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Evolução das políticas pública de saúde no Brasil

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LARA CARVALHO MORAES 
 
1 
EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL 
Linhas cronológicas do tempo: 1) 1500 a 1921; 2) 1923 a 1960; 3) 1964 a 1985 
1500 – MARCO HISTÓRICO DA COLONIZAÇÃO 
Chegada dos portugueses ao Brasil, trazendo doenças que se disseminaram entre a população 
nativa que não havia tido contato com esses antígenos até então e, portanto, não possuíam 
imunidade. Exposição ao antígeno = produção de anticorpos. Já existiam doenças comuns no 
Brasil da época, mas outras foram trazidas para o continente por outros povos. 
 Ex: Febre amarela não era uma doença brasileira, mas sim foi trazida pelos africanos e 
hoje é encontrada aqui. 
Isso provocou uma alta taxa de mortalidade dos indígenas que eram usados como mão de obra 
para exploração dos recursos da terra. Muito assustados, eles passaram a adentrar o interior do 
país, gerando redução dessa mão de obra e para isso outros povos foram escravizados e trazidos 
para cá, como os africanos. 
▪ Doença tropical comum no Brasil: Malária (região endêmica: norte). 
▪ Doenças europeias: Cólera, Peste bubônica, Varíola. 
▪ Doenças africanas: Filariose, Febre amarela. 
Houve um choque entre indígenas, portugueses e africanos que proporcionou uma 
miscigenação. Marco importante para a saúde e a propagação de doenças pois a partir disso se 
tem a “união microbiana” – várias doenças unificadas. Na época, tinha-se a ideia de que a 
doença era uma maldição por algo de ruim que a pessoa tinha feito na vida. 
Tratamento? Povos diversos com variedade cultural = Vários tipos de tratamentos que não 
possuíam base científica, eram empíricos. Não era possível fazer um controle sobre a doença 
porque ela era desconhecida e por isso não havia um tratamento específico. 
▪ Índios = Pajés fazendo rituais, pois acreditavam que a doença era um espírito que tinha 
entrado no corpo e o ritual era necessário para que a pessoa se livrasse dele; chás, 
plantas, ervas. 
▪ Africanos = Curandeiros. 
▪ Jesuítas = Santa Casa de Misericórdia. 
Jesuítas trouxeram da Europa a prática do isolamento e os portugueses implantaram o modelo 
das Santas Casas de Misericórdia. Era feita uma “separação”, ou seja, quarentena, para isolar 
quem estava sendo acometido pela doença e para observar a evolução dessa. Não tinha 
tratamento específico com o intuito de cura, mas sim de dar uma passagem mais tranquila para 
o indivíduo (“fazer algo pela sua alma”). Isolamento era feito nas Santas Casas de Misericórdia, 
prestando assistência no sentido de fazer uma caridade pela alma da pessoa. 
E quem tinha condições de pagar para ter acesso aos recursos? Havia a figura do prático (ou 
barbeiro) e dos boticários. 
▪ Boticários: Eram os farmacêuticos da época, tinham algum conhecimento e faziam as 
porções (remédios) para os que podiam pagar. 
▪ Práticos (barbeiros): Eram aqueles que aprendiam na prática com alguém da família, 
por exemplo, e acabavam adquirindo o conhecimento e fazendo a propagação desse. 
Todos tinham acesso? Não! Quem não tinha como pagar ia para as Santas Casas de Misericórdia, 
aguardando a passagem e entregando a alma para Deus. 
LARA CARVALHO MORAES 
 
2 
 Conhecimento da história: Atualmente tem-se o SUS, possibilitando acesso universal à 
saúde. 
 
1800 – PRIMEIROS INCREMENTOS NA ÁREA DA SAÚDE 
 Vários acontecimentos, sendo um período muito cobrado em provas. 
 1800: Um médico – Dr. Manuel Vieira da Silva | 1900: Outros dois médicos; cuidado 
porque nas provas eles invertem os nomes nas questões. 
Chegada da Família Real ao país em 1808, fazendo-se necessário um controle maior sobre essas 
doenças. Necessidade de ter um entendimento sobre as doenças que estavam prevalecendo e 
sobre as que estavam vindo de outros países. D. João VI era um médico português que veio com 
a comitiva da Família Real e quando chega no país, junto a outras autoridades, começam a 
pensar em soluções para essa problemática (alta mortalidade, crise econômica, estrangeiros não 
queriam vir para cá porque pensavam que iriam morrer, nenhum país queria comprar os 
produtos do Brasil que tinha sua economia com base na exportação, entre outros). 
Dr. Manuel Vieira da Silva foi uma figura importante que atuou na dificuldade de se controlar as 
doenças que estavam sendo trazidas e propagadas no Brasil por meio da Separação dos Portos 
(Controle dos Portos). Para que os povos chegassem ao país precisavam de um meio de 
transporte que na época eram os navios e os dois principais portos para os navios atracarem no 
período eram em Salvador e no Rio de Janeiro (duração da viagem de cerca de 3 meses, 
aglomeração entre povos, alta transmissão de doenças). Solução: Estabelecer regras de Controle 
dos Portos, fazendo uma “separação” de pessoas: Quem apresenta algum sintoma? Essas 
pessoas eram isoladas em quarentena em galpões para serem observadas. 
O pensamento era: Se isolarmos essas pessoas sintomáticas, não haverá transmissão da doença 
para outras. Isso deu 100% certo? Não. Por quê? Haviam aqueles assintomáticos que só 
começavam a apresentar os sintomas depois que já tinham entrado no país. E agora? 
Necessidade de conhecer a doença para controla-la, Dr. Manuel Vieira da Silva estabeleceu 
alguns conceitos ainda hoje utilizados: 
Quatro fatores necessários: 
1. Conhecer a doença (ex: Dengue) 
2. Conhecer o local em que está sendo acometido (ex: Salvador) 
3. Conhecer o período correlacionado a ser propício ao desenvolvimento da doença (ex: 
janeiro = chuvoso) 
4. Conhecer o número de casos (ex: Através da Vigilância Epidemiológica) 
Conceitos: 
▪ Endemia: Doença sob controle* pois se conhece os quatro fatores acima descritos: 
Doença, local, período e número de casos. 
▪ Epidemia: Doença sem controle (em um país) 
▪ Pandemia: Doença sem controle (em vários países) 
*Ex: No ano de 2016, tivemos em Salvador cerca de 200 casos de dengue. 
 Questão de concurso: A AIDS é considerada uma pandemia brasileira: Verdadeiro ou 
Falso? Pandemia brasileira não existe. Pandemia é mundial. 
 Questão de concurso: O câncer é uma pandemia mundial: Verdadeiro ou Falso? Câncer 
não se tem controle no mundo inteiro, mas ela não é uma nem doença infecciosa e nem 
transmissível. 
DOENÇAS 
INFECCIOSAS 
LARA CARVALHO MORAES 
 
3 
Dr. Manuel Vieira da Silva solicitou ao D. João VI a criação de uma Escola Médica Cirúrgica em 
1808. A primeira foi criada em Salvador em 1808 pois era onde tinha um dos portos que 
recebiam o maior número de navios e de escravos e tinha grande número de casos de doenças 
necessitando de criar Faculdade para formação de novos médicos numa tentativa de controlar 
essas doenças. A segunda foi criada no Rio de Janeiro também em 1808. 
 As provas tentam confundir, dizendo que a primeira foi no Rio de Janeiro. 
1900 – O INÍCIO DAS POLÍTICAS SANITÁRIAS NO BRASIL 
 Um dos mais cobrados nas provas pois está correlacionado ao que temos hoje (SUS). 
 1900: Dois médicos – Dr. Oswaldo Cruz (1900) e Dr. Carlos Chagas (1921). 
 Presidente Rodrigues Alves. 
País estava passando por uma crise econômica e sanitária. No governo do presidente Rodrigues 
Alves, o médico Oswaldo Cruz (epidemiologista e sanitarista) foi nomeado como diretor do 
Departamento de Saúde Pública e esteve à frente das principais campanhas de saneamento e 
urbanização. Para evitar a propagação das doenças, Oswaldo propôs algumas ações, sendo a 
primeira delas em 1900, o Sanitarismo Campanhista (Campanha de Limpeza), solicitando que o 
presidente cedesse a ele alguns homens do exército e da polícia para atuarem nessas ações 
(cerca de 1500 homens) no centro do Rio de Janeiro, limpando as ruas, eliminando lixos e ratos, 
deslocando a população menos favorecida para locais mais distantes. 
 Sanitarismo: relacionado à limpeza; Campanhista: campanha. 
Além disso, algumas medidas mais drásticas também foram tomadas, como a Criação do Código 
Sanitário que previa a desinfecção domiciliar. Logo eles adentravamalgumas casas para conferir 
a limpeza, o que não foi bem visto pela população. Seu real objetivo era saber se lá existiam 
pessoas doentes, que seriam removidas pela polícia sanitária para ficarem de quarentena em 
galpões (basicamente para esperar a morte porque não tinha tratamento para as doenças). 
Também confiscavam todos os pertences da pessoa, levavam para o meio da rua e colocavam 
fogo. 
 Além de terem suas casas invadidas, de verem seus entes queridos removidos de casa, 
também viam seus pertences serem incinerados. 
 Medidas autoritárias geraram revolta da população que começou a se rebelar contra 
Oswaldo Cruz. 
O segundo movimento criado foi a Campanha de Vacinação Anti-Varíola, obrigatória para todo 
território nacional, instituída pela Lei Federal n. 1261 de 31 de outubro de 1904 (Decreto-
Lei do Rodrigues Alves). Esse foi o estopim para uma revolta popular devido ao caráter 
autoritário do processo, ficando conhecida como Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de 
Janeiro em 1904. Quais foram os motivos para a revolta da população? A vacina ainda 
estava em teste fora do país, sendo somente os pobres inicialmente vacinados e, portanto, eles 
achavam que aquilo era veneno para matar. 
 O que acontecia no período de 1904 está sendo replicado até hoje, ainda tem pessoas 
que acham que as vacinas estão implementando chip ou que são veneno para os idosos 
morrerem e pararem de receber aposentadoria, etc. O que falta?? Educação em saúde. 
Quais foram os dois movimentos criados por Oswaldo Cruz? 
1. 1900 - Sanitarismo Campanhista 
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LARA CARVALHO MORAES 
 
4 
2. 1904 - Campanha de Vacinação Anti-Varíola (tem prova que fala sobre Revolta da 
Vacina, mas isso não foi o movimento e sim a consequência dele, portanto a alternativa 
está errada) 
 
 
 
 
 
Em 1921, entrou em cena Dr. Carlos Chagas (pode ser denominado de amigo, sucessor ou aluno 
de Oswaldo Cruz) que possuía os mesmos ideais (limpeza e vacina são sim necessários), mas que 
estruturou uma campanha rotineira de educação sanitária, pois faltava informação a população 
sobre as questões de saúde. 
 Prevenção x Promoção: A vacina é um ato de prevenção, mas não existe prevenção 
eficaz se não tiver uma educação em saúde/educação sanitária prévia. 
 Posteriormente, no SUS, essa educação sanitária foi chamada de promoção para educar, 
informar, orientar, conscientizar a população. Não tem como ter uma resposta positiva 
na prevenção se não trabalhar com promoção antes. 
 Ex: Mês de novembro com alto índice de gravidez, por quê? 9 meses após o carnaval. 
Campanha de prevenção do governo: Use camisinha. Só a prevenção vai funcionar? Não. 
Tem que ter promoção de saúde, conscientizando e informando sobre o uso adequado 
(abrir a camisinha de forma inadequada, furando-a). 
 
1923 – NASCIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 Lei Eloy Chaves  CAPS – Caixas de Aposentadorias e Pensões  Ferroviários 
Preocupação com a propagação das doenças entre os trabalhadores e com a economia do país. 
Nesse contexto, Eloy Chaves, que estava inserido na política, mas que também era proprietário 
de várias fazendas, sendo a economia muito baseada no que se plantava, extraia, transportava 
e exportava (agroexportadora), começou a observar que quando os trabalhadores eram 
contaminados, ficavam muito tempo afastado pois não havia tratamento específico para as 
doenças, isso quando não morriam, gerando prejuízos (ex: o café retirado de sua fazendo 
estragava aguardando ser transportado até os portos). Como solucionar isso? 
1923, Eloy Chaves propôs uma lei prevendo a criação de uma caixa para cada companhia 
ferroviária, regulamentando as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), restrita a 
organização trabalhista, os ferroviários, ligada à produção exportadora. Objetivando que os 
trabalhadores da sua categoria, se fossem acometidos por doenças, tivessem um tratamento 
adequado e voltassem rapidamente ao trabalho. Era um benefício só relacionado à assistência 
à saúde? Não. Também dava a oportunidade de o profissional se aposentar com as contribuições 
que ele pagava ao longo da vida (englobava: invalidez, assistência à saúde, aposentadoria). Era 
para todos os ferroviários? Não, somente para aqueles com mais de seis meses em que eram 
sócios obrigatórios das caixas. 
 Eloy Chaves é o pai da Previdência Social. 
1923 – CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPS): 
Participação do trabalhador existia, não sendo gratuito. Regime de contribuição era tríplice: 
Deram certo? Em partes. Porque, de fato, conseguiu evitar a propagação de 
doenças, principalmente a varíola, mas também gerou muitos problemas 
para o governo com a população na época. 
E agora? 
O que foi feito 
de errado? 
INFORMAÇÃO! 
LARA CARVALHO MORAES 
 
5 
1. Os empregados contribuíam com 3% de seu salário mensal 
2. A empresa com 1% de sua renda bruta 
3. O governo federal com a receita arrecadada através da cobrança de taxas sobre os 
serviços ferroviários* 
*Governo participava com uma % sobre as taxas cobradas sobre as ferrovias; não com uma 
porcentagem de 15% da sua arrecadação total, o que vai ocorrer só mais para frente. 
 Importante saber as porcentagens! 
 
 
 
1930 – ERA VARGAS – REVOLUÇÃO DOS 30 
 IAPS – Institutos de Aposentadorias e Pensões 
Política do Café com Leite: Vargas queria ser eleito e os dois maiores cartórios eleitorais eram 
Minas Gerais (maior produtor de leite) e São Paulo (maior produtor de café) na época, fazendo 
um acordo com esses de beneficiá-los caso fosse eleito; mas quando foi eleito, os maiores 
benefícios forem concedidos à São Paulo, desencadeando a Revolução dos 30. 
Após a Revolução dos 30, outras classes (indústria, comércio, marítimos, etc) também passaram 
a reivindicar essa assistência à saúde pois também tinha lutado para defender seu estado 
(guerra entre dois estados, evidenciando a necessidade de saúde). Com isso, Vargas incorporou 
as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPS), criando os Institutos de Aposentaria e Pensões 
(IAPS). 
Dessa forma, em junho de 1933, essa assistência foi expandida para além dos ferroviários, sendo 
criado o primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM). 
 IAPs = refere-se a todos os institutos que foram criados para várias categorias. 
 Primeiro criado foi o dos Marítimos em 1933. 
 1930 foi o período de transição de CAPs para IAPs. 
 
Nos IAPs, o governo 
passava a colaborar com 
15% do total da receita. 
*Diferentemente dos 
CAPs que era sobre taxas 
sobre as ferrovias. 
 
 
 
 
 
 
LARA CARVALHO MORAES 
 
6 
 Governo: CAPs = Rodrigues Alves / IAPs = Vargas. 
 
1945 – O ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (WELFARE STATE) 
1945 é marcado pelo final da Segunda Guerra Mundial, surgindo o conceito de Estado do Bem-
Estar Social, designando um Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, 
saúde, habitação, renda e seguridade social para todos os cidadãos. A necessidade de saúde 
após uma Guerra Mundial fica muito mais evidente! 
 Pensamento Europeu: Os cidadãos vão para Guerra defender sua nação e quando 
retornam, eles que precisam custear a sua saúde?? Não! O Estado deve prover. 
 Welfare State: Estado se responsabilizando por questões sociais (educação, saúde, 
segurança, transporte, lazer, etc.) – Questões sociais propostas pela Europa em 1945. 
Lei 8080/90 – Art. 3 – Fatores condicionantes e determinantes da saúde = alimentação, 
moradia, transporte, lazer, renda, trabalho, atividade física, etc. 
Então, pode-se afirmar que em 1945 o Brasil aderiu a todas essas ações sociais propostas na 
Europa? Nunca. Isso foi uma proposta para que o mundo inteiro se atentasse a essas questões, 
mas essas nem sempre foram direito da população. Entretanto, existiam vários movimentos 
sociais no país reivindicando saúde para a população! 
 Pressão social sob o governo brasileiro! 
 Concessão deum benefício que antes não existia: 1949 – SAMDU. 
 
1949 – SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DOMICILIAR E DE URGÊNCIA (SAMDU) 
 Não confundir com SAMU; SAMDU x SAMU. 
 SAMU atualmente é possibilitado a todos (rico, pobre, contribuinte ou não); SAMDU só 
para aqueles que eram beneficiados pelos IAPs. 
O Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Socorro Urgente (SAMDU) foi estabelecido pelo 
Decreto n. 27.664 de 30 de dezembro de 1949 a todos os assegurados e beneficiários dos 
Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs. 
E quem não fazia parte dessas categorias e nem tinha dinheiro para custear o acesso à saúde? 
Dependiam de serviços filantrópicos (Santas Casas de Misericórdia). Não tinha nada que se 
pudesse fazer para evitar a morte desses indivíduos. 
 Só tinha assistência à saúde se fizesse parte de uma dessas 6 categorias (marítimos, 
ferroviários, bancários, comerciários, industriários, etc.) ou se tivesse dinheiro para 
custear a ida do médico em casa para atendê-lo. 
 
1953 – CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 
 Ações de promoção e prevenção. 
1953 teve a Criação do Ministério da Saúde através da Lei n. 1920 de 25 de julho de 1953, que 
desmembrou o então Ministério da Educação e Saúde em dois ministérios: Saúde; Educação e 
Cultura. 
 Na prova, a “criação” é a alternativa correta, mas isso foi uma enganação, porque o 
Ministério da Saúde já existia (junto com o da Educação). Logo o que houve de verdade 
LARA CARVALHO MORAES 
 
7 
foi a separação desses. Como havia uma pressão social em prol de saúde, o governo deu 
essa resposta (enganando a população com a criação do ministério). 
 Então agora teve saúde para todos? Não! Continuou do mesmo jeito. 
 
Ministério da Saúde quando 
criado era responsável por todas 
as ações em saúde de forma 
integral? Não! Erradíssimo. Era 
responsável somente pelas ações 
de promoção e prevenção de 
saúde. Ou seja, se a pessoa 
estivesse doente: ou tem IAPs, ou 
tem dinheiro para custear, ou era 
descartado. Não se relacionava à 
tratamento! 
 
 
 
1960 – LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (LOPS) 
 Não confundir com LOS que é Lei Orgânica da Saúde. 
Governo começou a perceber que os IAPs arrecadavam dinheiro demais, descontando 3% do 
salários dos trabalhadores. Pensando nessa arrecadação ($), “enriquecer o governo”, surgiu a 
ideia de estender o benefício para outras categorias. 
Criação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) em 1960, através da Lei n. 3807 de 26 de 
agosto, que unificou a legislação referente aos IAPs. Assegurando aos seus beneficiários meios 
indispensáveis de manutenção, por motivo de idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, 
prisão ou morte, bem como prestação de serviços que visem à proteção de sua saúde e 
concorram para o seu bem-estar. 
Quem tinha direito agora? Todos que tivessem um contrato em regime de CLT. E quem não tinha 
direito à LOPS? Os militares, os trabalhadores rurais, os servidores públicos e os empregados 
domésticos. 
 Saber quem não era beneficiado para as provas! 
 
 
 
 
 
 
 
1964 – O MOVIMENTO DE 64 – DITADURA MILITAR 
Promoção: Educação em saúde, 
campanhas de vacinação. / Prevenção: 
Vacinação propriamente dita. 
 
Beneficiários da previdência social: 
Todos os que exercessem emprego ou qualquer 
tipo de atividade remunerada, salvo as exceções 
previstas em lei. 
Excluídos do regime da lei: 
1. Servidores civis (servidores públicos); 
2. Militares da União, dos Estados, 
Municípios e dos Territórios; 
3. Trabalhadores rurais assim 
entendidos, os que cultivam a terra; 
4. Empregados domésticos. 
LARA CARVALHO MORAES 
 
8 
 20 anos de Ditadura: 1964-1985. 
Os equívocos na saúde pública no regime autoritário. Antes de 1964 a saúde se baseada em 
ações de promoção (educação em saúde – Carlos Chagas) e prevenção (vacinação – Oswaldo 
Cruz) de saúde. Idea de que é melhor prevenir do que deixar a pessoa ter a doença e depois ter 
que trata-la tentando estabelecer a cura. Há garantia de que existirá a cura? E se houver 
sequelas? E se o paciente for a óbito? Prevenir é sempre melhor! 
No regime ditatorial, repressivo e autoritário, utilizando de forças policiais e do exército para se 
impor, houve uma piora expressiva na saúde pública, ressentida sobretudo pela parcela mais 
humilde da população. 
 Gov. militar não queria saber de promoção e prevenção, mas sim de uma assistência 
médica curativista. Por quê? É isso que dá lucro ($)! Valor da consulta, exames, 
internação, medicamentos, etc. As pessoas teriam que contribuir, beneficiando o 
governo. 
 Curativo/curativista/assistencial/assistencialista = quando já tem doença! 
 Para a história da saúde pública essa foi a pior fase da história! 
Foram estabelecidos contratos com a maioria dos médicos e hospitais existentes no país, 
provocando um efeito cascata com o aumento no consumo de medicamentos e equipamentos 
médico-hospitalares. Houve a formação de um complexo sistema médico-industrial, 
curativista/assistencialista. 
 
1966 – FUSÃO DOS IAPS – CRIAÇÃO DO INPS – INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
 CAPS (Rodrigues Alves)  IAPS (Era Vargas)  INPS (Ditadura) 
 Não confundir INPS em 1966 com INAMPS em 1977; as provas tentam confundir as 
datas. 
Governo começou a observar que os IAPs davam muito lucro e, com isso, o próprio queria 
controlar essa arrecadação. Para isso houve a ideia da fusão dos IAPs existentes até então em 
um único instituto. Criação do Instituto Nacional da Previdência Social em 1966 pelo decreto/lei 
n. 72. 
Essa medida unificou os benefícios para os trabalhadores em geral, independentemente de sua 
filiação profissional. Novas categorias profissionais foram incorporadas ao sistema, como 
trabalhadores rurais, empregados domésticos e autônomos. Isso ocorreu sob o pretexto de 
“estender o benefício de saúde para todos”, deixando a população feliz. Mas isso de fato 
ocorreu? Não! A saúde era para todos os que podiam pagar, ou seja, para todos os contribuintes 
do INPS (que era uma pequena parcela da população). 
 Relembrando: Quem tinha direito à saúde antes do INPS? Os contribuintes das 
categorias dos IAPs e outros trabalhadores com atividade remunerada e carteira 
assinada beneficiados pela LOPS, exceto: militares, trabalhadores rurais, domésticos e 
servidores públicos. 
 INPS = Benefício concedido a TODOS, mas TODOS QUE PUDESSEM PAGAR. 
O que ocorreu então? Problemas na saúde pública! Considerando que as atividades já não eram 
mais voltadas para promoção e prevenção e que, além disso, grande parcela da população não 
podia contribuir com o INPS; ficando totalmente desassistida. 
Pensamento: “Vamos lucrar muito com a doença da população”. Contraditório: Ex: das 10 
pessoas contribuindo, não são todas que usam ao mesmo tempo, sendo poucas delas. Mas e se 
LARA CARVALHO MORAES 
 
9 
todas passarem mal e precisarem ao mesmo tempo? Vai falir. E foi isso que aconteceu, como as 
ações de prevenção e promoção não estavam sendo realizadas, a demanda aumentou muito 
(doenças que antes estavam sob controle, ou seja, endêmicas se tornaram epidêmicas). 
 Reinvindicações populares. 
 Caos: Governo pede ajuda a iniciativa privada! A iniciativa privada diz que não tem 
dinheiro para abrir hospitais, laboratórios, leitos, etc.; para isso o governo “fornece” 
dinheiro a ela por meio do FAS (ou seja, tirando dinheiro público para a iniciativa 
privada, que é inadequado). 
 Iniciativa privada visa lucro, ou seja, quanto mais gente doente, melhor. 
 
1974 – CRIAÇÃO DO FAS – FUNDO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL 
Em 1974, foi criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que distribuiu recursos 
para investimento na expansão do setor hospitalar (sendo 79,5% destinados para o setor 
privado e apenas 20,5% para o setor público). 
A possibilidade de investimento e o incentivo de um mercado de atenção médica levou a um 
crescimento próximo de 500% no número de leitoshospitalares privados no período de 69/84, 
de tal forma que subiram de 74.543 em 69 para 348.255 em 84. 
 Aumento expressivo de número de leitos: pensamento da população: “que bom, dá 
para internar mais gente”. Isso foi benéfico? Não! A iniciativa privada estava lucrando 
em cima disso e o bom é não ter gente internada com promoção e prevenção de saúde. 
Nesse contexto, a iniciativa privada iria querer cada vez mais pessoas doentes ($). 
 Resultado: Crise de 1975. 
 
1975 – A CRISE 
 Pior crise da história; duas grandes epidemias: poliomielite e meningite. 
O modelo econômico entra em crise por ter priorizado a medicina curativa. A migração de 
pacientes dos institutos, acrescida de superlotação nos hospitais, gerou insatisfação geral. 
Doenças antes erradicadas voltaram, as controladas reapareceram em surtos epidêmicos, houve 
aumento da pobreza, o saneamento e as políticas de habitação populares ficaram em segundo 
plano. 
Duas grandes epidemias: Poliomielite e meningite, atingindo principalmente a região nordeste, 
gerando grande mortalidade na região. 
 Governo não cuidou da população e nesse contexto precisava fazer algo por ela, 
culminando na criação do PIASS. 
 
1976 – CRIAÇÃO DO PIASS – PROGRAMA DE INTERIORIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE E 
SANEAMENTO 
 Bom programa do governo. 
Decreto n. 78.307 de 24 de agosto de 1976 aprova o Programa de Interiorização das Ações de 
Saúde e Saneamento no Nordeste para o período de 76-79. Finalidade: Implantar estrutura 
básica de saúde pública nas comunidades de até 20 mil habitantes e de contribuir para a 
melhoria do nível de saúde da população da região. 
INDÚSTRIA DA 
DOENÇA! 
QUANTO MAIS 
DOENÇA, 
MELHOR! 
LARA CARVALHO MORAES 
 
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 Delimitação de espaço pela primeira vez na história: população de até 20 mil habitantes. 
 Ações básicas na comunidade, utilizando dela para propagar as informações. 
 Originado no Nordeste. 
 
DIRETRIZES BÁSICAS DO PIASS: 
I – Ampla utilização de pessoal de nível auxiliar, recrutado nas próprias comunidades a serem 
beneficiadas. 
II – Ênfase na prevenção de doenças transmissíveis. 
III – Desenvolvimento de ações de saúde, caracterizadas por serem de baixo custo e alta eficácia. 
IV – Disseminação de unidades de saúde tipo mini posto. 
V – Ampla participação comunitária. 
VI – Desativação gradual de unidades itinerantes de saúde, a serem substituídas por serviços 
básicos de caráter permanente. 
 
SUS teve alguma de suas bases correlacionadas as diretrizes básicas do PIASS! Tais diretrizes 
do PIASS foram transformados em princípios do SUS no futuro: 
⎯ Delimitação de espaço = Regionalização (de menor para maior complexidade); 
⎯ Nível auxiliar = População atuando; 
⎯ Ações de promoção e prevenção, evitando a doença; 
⎯ Ações de saúde deveriam ter baixo custo e alta eficácia no que estava sendo prestado à 
população; 
⎯ Ampliação da participação da comunidade, pois ela sabe o que ela própria necessita; 
⎯ Desativação dos serviços que eram prestados de forma temporária, estabelecendo 
postos fixos para prestação da assistência. 
 
1977 – SISTEMA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL – SINPAS 
 Período de transição com criação do SINPAS e INAMPS. 
 Fusão de 6 IAPS para INPS em 1966; agora se dá a transição do INPS para o INAMPS que 
nasce dentro do SINPAS. 
Foi instituído pela lei n. 6439 de 1977, o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – 
SINPAS, sendo criado o Instituto Nacional de Assistências Médica e Previdência Social – INAMPS, 
órgão que passou a coordenar todas as ações de saúde no nível médico-assistencial da 
Previdência Social. 
INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - INAMPS 
 INPS = governo prestando a assistência; aumento da demanda; recorrendo a iniciativa 
privada com FAS; construindo hospitais, com leitos e laboratórios. / INAMPS = 
participação da iniciativa privada dentro do governo, ou seja, o governo paga pela 
assistência que a iniciativa privada presta para a população. 
 É bom? Não, a empresa privada visa lucro; quanto mais doente, melhor. 
 Duas grandes epidemias do período: poliomielite e meningite; sendo o nordeste o mais 
afetado; governo cria o PIAS. Nesse contexto, a iniciativa privada visava expandir a 
LARA CARVALHO MORAES 
 
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assistência a essa população antes desassistida (continuava a ter acesso a saúde só 
quem podia custear). 
 
• Qual o instituto criado pela Lei n. 6439 de 1977? INAMPS. 
 
1978 – CONFERÊNCIA DE ALMA-ATA 
 Direcionamento para dar ênfase à assistência primária/básica de saúde. 
 Atenção Primária à Saúde. 
 Ex: Água tratada, saneamento básico, etc.; ver crianças e adultos morrendo por causa 
de coisas tão simples assim é inadmissível. 
 Não adianta ter uma tecnologia de ponta dentro da medicina, senão ações básicas não 
são desenvolvidas. 
Conferência Internacional de Assistência Primária à Saúde, foi realizada em 1978 na cidade de 
Alma-Ata (Cazaquistão). Entre os temas tratados estavam: 
⎯ A participação comunitária; 
⎯ A cooperação entre os diferentes setores da sociedade; 
⎯ Oposição à privatização e mercantilização da medicina; 
⎯ Universalização do direito à saúde; 
⎯ Cuidados primários de saúde; 
⎯ Integralização das ações; 
Ampliação do conceito de saúde, não sendo somente ausência de doença; outros múltiplos 
fatores irão contribuir com a saúde: alimentação, saneamento básico, moradia, lazer, trabalho, 
etc. 
Todas as pessoas até então estão tendo direito com a universalização? Não, é só uma proposta 
até então; continua tendo acesso à saúde só quem pode pagar. 
Integralidade? Começar com ações básicas e primárias, mas fornecer todas as ações: de baixa, 
média e alta complexidade. 
 Países compactuaram que até 2000 todas essas ações seriam postas em prática. 
 
1982 – PROGRAMA DE AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE - PAIS 
 Diretrizes para ações integradas em saúde. 
 
1985 – NOVA REPÚBLICA 
 Evolução histórica acaba em 1985 (de 1500 a 1985). 
 
1986 – VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE 
 
1987 – SISTEMA UNIFICADO E DESCENTRALIZADO DE SAÚDE - SUDES

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