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QUESTÕES SOBRE A AULA 2 QUESTÕES SOBRE A AULA 1. Ano: 2018 - Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC/SE – Cargo: Delegado de Polícia. Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a teorias sociológicas em criminologia. Relacionada a movimentos conservadores e a orientações políticas também conservadoras, a teoria sociológica do conflito considera que a harmonia social advém da coerção e do uso da força, pois as sociedades estão sujeitas a mudanças contínuas e são predispostas à dissolução. Certo ( ) Errado ( ) 2. Ano: 2018 – Banca: FCC – Cargo: Consultor Legislativo. A chamada criminalidade do colarinho branco foi assim designada de forma pioneira no âmbito da teoria criminológica: a) da criminologia crítica, a partir dos estudos de Baratta. b) do libelling aproach, a partir da obra de Becker. c) da associação diferencial, a partir da obra Shutterland. d) da discriminação simbólica, a partir da obra de Crane. e) do cálculo racional, a partir dos estudos de Forman. 3. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: Polícia Federal Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL. Julgue o item a seguir, relativos a modelos teóricos da criminologia. De acordo com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade social do indivíduo de atingir suas metas pessoais, o que o faz negar a norma imposta e criar suas próprias regras, conforme o seu próprio interesse. Certo ( ) Errado ( ) 4. Ano: 2018 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: Polícia Federal - Cargo: Delegado de Polícia Federal. Julgue o item a seguir, relativos a modelos teóricos da criminologia. Conforme a teoria ecológica, crime é um fenômeno natural e o criminoso é um delinquente nato possuidor de uma série de estigmas comportamentais potencializados pela desorgani- zação social. Certo ( ) Errado ( ) questões sobre a aula 3 5. Ano: 2018 – Banca: UEG – Órgão: PC-GO – Cargo: Delegado de Polícia. Sobre a Criminologia, desde a perspectiva de seu conceito, métodos e objetos, tem-se o seguinte: a) A partir dos estudos culturais (cultural studies), a criminologia clínica resgata os es- tudos do labelling approach. b) Os estudos culturais (cultural studies) permitiram o desenvolvimento da chamada criminologia cultural, responsável pela classificação pormenorizada de grupos des- viantes, tais como punks ou grafiteiros. c) As vertentes criminológicas abarcadas sob a terminologia de saber criminológico pós-crítico, ainda que assim possam ser denominadas enquanto legatárias da crimi- nologia crítica, mantêm-se atreladas ao projeto científico de um sistema universal de compreensão do crime. d) Os estudos realizados por Howard Becker sobre grupos consumidores de maconha, na década de 50, nos Estados Unidos, deram origem à perspectiva criminológica cultural, por meio da qual é possível compreender a dimensão patológica do uso de drogas para os fins da intervenção estatal preventiva e também repressiva sobre tráfico de entorpecentes. e) A primeira referência teórica e metodológica para a realização de estudos criminológi- cos sobre formas de ativismo político urbano identificados com o chamado movimento punk é a obra Outsiders: studies in the sociology of deviance (Outsiders: estudo de sociologia do desvio), de Howard Becker, a partir dos estudos que realiza entre grupos consumidores de maconha e músicos de jazz, na década de 50, nos Estados Unidos. 6. Ano: 2018 – Banca: VUNESP – Órgão: PC-SP - Cargo: Agente Policial). A ausência de utilitarismo da ação, a malícia da conduta e seu respectivo negativismo são fatores associados à teoria sociológica da criminalidade denominada como: a) Subcultura Delinquente. b) Anomia c) Teoria Ecológica do Crime. d) Labeling approach ou “etiquetamento”. e) Associação Diferencial. 7. Ano: 2018 – Banca: VUNESP – Órgão: PC-SP - Cargo: AGENTE POLICIAL. A teoria sociológica da criminalidade que teve, entre seus principais autores, Émile Durkheim e Robert Merton é conhecidamente denominada na criminologia como: a) Escola de Chicago. b) Teoria Ecológica do Crime. c) Labeling approach ou “etiquetamento”. d) Associação Diferencial. e) Anomia. 4 8. Ano: 2018 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – AGENTE POLICIAL. Os conceitos básicos de “desorganização social” e de “áreas de delinquência” são desenvol- vidos e relacionados com o fenômeno criminal de modo preponderante, por meio da teoria sociológica da criminalidade, denominada como: a) Escola de Chicago. b) Subcultura Delinquente. c) Associação Diferencial. d) Anomia. e) Labeling approach ou “etiquetamento”. 9. Ano: 2016 – Banca: MPE/SC – Órgão: MPE-SC – Cargo: PROMOTOR DE JUSTIÇA. No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente, originariamente conhecida como “Escola de Chicago”, assevera que a delinquência surge como resultado da estrutura das classes sociais, que faz com que alguns grupos aceitem a violência como forma de resolver os conflitos sociais. Certo ( ) Errado ( ) 10. Ano: 2013 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: Polícia Federal – Delegado de Polícia Federal. Julgue o item a seguir, relacionados aos modelos teóricos da criminologia. A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do delinquente. Certo ( ) Errado ( ) 11. Ano: 2019 – Banca: INSTITUTO CONSULPLAN – Órgão: MPE/SC – Cargo: PROMOTOR DE JUSTIÇA. A política de repressão implementada nos anos 90 pelo então Prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, orientada pelo chamado “movimento da lei e da ordem”, é criticada porque resultou no aumento da violência policial e não obteve redução dos índices de criminalidade. Certo ( ) Errado ( ) 12. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. A criminologia, diante do fenômeno do delito, na busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa premissa dual, chamada por Men- delsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte. A criminologia classifica como vitimização secundária a coisificação, pelas esferas de controle formal do delito, da pessoa ofendida, ao tratá-la como mero objeto e com desdém durante a persecução criminal. Certo ( ) Errado ( ) questões sobre a aula 5 13. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF - Cargo: DEFENSOR PÚBLICO). Como ações profiláticas contra o crime, a doutrina apresenta uma série analítica de prevenções, incidente no estado democrático de direito. A respeito de prevenção, julgue o item seguinte. A prevenção primária do delito ocorre por meio de implementação de medidas efetivas vol- tadas à ressocialização do apenado. Certo ( ) Errado ( ) 14. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Como ações profiláticas contra o crime, a doutrina apresenta uma série analítica de prevenções, incidente no estado democrático de direito. A respeito de prevenção, julgue o item seguinte. A prevenção terciária do delito aponta suas diretrizes ao efetivo implemento das políticas sociais pelo estado social de direito, que consiste na adoção de medidas mais eficazes de prevenção ao delito. Certo ( ) Errado ( ) 15.Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF - Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Com relação às teorias da criminologia e à prevenção da infração penal no estado democrático de direito, julgue o item subsequente acerca dos modelos de reação ao delito. O cumprimento dos deveres legais por parte do apenado recluso constitui instrumento de reação ao delito analisado pelo modelo restaurador: o real impacto do castigo aplicado ao indivíduo no caso concreto é capaz de aferir os diagnósticos e de proporcionar adequadas soluções para prevenir a reincidência. Certo ( ) Errado ( ) 16. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: TJ/DFT - Cargo: TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS. Acerca dos pensamentos criminológicos e das bases históricas, filosóficas e teóricas do direito penal, assinale a opção correta. a) O direito penal do inimigo, de Gunther Jakobs, estabelece a proteção da norma jurídica como fator de proteção social, com recrudescimento das medidas penais com vistas à contenção da violência, mas garantindo ao inimigo a postura de sujeito de direito, por meio da observância das garantias constitucionais. b) O neopunitivismo, como movimento panpenalismo, estabelece baixo nível de sele- tividade dos fatos criminosos e de seus autores pelas leis penais e máxima garantia ao cidadão contra a intervenção excessiva do Estado punitivista. c) O direito intervencionista oferece soluções satisfatórias para o enfrentamento da criminalidade, com ampliação do Estado punitivista e imposição de penas mais drás- ticas na contenção de crimes de perigo abstrato ou contra bens coletivos ou difusos. d) O Código Criminal do Império foi criado, em 1830, com vistas ao estabelecimento de um ordenamento jurídico penal brasileiro próprio, embora não tenha conseguido seu intento liberal, diante de obstáculos socioeconômicos enraizados na sociedade agrária, escravista e patriarcal existente à época. 6 e) A criminalização primária, consistente no poder punitivo subjetivo exercido pelo Es- tado contra pessoas determinadas, caracteriza-se pela seletividade e vulnerabilidade, com fundamento na teoria do etiquetamento. 17. Ano: 2019 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: TJ/SC – Cargo: Juiz Substituto. O estudo das teorias relaciona-se intimamente com as finalidades da pena. Nesse sentido, a teoria que sustenta que a única função efetivamente desempenhada pela pena seria a neutralização do condenado, especialmente quando a prisão acarreta seu afastamento da sociedade, é a teoria: a) das janelas quebradas. b) relativa. c) unificadora. d) agnóstica. 18. Ano: 2019 – Banca: FCC– Órgão: DPE/SP – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Com relação às críticas feitas por parte da doutrina às teorias preventivas da pena, é correto afirmar: a) A falha que se aponta na teoria da prevenção geral positiva, no modelo de Günther Jakobs, é que ela legitima a imposição da pena nos casos de delitos mais refinados, que acarretam maior danosidade social, mas admite a abstenção das agências penais em relação aos delitos de massa, típicos da classe menos abastada. Uma das críticas feitas à teoria da prevenção geral negativa é que a medida da pena não teria relação com a gravidade do fato praticado, mas sim dependeria do grau de periculosidade do agente, isto é, da probabilidade de voltar a delinquir e representar um risco à sociedade. A teoria da prevenção geral positiva, na sua versão eticizada, parte do falso pressuposto de que todo delito afeta valores ético-sociais comuns à coletividade, desconsiderando o fato de que nas sociedades modernas multiculturais não há um sistema de valores único, o que enseja uma ditadura ética. A principal crítica que se faz à teoria da prevenção especial negativa é que, ao contrário da ideologia ressocializadora por ela propagada, a criminalização e a prisonização do indivíduo não possibilitam o seu melhoramento moral ou psicológico, mas apenas deterioram a sua personalidade. O problema central da teoria da prevenção especial positiva é que ela pretende reforçar a confiança da coletividade no sistema jurídico abalado pela prática do delito, utilizando o indivíduo, autor da infração, como instrumento para obtenção desse fim”. 19. Ano: 2019 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: TJ/BA – Cargo: Juiz de Direito. A explicação do crime como fenômeno coletivo cuja origem pode ser encontrada nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a família e o ambiente moral, corresponde à perspectiva criminológica denominada: a) sociologia criminal. b) criminologia da escola positiva. questões comentadas 7 c) criminologia socialista d) labeling approach, ou etiquetamento. e) ecologia criminal. 20. Ano: 2018 – Banca: FCC – Órgão: DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO. O realismo criminológico de esquerda: a) propõe a ideia da “janela quebrada”, segundo a qual a luta contra os pequenos dis- túrbios cotidianos faz recuar os grandes problemas criminais. b) é uma vertente do abolicionismo penal que defende a superação do direito penal na sociedade atual por meio de uma política criminal pacifista. c) entende que não só a reação ao delito, mas o delito em si é um problema verdadeiro que afeta a classe trabalhadora. d) é um campo de pensamento conhecido no Brasil como “esquerda punitiva” e que deslegitima criminalizações, ainda que os pobres sejam os mais atingidos. e) surgiu na América Latina como forma de contrapor o pensamento criminológico eurocêntrico e destacar os problemas da realidade local. GABARITO. 1. Errado 2. C 3. Certo 4. Errado 5. E 6. A 7. E 8. A 9. Errado 10. Certo 11. Errado 12. Certo 13. Errado 14. Errado 15. Errado 16. D 17. E 18. C 19. A 20. C QUESTÕES COMENTADAS 1. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC/SE – DELEGADO DE POLÍCIA. Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, relativo a teorias sociológicas em criminologia. Relacionada a movimentos conservadores e a orientações políticas também conservadoras, a teoria sociológica do conflito considera que a harmonia social advém da coerção e do uso da força, pois as sociedades estão sujeitas a mudanças contínuas e são predispostas à dissolução: Certo ( ) Errado ( ) 8 GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO Conservadoras: Teorias de consenso. Progressistas: Teorias de conflito. As teorias macrossociológicas do conflito consolidaram-se ao criticar as posturas tradi- cionais da teoria do consenso, eis que, ancorada no pensamento marxista, acredita ser o modelo econômico adotado em determinado local o principal gerador da criminalidade. (SAMPAIO. Nestor. Manual Esquemático de Criminologia. São Paulo: Saraiva JUR, 2018, p. 53). 2. Ano: 2021 – Banca: FCC – Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal– Cargo: Assessor Jurídico Legislativo. A chamada criminalidade do colarinho branco foi assim designada de forma pioneira no âmbito da teoria criminológica: a) da criminologia crítica, a partir dos estudos de Baratta. b) do libelling aproach, a partir da obra de Becker. c) da associação diferencial, a partir da obra Shutterland. d) da discriminação simbólica, a partir da obra de Crane. e) do cálculo racional, a partir dos estudos de Forman. GABARITO: C. SOLUÇÃO O delito é estabelecido com base em valores dominantes de um grupo de indivíduos torna-se delinquente ao APRENDER o comportamento criminoso e se associar à conduta desviante, por julgar que as condições favoráveis superam as condições desfavoráveis à prática criminosa. Teoria da Associação Diferencial desenvolvida por Edwin Sutherland, com inspiração em Gabriel Tarde. Tarde era resistente as teorias antropobiológicas, buscava alternativas aessa tese (biológica). Para ele, o homem se liga à criminalidade não apenas por razões psíquico-orgânicas, mas também por conselhos, sugestões e influências sociais. Gabriel Tarde foi quem escreveu a obra, “As leis da imitação”. A diferença do pensamento de Sutherland para Tarde era que “para Tarde, o criminoso é mero receptor passivo de impulsos delitivos ou não delitivos, não havendo interação ou contribuição para o influenciado. Ao passo que para Sutherland, conforme veremos, há um necessário processo de comunicação pessoal”. Sutherland foi quem aprofundou com rigor científico a teoria do crime de colarinho branco. Sutherland notou, pelas estatísticas oficiais, a incidência de crime relativamente mais alta nas classes mais baixas e incidência mais baixas nas classes mais altas. Analisando criticamente os dados, procurou um fator comum para explicar a criminalida- de, algo que justificasse esse fator, segundo ele seria a aprendizagem. “O comportamento criminoso é consequência de um processo de aprendizagem que se desenvolve no meio questões comentadas 9 em que o crime é cometido”. O processo de aprendizagem pode ocorrer com indivíduos de qualquer classe social. 3. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: Polícia Federal – Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL. Julgue o item a seguir, relativos a modelos teóricos da criminologia. De acordo com a teoria da anomia, o crime se origina da impossibilidade social do indivíduo de atingir suas metas pessoais, o que o faz negar a norma imposta e criar suas próprias regras, conforme o seu próprio interesse. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. SOLUÇÃO Teoria da Anomia significa Ausência de Regra. Para Merton, a Anomia é a distância entre a expectativa do sucesso com os meios para alcançá-la. Desta feita, este cunhou 5 (cinco) formas de adaptação do indivíduo (reações) aos meios institucionalizados, quais sejam: 1. Conformismo; 2. Inovação; 3. Ritualismo; 4. Evasão; 5. Rebelião. A questão ora em apreço se trata da REBELIÃO, a qual dispõe que o sujeito rejeita às metas culturais e os meios institucionalizados, procurando estabelecer uma nova ordem social, em razão do inconformismo e revolta. Para Merton, um dos principais autores da Teoria da Anomia, sempre que a sociedade acentuar a importância de determinadas metas e não oferecer possibilidades de atingi-las, por meios legítimos, estaremos diante de uma situação de Anomia. Logo, irá potencializar a criminalidade. 4. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: Polícia Federal – Cargo: DELEGADO DE POLÍCA FEDERAL. Julgue o item a seguir, relativos a modelos teóricos da criminologia. Conforme a teoria ecológica, crime é um fenômeno natural e o criminoso é um delinquente nato possuidor de uma série de estigmas comportamentais potencializados pela desorgani- zação social. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO Conforme a teoria ecológica, crime é um fenômeno natural e o criminoso é um delin- quente nato possuidor de uma série de estigmas comportamentais potencializados pela desorganização social. O crime como um fenômeno natural (e não um ente jurídico), o criminoso como um delinquente nato e possuidor de estigmas comportamentais são postulados da Escola Positivista. A Teoria Ecológica – ou da Desorganização Social – Decorrente da Escola de Chicago, ex- plica o efeito criminógeno da grande cidade, valendo-se dos conceitos de desorganização 10 e contágio inerentes aos modernos núcleos urbanos e, sobretudo, invocando o debilita- mento do controle social desses núcleos. A deterioração dos grupos primários (família etc.), a modificação qualitativa das relações interpessoais que se tornam superficiais, a alta mobilidade e a consequente perda de raízes no lugar da residência, a crise de valores tradicionais e familiares, a superpopulação, a tentadora proximidade às áreas comerciais e industriais onde se acumula riquezas e o enfraquecimento do controle social criam um meio desorganizado e criminógeno. 5. Ano: 2018 - Banca: UEG –Órgão: PC-GO Cargo: DELEGADO DE POLÍCA. Sobre a Criminologia, desde a perspectiva de seu conceito, métodos e objetos, tem-se o seguinte: a) A partir dos estudos culturais (cultural studies), a criminologia clínica resgata os es- tudos do labelling approach. b) Os estudos culturais (cultural studies) permitiram o desenvolvimento da chamada criminologia cultural, responsável pela classificação pormenorizada de grupos des- viantes, tais como punks ou grafiteiros. c) As vertentes criminológicas abarcadas sob a terminologia de saber criminológico pós-crítico, ainda que assim possam ser denominadas enquanto legatárias da crimi- nologia crítica, mantêm-se atreladas ao projeto científico de um sistema universal de compreensão do crime. d) Os estudos realizados por Howard Becker sobre grupos consumidores de maconha, na década de 50, nos Estados Unidos, deram origem à perspectiva criminológica cultural, por meio da qual é possível compreender a dimensão patológica do uso de drogas para os fins da intervenção estatal preventiva e também repressiva sobre tráfico de entorpecentes. 6. A primeira referência teórica e metodológica para a realização de estudos criminológicos sobre formas de ativismo político urbano identificados com o chamado movimento punk é a obra Outsiders: studies in the sociology of deviance (Outsiders: estudo de sociologia do desvio), de Howard Becker, a partir dos estudos que realiza entre grupos consumidores de maconha e músicos de jazz, na década de 50, nos Estados Unidos. GABARITO: E. SOLUÇÃO Os anos 1960 marcam um sucessivo período de relações críticas que abrem uma fissura no aparente monolitismo cultural e social americano. Sucedeu um período de intensas e extensas áreas de conflito, com repercussão notada em todas as áreas do conhecimento, no plano das ideologias, na esfera da cultura, no alcance das relações humanas. (...) Em todas as épocas, sempre se ouviu falar em desajuste, delinquência e rebeldia. Nos anos 60 isso não poderia ser diferente. Entretanto, de braços dados com essa rebeldia, surge um potencial crítico e criativo, um idealismo marcante e abrangente, uma força transfor- madora como nunca na história da humanidade os jovens haviam experimentado. Essa década é marcada por um culto “científico” às drogas, pelo psicodelismo do rock and roll (...) e segue comentando sobre a insatisfação nos jovens que surgiram na década de 1950 (SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, questões comentadas 11 p. 242). Esse é o contexto histórico. Agora em outro trecho um pouco mais à frente, es- pecificamente sobre Becker e a obra Outsiders: É Howard Becker, no entanto, o primeiro autor a aprofundar a problemática das condutas desviadas, em seu livro Outsiders. Em tradução livre pode-se dizer que um outsider é a pessoa que não é aceita como membro de uma sociedade, de um grupo, de um clube etc. A teoria do Labelling Approach/reação social/interacionista aponta que as instâncias de controle social definem o que será punido e o que será tolerado – Seletividade do Sistema Penal. Dá enfoque aos processos de criminalização. Edwin M. Lemert, autor relevante para o tema, destaca que são dois os tipos de desvio existentes. • Primário: ocorre devido a fatores sociais, culturais ou psicológicos. O individ́uo delinque em razão de circunstâncias sociais. • Secundário: decorre da incriminação, da estigmatização e da reação social negativa do outsider (oprimido, compelido a adentrar a carreira criminosa). Trata a criminalidade não só como uma qualidade de uma determinada conduta, mas sim como resultado de um processo de estigmatização da conduta – carimbo/rótulo fruto do Direito Penal Seletivo. 7. Ano: 2018 – Banca: VUNESP – Órgão: PC-SP - Cargo: AGENTE POLICIAL. A ausência de utilitarismo da ação, a malícia da conduta e seu respectivo negativismo são fatores associados à teoria sociológica dacriminalidade denominada como: a) Subcultura Delinquente. b) Anomia c) Teoria Ecológica do Crime. d) Labeling approach ou “etiquetamento”. e) Associação Diferencial. GABARITO: A. SOLUÇÃO As três principais características do crime para a Teoria da Subcultura Delinquente são: - Não utilitarismos da ação, ou seja, a ação não tem utilidade, é um ato de contestação. Se estivermos estudando um furto, por exemplo, o objeto furtado não será usado para comprar coisas ou será consumido. O furto não foi realizado porque o grupo queria ter aquele bem e não podia comprá-lo, ou para vendê-lo e compra outras coisas. De acordo com a Subcultura Delinquente, a intenção com esse furto não era o aproveitamento material e sim a contestação do modelo de sociedade que valoriza sobremaneira o “ter”; - Malícia da conduta, ou seja, prazer em ver o outro sofrer. É um sadismo. Se roubarem a bolsa de uma velhinha, por exemplo, é pela graça de ver a velhinha sem rumo e não pelo valor que tem a bolsa; - Negativismo, ou seja, nega o valor dominante, baseia-se em outros valores. A conduta criminosa nega a conduta dominante na sociedade, é baseada nos valores do grupo. Como 12 um grupo de jovens pichadores que escrevem em edifícios e monumentos da cidade. É uma contraposição à ordem majoritária, realizam atos de contestação. Um argumento central para a teoria da subcultura delinquente é a existência de diferen- ças essenciais entre a criminalidade subcultural e a criminalidade em geral. A subcultura, típica das gangues, valoriza o não utilitarismo, a malícia, o negativismo, a versatilidade, o hedonismo de curto prazo e a autonomia de grupo. 8. Ano: 2018 – Banca: VUNESP – Órgão: PC-SP - Cargo: AGENTE POLICIAL. A teoria sociológica da criminalidade que teve, entre seus principais autores, Émile Durkheim e Robert Merton é conhecidamente denominada na criminologia como: a) Escola de Chicago. b) Teoria Ecológica do Crime. c) Labeling approach ou “etiquetamento”. d) Associação Diferencial. e) Anomia. GABARITO: E. SOLUÇÃO Parte superior do formulário Teoria da anomia: esclarece o pensamento de Robert King Merton sobre a teoria da ano- mia. Procura esclarecer a distinção entre as estruturas cultural e social de uma sociedade, a relação que entre essas estruturas se estabelece e os efeitos que elas projetam no comportamento dos indivíduos socializados, fatores decisivos para a prática de condutas compatíveis ou desviantes do padrão convencional. Émile Durkheim e Robert Merton é conhecidamente denominada na criminologia como Anomia. 9. Ano: 2018 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – AGENTE POLICIAL. Os conceitos básicos de “desorganização social” e de “áreas de delinquência” são desenvol- vidos e relacionados com o fenômeno criminal de modo preponderante, por meio da teoria sociológica da criminalidade, denominada como: a) Escola de Chicago. b) Subcultura Delinquente. c) Associação Diferencial. d) Anomia. e) Labeling approach ou “etiquetamento”. GABARITO: A. SOLUÇÃO Escola de Chicago = “desorganização social”. questões comentadas 13 - Escola de Chicago - Teoria Ecológica ou Espacial - desorganização social - aumento po- pulacional + falta de políticas públicas = aumento da criminalidade. 10. Ano: 2016 – Banca: MPE/SC – Órgão: MPE-SC – Cargo: PROMOTOR DE JUSTIÇA. No âmbito das teorias criminológicas, a teoria da subcultura delinquente, originariamente conhecida como “Escola de Chicago”, assevera que a delinquência surge como resultado da estrutura das classes sociais, que faz com que alguns grupos aceitem a violência como forma de resolver os conflitos sociais. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO O erro está em associar a teoria da subcultura deliquente de Albert Cohen com a escola de Chicago. A escola de Chicago é composta pela Teoria Ecológica e pela Teoria Espacial. As teorias criminológicas de base sociológica são classificadas em teorias do consenso e do conflito social. Assim, enquanto aquelas defendem que a finalidade da sociedade é atingida no momento em que suas instituições funcionam perfeitamente, de modo que as pessoas compartilhem objetivos comuns e aceitem as normas vigentes, nestas últimas a ordem e coesão social são impostas, revelando a dominação por alguns, e sujeição de outros. Portanto, pelas teorias do conflito os membros de uma sociedade não compar- tilham os mesmos interesses, e o controle social se presta a garantia do poder vigente. A escola de Chicago, teoria da Associação Diferencial, teoria da Subcultura Delinquente e a teoria da Anomia são exemplos de teorias do consenso, enquanto a teoria Crítica ou Radical, bem como a teoria do Etiquetamento (Labelling approach) são espécies de teorias do conflito. 11. Ano: 2013 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: Polícia Federal – Delegado de Polícia Federal. Julgue o item a seguir, relacionados aos modelos teóricos da criminologia. A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do delinquente. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. SOLUÇÃO Durkeim considera o crime benéfico para a sociedade, pois reafirma e legitima o poder estatal. Quando o Estado entra para combater/punir, reforça o contrato social Estado-povo. Émile Durkheim foi um sociólogo francês do final do século XIX. Ele é considerado um dos principais teóricos da anomia. A anomia é o estado de desregramento, de ausência ou de desintegração das normas sociais, produzindo uma situação de transgressão ou de pouca coesão. Para Durkheim, o crime se torna um problema quando existe uma 14 situação de anomia. Caso contrário, o crime é um fenômeno relativamente normal. Sua teoria se afastava da patologização do delito defendida, por exemplo, pelos positivistas. A criminologia sociológica se consolidou como uma importante alternativa às teorias biológicas e psicológicas (sobre o caráter, caracterológicas) do delito. 12. Ano: 2019 – Banca: INSTITUTO CONSULPLAN – Órgão: MPE/SC – Cargo: PROMOTOR DE JUSTIÇA. A política de repressão implementada nos anos 90 pelo então Prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, orientada pelo chamado “movimento da lei e da ordem”, é criticada porque resultou no aumento da violência policial e não obteve redução dos índices de criminalidade. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO Errado e sintetizado: a teoria das janelas quebradas estabelece relação de causalidade entre criminalidade e desordem. A ausência de cuidados acarreta rompimento dos con- troles da comunidade. Necessidade de o Estado punir os delitos mais brandos, implicando em aumento de rigor penal. Crítica: resultou no aumento da violência policial, porém obteve redução dos índices de criminalidade. Porque resultou no aumento da violência policial e não obteve redução dos índices de criminalidade. De fato, houve um aumento da violência policial (abusos), contudo, obtiveram sim redu- ção dos índices de criminalidade. 13. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. A criminologia, diante do fenômeno do delito, na busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa premissa dual, chamada por Men- delsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte. A criminologia classifica como vitimização secundária a coisificação, pelas esferas de controle formal do delito, da pessoa ofendida, ao tratá-la como mero objeto e com desdém durante a persecução criminal. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. SOLUÇÃO Vitimização primária = trauma em decorrência diretado delito. Vitimização secundária = trauma sofrido em decorrência dos processos e procedimentos estatais. Vitimização terciária = traumas em decorrência de apontamentos, julgamentos da sociedade. Primária: questões comentadas 15 Efeitos da conduta criminosa em si, podem ser materiais ou psíquicos. Exemplo: o trauma que um estupro causa a pessoa que sofreu a violência. Decorre do delito. Secundária: É o sofrimento causado à vítima durante o inquérito e o processo criminal. Exemplo: no caso de estupro é o interrogatório que a vítima é submetida, tanto no in- quérito quanto na fase judicial, fazendo com que reviva todo o momento traumático. Decorre do processo. Terciária: É o sofrimento causado à vítima em razão da ausência de receptividade social e omis- são estatal. Exemplo: a sociedade afirma que o estupro ocorreu porque a vítima estava com uma roupa curta. Decorre da sociedade. 14. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF - Cargo: DEFENSOR PÚBLICO). Como ações profiláticas contra o crime, a doutrina apresenta uma série analítica de prevenções, incidente no estado democrático de direito. A respeito de prevenção, julgue o item seguinte. A prevenção primária do delito ocorre por meio de implementação de medidas efetivas vol- tadas à ressocialização do apenado. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO • Prevenção primária: o Estado busca atacar a etiologia do delito. Medidas de longo e médio prazos que atuam na raiz do conflito. Ex.: investimento em saúde/educação/ trabalho/lazer e bem-estar. (essa é a + eficaz) • Prevenção secundária: ações concretas em locais específicos como forma de combater a criminalidade. É onde o crime se manifesta (zonas quentes da criminalidade). Ex.: UPA no RJ. • Prevenção terciária: dirigida ao preso. Busca ressocializar e e evitar a reincidência. As medidas indiretas de prevenção atuam sobre as causas dos delitos, têm como alvo o indivíduo (personalidade, caráter, motivações) e o meio em que ele vive (condições sociais, políticas públicas etc.). No Estado Democrático de Direito, o interesse maior está em evitar o delito (caráter prevencionista), e não em puni-lo. E neste aspecto, os estudos dos fatores motivadores e inibitórios das práticas criminosas são fundamentais. 16 15. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Como ações profiláticas contra o crime, a doutrina apresenta uma série analítica de prevenções, incidente no estado democrático de direito. A respeito de prevenção, julgue o item seguinte. A prevenção terciária do delito aponta suas diretrizes ao efetivo implemento das políticas sociais pelo estado social de direito, que consiste na adoção de medidas mais eficazes de prevenção ao delito. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO Prevenção terciária: é marcada por políticas de execução penal voltadas à população carcerária, com caráter punitivo e com desiderato na recuperação do recluso para evitar sua reincidência por meio da ressocialização. A prevenção primária do delito aponta suas diretrizes ao efetivo implemento das políticas sociais pelo estado social de direito, que consiste na adoção de medidas mais eficazes de prevenção ao delito. 16. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF - Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Com relação às teorias da criminologia e à prevenção da infração penal no estado democrático de direito, julgue o item subsequente acerca dos modelos de reação ao delito. O cumprimento dos deveres legais por parte do apenado recluso constitui instrumento de reação ao delito analisado pelo modelo restaurador: o real impacto do castigo aplicado ao indivíduo no caso concreto é capaz de aferir os diagnósticos e de proporcionar adequadas soluções para prevenir a reincidência. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. SOLUÇÃO O cumprimento dos deveres legais por parte do apenado recluso constitui instrumento de reação ao delito analisado pelo modelo ressocializador: o real impacto do castigo aplicado ao indivíduo no caso concreto é capaz de aferir os diagnósticos e de proporcionar adequadas soluções para prevenir a reincidência. Modelo ressocializador: intervém na vida e na pessoa do infrator, não apenas lhe aplican- do uma punição, mas também lhe possibilitando a reinserção social. Aqui a participação da sociedade é relevante para a ressocialização do infrator, prevenindo a ocorrência de estigmas. De acordo com esse modelo, considerado humanista, a pena, com caráter uti- litário, apresenta a finalidade de prevenção especial positiva, destinando-se à reinserção social mediante uma intervenção positiva na pessoa do condenado, não se restringindo à noção de castigo, de retribuição do mal causado. É exemplo de instrumento de reação ao delito analisado pelo modelo ressocializador, o cumprimento dos deveres estabelecidos por meio de lei por parte do preso. questões comentadas 17 17. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: TJ/DFT - Cargo: TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS. Acerca dos pensamentos criminológicos e das bases históricas, filosóficas e teóricas do direito penal, assinale a opção correta. a) O direito penal do inimigo, de Gunther Jakobs, estabelece a proteção da norma jurídica como fator de proteção social, com recrudescimento das medidas penais com vistas à contenção da violência, mas garantindo ao inimigo a postura de sujeito de direito, por meio da observância das garantias constitucionais. O neopunitivismo, como movimento panpenalismo, estabelece baixo nível de seletivida- de dos fatos criminosos e de seus autores pelas leis penais e máxima garantia ao cidadão contra a intervenção excessiva do Estado punitivista. O direito intervencionista oferece soluções satisfatórias para o enfrentamento da criminalidade, com ampliação do Estado punitivista e imposição de penas mais drásticas na contenção de crimes de perigo abstrato ou contra bens coletivos ou difusos. O Código Criminal do Império foi criado, em 1830, com vistas ao estabelecimento de um ordenamento jurídico penal brasileiro próprio, embora não tenha conseguido seu intento liberal, diante de obstáculos socioeconômicos enraizados na sociedade agrária, escravista e patriarcal existente à época. A criminalização primária, consistente no poder punitivo subjetivo exercido pelo Estado contra pessoas determinadas, caracteriza-se pela seletividade e vulnerabilidade, com fundamento na teoria do etiquetamento. GABARITO: D. SOLUÇÃO Juristas de diversos países consideraram, na época, o Código Criminal de 1830, quer pelas disposições práticas de seus artigos ou pela atualidade de seus princípios, um notável trabalho do Direito no Brasil. No dizer do historiador Américo Jacobina Lacombe, “foi o primeiro código penal autônomo na América Latina e sua influência sobre os que lhe seguiram é incontestável”. Criminalização primária é o ato e o efeito de sancionar de uma lei primária material, que incrimina ou permite a punição de determinadas pessoas. Trata-se de um ato formal, fundamentalmente programático, pois, quando se estabelece que uma conduta deve ser punida, enuncia-se um programa o qual deve ser cumprido pelos entes estatais (polícias, Ministério Público, Poder Judiciário etc.). Criminalização secundária é a ação punitiva exercida sobre pessoas concretas. Verifica-se quando os órgãos estatais detectam um indivíduo, a quem se atribui a prática de um ato primariamente criminalizado, sobre ele recaindo a persecução penal. Para Zaffaroni, a criminalização secundária possui duas características: seletividade e vulnerabilidade, pois há forte tendência de ser o poder punitivo exercido precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de suas fraquezas, a exemplo dos moradores de rua, prostitutas e usuários de drogas. Este fenômeno guarda íntima relação com o movimento criminológico conhecido como labeling approach (teoria da rotulação ou do etiquetamento):aqueles que integram a 18 população criminosa são estigmatizados, rotulados ou etiquetados como sujeitos contra quem normalmente se dirige o poder punitivo estatal (MASSON, Cleber. Direito penal. vol. 1. 8. ed. São Paulo: Método, 2014). 18. Ano: 2019 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: TJ/SC – Cargo: Juiz Substituto. O estudo das teorias relaciona-se intimamente com as finalidades da pena. Nesse sentido, a teoria que sustenta que a única função efetivamente desempenhada pela pena seria a neutralização do condenado, especialmente quando a prisão acarreta seu afastamento da sociedade, é a teoria: a) das janelas quebradas. b) relativa. c) unificadora. d) agnóstica. GABARITO: E. SOLUÇÃO Para a teoria agnóstica da pena, esta está apenas cumprindo o papel degenerador da neutralização, já que empiricamente comprovada a impossibilidade de ressocialização do apenado. Não quer dizer que essa finalidade de ressocializar, reintegrar o condenado ao convívio social deva ser abandonada, mas deve ser revista e estruturada de uma maneira diferente. Para tanto, adverte-se que a reintegração social daquele que delinquiu não deve ser perseguida através da pena e sim apesar dela, vez que para efeitos de ressocialização o melhor criminoso é o que não existe. Resumo da finalidade da pena: - Teoria absoluta retributivas ou expiação: retribuição justa. - Teoria relativa ou preventiva: prevenir delitos. - Teoria preventiva especial negativa: intimidação e segregação do indivíduo ao cárcere. - Teoria preventiva especial positiva: ressocialização. - Teoria agnóstica/negativa: neutralizar o indivíduo. 19. Ano: 2019 – Banca: FCC– Órgão: DPE/SP – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Com relação às críticas feitas por parte da doutrina às teorias preventivas da pena, é correto afirmar: a) A falha que se aponta na teoria da prevenção geral positiva, no modelo de Günther Jakobs, é que ela legitima a imposição da pena nos casos de delitos mais refinados, que acarretam maior danosidade social, mas admite a abstenção das agências penais em relação aos delitos de massa, típicos da classe menos abastada. Uma das críticas feitas à teoria da prevenção geral negativa é que a medida da pena não teria relação com a gravidade do fato praticado, mas sim dependeria do grau de periculo- sidade do agente, isto é, da probabilidade de voltar a delinquir e representar um risco à sociedade. questões comentadas 19 A teoria da prevenção geral positiva, na sua versão eticizada, parte do falso pressuposto de que todo delito afeta valores ético-sociais comuns à coletividade, desconsiderando o fato de que nas sociedades modernas multiculturais não há um sistema de valores único, o que enseja uma ditadura ética. A principal crítica que se faz à teoria da prevenção especial negativa é que, ao contrário da ideologia ressocializadora por ela propagada, a criminalização e a prisonização do indivíduo não possibilitam o seu melhoramento moral ou psicológico, mas apenas deterioram a sua personalidade. O problema central da teoria da prevenção especial positiva é que ela pretende reforçar a confiança da coletividade no sistema jurídico abalado pela prática do delito, utilizando o indivíduo, autor da infração, como instrumento para obtenção desse fim”. GABARITO: C. SOLUÇÃO O sistema penal fundamenta-se filosoficamente em um consenso na lei, quando, na ver- dade, esse consenso é ilusório. E, baseado nessa ilusão, a sociedade, criou o mito de que o ato desviado é uma exceção, quando, na verdade, é mais próximo do que as pessoas imaginam. Por outro lado, esse suposto consenso traduz o autoritarismo do sistema, o qual nega o pluralismo das sociedades heterogêneas contemporâneas. Na versão eticizante de Welzel na prevenção geral positiva, ele sustenta que a lei penal enfatiza certos valores éticos-sociais a atitude de respeito à vigência da norma (cons- cientização jurídica da população), promovendo, assim, uma integração social. Como consequência do fortalecimento da consciência jurídica estaria se protegendo bens ju- rídicos relevantes 20. Ano: 2019 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: TJ/BA – Cargo: Juiz de Direito. A explicação do crime como fenômeno coletivo cuja origem pode ser encontrada nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a família e o ambiente moral, corresponde à perspectiva criminológica denominada: a) sociologia criminal. b) criminologia da escola positiva. c) criminologia socialista d) labeling approach, ou etiquetamento. e) ecologia criminal. GABARITO: A. SOLUÇÃO O final do século XIX, via-se um predomínio das ideias sociológicas no campo da expli- cação causal do delito (Lacassagne, Tarde e Durkheim). Suas obras encontraram gran- de aceitação, enxergando o crime como fenômeno coletivo, cujas raízes poderiam ser encontradas nas mais variadas causas sociais, como a pobreza, a educação, a família, o ambiente moral. Investigando-se esses focos, poderia se prever, com alguma segurança, 20 o aumento da criminalidade e, então, combatendo-se essas causas, seria possível obter algum sucesso em sua redução. A sociologia criminal entende que o crime é um fenômeno social. Há uma série de marcos teóricos que explicam o crime como decorrência do fenômeno social, são eles: • Teoria Ecológica. • Teoria Estrutural-Funcionalista. • Teoria Subcultural. • Teoria Conflitual. • Teoria Interacionista. Surgiu após a luta das escolas, também conhecido como giro sociológico da criminologia. De acordo com Molina, a Sociologia Criminal é marcada por um duplo entroncamento, eis que é influenciada por um modelo americano (Escola de Chicago) e um modelo eu- ropeu (Durkheim). A Sociologia Criminal divide-se, para fins didáticos, no estudo das Teorias do Consenso e das Teorias do Conflito. 21. Ano: 2018 – Banca: FCC – Órgão: DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO. O realismo criminológico de esquerda: a) propõe a ideia da “janela quebrada”, segundo a qual a luta contra os pequenos dis- túrbios cotidianos faz recuar os grandes problemas criminais. é uma vertente do abolicionismo penal que defende a superação do direito penal na so- ciedade atual por meio de uma política criminal pacifista. entende que não só a reação ao delito, mas o delito em si é um problema verdadeiro que afeta a classe trabalhadora. é um campo de pensamento conhecido no Brasil como “esquerda punitiva” e que deslegitima criminalizações, ainda que os pobres sejam os mais atingidos. surgiu na América Latina como forma de contrapor o pensamento criminológico eurocêntrico e destacar os problemas da realidade local. GABARITO: C. SOLUÇÃO No realismo criminológico de esquerda, a causa da delinquência seria o capitalismo e, por conta disto, deveriam ser estudados com especial atenção os problemas da atual etapa do capitalismo, na qual o capital se emancipa do trabalho, o que acarreta o colap- so do Estado do bem-estar e, por conseguinte, a produção de uma nova marginalidade econômica e política. QUESTÕES SOBRE A AULA 2 QUESTÕES SOBRE A AULA 1. Ano: 2014 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PERITO CRIMINAL. No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é correto afirmar que a prevenção: a) secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais voltadas exclusivamente à reintegração do preso na sociedade. b) terciária consiste em políticas públicas de conscientização de todos os cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis, mediante o fornecimento de serviços públicos de qualidade, tais como saúde, educação e segurança. c) geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos propensos a delinquir, inibin- do-os de transgredir a lei penal. d) geral negativa busca, por meio da pena, a reeducação e a ressocialização do criminoso. e) primária consiste em, dentre outras, ações policiais de repressão às práticas delituosas. 2. Ano: 2014 – Cargo: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PERITO CRIMINAL. Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela: a) provocada pelocometimento do crime e pela conduta violadora dos direitos da vítima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasião do delito. b) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do crime. c) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo criminoso do agente. d) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada pela família, por grupo de amigos etc. e) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução criminal. 3. Ano: 2014 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP - Cargo: PERITO CRIMINAL. Sobre a Criminologia, é correto afirmar que: a) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. b) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito Penal. c) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da Sociologia. d) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da Psicologia. e) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas questões sobre a aula 3 4. Ano: 2014 – Banca: VUNESP –Órgão: PC/SP – Cargo: DESENHISTA TÉCNICO - PERICIAL. Para a criminologia, o crime é um fenômeno: a) científico. b) ideológico. c) regionalizado d) político. e) social. 5. Ano: 2014 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: DESENHISTA TÉCNICO PERICIAL. A criminologia é conceituada como uma ciência: a) jurídica (baseada nos estudos dos crimes e nas leis) monodisciplinar. b) empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar. c) social (baseada somente nos estudos do comportamento social do criminoso) e unidisciplinar. d) exata (baseada nas estatísticas da criminalidade) e multidisciplinar. e) humana (baseada na observação do criminoso e da vítima) e unidisciplinar. 6. Ano: 2013 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: Polícia Federal - Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA. Julgue o item a seguir, relacionado aos modelos teóricos da criminologia. De acordo com o interacionismo simbólico, ou simplesmente interacionismo, cuja perspectiva é macrossociológica, deve-se indagar como se define o criminoso, e não quem é o criminoso. Certo ( ) Errado ( ) 7. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue o item que se segue. As orientações sociológicas estão inseridas no panorama criminológico clássico e buscam identificar, por meio da análise psicológica, fatores criminais propulsores da delinquência, de modo a analisar fatores externos criminais introjetados no mundo anímico do homem. Certo ( ) Errado ( ) 8. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. A criminologia, diante do fenômeno do delito, na busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa premissa dual, chamada por Men- delsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte. De acordo com a teoria positivista, o criminoso é um ser inferior, incapaz de guiar livremente a sua conduta por haver debilidade em sua vontade: a intervenção estatal se faz necessária para correção da direção de sua vontade. Certo ( ) Errado ( ) 4 9. Ano: - Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Com relação às teorias da criminologia e à prevenção da infração penal no estado democrático de direito, julgue o item subsequente acerca dos modelos de reação ao delito. O modelo integrador baseia-se na ideia do criminoso racional, que, ao ponderar os malefícios do castigo pelo crime cometido, opta por respeitar a lei, especificamente diante da eficácia da lei e dos métodos de tratamento penitenciário. Certo ( ) Errado ( ) 10. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue o item que se segue. Segundo a teoria do enraizamento social de Hirschi, o delito, como um comportamento natural do ser humano, é inibido pelo processo de assunção de normas sociais, pelo apego e afeto às pessoas e pelo medo de dano irreparável a essas relações interpessoais. Certo ( ) Errado ( ) 11. Ano: 2018 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: PC-MA - Cargo: Delegado de Polícia Civil. Afirmar que a criminologia é interdisciplinar e tem o empirismo como método significa dizer que esse ramo da ciência: a) utiliza um método analítico para desenvolver uma análise indutiva. b) considera os conhecimentos de outras áreas para formar um conhecimento novo, se afirmando, então, como independente. c) utiliza um método silogístico. d) utiliza um método racional de análise e trabalha o direito penal de forma dogmática. e) é metafísica e leva em conta os métodos das ciências exatas para o estudo de seu objeto. 12. Ano: 2017 – Banca: Vunesp – Órgão: DPE-RO – Cargo: Defensor Público. Considerando o estudo da Criminologia, assinale a alternativa correta. a) Giovanni Falcone foi o primeiro nome do estudo da Criminologia Crítica no Brasil. b) Cifra negra refere-se à falta de diversidade da literatura criminal. c) A Escola Clássica nasceu na Suíça, no final do séc. XX. d) Enrico Ferri é um expoente da teoria do Etiquetamento. e) Raffaele Garofalo está ligado à Escola Criminal Positiva. 13. Ano: - Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PAPILOSCOPISTA POLICIAL. Segundo a doutrina dominante, Criminologia é uma ciência que se serve do método: a) lógico abstrato. b) dogmático. c) normativo. questões sobre a aula 5 d) empírico. e) dedutivo. 14. Ano: - Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PAPILOSCOPISTA POLICIAL. A polícia, o ministério público, o poder judiciário e o sistema penitenciário são instituições encarregadas de exercer o controle social: a) primário. b) formal. c) informal. d) terciário. e) secundário. 15. Ano: 2013 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPF – Cargo: POLÍCIA FEDERAL. Na questão, assinale a alternativa contendo a informação que preenche corretamente a lacuna. A _______ é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito. a) sobrevitimização. b) vitimização primária. c) vitimização secundária. d) vitimização terciária. e) heterovitimização. 16. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC/SE – Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA. Acerca do conceito e das funções da criminologia, julgue os itens seguintes. A pesquisa crimi- nológica científica visa evitar o emprego da intuição ou de subjetivismos no que se refere ao ilícito criminal, haja vista sua função de apresentar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o delito. Certo ( ) Errado ( ) 17. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC/SE – Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA. Em seu início, a sociologia criminal buscava associar a gênese delituosa a fatores biológicos. Posteriormente, ela passou a englobar as chamadas teorias macrossociológicas, que não se limitavam à análise do delito segundo uma visão do indivíduo ou de pequenos grupos, mas consideravam a sociedade como um todo. Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue os itens a seguir, relativos a teorias sociológicas em criminologia. Na perspectiva macrossociológica, o pensamento criminológico moderno é influenciado por duas visões: a das teorias de consenso e a das teorias de conflito. Certo ( ) Errado ( ) 6 18. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC-SE – Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL. No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democráticode direito, julgue o próximo item. Medidas indiretas de prevenção delitiva visam atacar as causas do crime: cessada a causa, cessam seus efeitos. Certo ( ) Errado ( ) 19. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC-SE - Cargo: DELEGADO DE POLÍCA) No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. A alteração dos espaços físicos e urbanos, como, por exemplo, a elaboração de novos dese- nhos arquitetônicos e o aumento da iluminação pública, pode ser considerada uma forma de prevenção delituosa. Certo ( ) Errado ( ) 20. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: PC/SE – Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA. No que se refere à prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue o próximo item. A prevenção terciária da infração penal consiste em medidas de longo prazo, como a garantia de educação, a redução da desigualdade social e a melhoria das condições de qualidade de vida, enquanto a prevenção primária é voltada à pessoa reclusa e visa à sua recuperação e reintegração social. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO. 1. C 2. E 3. E 4. E 5. B 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. Certo 11. A 12. E 13. D 14. B 15. E 16. Certo 17. Certo 18. Certo 19. Certo 20. Errado QUESTÕES COMENTADAS 1. Ano: 2014 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PERITO CRIMINAL. No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é correto afirmar que a prevenção: a) secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais voltadas exclusivamente à reintegração do preso na sociedade. questões comentadas 7 b) terciária consiste em políticas públicas de conscientização de todos os cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis, mediante o fornecimento de serviços públicos de qualidade, tais como saúde, educação e segurança. c) geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos propensos a delinquir, inibin- do-os de transgredir a lei penal. d) geral negativa busca, por meio da pena, a reeducação e a ressocialização do criminoso. e) primária consiste em, dentre outras, ações policiais de repressão às práticas delituosas. GABARITO: C. No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é correto afirmar que a prevenção: secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais voltadas exclusivamente à reintegração do preso na sociedade. INCORRETA: quem busca reintegrar é a prevenção terciária. terciária consiste em políticas públicas de conscientização de todos os cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis, mediante o fornecimento de serviços públicos de qualidade, tais como saúde, educação e segurança. INCORRETA: as políticas públicas tratam da prevenção primária. geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos propensos a delinquir, inibindo-os de transgredir a lei penal. Prevenção Primária: Liga-se à garantia de educação, saúde, trabalho, segurança e quali- dade de vida do povo, instrumentos preventivos de médio a longo prazo. Prevenção Secundária: Liga-se ao controle das comunicações, programas de apoio e ação policial. Prevenção Terciária: É voltada ao preso, visando sua recuperação e evitando a reincidên- cia, realiza-se por medidas socioeducativas, como a laborterapia, a liberdade assistida e a prestação de serviços comunitários. Prevenção Geral: A pena se dirige à sociedade, intimidando os propensos a delinquir. Prevenção Especial: Busca alcançar a reeducação do indivíduo e sua recuperação. Prevenção Geral Negativa: A pena aplicada ao autor do delito reflete na comunidade, levando aos demais membros do grupo social, ao observar a condenação, repensar antes da prática delituosa. Prevenção Geral Positiva: Atinge a consciência geral, incutindo a necessidade de respeito aos valores mais importantes da comunidade. Prevenção Especial Negativa: é a neutralização do autor do delito, que se materializa com o cárcere. Essa retirada provisória do autor do fato do convívio social impede que ele cometa novos delitos no ambiente social em que foi privado. Prevenção Especial Positiva: a finalidade da pena consiste em fazer com que o autor desista de cometer novas infrações, assumindo caráter ressocializador e pedagógico 8 2. Ano: 2014 – Cargo: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PERITO CRIMINAL. Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela: a) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos direitos da vítima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasião do delito. b) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do crime. c) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo criminoso do agente. d) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada pela família, por grupo de amigos etc. e) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução criminal. GABARITO: E. Causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo de registro e apu- ração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução criminal. Solução completa Vitimização primária é aquela que decorre direta e imediatamente da prática delitiva. Ex.: a pessoa que sofre uma lesão corporal. Vitimização secundária ou sobrevitimização é o produto da equação que envolve as vítimas primárias e o Estado em face do exercício do controle formal. Em outras pala- vras, é o ônus que recai na vítima em decorrência da operação estatal para apuração e punição do crime. Ex.: além de sofrer as consequências diretas da conduta (vitimização primária), uma pessoa que é lesionada deverá seguir a uma delegacia de polícia, aguar- dar para ser atendida, passar por um exame de corpo de delito, prestar depoimento em juízo, enfim, estará à disposição do Estado para que o autor do crime seja punido. Vitimização terciária é a provocada pelo meio social, normalmente em decorrência da estigmatização trazida pelo tipo de crime. Exemplo clássico é a vítima de crimes contra a dignidade sexual, que, além de suportar o crime, sofre o preconceito de outras pessoas, que não a aceitam como anteriormente. 3. Ano: 2014 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP - Cargo: PERITO CRIMINAL. Sobre a Criminologia, é correto afirmar que: a) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores. b) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito Penal. c) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto constitui objeto de interesse da Sociologia. d) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto constitui objeto de estudo da Psicologia. questões comentadas 9 e) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas. GABARITO: E. A Criminologia pode ser entendida como uma ciência EMPÍRICA na medida em que tra- balha com a análise de fatos concretos, por meio da observação e experimentação, seja com foco sobre o delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio (aspecto sociológico). Pode ser considerada interdisciplinar já que, naturalmente, não está isolada na ciência, de forma que utiliza, com frequência, o auxílio da psicologia, da biologia, da sociologia, da antropologia e outros ramos da ciência. Podemos assim defini-la: Uma área do conhecimento que estuda o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do infrator e sua conduta, e a maneira de ressocializá-lo (se é que isso é possível). Ou seja, ela é ciência, não está subordinada ao Direito Penal, bem como se ocupa do estudo do delito e do delinquente, da vítima e do controle social, sendo campo fértil para as pesquisas nas mais diversas áreas das ciências humanas.O estudo dos criminosos e de seus comportamentos e hoje um campo fértil de pesquisas para psiquiatras, psicólogos, sociólogos e antropólogos, bem como para os juristas. 4. Ano: 2014 – Banca: VUNESP –Órgão: PC/SP – Cargo: DESENHISTA TÉCNICO - PERICIAL. Para a criminologia, o crime é um fenômeno: a) científico. b) ideológico. c) regionalizado d) politico. e) social. GABARITO: E. A criminologia define crime como um problema social e comunitário. Assim, para a cri- minologia, um fato só poderá ser considerado um problema social e por consequência um crime, quando apresentar alguns critérios: IIPR: Incidência massiva na população. Incidência aflitiva (quando causa insegurança na sociedade). Persistência no tempo e no espaço. Razoável concordância sobre as causas e medidas de intervenção para seu combate. 1°- Crime/ Delito: Para a Criminologia « É um problema Social e Comunitário” que abrange quatro elementos: Incidência Massiva na População: (Só deve ser tipificado como crime o que afeta excessivamente a sociedade, não havendo motivo 10 para se criminalizar fatos isolados); Incidência aflitiva do Fato Praticado: (O crime deve gerar dor à vítima e a Comunidade); Persistência espaço temporal do fato delituoso: (É necessário que o delito ocorra repetidas vezes no mesmo espaço e território); Inequívoco Consenso acerca de sua etiologia e técnicas de intervenção eficaz: ( A criminalização de condutas depende de uma análise detalhada desses elementos e sua repercussão na sociedade). 5. Ano: 2014 – Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: DESENHISTA TÉCNICO PERICIAL. A criminologia é conceituada como uma ciência: a) jurídica (baseada nos estudos dos crimes e nas leis) monodisciplinar. b) empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar. c) social (baseada somente nos estudos do comportamento social do criminoso) e unidisciplinar. d) exata (baseada nas estatísticas da criminalidade) e multidisciplinar. e) humana (baseada na observação do criminoso e da vítima) e unidisciplinar. GABARITO: B. Empírica (através de experimentos e observações) e interdisciplinar (ou seja, diversas disciplinas atuando em conjunto). Cuidado: não é multidiscilplinar Pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas criminosas. A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever ser”, portanto normativa e valo- rativa. Pode-se conceituar criminologia como a ciência empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas crimi- nosas. A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na medida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever ser”, portanto normativa e valorativa. A interdisciplinaridade da criminologia decorre de sua própria consolidação histórica como ciência dotada de autonomia, à vista da influência profunda de diversas outras ciências, tais como a sociologia, a psicologia, o direito, a medicina legal, etc. questões comentadas 11 6. Ano: 2013 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: Polícia Federal - Cargo: DELEGADO DE POLÍCIA. Julgue o item a seguir, relacionado aos modelos teóricos da criminologia. De acordo com o interacionismo simbólico, ou simplesmente interacionismo, cuja perspectiva é macrossociológica, deve-se indagar como se define o criminoso, e não quem é o criminoso. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. Labelling approach, Etiquetamento, Reação Social, Rotulação Social, Escola Interacionista Sistema de controle, a pessoa rotulada como delinquente assume o papel que lhe é consignado. O interacionismo não quer saber QUEM são os criminosos, pois essa “qualidade” não é inerente a uma pessoa pra dizer que alguém é ou não criminoso (análise do QUEM); mas por outro lado, o interacionismo (etiquetamento) se preocupa em analisar o porquê de a sociedade definir alguém como criminoso. Como a Maria afirmou, a análise desse processo (interacionista) que define alguém como criminoso é objeto dessa Teoria. 7. Ano: 2018 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue o item que se segue. As orientações sociológicas estão inseridas no panorama criminológico clássico e buscam identificar, por meio da análise psicológica, fatores criminais propulsores da delinquência, de modo a analisar fatores externos criminais introjetados no mundo anímico do homem. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. Biologia criminal e não clássica. Em apertada síntese, a análise psicológica está inserida em teorias antropológicas ou biológicas da criminalidade e não em pensamentos sociológicos. A criminologia científica (Criminologia Positivista) apresenta modelos teóricos explicati- vos do comportamento criminal, por meio de análise de fatores biológicos, psicológicos e sociais. A biologia criminal, inserida na Criminologia positiva e científica, e não na criminologia clássica, busca identificar alguma patologia ou disfunção orgânica no corpo ou organismo do homem delinquente para desvendar o fator criminal no homem delinquente. Para tanto, vale-se das ciências antropológicas, biotipológicas, endocriminológicas, genéticas, neurofisiológicas, bioquímicas etc., com o fim de explicar os fatores criminais. 12 8. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. A criminologia, diante do fenômeno do delito, na busca de conhecer fatores criminógenos, traça um paralelo entre vítima e criminoso. Partindo dessa premissa dual, chamada por Men- delsohn de “dupla-penal”, extraem-se importantes situações fenomenológicas. Acerca desses estudos, julgue o item seguinte. De acordo com a teoria positivista, o criminoso é um ser inferior, incapaz de guiar livremente a sua conduta por haver debilidade em sua vontade: a intervenção estatal se faz necessária para correção da direção de sua vontade. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. Escola Correcionalista – Correcionalismo Penal – Karl David August Roeder Pela Escola Correcionalista (de grande influência na América espanhola), para a qual o criminoso era um ser inferior e incapaz de se governar por si próprio, merecendo do Estado uma atitude pedagógica e de piedade. TEORIA POSITITIVA - CRIMINOSO: doente - anomalia psíquica e moral; ser problemático (DNA). A definição da questão acima refere-se à TEORIA CORRECIONALISTA. 9. Ano: - Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Com relação às teorias da criminologia e à prevenção da infração penal no estado democrático de direito, julgue o item subsequente acerca dos modelos de reação ao delito. O modelo integrador baseia-se na ideia do criminoso racional, que, ao ponderar os malefícios do castigo pelo crime cometido, opta por respeitar a lei, especificamente diante da eficácia da lei e dos métodos de tratamento penitenciário. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO. Modelo Dissuasório - Por avaliar os pró e contra do cometimento do crime, o indivíduo se ver amedrontado pela hipótese do castigo que será aplicado se ele for pego pela polícia (Ideia de crime-castigo). MODELO INTEGRADOR ou RESTAURADOR: este modelo não se funda na lógica punitivista, mas sim na conciliação e mediação (justiça restaurativa). É um modelo que vista con- templar todos os interesses envolvidos no conflito para promoção da pacificação social.A solução deve ser encontrada internamente por meio dos próprios atores envolvidos. É um modelo que preocupa-se com a vítima, buscando trazer um caráter reparador ao direito penal. 10. Ano: 2019 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPE/DF – Cargo: DEFENSOR PÚBLICO. Acerca dos modelos teóricos da criminologia, julgue o item que se segue. Segundo a teoria do enraizamento social de Hirschi, o delito, como um comportamento natural do ser humano, é inibido pelo processo de assunção de normas sociais, pelo apego e afeto às pessoas e pelo medo de dano irreparável a essas relações interpessoais. questões comentadas 13 Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO. Teoria da conformidade, também chamada de teoria do enraizamento social de Hirschi - se o sujeito está conformado com os valores morais, afetivos da sociedade, ele não cometerá crime. Teoria da contenção - o sujeito tem vontade de cometer crime, porém há fatores internos e externos que obliteram essa vontade. Teoria do enraizamento social – de Travis Hirschi (1935) em que todo indivíduo é um infrator potencial e só o medo do dano irreparável em suas relações interpessoais funciona como freio. 11. Ano: 2018 – Banca: Cespe/Cebraspe – Órgão: PC-MA - Cargo: Delegado de Polícia Civil. Afirmar que a criminologia é interdisciplinar e tem o empirismo como método significa dizer que esse ramo da ciência: a) utiliza um método analítico para desenvolver uma análise indutiva. b) considera os conhecimentos de outras áreas para formar um conhecimento novo, se afirmando, então, como independente. c) utiliza um método silogístico. d) utiliza um método racional de análise e trabalha o direito penal de forma dogmática. e) é metafísica e leva em conta os métodos das ciências exatas para o estudo de seu objeto. GABARITO: A. “LETRA A: CORRETA. O método analítico é utilizado pelo Direito Penal, não pela Criminologia. LETRA B: INCORRETA. A Criminologia é considerada como ciência justamente pela sua independência científica, construída pelo auxílio de diversas disciplinas, como a Sociologia, a Biologia, a Antropologia, etc. LETRA C: INCORRETA. A Criminologia não utiliza o método silogístico, e sim de observação, indução, empírico. LETRA D: INCORRETA. Alternativa fácil de excluir. A dogmática penal não é utilizada na Criminologia. LETRA E: INCORRETA. Essa tava fácil também. Metafísica? Ciências exatas? Não. 12. Ano: 2017 – Banca: Vunesp – Órgão: DPE-RO – Cargo: Defensor Público. Considerando o estudo da Criminologia, assinale a alternativa correta. a) Giovanni Falcone foi o primeiro nome do estudo da Criminologia Crítica no Brasil. b) Cifra negra refere-se à falta de diversidade da literatura criminal. c) A Escola Clássica nasceu na Suíça, no final do séc. XX. d) Enrico Ferri é um expoente da teoria do Etiquetamento. 14 e) Raffaele Garofalo está ligado à Escola Criminal Positiva. GABARITO: E. Giovanni Falcone foi o primeiro nome do estudo da Criminologia Crítica no Brasil. ERRADA Alessandro Baratta é considerado um dos percursores da corrente da criminologia críti- ca. No Brasil, diversos centros de estudos e atores mantiveram contato e parceria com Baratta, como a Sociedade Brasileira de Vitimologia, o Instituto Carioca de Criminologia (dirigido por Nilo Batista), o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, de São Paulo, entre outros. Foi professor visitante, no ano de 1995, no Curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. Cifra negra refere-se à falta de diversidade da literatura criminal. ERRADA Cifra negra: refere-se à porcentagem de crimes não solucionados ou punidos, à existên- cia de um significativo número de infrações penais desconhecidas “oficialmente”. São infrações penais que não entram nas estatísticas oficiais. A Escola Clássica nasceu na Suíça, no final do séc. XX. ERRADA A Escola Clássica surgiu com Beccaria, inspirada pelo Iluminismo italiano do século XVIII. Enrico Ferri é um expoente da teoria do Etiquetamento. ERRADA Seus principais expoentes foram Erving Goffman e Howard Becker. Também conhecida por outros nomes, como teoria da rotulação social ou etiquetagem, ou ainda, teoria inte- racionista ou da reação social, nasceu nos EUA, na década de 60, e encontra-se fundada na ideia de que a intervenção da justiça na esfera criminal pode acentuar a criminalidade RaffaeleGarofalo está ligado à Escola Criminal Positiva. CERTA 13. Ano: - Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PAPILOSCOPISTA POLICIAL. Segundo a doutrina dominante, Criminologia é uma ciência que se serve do método: a) lógico abstrato. b) dogmático. c) normativo. d) empírico. e) dedutivo. GABARITO: D. A criminologia é uma ciência do ser, de observação, portanto empírica, cujo conhecimento provém da experiência; e não do dever ser, normativa, como o Direito. Criminologia → Indutivo: Parte-se do caso particular para se tentar elaborar regras gerais. Direito Penal → Dedutivo: Parte-se de regras gerais que devem ser aplicadas ao caso particular. 14. Ano: - Banca: VUNESP – Órgão: PC/SP – Cargo: PAPILOSCOPISTA POLICIAL. A polícia, o ministério público, o poder judiciário e o sistema penitenciário são instituições encarregadas de exercer o controle social: questões comentadas 15 a) primário. b) formal. c) informal. d) terciário. e) secundário. GABARITO: B. O controle informal é o do dia-a-dia das pessoas dentro de suas famílias, escola, profissão, opinião pública etc. O sistema informal vai socializando a pessoa desde a sua infância (ex: âmbito familiar), e ele é, em geral, sutil e não possui uma pena, além de ser mais ágil na resolução dos conflitos que os mecanismos públicos. O controle social formal é formado pelos órgãos estatais: polícia judiciária, Judiciário, Ministério Público, Administração Penitenciária, etc. Os agentes do Estado atuam de for- ma subsidiária (ultima ratio), quando o controle informal não foi capaz de evitar o crime. O controle formal organiza-se em 3 seleções, conforme a função que desempenham: 1ª seleção: Polícia judiciária (investigação); 2ª seleção: Ministério Público (acusação); 3ª seleção: Judiciário (julgamento). 15. Ano: 2013 – Banca: CESPE/CEBRASPE – Órgão: DPF – Cargo: POLÍCIA FEDERAL. Na questão, assinale a alternativa contendo a informação que preenche corretamente a lacuna. A _______ é a autorrecriminação da vítima pela ocorrência do crime contra si, buscando razões que, possivelmente, tornaram-na responsável pelo delito. a) sobrevitimização. b) vitimização primária. c) vitimização secundária. d) vitimização terciária. e) heterovitimização. GABARITO: E. Vitimização primária é aquela que decorre direta e imediatamente da prática delitiva. Ex.: a pessoa que sofre uma lesão corporal. Vitimização secundária ou Sobrevitimização é o produto da equação que envolve as vítimas primárias e o Estado em face do exercício do controle formal. Em outras palavras, é o ônus que recai na vítima em decorrência da operação estatal para apuração e punição do crime. Ex.: além de sofrer as consequências diretas da conduta (vitimização primária), uma pessoa que é lesionada deverá seguir a uma delegacia de polícia, aguardar para ser atendida, passar por um exame de corpo de delito, prestar depoimento em juízo, enfim, estará à disposição do Estado para que o autor do crime seja punido. 16 Vitimização terciária é a provocada pelo meio social, normalmente em decorrência da estigmatização trazida pelo tipo de crime. Exemplo clássico é a vítima de crimes contra a dignidade sexual, que, além de suportar o crime, sofre o preconceito de outras pessoas, que não a aceitam como anteriormente. Vitimização indireta, trata-se do sofrimento das pessoas que estão relacionadas intima- mente à vítima de um delito, e que sofrem juntamente com ela. Heterovitimização, corresponde à “auto recriminação da vítima” diante de um crime cometido, por meio da busca pelas razões que a tornaram, de modo provável, respon- sável pela
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