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1 Populismo II (1945-1964) Aula 25 7C História Quais foram os principais elementos da crise do governo Vargas? A política de Vargas gerou reações nos grupos mais conservadores do país. Suspeitava-se que o presidente pretendia instalar uma República Sindicalista no país, nos moldes do Movimento Justicialista do então presidente argentino, Juan Domingo Perón. Os latifundiários não gostavam nada das promessas feitas por Getúlio para estender os benefícios trabalhistas aos camponeses; os industriais se irritavam por ter de arcar com o aumento do salário mínimo; as multinacionais não aceitavam limitar as remessas de seus lucros. Além disso, os militares – influenciados pelo discurso anticomunista dos EUA – desconfiavam de uma “bolche- vização” do país. Paradoxalmente, o PCB também fazia oposição ao presidente. E, por fim, a dificuldade de Vargas em controlar o processo inflacionário iniciado no fim do go- verno Dutra, além das constantes acusações levantadas pela imprensa de corrupção no seu governo, minavam o apoio da classe média. Em fevereiro de 1954, pressionado por políticos, empresários e pelos militares, que haviam publicado o “Manifesto dos Coronéis” – documento que trazia fortes críticas à política salarial do governo –, Getúlio se vê obrigado a demitir seu Ministro do Trabalho, João Goulart. Mas isso era só o começo. Capitaneado pela UDN e seu porta-voz, o jornalista Carlos Lacerda, o cerco da oposição vai se fechando contra o Presidente. Sem apoio na imprensa – só o jornal A Última Hora defendia as virtudes do governo – e com o povo dividido pela insatisfação provocada pela alta do custo de vida, o presidente Vargas parecia não ter forças para reagir e continuar o seu governo. ` Afonso Arinos, deputado pela UDN, discursando na Câmara dos Deputados. Rio de Janeiro, 1953. Fu nd aç ão G et ul io V ar ga s – C PD O C Como terminou o governo Vargas? Na madrugada de 5 de agosto de 1954, Carlos Lacerda – que era diretor do jornal A Tribuna da Imprensa – seu filho e o major da Aeronáutica Rubens Vaz chegaram à casa do jornalista, na Rua Toneleros, bairro de Copacabana. De repente, o silêncio da rua foi quebrado por uma série de disparos. Era um atentado, que acabou ferindo Carlos Lacerda e matando o major. ` Carlos Lacerda após o atentado na rua Toneleros, 05 ago. 1954. Fu nd aç ão G et ul io V ar ga s – C PD O C 2 Extensivo Terceirão Na manhã seguinte, os jornais estampavam em suas manchetes acusações contra o governo. Vargas repudiou qualquer insinuação de seu envolvimento com o fato. Levantaram-se vozes exigindo a renúncia. O presidente prometeu que só sairia morto do Palácio do Catete. Membros da Aeronáutica iniciaram uma investigação para descobrir o mandante do crime contra o major Ru- bens Vaz. Constituiu-se, então, o que passou a ser conheci- do como a “República do Galeão”, numa alusão à comissão de investigação que se instalou no aeroporto carioca. As investigações militares surtiram efeito: ficou comprovado que o assassino era o pistoleiro de aluguel Alcino João do Nascimento e que ele obedecera a ordens expressas do chefe da guarda pessoal de Getúlio, Gregório Fortunato. Pressionado, Gregório, conhecido como o “anjo negro”, reconheceu a autoria intelectual do crime. O Presidente estava com os dias contados... ` Alcino do Nascimento, escoltado por policiais, acusado pelo atentado contra Carlos Lacerda. O jornal O Estado de S. Paulo, na sua edição de 18 de agosto, publicava: “Getúlio a tudo assistiu sem um protesto, sem um gesto, porque já não tem for- ças para protestar ou se revoltar... Dizíamos ontem que o Presidente era um cadáver que aguardava sepultamento... Resta saber se o cadáver será se- pultado ou permitirão que permaneça insepulto a empestear o ambiente político nacional”. O Congresso começa a negociar com o vice, Café Filho, o afastamento do Presidente. O clima de instabi- lidade atinge um grau insuportável. Na madrugada do dia 23 para 24 de agosto, Getúlio comanda uma reunião no Palácio do Catete, para decidir o que fazer. Os militares exigiam a sua renúncia e o próprio Ministro do Exército hesitava em continuar a dar apoio ao Presidente. Uma solução mediadora foi apresentada, solicitando o licenciamento de Getúlio até a completa apuração dos fatos. Abatido, Vargas afirmou que daria uma resposta no dia seguinte. Despediu-se de todos e retirou-se para o quarto. Fu nd aç ão B ib lio te ca N ac io na l, Ri o de Ja ne iro Então, às 8h35min da manhã de 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no peito. Sobre a escrivaninha, a carta testamento, que iniciava dizendo: “Mais uma vez, as forças que os interesses contra o povo coordenaram, novamente se desencadeiam sobre mim...” e concluiu: “Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serena- mente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”. `O povo chora a morte do presidente “pai dos pobres”. Ac er vo Ic on og ra ph ia Ge tt y Im ag es /B et tm an n Ar ch iv e Aula 25 3História 7C ` Posse de Café Filho no Congresso Nacional, 03 set. 1954 Ac er vo Ic on og ra ph ia Com o suicídio, como foi o processo de sucessão? Com a morte de Vargas, assume o vice, Café Filho. Os ventos agora sopravam para outro lado e o novo manda- tário do país organiza um ministério fortemente conserva- dor, formado majoritariamente por políticos da UDN. Nas eleições presidenciais de outubro de 1955, é eleito, mais uma vez, um candidato dos partidos de Getúlio – PSD e PTB –, o mineiro Juscelino Kubitschek. Sua vitória ocorre por estreita margem de votos, o que leva a UDN a tentar invalidar o pleito, alegando que o eleito não havia conseguido a maioria absoluta. JK, como era conhecido, concorreu com Juarez Távora, do PDC, mas apoiado pela UDN; com Adhe- mar de Barros, do PSP, e com Plínio Salgado – o velho líder integralista – pelo PRP. Juscelino tinha como candidato a vice o ex-ministro de Getúlio, João Goulart. Juscelino venceu por uma margem de apenas 6% dos votos o candidato Juarez Távora. A UDN, além da alegação da falta de maioria absoluta, tentou incriminar a chapa vencedora pela divulgação de cartas falsas – o episódio Bran- di – nas quais havia “provas” de que João Goulart teria tentado comprar armas na Argentina para equipar uma milícia operária. Nada deu resultado. No dia 8 de novembro de 1955, Café Filho sofre um ataque cardíaco e é substituído pelo Presidente da Câmara, Carlos Luz. O governo Carlos Luz dura poucos dias. Convencido de que ele tramava, com a UDN, o impedimento da posse de JK, o Ministro da Guerra, Teixeira Lott, depõe o presidente em exercício e entrega o poder ao Vice- -Presidente do Senado, o catarinense Nereu Ramos. Café Filho, recuperado (muitos afirmam que ele nem mesmo ficou doente), tenta voltar ao governo, mas é impedido por Teixeira Lott. A seguir, o próprio Congresso incapacita Café Filho e mantém Nereu Ramos até a posse de Juscelino Kubitschek, em janeiro de 1956. O que caracterizou o gover- no Juscelino Kubitschek? (1956-1961) O governo JK foi resultado de uma estranha com- binação: o populismo do tipo varguista, somado a um modelo de desenvolvimento liberal, baseado na forte presença de capital estrangeiro. Já em seu slogan de campanha, Juscelino anunciava: “Cinquenta anos de progresso em cinco de governo”. De fato, seu governo conheceu um efetivo crescimento econômico (não na proporção da propaganda de campa- nha), com uma ampla expansão nos setores de infraestru- tura e no setor industrial de bens de consumo duráveis. Este crescimento pode ser creditado a uma série de fatores, dos quais destacamos: • aumento do mercado interno; • existência de recursosenergéticos; • abundância de mão de obra barata; • incentivo dado às firmas estrangeiras interessadas em instalar-se ou ampliar-se no país, inclusive isenção de exigência de cobertura cambial para a importação de máquinas e equipamentos. O plano de governo de Juscelino, conhecido como Plano de Metas, prometia investimentos na produção de energia, transportes, alimentos, indústria de base e educação. O carro-chefe de sua companhia foi, no en- tanto, a promessa de construir uma nova capital, Brasília, no Planalto Central. Dentre as realizações do governo, além da constru- ção de Brasília, podemos citar: • a construção da Rodovia Belém-Brasília; • a criação do Conselho Nacional de Energia Nuclear; • a construção das usinas hidrelétricas de Furnas e Três Marias; • a implantação da indústria automobilística. Ar qu iv o Pú bl ic o do D ist rit o Fe de ra l ` JK saúda o povo na inau- guração de Brasilia, DF 21/04/60; Autor: Gervasio Batista. 4 Extensivo Terceirão Diversas empresas automobilísticas instalaram- -se no Brasil, nesse período: a Ford Motors, a General Motors, a Willys Overland; a Volkswagen; a Merce- des Benz; a Simca; a Toyota; a Scania; a Vemag, etc. ` Exposição da indústria automobilística no Museu de Arte Mo- derna (MAM), RJ, 1960 Ac er vo Ic on og ra ph ia Politicamente, seu governo caracterizou-se por um clima de liberdade política. Apesar disso, JK teve de enfrentar duas tentativas de golpe, perpretadas por militares da Aeronáutica. A primeira, logo no início do seu governo, em Jacareacanga (PA), e a segunda, em dezembro de 1959, em Aragarças (GO). Tentativas conservadoras, de extrema direita, foram facilmente do- minadas. Pouco depois, Juscelino anistiou os envolvidos. ` Juscelino Kubitschek © W ik im ed ia C om m on s/ Bi bl io te ca d a Pr es id ên ci a da R ep úb lic a, B ra síl ia No final de sua gestão, Juscelino Kubitschek re- cepcionou o Presidente dos EUA, general Dwight Eisenhower. Nessa ocasião, o Presidente brasileiro propôs um programa de desenvolvimento econô- mico e social, a Operação Pan-Americana, que, ape- sar do entusiasmo do governo, sequer saiu do papel. O desenvolvimento econômico e as grandes realiza- ções do presidente JK tiveram também um lado menos glorioso. A inflação, a perda do poder de compra dos trabalhadores, o endividamento externo e a desnacio- nalização de nossa economia foram as principais críticas feitas ao governo. Também foram sérias as acusações de corrupção. Somou-se a isso, enfim, a falta de empenho efetivo do Presidente com as regiões mais pobres do país, notadamente o Nordeste. Nessa região, a miséria secular provocou a intensifi- cação das lutas dos camponeses, por meio da ação dos sindicatos rurais e das Ligas Camponesas, lideradas por Francisco Julião. Para diminuir essa pressão, Juscelino criou, em 1959, a SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste). No entanto, agiu tarde demais. Nesse mesmo ano, explodiram 65 greves em todo o país. Em 1958, nas eleições legislativas, as forças mais progressistas haviam crescido substancialmente. E essa insatisfação toda certamente colheria seus frutos nas eleições presidenciais que se aproximavam. ` Francisco Julião em comício das Ligas Camponesas, 1961 Ac er vo Ic on og ra ph ia Como foi o processo de sucessão de JK? Para a sucessão presidencial, os partidos governistas buscaram um nome cuja imagem de retidão, honesti- dade e cujo discurso nacionalista recuperasse o apoio que o próprio presidente Kubitschek havia perdido. O escolhido foi o marechal Teixeira Lott, “herói” da novem- brada de 1955. Para vice, a coligação PSD-PTB repetiu a candidatura João Goulart. A estranha legislação eleitoral da época permi- tia que o vice, e apenas ele, pudesse concorrer à reeleição. Além disso, as eleições de presidente e de vice eram distintas, podendo ganhar o presi- dente de uma chapa e o vice da outra. A candidatura de Teixeira Lott recebeu o apoio dos nacionalistas e mesmo dos comunistas, liderados por Luís Carlos Prestes. Aula 25 5História 7C O PSP lançou, mais uma vez, seu líder Adhemar de Barros. A UDN, por sua vez, apoiou – como já havia feito na eleição anterior – um nome de fora de suas fileiras. Agora o nome escolhido foi o do candidato do PDC, o ex-governador de São Paulo e grande estrela política do momento, o mato-grossense Jânio Quadros. Jânio, um dos mais astutos políticos brasileiros, apresentou-se ao público como um “moralista apolítico”, único capaz de promover uma mudança radical nos costumes da política nacional. Jânio dirigia seu apelo aos eleitores de classe média que consideravam a sua fama de administrador honesto requisito fundamental para o exercício da presidência. Exercia também atração sobre as camadas humildes, pois desa- fiava os padrões de vestuário e comportamento. Jânio usava ternos rasgados, tinha cabelos malpenteados e cheios de caspa, tendo ainda o hábito de fumar cigarros populares e co- mer sanduíches nos intervalos dos comícios. Esta “identidade” de homem simples, sem a arro- gância típica dos políticos, contribuiu muito para a sua vitória, por uma margem surpreendente de votos sobre o candidato do governo. Tamanha era a independência de Jânio em relação às estruturas partidárias que, com o seu consentimento, foram fundados em todo o país os “Comitês Jan-Jan”, encarregados de fazer campanha de Jânio para pre- sidente e Jango para vice. Só que João Goulart era da chapa adversária. O fato é que ambos foram eleitos. Essa combinação explosiva, no entanto, provocará muitos estragos. É o que veremos. ` Jânio Quadros Testes Assimilação 25.01. (IFCE) – O conceito de “populismo” surgiu nos anos de 1950 tendo como base estudos de intelectuais que queriam compreender as mudanças políticas ocorridas em países da América Latina após os anos de 1930. No Brasil, um dos governos considerados populistas foi o de Juscelino Kubitschek, também conhecido como JK, que inaugurou seu mandato prometendo grandes mudanças e projetos, em especial no que se referia à industrialização. Fizeram parte do governo de Juscelino Kubitschek o slogan a) “Pra frente Brasil” e o plano de política econômica cha- mado de Plano Lafer. b) “Brasil de Todos” e o plano de política econômica chamado de Plano Trienal. c) “Cinquenta anos de progresso em cinco de governo: cinquenta em cinco” e o plano de política econômica chamado de Plano de Metas. d) “Varre, varre, vassourinha...” e o plano de política econô- mica chamado de Plano de Metas. e) “Brasil sem miséria” e o plano de política econômica chamado de Plano Real. 25.02. (FMP – RJ) – Estudando a situação do Brasil durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), o brasilianista Thomas Skidmore escreveu: Além dos avanços econômicos diretos havia também mais benefícios políticos indiretos gerados pela estratégia econômica de Juscelino. Seu estilo político e personalidade entusiasta reforçam o tra- dicional senso de otimismo brasileiro, pois enfati- zava soluções ao invés de problemas. Ele irradiava confiança no país e em sua capacidade de unir-se ao mundo industrial. SKIDMORE, T. Uma história do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998, p. 204. Essa visão específica sobre os anos JK encontra respaldo em alguns episódios de época, como a(o) a) inauguração do Cristo Redentor e a instalação da Com- panhia Siderúrgica Nacional b) emergência das chanchadas e do Plano SALTE c) realização da Semana de Arte Moderna e a assinatura do Convênio de Taubaté d) nascimento da Tropicália e a ocorrência do “milagre econômico” e) surgimento da bossa nova e a inauguração de Brasília Ac er vo Ic on og ra ph ia ` Campanha de Jânio Quadros, Vila Maria, SP, 1960 Th eo C or de iro . 2 00 8. D ig ita l. 6 Extensivo Terceirão 25.03. (CEFET – MG) – No Brasil, o fenômeno político do Populismo (1945 - 1964) pode ser caracterizado como: a) a expressãopolítica do deslocamento do polo dinâmico da economia do setor urbano para o agrário, através do desenvolvimento da agricultura de exportação. b) um estilo de governo sensível às pressões populares, mas com uma política de massas cujas aspirações procura conduzir e manipular. c) uma mudança de posição do povo, saindo da condição de espectador e, chegando ao centro de decisões do Estado, tornando-o, assim, popular. d) uma política intervencionista, preocupada em garantir as reservas de mercado com base na lei da oferta e da procura. 25.04. (FUVEST – SP) – O desenvolvimento do governo de Juscelino Kubitschek, que se traduziu no Plano de Metas, foi realizado com: a) imensas dificuldades porque não previa a utilização de investimentos estatais; b) consideráveis investimentos da Comunidade Europeia e dos países asiáticos; c) grandes investimentos do Estado e entrada maciça de capital estrangeiro; d) investimentos particulares nos serviços públicos e priva- tização das empresas estatais; e) imposição de restrições nas atividades políticas e implan- tação da reserva de mercado para as empresas nacionais. Aperfeiçoamento 25.05. (IFPE) – Alimentação 3% Educação 4% Setor energético 44% Transporte 29% Setor Industrial 20% MARANHÃO, Ricardo. O governo de Juscelino Kubitschek. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 75. No gráfico, vemos a porcentagem das verbas públicas destinadas pelo governo Juscelino Kubitschek a cada um dos cinco setores do Plano de Metas. A partir da análise do gráfico, é CORRETO afirmar que o Plano de Metas priorizou a) a transformação da estrutura de transporte para combater as disparidades de desenvolvimento regional. b) o investimento nos transportes e a geração de energia para a transformação estrutural do setor agropecuário. c) a diversificação do parque industrial brasileiro para dimi- nuir a dependência de importações de grãos. d) a ampliação da capacidade geradora de energia elétrica para dar suporte à contínua expansão industrial. e) o aumento dos índices de escolarização para formação técnica e modernização administrativa do país. 25.06. (ESPCEX – SP) – Entre 1945 e 1964, existiam no Brasil dois projetos de Nação que disputavam a preferência dos eleitores, o nacional estatismo, liderado por Getúlio Vargas, e o liberalismo conservador, liderado por Carlos Lacerda. Avalie as informações abaixo listadas. I. O Estado devia intervir na economia. II. Abertura total às empresas e aos capitais estrangeiros. III. O Brasil deveria alinhar-se com os EUA incondicionalmente. IV. Criação das empresas estatais em áreas estratégicas. A alternativa que apresenta propostas do liberalismo con- servador é a) I e II. d) II e IV. b) I e III. e) III e IV. c) II e III. 25.07. (FAMERP – SP) – Analise o texto a seguir. De 1889/1890, começo da República, até 1930- 1940 mais ou menos, a indústria e as cidades apresen- taram determinadas características. A atividade industrial, sempre crescente, era con- duzida fundamentalmente no interior de empresas de pequeno e médio porte, ainda que as grandes fábricas existentes concentrassem o maior número de operá- rios e a maior quantidade de capital, sendo responsá- veis também pela maior parte da produção industrial. [...] Apenas a partir das décadas de 1940 e 1950 as indústrias de bens de consumo duráveis e bens de ca- pital desenvolveram-se de modo significativo. (Maria Auxiliadora Guzzo de Decca. Indústria e trabalho no Brasil, 1991.) O segundo ciclo de industrialização mencionado no texto é marcado a) pelo ingresso, no país, de grande quantidade de tecno- logia e de capitais estrangeiros. b) pela política nacional de controle do câmbio, o que facili- tava a exportação brasileira de produtos industrializados. c) pelo deslocamento do eixo industrial para a região Norte, a partir da criação da Zona Franca de Manaus. d) pela implantação de políticas públicas de apoio às pe- quenas e médias empresas. e) pelo processo de privatização das empresas estatais, adquiridas por grandes empresários nacionais. 25.08. (UERJ) – Varre, varre, varre, varre, vassourinha. Varre, varre a bandalheira, Que o povo já está cansado De sofrer desta maneira. Jânio Quadros é a esperança deste povo abandonado. Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado! Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural, 1980. Aula 25 7História 7C Esse jingle acompanhou o candidato Jânio Quadros durante a sua campanha à presidência da República, em 1960. A letra sin- tetiza a seguinte política de resolução dos problemas da época: a) a austeridade do governo e o controle dos gastos públicos conteriam a inflação e a corrupção oficial; b) a disputa de mercados externos e a ideologia nacionalista aumentariam o superavit comercial e a geração de renda; c) o atendimento à economia popular e à produção de ali- mentos baixariam o custo de vida e os gastos do governo; d) a defesa dos interesses nacionais e a adoção de uma política externa independente gerariam emprego e novas possibilidades econômicas. 25.09. (UECE) – O modelo Nacional-desenvolvimentista, surgido no governo de Getúlio Vargas, fortaleceu-se no período em que Juscelino Kubistchek governou o país e se estendeu aos governos seguintes. Essa ideologia que teve no ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) sua principal escola formuladora e difusora, da qual participaram nomes como Hélio Jaguaribe e Nelson Werneck Sodré, também contou com a colaboração de influentes personagens da cultura nacional, como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Heitor Villa Lobos, Celso Furtado, dentre outros. Entre as contribuições, para o Brasil, da ideologia Nacional- -desenvolvimentista difundida pelo ISEB encontra-se a) a privatização de empresas públicas e de economia mista que davam prejuízos ao Estado brasileiro, tais como o Banco do Brasil e a Petrobrás. b) o desenvolvimento de políticas de inserção e assistência social, com a criação de programas como o Fome Zero, o Bolsa Família e o ProUni. c) a criação do órgão de planejamento e desenvolvimento regional para o Nordeste, a SUDENE, que devia combater a disparidade regional no país. d) o encerramento de programas que oneravam o Estado como a Eletrobrás Eletronuclear e a Agência Espacial Brasileira (AEB). 25.10. (UECE) – Leia atentamente o seguinte excerto: “O rádio cresceu no início dos anos 50, quando houve um aumento da publicidade. As populares ra- dionovelas, por exemplo, tinham como complemento propagandas de produtos de limpeza e toalete. Na tele- visão, a publicidade não se limitava a vender produtos, e as próprias empresas eram produtoras dos progra- mas que patrocinavam. Houve um aumento da tiragem dos jornais e revistas, e popularizaram-se as fotonove- las, lançadas no início da década. O cinema e o teatro também participaram desse processo, tanto do lado das produções de caráter popular quanto das produ- ções mais sofisticadas. (...) Se o otimismo e a esperança implicaram profundas alterações na vida da popula- ção em todo o mundo, permitindo, não a todos, mas a uma parcela – os setores médios dos centros urbanos –, consumir novos e mais produtos, por outro lado, a vontade do novo trazia embutido, em várias áreas da cultura, o desejo de transformar a realidade de um país subdesenvolvido, de retirá-lo do atraso, de construir uma nação realmente independente”. KORNIS, Mônica Almeida. Sociedade e cultura nos anos 1950. FGV CPDOC – O Go- verno Juscelino Kubitschek. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/ JK/artigos/Sociedade/Anos1950. Partindo do trecho citado, é correto concluir que a) no Brasil, os anos da década de 1950 foram marcados pelo otimismo, sobretudo na era JK, e pelo avanço do socialismo de matriz soviética na vida cotidiana dos setores médios urbanos. b) o desenvolvimento de toda uma cultura de massa no Brasil dos anos de 1950 se deu afastado da influência do capitalismo dos EUA que, naquele período, disputava a influênciaeconômica, política e ideológica com a URSS. c) as alterações ocorridas no período, em toda a sociedade brasileira, levaram a um sentimento de que o Brasil havia saído da condição de subdesenvolvimento e alcançado o nível de nação desenvolvida. d) as mudanças ocorridas na vida das classes médias ur- banas, na década de 1950, também proporcionaram, a partir de então, uma conscientização na área da cultura, sobre a realidade do Brasil e a necessidade de mudá-la. Aprofundamento 25.11. (UNESP – SP) – A construção de Brasília pode ser considerada a principal meta do Plano de Metas [...]. Para alguns analistas, a nova capital seria o elemento propulsor de um projeto de identidade nacional com- prometido com a modernidade, cuja face mais visível seria a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Ao mesmo tempo, no entanto, a interio- rização da capital faria parte de um antigo projeto de organização espacial do território brasileiro, que visava ampliar as fronteiras econômicas rumo ao Oeste e alavancar a expansão capitalista nacional. (Marly Motta. “Um presidente bossa-nova”. In: Luciano Figueiredo (org.). História do Brasil para ocupados, 2013.) O texto expõe dois significados da construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esses dois sig- nificados relacionam-se, pois a) denotam o esforço de construção de um espaço geo- gráfico brasileiro com o intuito de assegurar o equilíbrio econômico e político entre as várias regiões do país. b) demonstram o nacionalismo xenófobo do governo Kubitschek e sua disposição de isolar o Brasil dos demais países do continente americano. c) revelam a importância da redefinição do espaço territorial para a implantação de um projeto de restrições à entrada de capitais e investimentos estrangeiros. d) explicitam a postura antiliberal do governo Kubitschek e sua intenção de implantar um regime de igualdade social no país. e) indicam o surgimento de uma expressão arquitetônica original e baseada no modelo de edificação predominante entre os primeiros habitantes do atual Brasil. 8 Extensivo Terceirão 25.12. (UNICAMP – SP) – Vistas em conjunto, as aspira- ções ruralistas não eram contraditórias ou incompatí- veis com o programa desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. A ideia de incompatibilidade entre o projeto nacional-desenvolvimentista e os interesses agrários era uma ficção. (Adaptado de Vânia Moreira, “Os Anos JK: industrialização e modelo oligárquico de desenvolvimento rural”, em Jorge Ferreira e Lucília Delgado (Orgs.), O Brasil Republi- cano. v. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 169-170.) Considerando a composição do setor rural nacional e o progra- ma desenvolvimentista do governo JK, é correto afirmar que: a) A “Marcha para o Oeste” obteve grande êxito porque, além dos grandes ruralistas, conseguia atender também aos interesses dos pequenos posseiros, trabalhadores sem-terra e indígenas. b) O desenvolvimentismo atendia às ambições da oligarquia rural, em função das políticas de modernização da agricultura, permitindo que ela se beneficiasse da expansão do mercado consumidor, um dos desdobramentos da industrialização. c) O Plano de Metas do governo JK fracassou porque os interesses do agronegócio se mostraram posteriormente inconciliáveis com as demandas da velha oligarquia rural das regiões Norte e Centro-Oeste. d) Os interesses agrários e o projeto de industrialização do nacional-desenvolvimentismo eram compatíveis porque o Partido Trabalhista Brasileiro era composto principal- mente pela oligarquia rural. 25.13. (FGV – SP) – Leia o fragmento a seguir, extraído de um artigo do jornalista Carlos Lacerda, publicado no jornal A Tribuna da Imprensa, em junho de 1950. O Sr. Getúlio Vargas senador, não deve ser can- didato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar. A partir do fragmento, assinale a alternativa que apresenta a interpretação correta do discurso de Carlos Lacerda. a) Marca o rompimento público com o trabalhismo, devido aos planos ditatoriais de Vargas. b) Reflete a posição dos setores liberais contrários à aproxi- mação do Brasil com os países do Leste Europeu. c) Denuncia Vargas, que pretendia modificar a constituição para se candidatar à Presidência da República. d) Representa o posicionamento político de setores contrá- rios ao trabalhismo. e) Mostra a defesa intransigente do processo eleitoral contra as ameaças ao sistema democrático. 25.14. (PUC – SP) – “O suicídio de Vargas não interrom- peu um possível golpe udenista, tanto que Café Filho assumiu a Presidência da República e governou com um ministério conservador. A grande derrota da direi- ta, aí sim, foi em outubro de 1955, quando Juscelino Kubitschek venceu as eleições presidenciais em aliança com João Goulart. A crise de 1961 acabou fortalecendo a democracia como valor fundamental da República.” Marco Antonio Vila. “Jango. Um perfil (1945 - 1964)”. São Paulo: Globo, 2004, p. 240 A frase a) “O suicídio de Vargas não interrompeu um possível golpe udenista” indica que o autor acredita que o suicídio do Presidente, em agosto de 1954, não impediu a ascensão política da direita. b) “A grande derrota da direita, aí sim, foi em outubro de 1955” indica que o autor acredita que a vitória eleitoral de Juscelino Kubitschek tenha sido um histórico triunfo político dos comunistas brasileiros. c) “A crise de 1961 acabou fortalecendo a democracia como valor fundamental da República” indica que o autor acredita que, após a renúncia de Jânio Quadros, o Brasil se tornou definitivamente uma democracia. d) “Café Filho assumiu a Presidência da República e gover- nou com um ministério conservador” indica que o autor acredita que a direita conseguiu impor seu projeto de governo de 1954 em diante. e) “Juscelino Kubitschek venceu as eleições presidenciais em aliança com João Goulart” indica que o autor acredita que não havia, em 1955, qualquer risco para a continuidade da hegemonia política do varguismo. 25.15. (PUC – RJ) – Durante o governo de Juscelino Ku- bitschek de Oliveira (1956 - 1961), o setor socioeconômico caracterizou- se pelo desenvolvimentismo, expressado pelo Plano de Metas, que continha trinta e um objetivos estraté- gicos para o desenvolvimento do país. Com base no exposto, examine as afirmativas abaixo: I. A energia, a educação e a indústria básica foram três dos setores estratégicos do governo JK. II. A agricultura de exportação foi o setor econômico de maior expansão durante os anos JK, permitindo acumulação de divisas estrangeiras. III. O desenvolvimento industrial foi possível pela conjuga- ção de investimentos estatais e privados, dentre os quais merece destaque a presença de capital estrangeiro. IV. A construção da nova capital – Brasília – foi considerada a meta síntese, pois expressava, de um lado, os esforços de integração do território brasileiro e, de outro, a mo- dernidade do momento vivido. Estão corretas: a) Somente as afirmativas I, II e III b) Somente as afirmativas II e IV c) Somente as afirmativas I, III e IV d) Somente as afirmativas II, III e IV e) Todas as afirmativas 25.16. (UFRGS) – Assinale a alternativa correta sobre a his- tória política brasileira, durante o período entre 1945 e 1964. a) A chamada “Terceira República”, considerada a primeira ex- periência democrática na história brasileira, foi marcada pela liberdade de atuação de todos os partidos políticos nacionais. b) O governo de Getúlio Vargas desenvolveu um projeto estatal, criando empresas e instituições voltadas para o desenvolvimento científico e econômico do país. Aula 25 9História 7C c) A União Democrática Nacional, de matriz ideológica liberal, notabilizou-se como um partido político compro- metido com os princípios da democracia representativa. d) A política externa brasileira, durante o governo de Jânio Quadros,definiu-se pelo alinhamento restrito aos Estados Unidos e pelo fechamento de embaixadas localizadas em países do bloco socialista. e) O período compreendido entre o suicídio de Getúlio Vargas e a deposição de João Goulart foi caracterizado pela ausência de atuação política dos setores militares. 25.17. (UFRGS) – Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações, relativas ao governo Kubitschek. ( ) O golpe preventivo do general Lott garantiu a sua pos- se ao abafar o descontentamento de setores militares e políticos contrariados com os resultados finais da elei- ção de 1955. ( ) Sua administração foi marcada pelo lema “Cinquenta anos de progresso em cinco de governo” e pela interio- rização do governo central com a construção de Brasília. ( ) Sua política econômica foi delineada no Plano de Me- tas, ambicioso programa que apontava para o desen- volvimento das indústrias de base e dos setores ener- gético, de transporte, alimentar e educacional. ( ) Ele promoveu ampla atividade do Estado no setor de infraestrutura e no incentivo à industrialização, mas tam- bém desenvolveu ações para atrair capitais estrangeiros. ( ) Ele criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), com o intuito estratégico de alavancar a produ- ção de automóveis e caminhões com capitais privados. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – F – V – F – F b) F – V – F – V – F c) V – F – F – V – V d) F – V – V – F – V e) V – V – V – V – V 25.18. (FUVEST – SP) – O período do governo Juscelino Ku- bitschek (1956-1960) é uma referência positiva no imaginário político brasileiro. Não por acaso ele é denominado de “Anos Dourados”. As transformações implementadas nesse período suscitaram desafios e impasses. A partir destas considerações, a) caracterize a política econômica adotada no referido período; b) explique qual foi o papel do Estado e cite uma diretriz implementada por aquele governo; c) indique de que maneira as transformações implemen- tadas por esse governo repercutiram nas migrações populacionais internas. Desafio 25.19. (UFU – MG) – Dinamismo, audácia, vontade política e formação de boas alianças foram qualidades frequente- mente associadas à presidência de Juscelino Kubitschek. Aponte os planos e medidas do governo, nesse período, em âmbitos nacional e internacional, capazes de estimular essa avaliação positiva. 10 Extensivo Terceirão 25.20. (UNICAMP – SP) – A construção de Brasília liga-se à questão regional do Brasil, que se colocou com intensidade na década de 1950, indicando a necessidade de se corrigirem desequilíbrios regionais. Mas, no Plano Piloto, vive uma minoria da população total de Brasília. O Plano Piloto não existiria sem as cidades-satélites, onde reside a maior parte dos trabalhadores, um contingente de pedreiros, motoristas, auxiliares de escritórios, serventes, encarregados de segurança, balconistas, etc. Brasília, dessa forma, é uma só cidade, do Plano Piloto às cidades-satélites. Assim, torna-se difícil aceitar a ideia de que Brasília foi projetada para antecipar um futuro mais igualitário. (Adaptado de José William Vesentini, A capital da geopolítica. São Paulo: Ática, 1986, p. 116-117, 144-145 e 148.) a) Quais os objetivos oficiais para a construção de Brasília? b) Segundo o texto, por que é “difícil aceitar a ideia de que Brasília foi projetada para antecipar um futuro mais igualitário” para a sociedade brasileira? Gabarito 25.01. c 25.02. e 25.03. b 25.04. c 25.05. d 25.06. c 25.07. a 25.08. a 25.09. c 25.10. d 25.11. a 25.12. b 25.13. d 25.14. a 25.15. c 25.16. b 25.17. e 25.18. a) JK adotou o chamado nacional desenvolvimentismo, ou política desenvolvimentista, modelo econômico que se baseava em altos investimentos externos destinados ao crescimento nacional, em es- pecial na infraestrutura e na industrialização. b) O papel do Estado era regular os investimentos e oferecer a es- trutura adequada para o crescimento industrial. c) O crescimento industrial ocorrido no Sudeste e a construção de Brasília estimularam o êxodo rural e a migração regional. Ambos os movimentos foram desequilibrados, de maneira boa parte dos migrantes não foi adequadamente absorvida. 25.19. No âmbito nacional, Juscelino Kubitscheck estabeleceu o Plano de Metas, cujo lema era desenvolver o Brasil “50 anos em 5” e baseava- -se num conjunto de objetivos agrupados em cinco setores: energia, indústria, transportes, educação e alimentação. Para a concretização das metas, conciliou-se ações do Estado, sobretudo nos setores de transporte e energia, com investimentos na indústria de bens de ca- pital e de bens duráveis, apoiados no capital internacional. Foi criada ainda a SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). No âmbito internacional, Juscelino Kubitscheck chegou a romper com o FMI (Fundo Monetário Internacional) diante das críticas à sua política econômica que fazia aumentar a dívida externa e não conseguia controlar o crescimento da inflação. Para a obtenção de recursos externos, necessários à continuidade da política de- senvolvimentista, o FMI recomendava medidas de contenção da economia. 25.20. a) Entre os objetivos oficiais para a construção de Brasília estão a promoção da integração nacional, a correção de desequilíbrios re- gionais, questões estratégicas e de segurança. A construção também simbolizou o intuito de JK de sintetizar na construção da nova capital a modernização do país representada por seu Plano de Metas. b) O aluno deve explicitar que a perpetuação da desigualdade so- cial, o caráter excludente e hierárquico do plano urbano e a não incorporação de grandes contingentes de trabalhadores no Plano Piloto são alguns dos indícios do fracasso da construção da cidade como símbolo de um futuro mais igualitário para o Brasil. 11História 7C História 7CAula 26 Populismo III (1945-1964) O que marcou o curto governo de Jânio Quadros (1961-1961)? Jânio Quadros, aos 44 anos, foi empossado presidente do Brasil em 31 de janeiro. Na véspera da posse, Jânio denunciou o governo Juscelino, afirmando que a “crise moral, administrativa e político-social do Brasil é tão grave quanto a situação econômica e financeira”. A denúncia gerou enorme mal-estar no dia da posse e levou vários parlamentares para a oposição. ` Posse de Jânio Quadros, 1961 Ac er vo Ic on og ra ph ia Jânio, nos seus sete meses de administração, demonstrou ser um político conservador e autoritário. Controlou a ação dos sindicatos e não hesitou em reprimir protestos de camponeses no Nordeste. Por outro lado, agiu com mão pesada nos casos de corrupção e tentou corrigir os vícios da administração pública: Jânio buscou sanear o funcionalismo público. Cerca de dez mil funcio- nários foram demitidos. Declarou guerra ao contrabando, demitindo vá- rios fiscais da alfândega envolvidos em operações fraudulentas. Assinou alguns decretos insólitos, tais como: a proibição das corridas de cavalo durante os dias úteis; a proibição de brigas de galo e de canário; o uso de biquínis nas praias, etc. Não podemos esquecer que o país que Jânio herdou apresentava problemas de difícil solução. Em pri- meiro lugar, estava a pesada herança das contas referentes à construção de Brasília. Para resolver este proble- ma, havia a necessidade de impor a austeridade nas contas públicas, adotando medidas inapelavelmente impopulares, como o congelamento de salários, restrição creditícia, corte de subsídios federais e desvaloriza- ção da moeda nacional, o cruzeiro. Todas essas medidas provoca- ram grande desconforto na popula- ção e reações de oposição nas ruas e no Congresso. Não bastassem essas medidas, Jânio resolveu “provocar” seus aliados – que já estavam minguados – com uma política externa independente. Reatou relações comerciais com a URSS e os países do Leste Europeu e recusou-se a apoiar sanções contra Cuba, onde uma revolução nacionalista, liderada por Fidel Castro,ameaçava os interesses dos EUA. O ponto alto dessa política externa que desafiava o contexto da Guerra Fria – que havia dividido o mundo entre comunistas e capitalis- tas, este último “lado” ao qual o Brasil deveria se filiar – foi a recepção a um dos “heróis” do movimento cubano, o médico argentino Ernesto “Che” Guevara e a sua condecoração com a Ordem do Cruzeiro do Sul, uma das mais altas comendas da diplomacia brasileira. Como nesse momento o governo cubano vinha assumindo uma postura pró-URSS e adquirindo 12 Extensivo Terceirão claramente uma feição socialista, as críticas à atitude do presidente brasileiro foram muito intensas, principal- mente de seu mais importante aliado, a UDN, tradicional defensora dos interesses norte-americanos no Brasil. As pressões contra Jânio eram no sentido de ele justificar suas últimas atitudes. No entanto, o Presidente, ao invés de explicar, simplesmente renunciou, surpreen- dendo a todos. ` Castilho Cabral, Jânio Quadros e outros com Ernesto Che-Guevara, 19 ago. 1961. Fu nd aç ão G et ul io V ar ga s – C PD O C `Ordem do Cruzeiro do Sul Segundo versão que se tornou popular, a renúncia de Jânio fazia parte de uma estratégia que visava, com apoio popular, à sua recondução ao poder com poderes amplos. Porém, as manifestações populares foram mo- destas. O Congresso aceitou prontamente sua renúncia e entregou o cargo interinamente ao presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, já que o vice-presidente, João Goulart, encontrava-se na China. ` Jânio Quadros após a renúncia embarca para a Europa, agosto de 1961. Quais os desdobramentos da renúncia de Jânio Quadros? Se a oposição dos grupos conservadores às últimas medidas de Jânio era muito intensa, a não aceitação do vice-presidente João Goulart, ligado ao PTB e aos sindicatos dos trabalhadores, era ainda mais acentuada. Jango retornava de uma polêmica viagem aos países socialistas do Leste quando Jânio renunciou. Assim, como ditava a Constituição, era agora o vice-presidente o novo mandatário do país. Porém, no dia 30 de agosto, com Jango ainda no ex- terior, os ministros militares lançaram um manifesto ao país. O texto dizia: “No cumprimento de seu dever cons- titucional de responsáveis pela manutenção da ordem, da lei e das próprias instituições democráticas, as Forças Armadas (...), através da palavra autorizada de seus ministros, manifestam (...) a absoluta inconveniência, na atual situação, do regresso, ao país, do vice-presidente, Sr. João Goulart (...)” A crise estava armada. O país divide-se: dever-se-ia obedecer à Constituição, dando posse ao vice, indepen- dente de suas “ideias”, ou ceder à força militar e às pressões conservadoras, embaladas no temor anticomunista? Ab ril S /A C ul tu ra l Ac er vo Ic on og ra ph ia Aula 26 13História 7C Como foi solucionada a crise provocada pela renúncia de Jânio? Os dias que se seguiram ao lançamento do manifesto dos ministros militares foram muito tensos. O marechal Teixeira Lott publica uma nota, apoiando a posse do vice-presidente. O Ministro do Exército, Odílio Denys, determina a sua prisão. No Rio Grande do Sul, o general Machado Lopes de- clarou ser favorável ao cumprimento da Constituição. A UDN, liderada por Carlos Lacerda, exige uma atitude do Exército no sentido de determinar a prisão do general Lopes. Porém, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, ameaça ir às armas contra qualquer intervenção em seu Estado. Brizola era do mesmo partido de João Goulart, além de ser seu cunhado. Populista, Leonel Brizola exorta o povo gaúcho e de todo o país a resistir aos militares por meio da famosa “cadeia da legalidade”. Em Porto Alegre, barricadas foram levantadas nas ruas e armas, distribuídas à população. ` Leonel Brizola examina metralhadora colocada na entrada do Palácio Piratini durante a crise de 1961. Ac er vo Ic on og ra ph ia Quando se imaginava não existir mais uma solução pacífi- ca para o impasse, o deputado Plínio Salgado propõe uma solução simples e salva- dora: a aprovação de uma emenda constitucional, instituindo o sistema de governo parlamentarista, o que limitaria os poderes de Jango, sem precisar impedir a sua posse. Aceita a proposta por militares e pelo vice (a contra- gosto, é claro), a emenda foi aprovada pelo Congresso e João Goulart assumiu em 7 de setembro de 1961. Ele seria o Chefe de Estado. O Gabinete de Governo seria presidido pelo político moderado do PSD, Tancredo Neves. O que caracterizou o período parlamentarista do governo Jango (1961-1963)? O governo parlamentarista não agradou a ninguém. Aos nacionalistas, porque a excessiva moderação do novo governo não satisfazia a seus desejos de mudanças econômicas e sociais. Também não agradou aos conser- vadores, por causa da continuidade da política externa independente, que levou o país a concretizar o processo de reatamento de relações diplomáticas com a URSS e a manutenção da postura de se opor a sanções contra Cuba. ` João Goulart e Tancredo Neves recebem jornalistas no Palácio Laranjeiras. Rio de janeiro, outubro de 1961. Ac er vo Ic on og ra ph ia Além disso, a emenda que criou o sistema parlamen- tarista era confusa e não estabelecia com clareza as fun- ções do primeiro-ministro e os poderes remanescentes do presidente. A falta de clareza e as ordens contraditórias, vindas ora do gabinete do ministro, ora da presidência, reforçavam a ideia de falta de rumos e ampliavam o desgaste do governo perante a opinião pública. Tentando salvaguardar seus interesses políticos, Tancredo Neves deixa o governo em junho de 1962 para concorrer às eleições daquele ano. Ironicamente, Tancre- do não conseguiu vencer a eleição para o governo de Minas, e ficou “desempregado”. ` João Goulart Th eo C or de iro . 2 00 8. D ig ita l. 14 Extensivo Terceirão Nessas eleições, João Goulart perde espaço polí- tico em quatro Estados importantes: na Guanabara, o vitorioso foi seu arqui-inimigo Carlos Lacerda; em São Paulo, venceu Adhemar de Barros; em Minas, o conservador Magalhães Pinto bateu Tancredo Ne- ves. E até na sua terra natal, o Rio Grande do Sul, ganhou um opositor seu, Ildo Menegheti. Com a demissão de Tancredo Neves, Jango enfrentou dificuldades para formar um novo gabinete. Finalmente, foi aprovado o nome de Brochado da Rocha, que havia sido Secretário do governo de Leonel Brizola, no Rio Gran- de do Sul. Seu governo, porém, durou pouco mais de dois meses. Incapaz de aprovar a antecipação de um plebiscito para discutir a permanência do sistema parlamentarista, Brochado da Rocha renunciou. Em seu lugar, assume Hermes Lima, experiente político do pequeno PSB. O quadro caótico em que o país se encontrava aca- bou por vencer as resistências dos mais conservadores e o Congresso marcou, para o dia 6 de janeiro de 1963, um plebiscito para decidir qual sistema de governo deveria existir no país. A vitória da tese presidencialista foi esmagadora. Nove em cada dez eleitores exigiam o fim do sistema parlamentarista. Assim, mesmo contra a vontade dos militares e udenistas, Jango voltou a ter poderes plenos. O que caracterizou o período presidencialista do governo Jango (1963-1964) Com reais poderes, João Goulart procurou dar ênfase à questão da reforma agrária, à estru- turação de uma política que controlasse melhor a ação das multinacionais e a uma política salarial compatível com os inte- resses das classes ope- rárias, além de elencar o que ele denominou de Reformas de Base que, além da reforma agrária, incluía uma necessária reforma resgatando a liberdade sindical, uma reforma eleitoral, estendendo o direito de voto aos analfabetos, uma re- forma universitária, democratizando o ensino e o acesso a ele, entre outras coisas. No plano externo, Goulart procurou manter a polí- tica externa independente, apesar do desagrado dos norte-americanos. Não há dúvidas que estas intenções provocaramreações conservadoras por parte da UDN, de amplos setores do PSD, militares, setores consideráveis da Igreja, empresários, profissionais liberais e membros da classe média em geral, a quem Jango não conseguiu sensibi- lizar. Vários desses setores conservadores organizaram e/ ou financiaram entidades cuja finalidade era a oposição e, em alguns casos, a conspiração contra Goulart. Entre essas entidades criadas, podemos destacar: • o IBAD – Instituto Brasileiro de Ação Democrática; • o IPES – Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais; • o MAC – Movimento Anticomunista; • a UCF – União Cívica Feminina. Além desses, também grandes meios de comunica- ção, como os jornais O Estado de S. Paulo, O Globo, etc. A esquerda também pressionou o governo, colo- cando no limite o populismo janguista. Os movimentos de massa se radicalizaram, assustando não só os mais conservadores, mas até os moderados. No ano de 1961, ocorreram 105 greves; em 1962, 128 e, em 1963, nada menos que 149 greves sacudiram o país. Os sindicatos unificaram suas ações em torno do Comando Geral dos Trabalhadores. Em 1962, as Ligas Camponesas, lideradas por Fran- cisco Julião, ganham mais e mais expressão e assustam os grandes proprietários. As lutas entre camponeses e latifundiários foram intensas e violentas no Nordeste. `Manifestação das Ligas Camponesas em Recife, 1963 Ac er vo Ic on og ra ph ia Várias entidades compunham o “time” da esquerda no cenário nacional, nessa época. ` João Goulart © W ik im ed ia C om m on s/ N at io na al A rc hi ef Aula 26 15História 7C Entre elas, podemos destacar: • a CGT – Comando Geral dos Trabalhadores; • a UNE – União Nacional dos Estudantes; • a Ação Popular, movimento católico de esquerda; • a FMP – Frente de Mobilização Popular, liderada por Leonel Brizola; • o PCB – Partido Comunista Brasileiro. O grande drama para o progressista João Goulart é que as reivindicações radicais e apressadas desses grupos mais dificultavam do que ajudavam o governo. As brigas entre os diversos grupos e a exigência de pressa nas reformas acabaram por ampliar o leque de justificativas dos grupos conser- vadores em articular um golpe para derrubar o Presidente. Por sua vez, a falta de clareza e determinação de João Goulart, ora pen- dendo para uma tendência, ora “flertando” com a outra, também contribuí- ram para o cenário que acabou desaguando no movimento militar de 1964. Como terminou o governo João Goulart? No segundo semestre de 1963, a situação política foi-se complicando para o Presidente. O governo ameri- cano, claramente, optara por enviar recursos diretamente aos estados antijanguistas, ou seja, São Paulo, Minas Gerais e Guanabara. Ao mesmo tempo, cortava o fluxo de in- vestimentos junto ao governo federal. Some-se a isso a de- licada situação político-social. Em Brasília eclodiu a Revolta dos Sargentos, inconforma- dos com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que tornou inelegíveis sargentos que ha- viam vencido o pleito de 1962. O saldo desse levante foi, além de dois mortos, a sensação de que o governo perdia o controle sobre os setores mais radicais das Forças Armadas. Em 13 de março de 1964, perante uma multidão de 200 mil pessoas, Jango tentou estabelecer um canal direto com o povo para tentar pressionar o Congresso e vencer a resistência dos congressistas conservadores, que não queriam aprovar as Reformas de Base. Goulart discursou, enfatizando a necessidade de mudanças na Constitui- ção que legalizava uma “estrutura econômica superada, injusta e desumana”. A manifestação que visava a apressar as reformas acabou assustando a classe média. A leitura rasa e ideológica dos acontecimentos traduziu o esforço de Jango numa “ameaça comunista”. No dia 19, em São Paulo, veio a resposta dos conservadores organizada pela Igreja: quase meio milhão de pessoas foi às ruas para protestar contra o governo e pedir a saída de João Goulart do poder. Foi a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. ` Jango e Maria Tereza no Comício da Central do Brasil (13/03/1964) Ac er vo Ic on og ra ph ia `Marcha da Família com Deus pela Liber- dade, São Paulo (19/03/1964) Ac er vo Ic on og ra ph ia Estimulados por esses aconte- cimentos, os setores militares, em- presariais e políticos conservadores começam a conspirar à luz do dia. Faltava só o que podemos cha- mar de “a gota-d’água”. Mas tais fatos também não tardaram. Entre os dias 25 e 26 de março, ocorreu o motim dos marinheiros: 1 200 marinheiros concentraram- -se no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro para protestar contra punições de onze diretores do sindicato pelo Ministério da Marinha, por motivos disciplinares. O governo se colocou em posição favorável aos marinheiros, o que provocou a ira dos oficiais, por entenderem a atitude de Jango como uma afronta à disciplina e à hierarquia militar. 16 Extensivo Terceirão Apesar dos acontecimentos graves, João Goulart não hesitava em provocar mais ainda um confronto. No dia 30 de março de 1964, Goulart discursou na sede do Automóvel Clube do Rio de Janeiro, diante de dois mil sargentos, respondendo às críticas a ele feitas pelos ofi- ciais das Forças Armadas no incidente dos marinheiros. Não havia mais como segurar os oposicionistas. A conspiração, que já era articulada havia semanas, explodiu no dia seguinte ao da reunião do Automóvel Clube, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Rapidamente se espalhou pelo país e, no dia 2 de abril, obrigou João Goulart a abandonar Brasília e, no dia 4, o Brasil. O poder foi entregue, interinamente, ao presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli. Testes Assimilação 26.01. (FAMERP – SP) – Observe a charge de Lan, publicada no Jornal do Brasil em 13.06.1963. (Apud Rodrigo Patto Sá Motta. Jango e o golpe de 1964 na caricatura, 2006.) A charge representa o então presidente João Goulart, a) ironizando sua indefinição político-ideológica. b) destacando sua fé e sua religiosidade. c) satirizando sua complicada vida familiar. d) valorizando sua capacidade de mediação política. e) enfatizando a neutralidade de sua posição partidária. 26.02. (UECE) – Como outros governantes brasileiros do século XX, Jânio Quadros também não concluiu seu mandato presidencial. O fim precoce do governo de Jânio Quadros deveu-se a) ao golpe civil-militar que, em março de 1964, derrubou o governo e estabeleceu 21 anos de governo ditatorial conduzidos por militares. b) ao seu suicídio, ocorrido ainda em agosto de 1961, em função da grave crise econômica e política em seu governo. c) à sua inesperada renúncia apresentada ao congresso em uma carta na qual dizia ter forças terríveis agindo contra ele. d) ao processo de impeachment aberto contra ele a partir das denúncias de corrupção feitas pelo seu próprio irmão aos órgãos da mídia. 26.03. (PUCCAMP – SP) – Leia o texto. Assumiu frequentemente a figura do ridículo sem se desgastar, compensando-a com sua poderosa elo- quência: sua maneira de se expressar, ou em públi- co ou em particular, era original. Estilista, preferia os vocábulos eruditos, utilizando frases de esdrúxula sintaxe, pronunciando sílaba a sílaba das palavras cui- dadosamente escolhidas, como que saboreando-as, e obedecendo com excessivo rigor à pontuação. Muitos o achavam demagogo. Outros procura- vam ridicularizá-lo. Mas ele, indiferente, continuava batendo-se contra os moinhos de vento (...). Wilson Gomes. ln: Antonio Carlos Meira. Brasil: recuperando a nossa história. São Paulo: FTD, 1998. p. 231. Sabe-se hoje que os oposicionistas tiveram apoio do governo dos Estados Unidos. No final de março de 1964, navios de guerra e petroleiros americanos partiram do Caribe em direção ao nosso litoral. Era a operação Brother Sam, que não chegou a seguir até o fim porque os militares brasileiros efetivaram o golpe rapidamente. Ac er vo Ic on og ra ph ia Aula 26 17História 7C No Brasil, o populismo despertou o surgimento de políticoscarismáticos que criavam uma imagem visando a atrair a atenção do eleitorado. O texto revela a personalidade característica de: a) Carlos Lacerda, que foi presidente do Congresso Nacional. b) João Goulart, que foi vice-presidente e presidente da República. c) Jânio da Silva Quadros, que foi presidente da República. d) Juscelino Kubitschek, que foi presidente da República. e) Tancredo Neves, que foi primeiro ministro no governo João Goulart. 26.04. “Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever trabalhan- do infatigavelmente sem prevenções nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação pelo caminho de sua verdadeira libertação polí- tica e econômica, o único que possibilitaria progresso efetivo e a justiça social a que tem direito a seu gene- roso povo. Desejei um Brasil para o brasileiros, afron- tado neste sonho a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive do exte- rior. Sinto-me porem esmagado. [...] Forças terríveis se levantaram contra mim e me intrigaram ou infla- mam, até com a desculpa da colaboração [...] Assim não falta a coragem da renúncia [...] Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor [...].” Carta intitulada “Manifesto à Nação”. Renúncia do presidente Jânio da Silva Quadros. Brasília, 25 de agosto de 1961. A apresentação da carta de renúncia do então presidente Jânio Quadros promoveu uma crise político-institucional no Brasil que culminou com: a) a posse do vice-presidente João Goulart e a implantação do sistema parlamentarista de governo; b) um golpe articulado pelo exército brasileiro para impedir a posse de Jango; c) o fechamento do Congresso Nacional com a finalidade de evitar o retorno ao regime ditatorial do Estado Novo; d) a imediata mobilização da sociedade exigindo a convo- cação de novas eleições; e) a cassação do mandato do vice-presidente João Goulart que seguiu para o exílio na China. Aperfeiçoamento 26.05. (UFGRS) – A renúncia de Jânio Quadros, na sequência das reações à condecoração de Che Guevara pelo presidente brasileiro, apenas sete meses após iniciado o governo, gerou uma crise política que teve como consequência imediata: a) o não reatamento diplomático com a União Soviética e o abandono da Política Externa Independente; b) o desenvolvimento do Movimento da Legalidade, que tinha como objetivo manter Quadros no poder; c) a introdução do Parlamentarismo, fórmula de compro- misso para garantir a posse do vice-presidente; d) a implantação do regime militar, que tinha como objetivo esmagar a esquerda; e) a ruptura de relações com Cuba e o apoio aos EUA para expulsar esse país da OEA. 26.06. (UFPE) – Sobre o governo do Presidente Jânio Qua- dros, identifique a afirmação incorreta. a) Sua renúncia gerou uma crise política, assumindo a presidência da República o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. b) Afonso Arinos, então ministro das Relações Exteriores, procurou estabelecer uma política externa independente dos Estados Unidos. c) Sua política externa buscou um relacionamento mais intenso com os países socialistas. d) Durante seu governo foram restabelecidos as relações diplomáticas com a União Soviética. e) Sua política externa de governo foi apoiada pelo governo dos Estados Unidos da América. 26.07. (ESPM – SP) – (...) o então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, acusou o presidente de estar preparando um golpe de Estado. Sem apoio dos setores de direita ou de esquerda, desacreditado entre as massas populares, Jânio Quadros acabou por renunciar sete meses após o início de seu mandato.” (Luís César Costa e Leonel Itaussu. História do Brasil) Com a renúncia de Jânio Quadros, qual foi a imediata posi- ção assumida pelo então governador da Guanabara, Carlos Lacerda? a) Organizou a chamada rede da legalidade em apoio à posse do vice-presidente João Goulart. b) Articulou uma campanha que visava impedir a posse de Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, um declarado janista. c) Articulou uma aliança com o comandante do III Exército, general Machado Lopes, para garantir o cumprimento da Constituição. d) Buscou o apoio do seu partido, o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) para defender a alternativa da convocação de nova eleição em novembro de 1961. e) Liderou uma corrente contrária à posse do vice-presidente João Goulart, que temia as ligações de Goulart com os sindicalistas e seus projetos nacionalista e reformista. 18 Extensivo Terceirão 26.08. (MACK – SP) – Você sabe que o Presidente da República tinha direitos adquiridos pela Constituição. Você sabe que as regras do jogo foram mudadas depois da eleição. Você que está vendo que o parlamentarismo não funciona. Você que tem direito de escolher o seu presidente e o seu governador. Você que não admite desrespeito à Constituição, compareça dia 6 e marque NÃO. Propaganda de rádio e TV O texto refere-se: a) à criação da Emenda que introduziu o Parlamentarismo em 1961. b) ao Plebiscito, cujo resultado trouxe de volta o regime presidencialista no governo Goulart. c) à emenda das “diretas já”, no governo João B. Figueiredo. d) às reformas da Constituição Cidadã de 1988. e) à introdução do Parlamentarismo no Segundo Reinado. 26.09. (PUC – SP) – Disponível em: <http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br>. “Fui vencido pela reação e, assim, deixo o governo (...). Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis le- vantam- se contra mim e me intrigam ou me infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio, mesmo, que não manteria a própria paz pú- blica.” Jânio Quadros, 25.08.1961, apud Maria Victoria Benevides. O governo Jânio Qua- dros. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 73. O texto reproduz declaração de Jânio Quadros, no momento de sua renúncia à presidência da República. Essa renúncia deve ser analisada no contexto de a) um claro impasse econômico, provocado pela rejeição do pedi- do brasileiro de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional. b) um golpe militar, que derrubou o presidente legalmente eleito e iniciou um longo período ditatorial. c) um amplo apoio popular ao presidente, que retornou ao cargo poucos dias depois da declaração de renúncia. d) uma grave crise política, que incluía conflitos entre o executivo e o legislativo e críticas à condução da política externa brasileira. e) uma complexa articulação estratégica internacional, gerada pelo alinhamento político brasileiro com o bloco soviético. 26.10. (FAMEMA – SP) – A tragédia dos últimos meses do governo Goulart residiu na tendência cada vez mais acentuada de se descartar a via democrática para a solução da crise. A direita ganhou os conservadores moderados, sobretudo amplos setores da classe mé- dia, para sua perspectiva de que só uma revolução promoveria a “purificação da democracia”, pondo fim aos perigos do comunismo, à luta de classes, ao poder dos sindicatos e à corrupção. Na esquerda, a então chamada democracia formal era vista apenas como um instrumento que ia se tor- nando inútil, ao aproximar-se a tomada do poder. (Boris Fausto. “A vida política”. In: Angela de Castro Gomes (org). Olhando para dentro: 1930-1964, vol 4, 2013. Adaptado.) Essa interpretação do historiador sobre o final do governo de João Goulart (1961-1964) remete a) aos interesses dos comunistas na manutenção da demo- cracia, que justificaram a derrubada do presidente. b) às ambiguidades do populismo, que permitiram uma sólida aliança entre partidos comunistas e ultradireitistas. c) aos reflexos da Revolução Cubana, que levaram ao alinha- mento político do Brasil com o bloco socialista. d) às tensões políticas internas e seus vínculos com a Guerra Fria, que estimularam os discursos anticomunistas. e) aos problemas econômicosdo país, que justificaram a tomada do poder pela classe média nacionalista. Aprofundamento 26.11. (UPF – RS) – Em 31 de março de 1964, ocorreu um Golpe Militar, com a derrubada do presidente constitucio- nal João Goulart. Sobre esse golpe, analise as seguintes afirmativas: I. Foi o resultado de uma conspiração civil-militar alarmada com os rumos nacionalistas que o governo João Goulart estava tomando. II. Foi a forma encontrada pelo Alto comando militar para garantir a posse do novo presidente recém-eleito, que a União Democrática Nacional (UDN) estava tentando impedir. III. Representou a repulsa de setores da sociedade brasileira diante da tentativa de João Goulart de aumentar a pre- sença do capital estrangeiro no país. IV. Evitou que o Partido Comunista Brasileiro, os sindicatos de trabalhadores e setores do Partido Trabalhista Brasileiro continuassem a exigir do presidente a implementação imediata das “reformas de base”. Está correto apenas o que se afirma em a) I e IV. b) II e IV. c) I e III. d) II e III. e) I, II e III. Aula 26 19História 7C 26.12. (PUCCAMP – SP) – Leia os versos do folheto de cordel. Além de tudo o patrão Não deixa o pobre criar Uma cabrinha leiteira Para os filhos sustentar Quer criar ele não deixa Pede leite ele não dá Se o camponês discordar Dessa vida desgraçada Vê do dia para a noite Sua casa destelhada Seus troços jogados fora E a lavoura arrancada. Uni-vos homens do campo Na vossa associação Até conseguir um dia Completa libertação Ela está dependendo Da vossa organização... Os versos do folheto de cordel, inspirado na vida de Francisco Julião, revelam as tensões sociais no campo no Nordeste brasileiro, no final da década de 1950. As ideias contidas nos versos deram origem à formação: a) do Movimento dos Sem-Teto, que propunham aos cam- poneses o êxodo para as cidades. b) do Partido dos Trabalhadores, que lutava pela reforma agrária e pela construção de casas populares. c) do Partido Trabalhista Brasileiro, cuja reivindicação central era a defesa de uma reforma agrária. d) das Ligas Camponesas, que tinham como objetivo a luta dos trabalhadores pela posse da terra. e) da União Democrática Ruralista, que mobilizava os cam- poneses contra os latifundiários. 26.13. (PUC – SP) – “O suicídio de Vargas não interrom- peu um possível golpe udenista, tanto que Café Filho assumiu a Presidência da República e governou com um ministério conservador. A grande derrota da direi- ta, aí sim, foi em outubro de 1955, quando Juscelino Kubitschek venceu as eleições presidenciais em aliança com João Goulart. A crise de 1961 acabou fortalecendo a democracia como valor fundamental da República.” Marco Antonio Vila. “Jango. Um perfil (1945 - 1964)”. São Paulo: Globo, 2004, p. 240. A partir dos vários episódios políticos relacionados pelo texto e de seus conhecimentos sobre o período 1945 - 1964, pode-se afirmar que a: a) disputa entre direita e esquerda se expressava no con- fronto que opunha militares e políticos da UDN (União Democrática Nacional) a partidários do PSD (Partido Social Democrático), as duas principais forças políticas da época. b) morte de Getúlio Vargas, ao contrário do que a história oficial conta, foi provocada por uma ação conservadora de políticos ligados ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). c) vitória eleitoral de Juscelino Kubitschek e João Goulart, políticos de esquerda, favoreceu a imediata realização do golpe militar de direita que impediu a posse de JK e depôs Goulart da Presidência em 1964. d) renúncia de Jânio Quadros, em 1961, provocou uma profunda crise política e, apesar de tentativas golpistas, negociações políticas asseguraram o respeito à Constitui- ção e a posse do Vice-Presidente João Goulart. e) eleição presidencial de 1955 definiu o fim da influência varguista, dado o apoio que os sindicatos e as centrais operárias deram à candidatura de João Goulart à Presi- dência da República. 26.14. (UDESC) – Sobre o período que sucede o Estado Novo, até a ocorrência do Golpe Militar (1945-1964), é correto afirmar: a) Durante este período, houve a fusão de interesses entre Jânio Quadros e João Goulart; uma vez na oposição, renunciaram em favor de uma junta militar e de um governo democrático. b) Logo após o fim do Estado Novo, houve um processo de retomada dos preceitos autoritários, incluindo uma reedição da Constituição de 1937. c) A redemocratização do país ocorreu somente a partir da implantação do Ato Institucional número 1, promulgado pelos militares. d) Juscelino Kubitschek, como primeiro presidente a tomar posse em Brasília, implantou o regime autoritário no país. e) Durante um curto período teve-se um governo parla- mentarista. 26.15. (UFPel – RS) – As alternativas apresentam alguns aspectos da sociedade brasileira no período de 1945 a 1970. Identifique, dentre os fatos históricos abaixo, os que estão corretos: I. O governo criou o Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, que teve uma grande atuação na promul- gação das leis trabalhistas e na instalação da Companhia Siderúrgica Nacional. II. O povo brasileiro realizou uma intensa campanha nacio- nalista que teve efeitos sobre as decisões governamentais, influindo inclusive na criação de leis que mantiveram o ca- pital estrangeiro totalmente fora da economia brasileira. III. O Estado brasileiro assumiu crescente intervencionismo no domínio econômico, sobretudo em determinados setores estratégicos como, por exemplo, a instituição do monopólio estatal sobre o petróleo, com a criação da Petrobras. IV. A política econômica adotada por Juscelino Kubitschek estava delineada no Plano de Metas, que previa, dentre outros, a ampliação dos investimentos diretos no setor produtivo, decorrente da emissão monetária e do estí- mulo à entrada do capital estrangeiro. São corretos somente: a) I e II c) II e III e) III e IV b) I e III d) II e IV 20 Extensivo Terceirão 26.16. (UFSC) – “Varre varre vassou- rinha, varre varre a bandalheira, o povo já está cansado de viver dessa maneira.” BUENO, Eduardo. “Brasil: uma História”. São Paulo: Editora Ática, 2003. p. 355. Este era o jingle da campanha de Jânio Quadros para presidente da República, em 1960. Jânio, que tinha como símbo- lo de campanha uma vassoura (com a qual iria varrer a corrupção), foi eleito com uma expressiva votação. Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) sobre este período da História do Brasil. 01) Jânio Quadros foi eleito graças ao apoio de Juscelino Kubitschek, o construtor de Brasília, a quem su- cedeu. 02) O candidato a Vice-Presidente na chapa de Jânio Quadros e seu alia- do na disputa que travava com a UDN era João Goulart, ex-ministro do trabalho de Getúlio Vargas, a quem os militares se opunham. 04) Apesar de eleito com uma grande maioria dos votos populares, Jânio governava sem base política. Não conseguindo aprovar as medidas que achava importantes, decretou o fechamento do Congresso, dan- do início a um governo ditatorial. 08) No governo, Jânio Quadros ado- tou uma política externa de apro- ximação com os países do bloco socialista. Condecorou Ernesto “Che” Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul. 16) Jânio Quadros não chegou a con- cluir o seu mandato. Pressionado pela oposição, renunciou, atri- buindo a sua renúncia a forças ter- ríveis (ou ocultas). 32) A renúncia de Jânio Quadros ge- rou uma grave crise política. As forças armadas, através da chama- da “Segunda Revolta da Armada”, tomaram o poder. 64) Jânio Quadros voltou ao poder nas eleições seguintes. Teve apoio do movimento conhecido como “Queremismo”. O povo, nas ruas, exigia a sua volta. 26.17. (UEPG – PR) – O período que vai do fim do Estado Novo (1945) até o golpe civil-militar de 31 de março (1964) foi marcado por uma sequência de eleições dire- tas para a presidência da República e pela adoção de políticas sociais mais amplas, bem como pelo avanço de práticas democráticas no campo da política. A respeito desse curto, porémimportante período histórico da República brasileira, assinale o que for correto. 01) Eleito presidente logo após o final da Segunda Guerra Mundial, o general Eurico Gaspar Dutra surpreendeu ao adotar uma política internacional inde- pendente, não vinculada aos interesses norte-americanos. 02) Ousado, o Plano de Metas desenvolvido por Juscelino Kubitschek se voltava para a industrialização nacional e teve como uma de suas consequências o rápido aumento da dívida externa brasileira. 04) Gênero musical que tem em figuras como Tom Jobim, João Gilberto e Viní- cius de Moraes alguns de seus representantes, a bossa nova surgiu na década de 1950. 08) Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros estão entre os presiden- tes eleitos por meio de voto popular no decorrer desse período. 26.18. (UEPG – PR) – De acordo com Guita Debert “o populismo constitui uma relação pessoal entre um líder e um conglomerado de indivíduos, relação essa explicada através do recurso à ideia de demagogia, nem sempre claramente definida ... o líder populista não aparece como um verdadeiro político, mas sobretudo como um aproveitador da ignorância popular, e as massas, na sua irracionalidade, não constituem fundamento para qualquer tipo de política. O populismo, desse ponto vista, seria, pois, um fenômeno pré-político ou parapolítico.” (DEBERT, Guita G.. Ideologia e Populismo: Adhemar de Barros, Miguel Arraes, Carlos Lacerda, Leonel Brizola. Rio de Janeiro: CEPS, 2008. p. 6). Com base no exposto acima, e considerando que a história política brasileira está marcada por governos e políticos populistas, assinale o que for correto. 01) Juscelino Kubitschek foi um líder populista que se caracterizou por reforçar o sentimento de brasilidade. O projeto nacional-desenvolvimentista de JK baseava-se no crescimento do país sem vínculo com o capital internacional, pautado exclusivamente nas potencialidades nacionais. 02) Herdeiro político de Vargas, João Goulart caracterizou-se como um dos prin- cipais líderes populistas da história política brasileira. Uma das marcas do governo Goulart foi o seu contato cotidiano com as massas por meio dos veículos de comunicação. Foi ele o criador do programa radiofônico “Hora do Brasil”. 04) Jânio Quadros, eleito presidente com grande apoio popular, é um dos exem- plos de governos populistas brasileiros. Personalista, elegeu-se com um dis- curso moralista baseado no combate à corrupção. Filiado ao Partido Comu- nista, Jânio foi o maior exemplo de populismo de esquerda no Brasil. 08) Conhecido como “pai dos pobres”, Getúlio Vargas é um dos grandes exem- plos do populismo brasileiro. Carismático, autoritário, criador de uma ampla legislação social e trabalhista, Vargas foi aprovado e venerado pelas massas no Brasil das décadas de 1930, 40 e 50. 16) O nacionalismo foi um dos valores centrais disseminados por líderes populis- tas brasileiros (como Getúlio Vargas e João Goulart). O estímulo ao sentimen- to de amor à pátria, à nação e aos valores originários da brasilidade se fez pre- sente em discursos, peças publicitárias e rituais promovidos por tais líderes. Aula 26 21História 7C Desafio 26.19. (FGV – SP) – Observe a imagem a seguir: a) Qual decisão os eleitores brasileiros foram convocados a tomar no Plebiscito de 1963, no Brasil? b) Explique o contexto político brasileiro no qual ocorreu o Plebiscito. c) Exponha os desdobramentos políticos do resultado do Plebiscito de 1963. Gabarito 26.01. a 26.02. c 26.03. c 26.04. a 26.05. c 26.06. e 26.07. e 26.08. b 26.09. d 26.10. d 26.11. a 26.12. d 26.13. d 26.14. e 26.15. e 26.16. 24 (08+ 16) 26.17. 14 (02 + 04 + 08) 26.18. 24 (08 + 16) 26.19. a) Votar sim ou não ao sistema político Parlamentarista. No caso o Parlamentarismo foi derrotado. b) Em agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao mandato pre- sidencial. Seu vice, Jango, estava na China. Iniciou um grande conflito entre Golpistas (contrários à posse de Jango) e Lega- listas (favoráveis à posse de João Goulart). Diante do impasse político, o congresso adotou o sistema Parlamentarista empos- sando Jango, porém dando maior poder ao primeiro ministro na figura de Tancredo Neves. Através do Plebiscito de janeiro de 1963 retornaria o sistema Presidencialista. c) Com o resultado do plebiscito de janeiro de 1963, o Brasil re- tomou a República Presidencialista, o presidente João Goulart tem mais poder. Após apresentar as “Reformas de Base”, Jango foi deposto em 31 de março de 1964 por um golpe militar. 22 Extensivo Terceirão História 7CAula 27 Regime Militar (1964-1985) O que caracterizou o período de 1964-1967? Os primeiros momentos “pós-golpe” foram marcados por uma tentativa de manter a ordem política e consti- tucional o mais intacta possível. Os militares fizeram um acordo com os partidos políticos – exceto o PTB de João Goulart –, pelo qual ficou acertada a eleição indireta do general Castelo Branco para a Presidência da República. Este, por sua vez, comprometeu-se a efetuar eleições diretas em 1965. outras centenas de pessoas foram cassados e tiveram seus direitos políticos suspensos por 10 anos. O governo alterou radicalmente a política externa, adotando uma postura fortemente pró-norte- -americanos. A medida mais rápida neste sentido foi a revogação da lei que controlava a remessa de lucros para o exterior. A política econômica nacional-reformista tentada por Jango foi substituída pela associação com o capi- tal estrangeiro. A ebulição no campo também entrou na mira da repressão. As Ligas Camponesas foram dissolvidas e a reforma agrária, “congelada”. As classes trabalhadoras e populares “saíram” de cena. O Estado ampliou seu caráter interventor, principalmente na economia. Um exemplo desta intervenção no campo econômico foram as medidas duras de combate à inflação, as quais afligiram ainda mais as pessoas: salários foram congelados, impostos foram elevados e o governo cortou gastos, inclusive nos setores de educação e saúde. Apesar disso tudo, parecia mesmo que Castelo Branco pretendia regularizar a situação política o mais rápido possível. O problema é que nem todos, no exército, pensavam assim. Divididos em duas posições, o grupo castelista ou da Sorbonne e o grupo Linha Dura, os militares digladiavam-se nos bastidores sobre os rumos a tomar. Ficou evidente o sucesso do grupo Linha Dura sobre Castelo Branco. Pressionado por militares dessa tendência, inconformados com a permanência de “grupos de esquerda” ameaçando a “ordem demo- crática”, o Presidente determinou, através do Ato Institucional 2: • o fim dos partidos políticos existentes; • a criação da ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação do governo, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), de oposição “consentida”; • o fim da eleição direta para presidente da República. ` Posse de Castelo Branco – 15/4/1964 Ac er vo Ic on og ra ph ia Assim, à primeira vista, “nada” havia mudado: o Con- gresso funcionando, a imprensa, os partidos, etc. Mas não era bem assim. Os militares, por meio do “Alto Comando da Revolução”, expediram um Ato Institucional, dando a Castelo Branco poderes para, até outubro de 1964, fa- zer uma “limpeza” no país, expurgando os responsáveis pelos atos de subversão e corrupção. Juscelino, Jango, Jânio, seis governadores, 55 parlamentares federais e Aula 27 23História 7C Ac er vo Ic on og ra ph ia ` Carlos Lacerda, Castello e Geisel, Rio de Janeiro, julho/1964 Pouco depois, Castelo resolve ampliar seu próprio mandato, adiando por um ano as eleições indiretas. Era, sem dúvida, o fim das esperanças de um retorno rápido para o regime democrático. Em 1966, edita o AI-3, tornando indireta a eleição para governador. E, finalmente, em 1967, manda mais um, o AI-4, que dá ao Congresso poderes (limitados) para elaborar uma nova Constituição. De quebra, ainda outorga a Lei de Segu- rança Nacional, engessando os setores da sociedade em normas rígidas
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