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UNIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVÉL

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Introdução
Seção 1 de 10
OBJETIVOS DA UNIDADE
· Contextualizar a necessidade da responsabilidade socioambiental na sociedade globalizada;
· Explicar sobre responsabilidade socioambiental individual, governamental e empresarial;
· Apresentar as práticas de responsabilidade socioambiental rumo ao desenvolvimento sustentável;
· Abordar o contexto atual sobre responsabilidade socioambiental e desenvolvimento sustentável.
Responsabilidade socioambiental
Nos últimos séculos, o ser humano passou a interferir cada vez mais nos processos naturais. Ao longo do século XX, inúmeros avanços tecnológicos e crescimento econômico foram obtidos. Com o aprimoramento tecnológico e inúmeras descobertas em todas as áreas do conhecimento, passamos a con- trolar os elementos da natureza e a aumentar sua capacidade de produção. Muitos desses avanços visaram à produção e o consumo sem avaliar questões de risco ambiental e social.
O crescimento populacional no pós-guerra (com consequente aumento pela demanda por combustíveis fósseis, alimentos e tecnologia) resultou em um fluxo enérgico desequilibrado ecossistemicamente. Há muitos anos estamos sendo alertados sobre a insustentabilidade dos hábitos de consumo resultantes da economia capitalista.
Atualmente, as sociedades tornaram-se cada vez mais complexas e conectadas. Desenvolveu-se o modo globalizado de vida, sendo que padrões de consumo adotados em escala mundial resultam em perdas progressivas de características geográficas, regionais e culturais, bem como na contaminação ambiental, que resulta em perda de diversidade de fauna e flora.
Nesse mesmo contexto, surge o termo responsabilidade socioambiental. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2020), a responsabilidade socioambiental está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e políticas que tenham entre seus principais objetivos a sustentabilidade. Responsabilidade socioambiental também pode ser compreendida como um conjunto  de práticas exercidas por cidadãos, governos e empresas públicase privadas que têm por objetivo providenciarem a inclusão social (responsabilidade social) e o cuidado com o meio ambiente (responsabilidade ambiental).
Se de um lado temos observado diversas atividades que causam degradação socioambiental e colocam em risco a qualidade de vida e a sobrevivência das futuras gerações, do outro há diversas organizações se mobilizando para nos conscientizar da necessidade de mudança para que o plane- ta Terra e a humanidade possam coexistir (Figura 1).
Figura 1. Mobilização popular enfatizando a necessidade de mudança para um perfil responsável socioambientalmente.
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020.
O nascimento do mundo globalizado e a questão socioambiental
Nos últimos 250 anos, os impactos causados pelas diversas mudanças decorrentes do desenvolvimento industrial ainda não estão totalmente desenhados e são debatidos por diversas organizações e meios de comunicação. Nos dias de hoje, podemos dizer que a máxima do desenvolvimento industrial é a globalização.
Para chegarmos ao mundo como conhecemos hoje, o mundo globalizado, alguns momentos históricos foram cruciais. A Revolução Industrial intensificou o uso e a pressão sobre os recursos naturais renováveis e não renováveis para atender à intensificação da produção industrial em escala. Com a maior demanda por trabalhadores nas indústrias e em busca de “uma vida melhor” – aos moldes capitalistas –, muitas pessoas saíram do campo para morar nas cidades, processo que culminou na urbanização. A revolução verde levou ao campo das tecnologias nunca vistas, permitindo incrementos anuais na produtividade de vegetais e carnes, comercializados para atender a demanda interna e externa das redes de mercado global.
EXEMPLIFICANDO!
Recursos naturais renováveis são aqueles que possuem maior capacidade de manutenção e não se esgotam facilmente, são exemplos: água, solo, matéria orgânica e vento. Os recursos naturais não renováveis são aqueles que se esgotam quando usados sem práticas sustentáveis e seu tempo de reposição não é comparado à cronologia de vida humana, são exemplos: petróleo, carvão mineral, gás natural, xisto betuminoso e energia nuclear. Com exceção à energia nuclear, todos os exemplos citados são de origem fóssil.
Estas transformações foram e são acompanhadas pelos impactos negativos ao meio ambiente e à perda de características sociais: há aumento das áreas desmatadas, da poluição atmosférica, do solo e hídrica, perda de biodiversidade, os produtos consumidos não são corretamente descartados, há aumento da desigualdade social, entre outros (Figura 2).
Figura 2. Poluição ambiental resultante da produção industrial.
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020.
Nos dias de hoje, uma vez que é indiscutível que diversas fronteiras ecoló- gicas mundiais foram ultrapassadas, o mundo globalizado vem exigindo con- tinuamente modelos de produção de bens e serviços obtidos por meio de tec- nologias que repensem questões de competitividade e que considerem formas de mitigação do impacto social e ambiental.
A importância da avaliação dos danos que a produção e os processos têm sobre o ambiente e a sociedade toma forma neste contexto. Além da avaliação, ações de gestão que contribuam para o desenvolvimento ambiental e para o despertar da responsabilidade socioambiental devem ser propostas por gover- nos, empresas e cidadãos.
A responsabilidade socioambiental como compromisso da modernidade
Assistimos em noticiários, nas redes sociais e vivemos diretamente as questões ambientais. Comumente, ouvimos falar sobre responsabilidade socioambiental. Isso vem acontecendo porque o mundo moderno se deu conta de que os impactos dos nossos hábitos de produção e consumo não estão alinhados com o poder de resiliência do planeta, uma vez que seus recursos são limitados. Por esse motivo, instituições públicas e privadas, organizações governa- mentais e não governamentais têm se dedicado cada vez mais a programas de implementação de práticas socioambientais e de conscientização da população. A ideia consiste em identificar, eliminar ou, ao menos, reduzir o impacto negativo que uma determinada atividade possa causar.
Diversas organizações governamentais e não governamentais se dedicam à causa socioambiental. Veja alguns exemplos a seguir:
- Plano nacional de juventude e meio ambiente (PNJMA);
- Agenda ambiental na administração pública;
- Instituto de pesquisas socioambientais (IPESA);
- Instituto socioambiental (ISA);
- Fundo casa socioambiental;
- Verdejar  socioambiental;
- Instituto Ethos.
Uma vez que elas já existem e não se mostraram totalmente efetivas, as práticas de responsabilidade socioambiental vão além de Leis. Atualmente, os programas devem fomentar e inserir a responsabilidade socioambiental como um compromisso diário a ser adotado pela sociedade, de forma a garantir a existência de um mundo melhor para as futuras gerações.
Lembrando que se trata de uma vertente global, diversas ações podem  ser adotadas a fim de inserir as práticas de   responsabilidade  socioambiental no dia a dia pessoal e profissional. Hoje, a sociedade sabe identificar cidadãos, instituições, organizações e empresas que investem em políticas e na cultura organizacional sustentável, posicionando-se  de  forma ética e responsável.
A  responsabilidade socioambiental governamental, cidadã e empresarial
Todos são responsáveis pela elaboração, difusão e aplicação das práticas de responsabilidade socioambiental; entre seus agentes, estão os governos, as cidades e as empresas.
O governo atua na pauta socioambiental, formulando leis e ações de conscientização que atingem a sociedade civil e empresarial. Para que os cidadãos se tornem cientes, possam exigir e exercer a responsabilidade socioambiental, o governo deve encontrar meios para que as políticas públicas estejam próximas dos cidadãos, divulgando-as nos meios de comunicação e redes sociais, adequando currículos escolares e financiando instituições de pesquisa. Além disso, a gestão socioambiental deve ouvir os cidadãos por meio deseus representantes municipais e estaduais, bem como a iniciativa privada e as organizações não governamentais. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e suas esferas são responsáveis pelo desenvolvimento de políticas públicas que tenham como objetivo promover a produção e o consumo sustentáveis. Além disso, também é responsabilidade do governo promover o crescimento do País adotando práticas de desenvolvimento sustentável, ou seja, grandes obras de interesse social devem fazer uso de práticas sustentáveis e serem baseadas em estudos de impacto ambiental.
As cidades e seus cidadãos têm o compromisso de exercer as práticas de responsabilidade socioambiental. Para isso, como mostra o Quadro 1, existem diversas ações que podem ser adotadas no nosso dia a dia. Devemos exigir dos governantes, políticas que fomentem tal temática e dar preferência ao consumo de produtos e serviços de empresas atuantes na causa socioambiental.
Quando nos colocamos como agentes ativos das práticas de responsabilidade socioambiental, estamos indiretamente praticando assistencialismo, inclusão social, inclusão digital e educação ambiental! Envolver-se nessas ações nos torna cidadãos participativos e responsáveis, além disso, as questões socioambientais vêm se tornando cada vez mais importantes e moldando-se como um dever de todos.
Os cidadãos exercem a responsabilidade socioambiental individual. Ela consiste em atitudes individuais reiteradas para uma maior preservação do ambiente a nossa volta. Devemos pensar que ela deve ser praticada individual- mente, mas por todos nós, resultando em uma ação coletiva e de grande poder ambiental. São exemplos de responsabilidade socioambiental individual:
· Evitar usar sacolas e embalagens plásticas;
· Não desperdiçar alimentos;
· Separar e reciclar o lixo;
· Armazenar e destinar corretamente o óleo de cozinha;
· Economizar água e energia elétrica, usando de forma racional;
· Adquirir eletrodomésticos com baixo consumo de energia.
As empresas que aderem à responsabilidade socioambiental buscam conhecer as características regionais, ouvir seus colaboradores e possuem processos e/ou serviços ambientalmente corretos. Elas reconhecem a sua responsabilidade socioambiental e assumem voluntariamente compromissos  que vão para além dos requisitos reguladores convencionais, aos quais estão necessariamente vinculadas. Procuram elevar o grau de exigência das normas relacionadas com a proteção ambiental, com o desenvolvimento social e com o respeito aos direitos fundamentais, adotando uma cultura organizacional aberta em que interesses de todas as esferas se conciliam em direção a uma abordagem global da qualidade de vida e do desenvolvimento sustentável.
Como podemos observar na Figura 3, adotando as práticas de responsabilidade socioambiental e estratégias de marketing, além dos benefícios sociais e ao meio ambiente, as empresas também melhoram sua imagem corporativa e aumentam seus lucros. Ocorre ainda a valorização da marca, maior fidelização dos clientes, redução dos custos, aprimoramento da comunicação externa e o melhor desempenho dos empregados.
Figura 3. Ao adotar as práticas de responsabilidade socioambiental há geração de lucro. 
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020.
Empresas podem adotar práticas de responsabilidade socioambiental por meio da adoção de programas e projetos de inclusão social ou digital, de direitos das mulheres e inserção no mercado do trabalho de maneira igualitária, por programas de alfabetização, reciclagem, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas e destinação e/ou liberação correta de resíduos industriais (efluentes ou gasosos).
Aspectos legais
Seção 3 de 10
No que diz  respeito às leis de responsabilidade socioambiental, pode-se dizer que o Brasil possui uma das legislações mais complexas e avançadas do mundo. O cumprimento das leis socioambientais nacionais é, em sua grande parte, de aspecto   jurídico, mas também podem ser aplicáveis às pessoas físicas.
A Constituição Federal de 1988 prevê que toda pessoa, física ou jurídica, que apresentar conduta ou atividade que cause dano ao meio ambiente estará passível de sanções penais administrativas, que serão aplicadas independentemente da obrigatoriedade de recuperar o dano causado. O poluidor é a pessoa jurídica ou física responsável, direta ou indiretamente, pelo dano causado. O sujeito se responsabilizará pelo dano ambiental real e potencial, que será estipulado por entidades da área. Uma vez que o meio ambiente é um direito da atualidade e das gerações futuras, os prejuízos e dimensões do dano são de interesse mundial, o que torna a ação jurídica de extrema relevância. Contudo, há grande dificuldade na comprovação da escala do dano causado, devido à complexidade de mensuração, assim, a responsabilidade deverá ser objetiva.
O Estado, uma vez que é o responsável pela saúde pública, também pode ser responsabilizado pelo dano causado ao meio ambiente quando há omissão de sua responsabilidade legal.
A Constituição Federal, alicerçada nos valores da solidariedade, dignidade humana e justiça social, instituiu o “estado social”, que deve orientar as relações sociais e econômicas. Para que cidadãos, governos e empresas exerçam práticas de responsabilidade socioambiental, devemos ter em mente que, antes de qualquer coisa, há necessidade da regulação das políticas e dos direitos sociais, entre eles, educação, saúde, habitação e assistência social.
Uma vez que há uma forte tendência de mudança com relação à adoção de uma postura ambientalmente correta, a responsabilidade socioambiental associada às penalidades legais e exercida pelas leis, normas e infrações devem ser conhecidas e praticadas pela sociedade civil, governos e empresas.
Nas empresas, há a responsabilidade socioambiental empresarial, que tem natureza de responsabilidade jurídica caracterizada como encargos sociais que, quando não cumpridos, resultam em multas e/ou penalidades. Os encargos sociais têm origem na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Eles são os custos pagos pelo empregador sobre a folha de pagamento de salário dos colaboradores.
Leis socioambientais brasileiras
O Quadro 2 lista algumas das leis ambientais mais importantes no País. Existem também as leis estudais e municipais, bem como os órgãos que se certificam de que elas estão sendo cumpridas, como o Conselho Nacional    de Meio Ambiente (CONAMA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Fonte: BRASIL. Acesso em: 01/10/2020.
A Lei 5.452 é uma das principais leis sociais brasileiras; ela rege os direitos dos trabalhadores. Nela, são discutidas questões sobre registro em carteira de trabalho e rescisão contratual, vale-transporte, descanso semanal remunera- do, pagamento de salário, férias, fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS), décimo terceiro salário, hora extra, adicional noturno, aviso prévio, licença maternidade e paternidade.
A responsabilidade social empresarial aborda questões que vão além das regulamentadas por lei. Ela trabalha a igualdade de oportunidades. Deve considerar os critérios de promoção dos funcionários, igualdade de gênero e pessoas com deficiência, acidentes de trabalho, capacitação continuada para o aprimoramento do nível do conhecimento do colaborador, além da relação ética entre os colaboradores.
A responsabilidade socioambiental além das exigências legais
Quando uma empresa ou organização segue leis de cunho socioambiental ou normas determinadas por lei, ela está exercendo seu papel como pessoa jurídica, ou seja, a empresa está somente seguindo os aspectos jurídicos inerentes ao seu setor. Ser uma empresa social e ambientalmente responsável vai além das obrigações legais e econômicas: significa que ela se posiciona e atua no combate aos problemas, buscando o desenvolvimento socioambiental sustentável.
A série ISO (International Organization for Standardization – organização internacional para padronização) estabelece sistemas de gestão na cultura organizacional de empresas. As séries ISO são compostas por normas que vão além das exigênciaslegais e algumas podem se tornar tão importantes que passam a ser exigidas em lei. As normas ISO no Brasil são controladas pela ABNT NBR (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
A série ISO 14001 possui normas de gestão ambiental que permitem que a empresa pratique ideias de mitigação dos possíveis danos ambientais decor- rentes de sua atividade, objetivando tornar-se sustentável no curto e no longo prazo. A norma estabelece algumas práticas:
· Implementação de um sistema de gestão ambiental;
· Rotulagem ambiental;
· Análise de desempenho ambiental;
· Análise de ciclo de vida;
· Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos;
· Comunicação ambiental;
· Mitigação das mudanças climáticas.
· A adoção das normas também pode trazer benefícios, como:
· Redução de custos devido ao uso de matéria-prima, água e energia de forma consciente;
· Captação de novos clientes, devido à inserção no mercado ambiental;
· Melhoria dos processos inter e intra setoriais, bem como, da cultura organizacional;
· Menor risco de falência;
· Abertura a patrocínios e boa visão internacional;
· Possível diversificação setorial;
· Adesão de novos grupos de clientes;
· Maior qualidade e controle dos produtos, serviços e processos.
A série ISO 9000 fornece meios para implementação e monitoramento con- tínuo de técnicas para otimização de processos pela implementação de um sistema de gestão da qualidade. As normas que compõem a série ISO 9000 estão sempre sendo atualizadas e são conhecidas e desejadas por empresas do mundo todo. Aderir às normas ISO 9000 traz uma série de benefícios:
· Aumento da produtividade;
· Redução de custos;
· Produtos e serviços de maior qualidade;
· Credibilidade e reconhecimento interno e externo;
· Visão mais ampla do fluxo de trabalho;
· Segurança nos procedimentos internos;
· Colaboradores engajados e integrados.
A série ISO 45001 implementa um sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional com foco na melhoria do desempenho das empresas em termos de saúde e segurança do trabalho. Segundo a própria norma, uma organização é responsável pela saúde e segurança ocupacional dos trabalhadores e outros que podem ser afetados por suas atividades. Esta responsabilidade inclui pro- mover e proteger sua saúde física e mental.
Podem ser citadas como benefícios da implementação da norma ISO 45001 em uma empresa:
· Gerenciamento de risco e acidentes de trabalho;
· Redução de afastamentos por acidente de trabalho;
· Maior qualidade de vida e melhor relacionamento empregador x empregado;
· Redução dos prejuízos financeiros devido a processos trabalhistas.
A ISO 50001 tem objetivo de melhorar a eficiência enérgica das empresas. Implementando um sistema de gestão de energética, a empresa tem como benefícios:
· Uso de tecnologias modernas e eficientes;
· Redução dos custos com energia;
· Redução da emissão de gases de efeito estufa e das mudanças climáticas.
A adoção das normas ISO atesta a responsabilidade no desenvolvimento das atividades de uma empresa. Para sua obtenção e manutenção, são realizadas auditorias periódicas por uma empresa certificadora, que deve ser credenciada e reconhecida por órgãos nacionais e internacionais. 
Organizações que aderem às normas ISO possuem sistema de manejo integrado e se colocam no mercado como responsáveis socioambientalmente.
Desenvolvimento sustentável
O crescimento econômico no século XX se desenvolveu nos moldes capitalistas, passando a depender do consumo cada vez maior de energia e recursos naturais (recursos renováveis e não renováveis). Atrelado a isto, da década de 1950 em diante, a preocupação com uma eminente explosão demográfica global resultante do crescimento dos países pobres causou um interesse global pelos temas populacionais. Iniciaram-se diversos movimentos para controlar   a fecundidade dos países pobres. Na Conferência Mundial de População, realizada pela ONU em Bucareste, 1974, de um lado, os países desenvolvidos articulavam que, para reduzir a pobreza, deveriam haver programas de estímulo à redução do crescimento da população por meio de redução da taxa de natalidade, do outro, os países pobres e em desenvolvimento defendiam que políticas de desenvolvimento eram necessárias.
Após longos períodos de debates, constatou-se que os moldes de desenvolvimento até então adotados poderiam ser insustentáveis, e novos meios  de produção e consumo deveriam ser adotados uma vez que a disponibilidade dos recursos era finita.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a produção sustentável baseia-se na incorporação, ao longo do ciclo de vida de bens e serviços, de medidas que minimizem os custos ambientais e sociais resultantes da ação humana. Sobre consumo sustentável, entende-se como o uso de bens e serviços suficientes para atender às necessidades básicas, proporcionando melhor qualidade de vida, enquanto reduz o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes.
De acordo com o Relatório de Brundtland, os principais objetivos das políticas de desenvolvimento sustentável seriam os seguintes:
· Retomar o crescimento;
· Alterar a qualidade do desenvolvimento;
· Atender às necessidades essenciais do emprego, educação, alimentação, saúde, energia, água e saneamento;
· Manter um nível populacional sustentável;
· Conservar e melhorar, por meio da tecnologia, as bases dos recursos;
· Incluir o meio ambiente e a economia nas decisões que afetem a sociedade. Para atingir tais objetivos de produção e consumo, a modificação das organizações deveria ser contínua, contar com o apoio da ciência e manter-se dinamicamente equilibrada. Práticas produtivas exploratórias, predatórias e que visassem o lucro deveriam dar espaço para relações sociais justas e para bem-estar dos seres vivos.
Em um primeiro momento, a busca pelo desenvolvimento sustentável das nações parece limitar seu potencial de desenvolvimento. Na realidade, deve-se entender o desenvolvimento sustentável como um conjunto de práticas que não limite o desenvolvimento econômico, mas que considere que os recursos naturais são finitos e devem ser usados sob um viés conservacionista. Assim, se estabelece um paradigma que consiste em diminuir o consumo e a exploração dos recursos renováveis e não renováveis pelos países desenvolvidos, garantindo que países industrializados– em desenvolvimento – possam se modernizar, proporcionando qualidade de vida às suas populações em sinergia com o meio ambiente.
Muito se discute sobre desenvolvimento sustentável; às vezes, há consenso entre as atitudes a serem adotadas, às vezes, não há. De fato, diversas ações foram tomadas e cada vez fica mais evidente que ainda há muito a ser feito.
ASSISTA!
A Organização das Nações Unidas vem se posicionando como uma grande difusora das ideias de desenvolvimento sustentável no mundo todo. Assista ao vídeo da Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2015.
Ações globais rumo ao desenvolvimento sustentável
Chegamos a um ponto em que assuntos relacionados aos impactos da ação humana, bem como sobre a necessidade das práticas de responsabilidade social são vistos diariamente nos meios de comunicação. Cada dia mais é exigido que a sociedade adote uma postura de mudança diante de seus meios de produção e de suas opções de consumo.
As conseqüências do desenvolvimento em condições de insustentabilidade fizeram com que diversos cientistas discutissem a transgressão das fronteiras planetárias. As fronteiras planetárias se referem ao poder de fornecimento de recursos e da resiliência do planeta diante dos hábitos e moldes de produção e consumo. O conceito pode ajudar a sociedade civil e o poder público na definição de modelos de produção seguros para a humanidade e a vida na Terra. As nove fronteiras planetárias, segundo Martine e Alves, são:
[...] mudanças climáticas; mudança na integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies); depleção da camada de ozônio estratosférico; acidificação dos oceanos; fluxos biogeoquímicos(ciclos de fósforo e nitrogênio); mudança no uso da terra; uso global de água doce; concentração de aerossóis atmosféricos; e introdução de poluentes orgânicos, materiais radioativos, nano materiais e micro plásticos. Das nove, quatro já foram ultrapassadas: mudanças climáticas, perda da integridade da biosfera, mudança no uso da terra e fluxos bi0geoquímicos.
MARTINE; ALVES, 2015, p. 445
[...] mudanças climáticas; mudança na integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies); depleção da camada de ozônio estratosférico; acidificação dos oceanos; fluxos biogeoquímicos (ciclos de fósforo e nitrogênio); mudança no uso da terra; uso global de água doce; concentração de aerossóis atmosféricos; e introdução de poluentes orgânicos, materiais radioativos, nano materiais e micro plásticos. Das nove, quatro já foram ultrapassadas: mudanças climáticas, perda da integridade da biosfera, mudança no uso da terra e fluxos bi0geoquímicos.
MARTINE; ALVES, 2015, p. 445
Sobre o aquecimento global e mudanças climáticas, devemos considerar duas situações. A primeira trata do efeito estufa natural, que consiste na absorção, pelos gases do efeito estufa, dos raios infravermelhos emitidos pela superfície terrestre. Este processo permite que a superfície terrestre se mantenha em temperaturas ideais para os seres vivos. A segunda situação aborda o efeito estufa antrópico, no qual o aumento da concentração atmosférica dos gases do efeito estufa, causados pelo uso excessivo de recursos não renováveis – como os combustíveis fósseis –, resulta no aumento da temperatura da superfície terrestre, chamado de aquecimento global (Figura 4).
Figura 4. À esquerda, efeito estufa natural e, à direita, efeito estufa causado pela atividade humana que resulta em aumento da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, entre eles o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 30/09/2020.
A sociedade vem discutindo ativamente as consequências do segundo caso, bem como as formas de mitigar as emissões reduzindo a velocidade das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global.
Os cientistas relatam que, caso nenhuma ação seja tomada, eventos extremos podem começar a acontecer, como: aumento da temperatura dos oceanos, ondas de calor, alteração dos regimes pluviométricos, desertificação, derretimento das calotas polares, redução da diversidade de fauna e flora, entre outros.
O termo “pegada de carbono” refere-se ao consumo individual diante das práticas de responsabilidade ambiental, ou seja, o quanto os hábitos de uma pessoa podem impactar o desenvolvimento sustentável do planeta. A pegada de carbono pode ser calculada, tornando-se um índice, geralmente, expresso em emissão de dióxido de carbono – um dos principais gases do efeito estufa causado pelo homem – que quantifica o efeito da utilização dos recursos sobre a bioesfera. Estes dados individuais podem ser extrapolados para medir os efeitos da atividade humana, servindo como base para elaboração de políticas públicas e desenvolvimento de novos produtos.
Você pode calcular a sua pegada de carbono pessoal ou simplesmente saber mais sobre a pegada de carbono na sua região. Fornecendo informações sobre sua dieta, seus hábitos de transporte e consumo de energia, uma calculadora especializada fará os cálculos e você poderá comparar sua pegada com a de pessoas de outros países.
Sem dúvida, não podemos conceber um mundo sem uso de fontes energéticas. Porém, existem diversas alternativas sendo disponibilizadas e aprimoradas pela ciência. Diante desse contexto, abordamos a ideia de energia limpa.
Ela vem de fontes de energia renováveis (Figura 5), quando optamos por  utilizá-las,  estamos   reduzindo  a emissão de gases do efeito estufa para a  atmosfera. São exemplos de energia limpa aquelas provenientes de fontes solares, eólicas, geotérmicas, hidráulicas e maremotrizes. 
Figura 5. Energia derivada de recursos não renováveis e a energia limpa proveniente de fonte de energia renováveis.
Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/10/2020.
Empresas que reduzem as emissões de gases do efeito estufa em seus pro- cessos produtivos podem comercializar créditos de carbono. Esse mercado internacional cresce anualmente. Os créditos baseiam-se na quantidade de gás não emitido para a atmosfera, sendo que cada crédito se refere a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (t CO2e). Não somente o dióxido de carbono é contabilizado, outros gases causadores do aquecimento global também, mas seus valores são calculados considerando sua equivalência em moléculas de dióxido de carbono.
Os consumidores estão se tornando cada vez mais exigentes e conscientes em relação à produção e à origem dos alimentos. Nesse sentido, a agricultura intensiva vem avançando lentamente na busca de tecnologias e processos que minimizem problemas de poluição e degradação dos recursos naturais e que ofereçam produtos seguros ao consumidor final. Podemos citar o zoneamento econômico-ecológico, a agricultura de precisão, a fixação biológica de nitrogênio, as práticas de controle da erosão do solo, os sistemas de plantio direto e o manejo integrado de pragas. Além disso, a produção orgânica será decisiva como a agricultura do futuro, assim como os sistemas agroflorestais, a agricultura sintrópica e o consumo local. Cada vez mais, os consumidores buscam opções de produtos originários do modelo orgânico de produção. Tais sistemas resultam em sustentabilidade no curto e no longo prazo, uma vez que são baseados em práticas de responsabilidade socioambientais com abordagens integradas. Os processos produtivos nesses sistemas são baseados nos mecanismos e processos naturais que eliminam o uso dos agrotóxicos e fertilizantes sintéticos.
As três dimensões da sustentabilidade
A responsabilidade socioambiental é alcançada por meio da adoção de práticas de desenvolvimento sustentável por empresas, por políticas governamentais e pela atuação do cidadão. Ela se concretiza sob o emprego das três dimensões da sustentabilidade, como mostrado na Figura 6.
A esfera social, sob uma perspectiva sustentável de produção e consumo, deve considerar a qualidade de vida dos seres humanos tendo em vista a diversidade cultural, étnica, religiosa e de gênero, bem como questões regionais da comunidade.
Do ponto de vista econômico, deve-se considerar o papel da sociedade na rentabilidade e a viabilidade empresarial por meio de ações ganha-ganha, de forma que haja retorno, na forma de lucro, ao investimento realizado pelo capital privado e qualidade de vida aos colaboradores.
Figura 6. Tripé da sustentabilidade.
Fonte: BERLATO; MERINO; FIGUEIREDO, 2018. (Adaptado). 
Na esfera ambiental da sustentabilidade, os processos de produção e consumo deverão considerar a adoção de práticas ambientalmente corretas. Termos como eco eficiência, pegada de carbono, energia limpa e sete R’s proporcionarão uma cultura organizacional ambiental nas empresas, residências e espaços públicos, uma vez que conduzem ao desenvolvimento do perfil de responsabilidade socioambiental.
Debates mundiais
Em 1972, a ONU convoca a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Estocolmo, e a pauta ambiental começa a ser debatida oficialmente, resultando no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Após alguns anos depois da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente de1983, nasce um grande marco da pauta ambiental elaborado pela Comissão de Brundtland, o relatório nomeado como Nosso futuro comum.
Após a Conferência, diversos outros eventos discutiram os ideais e os meios de conduzir o desenvolvimento mundial para os moldes do desenvolvimento sustentável. Em 1988, uma união entre a ONU Meio Ambiente e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) resultou na criação do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), sendo que os resultados de pesquisas sobre mudanças climáticas realizadas no mundo todo são reunida se relatórios e planos de ação são publicados periodicamente. A famosa Cúpulada Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi um marco de sua década, pois discutiu a importância de se agregar os componentes sociais, econômico se ambientais nas buscas pelo desenvolvimento sustentável e finalizou a Agenda 21. O Protocolo de Kyoto, de 1997, estabeleceu metas obrigatórias de redução das emissões de gases de efeito estufa nos 37 países signatários. 
Em 2000, a Cúpula do Milênio das Nações Unidas definiu oito objetivos concreto se mensuráveis, que foram acompanhados em escala nacional, regional e global. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) foram resultado de uma série de cúpulas multilaterais realizadas na década de 90 sobre as condições do desenvolvimento humano. A formulação dos ODM contou com especialistas renomados de diversas áreas que estiveram focados na redução da pobreza extrema observada, principalmente, nos países pobres e em desenvolvimento. 
Todos os países signatários da época aderiram ao acordo, comprometendo-se em inserir em suas políticas, ações para alcançar os objetivos. Os oito objetivos do milênio foram definidos conforme o Quadro 3. Eles deveriam ser atingidos até 2015, quando seriam então discutidos novamente.
Fonte: ROMA, 2019.
Em 2002, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada na África do Sul, discutiu os compromissos e metas da Agenda 21 e analisou suas conquistas, para então conceber uma Agenda 21 reformulada, com ações concretas e tangíveis em relação àquelas estabelecidas em 1992.Em 2015, foi definida uma nova agenda, a Agenda 2030. Ela foi desenvolvida em um trabalho conjunto entre governos, entidades e sociedade civil. Entre outros, foram definidos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável(ODS’s), que tiveram como base os ODM’s. Os ODS’s são o que se tem de mais atual com relação às metas em direção a um mundo mais sustentável.
Agenda 21
A Cúpula da Terra, também conhecida como Eco-92 ou Rio 92, realizou-se no Rio de Janeiro, em 1992, e finalizou a Agenda 21. Nela, determinou-se a relevância dos países em parceria com empresas, organizações governamentais e não governamentais em se comprometerem com estudos para avaliar e com bater os problemas socioambientais. Desde a sua finalização, a Agenda 21foi aprimorada e adaptada a condições mais palpáveis para os níveis de desenvolvimento de cada País. É importante lembrar que cada País desenvolveu sua Agenda 21, inclusive o Brasil. Ela discutiu assuntos de extrema relevância socioambiental, como: combate à pobreza, mudança nos padrões de consumo, cooperação internacional, proteção e promoção da saúde humana, proteção da atmosfera e de ecossistemas, proteção da biodiversidade, proteção da infância, desenvolvimento rural, Dia da Mulher, fortalecimento das populações indígenas, dos trabalhadores, dos agricultores, do comércio e da indústria etc.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento(CNUMAD) finalizou a Agenda 21, um documento dividido em 40 capítulos que aborda os meios para que seja adotado em escala planetária um padrão de desenvolvimento sustentável. No total, 192 países acordaram e assinaram a Agenda 21.
partir da Agenda 21, pôde-se refletir sobre a ação humana segundo os moldes industriais e capitalistas. De forma sinérgica, buscou-se (e busca-se até os dias atuais) promover a qualidade de vida e não apenas o crescimento individual estimulado pela produção e consumo injustificado.
Agenda 2030
Em 2015, durante uma Assembleia Geral da ONU que ocorreu nos Estados Unidos, elaborou-se um plano guia para a ação da comunidade internacional, que elencava os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169metas para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, considerando os parâmetros sustentáveis de uso dos recursos naturais.
O documento Transformando o mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, que deve ser cumprido até 2030, traz um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade.
Os 17 ODS’s são:
Fonte: Plataforma Agenda 2030. (Adaptado). Acesso em: 01/10/2020.
Os objetivos e metas definidos na reunião devem ser inseridos na realidade de cada País signatário, considerando suas prioridades internas, mas voltando--se para um desenvolvimento global. Eles são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.
Contexto atual
Atualmente, a população brasileira é de, aproximadamente, 212 milhões de pessoas distribuídas ao longo das 27 unidades federativas que compõem nosso País. Um dos principais indicadores que revela a riqueza de um País é o seu Produto Interno Bruto (PIB), que calcula o valor de toda a riqueza produzida por um País considerando o desempenho dos três setores que compõem a economia. Em 2019, o PIB do Brasil foi de R$ 7,3trilhões e a ordem de participação dos setores neste resultado foi: serviços, indústria e agropecuária (IBGE, 2020). Com este resultado, o País ficou entre as dez maiores economias do mundo (FUNAG, 2020).
Em contraponto, é o segundo País em área florestal no mundo com, aproximadamente,12% do território coberto por florestas. Apesar de usarmos mais fontes de energia não renováveis do que renováveis (56,5%), usamos mais fontes renováveis do que o resto do mundo. Além disso, há riqueza de fauna e flora, biomas diversificados e uma imensa diversidade étnico-cultural. 
Uma vez que possui relevância econômica e ambiental e que há contínuo fortalecimento de um perfil mundial voltado à questão da responsabilidade socioambiental, o País posiciona-se em um contexto estratégico, no sentido deque as organizações brasileiras podem se destacar mundialmente de maneira positiva na geração de ambientes sustentáveis de produção e consumo. 
Nesse sentido, há destaque para organizações alicerçadas em atitudes concretas, que adotam não somente ideologias, mas que praticam rotineiramente as pautas mais atuais do desenvolvimento sustentável, como eco eficiência e os7’Rs. Para isso, elas aprimoram-se e se reposicionam, utilizando a tecnologia, a diversidade e os recursos sociais e ambientais do nosso País, garantindo credibilidade nacional e internacional.
Ecoeficiência
O termo ecoeficiência refere-se ao uso consciente dos recursos naturais nos processos produtivos e de consumo, de forma que não deixe de atender às necessidades das pessoas. Produtos ecoeficientes devem focar no uso consciente de matéria-prima renovável em processos produtivos que minimizem a geração de resíduos, além disso, devem apresentar elevada produtividade sem deixar de lado a qualidade. Basicamente, significa produzir mais com menos.
O conceito envolve a sociedade como um todo, uma vez que o governo deve incentivar esse tipo de produção (fomentando pesquisas, subsidiando e divulgando) e as empresas devem adaptar seus processos e procedimentos operacionais.
Um sistema pode ser chamado de ecoeficiente se conseguir produzir de acordo com oito elementos  fundamentais:
· Minimizando o uso de materiais dos bens e serviços;
· Minimizando o uso de energia na produção de bens e serviços;
· Minimizando a dispersão de  tóxicos;
· Fomentando a reciclabilidade dos  materiais;
· Maximizando a utilização sustentável de recursos renováveis;
· Estendendo a durabilidade dos  produtos;
· Promovendo a educação dos consumidores para um uso mais racional dos recursos naturais e energéticos.
Algumas perguntas podem ser feitas pelos consumidores para analisar a ecoeficiência do produto:
· Ele minimiza o uso de fontes energéticas e maximiza a utilização sustentável de recursos renováveis?
· Ele utiliza em sua composição materiais tóxicos?
· Ele descarta materiais tóxicos em seu processo produtivo?
· Os materiais utilizados são recicláveis ou biodegradáveis?
· O produto promove seu uso racional?
· A marca adota a ideia de desenvolvimento sustentável?
Os 7 R’s da sustentabilidade
Os 7 R’s são um conjunto de práticas de educação ambiental para garantir a mudança de hábitos em prol do desenvolvimento sustentável. A questão central é a de repensarcostumes e hábitos, reduzindo o consumo e o desperdício. Os 7 R’s são verbos que nos passam a sensação de ação. Observe a Figura 7.
Figura 7. Os sete R’s.
Repense seus hábitos, consuma o que é realmente necessário. Recuse produtos e serviços de origem insustentável, conheça a origem da matéria-prima. Reduza o lixo gerado e, assim, o gasto energético no processo. Repare seus produtos quebrados em vez de comprar novos. Reintegre, por exemplo, compostando o lixo orgânico. Recicle o lixo, separe-o e leve para reciclagem. Se não pode reciclar, reutilize, dando funções novas e sustentáveis aos produtos. O foco está em pensar que não existe jogar fora!
Responsabilidade socioambiental como estratégia de gestão
No mundo globalizado, as empresas têm se mostrado responsáveis pelo direcionamento da economia dos países ou de conjuntos de países. Entretanto, por muitos anos, o setor empresarial viveu uma realidade própria, em geral, desvinculada das questões sociais e ecológicas. Os modelos de produção não estavam em sintonia com as necessidades sociais e ambientais.
No passado, uma das maiores dificuldades para que as empresas adotassem a gestão ambiental se baseava em uma ideia distorcida de que o investimento em meio ambiente não atraía lucros, fazendo com que os custos fossem repassados aos consumidores, resultando no aumento dos preços (COMINI et al., 2013). 
Em um contexto de intensas discussões sobre moral, ética e justiça, diversos paradigmas vêm sendo quebrados. Se a situação vem mudando, os resultados positivos podem ser entendidos, em grande parte, como consequência da intensa atuação das políticas sociais e ambientais formuladas a partir de dados científicos e apoiadas pela população.
A aderência aos pressupostos das ações de responsabilidade socioambiental também resulta da percepção de que, ao investir no compromisso voluntário de um futuro sustentável, está-se agindo coerentemente com o mercado que migra em direção ao desenvolvimento sustentável e ao contínuo aumento de sua rentabilidade.
Atualmente, sabe-se que as empresas que adotam práticas de responsabilidade socioambiental possuem benefícios como: redução dos custos, valorização da marca, transparência nas atividades, mais fidelização de clientes, melhor comunicação externa, melhor desempenho dos processos e dos empregados.
A responsabilidade socioambiental empresarial se refere às ferramentas de gestão que analisam o cumprimento dos temas e que conduzem a empresa ao desenvolvimento sustentável. Empresas comprometidas com essa questão atendem a itens como:
· Transformação em desempenho positivo das leis, regulamentos e normas de adesão voluntária às quais está sujeita;
· Conhecimento e promoção voluntária e proativa de ações de desenvolvimento sustentável regional, nacional e internacional;
· Possíveis danos ao meio ambiente e os impactos sociais causados por seus produtos, processos e instalações são previamente identificados;
· Conhecimento antecipado de treinamentos e planos de evacuação em casos de emergência ambiental;
· Conhecimento dos métodos de resposta em casos de prevenção ou mitigação dos impactos adversos;
· Ciência, por parte da população local, do segmento da empresa e dos impactos, positivos e negativos, decorrentes da sua atuação na região;
· Acessibilidade aos produtos e instalações.
Paradigma econômico, social e ambiental
As instituições públicas zelam pelo que é de interesse coletivo da população por meio de normas, valores e regras. As instituições particulares possuem caráter privado uma vez que guardam os interesses individuais.
Apesar das distinções entre instituições públicas e privadas, o meio ambiente, pelo fornecimento de recursos, e a sociedade, por meio da sua força de trabalho, além de estarem intimamente relacionados e possuírem caráter público, são as bases para a existência empresarial. Assim, pode-se dizer que as empresas se colocam como instituições públicas com função social, pois lidam subjetiva e materialmente com a sociedade e com o meio ambiente, que são de extrema importância para a humanidade e pauta internacional.
Consequentemente, espera-se que as empresas possuam uma postura compromissada, que deve se espelhar nas questões econômicas, sociais e ambientais. Desse modo, devem exercer suas atividades com base nas três dimensões da sustentabilidade para que trabalhem em equilíbrio com as questões econômicas, sociais e ambientais.
Por muitos anos, na economia capitalista, a obtenção de lucro se mostrou um dos principais meios para se estimar o sucesso empresarial. Decorre disso o fato de que, muitas vezes, as empresas se esquecem da ética e agem a partir de atos oportunistas. Os países se diferem quanto às leis sociais e ambientais que possuem, geralmente, refletindo seu grau de desenvolvimento. Um país em desenvolvimento pode se tornar menos atrativo para a permanência de empresas devido às leis sociais, fiscais ou ambientais que venham a promulgar. Diversas vezes é possível constatar que agir de acordo com o que as leis preconizam pode não ser suficiente para atender às expectativas da sociedade em relação às empresas. As relações entre países e instituições públicas e privadas devem ser fortalecidas para garantir a transparência das atividades empresariais.
Diversas são as partes interessadas (stakeholders) que afetam e são afetadas, influenciam e são influenciadas pelas empresas e que, muitas vezes, possuem interesses conflitantes entre si e em relação à empresa (Diagrama 1). É importante entender que buscar o melhor para si não resulta em atingir o melhor para todos, então, as partes interessadas devem atuar de modo que se equilibrem, considerando os três pilares da sustentabilidade.
Fonte: BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016, p. 22. (Adaptado).
Atualmente, sabe-se a importância do desenvolvimento sustentável para garantir melhor qualidade de vida para a população e um futuro sustentável para as gerações seguintes. A atuação empresarial, nesse contexto, deve agir ativamente e em articulação com projetos que evitem a crise social e ética de paradigmas econômicos, sociais e ambientais.
Empresa sustentável
Segundo Carroll (1979), a responsabilidade social das empresas compreende as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade tem em relação às organizações em um determinado período. Uma empresa responsável socioambientalmente deve ter como objetivo o desenvolvimento sustentável e, por meio dele, exercer, em suas relações internas e externas, o cumprimento das questões legais e o posicionamento ético de modo integrado, considerando todas as expectativas das partes interessadas.
Sempre haverá dificuldades para implantar as práticas de responsabilidade socioambiental, já que envolvem uma diversidade de questões que se traduzem em direitos, obrigações e expectativas de diferentes públicos, internos e externos à empresa (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
Todavia, no Brasil, a Constituição Federal definiu que as empresas devem observar os seguintes princípios:
· Soberania nacional;
· Propriedade privada;
· Função social da propriedade;
· Livre concorrência;
· Defesa do consumidor;
· Defesa do meio ambiente;
· Redução das desigualdades regionais e sociais;
· Busca do pleno emprego;
· Tratamento favorecido para empresas de pequeno porte que tenham sua sede e administração no País.
Desse modo, a Constituição Federal brasileira traz à tona a ideia de desenvolvimento sustentável, colocando-o como uma das razões para a limitação da atuação de uma empresa quando ameaça o uso racional dos recursos.
Empresas sustentáveis não esperam que leis ambientais sejam elabora- das pelos países, e sim pensam globalmente e agem localmente, adotando   as três dimensões da sustentabilidade em suas atividades (Diagrama 2). Essas três dimensões abrangem a sustentabilidade econômica, social e ambiental, mas também abarca questões de:
· Sustentabilidade espacial
Referente a uma configuração rural-urbana equilibrada, que avalia soluções para os assentamentos humanos;
· Sustentabilidade cultural
 Referente ao respeitopela pluralidade apropriada à cultura local;
· Sustentabilidade política
Ressalta a necessidade de processos democráticos consolidados
· Sustentabilidade institucional
Relacionada à atividade pública e às suas relações com outras instâncias da sociedade.
Fonte: BERLATO; MERINO; FIGUEIREDO, 2018, p. 4. (Adaptado).
Modelos de gestão ambiental
O triple bottom line (resultado triplo) é um modelo de gestão empresarial criado a partir das dimensões da sustentabilidade, e possui como pressuposto básico que a responsabilidade social das empresas deve contribuir para a superação das crises socioambientais.
Esse modelo propõe uma abordagem em que todas as formas de capital sejam favorecidas ao longo do tempo por meio de uma gestão econômica, social e ambiental responsável.
No modelo tradicional, as empresas obtêm aumento de valor de mercado com geração de lucro líquido e consequente aumento da riqueza dos acionistas. Na esfera econômica do tripé da sustentabilidade, as empresas também obtêm desempenho financeiro positivo, mas consideram os custos sociais e ambientais envolvidos em seus processos. Na esfera social, o capital social que estão construindo deve ser considerado e seu conhecimento vislumbrado como fator de competitividade. Na esfera ambiental, o diferencial desse modelo está na obtenção de lucro líquido ambiental por meio da adoção do conceito de capital natural baseado no modo como a empresa lida com a manutenção dos recursos naturais e os serviços ambientais.
A partir do modelo triple bottom line, desenvolveram-se os 3 Ps – profit, peoplee planet (lucro, pessoas e planeta), cuja aplicação está restrita às empresas, à medida que se associa a dimensão econômica ao lucro, conforme ilustra a Figura 1 (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
Figura 1. O modelo 3 Ps. Fonte: BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016, p. 61. (Adaptado).
Indicadores, certificações, tecnologias e instrumentos de gestão
A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão diretamente relacionados à sua capacidade de atender às necessidades e expectativas dos proprietários, dos clientes e da sociedade.
De acordo com a ABNT (2012), uma vez que as decisões e atividades têm impacto ambiental, ações entre organizações públicas ou privadas e o meio ambiente devem atuar no sentido de reduzi-los, sendo conveniente que a organização adote uma abordagem integrada que considere as implicações econômicas, sociais, na saúde e no meio ambiente de suas decisões e atividades, direta e indiretamente.
Muito se tem trabalhado ao longo das últimas décadas para garantir que as práticas de responsabilidade socioambiental sejam exercidas pelas empresas e para que estejam alinhadas ao conceito de desenvolvimento sustentável.
As práticas de responsabilidade socioambiental reestruturam a cultura organizacional das empresas, influenciando as diversas instâncias da gestão empresarial, tais como: a gestão financeira, o marketing, a produção, a gestão de pessoas, a logística e o desenvolvimento de produtos.
Desse modo, é importante entender melhor os indicadores, certificações, tecnologias e instrumentos de gestão que podem ser adotados pelas empresas em busca de um desempenho ambiental eficiente.
Fontes de orientação estratégica
O ciclo PDCA (plan, do, check, act, ou seja, planejar, fazer, verifi car e agir) busca a melhoria contínua dos processos das organizações (Diagrama 3). Questões sobre como adotar novos ou como fazer a melhoria de processos já existentes buscando um melhor desempenho socioambiental podem ser resolvidas a partir dessa técnica.
Fonte: PATEL; DESHPANDE, 2017, p. 197. (Adaptado).
Esse ciclo garante dois tipos de ações corretivas:
· Ação corretiva temporária: busca a resolução do problema já instaurado;
· Ação corretiva permanente: consiste na investigação e eliminação das causas e, portanto, visa a sustentabilidade do processo.
A ideia do ciclo PDCA é realizar o planejamento, estabelecendo claramente os objetivos e as metas para que as ações sejam programadas com embasamento. Além disso, descreve os processos que envolvem o problema para entendê-lo e para identificar as áreas para melhorias. Para isso, a utilização de fluxogramas e mapas dos processos é importante. Muitas ferramentas estão disponíveis para coletar e interpretar dados, como histogramas, gráficos de execução, de dispersão e de controle. 
Compreendido o cenário atual, deve-se implementar o programa estabelecido, promovendo a organização e o treinamento de funcionários e/ou parceiros. As soluções decididas devem ser implementadas individualmente. É importante que os responsáveis se certifiquem de que todas as etapas foram totalmente compreendidas. 
A fase de verificação é caracterizada por uma aprendizagem significativa. Há a oportunidade de desenvolver planos atualizados, elevando o processo a novos patamares, em vez de simplesmente consertar o que deu errado na fase anterior. Se os resultados forem negativos, o trabalho de melhoria deve recomeçar na fase de planejamento, pois, caso contrário, as soluções testadas passam para a fase de ação. A verificação deve ser feita continuamente pelo monitoramento e elaboração de relatórios que evidenciem com clareza os resultados alcançados. 
A atuação deve promover a melhoria contínua. Uma vez que o ciclo atingiu essa etapa, as soluções são preparadas para implementação final e, possivelmente, para adoção por outros setores da organização. Nessa etapa, deve-se adotar normas e certificações para reconhecimento nacional e internacional das melhorias realizadas, e, para manter a melhoria, é preciso repetir o ciclo continuamente.
A Norma ISO 26000
A obtenção de certificados pelo atendimento de padrões técnicos sobre produtos, processos produtivos, métodos e ensaios é um grande diferencial para as empresas. Em alguns casos, a norma que fornece o certificado é tão importante que se torna uma lei. Criada em 1947 e mais conhecida por sua sigla ISO, a principal organização de normalização é a International Organization for Standardization.
O objetivo da ISO é desenvolver padrões e atividades para facilitar as trocas de bens e serviços no mercado internacional e promover a cooperação entre os países nas esferas científicas, tecnológicas e produtivas (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016).
As normas de gestão da ISO se aplicam a qualquer organização, pois não são normas de conteúdo, mas de procedimentos que podem se adequar ao segmento da empresa que a adota. Todas elas adotam o ciclo PDCA para melhoria contínua dos processos. A certificação requer auditorias periódicas de avaliação. 
A ISO possui normas adotadas mundialmente, entre as mais importantes estão as séries ISO 9000, de gestão da qualidade, e a ISO 14000, sobre sistemas de gestão ambiental. 
A norma ISO 26000 foi desenvolvida para organizações que querem adotar um sistema de gestão focado em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. Por fazer uso de termos como “pode” ou “convém que” em seu texto, pode-se dizer que é uma norma-guia não certificável que busca, por meio de suas diretrizes, mais fazer indicações e recomendações do que exigir ou tornar algo obrigatório.
A norma ISO 26000 aborda sete temas centrais voltados para a responsabilidade social das organizações:
· Governança organizacional;
· Direitos humanos;
· Práticas de trabalho;
· Meio ambiente;
· Práticas leais de operação;
· Questões relativas aos consumidores;
Envolvimento e desenvolvimento da comunidade.
Essa norma elenca princípios específicos associados ao meio ambiente, que discutem quatro questões centrais definidas por uma descrição de expectativas relacionadas ao desenvolvimento sustentável, sendo eles:
Princípio da responsabilidade ambiental
além de cumprir leis vigentes, convém que a organização assuma a responsabilidade pelos impactos ambientais causados por suas atividades ao meio ambiente em geral; convém que não deixe de atuar em busca de desempenho positivo, mas que, para isso, reconheça seus limites ecológicos;
Princípio da precaução
onde houver ameaças de danos graves ou irreversíveis ao meio ambiente ou à saúdehumana, convém que não se utilize da falta de certeza científica para postergar o uso de medidas eficazes que impeçam a degradação ambiental ou danos à saúde humana em função dos custos. Convém que a organização considere os custos e benefícios de longo prazo e não somente os custos de curto prazo de uma medida;
Gestão de risco ambiental
 convém que programas sejam utilizados pelas organizações a partir de uma perspectiva baseada em riscos e na sustentabilidade, para avaliar, evitar, reduzir e mitigar riscos e impactos ambientais de suas atividades. Convém que sejam elaboradas e aplicadas atividades de conscientização, além de procedimentos de resposta a emergências, bem como meios de divulgar informações sobre incidentes ambientais e para reduzir e mitigar impactos ambientais na saúde e na segurança, causados por acidentes;
Poluidor pagador
de acordo com a extensão do impacto ambiental na sociedade, convém que a organização arque com os custos da poluição causada por suas atividades e providencie as ações corretivas, totalmente ou à medida que a poluição se adeque aos níveis permitidos. O custo da poluição e a quantificação dos benefícios econômicos e ambientais da prevenção devem ser internalizados pelas organizações.
Desse modo, as empresas devem considerar o emprego da gestão ambiental seguindo abordagens estratégicas, como: ciclo de vida de produtos, avaliação de impacto ambiental, produção mais limpa e ecoeficiência, abordagem por sistemas de produto-serviço, uso de tecnologias e práticas ambientalmente saudáveis, práticas de compras sustentáveis (priorizar produtos ou serviços com impactos minimizados e fazer uso de sistemas de rotulagem confiáveis) e aprendizagem e conscientização.
O Quadro 2 destaca as principais questões abordadas pela ISO 26000.
Se a organização elaborou e mantém um sistema de gestão ambiental seguindo os requisitos da norma ISO 14001, deve haver grandes chances dos princípios da norma ISO 26000 terem sido atendidos, principalmente o princípio da gestão do risco ambiental. A série ISO 14001 possui normas de gestão ambiental que permitem que a empresa pratique ideias de mitigação dos possíveis danos ambientais decorrentes de sua atividade, objetivando se tornar sustentável no curto e no longo prazo. A norma ISO 14001 estabelece práticas de responsabilidade ambiental, como:
· Implementação de um sistema de gestão ambiental;
· Rotulagem ambiental;
· Análise de desempenho ambiental; Análise de ciclo de vida;
· Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos;
· Comunicação ambiental;
Mitigação das mudanças climáticas.
Indicadores e índices de sustentabilidade
Os indicadores e índices podem ser usados para avaliar o desempenho em relação aos objetivos do desenvolvimento sustentável e compará-lo entre cidades, países, blocos econômicos e organizações públicas e privadas; estimam se as instituições estão crescendo econômica e ambientalmente de acordo com o objetivo proposto.
Os indicadores são compostos por parâmetros ou valores, analisados em grupos ou isoladamente a partir de estratégias de gestão definidas antecipadamente. A partir dos indicadores são avaliadas as condições do sistema de gestão e se a estratégia adotada previamente está gerando resultados. Desse modo, são importantes por informarem às partes interessadas sobre o desempenho positivo ou negativo em uma determinada questão.
Nesse sentido, indicadores que avaliam os resultados das ações de responsabilidade socioambiental empresarial capturam e antecipam tendências para informar os tomadores de decisão, assim como orientam o desenvolvimento e o monitoramento de políticas e estratégias. Os indicadores do desenvolvimento sustentável (indicadores de sustentabilidade) informam se o desempenho da empresa está ocorrendo em harmonia com o meio ambiente e têm papel importante no monitoramento, na avaliação e na efetivação do desenvolvimento sustentável. Os indicadores de sustentabilidade analisam se o impacto ambiental gerado por uma empresa permite que o planeta seja resiliente.
Os indicadores ambientais devem ser:
· Comparáveis: devem permitir comparações e mostrar as mudanças ocorridas;
· Equilibrados: devem distinguir o mau e o bom desempenho;
· Contínuos: devem ser formulados a partir de critérios similares e considerar períodos comparáveis;
· Temporais: devem ser revistos regularmente para permitir o uso de medidas atualizadas;
Claros: devem ser de fácil compreensão.
Os indicadores de desenvolvimento sustentável do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são exemplos importantes para mostrar o grau de desenvolvimento sustentável no Brasil. O IBGE analisa indicadores de sustentabilidade considerando as três dimensões da sustentabilidade, dos quais destacam-se:
· Concentrações de poluentes no ar e em áreas urbanas;
· Queimadas e incêndios florestais;
· População residente em áreas costeiras;
· Acesso a tratamento de esgoto;
· Espécies extintas ou em risco;
· Crescimento populacional;
· Mortalidade infantil;
· Consumo de energia per capita.
No Brasil, a construção de indicadores de desenvolvimento sustentável se integra ao conjunto de esforços para concretização das ideias e princípios formulados na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992.É importante conhecer as diversas informações sobre como estamos trabalhando rumo ao desenvolvimento sustentável. O documento é interativo e de acesso gratuito.
https://bit.ly/3gXnp2R 
Para a formulação de indicadores de desenvolvimento sustentável empresarial, pode-se citar os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, criados pelo Instituto Ethos. A ferramenta elabora indicadores a partir de um questionário e tem como foco avaliar o grau de incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social aos negócios, auxiliando na definição de estratégias, políticas e processos. Trata-se de uma ferramenta gratuita de aprendizagem, avaliação e monitoramento das ações de responsabilidade socioambiental, estruturada em temas e subtemas com um questionário agrupado em dimensões baseadas na norma ISO 26000.
Os indicadores são diferentes dos índices. Os índices são feitos da junção de um conjunto de indicadores e são instrumentos de tomada de decisão e previsão, pois permitem conhecer o endividamento e os riscos associados para os investimento e funcionam como um retrato das condições da empresa, refletindo sua saúde econômica, social e ambiental.
Como exemplo, pode-se citar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEB3), que é uma ferramenta de análise comparativa do desempenho das ações de sustentabilidade das empresas constantes nas listas da B3 (Brasil Bolsa Balcão) sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. O ISE B3 está fundamentado na eficiência econômica e na equidade ambiental, além de possuir transparência em seus processos, uma vez que também possui fundamentos na governança coorporativa e na promoção da justiça social. Atualmente, o ISE B3 se caracteriza como um norteador para os fundos de investimento e valoriza as empresas de capital aberto ao lidar com uma questão tão demandada pela sociedade atual.
Entenda o que é, conheça sua missão, fundamentos, objetivos estratégicos e a versão atual do Questionário ISE B3. https://bit.ly/3sJfJa9
Muitas empresas prestadoras de serviços estratégicos fazem a análise dos índices de sustentabilidade por meio de softwares de gestão de indicadores ambientais, por plataformas de análise de vulnerabilidade e licenciamento ambiental, auxiliando na adoção de programas e selos ambientais. Infelizmente, na maioria das vezes, tais serviços estão disponíveis somente para empresas de grande porte devido ao seu alto custo.
Tecnologias resultantes da gestão ambiental
A adoção de práticas de responsabilidade socioambiental nas estratégias de gestão empresarial tem permitido, se não exigido, o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, tanto na produçãode bens quanto na prevenção de impactos negativos ao meio ambiente. Tais tecnologias estão disponíveis em diversos segmentos empresariais e, em geral, são resultado de demandas dos clientes. Pode-se afirmar que, na atualidade, para ser considerado um bom processo ou produto não basta ser eficiente industrialmente, também há a necessidade de ser eficiente ambientalmente.
Algumas tecnologias com melhor desempenho ambiental já devem estar presentes no seu dia a dia. O Quadro 3 destaca alguns exemplos.
Tecnologias industriais que resultam na redução do consumo de água ou da queima de biomassa, que reduzam a geração de resíduos ou que aumentem a eficiência dos processos de tratamento de efluentes, bem como que resultam em produtos com menor utilização de elementos tóxicos ou de fontes não renováveis têm sido foco dos setores de pesquisa e desenvolvimento de empresas e de instituições de pesquisa, pois trazem benefícios econômicos e ambientais.
Marketing ambiental
O marketing ambiental ou marketing verde é uma estratégia adotada para promover a divulgação e aumentar as vendas de produtos e serviços que tenham bases ambientalmente corretas. Por meio dele é possível vincular uma marca, produto ou serviço a uma imagem ecologicamente correta.
Os produtos e serviços passíveis do marketing ambiental devem ser resultado de um impacto ambiental mínimo, tanto ao se considerar os elementos que com põem o produto quanto os que estão relacionados ao seu processo produtivo. 
Diante da crescente demanda por práticas de sustentabilidade, o marketing ambiental pode trazer às empresas vantagens competitivas, o recrutamento de novos clientes e a garantia de sua sobrevivência no mercado. 
Existem quatro pilares elaborados para que as empresas possam aplicar o marketing ambiental em seus produtos ou serviços de modo sustentável:
· Ser ecologicamente correto;
· Ser economicamente viável;
· Ser socialmente justo;
· Ser culturalmente aceito.
Tendências mundiais sobre o perfil do consumidor
Na maioria dos países, a preocupação com o meio ambiente cresceu. Questões sobre o uso de fontes de energia renováveis, sobre o desmatamento, as mudanças climáticas e a poluição atmosférica são apontadas como os maiores problemas ambientais da atualidade.
Os consumidores, de modo geral, consideram importante comprar produtos e serviços de empresas que respeitam o meio ambiente, mas quando são questionadas sobre o que é importante para decidir consumir de uma empresa, preocupações básicas relacionadas a custo-benefício são listadas antes de questões sobre responsabilidade socioambiental e produtos ambientalmente corretos. Preço bom, qualidade, confiabilidade e atendimento ao cliente estão entre os atributos empresariais mais importantes entre os consumidores. Essas respostas indicam que, de acordo com o posicionamento dos clientes, as empresas não devem sacrificar os fundamentos da marca para as questões ambientais, entretanto, devem manter um equilíbrio entre os atributos desejados e o compromisso com o desenvolvimento sustentável.
Em geral, consumidores estão dispostos a comprar mais produtos ambientalmente corretos e a pagar até 10% a mais para produtos ecológicos, mas muitos relatam problemas que prejudicam a compra, como a rotulagem confusa ou não confiável, preço muito discrepante em comparação aos produtos não verdes, falta de disponibilidade e pouca variedade.
Os consumidores de produtos ambientalmente corretos procuram produtos que usem menos embalagens plásticas, e sim biodegradáveis ou recicláveis; além disso, apoiam-se nas informações presentes nas embalagens e em certificações para decidir sobre qual produto comprar.
Iniciativas de marketing ambiental
É necessário que as empresas realizem a divulgação de ações de marketing ambiental aos seus clientes somente depois de realmente adotarem uma postura ambientalmente correta em sua cultura organizacional, por meio de ações de responsabilidade socioambiental. Para fazer propagandas sobre essa postura ambientalmente correta, as pequenas e grandes empresas podem:
· Adotar os 3 Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar;
· Incorporar os 4 Ss: aceitação social, satisfação do consumidor, segurança e sustentabilidade;
· Usar selos verdes (certificação ambiental) para legitimar o posicionamento da empresa;
· Participar de programas de promoção dos três pilares da sustentabilidade;
· Escolher fornecedores e parceiros ecologicamente corretos.
Empresas conhecidas no mundo todo têm adotado iniciativas ambientais e divulgado suas ações em todos os meios de comunicação disponíveis, sendo exemplos de destaque:
Microsoft
já foi eleita a empresa mais sustentável do mundo. Desenvolveu, por exemplo, um sistema de inteligência artificial para combater o aquecimento global;
Coca-cola
em 2012, mudou a cor das latas e rótulos para conscientizar a sociedade sobre a necessidade proteção dos ursos polares, um dos personagens símbolos da marca;
Nike
criou o Making App para inspirar designers de moda a trabalhar com materiais ecológicos a partir de seus produtos;
Toyota
desenvolveu o Prius, o primeiro veículo híbrido do mundo.
Cooperação, articulações intersetoriais e promoção do desenvolvimento
A criação de grupos de trabalho pode auxiliar na construção de uma importante ferramenta de coordenação e efetivação das práticas de responsabilidade socioambiental, ao possibilitarem a construção compartilhada de projetos de cooperação, articulação e promoção do desenvolvimento sustentável, que dão direção comum e estratégica às questões econômicas, sociais e ambientais. Tais ferramentas são os meios para superar as hierarquias institucionais e as relações de poder entre setores, políticas e segmentos sociais.
Dentro dos pressupostos do desenvolvimento sustentável de propor, estimular, promover e monitorar as ações de responsabilidade socioambiental e a minimização dos impactos negativos sociais e ambientais, a adoção destas ferramentas acabará por:
· Estimular discussões sobre responsabilidade socioambiental nas organizações e divulgar legislações e normas;
· Potencializar o resultado de ações de capacitação;
· Construir e organizar conhecimento e objetivos de aprendizagem;
· Propiciar o uso racional de matéria-prima, equipamento, força de trabalho, imóveis, infraestrutura e contratos;
· Aperfeiçoar o uso de recursos orçamentários;
· Aumentar as colaborações entre as instituições de ensino e pesquisa e as organizações públicas e privadas;
· Realizar o intercâmbio de experiências entre os signatários.
A construção de espaços para comunicação e troca de experiências permite o estabelecimento de conceitos, objetivos e direções comuns, propiciando condições para o planejamento participativo de ações que exijam contribuições de diferentes setores.
Apesar de ser uma importante estratégia na busca pelo desenvolvimento sustentável, o diálogo intersetorial não é simples. Ao praticá-lo será preciso lidar com diferentes pontos de vista e culturas organizacionais para a tomada de decisão e para encontrar a solução de problemas.
O trabalho cooperado e intersetorial é um instrumento relevante para a operacionalização do conceito e de ações de responsabilidade socioambiental, com base nos pressupostos teóricos e metodológicos da promoção da sustentabilidade.
Atualmente, a promoção da cooperação e da articulação intersetorial pode ser considerada componente central das políticas de responsabilidade socioambiental. Elas objetivam a mudança de postura e a quebra de paradigmas, representando uma nova forma de gerenciamento que transcende a fragmentação das políticas públicas e promove a gestão participativa.
O sistema cooperativista e a responsabilidade socioambiental
Podemos estabelecer algumas conexões entre a gestão das cooperativas e as ações de responsabilidade socioambiental, seguindo o conceito dos três pilares da sustentabilidade. O (I) contexto econômico permite a dinamização da economia em micro e macro escala, seja por meio da interação com o mercado, ou pela política equitativa distribuição de rendabaseada na produção do cooperado. O (II) contexto social das cooperativas propicia a distribuição regional da renda em termos equitativos, levando em consideração a geração de emprego e desenvolvimento de pequenas localidades, o que permite a distribuição docapital fi nanceiro regionalmente e homogeneamente. O (III) contexto ambientalfundamenta-se na ideia de que as bases cooperativistas estruturam-se considerandoo estabelecimento de relações de equilíbrio com o meio ambiente. Oconceito de unidade e trabalho em equipe das cooperativas permeiam as ideias de parceria, cooperação e colaboração de trabalho.
O cooperativismo está apoiado em cinco valores, sendo eles: equidade, solidariedade, justiça social, liberdade e democracia (CHAVES et al., 2009). Ao preocupar-se com o bem-estar social, o cooperativismo contempla ações de gestão voltadas para a responsabilidade socioambiental. Nesse sentido, responsabilidade socioambiental e cooperativismo alinham-se, pois ambos são formados por indivíduos que além de trabalharem seguindo as mesmas pautas econômicas, sociais e ambientais, atuam em prol de uma sociedade mais justa hoje e no futuro. A atuação responsável socioambientalmente nas comunidades não é algo novo para as cooperativas, na realidade, elas foram criadas com o objetivo de resolver reclamações e problemas comuns de um grupo de pessoas. Assim, sempre estiveram fundamentadas na comunidade que as criou. Pode-se dizer que a responsabilidade socioambiental compõe a essência do cooperativismo.
Analisando os princípios cooperativistas, ficam claras as relações entre cooperativismo e responsabilidade socioambiental:
· Adesão livre: as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como cooperadas, sem discriminações sociais, raciais, políticas, religiosas ou de gênero;
· Gestão democrática livre: as cooperativas são organizações democráticas, controladas por seus cooperados, que participamativamente na formulação das suas políticas e nas tomadas de decisões;
· Distribuição dos lucros: os cooperados contribuem equitativamente e controlam democraticamente o capital de suas cooperativas;
· Autonomia e independência: as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos cooperados;
· Promoção da educação, formação dos membros e aprimoramento social: as cooperativas promovem a educação e a formação de seus cooperados, dos representantes eleitos, dos gerentes e de seus funcionários, de forma que estes possam contribuir eficazmente para o desenvolvimento da cooperativa;
· Promoção do capital social: as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos cooperados;
· Cooperação entre as cooperativas: para as cooperativas prestarem melhores serviços a seus cooperados e agregarem força ao movimento cooperativo, devem trabalhar em conjunto comas estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
OCEPAR,2016 apud OLIVEIRA, 2017, p. 83
Adesão livre: as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como cooperadas, sem discriminações sociais, raciais, políticas, religiosas ou de gênero;
Gestão democrática livre: as cooperativas são organizações democráticas, controladas por seus cooperados, que participamativamente na formulação das suas políticas e nas tomadas de decisões;
Distribuição dos lucros: os cooperados contribuem equitativamente e controlam democraticamente o capital de suas cooperativas;
Autonomia e independência: as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos cooperados;
Promoção da educação, formação dos membros e aprimoramento social: as cooperativas promovem a educação e a formação de seus cooperados, dos representantes eleitos, dos gerentes e de seus funcionários, de forma que estes possam contribuir eficazmente para o desenvolvimento da cooperativa;
Promoção do capital social: as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos cooperados;
Cooperação entre as cooperativas: para as cooperativas prestarem melhores serviços a seus cooperados e agregarem força ao movimento cooperativo, devem trabalhar em conjunto comas estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
OCEPAR,2016 apud OLIVEIRA, 2017, p. 83
A cultura organizacional que adota os sete princípios cooperativistas está focada no capital social, se diferindo, assim, da cultura organizacional empresarial tradicional, que é fundamentada na geração de capital financeiro (Quadro 1).
Fonte: GIESE; BÜTTENBENDER, 2015, p. 10.
O cooperativismo é gerido pela vontade coletiva e concretizado após a conivência de todos os sócios cooperados. Ainda assim, as cooperativas necessitam de uma gestão flexível para que possam se adaptar às tendências e exigências do mercado globalizado, sem deixar de conservar seus valores e princípios como organização social.
Os cooperados possuem responsabilidades perante a sociedade, a comunidade e, principalmente, os próprios cooperados. Quando adequadamente implementada, a cooperativa pode melhorar a imagem da organização e consolidar uma identidade organizacional positiva economicamente, socialmente e ambientalmente. 
Existem diversas organizações cooperativistas que exercem práticas de responsabilidade socioambiental. Vamos conhecer alguns exemplos no Quadro 2.
DICA Acesse os sites oficiais das cooperativas COPACOL, COPERCICLA e CAISP para saber um pouco mais sobre suas histórias e trajetórias. 
Promoção do desenvolvimento: o papel da educação ambiental
A educação ambiental está presente na Constituição Federal, em seu artigo225, inciso VI, que estabelece que promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente é dever do Estado e de todos.
Sobre educação ambiental entendem-se os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
BRASIL, 2018, p. 43
Sobre educação ambiental entendem-se os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
BRASIL, 2018, p. 43
Tal conceito nos faz refletir sobre o fato de que a educação ambiental não exclui o desenvolvimento, mas o realiza levando em consideração a capacidade de resiliência do planeta. 
Podemos inferir que a educação ambiental abarca o direito jurídico, pois é instrumento de efetivação do direito e da necessidade dos seres humanos ao desenvolvimento ambiental equilibrado, condição indispensável à dignidade de vida das gerações viventes e das futuras. Somente por intermédio da educação, a humanidade será capaz de compreender a relevância das questões ambientais e sua inter-relação com o meio ambiente.
As discussões sobre educação ambiental remetem a um antigo e amplo histórico nacional e internacional. Durante a Rio-92, um evento realizado no Rio de Janeiro que foi marco das discussões sobre meio ambiente, foi elaborado o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Nele, foram estabelecidos princípios, diretrizes e planos de ação fundamentais para a promoção da educação para as sociedades sustentáveis. Eles enfatizaram a importância do pensamento e das atitudes críticas, coletivas e solidárias, da interdisciplinaridade, da multiplicidade e da valorização da diversidade.
No Quadro 5, vamos conhecer os dezesseis princípios da educação para sociedades sustentáveis e responsabilidade global.
A partir daí, diversos programas foram emoldurados na busca do desenvolvimento

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