europa, da:
a) formação do modo de produção asiático.
b) consolidação do despotismo esclarecido.
c) decadência do comércio que produziu a ruralização.
d) crise que levou à desintegração do feudalismo.
e) prosperidade que provocou o processo de industriali-
zação.
Aperfeiçoamento
19.05. (UPF – RS) – “Desde as últimas décadas do século 
XIII, assistia-se a uma perda da vitalidade que carac-
terizara o Feudalismo... vinham ocorrendo profundas 
transformações, que se revelaram com toda a força a 
partir de princípios do século XIV. Esta crise foi glo-
bal, com todas as estruturas feudais sendo fortemente 
atingidas.”
(FRANCO JR, Hilário. O Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1993, p. 78)
Das alternativas a seguir, apenas uma não explica as razões 
fundamentais da crise apontada no texto. Qual? 
a) A exagerada exploração pelos nobres da mão de obra dos 
servos, exigindo destes cada vez mais um maior tempo 
de trabalho. 
b) O descobrimento de novas minas de ouro e prata em 
territórios poloneses, o que gerou uma violenta disputa 
entre várias nações pela sua exploração. 
c) As revoltas camponesas e urbanas decorrentes da miséria 
que passou a caracterizar a vida dessa parcela da população. 
d) O esgotamento das forças de produção acentuado pela 
crise demográfica, resultado da Peste Negra. 
e) A falência do modelo de produção baseado no campo e nas 
grandes áreas de terras controladas por senhores feudais. 
Aula 19
21História 5A
19.06. (UFPE) – A disseminação da Peste Negra na Europa, 
durante a Idade Média, provocando uma grande mortalida-
de, contribuiu para:
a) o aumento crescente das atividades manufatureiras, 
devido à concentração da população nas cidades;
b) o êxodo de parte da população para o oriente, esvaziando 
as cidades mais importantes;
c) o aumento das superstições e da religiosidade, devido ao 
desespero e ao medo da morte;
d) o aumento relativo da população do campo, uma vez que 
ocorreu a morte de boa parte dos habitantes das cidades;
e) o enfraquecimento do poderio militar europeu, que so-
freu, na época, frequentes invasões dos povos bárbaros.
19.07. (PUC – PR) – A peste negra matou mais da metade da 
população europeia em meados do século XIV. Causada pela 
bactéria Yersinia pestis, a doença representou uma ameaça às 
áreas mais pobres e infestadas de ratos. A partir do contexto 
das adversidades vividas na Europa desse período, marque 
a alternativa correta:
a) Esse período também é marcado pelo fortalecimento 
do poder e do prestígio do papado. O ideal medieval de 
uma comunidade cristã unificada e guiada pelo papa foi 
reforçado.
b) Marca esse período a assinatura do Tratado de Verdun, 
que acabou com o reino construído por Carlos Magno.
c) A peste negra influenciou, positivamente, o fortalecimen-
to do poder dos senhores feudais e marcou o declínio das 
atividades comerciais.
d) O pensamento escolástico de Santo Agostinho 
(1225 - 1274) predomina nesse contexto em detrimento 
da perspectiva cristã de São Tomás de Aquino (354 - 430).
e) Pertence a esse período a série de conflitos conhecida 
como Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453). Entre franceses 
e ingleses, essa guerra se iniciou no século XIV, perdu-
rando até o século XV, e contribuiu para a formação dos 
Estados Nacionais inglês e francês.
19.08. No contexto de crise do feudalismo (século XIV) 
ocorreu um grande conflito entre duas regiões economi-
camente importantes da Europa medieval. Este conflito foi 
denominado Guerra dos Cem Anos e consistiu na (o):
a) guerra entre Flandres e Inglaterra pelo domínio da região 
de Champagne, grande centro comercial da Baixa Idade 
Média e que terminou com a vitória inglesa.
b) guerra entre Flandres e Champagne pelo domínio das 
rotas comerciais do mar Báltico e que terminou com a 
vitória dos flamengos, graças à aliança e ao importante 
apoio militar fornecido pela Inglaterra.
c) guerra entre França e Inglaterra pelo domínio da região 
de Flandres, importante centro comercial

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