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1 Período composto – oração adjetiva I 6B Português 21 Aula Considerações iniciais Comecemos com a análise de uma oração absoluta, em um período simples: Desprezamos posturas discriminatórias. VTD Objeto direto Analisando mais detidamente o objeto direto, teremos posturas discriminatórias Atente agora à transformação da frase inicial para um período composto. Desprezamos posturas que discriminam. Como vimos na aula introdutória sobre o período composto, quando a oração subordinada toma o lugar ocupado por uma palavra de determinada classe gra- matical, essa oração assume função sintática própria daquela classe. Sob outro prisma, portanto adjunto adnominal Desprezamos posturas discriminatórias. Desprezamos posturas que discriminam. O conector da oração adjetiva: o pronome relativo Você notou que o adjetivo “discriminatórias” foi substituído por uma oração iniciada pelo pronome QUE. Naquele ponto, temos um conectivo importante para a coesão, responsável por recuperar o termo an- terior evitando a sua repetição. Uma prova inequívoca núcleo adjunto adnominal OP Oração subordinada adjetiva VTD Objeto direto Oração adjetiva com valor de adjunto adnominal dessa função está no fato de que poderíamos substituir o pronome que por um seu equivalente naquele contex- to: “as quais”. O papel do pronome relativo é justamente o de amarrar as duas orações – a principal e a que ele intro- duz, a subordinada – evitando a repetição do termo nominal que o antecede. Desprezamos posturas / (posturas) discriminam Desprezamos posturas / que discriminam Atente aos pronomes relativos, conectores unica- mente relacionados às orações adjetivas: • que • o/a qual, os(as) quais • quem • onde • cujo • quanto(a)(s) – precedido de tudo, todo(a)(s) Oração adjetiva – classificação http://1.bp.blogspot.com/--uQxQ6Upc5g/TjnC86cW9yI/ AAAAAAAAHeY/4t7pEfLjCTg/s1600/charge_politico_corrupto.jpg Observe os dois enunciados abaixo: I. Os deputados que são corruptos vivem nas pági- nas policiais. II. Os deputados, que são corruptos , vivem nas páginas policiais. que são corruptos que são corruptos © Ci ce ro 2 Extensivo Terceirão Uma observação sutil, atenta, apontará para o fato de que as duas orações destacadas em cada um dos períodos são adjetivas. Note: que são corruptos = os quais são corruptos Quanto ao aspecto formal: Período I – a oração adjetiva não está isolada por vírgula ou outro sinal de pontuação. Isso determina a classificação – a oração adjetiva não marcada pelo sinal de pontuação se classifica como oração subordinada adjetiva restritiva. Período II – a oração adjetiva apresenta sinal de pontuação isolando-a, o que já nos facilita a classifica- ção – trata-se de uma oração subordinada adjetiva explicativa. Aspectos semânticos na oração adjetiva Muita atenção às ideias expressadas por cada um dos tipos de orações. • Oração adjetiva restritiva: a própria nomenclatura já indica tratar-se de uma ideia de limitação, uma qualidade que não se estende a todo o conjunto mencionado na oração principal. Por isso, no primeiro período entende-se que nem todos os deputados vivem nas páginas policiais, apenas os que são corruptos. Há uma lógica nessa partição, afinal, a oração adjetiva não marcada pelos sinais de pontuação opera uma restrição no conjunto expresso pela oração principal. Assim, entendemos que a oração adjetiva restritiva é a expressão de um subconjunto dentro do enunciado. • Oração adjetiva explicativa: é aquela marcada por sinais de pontuação. O sentido de seu conteúdo se estende a todo o conjunto expresso pela oração principal. Assim, no período II entende-se que todos os depu- tados vivam nas páginas policiais, pois todos são corruptos. Confira outro exemplo: As aulas que ensinam nem sempre são fáceis. As aulas, que ensinam, nem sempre são fáceis. No primeiro enunciado, temos uma oração adje- tiva restritiva, ao passo que no segundo ocorre uma adjetiva explicativa. Ambas trazem os mesmos termos e são, formalmente, iguais: “que ensinam”. A diferente classificação se justifica pela ausência ou presença das vírgulas. Importante, porém, não é notar apenas a mudança na classificação das orações, mas a diferença de sentido entre os enunciados. Na primeira frase, entendemos que nem todas as aulas ensinam, nem todas são fáceis. Dentro do grupo de aulas, há aquelas que ensinam. E dentro desse grupo nem todas são fáceis. A segunda frase, por outro lado, instaura o pressu- posto de que todas as aulas ensinam, mas nem todas são fáceis. Entendem-se tais ideias por causa da pontuação operada na frase. “Reduzindo” as orações Com muitas das orações que estudaremos a partir de agora, você descobrirá ser possível reduzir-lhes a forma. O que isso significa? Será natural, assim que você tiver consciência clara das classificações, evitar, por exemplo, o uso exaustivo dos conectores, optando por construções mais sintéti- cas – reduzidas –, que expressarão a ideia da oração sem que haja o conector. Para isso, duas marcas serão necessárias na chamada oração reduzida: 1.a) ausência do conector no ponto em que ele caracteri- za a oração subordinada; 2.a) presença de uma forma nominal do verbo no ponto em que se suprime o conector. Lembre-se Infinitivo, gerúndio e particípio são as formas nominais do verbo. Nunca vou me esquecer do menino que tocava guitarra e teclado. Nunca vou me esquecer do menino tocando guitar- ra e teclado. oração principal oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio oração principal oração subordinada adjetiva restritiva Aula 21 3Português 6B Testes Assimilação 21.01. Considere os três períodos: I. O explorador conheceu várias povoações ribeirinhas. II. O explorador conheceu várias povoações das margens dos rios. III. O explorador conheceu várias povoações que ficam nas margens dos rios. Pela ordem, os segmentos destacados são: a) adjetivo/locução adverbial/oração subordinada substantiva. b) advérbio/locução adjetiva/oração subordinada adjetiva restritiva. c) adjetivo/locução adjetiva/oração subordinada adjetiva explicativa. d) advérbio/locução adverbial/oração subordinada adjetiva restritiva. e) adjetivo/locução adjetiva/oração subordinada adjetiva restritiva. 21.02. (UPF – RS) – Se, no período “Essa é a conhecida roma- ria dos desempregados nos dias que correm”, substituíssemos a oração “que correm” pelo adjetivo “correntes” teríamos: “[...] nos dias correntes”. Fazendo o mesmo tipo de substituição nos períodos seguintes, a alternativa em que a oração em negrito não pode ser subs- tituída pela forma adjetiva correspondente em destaque é: a) Apesar do desemprego generalizado, existem muitas áreas que carecem de mão de obra especializada. (carentes) b) Seu texto tem de ser apresentado numa letra que possa ser lida. (legível) c) Para limpar bem aqueles tecidos, adicionaram à água um produto que branqueia. (branqueante) d) Para candidato a prefeito exigiram uma pessoa que atue na comunidade. (atual) e) Paliativos não adiantam. Para os problemas da educação é preciso buscar soluções que durem. (duradouras) 21.03. Classifique cada oração destacada e marque o item que possui a sequência correta dessa classificação. I. O aluno que se esforça progride. II. O conto que li é muito bom. III. Augusta, que era personagem principal, casa-se no final da história. a) restritiva/explicativa/explicativa b) restritiva/restritiva/explicativa c) explicativa/restritiva/restritiva d) explicativa/explicativa/restritiva e) restritiva/explicativa/restritiva 21.04. Destaque as orações adjetivas e classifique-as, mar- cando R para as restritivas e E para as explicativas. a) ( ) O futebolista, que chuta uma bola, ganha fortunas. b) ( ) O professor, que educa, não ganha fortunas. c) ( ) Os alunos que verdadeiramente estudaram foram bem no simulado. d) ( ) Os alunos, que verdadeiramente estudaram, foram bem no simulado. e) ( ) A criançaque foi encontrada na rua já foi adotada. f ) ( ) As pessoas que rejeitaram a criança responderão pelo ato. g) ( ) O tempo, que fortifica a amizade, enfraquece o amor. h) ( ) A bondade vence dificuldades que o esforço não venceria. (Rodolpho Theophilo) i) ( ) Nunca é feliz com um vestido de chita a mulher que tem amigas com vestidos de seda. (Camilo Castelo Branco) j) ( ) O padre, que é um santo, disse três missas hoje. Aperfeiçoamento 21.05. Observe o período que segue. O dia chegará em que substituir órgãos humanos defeituosos será rotina. O período teria seu sentido preservado, se fosse reescrito da seguinte forma: a) O dia chegará quando for frequente substituir órgãos humanos com defeito. b) O dia chegará aonde substituir órgãos humanos defeitu- osos será natural. c) Chegará o dia em que a substituição defeituosa de órgãos humanos será rotina. d) Chegará o dia no qual será comum a substituição de órgãos humanos defeituosos. 21.06. (UFAL) – Seria necessário QUE todos SE pusessem a agir e SE fizessem os reparos necessários. Na frase anterior, as partículas QUE e SE classificam-se, res- pectivamente, como a) pronome relativo – conjunção condicional – conjunção integrante b) conjunção integrante – pronome oblíquo – partícula apassivadora c) pronome relativo – pronome oblíquo – conjunção integrante d) conjunção integrante – conjunção condicional – partícula apassivadora e) pronome relativo – pronome oblíquo – partícula apassivadora 4 Extensivo Terceirão 21.10. Compare estes dois períodos: 1. A professora de meu primo, que é advogada, mora em Córdoba. 2. A professora de meu primo que é advogada mora em Córdoba. Agora considere a validade destas afirmações: I. Nos dois períodos, o termo retomado pelo pronome relativo “que” é o nome “primo”. II. Em 1, a oração adjetiva, por ocorrer entre vírgulas, é expli- cativa; em 2, por apresentar-se sem vírgulas, é restritiva. III. Em 1, fica subentendido que o primo do enunciador tem aulas com uma única mulher. IV. Em 2, fica subentendido que o primo do enunciador tem outra(s) professora(s) que não é(são) advogada(s). Estão corretas: a) I, II, III e IV b) Apenas I, II e IV c) Apenas I, III e IV d) Apenas II, III e IV e) Apenas II e IV Aprofundamento 21.11. (UEL – PR) – Leia com atenção as frases a seguir, pontuadas de duas maneiras diferentes. I. 1. O lixo proveniente de hospitais tem de ter um tratamento diferente do que tem recebido. 2. O lixo, proveniente de hospitais, tem de ter um tratamento diferente do que tem recebido. II. 1. As últimas declarações do presidente da entidade, na esperança de conseguir mais doações, têm sido dramáticas quanto ao futuro das crianças carentes. 2. As últimas declarações do presidente da entidade – na esperança de conseguir mais doações – têm sido dramáticas quanto ao futuro das crianças carentes. III. 1. A água, de que precisamos em grande quantidade, só é devidamente consumida em dietas. 2. A água de que precisamos em grande quantidade só é devidamente consumida em dietas. Com a mudança de pontuação, houve alteração de sentido: a) somente em I. b) somente em I e II. c) somente em I e III. d) somente em II e III. e) em I, II e III. 21.07. (UFPA) – A oração assinalada tem valor de adjetivo em: a) Não sei por que há de a gente desenhar objetiva- mente as coisas. b) Para isso, já existe a fotografia, com a qual jamais poderemos competir. c) Se tivesse o dom da pintura, eu seria um pintor lírico. d) E se me dispusesse a pintar Eurídice, talvez viesse a surgir na tela um hastil, o arco tendido na lua... e) E tudo isso e outras coisas que só os anjos e os demô- nios saberão. 21.08. Nas frases a seguir, mantendo o sentido básico do enunciado, transforme as orações adjetivas em adjetivos ou em locuções adjetivas. a) Meus diretores, que não são corruptos, delataram os corruptores. b) Eram sons que não se percebiam. c) Ana é uma mulher a quem todos querem bem. d) Admiro uma pessoa a quem todos querem mal. e) Não acredite em políticos que galanteiam. f ) Ela não gosta de rapazes que bajulam. g) Aquela foi uma situação que me desagradou. h) Eis uma tarefa que me compete. i) Há naquela varanda flores que não murcham. j) O funcionário que trabalha prospera. 21.09. (UFPA) – Há no período uma oração subordinada adjetiva: a) Ela falou que compraria a casa. b) Não fale alto, que ela pode ouvir. c) Vamos embora, que o dia está amanhecendo. d) Em time que ganha não se mexe. e) Parece que a prova não está difícil. Aula 21 5Português 6B Instrução: Texto para a questão 21.12. Nosso manifesto Produzimos os eventos que a gente gostaria de ir. Geramos o conteúdo que a gente gostaria de consumir. Construímos os lugares que a gente gostaria de frequentar. Criamos os produtos que a gente gostaria de comprar. Investimos nos ne- gócios que a gente gostaria de participar. Apro- ximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver. Conectamos as marcas que a gente gostaria de trabalhar. Simples assim. Meca Journal, No. 12, julho.2017 21.12. (FGV – SP) – a) Para obter ênfase na mensagem, o redator desse texto emprega, de modo reiterado, um determinado recurso expressivo. Identifique-o e justifique. b) Na frase “Aproximamos as pessoas com quem a gente gostaria de conviver”, o redator do texto seguiu as regras da norma-padrão da língua portuguesa escrita ao usar a preposição “com” exigida pelo verbo “conviver”. Em ou- tras frases, no entanto, faltou a preposição exigida pelos respectivos verbos. Reescreva duas destas frases, inserindo, nelas, a preposição adequada. 21.13. (ITA – SP) – Para que os enunciados apresentados se reduzam a uma só frase, algumas adaptações e correções devem ser feitas. Assinale a opção que melhor os reestrutu- ra – gramatical e estilisticamente, respeitando as sugestões dadas nos parênteses e as relações de sentido denotadas pelos próprios enunciados. I. A raposa lembra os despeitados. (Oração principal) II. Atributo dos despeitados: fingem-se superiores a tudo. III. A raposa desdenha das uvas. (Oração adjetiva) IV. Causa do desdenho: não poder alcançar as uvas. a) Porque não pode alcançar as uvas de que ela desdenha, a raposa, fingindo-se superior a tudo, lembra os despei- tados. b) A raposa, desdenhando das uvas que não se podem al- cançar, lembra os despeitados que se fingem superiores a tudo. c) A raposa, que desdenha as uvas porque não pode alcançá- -las, lembra os despeitados, que se fingem superiores a tudo. d) Como não pode alcançar as uvas, a raposa que se finge superior a tudo e as desdenha, lembra os despeitados. e) Fingindo-se superior a tudo, a raposa que desdenha das uvas porque não as pode alcançar, lembra os despeitados. 21.14. (MACK – SP) – Socorro Alguém me dê um coração Que este já não bate nem apanha. (Arnaldo Antunes e Alice Ruiz) Assinale a alternativa correta. a) Apanhar pode ser entendido como “sofrer”, o que invia- biliza a compreensão de bater como “pulsar”. b) O terceiro verso qualifica o termo coração e, portanto, do ponto de vista sintático, é uma oração adjetiva. c) O terceiro verso funciona como explicação para o pedido de socorro e, pela lógica, deveria ser o segundo verso do texto. d) A utilização do verbo apanhar contribui para a combina- ção de dramaticidade e humor do texto. e) O terceiro verso fornece um exemplo da ideia veiculada no segundo, de necessidade de um novo órgão físico. 21.15. (UPF – RS) – Um bom leitor precisa não só captar as informações explícitas do texto, mas também as implícitas, ou seja, aquelas que, como se diz, aparecem nas entrelinhas. Sem essa habilidade, ele deixará de compreender, ou compreen- derá equivocadamente, certos significados e até concordará com pontos de vista dos quais discordaria se os percebesse. Tendo em conta esse fato, considere as seguintes afirmações, cada uma com uma possível informação implícita. I. Os investidores que não têm consciência ecológica buscam em tudo oenriquecimento pessoal imediato. • Informação implícita: Somente uma parte dos investidores não tem consciência ecológica, e somente esses buscam em tudo o enriquecimento pessoal imediato. II. Os investidores, que não têm consciência ecológica, buscam em tudo o enriquecimento pessoal imediato. • Informação implícita: Todos os investidores não têm consciência ecológica, e buscam em tudo o enriquecimento pessoal imediato. III. Mesmo com as denúncias da imprensa, muitos políticos continuam descaradamente corruptos. • Informação implícita: Muitos políticos já eram descaradamente corruptos antes das denúncias da imprensa. 6 Extensivo Terceirão No que respeita a essas informações implícitas a) só a última é verdadeira. b) só as duas últimas são verdadeiras. c) só as duas primeiras são verdadeiras. d) as três são verdadeiras. e) só a primeira e a última são verdadeiras. Instrução: Texto para a questão 21.16. No processo da Revolução Francesa, quando destruíram os últimos resquícios do feudalismo na eufórica noite de 4 de agosto de 1789, os depu- tados concordaram em manter o dízimo da Igreja, 2em vez de simplesmente aboli-lo sem qualquer compensação. Mas, desde então, 1houve sinais de que a promessa seria abandonada. “Eles desejam ser livres, mas não sabem ser justos”, reclamou o abade de Seyès, referindo-se a alguns colegas da Assembleia. Robespierre não era nem antipadres nem anticlerical; 3é difícil determinar sua posição quanto ao futuro da Igreja na Revolução. Às ve- zes, era veemente crítico e, em outras vezes, re- tornava à interpretação da doutrina cristã, pois, a seu ver, o cristianismo era a religião dos pobres e daqueles de coração puro — riqueza chamativa e luxo não deveriam fazer parte dele. Os pobres, se- gundo ele, eram oprimidos não apenas pela fome, mas também pelo espetáculo escandaloso de clé- rigos autoindulgentes, 4que esbanjavam insensi- velmente o que 5pertencia aos pobres por direito. Ruth Scurr. Pureza fatal: Robespierre e a Revolução Francesa. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 140-1 (com adaptações). 21.16. (UnB – DF) – Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes, identificando-os como corretos ou incorretos. a) No trecho “houve sinais de que a promessa seria abando- nada” (ref. 1), o substantivo “promessa” tem como referente o trecho “em vez de simplesmente aboli-lo sem qualquer compensação” (ref. 2). b) No trecho “que esbanjavam insensivelmente o que per- tencia aos pobres por direito” (ref. 4), o complemento dire- to de “esbanjavam” é modificado por uma oração adjetiva. c) A estrutura “pertencia aos pobres por direito” (ref. 5) pode ser substituída corretamente por era um direito dos pobres. Instrução: Texto para a questão 21.17. GRITO Quadro que fundou o expressionismo nasceu de um ataque de pânico. Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet, era exposto no Salão dos Rejeitados, cha- mando a atenção para um movimento que nem nome tinha ainda. 1Era o impressionismo, supe- rando séculos de pintura acadêmica. Os impres- sionistas deixaram o realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as 2sen- sações, a parte subjetiva do que se vê. 3Crescendo durante 4essa 5revolução, Munch – que, aliás, também seria 6fotógrafo – achava 7a linguagem dos impressionistas superficial e cien- tífica, discreta demais para expressar o que sentia. E ele sentia: Munch tinha uma história familiar trágica: 8perdeu a mãe e uma irmã na infância, teve outra irmã que passou a vida em asilos psi- quiátricos. 9Tornou-se artista sob forte oposição do pai, que morreria quando Munch tinha 25 anos e o deixaria na pobreza. O artista sempre vi- veu na boemia, entre bebedeiras, brigas e roman- ces passageiros, tornando-se amigo do filósofo niilista Hans Jaeger, que acreditava que o suicídio era a forma máxima da libertação. 10Fruto de suas obsessões, 11O Grito não foi seu primeiro quadro, mas o que o tornaria céle- bre. 12A inspiração veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um ano antes do quadro: “Estava andando por um caminho com dois amigos – o sol estava se pondo – quando, de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me encostei na cerca – ha- via sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos continuaram andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade – e 13senti um grito infinito atravessando a natureza”. 14Ali nasceria um novo movimento artístico. 15O Grito seria a pedra fundadora do expres- sionismo, a principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930. Aventuras na História 21.17. (UECE) – Atente ao que se diz sobre os seguintes excertos: I. “Era o impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica” (referência 1). Substituindo-se o gerúndio por uma forma não nominal, teremos: Era o impressionismo, que superava séculos de pintura acadêmica. II. “Crescendo durante essa revolução, Munch – que, aliás, também seria fotógrafo – achava a linguagem dos impressionistas superficial e científica” (referência 3). A oração intercalada – que, aliás, também seria fotógra- fo – está isolada por ser uma oração adjetiva explicativa. Aula 21 7Português 6B III. “[...] perdeu a mãe e uma irmã na infância, teve outra irmã que passou a vida em asilos psiquiátricos” (referência 8). No excerto transcrito, constata-se uma ambiguidade: o leitor não tem certeza sobre quem está na infância, se Munch ou a irmã. Está correto o que se diz em a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) I, II e III. d) I e III apenas. Instrução: A questão 21.18. refere-se ao trecho inicial do conto “A aranha”, do escritor e jornalista paulista Orígenes Lessa (1903-1986). − Quer assunto para um conto? – perguntou o Eneias, cercando-me no corredor. Sorri. − Não, obrigado. − Mas é assunto ótimo, verdadeiro, vivido, acontecido, interessantíssimo! − Não, não é preciso... Fica para outra vez... − Você está com pressa? − Muita! − Bem, de outra vez será. 1Dá um conto estu- pendo. E com esta vantagem: aconteceu... É só flo- rear um pouco. 2− Está bem...Então...até logo...Tenho que apa- nhar o elevador... 3Quando me despedia, surge um terceiro. Pren- dendo-me à prosa. Desmoralizando-me a pressa. − Então, que há de novo? − Estávamos batendo papo... Eu estava ceden- do, de graça, um assunto notável para um conto. Tão bom, que até comecei a esboçá-lo, 4há tempos. Mas conto não é gênero meu − continuou o Eneias, os olhos azuis transbordando de generosidade. 5− Sobre o quê? − perguntou o outro. Eu estava frio. Não havia remédio. Tinha que ouvir, mais uma vez, o assunto. − Um caso passado. Conheceu o Melo, que foi dono de uma grande torrefação aqui em São Paulo, e tinha uma ou várias fazendas pelo interior? Pergunta dirigida a mim. Era mais fácil concordar. (In: Omelete em Bombaim, 1946. Disponível em: www.academia.org.br) 21.18. (PUCCAMP – SP) – É correto afirmar: a) (referências 2 e 3) Em − Está bem...Então...até logo... e Então, que há de novo? a palavra sublinhada está empregada com idêntico sentido e exerce idêntica função, a de indicar que o falante tenta iniciar conversa com um interlocutor. b) (referência 4) A expressão há tempos está gramatical- mente bem construída, como também está adequada a formulação “daqui há dias”. c) (referência 3) Em Quando me despedia, surge um terceiro. Prendendo-me à prosa. Desmoralizando-me a pressa, pode-se entender que as frases em que ocorre o gerúndio têm valor de oração adjetiva explicativa. d) (referência 1) Em Dá um conto estupendo. E com esta vantagem: aconteceu..., o pronome destacado remete à ideia de que o assunto daria um conto estupendo. e) (referência 5) Em − Sobre o quê? − perguntou o outro, a palavra está adequadamente grafada, como acontece com o destacado em “Perguntava-se o por quê de tanta agressividade contra um monumento histórico”. Desafio21.19. Suponha que uma instituição de ensino tenha divul- gado este comunicado: A Diretoria informa: os alunos, que se inscreveram para as revisões, terão aulas às segundas e quartas-feiras, no contraturno. Informa também que os alunos que não fizeram sua inscrição deverão aguardar o início de um novo curso. a) Transcreva as duas orações adjetivas que aparecem no trecho e classifique-as. b) Tendo por base a resposta do item a, explique a incoe- rência que existe no texto. c) Que alteração seria necessária para eliminar a incoerência? 8 Extensivo Terceirão 21.20. (UERJ) – No trecho transcrito a seguir há quatro orações, cujos limites estão assinalados por uma barra: Floripes serviu-lhe o jantar, / deixou tudo arrumado, / e retirou-se / para dormir no barraco da filha. Reescreva esse trecho, passando a primeira oração para a voz passiva e convertendo a segunda em oração adjetiva introduzida por pronome. Em seguida, indique a classificação sintática e semântica da última oração. Gabarito 21.01. e 21.02. d 21.03. b 21.04. a) ( E ) O futebolista, que chuta uma bola, ganha fortunas. b) ( E ) O professor, que educa, não ganha fortunas. c) ( R ) Os alunos que verdadeiramente estudaram foram bem no simulado. d) ( E ) Os alunos, que verdadeiramente estudaram, foram bem no simulado. e) ( R ) A criança que foi encontrada na rua já foi adotada. f ) ( R ) As pessoas que rejeitaram a criança responderão pelo ato. g) ( E ) O tempo, que fortifica a amizade, enfraquece o amor. h) ( R ) A bondade vence dificuldades que o esforço não venceria. (Rodolpho Theophilo) i) ( R ) Nunca é feliz com um vestido de chita a mulher que tem amigas com vestidos de seda. (Camilo Castelo Branco) j) ( E ) O padre, que é um santo, disse três missas hoje. 21.05. d 21.06. b 21.07. e 21.08. a) Meus diretores, incorruptíveis, delataram os corruptores. b) Eram sons imperceptíveis. c) Ana é uma mulher por todos benquista. d) Admiro uma pessoa por todos malquista. e) Não acredite em políticos galanteadores. f ) Ela não gosta de rapazes bajuladores. g) Aquela foi uma situação desagradável a mim. i) Eis uma tarefa de minha competência. j) Há naquela varanda flores imarcescíveis. k) O funcionário trabalhador prospera. 21.09. d 21.10. d 21.11. c 21.12. a) O recurso expressivo usado de maneira reiterada é o da repeti- ção enfática do trecho “que a gente gostaria de”. Todos os perí- odos têm uma mesma estrutura: uma oração principal e uma adjetiva. b) 1)Produzimos os eventos a que (aos quais) a gente gostaria de ir. 2) Investimos nos negócios de que (dos quais) a gente gostaria de participar. Ou: Conectamos as marcas com que (com as quais, para as quais) a gente gostaria de trabalhar. 21.13. c 21.14. d 21.15. d 21.16. a) Incorreto. b) Correto. c) Incorreto. 21.17. c 21.18. c 21.19. a) “que se inscreveram para as revisões”: adjetiva explicativa; “que não fizeram sua inscrição”: adjetiva restritiva. b) A primeira adjetiva, sendo explicativa, afirma que todos os alunos se inscreveram; a segunda, restritiva, indica que alguns alunos não se inscreveram. A incoerência resulta dessas duas afirmações contraditórias. c) Basta eliminar as vírgulas da primeira oração adjetiva. Dessa for- ma, o texto afirmaria que parte dos alunos iniciaria o curso e parte esperaria a formação de nova turma. 21.20. Ao passar a oração principal para a voz passiva e substituir a co- ordenada assindética por uma subordinada adjetiva, o trecho apresentaria a seguinte configuração: o jantar foi-lhe servido por Floripes, que deixou tudo arrumado, e retirou-se para dormir no barraco da filha. O trecho “para dormir no barraco da filha” constitui uma oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo. 9Português 6B Imagine o que seria ler este pequeno texto, que vem a seguir: Durante sete anos os moradores de Münnerstadt na Alemanha tentaram sem sucesso desvendar um mistério alguém quando ninguém estava vendo estava rasgando piscinas infláveis nos jardins das casas ao todo 47 piscinas foram destruídas depois de todo esse tempo finalmente a polícia local depois de uma longa investigação conseguiu encontrar o “rasgador de piscinas em série” um homem de 27 anos confessou ser o autor dos crimes que deixaram dezenas de crianças chateadas na cidade ele afirmou que rasgou as piscinas por diversão e que nunca planejava o crime com antecedência a polícia encontrou na casa do sujeito pedaços de um colchão inflável que também foi totalmente destruído por isso muitos desconfiam que a tal mania do cidadão seja na verdade um fetiche o suspeito disse que não se lembra ao certo quantas piscinas destruiu mas desconfia que foram entre 20 e 30 por causa disso os policiais já trabalham com a hipótese de ter outro “rasgador de piscinas” à solta em Münnerstadt. http://noticias.uol.com.br/tabloide/ultimas-/tabloideanas/2016/10/07/policia-alema-prende-homem-que-rasgava-piscinas-de-plastico-havia-sete-anos.htm ©UOL Não tem como não se ressentir do caos que é este texto, sem a pontuação que naturalmente organizaria a sintaxe e a semântica aqui, certo? Por mais que você possa ter problemas com o uso dos sinais de pontuação, quando a utilização desses sinais foge muito àquilo que você está acostumado a ver na maioria dos textos bem escritos, há um alerta na sua leitura. Essa sensação ocorre também porque quando você escreve certamente usa os sinais de pontuação de uma maneira mais intuitiva, não é verdade? Isso decorre de sua convivência com a palavra escrita, acredite. Significa que pelo contato constante com textos escritos acabamos absorvendo como que “automaticamente” muitas situações das principais ocorrências dos sinais de pontuação. Regras, regras... Apesar desse processo mais intuitivo e natural de que muitos se valem no momento de usar os sinais de pontuação, deve-se reconhecer a existência de regras que definem casos obrigatórios, impeditivos ou marca- dores de intenções específicas de quem se pronuncia pela escrita. Saber regras básicas conhecendo situações muito recorrentes será o motivo desta primeira aula, tendo como foco fundamental a vírgula. Sinais que indicam pausa concluída: . ponto-final ? ponto de interrogação ! ponto de exclamação Você foi aprovado. Você foi aprovado! Você foi aprovado!! Você foi aprovado? Você foi aprovado?? Uma prova evidente de nossa relação íntima com os sinais de pontuação vem da entonação usada, por exemplo, nas três frases lidas anteriormente. Poucas pessoas letradas teriam alguma dificuldade em ler de forma correta os enunciados anteriores. Outros sinais de pontuação, indicadores da pausa não concluída: , vírgula ; ponto e vírgula : dois-pontos ... reticências ( ) parênteses – travessão “ ” aspas Português 1B6BAula 22 Pontuação I 10 Extensivo Terceirão Vírgula – Casos fundamentais I – Não se usa vírgula: • Entre termos diretamente ligados: a) sujeito / verbo b) verbo / objeto Desse modo, a frase abaixo apresenta problema de pontuação. Os alunos mais conscientes desta classe neste ano, estiveram fazendo muitas redações como fator de treinamento. O sujeito é longo – Os alunos mais conscientes desta classe neste ano – e não pode ser separado da forma verbal “estiveram fazendo”. Esse é um problema muito comum, principalmente em redações escolares. Atente, porém, a um recurso que evita tal problema: a intercalação. Se a frase acima fosse, por exemplo, Os alunos mais conscientes desta classe, neste ano, estiveram fazendo muitas redações como fator de treinamento. não haveria problema algum na estruturação do enun- ciado. A intercalação, ao exigir duas vírgulas, evita o grosseiro erro de separar sujeito e verbo por uma vírgula. (Note que o início desse período já é um exemplo cabal desse procedimento, ao exigir duas vírgulas). • Entre a oração principal e a oração subordinada substantiva – com exceção da apositiva. Os principais políticos já garantiram de antemão que não desejam a reforma. Nuncase esqueça em momento algum de que nada poderá ser feito depois. É certeza a esta altura do ano que conseguiremos. II – Usa-se a vírgula: • para separar termos coordenados: Lampião, Corisco, Mariano, Juryti, Chumbinho, Pinto, Cego, Gavião, Asa, Elétrico, Bala, Seca, Azulão, Catingueira, Zé Bahiano, Criança, Lavanderia, Pedra Roxa, Meia-Noite, Jararaca, Gitirana, Peitica, Beija-flor, Zabelê, Cravo-Roxo, Cascavel, Pinga-Fogo, Carrasco, Roxinho, Ventania, Topa- -Tudo, Rouxinol, Quinta-Feira, Relâmpago, Carrapicho, Mergulhão, Guerreiro, Delicado, Vereda, Pinguim, Bem-te- -vi, Limoeiro, Sabino, Canário e Bagaceira. Esses eram os cangaceiros do bando de Lampião. • para isolar o vocativo: Oh, Mercado, até quando farás as pessoas deixarem suas ideias originais de lado? Por que sois instrumentos disso tudo, gerentes? • para marcar o aposto intercalado: João Cândido, LÍDER DA REVOLTA DA CHIBATA, é personagem de nossa História. • para indicar elipse/zeugma: Oswald era dionisíaco; Mário, apolíneo. • para marcar inversões na ordem direta: NUM BARRACÃO, NA FAVELA DO VERGUEIRO, onde se guardam instrumentos ALI, nos morava em três Mulher, patrão e cachação – Adoniran Barbosa • para marcar intercalação de alguma palavra ou expressão. Deus, PARA A FELICIDADE DO HOMEM, inventou a fé e o amor. O Diabo, INVEJOSO, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento. Machado de Assis Durante sete anos, os moradores de Münnerstadt, na Alemanha, tentaram, sem sucesso, desvendar um mistério. Alguém, quando ninguém estava vendo, estava rasgando piscinas infláveis nos jardins das casas. Ao todo, 47 piscinas foram destruídas. Depois de todo esse tempo, finalmente a polícia local, depois de uma longa investigação, conseguiu encontrar o “rasgador de piscinas em série”. Um homem de 27 anos confessou ser o autor dos crimes que deixaram dezenas de crianças chateadas na cidade. Ele afirmou que rasgou as piscinas por diversão e que nunca planejava o crime com antecedência. A po- lícia encontrou na casa do sujeito pedaços de um colchão inflável que também foi totalmente destruído. Por isso, muitos desconfiam que a tal mania do cidadão seja, na verdade, um fetiche. O suspeito disse que não se lembra ao certo quantas piscinas destruiu, mas desconfia que foram entre 20 e 30. Por causa disso, os policiais já trabalham com a hipótese de ter outro “rasgador de piscinas” à solta em Münnerstadt. Para finalizar É óbvio que os exames trabalham com muitos exercícios referentes ao uso dos sinais de pontuação. Essa é uma das faces do exame. A outra, na qual a pontuação será avaliada continuamente, corresponde ao momento em que você escreve o seu texto na prova – trata-se da redação. Por fim, confira como foi de fato escrito o texto que abre a aula. Veja como as ideias ficam organizadas quando os sinais de pontuação são bem utilizados. Aula 22 11Português 6B Testes Assimilação Instrução: Leia o cartum abaixo para responder à questão 22.01. Disponível em: <http://www.arionaurocartuns.com.br/2016/09/ charge-salada-agrotoxicos.html>. Acesso em: 07 maio 2019. 22.01. (IFPE) – Em relação à vírgula presente em “Filhinho, come a salada toda [...]” (cartum), é CORRETO afirmar que ela é empregada com o objetivo de a) separar o advérbio antecipado. b) separar o sujeito “filhinho” do verbo. c) indicar que “filhinho” é um aposto, pois explica a quem a mãe se refere. d) isolar uma expressão explicativa. e) isolar o vocativo “filhinho” do restante da oração. 22.02. (IFSUL) – A vírgula entre o sujeito e o verbo da oração não deve ser colocada se juntos eles estão: em “Joel, chutou a bola” há erro de pontuação. Dantas, Janduhi. Lições de gramática em versos de cordel. Petrópolis: Vozes, 2009, p.43. O poeta paraibano Janduhi Dantas valeu-se de uma regra gramatical para produzir sua literatura de cordel. Sobre o uso da vírgula, todas as sentenças abaixo estão corretas, EXCETO: a) Joel, chute a bola! b) Joel chute, a bola! c) Chute, Joel, a bola. d) Chute a bola, Joel. 22.03. (IFCE) – Leia o excerto do livro “Quincas Borba”, de Machado de Assis. “Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono; tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida...” A supressão do verbo e o uso da vírgula em seu lugar justificam-se por meio do(a) a) aliteração. c) assonância. e) silepse. b) elipse. d) polissíndeto. 22.04. (IFPE) – Após analisar o excerto reproduzido abaixo, assinale a alternativa na qual a vírgula é utilizada pela mesma razão que no trecho sublinhado. Há dois anos, quando se aposentou, preferiu trocar a desaceleração de uma vida inteira de trabalho pelo desafio de recomeçar. a) Na prática, porém, há outras questões. b) Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, os idosos somam 23,5 milhões dos brasileiros. c) Para compor a equipe, Moraes misturou a energia e a agilidade de funcionários jovens à experiência em aten- dimento de excelência dos mais velhos. d) Além disso, há a questão pessoal, de querer se manter ocupado e útil. e) Em décadas passadas, preparava-se para ficar no sofá aos 60 anos. Aperfeiçoamento 22.05. (EFOMM – RJ) – Nos fragmentos que se seguem, é possível a presença de uma vírgula, EXCETO no fragmento da alternativa a) É necessário ensinar os precisos saberes da navegação enquanto ciência. b) Infelizmente a ciência, utilíssima, especialista em saber ‘como as coisas funcionam’, tudo ignora sobre o coração humano. c) Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a sonhar com as estrelas. d) Primeiro, os homens sonham com navegar. Depois apren- dem a ciência da navegação. e) Todos os dias a aranha lhes arrancava um pedaço. Ficaram cansados. 12 Extensivo Terceirão Instrução: Leia o texto a seguir para responder à questão 22.06. PAI CONTRA MÃE A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e apa- relhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pes- coço, outro o ferro ao pé; havia também a másca- ra de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tenta- ção de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se al- cança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os fu- nileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a has- te grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pe- gado. Há meio século, os escravos fugiam com fre- quência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pan- cada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mes- mo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinhei- ro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. [...] Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia,vinha promessa: “gratificar- -se-á generosamente”, -- ou “receberá uma boa gratificação”. [...] Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoutasse. [...] Ora, pegar es- cravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas, por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. ASSIS, Machado de. Pai contra mãe. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ bv000245.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2017. 22.06. As proposições a seguir são considerações acerca de aspectos linguístico-gramaticais do texto. Analise-as. I. No primeiro parágrafo, encontra-se o substantivo “folha- -de-flandres”, o qual passou a ser grafado sem hífen após a instituição do último acordo ortográfico. II. Em “Há meio século, os escravos fugiam com frequên- cia” (3º. parágrafo), o uso da vírgula é indicado porque a expressão destacada cumpre função adverbial e está deslocada, iniciando o período. III. Em “Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico...” (4º. parágrafo), a vírgula, no trecho grifado, poderia ser substituída por dois- -pontos sem prejuízo gramatical e sem alteração de sentido. IV. Em “Quando não vinha a quantia, vinha promessa: ‘gratificar- -se-á generosamente’...” (4º. parágrafo), a conjunção destacada introduz ideia de tempo no período, podendo ser substituída pelas locuções conjuntivas “assim que” ou “tão logo”. V. Em “por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade...” (4º. parágrafo), o verbo grifado tem como sujeito a expressão “instrumento da força”, sendo assim, para com ela estabelecer concordância, está cor- retamente grafado com acento circunflexo. Estão CORRETAS, apenas, as afirmativas a) II e IV. d) III e IV. b) I e II. e) I, II e IV. c) I, III e V. Instrução: Leia este texto para responder às questões 22.07 e 22.08. Saudade de escrever Apesar da concorrência (internet, celular), a carta continua firme e forte. Basta uma folha de papel, selo, caneta e envelope para que uma pes- soa do Rio Grande do Norte, por exemplo, fique por dentro das fofocas registradas por um amigo em São Paulo, dois dias depois. “Adoro receber cartas, fico super ansiosa para descobrir o que está escrito”, conta Lívia Maria, de 9 anos. Mas ela admite que faz tempo que não escreve nenhuma cartinha. “As últimas foram para a Angélica e para um dos programas do Gugu.” Isabela, de 9 anos, lembra que, quando morava em Curitiba, no Paraná, trocava correspondência com sua amiga Raquel, que vive em Belo Horizon- te, Minas Gerais. “Eu ficava sabendo das novidades e não gastava dinheiro com telefonemas.” Já Amanda, de 10 anos, também gosta de rece- ber cartinhas, mas prefere enviar e-mails. “Atual- mente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos via computador, já que a men- sagem chega mais rápido e não pago interurbano.” TOURRUCCO, Juliana. Saudade de escrever. O Estado de São Paulo, p.5, 25 jul.1998. Suplemento infantil. Aula 22 13Português 6B 22.07. (IFAL) – Quanto à análise morfossintática dos elemen- tos textuais, apenas uma alternativa está errada, contrariando o que prescreve a norma padrão da Língua Portuguesa. Assinale-a. a) Na frase Basta uma folha de papel, selo, caneta e enve- lope..., o verbo está no singular concordando com folha, o núcleo mais próximo do sujeito composto. b) O verbo Basta também poderia ficar no plural se o sujeito composto fosse papel, selo, caneta e envelope. c) Pelas regras ortográficas atuais, quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal, sendo assim, a expressão superan- siosa, no segundo parágrafo, deveria se constituir num só vocábulo. d) As expressões que, no texto, indicam a idade das crianças são aposto, razão por que vêm separadas dos termos antecedentes por vírgulas. e) As expressões adverbiais no Paraná e Minas Gerais, no segundo parágrafo, funcionam como vocativo, por isso estão isoladas por vírgulas. 22.08. (IFAL) – O adjunto adverbial vem, normalmente, no final da frase, mas ele pode aparecer em outra posição, basta que se indique esse deslocamento com a vírgula. A colocação inadequada do adjunto adverbial, porém, poderá prejudicar a compreensão da frase. É o que acontece na fala da Amanda, no texto. Das cinco reestruturações apresentadas nas alter- nativas a seguir, uma continua com problema. Marque-a. a) Atualmente, via computador, estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos. b) Atualmente estou, via computador, conversando com meu primo que está nos Estados Unidos. c) Atualmente estou conversando, via computador, com meu primo que está nos Estados Unidos. d) Atualmente estou conversando com meu primo, via computador, que está nos Estados Unidos. e) Via computador, atualmente estou conversando com meu primo que está nos Estados Unidos. 22.09. (IFSUL) – As vírgulas nos períodos abaixo foram empregadas pelo mesmo motivo, EXCETO em: a) Consigo me concentrar apesar das vozes esganiçadas que anunciam os voos, os atrasos, as trocas de portões, a ordem nas filas, os nomes dos retardatários. b) São executivos de terno que empregam adjetivos fortes: incompetente, burra, ignorante. c) O telefone não vai tocar, ninguém me cobrará o texto que prometi, a presença na palestra para a qual fui convidado, os e-mails atrasados, nenhum ser humano me pedirá para apoiar um projeto e não descobrirei que me incluíram num grupo de WhatsApp em que os 300 participantes dão bom dia uns aos outros. d) Num retorno de Salvador, escrevi uma coluna como esta sentado na primeira fila, ao lado de um bebê com dor de ouvido que chorou sem dar um minuto de trégua. 22.10. (FCC – SP) – É preciso suprimir uma ou mais vírgulas na seguinte frase: a) É possível que, em vista da quantidade e de seu poder de sedução, as ficções de nossas telas influenciem nossa conduta de forma determinante. b) Independentemente do mérito dos professores, as escolas devem, com denodo, estimular os sonhos dos alunos. c) É uma pena que, hoje em dia, tantos e tantos jovens substituam os sonhos pela preocupação, compreensível, diga-se, de se inserir no mercado de trabalho. d) O fato de serem, os adolescentes de hoje, tão “razoáveis”, faz com que a decantada rebeldia da juventude dê lugar ao conformismo e à resignação. e) Se cada época tem os adolescentes que merece, confor- me opina o autor, há também os adolescentes que não merecem os adultos de sua época. Aprofundamento Instrução: Texto para a questão 22.11. AS CRÔNICAS DE NÁRNIA Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e batalhas épicas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é “O leão, a feiticeira e o guarda- -roupa”, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis. Mas Lewis não parou por aí. Seis outros livros vie- ram depois e, juntos, ficaram conhecidos como “As Crônicas de Nárnia”. Em um universo completamente mágico e ori- ginal, C.S. Lewis conduz a terra de Nárnia desde a sua criação até o seu fim em sete livros incríveis. “As Crônicas de Nárnia” é um conjunto de histó- rias que abrangem diversas épocas dentro de um cenário repleto de castelos, membros da realeza, guerreiros, criaturas fantásticas, feiticeiras e uma mitologia bem extensa. O autor buscou uma forma de elaborar a his- tória da Bíblia em um contexto original e inspi- rado no livro sagrado, de modo que até mesmo quem não concorda com os seus preceitos e ensi- namentos sinta interesse em iniciar a sua leitura. Além disso, há também referências claras às mito- logias grega e nórdica e aos contos de fada, além da inserção de seres icônicos como o Papai Noel. 14 Extensivo Terceirão Desde o Gênese ao Apocalipse, Nárnia vivencia muitos períodos, nos quais questões muito dife- rentes são abordadas. Entretanto, há um elemento comum em todos oslivros: os papéis principais são dados a crianças. São esses pequenos heróis que se descobrem grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles. A oposição entre Aslam e Tash começa a ga- nhar força no decorrer da cronologia dos livros, sempre camuflada em um contexto de conflitos por terras e guerras entre reinos. Em “A Última Batalha”, é citado que Aslam remete ao bem e Tash, ao mal. Qualquer um que estiver seguindo a um dos dois e praticar o bem estará, na verdade, seguindo a Aslam. Se for o oposto, estará seguin- do a Tash. Ambos são os contrastes de atitudes boas e ruins que podem ser cometidas de acordo com o caráter, o comportamento e as escolhas de cada um. No geral, os personagens de mais destaque em toda a obra são: Aslam, Digory Kirke, Polly Plum- mer, A Feiticeira Branca, Pedro Pevensie, Susana Pevensie, Edmundo Pevensie, Lucy Pevensie, Sr. Tumnus, Os Castores, Caspian X, Ripchip, Trum- pkin, Shasta, Aravis, Eustáquio Mísero, Jill Pole, Brejeiro, Rilian, Confuso, Manhoso, Tirian e Tash. Cada um possui uma personalidade bastante dis- tinta do outro e todos apresentam características que os tornam originais e clássicos em uma obra que é considerada essencial na vida de uma crian- ça, mas que também pode ser apreciada por pes- soas de qualquer faixa etária. [...] LIMA, Victor. Disponível em:<https://nomeumundo.com/2016/08/17/ as-cronicas-de-narnia/>. Acesso em: 09 maio 2019 (adaptado). 22.11. (IFPE) – Analise alguns fragmentos do texto e marque a alternativa que contém uma afirmação VERDADEIRA. a) Em “Viagens ao fim do mundo, criaturas fantásticas e ba- talhas épicas entre o bem e o mal – o que mais um leitor poderia querer de um livro? O livro que tem tudo isso é [...]” (1º. parágrafo), o pronome destacado tem a função de retomar o trecho sublinhado. b) Em “O livro que tem tudo isso é ‘O leão, a feiticeira e o guarda-roupa’, escrito em 1949 por Clive Staples Lewis.” (1º. parágrafo), o emprego da vírgula, nas duas situações, se deve à mesma razão: separa termos de uma mesma função sintática. c) Em “‘As Crônicas de Nárnia’ é um conjunto de histórias que abrangem diversas épocas [...]” (2º. parágrafo), há inadequações na concordância das palavras em destaque. Conforme a norma culta, deveria ser “são”, concordando com “Crônicas”, e “abrange”, combinando com “conjunto”. d) Em “São esses pequenos heróis que se descobrem grandes salvadores e se sentem no dever de lutar para proteger a terra que tanto amam e que depende deles.” (3º. parágrafo), o sujeito das formas verbais sublinhadas é o mesmo, o que pode ser comprovado pela adequada concordância verbal. e) Em todo o quarto parágrafo, o autor focaliza o enredo de intrigas já anunciado no início do texto – “[...] batalhas épicas entre o bem e o mal”. O emprego de palavras como “oposição”, “conflitos” e “contrastes” comprova isso, embora, no quinto parágrafo, o autor mostre que os personagens são semelhantes entre si. 22.12. Marque a opção em que a regra usada para a colo- cação das vírgulas é a mesma encontrada no trecho abaixo destacado: O labor é a atividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano cujos crescimento espontâneo, metabolismo e eventual declínio têm a ver com as necessidades vitais produzidas e introduzidas pelo labor no processo da vida. a) Pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação. b) O trabalho é a atividade correspondente ao artificialismo da existência humana, existência esta não necessariamen- te contida no eterno ciclo vital da espécie. c) O bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia. d) Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. e) “Até tu, Brutus?” 22.13. (ESPM – SP) – A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo pela facção da al-Qaeda na Península Arábica recoloca em primeiro plano um movimento afastado da mídia pelos sucessos militares da Organização do Estado Islâmico. Le Monde Diplomatique Brasil, 04.02.2016. Das afirmações abaixo sobre o uso da vírgula, assinale a única correta: a) o segmento “pela facção da al-Qaeda na Península Arábi- ca” é um adjunto adnominal e deveria estar entre vírgulas. b) poderia haver uma vírgula após o sujeito “A reivindicação do massacre na Charlie Hebdo”. c) deveria haver uma vírgula após o objeto direto “um mo- vimento afastado”. d) deveria haver uma vírgula após a forma verbal “recoloca”. e) o segmento “em primeiro plano” é um adjunto adverbial intercalado e poderia estar entre vírgulas. Aula 22 15Português 6B 22.14. (ESPCEX – SP) – Marque a alternativa correta quanto ao emprego da vírgula, de acordo com as normas grama- ticais. a) Ele pediu, ao motorista que parasse no hotel. b) A vida como diz o ditado popular é breve. c) Da sala eu vi sem ser visto todo o crime acontecendo. d) Atletas de várias nacionalidades, participarão da mara- tona. e) Meus olhos, devido à fumaça intensa, ardiam muito. Instrução: A questão 22.15 refere-se ao texto a seguir. Proibido para menores de 50 anos. Nos últi- mos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto acabou despertando a aten- ção. Afinal, existem empregos para quem tem mais de 50 anos? Pendurar as chuteiras nem sempre é fácil. Às vezes, pode significar uma quebra tão gran- de na rotina que afeta até mesmo o emocional. Foi a partir de uma experiência familiar nesta linha que o paulistano Mórris Litvak criou a startup Maturi- Jobs. Trata-se de uma agência virtual de empregos, especializada em profissionais com mais de 50 anos. (Revista Isto é Dinheiro. Mercado de Trabalho. Maio/2017. p. 6.) 22.15. (ITA – SP) – “Nos últimos meses, em meio ao debate sobre as reformas na Previdência, um ponto acabou des- pertando a atenção.” Na frase transcrita, as vírgulas foram utilizadas para a) realçar a escrita formal em contraste à escrita informal. b) separar um termo complementar da oração principal. c) marcar a sobreposição de várias informações intercaladas. d) indicar o deslocamento da informação secundária em relação à principal. e) antecipar o tempo e o espaço físico da informação principal. Instrução: Texto para a questão 22.16. “Para que ninguém a quisesse” Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exi- gir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sa- patos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se acen- dia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou- -lhe os longos cabelos. Agora podia viver descansado. Ninguém a olha- va duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que fluís- se em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda. (COLASANTI, Marina. Um espinho de Marfim & outras histórias. Porto Alegre: L&PM, 1999, p. 88 - 89.) 22.16. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que apresenta uma análise morfossintática correta. a) Em “...um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela...”, a crase obrigatoriamente deixará de existir caso o pronome “se” seja retirado da estrutura, sem mudança de sentido. b) Em “À noite tirou dobolso uma rosa de cetim para enfeitar- -lhe o que restava dos cabelos.”, a expressão “de cetim” e o pronome “lhe” possuem a mesma classificação sintática. c) Em “...sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes...”, a vírgula é obrigatória para separar duas orações coordenadas. d) Em “...permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos...”, todos os acentos tônicos se justificam pela mesma regra. 22.17. (EEAR – SP) – De acordo com o significado de cada sentença, marque a opção que apresenta erro em relação à presença ou ausência da vírgula. a) Eu que não sou o dono da verdade sei que o senhor está certo. b) Maria foi a pessoa rara que escolheu a casa dos pais. c) Meu avô Tobias, que foi meu modelo de pai, faleceu quando eu era menino. d) Dona Jorgina, que dedicou-se inteiramente ao trabalho aos outros, era muito respeitada pelos mais novos da família. 22.18. (EFOMM – RJ) – Assinale a opção em que, conforme a norma culta, NÃO é possível acrescentar vírgula ao período. a) Primeiro vamos lá embaixo (...). b) Agora devem ser três horas da tarde (...). c) Na minha adolescência você seria uma tortura. d) Na adolescência me torturaria; mas sou um homem maduro. e) Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras (...). 16 Extensivo Terceirão Desafio Instrução: Leia o trecho do ensaio “A transitoriedade”, de Sigmund Freud (1856-1939), para responder à questão 22.19. Algum tempo atrás, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia de verão, em companhia de um poeta jovem, mas já famoso. O poeta admirava a beleza do cenário que nos rodeava, porém não se alegrava com ela. Era incomodado pelo pensamento de que toda aquela beleza estava condenada à extinção, pois desapa- receria no inverno, e assim também toda a beleza humana e tudo de belo e nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, de outro modo, ele teria amado e admirado, lhe parecia despojado de valor pela transitoriedade que era o destino de tudo. Sabemos que tal preocupação com a fragilidade do que é belo e perfeito pode dar origem a duas diferen- tes tendências na psique. Uma conduz ao doloroso cansaço do mundo mostrado pelo jovem poeta; a outra, à rebelião contra o fato constatado. Não, não é possível que todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de sentimentos e do mundo lá fora, venham realmente a se desfazer. Seria uma insensatez e uma blasfêmia acreditar nisso. Essas coisas têm de poder subsistir de alguma forma, subtraídas às influências destruidoras. Ocorre que essa exigência de imortalidade é tão claramente um produto de nossos desejos que não pode reivindicar valor de realidade. Também o que é doloroso pode ser verdadeiro. Eu não pude me decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceção para o belo e o perfeito. Mas contestei a visão do poeta pessimista, de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorização. Pelo contrário, significa maior valorização! Valor de transitoriedade é valor de raridade no tempo. A limitação da possibilidade da fruição aumenta a sua preciosidade. É incompreensível, afirmei, que a ideia da transitoriedade do belo deva perturbar a alegria que ele nos proporciona. Quanto à beleza da natureza, ela sempre volta depois que é destruída pelo inverno, e esse retorno bem pode ser considerado eterno, em relação ao nosso tempo de vida. Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo humanos no curso de nossa vida, mas essa brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se existir uma flor que floresça apenas uma noite, ela não nos parecerá menos formosa por isso. Tampouco posso compreender por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam ser depreciadas por sua limitação no tempo. Talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos se reduzam a pó, ou que nos suceda uma raça de homens que não mais entenda as obras de nossos poetas e pensadores, ou que sobrevenha uma era geológica em que os seres vivos deixem de existir sobre a Terra; mas se o valor de tudo quanto é belo e perfeito é determinado somente por seu significado para a nossa vida emocional, não precisa sobreviver a ela, e portanto independe da duração absoluta. (Introdução ao narcisismo, 2010. Adaptado.) 22.19. (UNESP – SP) – a) Explique sucintamente a diferença entre a visão de Freud e a visão do jovem poeta sobre a transitoriedade do belo. Aula 22 17Português 6B b) Transcreva do segundo parágrafo uma oração em que a ocorrência de vírgula indica a supressão de um verbo. Identifique o verbo suprimido nessa oração. Instrução: Leia o texto a seguir para responder à questão 22.20. Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se na frente de sua casa para pensar no passado. E no pensamento como que ouvia o vento de outros tempos e sentia o tempo passar, escutava vozes, via ca- ras e lembrava-se de coisas... O ano de 81 trouxera um acontecimento triste para o velho Maneco: Horácio deixara a fazenda, a contragosto do pai, e fora para o Rio Pardo, onde se casara com a filha dum tanoeiro e se estabelecera com uma pequena venda. Em compensação nesse mesmo ano Antônio casou-se com Eulália Moura, filha dum colono açoriano dos arredores do Rio Pardo, e trouxe a mulher para a estância, indo ambos viver num puxado que tinham feito no rancho. Em 85 uma nuvem de gafanhotos desceu sobre a lavoura deitando a perder toda a colheita. Em 86, quando Pedrinho se aproximava dos oito anos, uma peste atacou o gado e um raio matou um dos escravos. Foi em 86 mesmo ou no ano seguinte que nasceu Rosa, a primeira filha de Antônio e Eulália? Bom. A verdade era que a criança tinha nascido pouco mais de um ano após o casamento. Dona Henriqueta cortara- -lhe o cordão umbilical com a mesma tesoura de podar com que separara Pedrinho da mãe. E era assim que o tempo se arrastava, o sol nascia e se sumia, a lua passava por todas as fases, as estações iam e vinham, deixando sua marca nas árvores, na terra, nas coisas e nas pessoas. E havia períodos em que Ana perdia a conta dos dias. Mas entre as cenas que nunca mais lhe saíram da memória estavam as da tarde em que dona Henriqueta fora para a cama com uma dor aguda no lado direito, ficara se retorcendo durante horas, vomitando tudo o que engolia, gemendo e suando de frio. Érico Veríssimo. O tempo e o Vento, “O Continente”, 1956. 22.20. (FGV – SP) – Observe o emprego da vírgula nas passagens destacadas a seguir e responda ao que se pede. – “Foi em 86 mesmo ou no ano seguinte que nasceu Rosa, a primeira filha de Antônio e Eulália?” (3º. parágrafo) – “E era assim que o tempo se arrastava, o sol nascia e se sumia, a lua passava por todas as fases, as estações iam e vinham, deixando sua marca nas árvores, na terra, nas coisas e nas pessoas.” (4º. parágrafo) a) O que justifica o emprego da vírgula na passagem do 3º. parágrafo? 18 Extensivo Terceirão Gabarito 22.01. e 22.02. b 22.03. b 22.04. e 22.05. a 22.06. b 22.07. e 22.08. d 22.09. d 22.10. d 22.11. a 22.12. a 22.13. e 22.14. e 22.15. d 22.16. b 22.17. a 22.18. d 22.19. a) Enquanto para o jovem poeta a tran- sitoriedade do belo desvalorizava a fruição do momento vivido, ou seja, de tudo o que ele ama e admira, para Freud isso implicava maior valori- zação, já que a beleza e a perfeição apenas adquirem significado pelas emoções que suscitam momenta- neamente em cada um, sem necessi- dade, portanto, de duração absoluta. b) Na oração “a outra, à rebelião contra o fato constatado”, a vírgula indica a elipse do termo verbal “conduz”, ex- presso no segmento anterior: “Uma conduz ao doloroso cansaço do mundo mostrado pelo jovem poeta”. 22.20. a) No 3º. parágrafo, ocorre um aposto: a expressão “a primeira filha de Antônio e Eulália” explica o termo anteceden- te (“Rosa”), daí a obrigatoriedade do emprego da vírgula. b) No 4º. parágrafo, o primeiro trecho é formado por um encadeamento de orações coordenadas, com elemen- tosque indicam o modo pelo qual “o tempo se arrastava”: por intermé- dio de uma gradação, “o sol nascia e se sumia”, “a lua passava por todas as fases” e, de forma mais ampla, “as estações iam e vinham”. Já o segun- do trecho é um encadeamento de termos com mesma função sintática, uma série de adjuntos adverbiais. b) Que diferença há nas duas construções do 4º. parágrafo para explicar o emprego das vírgulas? 19Português 6B Sobre classificações e nomenclaturas A tradição gramatical sempre privilegiou o conhe- cimento da nomenclatura, da classificação das orações. No caso das adverbiais, isso parece mais exaustivo ainda, pois são nove as orações subordinadas dessa natureza! Calma. Passaremos por elas, sem dúvida, inclusive pela nomenclatura, mas nos interessará bem mais que você saiba como reconhecer os efeitos de sentido decorren- tes do uso dos muitos conectores que caracterizarão as adverbiais. Aí, é uma mera questão de consequência: lendo e escrevendo de forma consciente com os operadores das orações adverbiais, o reconhecimento da nomenclatura lhe parecerá exercício menor, acredite. Assim, você conseguirá orientar a sua argumentação, em um texto dissertativo, por exemplo, podendo se va- ler das relações estabelecidas pelas orações adverbiais. De novo: considere a classificação das orações como um fator decorrente de uma leitura precisa que enriquecerá expressivamente o seu texto e o seu modo de escrever. Adjuntos adverbiais na forma de oração Como sabemos, advérbios são palavras que expres- sam circunstâncias, como as ideias de tempo, lugar, modo, dentre outras. Com isso em mente, vamos com- parar os três enunciados a seguir: 1. A intolerância aumenta fortemente. 2. A intolerância aumenta no Brasil. 3. A intolerância aumenta quando a ignorância cresce. Lembrando aspectos da morfologia, entendemos que em (1), o termo grifado é um advérbio; em (2), uma locução adverbial; em (3), uma oração. Todas as três formas são indicadoras de circunstan- cias adverbiais modulando – alterando – o sentido da oração “A intolerância aumenta”. Concluímos, então, que uma oração dita adverbial é aquela que naturalmente ocupa o espaço que seria preenchido por uma palavra (advérbio) ou expressão (locução adverbial) desse valor. Orações adverbiais São estas as orações adverbiais com as quais traba- lharemos nas duas próximas aulas: Causal Condicional Final Comparativa Conformativa Proporcional Concessiva Consecutiva Temporal Na tabela acima, apenas por uma questão de prati- cidade, os nomes foram expostos segundo uma ordena- ção alfabética. Nas duas aulas, agruparemos as orações segundo o seu “potencial” de uso argumentativo. 1. Oração adverbial temporal Trata-se da oração adverbial mais óbvia e de fácil reconhecimento, afinal, o adjunto adverbial de tempo é extremamente comum em frases do período simples. Esta razão pela qual ela introduz nosso estudo das orações adverbiais. Confira os períodos a seguir: Quando pessoas conscientes se omitem, ganha espaço a intolerância e o preconceito. Alguns dançam no palco enquanto outros traba- lham nas ruas. As duas orações destacadas nos períodos são subor- dinadas adverbiais temporais. Conectivos • quando • enquanto • desde que • logo que • assim que • antes / depois que Português 1B6BAula 23 Período composto – oração adverbial I 20 Extensivo Terceirão 2. Oração adverbial proporcional Cuidado para não confundir a noção de proporciona- lidade com a de comparação. As orações comparativas – você verá – trazem uma ideia estática, em oposição à dinamicidade expressa pela noção de proporcionalidade. Vejamos. Imagine dois fatos que ocorram concomitantemente, ou seja, que se desenvolvam ao mesmo tempo, sendo que um implica o aumento ou a diminuição do outro. Essa é a relação que se observa na oração adverbial proporcional. Leia o período a seguir e procure notar tal relação. As dores mudam de cor à medida que o tempo passa. Esse período estabelece uma proporcionalidade entre duas grandezas. Mudar de cor e tempo passar são fatos que evoluem juntos, concomitantemente. Quando um aumenta, o outro também aumenta. São, por assim dizer, grandezas diretamente proporcionais. A oração destacada com a locução conjuntiva à medida que expressa essa proporcionalidade, sendo classificada como oração subordinada adverbial propor- cional. A locução mais característica desse tipo de oração é à proporção que. Exemplo bem comum na fala Quanto mais estudo, menos sei. oração subordinada proporcional oração principal Conectivos • à proporção que • à medida que • ao passo que • quanto mais... mais • quanto menos... menos 3. Oração adverbial comparativa As orações comparativas expressam comparações entre dois seres, duas atitudes, etc. Vejamos um exemplo: Vinícius chuta como um craque. O período estabelece uma comparação entre o nome Vinícius e um craque. Essa ideia é clara e está relaciona- da ao papel da conjunção como. A oração introduzida por essa conjunção se classifica, nesse contexto, como adverbial comparativa. oração principal oração subordinada adverbial proporcional oração principal oração subordinada adverbial comparativa Note que o trecho destacado traz uma forma verbal elíptica. Isso é muito comum em orações comparativas. Às vezes, é por isso que alguns não as identificam. Em sua forma “completa”, o enunciado acima seria assim redigido: Vinícius chuta como um craque (chuta) Conectivos • como • mais que / menos que • maior que / menor que • tanto...quanto • tão...como • assim...como 4. Oração adverbial conformativa A oração subordinada adverbial conformativa expressa que determinada ideia está em conformidade com outra ideia. Normalmente, ela está associada ao chamado argumento de autoridade, constituindo recurso muito utilizado no momento em que se fazem citações nos textos. É o caso do período a seguir: Conforme lembra Paulo Vanzolini, um homem de moral não fica no chão. Veja que a ideia de que “um homem de moral não fica no chão” está em conformidade com aquilo que ensina o sambista e professor Paulo Vanzolini. O enunciado, assim, destaca o argumento de autoridade, indicado na oração iniciada pelo conectivo conforme. Não se deixe impressionar pela facilidade de uso deste tipo de oração. A mera citação de um argu- mento de autoridade não garante expressividade. Nada é gratuito em um bom texto! Ao citar um argumento de autoridade, não basta a fonte fidedigna e a citação; é preciso que haja per- tinência entre o que é citado e o contexto em que se insere a citação, além, é óbvio, de clareza e expressi- vidade no modo como se escreve tal citação, afinal, uma redação é sempre de um exercício de escrita. Citar por citar, apenas para tentar alguma impres- são de (falsa) erudição só torna o texto canhestro. Conectivos • como • conforme • segundo • consoante oração subordinada adverbial conformativa oração principal Aula 23 21Português 6B 5. Oração adverbial condicional Entendida a condição como um fato necessário para que outro fato possa ocorrer, considere que a oração indicadora dessa relação lógica é denominada subordi- nada adverbial condicional. Ser respeitado profissionalmente exige saber respeitar os outros. Assim, temos que “saber respeitar os outros”’ é condi- ção para que alguém seja respeitado profissionalmente. Como você já estudou em aulas anteriores, a conjun- ção mais comum que expressa a ideia de condição entre as orações é o se: Se você souber respeitar os outros, será respeitado profissionalmente. Esse período apresenta duas orações. A segunda – será respeitado profissionalmente – é a oração principal, uma vez que não vem marcada por conectivo algum. A primeira oração expressa o fato necessário para que o segundo ocorra. Introduzida pela conjunção se, a primeira oração é classificada como oração subordina- da adverbial condicional. Se você souber respeitar os outros, será respeitado profissionalmente.Não é difícil reconhecer o conectivo se como con- dicional, uma vez que ele é sinônimo de caso, outra conjunção condicional muito recorrente nos enunciados com que nos deparamos constantemente. Veja, porém, a diferença de uso entre esses conectores. Se você escrever muito, melhorará o seu texto. Caso você escreva muito, melhorará o seu texto. Notou como o ‘caso’ se comporta? Ele ‘pede’ o modo subjuntivo no presente. Mas não vá se trair! O ‘se’ também exige o subjuntivo, porém, no futuro, e não no infinitivo, como pode parecer à primeira vista. Quer conferir? Caso você vá, ele irá. Se você for, ele irá. (e não ‘se você ir...’) Caso você queira, ela fica. Se você quiser, ela fica. (e não ‘se você querer...’) Conectivos • se • caso • desde que • contanto que • a não ser que • a menos que • sem que oração subordinada adverbial condicional oração principal Reduzindo as orações Novamente lembrando os pré-requisitos para se reduzir uma oração 1.o) ausência do conector no ponto em que ele caracteri- za a oração subordinada; 2.o) presença de uma forma nominal do verbo no ponto em que se suprime o conector. Quando as pessoas realmente forem civilizadas, o Brasil estará no Primeiro Mundo. CIVILIZADAS realmente as pessoas, o Brasil estará no Primeiro Mundo. Se parar de reclamar, já será algo mais produtivo e eficaz. PARANDO de reclamar, já será algo mais produtivo e eficaz. Pontuando as adverbiais Se você fizer uma recapitulação das orações expostas como exemplos nesta aula, notará um efeito de pontu- ação próprio das adverbiais. Veja, nos exemplos abaixo, como a vírgula se comporta entre a oração principal e a subordinada adverbial. Entendi depois que li com calma. Depois que li com calma (,) entendi Vale, então, para a redação: quando, no período, a oração adverbial antecede a oração principal, natural- mente se insere uma vírgula entre elas, pois ocorreu, no trecho, uma inversão entre os termos. Seria mais ou menos o que ocorre no período simples: Ninguém faltou à aula ontem. Ontem (,) ninguém faltou à aula. oração principal oração adverbial temporal oração adverbial temporal reduzida de particípio oração principal oração adverbial condicional oração principal oração adverbial temporal reduzida de gerúndio oração principal oração principal oração subordinada adverbial temporal oração principaloração subordinada adverbial temporal 22 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 23.01. Classifique as orações subordinadas a seguir de acordo com o seguinte código: (1) Oração subordinada adjetiva (2) Oração subordinada substantiva (3) Oração subordinada adverbial a) ( ) Quando a ignorância supera o diálogo, todos saem perdendo. b) ( ) Lutas perdem o sentido à medida que servem apenas à vaidade de quem as empreende. c) ( ) Alguns discursos soavam como algo completa- mente formatado. d) ( ) É importante perceber que o medo prejudica nossa capacidade de julgamento. e) ( ) Augusta estava cercada de pessoas pelas quais ela se sacrificaria. f ) ( ) Aquela era uma situação na qual não cabia o desespero. g) ( ) Sempre há pessoas cujas ideias são desconcer- tantes. h) ( ) Alguns textos provam que o repertório dos alu- nos tem evoluído. 23.02. Você deve completar o enunciado com a ideia pro- posta em cada item. Para isso, use um conector adequado que dê sentido à frase e estabeleça uma relação argumen- tativa coerente ao todo. a) A atitude do jovem deve mudar ________________________ (conformidade). b) A atitude do jovem poderá mudar ________________________ (comparação). c) A atitude do jovem não muda ________________________ (proporção). d) A atitude do jovem só mudará ________________________ (condição). e) A atitude do jovem realmente mudará ________________________ (tempo). 23.03. Relacione os conectivos destacados com aqueles que apresentam equivalência semântica. (1) quando (2) como (3) à medida que (4) conforme (5) se ( ) desde que ( ) segundo ( ) à proporção que ( ) logo que ( ) assim que ( ) contanto que ( ) depois que ( ) tal qual ( ) desde que (+ verbo no subjuntivo) ( ) enquanto ( ) a não ser que ( ) a menos que ( ) quanto mais... ( ) consoante ( ) tão...quanto ( ) mais/menos...que 23.04. Siga o mesmo padrão do exercício 23.02, respeitando as relações lógicas exigidas por cada ideia. a) _____________________________ , estaremos nos formando. (conformidade) b) _____________________________ , estaremos nos formando. (comparação) c) _____________________________ , estaremos nos formando. (proporção) d) _____________________________ , estaremos nos formando. (condição) e) _____________________________ , estaremos nos formando. (tempo) Aperfeiçoamento 23.05. Classifique as orações subordinadas adverbiais des- tacadas nos enunciados a seguir, de acordo com o seguinte código: (1) Oração subordinada adverbial temporal (2) Oração subordinada adverbial comparativa (3) Oração subordinada adverbial proporcional (4) Oração subordinada adverbial condicional (5) Oração subordinada adverbial conformativa a) ( ) Alguém prospera à medida que trabalha sabia- mente. b) ( ) Mentia tanto quanto um candidato em campa- nha. c) ( ) Como nos ensinavam os antigos, nada é eterno. d) ( ) Passará a dominar a matéria, desde que se dedi- que a isso. e) ( ) O professor garantiu que, enquanto ele estivesse vivo, os alunos nada tinham a temer. f ) ( ) Quanto menos se distrair, melhor para você. g) ( ) O famoso jogador de basquete comemorou a premiação feito uma criança. h) ( ) Vários alunos se desesperam assim que surgem as primeiras barreiras. Aula 23 23Português 6B 23.06. (PUCCAMP – SP) – Considere este período de um texto: “Somente mais tarde a termodinâmica demonstrou que tal analogia com a mecânica não se verifica”. No caso de se reconstruir o período acima iniciando-se com “Tal analogia com a mecânica não se verifica”, a frase que o completará com correção e coerência é: a) porque somente mais tarde o estudo da termodinâmica o demonstrou. b) apesar de que somente mais tarde o estudo da termodi- nâmica o demonstrara. c) desde que somente mais tarde o estudo da termodinâ- mica o demonstrasse. d) conforme o estudo da termodinâmica viria a demonstrar. e) não obstante o estudo da termodinâmica viesse a demonstrá-lo. 23.07. (UFF – RJ) – Os diversos tipos de relação sintática en- tre orações podem ser estabelecidos sem conectivo explícito, através de formas de infinitivo, gerúndio ou particípio, como vemos no seguinte exemplo: “Tomando Gilberto Freyre como a linha ver- tical e Mário de Andrade como a linha horizon- tal de um ângulo reto, teríamos Guimarães Rosa como a hipotenusa fechando o triângulo”. (Carlos Heitor Cony) Reconheça o tipo de relação sintática expressa pelo gerúndio sublinhado no período acima. a) conclusão b) temporalidade c) condicionalidade d) mediação e) conformidade 23.08. (FUVEST – SP) – Leia este trecho de texto: “ – Mandaram ler este livro... Se o tal do livro for fraquinho, o desprazer pode significar um precipitado, mas um decisivo adeus à literatura; se for estimulante, outros vi- rão sem o peso da obrigação”. (Cláudio Ferraretti) O sentido da oração destacada mantém-se em: a) conquanto seja estimulante. b) desde que seja estimulante. c) ainda que seja estimulante. d) porquanto é estimulante. e) posto que é estimulante. 23.09. (VUNESP – SP) – “Castro Alves se distingue pelo vigor da pai- xão, [...]. É a força que o anima, na vida íntima e pública, distendendo a sua poesia como um arco, tornando o poema inferior à energia acumulada, que o nimba, ao se libertar, com um misterioso eco circundante.” (Antônio Cândido) A oração em destaque é uma subordinada reduzida que, sem perda do sentido original presente no texto, pode desdobrar-se em: a) quando se liberta. b) se se liberta. c) porque se liberta. d) embora se liberta. e) conforme se liberta. Instrução: Texto para a questão 23.10. Conforme
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