Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Mundo capitalista (1945-2017) 7B História 25 Aula Introdução O período de 1945 até o começo da década de 70 foi, segundo o historiador inglês Eric Hobsbawm, a Era de Ouro do capitalismo, com um aumento expressivo da produção e do consumo. Nos Estados Unidos, a década de 50 foi de extraor- dinária prosperidade. Na Europa, destruída pela Guerra, a recuperação foi bastante rápida, o mesmo ocorrendo com o Japão. Após a crise do petróleo (1974), o capitalismo tam- bém entrou em crise, recuperando-se no final da década de 80 e mergulhando na globalização dos anos 90. Al am y St oc k Ph ot o ` Prosperidade norte-americana na década de 50 É importante destacar que encontramos as origens da globalização nas Grandes Navegações (século XV), porém somente após a Revolução Industrial é que o processo acelerou-se. Nos últimos vinte anos, em função da “revolução da informática”, o processo chamado de globalização acentuou-se significativamente. Esse pro- cesso é muito criticado pelo fato de estar sob o controle das potências capitalistas, determinar a desigualdade de oportunidades e o aumento das diferenças entre países ricos e países pobres. A política chamada de neoliberal defende um Estado mínimo, com privatizações para a diminuição dos gastos estatais em questões sociais e para a exaltação da livre concorrência. Estados Unidos Em 1952, foi eleito Presidente dos Estados Unidos o general Dwight Eisenhower, do Partido Republicano, reeleito em 1956. O governo Eisenhower se caracterizou por várias tentativas de conter a expansão da influência soviética no mundo. No plano interno, apesar da prosperidade econô- mica, ocorreram muitos fatos negativos, especialmente o Macarthismo, movimento de combate ao comunismo nos Estados Unidos, iniciado pelo senador Joseph McCarthy, que se transformou numa “caça às bruxas”. © W ik im ed ia C om m on s/ Ro ge r H ig gi ns , p ho to gr ap he r fro m “N ew Yo rk W or ld -T el eg ra m a nd th e Su n” `O casal Ethel e Julius Rosemberg foi condenado à morte por ter passado segredos atômicos aos soviéticos. As provas não eram conclusivas. 2 Extensivo Terceirão Censura à imprensa, destruição de bibliotecas, calúnias, perseguições e toda sorte de excessos caracte- rizaram esse movimento, que logo caiu no descrédito. O senador McCarthy morreu no ostracismo. É verdade, porém, que esse anticomunismo lançou os Estados Unidos na Guerra do Vietnã, acarretando consequências políticas desastrosas. A década de 50 foi marcada por altos e baixos no terreno político norte-americano. Os presidentes Truman e Eisenhower adotaram uma política extremamente conservadora. Em 1960, a vitória do democrata católico John Fitzgerald Kennedy deu um novo tom à política exter- na norte-americana. Em relação à América Latina, pro- curou, através de um programa chamado “Aliança para o Progresso”, levar ajuda técnica e econômica, visando impedir o avanço das esquerdas. No caso dos mísseis soviéticos instalados em Cuba, Kennedy agiu com firmeza, conseguindo a retirada dessas armas. Em circunstâncias ainda não totalmente elucidadas, o presidente Kennedy foi assassinado em Dallas, em 22 de novembro de 1963. Quanto a quem realmente o matou e às razões que levaram ao crime, existem ainda muitas controvérsias; o suposto assassino foi o esquerdista Lee Harvey Oswald. © W ik im ed ia C om m on s/ Ce ci l S to ug ht on , W hi te H ou se ` John Kennedy em 11 de julho de 1963 O substituto de Kennedy foi Lyndon Johnson (inter- venção do Vietnã) e, em 1968, foi eleito o republicano Richard Nixon, que retirou as tropas norte-americanas do Vietnã, aproximou-se da China Comunista e acabou deixando o poder devido ao escândalo de Watergate (espionagem na sede do Partido Democrata). Nixon renunciou. Questão racial Mesmo com a abolição da escravatura, os negros norte-americanos viviam na miséria e eram oprimi- dos pela Ku Klux Klan, uma organização racista. Nos estados do Sul, o racismo era ostensivo. Existiam escolas, bares, restaurantes, etc., só para brancos. O negro que ousasse entrar podia até ser linchado. Em 1910, foi criada a Associação Nacional para o Progresso de Gente de Cor (NAACP), que de forma pacífica objetivava conquistar os direitos civis e po- líticos para os negros. Mais tarde, Marcus Garvey defendia que os ne- gros deveriam voltar para a África. Acabou sendo extraditado para a Jamaica. Em 1931, um seguidor de Garvey, Earl Little, foi assassinado em IIIinois. Duas décadas depois, seu filho Malcolm Little – chamado Malcolm X, pois substituiu o nome ame- ricano “Little” por um X, que simbolizava seu nome africano esquecido – pregou a criação de um Estado Negro na América. Muçulmano fanático, denunciador do racismo e ao mesmo tempo um humanista, Malcolm X acabou assassinado em Nova Iorque. Existiam, nos estados do sul, escolas só para ne- gros e escolas só para brancos. Era a grande farsa de “separados mas iguais”, pois as escolas para os ne- gros eram bem piores. Uma figura que se destacou nas lutas contra o ra- cismo foi o pastor Martin Luther King, que pregava a desobediência civil não violenta. Nem todos concordavam com ele. Era o caso de Malcolm X e dos Panteras Negras, que, além de lu- tarem contra o racismo, lutavam contra o sistema capitalista e o imperialismo norte-americano. Luther King foi assassinado em 1968 e os Pan- teras Negras foram duramente reprimidos. Apesar disso, os negros obtiveram a tão sonhada igualdade jurídica. No Vietnã, os norte-americanos sustentaram teimo- samente uma guerra impopular. No Irã, apoiaram erra- damente, até o último instante, o decrépito regime do xá Reza Pahlevi; na Nicarágua, armaram até os últimos dias a agonizante ditadura de Anastasio Somoza; essas atitudes provocaram a derrota de Jimmy Carter. Com Ronald Reagan, tivemos uma espécie de “nova” Guerra Fria. O apoio norte-americano aos ingleses na Guerra das Malvinas, a política intervencionista na América Central, a invasão de Granada e a posição dos Estados Aula 25 3História 7B Unidos no Oriente Médio mostraram a ativa presença norte-americana em defesa dos próprios interesses. A ascensão de Gorbatchev na URSS mudou esse qua- dro, fazendo com que Reagan alterasse suas posições sobre o antigo “Império do Mal”. O sucessor de Reagan, George Bush, obteve enormes êxitos em sua política externa: o fim da Guerra Fria e a vitória na Guerra do Golfo. No campo econômico, a situação foi bem diferente. A volta das lutas raciais, em Los Angeles, e os tropeços internos diminuíram sua popularidade. O fracasso da política econômica foi fatal a George Bush. Nas eleições presidenciais, o democrata Bill Clinton venceu as eleições. A derrota de Bush representou um sério golpe ao neoliberalismo. A doutrina neoliberal defende um “Estado mínimo”, cobrando menos impostos e investindo menos no cam- po social. Essa fórmula, por algum tempo, deu certo na Inglaterra de Margaret Thatcher e nos Estados Unidos de Ronald Reagan. William Jefferson Clinton, que governou os Estados Unidos de 1993 até o começo de 2001, teve enorme suces- so na política econômica e social. No plano externo, apro- fundou a hegemonia norte-americana no mundo. Apesar de alguns arranhões (caso Mônica Lewinski), o Presidente terminou o mandato com grande popularidade. Apesar do sucesso de Clinton, o seu vice, Al Gore, perdeu as eleições para o republicano George W. Bush. No voto popular, Al Gore venceu, mas a apuração na Flórida foi marcada por fraudes e abusos que macularam a vitória de Bush. O primeiro mandato de George W. Bush foi marcado pela “luta contra o terrorismo” após os atentados de 11 de setembro de 2001. As invasões do Afeganistão e do Iraque inserem-se nesse contexto. Mesmo com o fracasso de suas políticas externa e interna Bush foi reeleito em 2004. O voto dos conser- vadores, dos fundamentalistas cristãos, dos cubanos de Miami e de toda sorte de reacionáriospossibilitou o triunfo da mediocridade, do belicismo e das trevas criadas por uma religiosidade medievalesca. O fracasso no Iraque e a crise econômica fizeram com que, no seu último mandato, Bush tivesse baixíssimos índices de popularidade, daí a derrota de seu candidato na eleição presidencial. Barack Obama foi o primeiro afro-descendente elei- to Presidente dos Estados Unidos levando novamente o Partido Democrata ao poder. Na sua primeira gestão cumpriu parte das promes- sas: retirou as tropas norte-americanas do Iraque e deu início a uma modesta recuperação econômica. Apesar de ter decepcionado muitos dos seu eleitores conseguiu a reeleição em 2012. Tentou implementar po- líticas sociais, porém esbarrou no conservadorismo do Congresso dominado pelo Partido Republicano. No pla- no externo adotou uma política menos intervencionista e reatou as relações diplomáticas com Cuba encerrando um contencioso que durava mais de 50 anos. A sua candidata Hillary Clinton perdeu para o can- didato do Partido Republicano Donald Trump que sur- prendeu os especialistas com seu discurso nacionalista, protecionista, misógino e até racista. A vitória de Trump simbolizou a descrença de muitos estadunidenses na política tradicional. © W ik im ed ia C om m on s/ th e W H IT E H O U SE ` Presidente Donald J. Trump, 2017. Crise “Sob a presidência de Alan Greenspan na Reserva Federal americana, o índice Dow Jones passou de 3 000, em 1987, para 11 000, no ano de 2 000, o pleno emprego foi concretizado (20 milhões de empregos foram criados entre 1995 e 2 000), com um forte crescimento e sem subida dos preços. No entanto, o final dessa década assistiu à mais grave crise desde a de 1929, com os subprimes (crédito hipotecário ou empréstimo imobiliário de alto risco) em 2007-2009, uma crise financeira transformada em crise econômica mundial. De início, tratou-se de uma ação social do Estado federal sob a administração de Clinton para incitar os bancos a conceder empréstimos às famílias desfavorecidas das minorias negras e hispâ- nicas, para que estas pudessem adquirir alojamento. Multiplicou-se o crédito dúbio (ativos tóxicos), infec- tando pouco a pouco o sistema bancário e financeiro e provocando desequilíbrios consideráveis, o que forçou os Estados a intervir (fim da administração Bush, início da presidência de Obama) para evitar um colapso do 4 Extensivo Terceirão sistema bancário. Apenas o banco Lehman Brothers abre falência em 2008. A crise financeira alastra-se pelo mundo, inclusive na economia real: o desemprego sobe para 10% e o PIB recua 2% nos Estados Unidos em 2009. Porém, os países emergentes parecem pouco afetados pela crise, com um crescimento apenas mais lento, como é o caso da China. A consequência da supremacia econômica ameri- cana no século XX é uma forma de hegemonia política, reforçada após o desaparecimento do comunismo em 1989, que pode ser descrita assim, como fazia Bismarck num outro contexto: “Uma relação desigual estabelecida entre uma grande potência e uma ou várias potências mais pequenas, baseada, contudo, na igualdade formal e jurídica de todos os Estados em causa, não é um império, a hegemonia não assenta num Estado ad- ministrante e em Estados administrados, mas nas ideias de direção e de orientação, por um lado, e dos países seguidores, por outro”. Para outros, as noções de hegemonia, superpotência ou hiperpo- tência adaptam-se mal ao caso dos Estados Uni- dos, devido à divisão dos poderes internos, devi- do à democracia mantida há mais de dois séculos, a despeito do episódio do macarthismo. Tratar- -se-ia antes de uma constelação imaterial em que têm peso equivalente os indivíduos, a sociedade civil, os empresários, os meios de comunicação social, as sitcoms, os Óscares, a Microsoft e o in- glês...Uma combinação que torna inadequados os critérios habituais de dominação.” J.-M. Gaillard BRASSEUL, Jacques. História econômica do mundo: das origens aos subprimes. Lisboa: Texto & Grafia, 2011, p. 271 A retomada do crescimento econômico; o reatamen- to das relações diplomáticas com Cuba; um acordo com o Irã; uma política menos invasiva no Oriente Médio e a luta para que um maior número de pessoas tenham acesso a planos privados de saúde. Europa Ocidental Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa sofreu um processo de grande decadência. As destruições provocadas pela guerra, a descolonização da África e da Ásia fizeram com que os antigos impérios colonialistas se esfacelassem. Nesse período, a maioria dos países europeus gravitou em torno dos Estados Unidos, pois temia uma invasão soviética ou mesmo a subversão interna. No terreno político, logo após a guerra, as esquerdas participaram de vários gabinetes (França, Bélgica e Itália). Com a Guerra Fria, os comunistas foram afastados destes governos. A direita ganhou um novo alento. Apesar disso, os sociais-democratas conseguiram obter êxitos eleitorais em alguns países. Em 1968, uma onda de agitação revolucionária varreu grande parte da Europa. Estudantes e intelec- tuais, imbuídos de princípios marxistas e anarquistas, pretenderam remodelar a sociedade. Na França, as contestações foram violentas, desgastando o governo de Charles de Gaulle, que renunciou no ano seguinte e foi substituído por Georges Pompidou. Ge tt y Im ag es /C or bi s H ist or ic al / M ar c Ga ra ng er ` Agitações estudantis em 1968 Mais tarde, a França foi governada por François Mitterrand, um socialista democrata e, a partir de 1995, por Jacques Chirac, o qual enfrentou diversas manifestações internas (estudantes e funcionários públicos) e externas (questões dos testes nucleares dos franceses). É verdade que se opôs à invasão norte-americana ao Iraque. Em 2007, venceu a eleição presidencial o conserva- dor Nikola Sarkozi, que enfrentou uma forte oposição às suas políticas liberalizantes. O seu sucessor François Hollande fez um governo fraco terminando seu manda- do com altíssima taxa de desaprovação. Nos anos 70 e 80, a Europa Ocidental desenvolveu-se enormemente. O crescimento da Itália, a reunificação da Alemanha e a integração da Europa são as boas no- vidades. A Operação Mãos-Limpas, na Itália, já colocou muitos políticos e empresários na prisão e provocou a derrocada da Democracia Cristã. A formação da União Europeia, com uma moeda única (o Euro) e com uma integração entre os países que fazem parte deste bloco, colocam novamente a Europa num papel proeminente no cenário mundial. É claro que existem problemas: desemprego, xeno- fobia e terrorismo, para citar os mais graves. Na Espanha, o ETA (Pátria Basca e Liberdade) conti- nua usando métodos terroristas para a obtenção de um Estado Basco. Enquanto isso, o IRA (Exército Republicano Irlandês) aceita um acordo de paz ofertado por Tony Blair, Primeiro-Ministro do Reino Unido. Aula 25 5História 7B Estado de bem-estar social No pós-Segunda Guerra vários países europeus optaram por uma ordem que mesclava internacionalismo, auto- nomia nacional, mercado e garantias sociais aos trabalhadores. As sociedades melhoraram em termos de igualdade e a pobreza diminuiu. “...Além de prosperidade, estabilidade social e democracia política. Essa ordem permitia, ao mesmo tem- po, uma abertura econômica internacional e controles sobre investimentos de curto prazo; proteção agrícola e sistema preferenciais de comércio, com o Mercado Comum Europeu. Misturou políticas pós-negócios com participação substancial de governo na economia; e uma rede exten- sa de segurança social com movimentos trabalhistas politicamente poderosos. O resultado foi uma mescla de mercados ativos com governos agressivos, grandes empresas com trabalho organizado, e de conservadores com socialistas. A ordem testemunhou o crescimento mais rápido e a estabilidade econômica mais duradoura da história moderna.” FRIEDEN Jeffry, A. Capitalismo Global: história econômica e política do século XX. Rio de Janeiro: Jorge ZaharEditor, 2008, p. 322 e 323. Na Alemanha reunificada, a crise econômica, o desencanto dos antigos comunistas e o neonazismo foram a tônica dos últimos anos, na antiga Alemanha Oriental. União Europeia Ta lit a Ka th y Bo ra A crise de 2008 atingiu em cheio os países da União Europeia. Política fiscal irresponsável, gastos excessivos, desequilíbrio entre as economias dos países membros, em meio à crise financeira internacional, levaram a Grécia, a Espanha e Portugal a uma situação caótica, com elevadas taxas de desemprego. Entre 2008 e 2012, diversos governos caíram, fossem eles de direita ou de esquerda. Como bem destacou Gilles Lapouges, a economia mundial tem sofrido mudanças significativas. A saída do Reino Unido da União Europeia denota uma crescente crise do projeto de uma Europa Unida. 6 Extensivo Terceirão “A União Europeia tem meio século. Superou questões que lhe foram legadas por 2 mil anos de história e furor. A certa altura, eclode a crise e o que vemos? Uma Europa dividida em antagonismo. Uma Inglaterra que vai por um caminho, uma Alemanha que vai por outro, uma França que toma um terceiro... Foi necessário meio século para criar a União Europeia; bastaram oito dias de crise para gerar a Desunião Europeia”. O que se vislumbra é uma enorme mudança geopolítica: países que dividiam o mundo e os lucros, que reina- vam sobre os outros, cambaleiam. EUA, a velha Europa e Japão estão se juntando aos “pobretões”. Ao contrário, os países emergentes parecem, por enquanto, suportar o golpe e reagir com prudência e energia. É nesses países, até ontem mais ou menos menosprezados, que os especialistas colocam suas esperanças. “A fé mundial resiste nos países mais emergentes”, diz Christian de Boissieu, presidente do conselho de Análise Econô- mica. “China, América Latina e Índia poderão aparar o choque da recessão americana.” A pergunta foi feita a Jean Pierre Petit, economista-chefe da Exane BNT Paribas: “A crise acelerará a migração do poder econômico e político do Ocidente para os países emergentes?” Petit respondeu sem hesitar: “Este processo já começou”. Os países emergentes, com a China à frente, são os grandes vencedores desta década. “Estamos assistindo a uma transferência do poder econômico, financeiro, político e mesmo tecnológico. Por cinco anos, o consumo nos EUA e na Europa foi inchado pela bolha imobiliária, que só favoreceu as aplicações financeiras, aprofundou as desigualdades entre as gerações, fabricou o endividamento das famílias, o deficit externo, ameaçando explodir o sistema financeiro internacional.” Testes Assimilação 25.01. “Sejamos francos: a maioria de nosso povo nun- ca viveu tão bem.” (Harold Macmillan, 1957.) “É bem triste viver na Era Americana – a menos é claro, para quem é americano.” (Jimmy Porter, em Odeio essa Mulher .1956) Sobre a década referida pelos textos, é correto afirmar: a) Foi uma época de extraordinária aceleração econômica, acompanhada por uma era de prosperidade para os Estados Unidos e Oeste Europeu. b) O “boom” econômico foi exclusivo dos Estados Unidos. c) A pobreza nos anos 50 foi totalmente eliminada nos Estados Unidos. d) A Itália viveu um período de crise e revolução que culmi- nou na ascensão do Partido Comunista ao poder. e) A Grã-Bretanha rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos devido aos atritos comerciais. 25.02. “Allen Dulles pediu a seus colegas em Princeton Inn para pensar na melhor maneira de destruir a capa- cidade de Stalin de controlar seus Estados Satélites...” Tim Weiner. Legado de cinzas: uma história da CIA, p. 85 De acordo com o texto, o período abordado refere-se: a) aos anos 20 quando Stalin adotou uma política externa agressiva. b) ao período posterior à Segunda Guerra Mundial, quando estava começando a Guerra Fria. c) à constituição na União Soviética em 1922. d) ao período da Segunda Guerra Mundial. e) aos anos 30, período do Terror Vermelho. 25.03. No entanto, o domínio norte-americano sobre o cinema europeu no pós-guerra não foi apenas resultado dos caprichos do público. Havia um contexto político: filmes americanos “positivos” inundaram a Itália antes das eleições cruciais de 1948; nesse ano, a Paramount foi incentivada pelo Departamento de Estado a relan- çar Ninotchka (1939), a fim de mobilização do voto anticomunista. Por outro lado, Washington pediu que As Vinhas da Ira (rodado em 1940), de John Ford, não fosse distribuído na França: o retrato negativo da era da Depressão nos EUA poderia ser explorado pelo Partido Comunista Francês. De modo geral, os filmes americanos promoviam a atração pelos EUA e, como tal, eram trunfos importantes na Guerra Fria cultural. Só os intelectuais teriam propensão a ficar tão comovidos diante do retrato de Odessa feito por Sergei Eisenstein no filme O Encouraçado Potemkin a ponto de transformar admiração estética em afinidade política; mas todos – inclusive os intelectuais – eram capazes de apreciar Humphrey Bogart. Tony Judt. Pós-Guerra: uma história da Europa desde 1945, p. 241. De acordo com o texto: a) Os europeus ficaram imunes à influência do cinema norte-americano. b) Os filmes norte-americanos faziam sucesso apenas devido às suas qualidades estéticas. Aula 25 7História 7B c) Havia, além de interesse econômico, a questão ideológica considerada de grande relevância para a política externa dos Estados Unidos. d) A pobreza estética dos filmes europeus foi a principal razão do sucesso dos filmes norte-americanos. e) o sucesso do cinema norte-americano na Europa foi efêmero, pois declinou acentuadamente nas décadas de 1960 e 1970. 25.04. (FATEC – SP) – “Eles acham que se as forças do mer- cado agirem livremente a produção aumentará, benefi- ciando a todos. São favoráveis, também, à privatização das empresas estatais, da assistência médica, das escolas e da previdência social com o objetivo de acabar com os gastos públicos excessivos. Acreditam ainda que, com a diminuição dos impostos, os empresários terão mais recursos para investir e que a liberação das importações e a abertura total da economia para o capital estrangeiro serão benéficas para a economia do país.” O texto retrata, em linhas gerais, o ideário e a postura dos: a) neoliberais; c) mercantilistas; e) economistas clássicos. b) nacionalistas; d) neocolonialistas; Aperfeiçoamento 25.05. (FATEC – SP) – Segundo Maurice Crouzet: “Desde o fim das operações militares na Europa e na Ásia, as desconfianças se agravam, os mal-entendi- dos, as suspeitas, as acusações se acumulam de parte a parte, as oposições entre os aliados se aprofunda- ram e culminaram, em alguns anos, em um conflito que, em todos os domínios – salvo o das armas – as- sumiu caráter de uma verdadeira guerra, é a Guerra Fria, acompanhada de uma espetacular dissolução de alianças que caracteriza o Segundo Pós-Guerra.” Sobre a Guerra Fria, é correto afirmar: a) ocorreu entre 1947 e 1991 e foi caracterizada pela divisão do mundo em dois blocos políticos ideológicos antagô- nicos. De um lado, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; de outro, os Estados Unidos. b) ocorreu entre 1945 e 1968 e foi caracterizada pela divisão do mundo em dois blocos políticos ideológicos antagôni- cos. De um lado, os países do Primeiro Mundo; de outro, os países em desenvolvimento. c) ocorreu após a derrota dos EUA no Vietnã, dividindo a Ásia em dois blocos: um apoiando os EUA e o outro apoiando a República Popular da China. d) ocorreu entre 1945 e 1991 e foi caracterizada pela divisão do mundo em dois blocos políticos ideológicos antagô- nicos. De um lado, os EUA e seus aliados; de outro, as forças do terrorismo internacional que lutam contra os norte-americanos. e) existe desde o fim da Segunda Guerra Mundial e opõe a Doutrina Truman ao Plano Marshall. 25.06. (UPF – RS) – Iniciado ainda na década de 70, o fenômeno da globalização tornou-se cada vez mais evidente, a partir dos anos 90. Esse processo de aceleraçãoe difusão do capitalismo manifesta-se através de uma série de elementos, exceto o: a) do desenvolvimento rápido dos meios de comunicação e transporte, reduzindo distâncias e possibilitando um enorme fluxo de informações; b) do papel cada vez mais imprescindível do Estado enquan- to gestor e regulador da economia; c) da crescente integração da produção e circulação de bens e serviços em nível mundial; d) da tendência à homogeneização cultural, levando ao estabelecimento de um padrão de consumo uniforme; e) do aumento da velocidade do chamado “capital volátil”, que gira pelos vários mercados financeiros. 25.07. (UFES) – A globalização é um processo de amplas dimensões, que atinge sociedades e instituições em todo o mundo, alterando o modo de vida de populações inteiras. Uma de suas principais consequências é a formação de gran- des aglomerados macrorregionais que ficaram conhecidos como Blocos Econômicos Internacionais. Todas as alternativas abaixo apresentam fatores que têm contribuído para levar a comunidade europeia a articular-se em torno do Bloco Econômico Europeu, exceto: a) a ampliação de mercado, de troca de tecnologia e de incentivo à especialização e à produtividade. b) o estímulo à circulação de indivíduos entre os estados in- tegrantes do Bloco, que dispõe, dentre outras facilidades, de uma moeda única. c) a eliminação de barreiras alfandegárias entre os países, facilitando as importações e exportações. d) a promoção de serviços, objetivando expandir o emprego e atrair mão de obra para esse setor. e) a criação de um parlamento único, responsável pelo apoio à descolonização da África, da Ásia Menor e da América Latina. 25.08. (FGV – SP) – Relacione os presidentes dos Estados Uni- dos com os fatos ocorridos durante seus respectivos governos: 1. Richard Nixon 2. John Kennedy 3. Franklin Roosevelt 4. George Bush 5. Harry Truman I. Invasão da Baía dos Porcos (Cuba) II. Bomba Atômica contra o Japão III. Caso “Watergate” IV. “New Deal” V. Guerra do Golfo O relacionamento correto é: a) 1 – III; 2 – V; 3 – I; 4 – II; 5 – IV b) 1 – III; 2 – I; 3 – IV; 4 – V; 5 – II c) 1 – III; 2 – I; 3 – V; 4 – II; 5 – IV d) 1 – III; 2 – I; 3 – II; 4 – V; 5 – IV e) 1 – V; 2 – IV; 3 – I; 4 – II; 5 – III 8 Extensivo Terceirão 25.09. (UFJF – MG) – O movimento do macarthismo, ocor- rido na década de 1950, nos EUA pretendia: a) conter o expansionismo soviético através da demarcação clara das zonas de influência das duas principais potências mundiais do período (EUA e URSS). b) eleger o ex-combatente da segunda guerra e senador Josehf MacCarthy à presidência da república com o apoio do partido democrata. c) levar à frente o afastamento de pessoas consideradas comunistas ou simpatizantes do regime soviético dos cargos públicos e das posições importantes na vida cultural do país. d) implementar uma política de estado que impediria a entrada de imigrantes de origem asiática no país. e) reprimir os movimentos de integração racial e defesa dos direitos civis para os negros, manifestações essas que tiveram seu apogeu nos anos de 1950, lideradas por Martin Luther King. 25.10. (PUCCAMP – SP) – I. “Um discurso lançou raízes por todo o mundo, (...). Em poucos anos, ele transformou acontecimentos de fato relevantes numa visão de mundo e, mais pre- cisamente em ideologia. Sobretudo desde a queda do Muro de Berlim e do colapso de todas as formas de pensamento historicista e de política voluntarista, deixamo-nos arrebatar pela ideia de que o mundo era regido pelas leis impessoais da economia...” II. “Paralelamente às transformações decorrentes do avanço da industrialização e do desenvolvimento do chamado capitalismo monopolista, as potências eu- ropeias, acompanhadas pelos Estados Unidos e Ja- pão, deram início a uma vigorosa política anexionista que atingiu seu auge no período compreendido entre 1875 e 1914. Essa política anexionista, dirigida so- bretudo para a África e para a Ásia, (...), teve como fundamentos e justificativas os seguintes fatores: a in- corporação de áreas onde fosse possível a aplicação de excedente de capitais (...); a superação dos problemas decorrentes da falta de matérias-primas...” Aos textos I e II pode-se associar, respectivamente, a) neocolonialismo e internacionalização; b) estado monopolista e pré-capitalismo; c) marxismo e modo de produção; d) mercantilismo e autoritarismo; e) globalização e imperialismo. Aprofundamento 25.11. (UDESC) – Leia o trecho do discurso abaixo, proferi- do em 28 de agosto de 1963, em Washington, pelo pastor Martin Luther King. “Cem anos atrás um grande americano, em cuja sombra simbólica nos encontramos hoje, assinou a proclamação da emancipação [dos escravos]. [...] Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda não está li- vre. Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda é duramente tolhida pelas algemas da segregação e os grilhões da discriminação. Cem anos mais tarde, o negro habita uma ilha solitária de pobreza, em meio ao vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos cantos da sociedade americana, como exilado em sua própria terra. [...] Jamais estaremos satisfeitos enquanto o ne- gro for vítima dos desprezíveis horrores da brutalida- de policial. [...] Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossas crianças tiverem suas individualidades e dig- nidades roubadas por cartazes que dizem ‘exclusivo para brancos’. Jamais estaremos satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova York acreditar que não tem nada em que votar. Digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e corresponderá em realidade o verdadeiro significado de seu credo: ‘Consideramos essas verdades manifestas: que todos os homens são criados iguais’.” Disponível em: <http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/veja-na-integra-o- -historico-discurso-de_martin_luther-king>. Analise as proposições em relação ao texto e ao contexto da época. I. Martin Luther King foi líder do movimento contra a segre- gação racial nos Estados Unidos da América, nos anos 60. Foi assassinado em 1968 em decorrência de sua atuação na luta pelos direitos civis dos negros. II. A partir do trecho do discurso, acima, pode-se concluir que a sociedade norte-americana era marcada por pro- fundas diferenças entre os brancos e os negros, e que os negros, em todos os estados dos EUA, não tinham o direito ao voto. III. Ao dizer que seu sonho “É um sonho profundamente enraizado no sonho americano”, Martin Luther King estava se referindo ao princípio de igualdade que consta na Constituição dos Estados Unidos da América. IV. Nos EUA, durante a década de 1960, existiam diferenças na legislação no que se referia aos direitos civis e políticos dos habitantes que eram descendentes de africanos, o que motivou os movimentos liderados por Martin Luther King. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas Il, III e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Aula 25 9História 7B 25.12. (UEL – PR) – “[...] o principal privilégio do capita- lismo, hoje como ontem, continua sendo a liberdade de escolha – um privilégio que tem a ver simultaneamente com sua posição social dominante, com o peso de seus capitais, com suas capacidades de empréstimo, com sua rede de informações e, em igual medida, com os vínculos que, entre os membros de uma minoria poderosa, por mais dividida que esteja por obra do jogo da concor- rência, cria uma série de regras e de cumplicidades. [...] o capitalismo tem a capacidade, a qualquer momento, de mudar de rumo: é o segredo de sua vitalidade. [...] Quando há grandes crises, muitos capitalistassucum- bem, mas outros sobrevivem, outros instalam-se”. BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo séculos XV - XVIII. v. 3. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 578. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. A concorrência encontra na rede de informações seu principal obstáculo e diminui a vitalidade do capitalismo. II. O privilégio da liberdade de escolha confere vitalidade ao capitalismo, mesmo em tempos de crise. III. As capacidades de empréstimo e as redes de informações do capitalismo dificultam sua recuperação após períodos de crise. IV. A elite capitalista, diante das crises, por mais dividida que esteja, consegue criar uma série de regras e cum- plicidades. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II d) I, III e IV b) I e III e) II, III e IV c) II e IV 25.13. (UFRGS) – Leia o segmento abaixo. Desde a década de 1970, a desigualdade voltou a aumentar nos países ricos, principalmente nos Es- tados Unidos, onde a concentração de renda na pri- meira década do século XXI voltou a atingir – e até excedeu – o nível recorde visto nos anos 1910-1920. PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. p. 22. Considere as afirmações abaixo, sobre os fenômenos histó- ricos que se relacionam ao atual processo de intensificação da desigualdade social descrito pelo autor. I. A diminuição do papel do capital financeiro na econo- mia global e o aumento do capital produtivo oriundo do trabalho favoreceram os países industrializados, em detrimento daqueles predominantemente rurais. II. A ascensão concomitante de governos ultraliberais, como o de Margaret Thatcher, no Reino Unido, e o de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, contribuiu para a redução da agência do Estado na regulação dos mercados. III. A disseminação de ideologias econômicas e práticas de governança resultaram no enfraquecimento das políticas públicas, promovidas no contexto após a Segunda Guerra Mundial e voltadas ao bem-estar social. Quais estão corretas? a) Apenas I. d) Apenas II e III. b) Apenas II. e) I, II e III. c) Apenas III. 25.14. (UFRGS) – Leia o trecho abaixo, sobre a história do neoliberalismo. Não é novidade que, a partir do momento em que a neoliberalização foi violenta e repentinamente im- posta em partes do sul global, nas décadas de 1970 e 1980, seja por conquista imperial, golpes de Estado internos, exigência do Fundo Monetário Internacio- nal (FMI) ou alguma combinação destes, o trabalho foi amordaçado e o capital, posto à solta. [...] De um lado, as indústrias estatais são privatizadas, proprietá- rios estrangeiros são atraídos, a retenção de lucros é assegurada; de outro, as greves são criminalizadas e os sindicatos, limitados, por vezes até declarados ilegais. ROWN, Wendy. Cidadania Sacrificial: neoliberalismo, capital humano e políticas de austeridade. Rio de Janeiro: Zazie Edições, 2018. p. 24. Considerando a história contemporânea, o texto aborda algu- mas práticas associadas à emergência de regimes neoliberais pelo globo, ao longo das últimas décadas. Assinale a alternativa que indica algumas dessas práticas. a) A estatização de empresas privadas, a extensão das re- des de proteção social e o controle social dos lucros das grandes corporações. b) A ampliação dos direitos democráticos, a crítica às polí- ticas de austeridade e a introdução de reformas sociais em larga escala. c) A privatização de empresas públicas, a precarização das relações laborais e a introdução de políticas de austeri- dade em larga escala. d) A defesa do nacionalismo econômico, a quebra de gran- des monopólios corporativos e o enfraquecimento do sistema de seguridade social. e) A criminalização da superexploração do trabalho, a ampliação do setor de serviços e a democratização das rendas nacionais. 25.15. (MACK – SP) – Leia o texto abaixo. “Crescimento econômico contínuo exigia estabi- lidade política nacional e internacional. O governo democrata chefiado por Truman (1945-1952), sob a pressão dos seus partidários do Sul, dos republica- nos, e do empresariado, abandonou suas intenções de empreender mais reformas sociais, favorecendo uma aliança entre empresas, governo e Forças Arma- das com concessões limitadas à classe trabalhadora. Comentou Charles E. Wilson, presidente da General Motors, que o melhor cenário seria uma ‘economia permanente de guerra’”. Sean Purdy. “O século americano”. In: Leandro Karnal (org.) História dos Estados Unidos. 3ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2017, p. 227 Sobre o contexto retratado pelo excerto, assinale a alternativa correta. a) A Segunda Guerra Mundial abriu oportunidades de cres- cimento econômico aos Estados Unidos. Com o intuito de manter tal crescimento, e diante da nova realidade da Guerra Fria, o governo adotou uma política de militariza- ção da economia americana. 10 Extensivo Terceirão b) O envolvimento dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial abriu a possibilidade de investimentos em países europeus. A presença marcante de empresas estadunidenses na Alemanha, no imediato pós-Guerra, é o principal exemplo desses investimentos. c) Fundado em 1944, o FMI passou a ser o meio pelo qual os Estados Unidos dominaram os países após a Segunda Guerra Mundial. Exemplo disso foram os vultosos em- préstimos concedidos pelo órgão a nações do sudeste asiático, resultando no surgimento dos “Tigres Asiáticos”. d) A Guerra Fria abriu oportunidades de desenvolvimento bélico e tecnológico aos Estados Unidos. Por isso, conflitos diretos entre o país e a União Soviética, além de constan- tes, se mostraram extremamente eficientes para a con- tinuidade da estabilidade da economia estadunidense. e) Os esforços, movidos para a vitória na Segunda Guerra Mundial, resultaram em um crescimento acelerado da economia estadunidense. Para mantê-la, o governo ado- tou, após o conflito, uma política de juros altos, concessão de empréstimos facilitados e intervenções militares em países da América Latina. 25.16. (UEL – PR) – Leia o texto a seguir, Uma ínfima minoria, já excepcionalmente munida de poderes, de propriedades e de privilégios conside- rados implícitos, detém de ofício esse direito. Quanto ao resto da humanidade, para “merecer” viver, deve mostrar-se “útil” à sociedade, pelo menos àquela par- te que a administra e a domina: a economia, mais do que nunca confundida com o comércio, ou seja, a economia de mercado. “Útil”, aqui, significa quase “rentável”, isto é, lucrativo ao lucro. FORRESTER, V. O Horror econômico. São Paulo: UNESP, 1997. p.13. Com base nos conhecimentos históricos sobre a economia mundial e nas considerações de Viviane Forrester, assinale a alternativa correta. a) As práticas toyotistas foram incorporadas pelo modelo econômico neoliberal para potencializar a produtividade do trabalho. b) A política econômica de Hegel de estatização da econo- mia impediu os trabalhadores de escolherem livremente seus empregos. c) O Plano Marshall foi implementado pelos EUA para reconstruir sua infraestrutura econômica de indústria nacional devastada pela Segunda Guerra Mundial. d) A Glasnost, criada por Gorbatchev na U.R.S.S., representou a salvação da bancarrota da economia soviética. e) Mahatma Gandhi, ao fiar o algodão para produzir seu próprio tecido, incentivou os indianos a participarem do mercado britânico 25.17. (UEM – PR) – A globalização é um fenômeno do capitalismo internacional oriundo, sobretudo, do avanço tecnológico, que permite que informações, capitais e mer- cadorias circulem de forma mais intensa em todo o mundo. A respeito da globalização, assinale o que for correto. 01) A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem a fun- ção de administrar acordos internacionais, atuar como fórum de negociações entre os países e resolver dispu- tas comerciais. 02) A teoria neoliberal defende a redução do papel do Esta- do, tanto na economia quanto nas questões sociais, porexemplo, a previdência social. 04) Com a globalização, houve potencialização da Guerra Fria, aumentando o risco de conflitos armados entre as grandes potências mundiais. 08) A revolução tecnológica provocou a substituição do trabalho humano por máquinas e processos produtivos cada vez mais complexos e sofisticados. 16) O Fórum Social Mundial, realizado diversas vezes em Porto Alegre, foi a expressão política mais concreta dos movimentos sociais que apoiam a globalização. 25.18. (UFPR) – A política do Estado de Bem-Estar (Welfare State) predominou nos países da Europa Central no pós- -Segunda Guerra. Desenvolva um texto analisando as principais características dessa política. Aula 25 11História 7B Desafio 25.19. (UFSC) – Protestos realçam divisão racial nos EUA Os protestos pedindo justiça pela morte do adolescente negro Michael Rown, 18, assassinado com seis tiros pelo policial branco Darren Wilson, 28, estão tão “rachados” quanto a segregada comunidade entre brancos e negros. Durante o dia, mesmo sob o sol de 35ºC, famílias inteiras portam cartazes coloridos e levantam os braços aos gritos de “não atire” pelas calçadas da avenida West Flosissant, que corta a pequena Ferguson, de 21 mil habitantes, subúrbio de Saint Louis. Folha de S. Paulo, 10 ago. 2014. A10. Sobre segregação, conflitos e defesa dos direitos de afrodescendentes, é correto afirmar que 01) entre as conquistas do movimento negro brasileiro, pode-se citar a oficialização do Dia Nacional da Consciência Negra, a aprovação de cotas para afrodescendentes em universidades públicas e a obrigatoriedade do ensino de história da África e afro-brasileira na Educação Básica. 02) o arianismo, defendido pelo nazismo, afirmava que os arianos possuíam características de uma “raça superior”, servindo de justificativa para a perseguição de todos os que não as possuíam. Os negros, no entanto, foram poupados dessa segregação. 04) no século XX, a segregação racial dos negros nos Estados Unidos se traduziu, por exemplo, pela separação do uso de espaços comuns, como transportes, banheiros e praças públicas. 08) na década de 1950, Rosa Parks, cidadã negra americana, realizou um ato de manifestação contra a segregação quan- do, em um ônibus, se recusou a ceder seu lugar para um passageiro branco. A ação não teve maiores consequências, constituindo-se em um ato isolado. 16) o Partido Pantera Negra para Autodefesa foi criado na década de 1960 e compartilhava os ideais pacifistas defendidos pelo líder da resistência negra nos Estados Unidos, Martin Luther King. Gabarito 25.01. a 25.02. b 25.03. c 25.04. a 25.05. a 25.06. b 25.07. e 25.08. b 25.09. c 25.10. e 25.11. c 25.12. c 25.13. d 25.14. c 25.15. a 25.16. a 25.17. 11 (01 + 02 + 08 ) 25.18. Os alicerces do Welfare State foram erguidos nos Estados Unidos e na Europa Ocidental na década de 30, expandindo-se intensamente após a segunda Guerra. O Estado Previdência atua como mediador entre capital e trabalho; intervém na economia e amplia os direitos sociais da população. O Estado assegurando aposentadorias; segu- ro social para desempregados, investindo maciçamente em saúde, educação e cultura é o que defendem aqueles que acham que só dessa forma é possível que haja uma sociedade justa e fraterna. 25.19. 05 (01+04) 12 Extensivo Terceirão História 7BAula 26 Socialismo real Expansionismo soviético Em 1945, o Exército Vermelho soviético dominava vários países, após tê-los libertado da dominação nazista. Antigos países independentes, como Estônia, Letô- nia e Lituânia, foram anexados à URSS. Os soviéticos anexaram ainda os territórios orientais da Polônia. A Romênia foi obrigada a ceder a Bessarábia e o território setentrional da Bucovina. Da Finlândia, os soviéticos obtiveram o istmo de Carélia e outras provín- cias. Da Alemanha, conseguiram a Prússia Oriental; e da Tchecoslováquia, a Rutênia. No final da década de 40, boa parte da Europa Orien- tal estava sob o controle dos soviéticos. Ao contrário dos outros países, o dirigente máximo da Iugoslávia, Josip Broz Tito, sem aderir ao bloco ocidental e muito menos repudiar o socialismo, procurou se afastar da política centralizadora de Moscou. Somente após a morte de Stalin, no governo de Nikita Kruschev, é que houve uma reaproximação entre Iugoslávia e URSS. Ge tt y Im ag es /R og er V io lle t ` Nikita Kruschev A morte de Stalin, em 1953, marcou o fim de uma época na história da URSS. A ascensão de Nikita Kruschev marcou um novo direcionamento nas políticas externa e interna da URSS. No XX Congresso do PCUS, Krushev apresentou um relatório, no qual revelou, com provas contunden- tes, os erros políticos e técnicos cometidos por Stalin. Denunciou ainda que Stalin incentivava o “culto da per- sonalidade”. Com essas denúncias, Kruschev aumentou sua popularidade e passou a dirigir a URSS dentro de um outro estilo. Contestações A morte de Stalin provocou diversas mudanças nos países do Leste Europeu. A principal foi a liberalização que veio dar alento às manifestações de descontenta- mento. Em outubro de 1956, em Budapeste (Hungria), operários e estudantes protestaram contra o governo. Elementos contrários ao regime aproveitaram a situação para mudar a trajetória do socialismo húngaro. Foi formado um governo, sob a direção de Imre Nagy, que afastou a Hungria do Pacto de Varsóvia. Percebendo a gravidade da situação, os soviéticos apoiaram militarmente Janos Kadar, que restabeleceu a antiga ordem. No Ocidente a repressão na Hungria provocou o de- sencanto de muitos intelectuais que apoiavam a URSS. Ge tt y Im ag es /B et tm an n/ C on tr ib ut o `Os soviéticos, com as tropas do Pacto de Varsóvia, esmagaram, num banho de sangue, a insurreição húngara. Aula 26 13História 7B Na Polônia, Wladyslaw Gomulka conseguiu dominar um motim operário em junho de 1956. No caso polonês, não foi necessária a intervenção direta dos soviéticos. Na Alemanha Oriental, em 1953, uma revolta operá- ria foi sufocada. Em 1961, foi construído o Muro de Berlim para impedir a fuga, para a Alemanha capitalista, de pessoas qualificadas. As divisões no mundo socialista se acentuaram no início da década de 60. A China, por razões políticas, ideo- lógicas e de fronteiras, se afastou da URSS. Na Albânia, Enver Hoxha, um stanilista, repudiou o chamado “revi- sionismo” soviético, alegando que o PCUS se afastou dos princípios marxista-leninistas. Nessa época a Albânia se aproximou da China. A Romênia, sob a liderança de Nicolae Ceausescu, a partir de 1965, adotou uma política bastante independente em relação a Moscou, que perdurou até a queda de Ceaucescu em 1989. Em 1968, seguindo o exemplo da Romênia, o Partido Comunista da Tchecoslováquia, em seu programa de ação, “afirmava estar politicamente ligado à URSS, mas socialmente marcado pelo exemplo iugoslavo, e econo- micamente aberto ao Ocidente”. Apesar de pressionado pela URSS e demais países do Pacto de Varsóvia, Alexander Dubcek anunciou que manteria as novas diretrizes propostas. Teve o apoio de Tito, que foi recebido calorosamente em Praga. O governo da Tchecoslováquia adotou uma posição crítica em relação a Moscou. Na noite de 20-21 de agosto de 1968, as tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Tchecoslováquia. Apesar disso, Dubcek ainda permaneceu no poder. Admitiu a presença de tropas soviéticas no país, mas continuava adotando a mesma linha política que levara à ruptura com Moscou e à consequente invasão. Em abril de 1969, os principais personagens que desencadearam a chamada Primavera de Praga foram afastados da direção do partido. Dubcek foi substituído por Gustav Husák. A ditadura não se atreveu a deter Dubcek, mas lançou contra ele a habitual campanha de calúnias e ameaças. Ge tt y Im ag es /C or bi s/ H ul to n- D eu ts ch ` Repressão na Tchecoslováquia em 1968 A censura foi rigidamente restabelecida sobre todos os meios de comunicação e os reformistas foram depostose detidos. A polícia secreta soviética assumiu o controle da situação. Em 1970, na Polônia, Gomulka foi substituído por Edward Gierek. Nas eleições de 1976, Gierek reforçou sua posição. Em 1980, nos estaleiros Lenin, na cidade de Gdansk, foi fundado o Sindicato Independente Solidarie- dade, tendo como líder Lech Walesa. Diante do avanço do Solidariedade, Gierek foi afastado. Em 1981, o General Wojciech Jaruzelski assumiu a chefia do governo. Mudanças na URSS Os historiadores costumam caracterizar a Era Brejnev (1964/82) como sendo a estagnação, burocratização e corrupção. Apesar disso, graças aos altos preços do pe- tróleo, os cidadãos soviéticos viveram relativamente bem. Com a morte de Brejnev, em 1982, Yuri Andropov chegou ao poder, mas logo faleceu. O mesmo aconteceu com o sucessor, Konstantin Tchernenko. Em 1985, Mikhail Gorbatchev assumiu o poder. Gorbatchev procurou transformar o socialismo soviético por meio da perestroika (reestruturação eco- nômica) e da glasnost, ou seja, transparência, liberdade de informação. As reformas econômicas de Gorbatchev fracassaram. A situação econômica piorou ainda mais. Como escre- veu Eric Hobsbawm, os reformadores desejavam ter as vantagens do capitalismo sem perder o socialismo. Popular no exterior – fazia aquilo que o imperialismo queria – o fraco, titubeante e até ingênuo Gorbatchev perdia apoio interno. © W ik im ed ia C om m on s/ Vl ad im ir Vy at ki n `Mikhail Gorbatchev, 1987. 14 Extensivo Terceirão Nas Repúblicas Bálticas (Letônia, Estônia e Lituânia), aumentavam os movimentos separatistas. Em março de 1991, um plebiscito confirmou (76%) o desejo de que fosse mantida a união do país, na forma de uma “federação renovada de repúblicas soberanas”, com direitos iguais. Em agosto de 1991, os burocratas deram um golpe contra Gorbatchev. O golpe fracassou. A KGB foi dissol- vida. O Partido Comunista foi colocado na ilegalidade. O frustrado golpe de agosto abriu as comportas para o movimento de independência das repúblicas que compunham a URSS. Gorbatchev, cada vez mais ofuscado por Boris Yeltsin, tentava costurar um tratado da União. Num autêntico e desleal golpe contra Gorbatchev, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielo-Rússia, reunidos na cidade de Brest, criaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Era o fim da União Soviética. No dia de Natal, Gorbatchev renunciou. A ex-URSS mergulhou no caos. O choque capitalista, conforme o receituário do FMI, teve efeitos funestos sobre a economia soviética. O desemprego, a miséria e a crimi- nalidade expandiram-se pela antiga Grande Potência. A popularidade de Yeltsin caía, apesar do enorme apoio que recebia das potências ocidentais. O Parla- mento, dominado por nacionalistas e comunistas, era o principal foco de oposição ao regime. No início de outubro de 1993, Yeltsin fechou o Parlamento. A reação foi imediata. Os parlamentares, apoiados pelo vice-presidente Alexander Rutskoi e pelo presidente do Parlamento Ruslan Khasbulatov, entrincheiraram-se na chamada “Casa Branca”. A repres- são foi violenta. O fracasso de sua política econômica, a impopular Guerra da Chechênia, a crise social, a corrupção e a vodka em exagero fizeram com que a popularidade de Yeltsin caísse ainda mais. © W ik im ed ia C om m on s/ M ik ha il Ev st af ie v ` A Guerra da Chechênia. Helicóptero russo Mil Mi-8 é derrubado por chechenos, em Grózni, capital da Chechênia, 1994. “Os soviéticos tiveram ilusões próprias; eles acreditavam, por exemplo, que, assim como a TV, o capitalismo traria o bem-estar e a felicidade, a ri- queza para todos; e sonhavam possuir sua própria casa e achavam que poderiam viver como os ameri- canos que eles viam nos seriados de TV... Pensavam que a privatização e o desenvolvimento do capita- lismo os levariam à direção do Eldorado, só que as chances são de se tornarem o quarto mundo... Queriam casa própria, só que um operário ganha 600 a 1 000 rublos por mês e uma casa em Moscou custa 45 000 rublos o metro quadrado; isto é liber- dade. Queriam imprensa livre. A alta dos preços dos jornais, o número de leitores diminuiu e vários jornais desapareceram. Fim das ilusões.” Pierre Broué © W ik im ed ia C om m on s/ Pr es id en tia l P re ss a nd In fo rm at io n O ffi ce ` Vladimir Putin No último dia de 1999, Yeltsin renunciou, antes pre- parando as condições para que seu protegido Vladimir Putin fosse eleito presidente meses depois. Putin, graças às receitas oriundas principalmente do petróleo, de uma maior organização econômica e financei- ra, de uma imprensa sob controle, terminou seu segundo mandato em 2008 com grande popularidade, conseguindo fazer o seu sucesso. Porém, o empobrecimento de muitos, a corrupção desenfreada e todos os ranços do antigo autoritarismo continuam presentes. Mesmo assim, Putin elegeu-se para um novo mandato em 2012. No Leste Europeu, com exceção da Romênia, as transmissões foram pacíficas. Walesa na Polônia, Havel na antiga Tchecoslováquia foram lideranças expressivas. Aula 26 15História 7B Ge tt y Im ag es /D od M ill er ` Insurreição política em Bucarest no dia anterior à execução do ditador Nicolau Ceausescu.1989 Iugoslávia • Da Idade Média até o século XX, a Croácia e a Eslovê- nia ficaram sob o domínio da Hungria e da Áustria. • Em 1217, os sérvios criaram o seu império, que tinha como centro Kosovo. • Em 1389, os turcos venceram os sérvios e ocuparam Kosovo. • Os turcos povoaram a região com pessoas da própria região, que aceitaram se converter à religião muçul- mana. • A Sérvia histórica (Kosovo) povoou-se de albaneses (muçulmanos). • Na Bósnia-Herzegovina, apareceram os eslavos muçulmanos. • Os sérvios retiraram-se para o norte, onde se consti- tuiu Krajina (País dos Confins). • Os sérvios da Montanha Negra (o Montenegro) conseguiram manter a independência. • Com o enfraquecimento dos turcos, no século XIX, a Bósnia-Herzegovina passou para o domínio austríaco. • Em 1878, Sérvia e Montenegro conseguiram a sua independência em relação ao Império Otomano. • Em 1912, Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária derrotaram as forças do Império Otomano (Turquia). • Em 1913, a Bulgária declarou guerra aos seus antigos aliados e foi derrotada. • Em 1912, os sérvios arrebataram os últimos territó- rios sob o domínio dos turcos. • O estopim para que começasse a Primeira Guerra Mundial foi detonado quando um estudante sérvio matou, em Sarajevo, o herdeiro do trono austro- -húngaro, o arquiduque Francisco Ferdinando. • Com a derrota dos austríacos na Primeira Guerra, os eslavos fundaram o Reino dos sérvios, croatas e eslovenos. • No ano de 1929, esse reino passou a se chamar Reino da Iugoslávia (eslavos do Sul). • Em 1941, diante da iminência de a Iugoslávia entrar a favor dos Aliados (devido à pressão popular), os alemães e seus aliados invadiram o País. • O território iugoslavo foi partilhado por Alemanha, Itália, Bulgária e Hungria. • Ante Pavelic (chefe oustachi) fundou um Estado fas- cista da Croácia, englobando a Bósnia-Herzegovina. Os sérvios foram impiedosamente massacrados. • A resistência sérvia era controlada pelos Chetniks, de Mihailovic, e os Partisans, de Josip Broz Tito. • Ao fim da guerra, a monarquia foi abolida. Tito transformou a Iugoslávia numa República Socialista, vencendo as eleições. Iugoslávia Socialista Ta lit a Ka th y Bo ra Formada por seis repúblicas autônomas, com direi- tos iguais, e duas regiões (pertencentes à Sérvia), com autonomia relativa, a federação iugoslava abriga um autêntico mosaico de nacionalidades, línguas, culturas e religiões. Tito conseguiu pacificar os diversos grupos étnicos e religiosos da Iugoslávia. Adotou um socialismo mais flexível; deu uma certa liberdade; propiciou um certo desenvolvimento econômico e soube tirar proveito das rivalidades entre Estados Unidos e União Soviética. Tito morreu em 1980. Aeconomia, depois de um período de crescimento, entrou em crise. Desemprego, inflação e endividamento externo passaram a fazer parte do dia a dia do povo iugoslavo. 16 Extensivo Terceirão Em 25 de junho de 1991, os parlamentos da Eslovênia e da Croácia declararam unilateralmente a independência. Estourou a guerra civil, com atrocidades terríveis de todos os lados. Atualmente a antiga Iugoslávia é formada pela Sérvia, Croácia, Bósnia, Herzegovina, Macedônia, Montenegro e Eslovênia. Recentemente (2008), Kosovo também proclamou sua independência, contudo ainda não foi admitida na ONU. Ge tt y Im ag es /C or bi s H ist or ic al /C hr ist op he C al ai s ` Comemorações pela independência de Kosovo em 2008 Questão da Crimeia A Crimeia foi um Estado Tártaro de 1441 a 1783. Nesse período, pagava tributos ao Império Otomano. Em 1783, a Crimeia caiu sob o domínio do Império Russo. Após a Revolução Russa de 1917, os bolcheviques dominaram a região, e a Crimeia passou a fazer parte da URSS. Durante a Segunda Guerra Mun- dial, toda a península da Crimeia caiu sob o domínio da Alemanha nazista. Muitos colaboraram com os alemães por se oporem ao regime stalinista. Com a expulsão dos alemães, Stalin ordenou a deportação de parcela significativa da população. Com a saída dos tártaros, russos e ucranianos tornaram-se hegemôni- cos no território da Crimeia. Em 1954, o Soviete Supremo, liderado pelo ucraniano Nikita Khrushchov, transferiu o oblast (província) de a Crimeia para a Ucrâ- nia, uma das Repúblicas da URSS. Com o fim da União Soviética, a região continuou fazendo parte da Ucrânia, apesar de a população ser majoritariamente constituída por russos. A insatisfação dos crimeanos com a aproximação da Ucrânia em relação à União Europeia e o grada- tivo afastamento da Rússia fizeram com que, em fevereiro de 2014, fosse convocado um referendo so- bre o destino da Crimeia. A maioria decidiu pela adesão à Federação Russa, o que se efetivou em 18 de março daquele ano. Sem dúvida foi uma vitória política de Putin. Testes Assimilação 26.01. (PUC – RS) – “Uma após outra, as repúblicas de- claravam a soberania ou a independência. Do Báltico ao Cáucaso e à Ásia Central, como num jogo de dominó, as peças que formavam o monolítico Estado multinacional (...) embarcaram num movimento centrífugo de ruptu- ra e separação. As repúblicas bálticas (...) conseguiram o reconhecimento de sua independência pelo Ocidente (...) e ganhavam novos lugares na ONU. Iniciavam-se complexas negociações, visando à formação de uma nova União”. MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo. Relações internacionais 1945 - 2000. São Paulo: Moderna, 1996, p. 118. O texto descreve o colapso e o consequente desapareci- mento, em 1991, da: a) Iugoslávia; b) Tchecoslováquia; c) União Soviética; d) República Democrática Alemã; e) Comunidade de Estados Independentes. 26.02. Sobre o fim da URSS, assinale a alternativa correta. a) Teve como causa principal o fortalecimento do movi- mento monarquista. b) Esteve relacionado ao golpe militar que depôs Leonid Brejnev. c) Deveu-se em grande parte ao fracasso das reformas econômicas de Mikhail Gorbatchev. d) Deveu-se ao fracasso do Grande Salto em frente idealizado por Nikita Kruschev. e) Esteve relacionado à crise do petróleo de 1973. Aula 26 17História 7B 26.03. (UERJ) – O QUE É UMA NAÇÃO? O homem não eì escravo nem de sua raça, nem de sua língua, nem de sua religião, nem do curso dos rios, nem da direção das cadeias de montanhas. Um grande agrupamento de homens, de espírito sadio e coração ardoroso, cria uma consciência moral que se chama na- ção. Enquanto puder provar sua força através dos sacri- fícios que exigem a abdicação dos indivíduos em prol de uma comunidade, essa consciência moral será legíti- ma, terá o direito de existir. Se surgem dúvidas quanto a fronteiras, consultem-se as populações envolvidas. Elas têm bem o direito de ter uma opinião na questão. ERNEST RENAN Conferência na Universidade de Sorbonne, 1882. revistas.usp.br Ao longo do século XX, houve acontecimentos vinculados a projetos nacionalistas similares à concepção defendida pelo historiador Ernest Renan, em 1882. Identifica-se como um desses acontecimentos a: a) emancipação do Vietnã na pacificação da Indochina b) divisão da Polônia no curso da Segunda Guerra Mundial c) criação da Iugoslávia no final da Primeira Guerra Mundial d) reunificação da Alemanha no contexto da crise da U.R.S.S. 26.04. (UFSM – RS) – “O modelo stalinista – implacável desde o início, como regime que ignorou totalmente a democracia, os direitos humanos e as necessidades do povo – está morto e enterrado. (...) Tenho certeza de que sua morte não afeta o Socialismo em si. A ideia do Socialismo sobrevive e, ao meu ver, a busca (...) continua. E, nesse novo contexto, os princípios demo- cráticos e humanitários deveriam ter lugar de honra.” GORBATCHEV, Mikhail, 1992. in: MELLO, Leonel; COSTA, Luís. História Moderna e Contemporânea. Ed. Scipione. O texto permite concluir que: a) a desagregação da URSS teve como consequência o fim do Socialismo. b) o novo stalinismo deverá comportar a defesa da demo- cracia e dos direitos humanos. c) a luta pelo socialismo não deve temer a democracia e os direitos humanos. d) a URSS foi a grande perdedora da Guerra Fria. e) o capitalismo, a partir da ação dos Estados Unidos ao longo da Guerra Fria, foi intransigente na defesa dos princípios democráticos e humanitários. Aperfeiçoamento 26.05. (FUVEST – SP) – “... a morte da URSS foi a maior catástrofe geopolítica do século. No que se refere aos russos, ela se tornou uma verdadeira tragédia” Vladimir Putin, presidente da Rússia, abril de 2005 “Para mim, o maior evento do século XX foi o co- lapso da URSS, que completou o processo de emanci- pação das nações” Adam Rotfeld, chanceler da Polô- nia, abril de 2005 As duas declarações: a) coincidem, a partir de pontos de vistas opostos, sobre a importância do desaparecimento da União Soviética. revelam que a Polônia, ao contrário da Rússia e dos demais ex-países do Pacto de Varsóvia, beneficiou-se com o fim da União Soviética. b) mostram ainda ser cedo para afirmar que o desapa- recimento da União Soviética não foi historicamente importante. c) consideram que o fim da União Soviética, embora tenha sido uma tragédia, beneficiou russos e poloneses. d) indicam já ser possível afirmar, em caráter definitivo, que o fim da União Soviética foi o acontecimento mais importante da história. 26.06. (FAMERP – SP) – Observe as fotos, respectivamente de 1961 e de 1989. Disponível em: http://g1.globo.com. As imagens podem ser utilizadas para a) confirmar a política segregacionista e racista do nazismo. b) expor as tensões entre civis e militares no Maio de 1968 francês. c) demostrar a destruição provocada pela Segunda Guerra Mundial. d) simbolizar o acirramento e o fim da Guerra Fria. e) contrapor a ordem no mundo socialista à desordem do capitalismo. 18 Extensivo Terceirão 26.07. (UERJ) – No dia 25 de dezembro de 1991, Mi- khail Gorbachov vivia suas últimas horas no Kremlin. Aquele foi um dia de esperança para milhões de pessoas na Rússia, que viam o futuro com otimismo. Também foi um momento de luto para outros milhões, agora ex- -cidadãos soviéticos. O novo mapa significou para mui- tos ter de abandonar o lugar em que haviam nascido, deixar lá familiares e relíquias. “Quando foi arriada a bandeira vermelha fiquei em estado de choque”, lembra Serguei Kosarev, que tinha então 37 anos. “Eu, nascido em Sochi, tinha terminado o ensino médio no Caza- quistão. De repente, meus amigos, minha juventude, ficaram para trás em outros países. Pensei que tudo isso fosse para o mal, e no começo foi duro. Mas o pior não foi o primeiro ano da reforma econômica, e sim mais tarde, quando na Rússia deixaram de pagar em dia os salários, e havia atrasos de seis meses ou mais”, conta. “No final, no meu casotudo foi para o bem, recuperei a religião dos meus antepassados, como outros milhões de ortodoxos, e vi meio mundo; nem uma coisa nem outra teriam sido possíveis na U.R.S.S.”, conclui. Adaptado de brasil.elpais.com, 23/12/2016. De acordo com a reportagem, o fim da U.R.S.S. trouxe as seguintes mudanças significativas para alguns de seus ex- -cidadãos: a) recuperação da liberdade sindical e perda da ideologia comunista b) liberalização da iniciativa industrial e abandono da uni- dade comercial c) ampliação do direito trabalhista e enfraquecimento do poderio militar d) fragmentação do território nacional e redimensionamento da identidade cultural 26.08. (UERJ) – “BÓSNIA-HERZEGOVINA, abril de 1992. Nessa ex-república iugoslava, que declarara sua independência em março de 1992, se travou nos três anos seguintes a mais sangrenta das recentes guerras balcânicas. Sérvios (cristãos ortodoxos) e croatas (católicos) lutaram para ampliar seus domínios, em detrimento dos muçulmanos bósnios. Uma das mais cruéis faces dessa guerra foi o im- placável cerco sérvio à capital da Bósnia, Sarajevo. Franco-atiradores sérvios, postados nas montanhas em torno da cidade, alvejaram civis indefesos nas ruas.” “O Globo”, 02/04/2001. O texto ressalta que a disputa nacionalista na ex-república da Iugoslávia apresenta o seguinte traço dominante: a) presença da questão religiosa nos conflitos regionais; b) ausência da questão religiosa nos conflitos regionais; c) predomínio de milícias no lugar de exércitos regulares; d) infiltração de grupos religiosos estrangeiros nos con- frontos; e) participação da população civil nos enfrentamentos armados. 26.09. (UFGRS) – Considere o enunciado abaixo e as três propostas para completá-lo. O colapso dos regimes socialistas do Leste europeu e a desintegração da URSS marcaram o fim da Guerra Fria e da bipolaridade, provocando importantes impactos no sistema mundial, tais como: I. o avanço do capitalismo, através do aprofundamento da globalização e do aumento do comércio mundial. II. o início de um período de paz internacional, devido ao fim da corrida armamentista e do terror nuclear. III. a retomada do desenvolvimento econômico nas ex-Re- públicas Soviéticas, que lograram reverter o desemprego existente na época do Socialismo. Quais propostas estão corretas? a) Apenas I d) Apenas I e III b) Apenas II e) Apenas II e III c) Apenas III 26.10. (UFCE) – “Não foi o confronto hostil com o ca- pitalismo e seu superpoder que solapou o socialismo. Foi mais a combinação entre seus próprios defeitos econômicos, cada vez mais evidentes e paralisantes, e a acelerada invasão da economia socialista pela mui- to mais dinâmica, avançada e dominante economia capitalista mundial. Na medida em que a retórica da Guerra Fria via capitalismo e socialismo, o ‘mundo livre’ e o ‘totalitarismo’, como dois lados de um abismo intransponível, e rejeitava qualquer tentativa de esta- belecer uma ponte, podia-se até dizer que, à parte a possibilidade de suicídio mútuo da guerra nuclear, ela assegurava a sobrevivência do adversário mais fraco.” HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos – O breve século XX 1914 – 1991. São Paulo, Companhia das Letras, 2001, p. 247 Segundo o texto, o colapso soviético deveu-se: a) ao poder político dos EUA e seus aliados, que faziam campanhas contínuas contra o socialismo. b) à ameaça permanente de guerra nuclear, que fazia com que a URSS destinasse recursos excessivos para a produ- ção de armamentos. c) à interação com a economia mundial capitalista, associada às fraquezas internas do sistema econômico soviético. d) ao fato de que a URSS mantinha um regime totalitário, que se recusava a estabelecer relações com o resto do mundo. e) às contradições internas do sistema socialista, que para- lisavam a economia, por não se basear no livre mercado. Aprofundamento 26.11. (UP – PR) – Sobre a crise do chamado “socialismo real”, é correto afirmar que: I. em agosto de 1968, tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Tchecoslováquia, pondo fim ao projeto liberalizante de Alexander Dubcek. Era o fim da “Primavera de Praga”; II. o Muro de Berlim, erguido em 1961, refletiu o clima de confrontação leste-oeste, produto da rivalidade capitalismo-socialismo; Aula 26 19História 7B III. em 1980, nos estaleiros Lenin, na cidade de Gdansk, foi fundado o Sindicato Independente Solidariedade, tendo como líder Lech Walesa. Diante do avanço do Solidarie- dade, o General Wojciech Jaruzelski impôs a Lei Marcial; IV. em 1985, a KGB e a linha dura do PCUS impuseram o nome do conservador Mikhail Gorbatchev como homem forte da URSS. Assinale: a) se apenas a proposição I for correta. b) se apenas as proposições II e III forem corretas. c) se apenas as proposições II, III e IV forem corretas. d) se apenas as proposições I, II e III forem corretas. e) se todas as proposições forem corretas. 26.12. (UFGRS) – Queridos compatriotas, concidadãos: Tendo em vista a situação criada com a formação da Comunidade de Estados Independentes (CEI), concluo minha atividade como presidente da União Soviética. Tomo esta decisão por questões de princí- pio. (...) Impôs-se a linha de fragmentação do país e desunião do Estado, o que não posso aceitar.. (...) O destino quis que, ao me encontrar à frente do Estado, já estivesse claro que nosso país estava doente. (...) Tudo devia mudar. (...) Hoje estou convencido da razão histórica das mudanças iniciadas em 1985. (...) Acabamos com a Guerra Fria, deteve-se a corrida ar- mamentista e a demente militarização do país que ha- via deformado nossa economia, nossa consciência so- cial e nossa moral. Acabou-se a ameaça de uma guerra nuclear. (...) Abrimo-nos ao mundo, e responderam- -nos com confiança, solidariedade e respeito. Mas o antigo sistema desmoronou antes que o novo começasse a funcionar. (...) (...) Deixo meu cargo com preocupação mas tam- bém com esperança, com fé em todos vocês, na sua sabedoria e na sua força de espírito. (...) Meus melho- res votos a todos. Mikhail Gorbatchev. Discurso de despedida Moscou, 25 de dezembro de 1991 Fonte: GARCIA, F., ESPINOSA, J. M. História del mundo actual 1945 - 1995. Madrid: Alianza Editorial, 1996. Em relação ao texto e aos fatos mencionados anteriormente, são feitas as seguintes afirmativas: I. A tentativa de golpe, em agosto de 1991, e o fortaleci- mento de leltsin, a seguir, minaram definitivamente o que restava do Estado soviético. II. O texto reafirma a valorização histórica das mudanças propostas, nos anos 80, através da Perestroika e da Glasnost. III. Na sua despedida, Gorbatchev mostra-se satisfeito com a fórmula política da CEI e com o processo de pacificação mundial. Quais estão corretas? a) Apenas I c) Apenas III e) I, II e III b) Apenas II d) Apenas I e II 26.13. (UFSM – RS) – Analise os dados. POPULAÇÃO/PRODUÇÃO (1999) República % da população total do país % da economia do país % da total das exportações Bósnia 18,9 12 15,2 Croácia 19,9 25 21 Macedônia 8,9 5,5 4,9 Sérvia 24,6 34,8 21,15 Montenegro 2,7 1.9 2 Eslovênia 8,2 21 25,5 AGUILAR, S. “A guerra da Iugoslávia e a atuação da ONU”. Rio de Janeiro: UERJ, 1999. p. 39. A partir da observação do quadro, analise as afirmativas a seguir I. A Eslovênia possui pouca importância no conjunto da lugoslávia, porque tem uma das menores populações e pequena participação na economia e nas exportações. II. A Bósnia, apesar de concentrar boa parte da popula- ção iugoslava, não possui uma grande participação na economia. III. Na Sérvia, concentra-se a maior parte dos benefícios econômicos, por isso apresenta o maior índice de parti- cipação nas exportações em relação às demais regiões. Está(ão) correta(s): a) apenas I c) apenas II e) apenas II e III b) apenas I e II d) apenas III 26.14. (UFG – GO) – Embora o colapso do socialismo soviético e suas enormes consequências, por enquanto impossíveis de calcular por inteiro, mas basicamente negativas, fossem o incidentemais dramático das Déca- das de Crise que se seguiram à Era de Ouro, essas iriam ser décadas de crise universal ou global. A crise afetou as várias partes do mundo de maneiras e em graus di- ferentes, mas afetou a todas elas, fossem quais fossem suas configurações políticas, sociais e econômicas. HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: o breve século XX: 1914 – 1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 19. Hobsbawm avalia que a queda do socialismo soviético insere-se em um contexto de crise global que se desdobra no mundo contemporâneo. Nessa direção, a crise global: a) cria uma nova polarização política baseada no antago- nismo entre a Europa e os Estados Unidos. b) favorece a emergência de novas nações, levando a eclosão de conflitos étnicos e religiosos. c) impede o desenvolvimento de tecnologias capazes de produzir armas químicas, biológicas e atômicas. d) libera uma grande quantidade de capitais, para o finan- ciamento do desenvolvimento industrial da Rússia. e) elimina os conflitos políticos e sociais que ameaçavam a hegemonia norte-americana no mundo. 20 Extensivo Terceirão 26.15. (UFRJ) – Leia o texto a seguir. As Revoluções que transformaram a Europa nos três últimos meses de 1989 foram aquele tipo de evento muito raro, de evento que realmente abala o mundo. Os esforços para captar a escala desses acon- tecimentos há muito se transformaram em lugares-co- muns. O terremoto ocorrido no leste, porém, repre- senta mais do que o colapso de seis regimes (Polônia, Hungria, Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoslová- quia e Romênia) ou a consequente reorganização do sistema estatal internacional. CALLINICOS, A. “A Vingança da História: O Marxismo e as Revoluções do Leste Europeu.” Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992. Em relação ao processo de desconstituição da União Sovié- tica e do Bloco Socialista, é correto afirmar que: a) o Golpe de Estado que dissolveu a União Soviética em 1987, comandado pelo então presidente da Rússia, Boris Yeltsin, desencadeou uma reação em cadeia na qual foram caindo, um a um, os regimes socialistas da Europa do Leste, encerrando-se o processo com a famosa queda do Muro de Berlim. b) o colapso do Bloco Socialista foi um processo originado nas reformas levadas a cabo na própria União Soviética, através das políticas conhecidas como Glasnost e Peres- troika, adotadas a partir de meados dos anos de 1980. c) a desintegração das assim chamadas “democracias po- pulares” foi um processo iniciado em novembro de 1985 com uma revolta popular em Berlim Oriental, responsável por derrubar o muro de Berlim, e espalhou-se posterior- mente para os outros países do Bloco dentre os quais a própria URSS. d) as reformas realizados em países, como Polônia e Hungria, foram responsáveis, em função da íntima vinculação entre os países do Bloco Socialista, por uma reação em cadeia na qual a URSS foi obrigada a adotar as políticas reformistas, conhecidas como Glasnost e Perestroika, que levaram a sua desintegração. e) as políticas de reformas conhecidas como Glasnost e Pe- restroika, desenvolvidas em países do Leste Europeu que queriam se libertar do jugo da URSS, tiveram um incansável adversário em Gorbatchev, o então líder da União Soviética, que queria impedir a dissolução do Bloco Socialista. 26.16. (UFPR) – O fim do comunismo na Europa Oriental e na União Soviética, entre 1989 e 1991, foi um fato inesperado para a maioria da comunidade acadêmica e política, pois ele não apresentava sinais aparentes de deterioração. O historia- dor Mark Mazower declarou: “A liberdade foi a consequência; o desejo de liberdade não foi necessariamente a causa”. Segundo essa afirmação e os conhecimentos sobre o assunto, é correto afirmar: a) O comunismo terminou com a queda do Muro de Berlim e a reunificação alemã, depois que os comunistas reco- nheceram a legitimidade do sindicato Solidariedade, cujo líder era Lech Walesa, levando a economia dos países a se modernizar. b) Nesse processo, predominaram os interesses do capital privado ocidental, que desejava acabar com o comunismo para implantar o liberalismo no leste, com o desmonte do Estado de Bem-Estar sem uma base alternativa para sustentar as economias daqueles países. c) O que fez o comunismo sucumbir foi a dissolução da União Soviética, após a assinatura dos tratados de desar- mamento nuclear com os Estados Unidos, dando fim à Guerra Fria e, por consequência, à necessidade de manter a cortina de ferro. d) O fator preponderante foi a desistência da União Sovié- tica em manter seu império, pois se tornara uma política dispendiosa e que levava à instabilidade político-militar dos países satélites. e) O fim do comunismo foi resultado de muitos fatores, nos quais as lutas populares só tiveram peso decisivo no final (com exceção da Polônia): crise da indústria pesada, aliada a desabastecimentos e aumento de preços, conduzidos por um partido único em lento declínio, após décadas de ditadura e de repressão à oposição. 26.17. (PUC – SP) – “Circo russo na cidade: não alimen- tem os animais”. Graffiti nos muros de Praga em 1968. “Os conselhos eram: ignorem os soviéticos, tratem-nos como coisas, beijem e namorem sob seus narizes. Vivam. Mas façam em torno deles barragens invisíveis.” Godfelder, Sonia. A primavera de Praga. S. Paulo, Brasiliense, 1981. A indisposição dos tchecos, em relação aos soviéticos na circunstância indicada pelas citações acima, era devida: a) à grande presença, em território nacional, de dissidentes soviéticos asilados pelo estado, os quais gozavam de privilégios não desfrutados pelos cidadãos tchecos. b) à interrupção, por parte da URSS, do fornecimento de gêneros alimentícios e material bélico, para que a Tchescolováquia mantivesse sua superioridade frente aos poloneses. c) à histórica discriminação dirigida pelos tchecos aos po- vos eslavos e que foi reativada com a atuação da Igreja Ortodoxa Russa. d) à intervenção militar praticada pelo governo soviético na Tchescolováquia, como resposta a uma tentativa da sociedade tcheca de ampliar as liberdades individuais no interior de um regime comunista. e) à iniciativa tcheca de romper com o regime comunista e negar influência da URSS, optando pela aliança com o governo americano e pela reorientação da economia, no sentido de sua estatização. 26.18. (UEM – PR) – A doutrina Brejnev, formulada após a invasão da Tchecoslováquia em 1968, segundo a qual a União Soviética tinha o direito de intervir nos assuntos internos de seus satélites, desapareceu em 1987, ano em que, na cidade de Praga, Gorbatchov formulou novos princípios, segundo os quais cada povo tinha o “direito de resolver, de forma soberana, questões relativas ao desenvolvimento do país”. Aula 26 21História 7B Sobre os desdobramentos dessa atitude no Leste Europeu, assinale o que for correto. 01) Na Romênia, o fim da cruel ditadura de Ceausescu, pre- so e executado no Natal de 1989, culminou na implan- tação da economia de mercado, no pluripartidarismo e na busca de respeito aos direitos humanos. 02) Na Tchecoslováquia, em 1993, o país foi dividido, de for- ma pacífica, em República Tcheca e Eslováquia. 04) Na Albânia, governada de 1945 a 1985 por Enver Ho- xha, a postura isolacionista e independente levou o país a manter- se fora das novas tendências político- -econômicas da Europa do Leste. 08) Na Polônia, a crise social que se instalou na transição do socialismo ao capitalismo fez com que o herói da revolução anticomunista Lech Walesa fosse derrotado em sucessivas eleições após 1990. 16) Na Iugoslávia, palco de antigas questões políticas, étni- cas, ideológicas e religiosas, o período foi marcado por violentos conflitos civis, como a Guerra da Bósnia e a Crise do Kosovo. Desafio 26.19. (UEM – PR) – A respeito das transformações geo- políticas que ocorreram nos países do Leste europeu e da antiga União Soviética, após o fim da Guerra Fria, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Com o fim da União das
Compartilhar