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Contabilidade Unidade de Aprendizagem 14 DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa: introdução Ao final da aula você será capaz de identificar as principais finalidades e informações obtidas na Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC. Analisar os diferentes métodos de demonstração dos fluxos de caixa. Praticar os principais conceitos envolvidos no assunto. 1 Contabilidade Apresentação Nesta aula você irá começar a ver mais um documento contábil obrigatório e que também é um bom auxiliar na tomada de decisão nas organizações, que é a Demonstração do Fluxo de Caixa. Por meio dele você consegue ter uma radiografia completa da empresa, para saber sobre a saúde financeira e a capacidade de permanência, crescimento, além de poder analisar o seu desempenho. Pronto para iniciar? Com o advento da Lei 11.638/07, a Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC - tornou-se obrigatória para as sociedades por ações de capital aberto e fechado e para outros tipos de sociedades de grande porte. Objetivo O objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa é demonstrar, sob os aspectos qualitativos e quantitativos, as modificações ocorridas na situação financeira da empresa no decorrer do exercício social, evidenciando as variações ocorridas do disponível, além de ter como finalidades avaliar: • A capacidade da entidade em gerar futuros fluxos líquidos positivos; • A capacidade de a entidade honrar seus compromissos e pagar dividendos; • A liquidez, solvência e flexibilidade financeira da empresa; • A taxa de conversão de lucro em caixa; • O grau de precisão das estimativas passadas de fluxos futuros; • Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e de financiamento; • O desempenho operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações etc. Pronto para conhecer melhor a demonstração dos fluxos de caixa? Vamos lá! 2 Contabilidade Conforme § 6o da Lei 11.638/07 - A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obri- gada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa Principais informações A Demonstração dos Fluxos de Caixa informa a origem de todo o dinheiro que entrou, bem como toda aplicação do dinheiro que saiu do caixa e equivalente de caixa, em determinado período de tempo, e o resultado do fluxo financeiro. É uma demonstração dinâmica. Assim como a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE - está contida no Balanço Patrimonial, que por sua vez é uma demonstração estática. Procura preservar a liquidez imediata da entidade, fornecendo à área de finanças a possibilidade de um melhor planejamento financeiro, evitando excesso de caixa em períodos inflacionários, deixando o necessário para fazer face aos compromissos e sabendo o momento ideal para contrair empréstimos. Sem um planejamento de fluxo de caixa – Cash-Flow – adequado, independe do nível de lucros, a entidade poderá tornar-se inadimplente e até falir. Caixa e Equivalentes de Caixa A denominação ‘Caixa’ engloba diversas contas: a conta ‘Caixa’ propriamente dita, a conta Bancos conta Movimento e a conta Aplicações Financeiras. Sendo que, a última deve ter conversibilidade imediata e estar sujeita a um insignificante risco de mudança de valor. Portanto, a denominação mais adequada seria Demonstração dos Fluxos do Disponível, por incluir várias contas. Sua construção se dá pelo regime de caixa, observado no capítulo anterior, explicando as variações de um período para o outro ocorridas na conta ‘Caixa’, ou seja, no ‘Disponível’, e seu respectivo resultado (lucro ou prejuízo). 3 Contabilidade Estruturação Sua estruturação é explicada pela Deliberação CVM n° 547/08 que aprova o pronunciamento conceitual básico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que dispõe sobre a estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. Métodos de Elaboração O método de elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa pode ser: Direto e ou Indireto. Método Direto Pelo método direto são explicitadas todas as entradas e saídas de dinheiro do caixa. Inicia-se pelos itens da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e os ajusta pelas variações nas contas do Balanço Patrimonial. Ao final das operações, é expresso o aumento ou redução líquida de caixa. Segundo Marion (2009, p. 65) “este método é o verdadeiro fluxo de caixa no sentido restrito, pois são demonstrados todos os recebimentos e pagamentos efetuados na variação das disponibilidades do período”. Método Indireto Já pelo método indireto, é realizada a integração do resultado (lucro ou prejuízo) obtido na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE - e o Caixa classificado no Balanço Patrimonial. Em razão disso, é também conhecido como método da reconciliação. Partimos do resultado apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e realizamos as adições e subtrações a este dos itens que afetam o lucro, mas não afetam o caixa, e dos que afetam o caixa, mas não afetam o lucro. Logo após, realizamos os ajustes pelas variações nas contas do Balanço Patrimonial. Ao final das operações, é expresso o aumento ou redução líquido de caixa. 4 Contabilidade Segundo Marion (2009, p.67) “é o verdadeiro fluxo de caixa no sentido amplo, pois é estruturado de forma se- melhante à Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR (atualmente não mais obrigatória), com a diferença que as variações do ativo circulante (exceto disponível) e do passivo circulante passam a integrar as origens e aplicações de recursos”. Principais transações que aumentam o caixa Correspondem às variações positivas, provocadas pelas diversas operações de entrada de recursos financeiros que afetam o disponível da entidade. Alguns exemplos dessas operações: • Integralizações – aportes de capital em dinheiro; • Aumentos dos empréstimos bancários; • Aumentos dos financiamentos; • Vendas de itens do ativo não circulante; • Vendas à vista; • Recebimentos de duplicatas e de outros direitos etc. Principais transações que reduzem o caixa Correspondem às variações negativas, provocadas pelas diversas operações de saídas de recursos financeiros que afetam o disponível da entidade. Alguns exemplos dessas operações: • Pagamentos de dividendos – redução do patrimônio líquido; • Amortizações de empréstimos; • Pagamentos de juros; • Aquisições à vista para o ativo não circulante: investimentos, imobilizado e intangível; • Compras à vista; • Pagamentos de fornecedores e de outras obrigações etc. Principais transações que não afetam o caixa O resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo) apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) deve ser ajustado pelo valor das receitas e despesas que não influenciam a variação do disponível, para fins de elaboração e apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa. São eles: 5 Contabilidade • Amortização, depreciação e exaustão; • Ganhos ou perdas na avaliação de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial; • As variações monetárias de direitos realizáveis ou de passivos exigíveis; • O lucro ou prejuízo decorrente da alienação de bens e direitos do ativo não circulante. Principais atividades da Demonstração dos Fluxos de Caixa A demonstraçãodos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa do período classificados por atividades: operacionais, de investimento e de financiamento, da forma que seja apropriada aos negócios. O objetivo da classificação por diferentes atividades é de proporcionar informações que permitam aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da empresa, além de poderem ser utilizadas para avaliar a relação entre essas atividades. Atividades operacionais Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são: recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços, recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas, pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços, pagamentos de caixa a empregados etc. Atividades de investimentos Os fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimentos são a extensão dos gastos com recursos da entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades de investimento são: pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo, recebimentos de caixas resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo; adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros etc. 6 Contabilidade Atividades de financiamento Os fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento são importantes para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à empresa. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades de financiamento são: caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais, pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos, amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos etc. A visão de que a contabilidade financeira deve atender os aspectos fiscais/ tributários apenas, está atualmente acabando, em razão do advento da informática. Com o surgimento da internet, os registros, o banco de dados e as informações contábeis ficaram mais ágeis, significando também que a coleta, a análise, a classificação e a disponibilidade de informações podem ser utilizadas por diferentes usuários, independentemente da natureza de sua utilização. A contabilidade, além de fornecer informações de caráter preventivo para evitar fraudes e roubos, tem muito mais o objetivo de suportar as decisões de negócios, porquanto contribuem para o controle dos eventos atuais no processo produtivo, para a formulação de melhores decisões futuras e modificação do próprio processo decisório. Dentro deste contexto, a demonstração dos fluxos de caixa, interpretada com outras demonstrações financeiras, vem auxiliar seus usuários a alcançar as finalidades propostas devido ao seu formato de apresentação, segregando os recebimentos e pagamentos nos três níveis de atividades. 7 Contabilidade Inadimplente - devedor. Liquidez - é a capacidade de um bem ou direito se transformar rapidamente em dinheiro. Solvência - capacidade de pagamento da empresa. Usuários - são os interessados nas informações contidas nas demonstrações financeiras. Agora que você já sabe as principais informações sobre a demonstração dos fluxos de caixa, chegou a hora de aprender como elaborar e interpretar a demonstração dos fluxos de caixa. Para tanto, você verificará, na próxima aula, a estrutura completa dos métodos (direto e indireto) desta demonstração e o comportamento das variações das contas envolvidas em sua elaboração. 8 Contabilidade ABREU, A. F. Fundamentos de contabilidade: utilizando Excel. São Paulo/SP: Saraiva, 2009. CRUZ, J A W.; ANDRICH, E G.; SCHIER, C U C. Contabilidade Introdutória Descomplicada. Curitiba/PR: Juruá, 2010. LIMEIRA, A.; SILVA, C. A.; VIEIRA, C.; SILVA, R. N. Contabilidade para executivos. Rio de Janeiro/RJ: Editora FGV, 2009. MARION, J. C.; IUDICIBUS, S. Curso de Contabilidade para não contadores. São Paulo/ SP: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo/SP: Atlas, 2009. Nesta aula você começou a conhecer a Demonstração do Fluxo do Caixa. Que tal praticar um pouco para fixar essas informações? Para isso acesse e realize os exercícios que estão no ambiente. 9 Contabilidade 10
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