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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – SESA/I DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA CONTÁBEIS – DECIC/I TÁBATA MAIARA RODRIGUES LOPES MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA: UM ESTUDO EM EMPRESAS COM RECUPERAÇÃO JUDICIAL IRATI - PR 2022 TÁBATA MAIARA RODRIGUES LOPES MODELOS DE PREVISÃO DE INSOLVÊNCIA: UM ESTUDO EM EMPRESAS COM RECUPERAÇÃO JUDICIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis, Setor de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Campus Irati/PR. Sob a orientação da Prof: Marinês Taffarel. IRATI - PR 2022 RESUMO No estudo objetiva-se analisar os resultados financeiros das empresas em situação de recuperação judicial, por meio da aplicação dos modelos de previsão de insolvência de Kanitz (1976), Elizabetsky (1976), Matias (1978) e Silva (1982). Os procedimentos metodológicos classificam a pesquisa como descritiva, documental com abordagem quantitativa das informações. A interpretação e análise dos dados é realizada mediante o cálculo de insolvência dos modelos escolhidos, por meio de estatística descritiva e teste de diferença de medidas dependentes, Teste de Wilcoxon, realizados por meio do Pacote Estatístico para as Ciências Sociais – SPSS. A amostra corresponde a 14 empresas que se encontravam em processo de recuperação judicial no ano de 2021, listadas em diferentes setores na Brasil, Bolsa, Balcão (B3). Os dados necessários para as análises foram obtidos a partir dos Demonstrativos Contábeis das empresas selecionadas no estudo, no período de 2011 a 2021. Os resultados mostram que os modelos de Elizabetsky, Kanitz e Matias evidenciaram melhoras na situação financeira das empresas após o pedido de recuperação judicial. No entanto, somente os Modelos de Previsão de insolvência de Elizabetsky e Matias apresentam significância estatística, para os quais pode-se inferir que as medidas obtidas para os períodos anterior e posterior ao pedido de recuperação judicial são diferentes. Estes resultados indicam que as empresas, em grande medida, tendem a melhorar sua situação financeira no período pós recuperação judicial. Palavras-chave: Modelos de Previsão de Insolvência; Recuperação Judicial; Crise Financeira. ABSTRACT The study aims to analyze the financial results of companies undergoing judicial recovery, through the application of the insolvency prediction models of Kanitz (1976), Elizabetsky (1976), Matias (1978) and Silva (1982). The methodological procedures classify the research as descriptive, documental with a quantitative approach to the information. The interpretation and analysis of the data is performed by calculating the insolvency of the chosen models, using descriptive statistics and the test of difference of dependent measures, Wilcoxon Test, performed using the Statistical Package for Social Sciences - SPSS. The sample corresponds to 14 companies that were in the process of judicial recovery in the year 2021, listed in different sectors in Brazil, Bolsa, Balcão (B3). The data necessary for the analyzes were obtained from the Financial Statements of the companies selected in the study, from 2011 to 2021. The results show that the models of Elizabetsky, Kanitz and Matias showed improvements in the financial situation of the companies after the recovery request judicial. However, only the Insolvency Prediction Models of Elizabetsky and Matias present statistical significance, for which it can be inferred that the measures obtained for the periods before and after the request for judicial reorganization are different. These results indicate that companies, to a large extent, tend to improve their financial situation in the post-judicial recovery period. Keywords: Insolvency Prediction Models; Judicial Recovery; Financial Crisis. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Termômetro de Kanitz ............................................................................. 18 LISTA DE QUADROS Quadro1 – Índices de Liquidez .................................................................................24 Quadro 2 – Empresas selecionadas na pesquisa. ....................................................29 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Estatistica Descritiva Modelo de Elizabetsky............................................30 Tabela 2 - Estatística Descritiva Modelo de Kanitz....................................................31 Tabela 3 - Estatística Descritiva Modelo de Matias...................................................32 Tabela 4 - Estatística Descritiva Modelo de Silva......................................................32 Tabela 5 - Médias antes e depois do pedido de recuperação judicial.......................33 Tabela 6 - Teste de Normalidade Teste K- S............................................................34 Tabela 7 - Estatística Descritiva Dois Períodos........................................................34 Tabela 8 - Ranks médios dos modelos de insolvência.............................................35 Tabela 9 - Teste Wilcoxon/Man-Whitney..................................................................35 LISTA DE SIGLAS B3 Brasil, Bolsa, Balcão CE Composição do Endividamento ELP Exigível a Longo Prazo FI Fator de Insolvência IRB Instituto Recupera Brasil PL Patrimônio Líquido SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9 1.1 Objetivos .......................................................................................................... 10 1.1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 10 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 10 1.2. Justificativa ..................................................................................................... 10 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 13 2.1 Plano de Recuperação Judicial ..................................................................... 15 2.2 Modelos de Previsão de Insolvência ............................................................. 16 2.2.1 MODELO DE KANITZ (1978) .................................................................. 17 2.2.2 MODELO DE ELIZABETSKY (1976) ...................................................... 19 2.2.3 MODELO DE MATIAS (1978) ................................................................. 20 2.2.4 MODELO SILVA (1982) .......................................................................... 21 2.3 Índices de Liquidez ......................................................................................... 23 2.3.1 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ............................................................. 24 2.3.2 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIRO ...................................... 25 2.3.3 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO .................................................. 26 2.3.4 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ......................................... 26 2.3.5 ÍNDICES DE RENTABILIDADE .............................................................. 27 3. PROCEDIMENTOSMETODOLÓGICOS ........................................................... 28 3.1 População e Amostra ..................................................................................... 29 4. ANALISE DOS DADOS ...................................................................................... 30 4.1 Estatísticas Descritivas dos Modelos de Insolvência ..................................... 30 4.2 Testes de Diferença de Médias para os Modelos de Insolvência .................. 33 5. Considerações Finais ....................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 37 9 1. INTRODUÇÃO Em mercado global e competitivo, diversos fatores afetam os resultados financeiros das empresas. Por consequência, as organizações podem enfrentar crises financeiras, ou até mesmo chegar à falência (COSTA, 2020). Segundo Perez (2008) a falência como um processo de seleção natural, elimina do mercado aquelas organizações incapazes de operar de modo eficiente na economia. Todavia, a falência não é mais o único destino das empresas em crise. Mesmo que tomadas todas as medidas e tentativas para a reestruturação, a empresa pode recorrer a meios judiciais para reverter a situação. Dessa forma, a recuperação judicial pode contribuir para o enfrentamento de crises financeiras, e possibilitar sua recuperação. A recuperação judicial destina-se a empresas em situação de crise financeira com possibilidade de superação. A Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005 (Lei de Falência e Recuperação) reconhece a função social da empresa, de seus ativos e a importância do estímulo à atividade econômica. Dessa maneira, permite que a organização busque as condições jurídicas necessárias para recuperação de sua liquidez e a manutenção do emprego dos trabalhadores, além da fonte das atividades e dos interesses dos credores (PEREZ, 2008). A constante verificação e análise da situação financeira de uma empresa é vital para a continuidade de suas atividades. É neste contexto que, aliando conhecimentos estatísticos e análises dos resultados contábeis que surgiram os testes de insolvência. Estes testes buscam a partir da aplicação de técnicas de análises, prever quais empresas podem vir a passar, ou se encontram em situação de insolvência. Para Pinheiro et al. (2007) estes modelos auxiliam na avaliação da propensão à insolvência das entidades, contribuindo para que gestores que atuam no mercado financeiro possam ter seus interesses resguardados. Ressaltando a importância da verificação da situação econômico-financeira de uma organização, Assaf Neto (2010, p. 267-268) salienta que “a solvência retrata a capacidade da empresa liquidar suas obrigações de prazos mais longos”; diferentemente, a insolvência de uma organização se dá pela insuficiência de recursos para saldar suas obrigações no momento do vencimento dos mesmos (MATARAZZO, 2010). 10 Em face do exposto, na presente pesquisa busca-se responder ao seguinte questionamento: As empresas em dificuldades financeiras apresentam indicadores de previsão de insolvência diferentes para os períodos anteriores e posteriores ao pedido de recuperação judicial? 1.1 Objetivos 1.1.1 OBJETIVO GERAL Analisar os resultados financeiros das empresas em recuperação judicial, por meio da aplicação dos modelos de previsão de insolvência, buscando verificar se estes indicadores se mostram diferentes para os períodos anteriores e posteriores ao pedido de recuperação judicial. 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Identificar as empresas que se encontram em recuperação judicial, listadas na B3 nos anos de 2011 a 2021; b) Aplicar os modelos de previsão de insolvência de Elizabetsky (1976), de Matias (1978), de Kanitz (1978), e de Silva (1982) nas empresas que compõe o estudo; c) Verificar se ocorreram modificações nos resultados financeiros e nos índices de insolvência após o pedido de recuperação judicial das empresas participantes do estudo. 1.2. Justificativa A falência de pequena, média e grande empresa impacta diretamente o setor econômico de um país. Segundo Espinosa (2013), este fato torna o desenvolvimento empresarial uma realidade de interesse da sociedade como um todo. Com o intuito de facilitar a continuidade dessas empresas, e assim contribuir para não desaparecimento da organização, em 9 de fevereiro de 2005 foi revogada a 11 Lei de Falência e promulgada a Lei nº 11.101/2005, denominada Lei de Recuperação Judicial. Tendo em face que a função da Lei de Recuperação Judicial é “viabilizar” a superação da crise econômico-financeira do devedor, é de mera importância levar em consideração seus resultados financeiros e econômicos, desde o período em que sua recuperação judicial foi deferida e no posterior a este processo. Nesse aspecto, os resultados fornecidos pelos modelos de previsão de insolvência têm sua relevância fomentada, e institui um importante mecanismo de análise, que culmina em ações corretivas capazes de determinar o futuro das organizações (ALMEIDA; CARVALHO; ALMEIDA, 2016). Nesta perspectiva, a aplicabilidade destes modelos nas empresas em processo de recuperação judicial, possibilita analisar quais empresas encontram-se solventes ou insolventes, e se essa situação se modificou nos períodos posteriores. A pesquisa desenvolvida por Silva e Panichi (2017) analisou dentre os modelos de Elizabetsky (1976), Matias (1978), Kanitz (1978), Altman, Baidya e Dias (1979) e Sanvicente e Minardi (1998) qual apresentou maior eficiência na identificação da real situação da empresa. Concluíram que o modelo de Kanitz tende a classificar as empresas como solventes mesmo apresentando resultados financeiramente considerados como deficitários. Ainda na mesma linha, Andrade e Lucena (2018) analisaram o desempenho dos modelos de Elizabetsky (1976), Kanitz (1978), Altman (1979), Matias (1976), Silva (1982) Kasznar (1986), Sanvicente e Minardi (1998) e Scarpel (2000). Os resultados da pesquisa mostraram que de todos os modelos analisados, apenas Elizabetsky (1976) e Sanvicente e Minardi (1998) conseguiram prever com precisão as situações de insolvência. Por sua vez, Kanitz (1978) e Kasznar (1986) foram os que demonstraram os piores resultados. Dalmoro (2013) verificou a variação dos modelos de insolvência nas empresas em recuperação judicial, utilizou a estítica descritiva para análise dos dados. Os resultados apontaram variações dos modelos de insolvência de acordo com o ramo de atuação da empresa e também devido à crise econômica. A justificativa deste trabalho consiste na importância do reconhecimento dos indícios de declínio financeiro das entidades, por intermédio dos modelos de predição de falência. 12 Como contribuição teórica, a pesquisa colabora com a comunidade acadêmica, ao abordar um estudo sobre a Lei 11.101/2005, tal qual regulamenta os processos de recuperação judicial no Brasil, e também acerca dos modelos de previsão de insolvência mencionados como objetos do estudo. 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO Esta seção apresenta revisão de literatura da temática no estudo. Inicialmente discorre-se sobre o processo de Recuperação Judicial. Posteriormente descreve-se os modelos de previsão de insolvência selecionados para o estudo. A Lei n° 11.101/2005 regulamenta o processo de recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário, substituindo o antigo Decreto-lei nº 7.661/1945, que tratava da falência e concordata. A recuperação judicial é uma alternativa para que empresas em situação de risco possam viabilizar a manutenção da atividade empresarial e evitar, consequentemente, a falência(CARVALHO, 2016). Segundo Pimenta (2006), o artigo 47 da Lei de Recuperação Judicial exprime de maneira bem clara o objetivo da recuperação: A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação da crise econômico-financeira do devedor; a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego, dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (PIMENTA, 2006, p.37). A recuperação judicial dirige-se as empresas que estejam em situação de crise econômico-financeira, e que tenham possibilidade de recuperação, porem as empresas em crise e sem perspectivas futuras de recuperação, devem ter sua falência decretada (BEZERRA FILHO, 2009). Rocha Filho (2011) reitera que a recuperação de uma empresa em situação de crise, devolve a sociedade uma organização com capacidade de gerar riqueza e contribuir com crescimento econômico do país. A recuperação de empresas objetiva- se a reorganizar os negócios, a estratégia, bem como a gestão da organização e, principalmente a restruturação da sua situação financeira (LANCELLOTTI, 2010). O processo de recuperação judicial é composto pelo Administrador Judicial que é nomeado pelo juiz e responsável pelo acompanhamento, cumprimento e fiscalização do processo; Gestor Judicial, este é indicado pela assembleia em caso de desligamento ou egresso dos dirigentes da sociedade; Assembleia Geral que consiste na reunião dos credores convocados para deliberação do processo, principal objetivo da assembleia é a aprovação do plano de recuperação, bem como definir as modalidades especiais de realização do ativo; Comitê de Credores atuam de forma 14 direta na administração da sociedade em recuperação, é composto pelos credores indicados pela assembleia geral, sendo este optativo (RAMOS, 2015, p. 68-85). Para que o devedor possa requerer a recuperação judicial, a empresa deve preencher aos requisitos básicos, previstos no Art. 48 da Lei 11.101/2005. Caso o juiz entenda que todos os requisitos foram atendidos, o devedor deve apresentar, em um prazo de 60 (sessenta) dias, o plano de recuperação para a Assembleia Geral de credores, no entanto o plano pode ser rejeitado por parte dos credores, que devem fazê-lo no prazo máximo de até 30 (trinta) dias (DE SOUZA, 2016). Constata-se que de acordo com a Lei nº 11.101/2005, a petição inicial de recuperação deverá ser precisamente elaborada, contemplando a documentação exigida, sob a pena de ser indeferida. Os incisos I a IX do Art. 51 são partes imprescindíveis à petição inicial, a qual deve conter: I – A exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III – A relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – Os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. 15 Todas as documentações acima relacionadas ficarão à disposição do juiz, do administrador judicial e de qualquer pessoa interessada mediante autorização judicial (BRASIL, LEI 11.101/2005). Pela sua importância e impactos internos e externos o pedido de recuperação judicial corresponde a um “divisor de aguas” na vida de uma empresa (LOPES; UCHOA, 2013). 2.1 Plano de Recuperação Judicial Trata-se da peça fundamental para o processo de recuperação judicial, é através dele que será avaliado o cumprimento dos objetivos associados ao pedido de recuperação. Segundo o IRB (2011), plano de recuperação judicial tem por objetivo proporcionar às empresas a oportunidade de tornarem-se competitivas e produtivas novamente. No entanto não se deve confundir plano de recuperação com postergação de dividas, este deve conter instrumentos que inibam as causas da crise não somente sua postergação. Tomazette (2017) respalda ainda afirmando que o plano de recuperação judicial se resume em uma proposta inicial firmada com os credores. Segundo o autor a recuperação judicial é ajustável a cada empresário, por esse motivo o devedor apresentará o plano de recuperação indicando os procedimentos necessários para sanar o momento insolvente. O plano de recuperação judicial envolve uma estratégia planejada para se recuperar a entidade em crise, a qual pode ser elaborada pelo próprio empresário, advogado ou profissional contratado para tal fim (TEIXEIRA, 2012). Conforme o Art. 53 da Lei 11.101/2005, o plano de recuperação apresentado em juízo deverá conter alguns requisitos fundamentais, como: discriminar conforme o Art.50 desta lei os meios de recuperação que serão empregados, bem como seu resumo; demonstrar sua viabilidade econômica; e apresentar um laudo de sua situação econômico-financeira, bem como da avaliação de seus bens e ativos da sociedade devedora, o qual deve ser elaborado e redigido por profissional legalmente habilitado (BRASIL, LEI 11.101/2005). Tomazette (2017) expõe que em um prazo máximo de 60 dias o plano de recuperação deverá ser apresentado ao juízo, a não apresentação no prazo estipulado ocasionara a decretação de falência. 16 De acordo com o disposto no Art. 58 após sanadas as exigências da Lei 11.101/2005, o juiz concederá ao devedor a recuperação judicial, desde de que o plano de recuperação não tenha sofrido objeção de credor ou tenha sido aprovado pela assembleia geral de credores. O Art. 61 prevê que o processo de recuperação só será cessado no momento em que o devedor indicar superação da crise financeira, e cumprir todas as obrigações estipuladas no plano (BRASIL, LEI 11.101/2005). 2.2 Modelos de Previsão de Insolvência Os Modelos de Previsão de Insolvência são ferramentas capazes de prever situações de crise financeira e possível falência no futuro das organizações. Nesse contexto, torna-se fundamental a análise da situação econômico- financeira da empresa, bem como verificar se a mesma se encontra em estado de insolvência. Para (ONUSIC; KASSAI, VIANA, 2004) os modelos de previsão de insolvência auxiliam neste processo de análise, e servem também como ferramenta de identificação do desempenho das atividades econômicas de uma organização. Silva e Panichi (2017) ressaltam que os modelos de previsão de insolvênciasão construídos a partir de dados advindos do passado das empresas. Desta forma é possível verificar qual modelo teve maior desempenho na categorização entre empresas solventes e insolventes. Pinto (2008) salienta que a interpretação do passado das empresas por intermédio da utilização dos modelos de previsão de insolvência, demonstra sua atual situação econômica e evidencia a propensão a insolvência no futuro das organizações. Períodos de desequilíbrio e instabilidade fazem parte da rotina da maioria das empresas, tais fatos ocasionam dificuldades financeiras, e como consequência, estas dificuldades podem determinar a descontinuidade de uma organização (MICHATOWSKI, 2019). Ressalta-se que utilizar os dados referente a aplicação dos modelos de forma definitiva é um equívoco, deve-se utiliza-los como ferramenta de suporte e auxilio, visto que uma empresa pode enfrentar períodos determinados de crise e recuperar- se posteriormente (EIFERT 2003). De acordo com os autores Rodrigues Junior, Silva e Hein (2012), de maneira geral, períodos de ascensão e declínio de uma organização acontecem de forma gradual, desta maneira é possível prever tais períodos. 17 Assaf Neto (2010) salienta que a importância da empregabilidade dos modelos de previsão de insolvência se dá quando os mesmos conseguem fornecer em tempo hábil informações necessárias para que os gestores tomem ciência da situação. Neste sentido, podem construir um plano econômico de recuperação judicial, se de fato esta for inevitável. Diante do exposto, para o presente estudo utilizou-se os modelos de previsão de insolvência desenvolvidos no Brasil, dentre os quais destacam-se os modelos de: Kanitz (1978), Elizabetsky (1976), Matias (1978) e Silva (1982). 2.2.1 MODELO DE KANITZ (1978) O modelo desenvolvido por Stephen Charles Kanitz em 1978, chamado de “Como prever falências”, baseia-se em uma análise discriminante de retrocesso múltiplo de indicadores econômico-financeiros. Pinheiro et al. (2007) ressaltaram que Kanitz foi o primeiro a desenvolver um modelo que utiliza a análise discriminante no Brasil. Desta forma este modelo utiliza indicadores econômicos financeiros para demonstrar a situação econômico-financeira das empresas e elaborar o Termômetro de Kanitz. O objetivo do modelo desenvolvido por Kanitz foi analisar o risco de insolvência, através do que ele intitulou de Fator de Insolvência (FI). Este fator previdência o que poderia acontecer futuramente, caso a empresa não retificasse as decisões que estava tomando (KANITZ, 1978). O modelo de Kanitz (1978) apresenta as seguintes variáveis: FI = 0,05𝑥1+1,65𝑥2+3,55𝑥3−1,06𝑥4−0,33𝑥5 Onde: 𝐹I = Fator de Insolvência; 𝑥1 = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido; 𝑥2 = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / Exigível Total; 𝑥3 = (Ativo Circulante - Estoques) / Passivo Circulante; 𝑥4 = Ativo Circulante / Passivo Circulante; 𝑥5 = Exigível Total / Patrimônio Líquido. 18 A partir da Lei nº 11.941/2009, o grupo “Exigível a Longo Prazo”, passou a ser definido como Passivo Não Circulante e o “Exigível a Curto Prazo” passou a ser intitulado como Passivo Circulante. Uma vez calculado obtém-se um número conhecido como fator de insolvência, que institui a possibilidade de fracasso do negócio futuramente. Para simplificar, o autor criou uma escala denominada Termômetro de Insolvência que aponta três situações diferentes: Solvente, Penumbra e Insolvente (KASSAI E KASSAI, 1998). No modelo desenvolvido por Kanitz (1978), não existe um ponto crítico, mas uma região critica conforme Figura 1: Figura 1 - Termômetro de Kanitz Fonte: Kassai e Kassai (1998). Kassai e Kassai (1998) explicam a classificação adotada por Kanitz onde, FI (fator de insolvência) resultar em valores positivos, ou em qualquer valor entre 0 e 7, significa que a empresa tem boas condições financeiras, ou seja solvente, já a “penumbra” assim denominada por Kanitz é considerada quando o FI resulta entre 0 e -3, e indica situação financeira indefinida e o próprio fator de insolvência não é o bastante para analisar a situação da empresa, este cenário requer cuidados. Considerada situação insolvente, quando FI for menor que -3, ou qualquer valor entre -3 e -7 este cenário indica problemas financeiros e risco de falência. 19 2.2.2 MODELO DE ELIZABETSKY (1976) Na década de 70, Roberto Elizabetsky apresentava um modelo matemático baseado na análise discriminante. Seu objetivo era desenvolver um padrão voltado a análise de concessão de crédito em banco comerciais. Na ocasião, para o desenvolvimento do seu trabalho utilizou um grupo de 373 empresas da categoria de confecções, destas, 274 foram classificadas como situação financeira boa e as outras 99 empresas consideradas situação financeira ruim. O parâmetro utilizado por Elizabetsky para classifica-las como ruins se deve ao atraso em cumprir os prazos das obrigações. O Modelo elaborado por Elizabetsky está descrito como: Z = 1,93 X32– 0,20 X33+ 1,02 X35 + 1,33 X36 –1,12 X37 Onde: Z = total ou escore de pontos obtidos X32 = Lucro Líquido / Vendas X33 = Disponível / Ativo Permanente X35 = Contas a Receber / Ativo Total X36= Estoque / Ativo Total X37 = Passivo Circulante / Ativo Total Segundo Barros (2013) a variável X32 leva em conta a Margem de Lucro Liquida que corresponde a um indicador de rentabilidade. As variáveis X32 e X35 representam indicadores que exibem a disponibilidade do capital de curto prazo. A variável X36 demonstra quanto o estoque equivale do total do ativo da empresa, e, por último a variável X37 representa o índice de Endividamento de Curto prazo, isto é, indica a participação dos capitais de terceiros no empreendimento, cujos vencimentos ocorrerão no curto prazo. A classificação adotada por Elizabetsky (1976) e explanada por Matarazzo (2010) indica que se “z” for menor de 0,5, a empresa poderá vir à falência; se superior, a empresa é considerada solvente. A Lei nº 11.638/2007 (BRASIL, 2007) revisou a legislação societária, mas permaneceu o grupo Ativo Permanente, que se compõe de Investimentos, Intangíveis 20 e Diferidos. Contudo, a Lei nº 11.941/2009 (BRASIL, 2009) eliminou a categoria Ativo Permanente e Ativo Diferido, e instituiu o grupo de Ativo Não Circulante, que passou a compor-se de Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. A fórmula utilizada neste estudo será adaptada para a nomenclatura atual, deste modo mantêm-se este trabalho atualizado e de acordo com a legislação vigente. 2.2.3 MODELO DE MATIAS (1978) Em 1978 Alberto Borges Matias com objetivo de aperfeiçoar a análise de crédito convencional, desenvolveu um modelo de previsão de insolvência utilizando a análise discriminante (VASCONCELOS, 2006). Para desenvolvimento do seu estudo Matias utilizou 100 empresas de categorias diversas, como resultado, obteve 50 empresas consideradas solventes e 50 insolventes. Em seu estudo, Matias (1978) reitera que o resultado obtido através da aplicação do modelo desenvolvido depende da veracidade das informações trazida nos demonstrativos financeira, e atenta sobre a análise do resultado do modelo proposto, pois este não indica que empresa será insolvente no período de análise, mas sim que ela poderá vir à falência, caso não haja mudança na situação atual da organização. O modelo elaborado por Matias (1978) é composto pelas seguintes variáveis: Z = 23,792X1 − 8,26X2 − 8,868X3 − 0,764X4 + 1,535X5 + 9,912X6 – 3 Onde: X1 = Patrimônio Líquido / Ativo Total; X2 = Financiamentos e Empréstimos / Ativo Circulante; X3 = Fornecedores / Ativo Total; X4 = Ativo Circulante / Passivo Circulante; X5 = Lucro Operacional / Lucro Bruto; X6 = Disponível / Ativo Total. A variável X1 possuimaior representação na equação e é um indicador de capital próprio. As variáveis X2 e X3 correspondem aos indicadores de endividamento de curto e longo prazo. A variável X4 demonstra o índice de liquidez corrente, sendo 21 que quanto maior for esse índice, menor é a probabilidade de uma empresa tornar-se insolvente. A variável X5 considera um indicador de rentabilidade, a qual retrata a relação existente entre o lucro operacional e o lucro bruto. Por fim, a variável X6 é um indicador de estrutura de capital, e evidencia a relação entre as disponibilidades de caixa, bancos e aplicações no total do ativo da organização (ASSAF NETO, 2010; BARROS, 2013). Pode-se considerar ponto crítico neste modelo quando fator de insolvência apresentar resultado igual 0,5, ou seja, Z = 0,5. As organizações com índice maior que este valor é considerado solvente, as que obtêm valor menor considera-se insolvente. 2.2.4 MODELO SILVA (1982) José Pereira Silva em 1982 apresentou sua dissertação “Modelos para classificação de empresas com vistas a concessão de crédito”, na EAESP / FGV. Seu objetivo era desenvolver um modelo matemático, utilizando a Análise Discriminante, com a finalidade de facilitar a categorização das empresas acerca de concessão de crédito (MÁRIO, 2002). Segundo Mário (2002, p. 108) nos cinco primeiros capítulos inicia-se, fazendo conceituações sobre crédito. Silva define crédito como a possibilidade de alguém adquirir dinheiro, mercadorias ou serviços, através do compromisso de pagamento em prazo definido. Conforme Mário (2002, p. 109) Silva explana sobre Riscos e Incerteza: “Risco - existe quando o tomador de decisões pode se basear em probabilidades objetivas para estimar diferentes resultados, de modo que sua expectativa se baseia em dados históricos e, portanto, a decisão é tomada a partir de estimativas julgadas aceitáveis pelo tomador de decisões.” “Incerteza – ocorre quando não se dispõe de dados históricos acerca de um fato, o que poderá exigir que o tomador de decisões faça uma distribuição probabilística subjetiva, isto é, baseado em sua sensibilidade pessoal. ” Segundo Mário (2002), “risco de crédito” é definido como a característica de uma série de fatores, que podem levar o credor a não receber o pagamento do devedor na data acordada. São classificados em riscos internos e externos, relevantes para o negócio. 22 Dando continuidade ao livro, dos capítulos VI a VIII, Silva apresenta os denominados "C's de crédito", identificando cada um e seu envolvimento no processo de concessão de crédito. Nos capítulos seguintes, apresentaram-se breves comentários sobre estudos relacionados à capacidade preditiva dos índices financeiros obtidos através das demonstrações contábeis. Conforme Pinheiro (et al., 2007), o modelo de Silva é baseado na análise discriminante e destina-se a aplicação às operações de curto prazo. Os indicadores são usados para medir aspectos dinâmicos relacionados ao ciclo financeiro de uma empresa, sua capacidade de crescer e gerar recursos, bem como aspectos relacionados à estrutura de capital. Conforme o autor, Silva utilizou 419 empreendimentos comerciais e industriais em seu modelo. De acordo com Mário (2002), sua proposição final difere dos demais trabalhos, por terem-se criado dois modelos: um para empresas comerciais e outro para empresas industriais. Esses modelos ainda foram adaptados, para prever a situação da empresa em função do tempo. O coeficiente de insolvência do modelo para indústria é determinado por: Z =0,722 – 5,124E23 + 11,016L19 – 0,342L21 – 0,08L26 + 8,605R13 0,004R29 Onde: Z = Total de pontos obtidos E23 = Duplicatas descontadas/duplicatas a receber L19 = Estoques (final) /Custo das mercadorias vendidas L21 = Fornecedores/Vendas L26 = Estoque médio/Custo das mercadorias vendidas R13 = (Lucro operacional + Desp. Financeiras) /(Ativo total – Investimento Médio) R29 = Exigível Total/(Lucro líquido + 0,1 Imobilizado Médio + Saldo Devedor da Correção Monetária). O coeficiente de insolvência do modelo para comércio é determinado por: Z2= -1,327 + 7,561X1 + 8,201X2 – 8,546X3 + 4,218X4 + 1,982X5 + 0,091X6 23 Onde: X1 = Reservas + Lucros Acumulados / Ativo Total X2 = Disponível / Ativo Total X3 = Ativo Circulante – Disponível – Passivo Circulante + Financiamentos Bancários + Duplicatas Descontadas / Vendas X4 = Lucro Operacional + Despesas Financeiras / Ativo Total Médio – investimento Médio X5 = Lucro Operacional / lucro bruto X6 = (Patrimônio Líquido / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) / (Lucro Bruto * 100 / vendas) / (Prazo Médio de Rotação de Estoques + Prazo Médio de Recebimento de Vendas – Prazo Médio de Pagamento de Compras). Os pontos críticos determinados pelos modelos é o Zero (MATARAZZO, 2003). 2.3 Índices de Liquidez Os indicadores econômicos e financeiros (liquidez, rentabilidade e endividamento) são abordados neste estudo, pois estão presentes na composição das equações dos modelos de previsão de insolvência aplicados na pesquisa. Para Marion (2012) os índices de liquidez evidenciam a situação financeira da empresa, dessa forma é possível avaliar a capacidade de pagamento de uma companhia. Neste mesmo contexto o autor explana que os indicadores de rentabilidade demonstram a situação econômica da empresa, e os índices de endividamento apontam a estrutura de capital da organização. Segundo Hernandes; Begalli (2015, p. 320): Indicador de liquidez é um dos principais tipos de indicadores, pois demonstra a situação financeira da empresa e sua capacidade de saldar suas obrigações. A interpretação intrínseca desses índices tem como referência o número 1, pois se o indicador for maior que 1 significa que a empresa tem mais direitos que obrigações indicando boa liquidez e vice-versa. Padoveze e Benedicto (2007) sugerem que os gestores se conscientizem de que os indicadores refletem uma determinada data, e que de modo algum devem ser tomados como indicadores terminantes da capacidade de pagamento da empresa. 24 Nesse sentido Matarazzo (2010) complementa afirmando que tais índices não devem ser fatores determinantes da capacidade de pagamento, uma vez que não são obtidas das entradas e saídas de caixa. Os índices de liquidez estão demonstrados conforme quadro abaixo: Quadro 1 - Índices de Liquidez ÍNDICE FÓRMULA ANÁLISE Liquidez Imediata Disponibilidades Passivo Circulante Verifica a capacidade da empresa em saldar dívidas de forma imediata. Liquidez Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante Representa a capacidade que a empresa possui para pagar obrigações em curto prazo. Liquidez Seca Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante Recursos de curto prazo (excluso estoque do ativo circulante) disponíveis para pagamentos em curto prazo. Liquidez Geral Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Indica a liquidez da empresa no curto e longo prazo Fonte: Adaptado de Marion (2012 p. 75-83) De Acordo com Silva (2017) para análise da liquidez é considerável realizar uma comparação com resultados dos índices de exercícios anteriores da mesma empresa, e também de outras do mesmo ramo, a fim de verificar o grau de participação do capital de giro e determinar a capacidade da empresa arcar com novas obrigações. 2.3.1 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO Este índice evidencia o grau de endividamento de uma empresa. A análise deste índice por vários períodos revela os princípios utilizados pela empresa para obter recursos. Conforme Iudícibus (2009) os índices de endividamento correlacionam as fontes de recursos entre si, com objetivo de precisar a posição do capital próprio 25 relativamente ao capital de terceiros. O resultado apresentado poreste índice representa a dependência que a empresa possui acerca do capital de terceiros. Groppelli; Nikbakht (2010, p. 362) salientam: Uma empresa pode tomar dinheiro emprestado a curto prazo, principalmente para financiar seu capital de giro, ou a longo prazo, sobretudo para comprar instalações ou equipamentos. Quando a empresa se endivida a longo prazo, compromete-se a efetuar pagamentos periódicos de juros – e liquidar o principal na data de vencimento. Para fazer isso, deve gerar lucro suficiente para cobrir os pagamentos das dívidas. Uma forma para descobrir o grau de endividamento de uma empresa é analisar vários índices de endividamento. As formas de endividamento de uma empresa podem ser tanto a curto quanto a longo prazo, a curto prazo possui a finalidade de obter recursos para a continuidade dos procedimentos operacionais da empresa (manter estoques, pagamento de fornecedores, etc.) e a longo prazo para adquirir equipamentos ou instalações. Toda organização deve buscar lucros que sejam suficientes para cobrir os pagamentos de dívidas, que ocorrem tanto a longo quanto a curto prazo. 2.3.2 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIRO Este índice representa o percentual de Capital de Terceiro em relação ao Patrimônio Líquido. Quando demonstrado em longo prazo, o percentual de recursos externos sobre os fundos totais não deve representar um percentual significativo, pois as despesas financeiras podem sofrer um aumento capaz de comprometer a posição de rentabilidade da empresa. Segundo Iudícibus (2009), esta conjuntura dependera relativamente da taxa de retorno ganho no giro do ativo, através dos recursos tomados por empréstimos em relação à taxa das despesas financeiras sobre o endividamento. Fonte: Adaptado de Alcantara (2014, p. 147). Grau de Endividamento = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo X 100 Patrimônio Líquido 26 2.3.3 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO Este índice indica quanto do passivo total da empresa deverá ser pago a curto prazo. Segundo Moreira (2003) “indica quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais”. Composição do Endividamento = Passivo Circulante x 100 Passivo Circulante + ELP Fonte: Adaptado de Alcantara (2014, p. 148) Segundo Téles (2003) “a análise do índice de CE é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos inalteráveis os demais fatores. A razão é que quanto mais dívidas para pagar a curto prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos”. 2.3.4 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO O índice de Imobilização do PL representa quanto do Patrimônio Líquido está empregado no Ativo permanente, ou seja, quanto do Ativo Permanente é financiado por recursos próprios. Dessa forma evidencia o quanto a empresa é dependente de recursos de terceiros para manter seu funcionamento. Fonte: Adaptado de Alcantara (2014, p. 149) Diferentemente do índice de endividamento que demonstra a política estabelecida pela empresa para captação de recursos de terceiros, o índice de imobilização do patrimônio líquido aponta quanto do ativo imobilizado, intangível e investimentos é suprido pelos recursos próprios da organização. Imobilização do Patrimônio Líquido = Ativo Não Circulante x 100 Patrimônio Líquido 27 2.3.5 ÍNDICES DE RENTABILIDADE Os índices de rentabilidade evidenciam quanto do capital investido se torna rentável. A taxa de retorno de investimento que é o valor do lucro líquido dividido pelo ativo total médio vezes cem, mostra o poder de ganho da empresa, ou seja, quanto a empresa obteve de retorno em relação aos totais investidos. Através deste índice pode-se determinar quanto tempo será necessário para recuperar o valor investido. A utilização deste índice também evidencia qual o ganho que se tem para cada real investido, o payback, além de expressar os resultados em benefícios dos sócios/acionistas. Segundo Iudícibus (2009) existem mais uma maneira de realizar o cálculo deste índice, dividindo a taxa de retorno sobre o ativo pela porcentagem do ativo financiada pelo patrimônio líquido. De acordo com Martins, Diniz e Miranda (2012) o índice de rentabilidade do patrimônio líquido é o importante dos indicadores de rentabilidade, pois demonstram a capacidade da empresa de remunerar o capital que foi investido pelo sócio/acionistas, porque quem remunera bem esse capital cumpriu seu papel, para com os que investiram, portanto, o mais relevante é o lucro líquido, que é o que sobra para os sócios/acionistas. Outro índice de grande importância para evidenciar o retorno sobre investimento é o giro do ativo, o qual conforme Iudícibus (2009) podemos calcular das seguintes formas: dividir as receitas operacionais líquidas pelo valor do ativo operacional médio, para obter o giro do ativo operacional, ou dividir as receitas líquidas pelo valor do ativo total médio. 28 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A presente pesquisa qualifica-se como um estudo, descritivo, documental, com abordagem quantitativa. Tratando-se da abordagem, consiste em pesquisa quantitativa. Os métodos quantitativos caracterizam-se pelo uso de diferentes ferramentas estatísticas, seja na coleta de dados ou no processamento e análise dos dados (RAUPP, BEUREN, 2008, p. 92). Quanto aos objetivos, o estudo se caracteriza com descritivo. Segundo Triviños (1987) este tipo de pesquisa objetiva descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade. Segundo Gil (2008 p. 27-28): “As pesquisas classificadas como descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Nesse contexto, serão utilizados os modelos de previsão de insolvência. Ainda, no que se refere a pesquisa descritiva, Aeker, Kumar & Day (2004), afirmam que a pesquisa descritiva, normalmente, usa dados dos levantamentos e caracteriza-se por hipóteses especulativas e que não especificam relações de causalidade Tratando-se da abordagem, consiste em pesquisa quantitativa. Os métodos quantitativos caracterizam-se pelo uso de diferentes ferramentas estatísticas, seja na coleta de dados ou no processamento e análise dos dados (RAUPP, BEUREN, 2008, p. 92). O estudo também é quantitativo quanto ao cálculo dos modelos de previsão de insolvência, que são aplicados para avaliar a capacidade de uma empresa em prever a sua possível dissolução, e foram analisados por meio da estatística descritiva. Segundo Richardson (1999, p. 30), abordagem quantitativa “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas”. No que se refere aos procedimentos, esta pesquisa caracteriza-se como documental. De acordo com Gil (2002, p. 45), “[...] a pesquisa documental conta com materiais que não recebem abordagem analítica, ou que ainda podem ser estruturadas de acordo com os objetos da pesquisa”. O caráter documental se dá pela coleta de informações extraídas das demonstrações contábeis das empresas selecionadas, divulgadas no site da Brasil Bolsa, Balcão (B3). 29 3.1 População e Amostra A população de uma pesquisa, segundo Colauto e Beuren (2006) são todos os elementos de determinado grupo que possuem características similares. A escolha da população/amostra ocorreu após pesquisas sobre as principais empresas em recuperação judicial no brasil. Os dados coletados referem-se aos anos de 2011 a 2021, de acordo com as demonstrações divulgadas na B3, tendo como corte no tempo os períodos anteriores e posteriores ao pedidode recuperação judicial. O Quadro 2 apresenta as empresas selecionadas para compor a amostra, conforme seu setor de atuação e a categorização dos anos anteriores e posteriores ao pedido de recuperação, para fins deste estudo. Quadro 2 - Empresas selecionadas na pesquisa Razão Social Setor de Atuação Ano do Pedido Anos Anteriores ao Pedido Anos Posteriores ao Pedido Bardella S.A Maq./Equip. 2019 2011 a 09/2019 12/2019 a 03/2021 Eternit S/A Bens Industriais 2018 2011 a 09/2018 12/2018 a 06/2021 Fertilizantes Heringer S.A Químicos 2019 2011 a 03/2019 06/2019 a 06/2021 Hotéis Othon S.A Hotéis e Restaurantes 2019 2011 a 03/2019 06/2019 a 06/2021 IGB Eletrônica S.A Indústria 2019 2011 a 06/2019 12/2019 a 12/2020 Inepar S.A. Máq./ Equip. 2015 2011 a 03/2015 06/2015 a 03/2021 Lupatech S.A. Petróleo e Gás 2015 2011 a 2015 2016 a 2020 MMX Mineração Metálicos S.A. Extração Mineral 2016 2011 a 09/2016 12/2016 a 03/2021 Oi S.A. Telecomunicações 2016 2011 a 06/2016 09/2016 a 06/2021 Renova Energia S.A Energia Elétrica 2020 2011 a 2020 03/2021 a 06/2021 Saraiva Livreiros S.A Comércio 2018 2011 a 2018 2019 a 06/2021 Tecnosolo Engenharia S.A. Construção e Engenharia 2012 2011 a 09/2012 12/2012 a 03/2021 Teka-Tecelagem Kuehnrich S.A. Têxtil e Vestuário 2012 2011 a 09/2012 12/2012 a 06/2021 Wetzel S.A. Metalurgia e Siderurgia 2016 2011 a 2015 2016 a 06/2021 Fonte: Dados da pesquisa (2022). 30 4. ANALISE DOS DADOS Para caracterização e análise dos dados utilizou-se como método a estatística descritiva e o de Diferença de Médias Wilcoxon/ Mann-Whitney os quais foram estimados a partir do software Estatístico Package for Social Sciences (SPSS). Para as análises, em um primeiro momento, apresentam-se os cálculos de cada modelo de insolvência, assim como uma análise dos dados baseados na estatística descritiva. Em seguida como um primeiro passo para realização do teste de diferença de média, aplicou-se o Teste Kolmogorov-Smirnov para testar a normalidade na distribuição dos dados. Como os dados não apresentaram distribuição normal, foi adotado o Teste não paramétrico Teste de Wilcoxon/ Mann-Whitney para verificação de diferenças de médias entre os períodos observados. 4.1 Estatísticas Descritivas dos Modelos de Insolvência Na Tabela 1 é mostrada a estatística descritiva para o modelo de Elizabetsky (1976). Tabela 1 - Estatística Descritiva Modelo de Elizabetsky Empresa Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Tecnosolo S.A -160,77 4,92 -5,2915 25,56988 Lupatech S.A -1101699,41 ,00 -503263,9411 301221,78512 Oi S.A -1,72 5,18 -,5556 1,02898 Wetzel S.A -2,05 ,51 -,5376 ,44463 MMX Mineração -1264,29 2071,10 9,4078 393,01368 Eternit -1,27 ,26 -,0385 ,32948 Inepar S.A -229,56 ,90 -21,5622 52,66360 Gradiente -129,26 79,90 -8,1624 28,80885 Saraiva S.A -5,66 ,21 -,6483 1,17642 Fer. Heringer S.A -1,91 1,80 -,6505 ,56872 Hotéis Othon S.A -42,99 3,14 -1,8752 6,73594 Renova Energia -28,29 10,91 -2,7588 6,44438 Bardella S.A -13,57 ,08 -1,4431 2,70753 Teka S.A -4,16 -,61 -2,7627 ,82279 Fonte: Dados da pesquisa (2022). De acordo com os resultados da Tabela 01, pode-se observar que para o Modelo de Elizabetsky, o menor resultado obtido foi o da empresa Lupatech S.A, seguida da empresa MMX Mineração. Percebe-se ainda, que para quase todas as empresas abordadas as médias mostram-se negativas, exceto para empresa MMX Mineração. Apresentam destaques as empresas Lupatech S.A e Inepar S.A com médias mais expressivamente negativas de -503263,94 e -21,56, respectivamente. 31 O desvio padrão exposto no modelo de Elizabetsky apresentou resultados significativos nas empresas MMX Mineração e Lupatech S.A sedo o desvio padrão de 393,01368 e 301221,78512 respectivamente. Pode-se deduzir que tal discrepância nos resultados apresentados principalmente pela empresa Lupatech S.A no modelo de Elizabetsky, pode ter ocorrido devido ao fato da mesma ter obtido resultados declinantes nos testes de insolvência dos períodos de 2011 a 2021, o mesmo ocorre com a empresa MMX Mineração, fatos estes que culminaram no pedido de recuperação dessas entidades. A Tabela 2 mostra a estatística descritiva para o Modelo de Kanitz (1976) Tabela 1 - Estatistica Descritiva Modelo de Kanitz Empresa Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Tecnosolo S.A -4199,41 -,28 -256,3785 733,17872 Lupatech S.A -166,66 132,33 -3,4565 35,42048 Oi S.A -14,42 6,56 -3,9705 3,50511 Wetzel S.A -371,19 31,89 -12,7653 75,05997 MMX Mineração -3,22 10,07 1,0420 2,43103 Eternit -50,18 226,23 10,4175 47,37581 Inepar S.A -67,03 41,07 -,6308 14,02242 Gradiente -18,35 16,95 2,8681 4,99214 Saraiva S.A -48,79 84,36 -,2902 15,93847 Fer. Heringer S.A -23,29 20,62 -4,0169 9,75282 Hotéis Othon S.A 2,20 15,34 7,2599 4,20636 Renova Energia -9,05 40,85 ,6746 7,22924 Bardella S.A -68,27 9,80 -2,4350 11,41801 Teka S.A 1,75 2,45 2,0371 ,16086 Fonte: Dados da pesquisa (2022). De acordo com os dados da Tabela 2 que mostra os resultados médios dos Modelos de Insolvência de Kanitz, a empresa Tecnosolo S.A teve o menor (mínimo) resultado encontrado com (-4199,41). As empresas Teka S.A e Hotéis Othon S.A não obtiveram resultados negativos. Neste modelo, considera-se o valor de 0,5 como ponto crítico ou insolvência. Tomando como parâmetro as médias obtidas pelas empresas, este modelo considera insolvente todas as empresas com médias negativas. Nota-se divergências no modelo de Kanitz em relação ao modelo de Elizabetsky. Utilizando a empresa Tecnosolo S.A como exemplo, pode-se constatar que o modelo de Kanitz apontou grandes dificuldades para ela, inclusive situação de insolvência. No modelo de Elizabetsky estas dificuldades não são tão significativas, se compararmos as médias de Kanitz -256,3785 e Elizabestky -5,2915. A Tabela 3 apresenta a estatística descritiva do Modelo de Matias (1978). 32 Tabela 3 - Estatística Descritiva Modelo de Matias Empresa Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Tecnosolo S.A -12,53 21,50 -3,5865 5,09465 Lupatech S.A -141,64 36,11 -12,2068 27,84653 Oi S.A -15,01 10,38 -5,9898 3,42880 Wetzel S.A -17,86 522,83 6,0155 82,80779 MMX Mineração -6738,91 11455,55 551,4570 2783,49873 Eternit -11,82 ,64 -4,7673 1,65756 Inepar S.A -587,52 1240,64 -,0815 245,14225 Gradiente -1020,30 15,32 -299,4064 244,13919 Saraiva S.A -84,98 -4,43 -9,3247 14,85876 Fer. Heringer S.A -21,86 19,33 -5,0919 4,98795 Hotéis Othon S.A -10,38 61,58 -2,7098 10,45324 Renova Energia -176,31 215,43 -15,1426 51,22648 Bardella S.A -104,02 24,02 -4,8582 17,49866 Teka S.A -26,46 -1,75 -15,0836 6,16015 Fonte: Dados da pesquisa (2022). De acordo com a Tabela 3, os valores mínimos obtidos para o indicador de insolvência de Matias (1978), foram encontrados para as empresas Gradiente S.A e Inepar S.A com (-1020,30) e (-1020,30), respectivamente. O maior coeficiente de insolvência é atribuído para empresa Inepar S.A com 1240,64. Em relação à média observa-se que somente duas empresas apresentaram média positiva, a empresa Wetzel S.A e MMX Mineração. Estas mesmas empresas, devido aos resultados médios serem maiores que 0, no modelo de Matias considera-se solventes. No que se refere ao desvio padrão, tomando por base o resultado que as empresas obtiveram para o teste de insolvência desenvolvido por Matias, a maior disparidade entres os seus resultados foi a empresa Inepar S.A, apresentado um desvio padrão de 245,14225, seguido da empresa Gradiente S.A, o menor resultado foi verificado na empresa Oi S.A com um desvio padrão de 3,42880. A Tabela 4 mostra a estatística descritiva para o Modelo de Silva (1982) Tabela 4 - Estatística Descritiva Modelo de Silva Empresa Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Tecnosolo S.A -88389,56 84728,52 31040,2601 41954,69644 Lupatech S.A -421359,95 715665,73 71,9564 290680,18030Oi S.A -15313935,93 1234571,03 -5591410,4345 4117072,56552 Wetzel S.A -3715,23 3184,60 122,1031 788,87166 MMX Mineração -8042,79 2587,66 -421,0822 1614,00304 Eternit 156,37 514,50 339,8511 79,64070 Inepar S.A -6534,50 30439,61 2970,8966 6089,18265 Gradiente -1661,02 5576,70 -66,2321 970,89106 Saraiva S.A -829416,43 328065,34 -339225,2283 296181,17493 Fer. Heringer S.A -904337,71 733388,41 -253122,8274 422325,26201 Hotéis Othon S.A 89421,90 605079,76 244335,6499 185146,81976 Renova Energia -623862,53 1574186,33 197788,3057 537751,61944 Bardella S.A 259,71 3866,76 1152,7026 1045,67624 Teka S.A -498,45 -125,46 -213,4546 66,46134 Fonte: Dados da pesquisa (2022). 33 Na Tabela 4, são mostrados os resultados obtidos pelas empresas no modelo proposto por Silva (1982). O menor coeficiente de insolvência obtido para a empresa Oi S.A, (-15313935,93). Quanto ao resultado máximo, a empresa Renova Energia S.A evidenciou o maior resultado para a máxima com 1574186,33. O resultado do modelo de insolvência de Silva (1982) é o que mais diverge com os demais modelos de insolvência estudados, tendo como exemplo a empresa Oi S.A que nos outros modelos de insolvência abordados neste estudo, não apresentou resultados tão baixos quanto aos evidenciados no modelo de Silva. Pode- se deduzir que isto ocorreu pelo fato de variáveis utilizadas no modelo de Silva ser diferentes nos demais modelos, somente neste modelo utilizam-se duplicatas a receber, custo da mercadoria vendida, estoque médio, imobilizado médio, reservas e lucros acumulados. 4.2 Testes de Diferença de Médias para os Modelos de Insolvência Esta etapa da pesquisa busca verificar quais eram as médias gerais do modelo de insolvência, para os períodos anteriores e posteriores ao pedido de recuperação judicial. Essas médias, obtidas para os grupos antes e após a recuperação judicial, são mostradas na Tabela 5. Tabela 5 – Médias antes e depois do pedido de Recupração Judicial Modelos de Insolvência Período Recuperação Judicial Num. Observações Médias Elizabetski Antes 323 -4,9789 Depois 173 1,1076 Matias Antes 323 -20,4385 Depois 173 82,6737 Kanitz Antes 323 ,8253 Depois 173 -58,2818 Silva Antes 323 -371123,8310 Depois 173 -777322,8543 Fonte: Dados da pesquisa (2022). Na Tabela 5, nota-se as médias das empresas para cada modelo de previsão de insolvência, nos períodos antes e após ao pedido de recuperação judicial. Observa- se que nos modelos de Elizabetski e Matias houve significativas melhoras nos resultados das empresas após o pedido de recuperação judicial. Estes resultados mostram uma tendência de as empresas evoluírem para uma superação das suas dificuldades econômico-financeiras e por consequência tornando-as solventes. 34 Assim, para verificar se as médias obtidas para as empresas em estudo podem ser consideradas estatisticamente diferentes, primeiramente verificado a normalidade na distribuição dos dados, utilizando como parâmetro o teste de Kolmogorov-Smirnov, aplicado para amostras superiores a 50 observações. A Tabela 6 apresenta o teste de normalidade por meio do Teste Kolmogorov-Smirnov. Tabela 6 - Teste de Normalidade Teste K-S Modelo de Insolvência Período Estatística Desvio Padrão Sig Elizabetesky Antes ,441 323 ,000 Depois ,479 173 ,000 Matias Antes ,462 323 ,000 Depois ,473 173 ,000 Kanitz Antes ,269 323 ,000 Depois ,436 173 ,000 Silva Antes ,352 323 ,000 Depois ,438 173 ,000 Fonte: Dados da pesquisa, 2022. Como pode ser constatado na Tabela 6, o nível de significância é de 0,00 para todos os modelos de insolvência. O valor utilizado como parâmetro para definir se os dados apresentam distribuição normal é de 0,05, ou seja, Sig inferior a 0,05 deve-se considerar distribuição não normal. Portanto, deve-se rejeitar a hipótese nula de que os dados apresentam distribuição normal, desse modo, adota-se a hipótese alternativa de não normalidade dos dados. Assim, foi aplicado o teste não paramétrico de Wilcoxon/ Mann-Whitney, o qual toma como parâmetro os postos dos valores obtidos combinando 2 amostras dependentes, para verificar se existem diferenças de médias entre os períodos observados. Tabela 7 - Estatística Descritiva Dois Períodos Estudados Modelo de Insolvência Nº Obser. Média Desvio Padrão Mínimo Máximo ELIZABETSKY 496 -2, 8560 113, 46466 -1264,29 2071,10 MATIAS 496 15, 5260 817, 58232 -6738,91 11455,55 KANITZ 496 -19, 7907 220, 92943 -4199,41 226,23 SILVA_ 496 -512802, 1194 2138143,21425 -19937944,95 1574186,33 Fonte: Dados da pesquisa 2022. Na Tabela 7 são descritas as médias do grupo antes e o grupo depois da recuperação judicial, condensados em uma análise total geral. Nesta perspectiva nota-se o modelo de Silva que apresenta maior disparidade nos valores e também menor média comparado com os outros modelos. 35 Tabela 8 – Ranks médios dos modelos de insolvência Modelos de Insolvência Período Nº Observ. Rank Médio Soma dos Ranks ELIZABETSKY Antes 323 281,94 91068,00 Depois 173 186,06 32188,00 Total 496 MATIAS Antes 323 261,27 84391,00 Depois 173 224,65 38865,00 Total 496 KANITZ Antes 323 243,14 78533,00 Depois 173 258,51 44723,00 Total 496 SILVA Antes 323 248,91 80398,00 Depois 173 247,73 42858,00 Total 496 Fonte: Dados da pesquisa (2022). Pode-se observar nos dados mostrados na Tabela 8, estatística descritiva de que a soma dos Ranks médios, para o período anterior ao pedido de recuperação se mostra maior quando comparados ao período após ao pedido de recuperação. Na Tabela 9 são mostrados os resultados do teste Wilcoxon, que cria uma classificação agrupada de todas as diferenças observadas entre as duas medidas dependentes. O teste utiliza o valor z normal distribuído para testar a significância das amostras observadas. Tabela 9 - Teste Wilcoxon/Mann-Whitney ELIZABETSKY MATIAS KANITZ SILVA Mann-Whitney U 17137,000 23814,000 26207,000 27807,000 Wilcoxon W 32188,000 38865,000 78533,000 42858,000 Z -7,101 -2,712 -1,139 -,087 Asymp. Sig. (2- tailed) ,000 ,007 ,255 ,931 Fonte: Dados da pesquisa 2022. Como pode ser observado, de acordo com o teste de Wilcoxon, os Modelos de Previsão de insolvência de Elizabetsky e Matias apresentam significância estatística e, para as empresas estudadas pode-se inferir que as médias obtidas para os períodos anterior e posterior ao pedido de recuperação judicial são diferentes. Os modelos preditivos de Kanits e Silva, não mostraram diferenças estatisticamente significativas para os períodos observados. Importante destacar que para os modelos preditivos de insolvência, de Elizabetsky e Matias, tanto a média, quanto o Rank médio das variáveis estudada mostraram resultados melhores para o período posterior ao pedido de recuperação judicial. Estes resultados indicam que as empresas, em grande medida, tendem a melhorar sua situação financeira no período pós-recuperação judicial. 36 5. Considerações Finais O objetivo do estudo foi analisar os resultados financeiros das empresas em recuperação judicial, por meio da aplicação dos modelos de previsão de insolvência, buscando verificar se estes indicadores se mostram diferentes para os períodos anteriores e posteriores ao pedido de recuperação judicial. Para tanto, foram identificadas as empresas listadas na B3, que se encontram em processo de recuperação judicial no ano de 2021. Foram selecionadas e estudadas 14 empresas que se encontravam neste processo e apresentavam os dados necessários para as análises. As empresas estudadas são representativas dos setores de maquinas e equipamentos, energia, comercio, indústrias, telecomunicações entre outras. Na sequência, foram extraídos os modelos de previsão de insolvência de Elizabetsky (1976), de Matias (1978), de Kanitz (1978), e de Silva(1982) nas empresas que compõe o estudo. Importante destacar que por meio de estatística descritiva, todos os modelos caracterizaram as empresas num primeiro momento como insolventes, confirmando a situação de crise financeira apresentadas nos relatórios financeiros e notas explicativas. Os resultados da pesquisa mostraram ainda que os modelos preditivos de insolvência mostraram médias relativamente diferentes para os períodos caracterizados como anteriores e posteriores ao pedido de recuperação judicial das empresas. Por meio do teste não paramétrico Teste Wilcoxon/Mann-Whitney foi possível observar que somente os modelos de insolvência de Elizabetsky e Matias apresentam significância estatística, mostrando que para as empresas estudadas as médias dos períodos anterior e posterior ao pedido de recuperação judicial são diferentes. Estes resultados permitem inferir que para as empresas e períodos estudados, os resultados financeiros tendem a melhorar no período pós recuperação judicial. Os resultados da pesquisa se encontram limitados as empresas, métricas de análise e período estudado. Sugere-se para futuras pesquisas o acompanhamento das empresas em processo de recuperação judicial, além da aplicação de outros modelos de previsão de solvência, a fim de identificar a capacidade preditiva dos mesmos em empresas que se encontram em dificuldades financeiras. 37 REFERÊNCIAS AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 2004. ALCANTARA, Alexandre da Silva. Estrutura, Análise e Interpretação das Demonstrações Contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2014. ALMEIDA, Bruno José Machado de; CARVALHO, Pedro Miguel Torres; ALMEIDA, José Joaquim Marques de. Uma aplicação do Z-Score. Revista Ciências Administrativas, Fortaleza, v. 22, n. 1, p. 11-41, jan/jun. 2016. 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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 População e Amostra 4. ANALISE DOS DADOS 4.1 Estatísticas Descritivas dos Modelos de Insolvência 4.2 Testes de Diferença de Médias para os Modelos de Insolvência 5. Considerações Finais REFERÊNCIAS
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