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MANEJO FLORESTAL SUSTENTAVEL (2)

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Aula 02
Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista
Ambiental) - 2021 - Pré-Edital
Autor:
Monik Begname de Castro
11 de Outubro de 2021
80995110506 - Clarissa Meira Viana
1 
 
Sumário 
Manejo Florestal Sustentável ......................................................................................................................... 2 
1. Plano de Manejo ................................................................................................................................... 3 
1. Plano de manejo ............................................................................................................................. 3 
2. Etapas do plano de manejo ............................................................................................................. 5 
2. Sistema de colheita ................................................................................................................................ 6 
3. Sistemas silviculturais aplicados às florestas tropicais ........................................................................... 13 
1. Tratamentos silviculturais ................................................................................................................ 15 
Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em Florestas Naturais de Produção da Amazônia ...... 17 
a) Conceitos chaves do manejo de florestas tropicais ............................................................................ 18 
b) As Atividades do Manejo de Florestas Tropicais na Amazônia .......................................................... 23 
Macroplanejamento da exploração florestal ........................................................................................... 26 
Microplanejamento da exploração florestal ............................................................................................. 28 
Questões Comentadas ................................................................................................................................. 33 
Lista de Questões ........................................................................................................................................ 42 
Gabarito ..................................................................................................................................................... 45 
Referências.................................................................................................................................................. 46 
 
 
 
 
Monik Begname de Castro
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2 
 
MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL 
Explorar produtos e serviços florestais em áreas tropicais de alta diversidade é uma tarefa complexa. Para 
que essa atividade seja executada de forma eficiente são necessários vários estudos e análises prévias da 
área. 
Mas por quais motivos devemos manejar as florestas? 
As principais razões para se manejar uma floresta são: 
Continuidade da produção. A adoção do manejo garante a produção de madeira na área indefinidamente, 
e requer a metade do tempo necessário na exploração não manejada. 
Rentabilidade. Os benefícios econômicos do manejo superam os custos. Tais benefícios decorrem do 
aumento da produtividade do trabalho e da redução dos desperdícios de madeira. 
Segurança de trabalho. As técnicas de manejo diminuem drasticamente os riscos de acidentes de trabalho. 
No Projeto Piloto de Manejo Florestal (Imazon/WWF), os riscos de acidentes durante o corte na operação 
manejada foram 17 vezes menor se comparado às situações de perigo na exploração predatória. 
Respeito à lei. Manejo florestal é obrigatório por lei. As empresas que não fazem manejo estão sujeitas a 
diversas penas. Embora, a ação fiscalizatória tenha sido pouca efetiva até o momento, é certo que essa 
situação vai mudar. Recentemente, tem aumentado as pressões da sociedade para que as leis ambientais e 
florestais sejam cumpridas. 
Oportunidades de mercado. As empresas que adotam um bom manejo são fortes candidatas a obter um 
“selo verde”. Como a certificação é uma exigência cada vez maior dos compradores de madeira, 
especialmente na Europa e nos Estados Unidos, as empresas que tiverem um selo verde, provando a 
autenticidade da origem manejada de sua madeira, poderão ter maiores facilidades de comercialização no 
mercado internacional. 
Conservação florestal. O manejo da floresta garante a cobertura florestal da área, retém a maior parte da 
diversidade vegetal original e pode ter impactos pequenos sobre a fauna, se comparado à exploração não 
manejada. 
Serviços ambientais. As florestas manejadas prestam serviços para o equilíbrio do clima regional e global, 
especialmente pela manutenção do ciclo hidrológico e retenção de carbono. 
O manejo florestal sustentável consiste em explorar cuidadosamente parte das árvores grandes de tal 
maneira que as árvores menores, a serem exploradas no futuro, sejam protegidas. Desta forma, a produção 
de madeira pode ser contínua. Para que essa exploração ocorra de forma sustentável há a necessidade de 
se elaborar um plano de manejo florestal, que iremos estudar a seguir. 
Monik Begname de Castro
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1. Plano de Manejo 
Antes de iniciar a elaboração de um plano de manejo, é recomendável fazer minucioso levantamento da 
política e legislações florestais, para se ter uma visão atual e prever as tendências futuras da gestão das 
florestas em escalas nacionais, regionais e local. 
Segundo os órgãos gestores do manejo florestal sustentável com fins madeireiros, para florestas nativas e 
suas formas sucessoras no bioma Amazônia, manejo florestal é a administração da floresta para 
obtenção de benefícios econômicos, sociais, e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação 
do ecossistema e considerando, cumulativamente ou alternativamente, a utilização de múltiplas 
espécies de madeiras e de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização 
de outros bens e serviços de natureza florestal. 
O manejo florestal sustentável de uso múltiplo deve atender aos seguintes princípios gerais e fundamentos 
técnicos, conforme normas legais vigentes: 
Princípios: 
a) Conservação dos recursos naturais 
b) Conservação da estrutura da floresta e de suas funções 
c) Manutenção da diversidade biológica 
d) Desenvolvimento socioeconômico da região 
Fundamentos técnicos: 
a) Caracterização do meio físico e biológico. 
b) Determinação do estoque de madeira. 
c) Intensidade de exploração compatível com a capacidade do sítio. 
d) Promoção da regeneração natural da floresta. 
e) Adoção de sistema silvicultural adequado. 
f) Adoção de sistema de exploração adequado. 
g) Monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente. 
h) Garantia da viabilidade técnico-econômica e dos benefícios sociais. 
i) Garantia de medidas mitigadoras dos impactos ambientais. 
As atividades de manejo florestal, mesmo que realizadas com observância dos princípios, critérios e 
indicadores de sustentabilidade, podem causar efeitos adversos e benéficos sobre os meios abióticos, 
bióticos e antrópicos. Portanto, a sustentabilidade do manejo requer cuidadosa gestão (planejamento, 
controle e ordenamento) dos recursos florestais disponíveis, de modo a harmonizar benefícios ambientais 
e socioeconômicos. Harmonizar benefícios ambientais, sociais e econômicos é dever do poder público e da 
coletividade. 
1. Plano de manejo 
Um plano de manejo pode ser conceituado de diferentes maneiras: 
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a) Plano de manejo é um documento técnico medianteo qual, com fundamentos nos objetivos gerais de 
uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da 
área e o manejo dos recursos naturais. (SNUC - Lei nº 9.985/2000). 
b) Plano de manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamentos nos objetivos gerais de 
uma propriedade, são estabelecidos o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o 
manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da 
propriedade. 
c) Plano de manejo florestal é um documento-base para descrever procedimentos de manejo adotados na 
área florestal. 
d) Plano de manejo é o instrumento que possibilita conciliar os benefícios ambientais, sociais e econômicos 
em uma propriedade. 
e) Plano de manejo florestal sustentável (PMFS) é o documento técnico básico que apresenta as diretrizes 
e procedimentos para administração da floresta de acordo com os princípios do manejo florestal 
sustentável. 
Em síntese, um plano de manejo é instrumento básico de gestão da propriedade florestal. Dependendo do 
tipo e do tamanho da propriedade e da escala das operações, o plano de manejo pode ser visualizado em 
três níveis: 
▪ Estratégico (visão de longo prazo, por exemplo, considerando um ciclo de corte de 25 anos) 
▪ Tático (para um período de cinco seis ou sete anos) 
▪ Operacional anual (POA) 
Os POAs relacionam as atividades a serem executadas, isto é, contêm os cronogramas físicos de execução 
de atividades. 
Existem diferentes categorias ou modalidades de planos de manejo, cada um com um roteiro específico ou 
estrutura básica para elaboração do referido PMFS (Plano de manejo florestal sustentável). Os roteiros 
seguem instruções ou resoluções normativas publicadas pelo órgão gestor da atividade. Em geral, um PMFS 
deve incluir: 
1) Informações gerais da propriedade. 
2) Objetivos e justificativas do manejo. 
3) Caracterização do meio físico, biológico e socioeconômico. 
4) Zoneamento da(s) propriedade(s). 
5) Inventário da área de manejo florestal (AMF). 
6) Determinação da colheita. 
7) Sistema de colheita. 
8) Sistema silviculturais. 
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9) Avaliação de impacto ambiental. 
10) Monitoramento da floresta. 
11) Análise de viabilidade econômica. 
12) Plano operacional anual das UPAs (Unidades de Produção Anual). 
13) Referências. 
14) Documentos a serem anexados aos PMFS. 
O Plano operacional anual (POA) engloba: 
1) Infraestrutura de colheita. 
2) Censo ou inventário pré-exploratório 100%, com mapeamento das árvores pré-comerciais e 
potencialmente comerciais de cada unidade de trabalho (UT). 
3) Mapas das UTs. 
4) Sistemas de colheita. 
5) Tratamentos silviculturais. 
6) Proteção florestal. 
7) Monitoramento da UPA manejada. 
8) Avaliação de impacto ambiental na UPA. 
2. Etapas do plano de manejo 
O plano de manejo pode ser organizado em três etapas. 
1ª etapa --> Zoneamento ou divisão da propriedade florestal. 
• Áreas exploráveis; 
• Áreas de preservação permanente; 
• Áreas inacessíveis à exploração. 
 
2ª etapa --> Planejamento das estradas secundárias que conectam a área de exploração às estradas 
primárias. 
3ª etapa --> Divisão da área alocada para exploração em blocos ou talhões de exploração anual. 
 
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2. Sistema de colheita 
Um plano de manejo florestal envolve, entre outras, atividades relacionadas com os processos de colheita 
de madeira (exploração florestal). Para que o manejo seja sustentável, é imprescindível, dentre outras 
restrições, que a exploração seja de baixo impacto ambiental. Uma exploração bem planejada e 
cuidadosamente executada não apenas contribui significativamente para a sustentabilidade do plano de 
manejo, como também resulta em substancial redução nos custos totais da colheita da madeira. 
A seguir irei descrever de forma sucinta as principais atividades relacionadas à colheita de madeira. 
Descrição das principais atividades 
1. Mapeamento e zoneamento da propriedade: o zoneamento é essencial, pois permitiria diferenciar as 
áreas com vocação florestal daquelas que deveriam ser mantidas fora do alcance da exploração 
madeireira. Faz-se o zoneamento ou divisão da propriedade florestal em áreas exploráveis; áreas de 
preservação permanente e áreas inacessíveis à exploração. 
 
• Áreas de preservação permanente: são áreas que deverão ser identificadas e demarcadas, de 
acordo com a legislação florestal. Essas áreas estão incluídas as margens de rios; ao redor das lagoas, 
lagos ou reservatórios d’águas naturais ou artificiais; nascentes e “olhos d’água”, qualquer que seja 
a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura; topo de morros, montes, 
montanhas e serras; e encostas (ladeiras) com declividade superior a 45 graus. 
 
• Áreas incessíveis à exploração: áreas onde a exploração madeireira causaria impactos ambientais, 
aumentaria os riscos de acidentes e representaria custos elevados são classificadas como áreas 
inacessíveis à exploração, mesmo que para elas não existam restrições legais. Por exemplo, as áreas 
de floresta com inclinação superior a 40% devem ser classificadas como inacessíveis, uma vez que o 
custo de arraste e os impactos ambientais seriam significativos utilizando trator de esteira ou trator 
florestal (skidder). 
 
• Áreas exploráveis: As florestas restantes da propriedade com um bom estoque de madeiras 
formam as áreas exploráveis. 
 
2. Plano de manejo florestal: deverá ser elaborado conforme o roteiro básico, protocolado nas formas 
digitais e impresso em papel na Gerência Executiva do IBAMA (GEREX) ou em órgão estadual 
conveniado, onde será analisado tecnicamente e juridicamente e aprovado para que as demais 
atividades de manjo da floresta tenham continuidade. 
 
3. Delimitação das UPAs: refere-se à divisão da área de floresta de produção em unidades 
organizacionais, isto é, unidades de produção anual (UPA) e unidades de trabalho ou talhão (UT) para 
colheita de madeira e aplicação de tratamentos silviculturais. 
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Fonte: Informativo técnico 1 (IFT)1 
4. Divisão das UPAs em UTs: refere-se à divisão das UPAs em talhões ou UTs. O tamanho de cada UT 
depende, entre outros fatores, de características como relevo, topografia, formato da área etc. 
 
5. Inventário 100% com mapeamento de árvores: refere-se aos inventários de prospecção pré-corte em 
100% das árvores com um diâmetro mínimo de corte (DMC), ou seja, inventariar e localizar no mapa, na 
escala de 1:1000, todas as árvores de tamanho comercial, por exemplo, com DAP ≥ 50 cm, da lista de 
espécies de valor comercial. No inventário de prospecção com mapeamento de árvores deverão ser 
coletados os seguintes dados: 
a) Coordenadas (x,y) para localização, mapa, de cada árvore com DMC. 
b) Número da plaqueta afixada no tronco da árvore com DMC. 
c) Altura da sapopema, em metros. 
d) Diâmetro de tronco à altura de 1,30m do solo (DAP), ou diâmetro de tronco acima da sapopema. 
e) Altura comercial (comprimento da tora, em metros). 
f) Qualidade da tora. 
g) Direção natural de queda. 
h) Presença/suspeita de oco. 
 
1 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS 
NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-
content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> 
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O inventário florestal 100% pode ser executado logo depois da delimitação da UT e da abertura das trilhas 
de orientação. 
6. Corte de cipós: Os cipós são plantas trepadeiras que se desenvolvem sobre os troncos e copas de outras 
árvores. Eles dificultam as operações de corte e aumentam os riscos de acidentes durante a exploração. 
O corte de cipós é uma forma de diminuir os problemas relacionados à exploração madeireira. Os cipós 
devem ser cortados somente na área onde as árvores serão extraídas, ou ainda em áreas de floresta 
juvenil, onde não existem árvores maduras. O corte de cipós nessas áreas resulta nos seguintes 
benefícios: 
▪ Redução de danos: o corte de cipós reduz o número de árvores danificadas, bem como o tamanho 
da clareira formada pela queda da árvore. 
▪ Redução de riscos de acidentes 
▪ Aumento na capacidade de regeneração da floresta: os cipós competem por luz e nutrientes com 
as árvores. Nas áreas exploradas pela atividade madeireira onde não foi feito o corte de cipós, estes 
tendem a se restabelecer primeiro, dificultando a regeneração e o crescimento da floresta. Por outro 
lado, as árvores que tiverem os cipós cortados podem ter um crescimento maior. 
 
Fonte: IFT, 2013. 
O corte de cipós deve ser feito no mínimo um ano antes da exploração, para garantir que os cipós 
mais resistentes apodreçam e se desprendam das árvores. É importante notar que, embora as folhas 
dos cipós caiam duas a três semanas após o corte, o apodrecimento e queda dos seus caules têm início 
somente depois de seis meses, sendo que os mais resistentes só caem um ano após o corte. 
7. Instalação e primeira medição de parcelas permanentes: refere-se ao estabelecimento e à medição 
das parcelas permanentes. Essa atividade objetiva controlar a exploração florestal, ou seja, conhecer a 
estrutura e arquitetura da floresta para, posteriormente, avaliar os impactos da aplicação das atividades 
de exploração florestal e verificar se as prescrições e o nível de colheita foram adequadamente 
executados. (por exemplo, se a intensidade de cortes e as regras básicas estabelecidas para a colheita 
de baixo impacto não foram violadas). 
 
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8. Determinação da intensidade de corte: a decisão sobre quanto, onde e o que colher deve ser 
fundamentada, sobretudo, em critérios legais nos resultados das análises da composição florísticas e 
das estruturas fitossociológicas: horizontal; vertical; paramétrica (diâmetros, áreas basais e volume); 
estrutura interna; englobando a qualidade de fuste e valor da madeiras; e, por fim, as análises 
qualitativas, incluindo-se infestação de cipós, danos, presença de outros valores importantes para 
conservação. 
 
9. Seleção e marcação das árvores para abate: numa primeira etapa, a seleção das árvores é feita no 
escritório utilizando-se a listagem de espécies, o mapa de localização das árvores e as demais 
informações obtidas do inventário 100%, tais como: espécie, DAP, volume comercial, qualidade de 
tora, presença de danos (podridão, oco) e habitat em geral. É possível que a seleção feita no escritório 
tenha que ser complementada por um trabalho de campo que deverá ser executado juntamente com a 
marcação definitiva das árvores para abate comercial. As árvores a serem abatidas devem ser marcadas 
com tinta. A marca poderá ser um círculo duplo, traçado na altura do DAP. Finalmente, como resultado 
desse processo de seleção poderá ser elaborado o mapa de corte que, juntamente com as demais 
instruções de abate, serão repassados à equipe de corte. 
 
10. Rede viária florestal e pátios de estocagem de toras: são as estradas de acesso à área de manejo 
florestal (AMF), as estradas primárias, secundárias e terciárias e os pátios de estocagem de toras das 
unidades de trabalho (UTs) e de baldeio ou intermediárias. 
Estradas primárias: permitem o transporte de madeira, de equipamentos e pessoal por caminhões e 
por tratores, dos pátios de estocagem até a unidade de processamento. Devem permitir o tráfego 
permanente e regular de veículos. Fazem parte da infraestrutura permanente de um projeto de manejo, 
portanto devem ser locadas sobre terrenos altos, bem drenados e trafegáveis. 
Trilhas secundárias ou de arraste: são espaços abertos entre as árvores, partindo das trilhas principais 
e em direção das árvores marcadas para o abate. Estas trilhas não são permanentes, não necessitam 
obrigatoriamente serem abertas, seguem o formato “espinha de peixe”, são normalmente utilizadas 
para extração da madeira do local de abate até as trilhas principais, e seus trajetos variam nos diferentes 
ciclos de cortes. 
Pátios de estocagem de toras das UTs: são planejadas e construídas nas UTs e ao longo das estradas 
terciárias e secundárias, podem ser distribuídos de forma sistemática ou direcional e se destinam à 
estocagem das toras extraídas das UTs. 
Pátios de baldeio ou intermediários: são planejados e construídos ao longo das estradas primárias ou 
principais e, ou, daquelas estradas de acesso e destinam à estocagem de toras procedentes dos pátios 
de estocagem das UTs até que o transporte final seja realizado, principalmente no período de chuvas. 
 
11. Plano operacional anual (POA): as atividades desenvolvidas em cada UPA deverão obedecer aos POAs, 
para os quais deverão ser elaborados relatórios de exploração contendo o detalhamento das atividades 
programadas e realizadas. 
 
12. Abate direcional: é a primeira operação propriamente dita relacionada com a colheita da madeira. As 
técnicas de corte de árvores aplicadas na exploração madeireira manejada buscam evitar erros, tais 
como o corte acima da altura ideal e o destopo abaixo do ponto recomendado. Esses erros causam 
desperdícios excessivos de madeira, danos desnecessários à floresta e uma maior incidência de 
acidentes de trabalho. O corte das árvores na exploração manejada também considera o 
direcionamento de queda das árvores para proteger a regeneração de árvores de valor comercial e 
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facilitar o arraste das toras. Antes de derrubar uma árvore, o operador deve preparar uma “área de fuga”. 
Recomendações: as árvores devem ser derrubadas num arranjo denominado “espinha de peixe”, ou 
seja, não abater árvores perpendicularmente às trilhas de arraste; não deixar as copas das árvores nas 
trilhas de arraste; evitar a concentração de copas numa mesma área e o abate de grupos de árvores, de 
modo a evitar a formação de clareiras; observar que somente as pessoas que compõem a equipe de 
abate devem permanecer nas áreas de abate; e utilizar pessoal bem treinado, equipamentos, vestuários 
e ferramentas de cortes adequados. A equipe de corte é composta por um ou dois motosserristas e um 
ajudante. 
 
13. Traçamento dos fustes: consiste no seccionamento do tronco em toras, o corte da madeira da copa e 
o rebaixamento da galhada. Normalmente, são feitos três traçamentos dos fustes comerciais. O 
primeiro é executado na floresta, onde os fustes são traçados no diâmetro mínimo comercial ou no 
comprimento de máximo aproveitamento. Nessa etapa, normalmente, são eliminadas as porções dos 
fustes com defeitos, é feito o rebaixamento da galhada e, ou, o traçamento da lenha. O segundo 
traçamento é feito no pátio de estocagem, onde os fustes são preparados para embarque e transporte. 
O terceiro é executado na unidade de processamento da madeira. 
 
14. Arraste: para transportar as toras do local de queda das árvores até os pátios de estocagem utilizam-se 
os mais variados veículos de carga, desde tração animal, passando por tratores agrícolas e de esteira até 
o trator florestal de pneus (skidder). Otrator florestal (skidder) e o trator de esteira adaptado com 
guincho e torre são as máquinas recomendadas para o arraste das toras em uma exploração manejada 
de terra firme. Em termos comparativos, o skidder tem um melhor desempenho, uma vez que foi 
desenvolvido especificamente para as operações de exploração madeireira. O trator de esteira, por 
outro lado, foi projetado para a abertura de estradas 
 
15. Carregamento da madeira: estão disponíveis diversos métodos e equipamentos, porém, devem-se 
utilizar sempre os mais adequados para cada situação. É importante que essa atividade seja executada 
com rapidez, segurança e com o menor custo operacional. Antes de concluir a expedição é importante 
certificar-se da conclusão do romaneio (numeração, cubagem e registros de toras para rastreamento da 
madeira) e estar de posse do Documento de Origem Florestal - DOF. 
 
 
 
O Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo Sistema DOF, é uma licença 
obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e 
subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo (Portaria MMA 
nº 253/2006). O documento deve conter informações sobre as espécies, tipo do material, 
volume, valor do carregamento, placa do veículo, origem, destino, além da rota detalhada 
do transporte. 
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O DOF acompanha o produto ou subproduto florestal nativo por meio de transporte 
rodoviário, aéreo, ferroviário, fluvial, marítimo ou conjugado nessas modalidades. 
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 112, DE 21 DE AGOSTO DE 2006. 
Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa entende-se por: 
I - produto florestal: aquele que se encontra no seu estado bruto ou in natura, na forma 
abaixo: 
 a) - madeira em toras; 
 b) - toretes; 
 c) - postes não imunizados; 
 d) - escoramentos; 
 e) - palanques roliços; 
 f) - dormentes nas fases de extração/fornecimento; 
 g) - estacas e moirões; 
 h) - achas e lascas; 
 i) - pranchões desdobrados com motosserra; 
 j) - bloco ou filé, tora em formato poligonal, obtida a partir da retirada de costaneiras; 
 k) - lenha; 
 l) - palmito; 
 m) - xaxim; e 
 n) - óleos essenciais. 
 Parágrafo único. Considera-se, ainda, produto florestal, referido neste artigo, as plantas 
ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas de origem 
nativa ou plantada das espécies constantes da lista oficial de flora brasileira ameaçada de 
extinção e dos anexos da CITES, para efeito de transporte com DOF. 
 II - subproduto florestal: aquele que passou por processo de beneficiamento na forma 
relacionada: 
 a) - madeira serrada sob qualquer forma, laminada e faqueada; 
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 b) - resíduos da indústria madeireira (aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de 
beneficiamento e de industrialização de madeira) quando destinados para fabricação de 
carvão; 
 c) - dormentes e postes na fase de saída da indústria; 
 d) - carvão de resíduos da indústria madeireira; 
 e) - carvão vegetal nativo empacotado, na fase posterior à exploração e produção. 
 f) - xaxim e seus artefatos na fase de saída da indústria. 
Art. 9° Fica DISPENSADA da obrigação de uso do DOF nos casos de transporte de: 
 I - material lenhoso proveniente de erradicação de culturas, pomares ou de poda de 
arborização urbana; 
 II - subprodutos que, por sua natureza, já se apresentam acabados, embalados, 
manufaturados e para uso final, tais como: porta, janela, móveis, cabos de madeira para 
diversos fins, lambri, taco, esquadria, portais, alisar, rodapé, assoalho, forros, 
acabamentos de forros e caixas, chapas aglomeradas, prensadas, compensadas e de fibras 
ou outros objetos similares com denominações regionais. 
 III - celulose, goma-resina e demais pastas de madeira; 
 IV - aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de beneficiamento e de industrialização 
de madeira, serragem, paletes e briquetes de madeiras e de castanha em geral, folhas de 
essências plantadas, folhas, palhas e fibras de palmáceas, casca e carvão produzido da 
casca de coco, moinha e briquetes de carvão vegetal, escoramentos e madeira beneficiada 
entre canteiros de obra de construção civil, madeira usada em geral, reaproveitamento de 
madeira de cercas, currais e casas; 
 V - carvão vegetal empacotado do comércio varejista; 
 VI - bambu (Bambusa vulgares) e espécies afins; 
 VII - vegetação arbustiva de origem plantada para qualquer finalidade. 
 VIII - plantas ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas 
de origem nativa das espécies não constantes da lista oficial de espécie ameaçada de 
extinção e dos anexos da CITES. 
16. Transporte da madeira: os tipos de transporte mais utilizados em colheita de madeira em florestais 
tropicais são o rodoviário e o hidroviário. Porém, existem outros meios, tais como o transporte 
ferroviário e o aéreo. 
 
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17. Descarregamento da madeira: aconselha-se realizá-lo com máquina e com a máxima rapidez, 
economia e segurança possível. Essa operação pode ser realizada com carregadeira, guincho autocarga, 
ou usando-se simplesmente uma rampa para que as toras rolem para o pátio. 
 
18. Segunda medição de parcelas permanentes: essa medição é realizada nas parcelas permanentes após 
a exploração (Você se lembra que já realizamos uma medição, porém ela foi realizada antes da colheita!?), 
com o intuito de avaliar os impactos da exploração florestal sobre a arquitetura e estrutura da floresta, 
quantificar os cortes efetuados, quantificar e qualificar os danos ao povoamento remanescente e avaliar 
a necessidade, tipos, intensidade e formas de tratamento silviculturais. Nesta etapa, ainda é 
recomendado plaquetar as arvores para monitoramento. 
 
19. Silvicultura pós-colheita: essa atividade é fundamental após a colheita de madeira em florestas nativas 
para que a floresta seja considerada manejada. Engloba principalmente os tratamentos silviculturais de 
limpeza, corte de cipós, refinamentos, liberação e plantios de enriquecimentos. Têm em vista não só 
aumentar a composição de espécies comerciais, a produtividade, a qualidade e o valor econômico da 
floresta remanescente da colheita de baixo impacto, mas também mitigar os efeitos ambientais 
adversos e potencializar benefícios do manejo sustentável da floresta. 
 
20. Plantio de enriquecimento: visa melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio 
do plantio de mudas de espécies, de valor comercial, ambiental e, ou, social. 
 
21. Monitoramento ou inventário contínuo: servem para avaliar as mudanças na composição florística e 
nas estruturas e arquitetura da floresta remanescente da exploração florestal. Parcelas permanentes 
devem ser instaladas, assim como devem ser feitas medições sucessivas e periódicas delas para: avaliar 
os processos de dinâmica de sucessão natural, de crescimento e produção florestal de espécies, de 
classes de diamétricas e regimes de manejo; avaliar necessidades, tipos, intensidade e ocasiões 
apropriadas de aplicação dos cortes de colheita e dos tratamentos silviculturais sobre o povoamento 
remanescente. Com os resultados obtidos do monitoramento poderão ser aprimorados os regimes de 
manejo prescritos e aplicar tratamentos silviculturais mais apropriados. 
3. Sistemas silviculturais aplicados às florestas tropicais 
Sistema silvicultural é um conjunto de regras e ações necessárias para conduzir uma floresta a uma nova 
colheita, incluindo, principalmente os tratamentossilviculturais. 
Existe uma série de sistemas silviculturais que foram desenvolvidos nos trópicos, com base na regeneração 
natural, os quais podem ser resumidos em dois grupos: sistemas monocíclicos e sistemas policíclicos2. 
O sistema monocíclico é aquele em que todo o estoque de árvores de madeira comercial é removido em 
uma única operação, com o objetivo de criar uma floresta alta equiânia a partir de regeneração natural, 
para exploração em rotações definidas. Os sistemas monocíclicos modificam drasticamente a composição 
de espécies, a estrutura de idade, a estrutura diamétrica e o estoque de nutrientes da floresta, incluindo: 
 
2 SOUZA, A.L.; SOARES, C.P.B. Florestas nativas: estrutura, dinâmica e manejo. 1ª edição. Viçosa: UFV, 2013, 322p. 
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• Sistema Uniforme Malaio (SUM) 
• Sistema Uniforme Malaio Modificado (SUMM) 
• Sistema Tropical de Cobertura (STC) 
O sistema policíclico é aquele em que as operações de colheita são aplicadas, periodicamente, em apenas 
uma parte dos indivíduos e das espécies comerciais, fazendo-se os cortes em intervalos regulares, 
denominados ciclos de corte, com o objetivo de manter a floresta alta multiânea ou inequiânea, 
manejada, prioritariamente, para espécies comerciais. Inclui principalmente: 
• Sistema de Seleção (SSE) 
• Sistema de Espécies Listadas (SEL) 
• CELOS (Center for Agricultural Research in Suriname 
Os sistemas policíclicos são mais apropriados para o manejo das florestas nativas, por se assemelharem aos 
processos naturais de sucessão em clareiras. Além do mais, os sistemas policíclicos, desde que aplicados 
adequadamente, propiciam: 
• A conservação da biodiversidade e do estoque de nutrientes; 
• Manutenção das estruturas da floresta, de todas as opções de produção de produtos florestais 
madeireiros e não madeireiros e de serviços e benefícios para satisfação das necessidades e 
aspirações do homem.; 
• Os riscos de infestação de pragas e doenças são menores; 
• Causam menos impactos à biodiversidade, pois não requerem os tratamentos radicais para 
conversão da estrutura inequiânea em equiânea; 
• Provocam, provavelmente, menores alterações na evapotranspiração e na hidrologia; 
• Modificam ligeiramente o estoque de nutrientes na fitomassa e a função filtrante da floresta e, 
portanto, a reposição de nutrientes por via atmosférica é mantida. 
De maneira geral, um sistema silvicultural consiste em três fases principais: 
1. Colheita ou exploração de um crescimento prévio. 
2. Regeneração das áreas de colheita. 
3. Favorecimento, ou seja, assistência silvicultural a regeneração e ao estoque em crescimento. 
Operação Tipo Característica 
Exploração 
Seletiva 
Corte seletivo em uma área 
específica, adotando-se um ciclo 
de corte 
Corte raso 
Corte raso numa área, em uma 
única operação. 
Regeneração 
Natural 
Mudas da regeneração natural 
ou rebrota 
Artificial Mudas de viveiro 
Tratamento silvicultural 
De baixa intensidade 
De alta intensidade 
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1. Tratamentos silviculturais 
Tratamentos silviculturais são todas aquelas intervenções realizadas na floresta que visam aumentar a sua 
qualidade e a produtividade. Uma floresta só é considerada manejada se houver prescrições e aplicações de 
tratamentos silviculturais, mesmo que sejam os mais elementares possíveis. 
Os tratamentos silviculturais que são aplicáveis no manejo das florestas naturais são: 
➢ Corte de cipós 
➢ Exploração florestal 
➢ Refinamento 
➢ Liberação 
➢ Plantio de enriquecimento 
A) Corte de cipós: a presença de cipós, dependendo do grau de infestação, pode representar forte 
competição e condição inadequada à sucessão natural e ao crescimento e produção das espécies arbóreas 
de valor comercial. Por isso, sua população deverá ser controlada, não só para reduzir a competição por 
luz, umidade e nutrientes, mas também para facilitar o acesso às áreas de colheitas, reduzir os danos de 
abate de árvores durante a colheita, evitar acidentes durante as atividades de exploração, o refinamento e 
a liberação e melhorar a qualidade dos fustes das árvores de valor comercial. 
O corte de cipós pode ser feito com facão ou foice e em dois lugares: rente ao chão e o mais alto possível. O 
corte de cipós realizado pelo menos um ano antes do abate de árvores comerciais diminui os danos da 
colheita de madeira, contudo, onera consideravelmente o manejo florestal. 
B) Exploração ou colheita florestal: refere-se ao conjunto de operações que começa com o planejamento 
e compreende a derrubada ou corte ou abate direcional das árvores, o arraste das toras, o seu manuseio no 
pátio de estocagem e o seu transporte. Anteriormente, a exploração florestal era vista como operação 
distinta dos tratamentos silviculturais. Atualmente, quando a exploração é bem planejada e 
cuidadosamente executada, pode ser considerada um dos tratamentos silviculturais mais eficientes. 
Cada operação pode afetar um ou vários componentes do ecossistema: a água; o solo; a fauna; a vegetação, 
ou seja, a arquitetura, a composição florística, e as estruturas horizontal, vertical, interna e paramétrica. 
Enfim, essas operações podem afetar positivamente e negativamente a qualidade e a produtividade das 
florestas. Contudo, representam tratamentos siviculturais, somente as operações de exploração 
florestal que efetivamente modificam a estrutura e a arquitetura da floresta, ou seja, a abertura de 
acessos, o corte de cipós o abate de árvores e o arraste de toras. Somente o abate de árvores comerciais 
tem sido avaliado como tratamento silvicultural, porque representa a operação fundamental de qualquer 
sistema silvicultural. 
D) Refinamento e liberação: 
Refinamento: compreende a eliminação de indivíduos arbóreos com características indesejáveis. É 
aplicado uniformemente na floresta. Reduz a área basal para um nível planejado e, consequentemente, a 
competição. 
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Liberação: refere-se ao favorecimento de indivíduos arbóreos desejáveis. É feita somente no entorno da 
árvore desejada. 
Entende-se como indivíduo arbóreo desejável aquele pertencente à lista de espécies comerciais. E 
indivíduos alvos a se eliminar incluem as árvores tortuosas, senescentes, ocas, podre, morta, severamente 
danificadas, mesmo que pertençam à lista de espécies desejáveis, como também árvores bem formadas de 
espécies não comerciais, mas que estejam competindo com as desejáveis. 
O refinamento pode ser feito de duas formas: 
1. Abate de árvores 
2. Anelamento e, ou, envenenamento arbóreo. 
A escolha entre as formas vai depender do comportamento ecofisiológico das espécies e de fatores 
econômicos. 
E) Plantio de enriquecimento: visa melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio 
do plantio de mudas de espécies nativas de valor comercial, ambiental, e, ou, social. Embora o termo técnico 
seja plantio de enriquecimento, a semeadura também pode ser recomendada. 
O plantio de enriquecimento deve ser recomendado mais como uma medida mitigadora de efeitos 
ambientais negativos do que opção silvicultural. Prescreve-se, o plantio de enriquecimento nas situações 
em que: 
✓ A regeneração natural das espécies comerciais é deficitária; 
✓ Há extinção local de espécies de valor econômico, social ou ambiental; 
✓ Há interesse na introdução de espécies de valor econômico, social ou ambiental; 
✓ Há espécies raras, espécies em perigo ou consideradas em extinção; 
✓ Há necessidade de recuperar as clareiras provocadaspor abate, trilhas de arraste e pátios de 
estocagem de madeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM 
FLORESTAS NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA 
Iremos estudar um pouco do Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em Florestas Naturais de 
produção da Amazônia. Esse assunto é muito importante para as provas do CESPE. O conteúdo foi retirado 
do Informativo Técnico3 do Instituto Florestal Tropical (IFT). Recomendo a leitura do material, pois é bem 
interessante. Tentei trazer o que tem de mais importante e o que aparece em provas. Então, vamos lá? 
Explorar produtos e serviços florestais em áreas tropicais de alta diversidade é uma tarefa de elevada 
complexidade e, de fato, a ciência ainda não avançou o suficiente para responder a muitas questões 
envolvidas nesse tema. A meta da conservação das florestas tropicais é o manejo sustentável dos 
recursos, ou seja, explorá-los de uma forma tão meticulosamente planejada que esta exploração não afete 
a biodiversidade existente ou a resiliência da floresta. Essa é a meta do manejo de uso múltiplo da floresta, 
que passaremos a partir deste ponto chamar simplesmente de manejo florestal. 
Na Amazônia, ainda é predominante um tipo de exploração dos recursos florestais conhecido como 
exploração predatória (ou exploração convencional). Nesse tipo de operação, não existe planejamento 
e muito menos cuidado com o estado futuro da floresta após a exploração, ou seja, a exploração é feita 
de forma a extrapolar a capacidade da floresta em se recuperar (sua resiliência). 
O resultado desta exploração desordenada é: 
• Excesso de danos à floresta (excesso de área aberta para as estradas, os pátios e os ramais de 
arraste); 
• Desperdício excessivo, já que muitas toras são perdidas pelo uso de práticas inadequadas no corte 
ou são simplesmente esquecidas na floresta; 
• Os trabalhadores não usam equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs. 
Nos dias de hoje, o manejo florestal está regulamentado como regime legal para a extração de madeira de 
florestas amazônicas: 
• Decreto 5.975/2006; 
• Instruções Normativas MMA 04 e 05/2006 
• Resolução CONAMA 406/2009 
Mas, por diversas razões, a exploração predatória ainda supre uma parcela significativa da demanda por 
madeira em tora da Amazônia. Sua persistência dentro do setor florestal amazônico tem levado ao 
estabelecimento de um parque industrial obsoleto que continuamente migra para as novas fronteiras toda 
vez que a madeira escasseia na região de origem. 
 
3 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS 
NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-
content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> 
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Mas, então, o que o manejo florestal sustentável? 
O manejo florestal pode ser definido como o uso de práticas de planejamento e princípios de conservação 
que visam garantir que uma determinada floresta seja capaz de suprir, de forma contínua, um determinado 
produto ou serviço. Na Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal 11.284/2006), em seu artigo 3°, 
inciso VI, manejo florestal é definido como a: 
“administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e 
ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do 
manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas 
espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a 
utilização de outros bens e serviços de natureza florestal”. 
Agora, apresentarei a você alguns conceitos importantes sobre o assunto. 
a) Conceitos chaves do manejo de florestas tropicais 
• Ciclo de corte: 
É o período de tempo (quantos anos) que deve se esperar para, após a exploração, ser 
possível fazer uma segunda exploração. 
 O ciclo de corte implica que uma área de manejo deve ter um tamanho grande o suficiente para que cada 
unidade produtiva (no jargão técnico, cada UPA, sigla de Unidade de Produção Anual) seja explorada em 
um dado ano de forma que volte a ser explorada novamente apenas quando completado o ciclo de corte. 
Isso permite que o processo de sucessão florestal ocorra nas clareiras de exploração e que as espécies 
exploradas possam se recuperar antes da próxima intervenção na floresta. O conjunto de UPAs (ou a área 
total de manejo florestal) é chamado de Unidade de Manejo Florestal, ou UMF. 
A UMF é uma área de floresta natural passível de ser explorada racionalmente por meio do manejo florestal 
para a produção de bens e serviços. Além disso, a UMF engloba áreas que não podem ser exploradas, como 
Áreas de Preservação Permanente (APP) e as reservas absolutas. A exploração de uma dada UMF é regulada 
por um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). 
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Fonte: Informativo técnico 1 (IFT)4 
O ciclo de corte depende: 
• Da capacidade de recuperação da floresta; 
• Da intensidade em que for feita a exploração (ou seja, quantos metros cúbicos ou quantas árvores 
serão extraídas em cada unidade de área florestal); 
• Do grau de danos que forem causados à floresta durante a exploração. 
Determinar o ciclo de corte para uma floresta pode ser uma tarefa baste complicada, pois exige muitos anos 
de acompanhamento da floresta para entender seu comportamento. Na ausência desse tipo de informação, 
a legislação brasileira (Resolução CONAMA 406/2009) exige que seja considerada uma relação máxima 
entre a intensidade máxima de corte e o ciclo de corte igual a 0,86 (para PMFS COM USO DE 
MÁQUINAS para arraste de toras). Mas o que isso significa, Professora? 
Imagine que iremos explorar 25 m³/ha. Daqui quantos anos iremos poder voltar na área para fazer uma nova 
exploração? Ou seja, qual será nosso ciclo de corte para essa intensidade de 25 m³/ha? 
𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒 = 
25 𝑚3/ℎ𝑎
0,86
 ≈ 30 𝑎𝑛𝑜𝑠 
É possível aumentar o ciclo de corte em até 35 anos e a intensidade de exploração será proporcional. 
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑜𝑟𝑎çã𝑜 = 35 𝑎𝑛𝑜𝑠 ∗ 0,86 ≈ 30 𝑚3/ℎ𝑎 
 
 
 
4 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS 
NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-
content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> 
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• Intensidade máxima de corte: 
É o máximo de volume de madeira de espécies comerciais que pode ser extraído em toras 
em cada hectare de floresta a ser manejada. Quanto maior a intensidade a ser adotada, 
maior deve ser o ciclo de corte, de forma a propiciar que a floresta tenha tempo para se 
recuperar até a próxima exploração. 
• Diâmetro Mínimo de Corte: 
É o diâmetro mínimo de uma árvore, medido a 1,3 metro de altura a partir do solo, para 
que seja possível explorá-la. Nos livros técnicos sobre o tema, esta unidade de mensuração 
do tronco da árvore a 1,3 metros do solo é comumente chamada de DAP, ou diâmetro à 
altura do peito. Pelas normas brasileiras (Resolução CONAMA 406/2009), o diâmetro 
mínimo em florestas da Amazônia é de 50 centímetros para todas as espécies, para as 
quais ainda não se estabeleceu o DMC específico. 
Tanto o ciclo de corte como o diâmetro mínimo para a extração foram criados no manejoflorestal para 
permitir que a floresta se regenere antes da segunda exploração na mesma área. Outro ponto 
importante é que, devido ao melhor planejamento da exploração e ao uso de técnicas adequadas, a 
exploração de impacto reduzido, parte integrante do manejo florestal, provoca danos muito menores à 
floresta remanescente, assim como uma proporção muito menor de desperdícios. 
• Exploração de Impacto Reduzido (EIR): 
É a alternativa à exploração convencional, na qual a exploração é executada segundo um 
planejamento detalhado e uso de técnicas especiais de colheita florestal. É uma parte 
crucial para a execução correta do que foi previsto no manejo florestal. 
Toda a estratégia de planejamento da exploração no manejo florestal leva em consideração algumas 
medidas especiais para a proteção das espécies que serão exploradas: 
• a proteção das árvores remanescentes, também chamadas de árvores de futura colheita; 
• a proteção das chamadas árvores porta sementes. 
 
• Árvores remanescentes: em uma floresta existe uma ampla variedade de espécies, porém são 
poucas as espécies que possuem potencial para serem exploradas comercialmente. Assim, árvores 
remanescentes são todas as árvores das espécies comerciais exploradas em um dado 
empreendimento que contenham, no momento do inventário florestal, um DAP abaixo do diâmetro 
mínimo de corte. 
 
• Árvores porta sementes: são indivíduos de espécies de tamanho comercial (DAP > 50 cm) que têm 
de ser excluídas da exploração para que possam frutificar e dispersar sementes entre os ciclos de 
corte, favorecendo a regeneração das espécies exploradas. 
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A Resolução CONAMA 406/2009 estabelece que um mínimo de 10% das árvores comerciais de uma dada 
espécie de interesse (ou seja, DAP > 50 cm) deve ser mantido na floresta após a exploração, para permitir 
esta regeneração em cada bloco de 100 hectares de floresta. No caso de espécies que ocorrem com uma 
grande raridade na floresta, o número mínimo de porta sementes a serem deixados na floresta é de três 
árvores em cada bloco de 100 hectares. 
Art. 4º A intensidade de corte proposta no PMFS será definida de forma a propiciar a 
regulação da produção florestal e levará em consideração os seguintes aspectos: 
IV- 
c) manutenção de pelo menos 10% do número de árvores por espécie, na área de efetiva 
exploração da UPA, que atendam aos critérios de seleção para corte indicados no PMFS, 
respeitados o limite mínimo de manutenção de três árvores por espécie por 100 ha 
(cem hectares), em cada UT; e 
d) manutenção de todas as árvores das espécies, cuja abundância de indivíduos com DAP 
superior ao DMC seja igual ou inferior a três árvores por 100 ha de área de efetiva 
exploração da UPA, em cada UT. 
O manejo florestal é obrigatório para a exploração legal de florestas amazônicas. Dessa forma, um 
determinado empreendimento (empresa ou comunidade) interessado em realizá-lo deve, antes de iniciar a 
exploração, elaborar um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), contendo uma descrição das 
características físicas e biológicas da área a ser manejada e documentando os passos que serão adotados 
para a exploração da floresta, acompanhados por suas respectivas justificativas técnicas. 
O PMFS é então analisado pelo órgão ambiental competente que deverá aprová-lo antes da exploração da 
área. Legalmente, o empreendimento em questão também deve submeter à análise do órgão ambiental 
competente o chamado Plano Operacional Anual (POA), documento técnico que descreve as atividades 
de exploração florestal que serão executados naquele ano em questão, em conformidade com o PMFS 
aprovado para esta área. 
• Autorização para exploração (Autex): Documento expedido pelo órgão competente que autoriza o 
início da exploração da Unidade de Produção Anual-UPA e especifica o volume máximo por espécie 
permitido para exploração (Resolução CONAMA nº 406/2009). 
 
• Vistoria técnica: É a avaliação de campo para subsidiar a análise, acompanhar e controlar 
rotineiramente as operações e atividades envolvidas na AMF, realizada pelo órgão ambiental 
competente (Resolução CONAMA nº 406/2009). 
 
• Unidade de Manejo Florestal (UMF): é a área do imóvel rural a ser utilizada no manejo florestal 
(Resolução CONAMA nº 406/2009). 
 
• Área de Manejo Florestal (AMF): conjunto de Unidades de Manejo Florestal que compõem o PMFS, 
contíguas ou não, localizadas em um único Estado (Resolução CONAMA nº 406/2009). Estas áreas, 
que podem ter mais de uma UMF, compõem o mesmo plano de manejo. 
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• Unidade de Produção Anual (UPA): subdivisão da Área de Manejo Florestal, destinada a ser 
explorada em um ano (Resolução CONAMA nº 406/2009). 
 
• Unidade de Trabalho (UT): subdivisão operacional da Unidade de Produção Anual (Resolução 
CONAMA nº 406/2009). 
 
 
Figura 1: Exemplo da alocação de diversas UPAs subdivididas em UTs dentro da AMF. 
Fonte: Acervo do IFT 
 
 
A classificação dos PMFS quanto aos métodos de extração de madeira, divide-se em: 
PMFS que NÃO prevê a utilização de máquinas para o arraste de toras; e 
PMFS que prevê a utilização de máquinas para o arraste de toras 
Ciclo de corte: 
COM utilização de máquinas para o arraste de tora: máx. 35 anos e mín. 25 anos. 
SEM utiliza máquinas para o arraste de toras: mín. 10 anos. 
Intensidades máximas de corte: 
30 m³/ha para o PMFS que prevê a utilização de máquinas para o arraste de toras, 
com ciclo de corte inicial de 35 anos; 
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10 m³/ha para o PMFS que NÃO utiliza máquinas para o arraste de toras, com ciclo 
de corte inicial de 10 anos; 
Relação máxima entre a intensidade máxima de corte e o ciclo de corte igual a 0,86 
m³/ha/ano para PMFS COM USO DE MÁQUINAS para arraste de toras; 
Diâmetro Mínimo de Corte: 50 cm para todas as espécies, para as quais ainda não se 
estabeleceu o DMC específico. 
 
b) As Atividades do Manejo de Florestas Tropicais na Amazônia 
O manejo florestal é a forma como podemos cuidar e usar a floresta para que continue crescendo e 
produzindo todos os bens e serviços florestais que possam ser explorados nesta área. O primeiro passo para 
a exploração da área é a elaboração do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), o qual pode ser 
interpretado como um plano do uso sustentável da floresta. 
Desde 2006, com o processo de descentralização da gestão florestal, o PMFS é geralmente analisado e 
licenciado pelas OEMAs (Órgãos Estaduais de Meio Ambiente), exceto: 
▪ Florestas públicas; 
▪ Unidades de conservação federais ou municipais; 
▪ Empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional; 
▪ Casos de delegação, quando couber (ou seja, quando a União delega a competência de analisar e 
licenciar os PMFS para o Estado). 
O PMFS está baseado nas seguintes etapas do manejo florestal: 
 
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b
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Fonte: BALIEIRO et al., 20105 
• 1ª Macroplanejamento da exploração florestal; 
• 2ª Microplanejamento, incluindo as atividades pré-exploratórias do manejo florestal. 
• 3ª Atividades de exploração dos recursos florestais, também chamada de Exploração de Impacto 
Reduzido (EIR); 
• 4ª Atividades pós-exploratórias, incluindo as operações de silvicultura pós-colheita. 
Dentro do manejo de uma floresta podemos dividir as atividades em: atividadespré-exploratórias, 
exploratórias e pós-exploratórias. A seguir, irei apresentar um pouquinho sobre cada uma delas. Vamos 
lá?! 
ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS: 
São as atividades que antecedem e preparam a exploração florestal. É a etapa do manejo florestal em que 
se realiza um estudo detalhado da: 
i) Unidade de Manejo Florestal (UMF) por meio do macroplanejamento; (Unidade de Manejo Florestal 
(UMF): é a área do imóvel rural a ser utilizada no manejo florestal.) 
ii) Unidade de Produção Anual (UPA) por meio do microplanejamento. (Unidade de Produção Anual (UPA): 
subdivisão da Área de Manejo Florestal, destinada a ser explorada em um ano.) 
Ou seja, o macro e o microplanejamento são considerados atividades pré-exploratórias. Esta etapa indica a 
aptidão da área florestal para o Manejo Florestal, ou seja, a viabilidade econômica do empreendimento. 
É durante a etapa pré-exploratória que: 
• Realizam os procedimentos de licenciamento ambiental; 
• Dimensionam os custos de produção; 
• Planejam e constroem as infraestruturas, e 
• Levantam informações que possibilitam a exploração racional da área de manejo florestal. 
Dentre as atividades que a compõe estão a delimitação das áreas efetivas para o manejo florestal e nelas 
realizadas inventários florestais, instaladas parcelas de monitoramento, processadas informações de 
campo e produção de mapas temáticos. Essas atividades devem ser realizadas pelo menos um ano antes 
da etapa exploratória. 
Devem ser consideradas as técnicas que colaborem para minimizar os danos ambientais e riscos à segurança 
e saúde do trabalhador florestal, o que chamamos de exploração de impacto reduzido (EIR). Atenção! A 
 
5 BALIEIRO, M.; ESPADA, A. L. V.; NOGUEIRA, O.; PALMIERI, R.; LENTINI, M. As concessões de florestas públicas na 
Amazônia Brasileira: um manual para pequenos e médios produtores florestais. IMAFLORA e IFT. Piracicaba: 
IMAFLORA, 2010. 205 p. Disponível em: http://www.ift.org.br. 
 
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etapa exploratória só pode ser realizada após a aprovação do PMFS pelo órgão competente, e da AUTEX 
para a primeira UPA. 
Autorização para exploração (Autex): Documento expedido pelo órgão competente que 
autoriza o início da exploração da Unidade de Produção Anual-UPA e especifica o volume 
máximo por espécie permitido para exploração (Resolução CONAMA nº 406/2009). 
ATIVIDADES EXPLORATÓRIAS: 
Esta é a etapa operacional do manejo florestal, ou a colheita florestal. Faz parte das atividades exploratórias: 
▪ Corte direcional de árvores; 
▪ Planejamento de arraste; 
▪ Traçamento de árvores em toras; 
▪ Arraste florestal; 
▪ Operação de pátio, romaneio e rastreabilidade. 
Para a realização dessas atividades, é necessário um planejamento prévio para a redução de danos 
ambientais, dos custos de produção e dos acidentes de trabalho durante a execução da colheita. 
ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS: 
Após a execução da colheita, a floresta continua a crescer e é preciso acompanhar esse processo para 
conhecer sua dinâmica de crescimento e monitorar seu funcionamento. Desta forma, as atividades pós-
exploratórias visam viabilizar os próximos ciclos de corte a partir dos seguintes levantamentos: 
 i) dos danos provocados pela exploração; 
ii) do crescimento da floresta; e 
iii) de medidas para catalisar este crescimento. 
Basicamente, nessa etapa são sugeridas as seguintes atividades: 
• Manutenção de infraestruturas; 
• Avaliação de danos e desperdícios da exploração; 
• Inventário contínuo; 
• Silvicultura pós-colheita; 
• Medidas de proteção florestal, entre outras atividades. 
Um elemento importante desta etapa está na elaboração do relatório pós-exploratório, que irá descrever 
os resultados produtivos, a avaliação de danos e próximos passos que serão realizados na UPA para 
colaborar com a regeneração florestal. 
No tópica a seguir falarei com mais detalhes sobre as atividades realizadas dentro do macro e 
microplanejamento (Atividades pré-exploratórias). 
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Macroplanejamento da exploração florestal 
Tudo começa com a identificação de uma área florestal na qual o Manejo Florestal será realizado. Assim, a 
primeira ação é o Macroplanejamento. Essa etapa compreende: 
A) Seleção das áreas aptas ao manejo florestal 
A seleção das áreas é realizada dentro da Área de Manejo Florestal (AMF) a partir da 
análise de imagens (satélite, foto ou radar) e após visitas de prospecção às áreas 
potenciais, onde será definida a dimensão total da unidade de área destinada para o 
manejo florestal (UMF). No caso do manejo florestal comunitário, é muito importante 
que a seleção destas áreas de manejo seja feita de forma participativa, consultando e 
confirmando as informações junto do grupo de manejadores e as outras pessoas das 
comunidades envolvidas. 
B) Quantificação do potencial da floresta para o manejo florestal 
Para subsidiar a tomada de decisão sobre a elaboração do PMFS, a área a ser manejada 
passa por um processo de levantamento e avaliação do potencial madeireiro por meio de 
inventário florestal amostral ou diagnóstico. 
C) Avaliação da viabilidade econômica do empreendimento 
Para estimar o valor monetário de um produto florestal: 
1° --> Avalia-se o estoque do produto florestal, por espécie, classe de tamanho e/ou, 
classe de qualidade, mediante a realização de inventário florestal. 
2° --> Obtêm-se os preços de mercado, mediante uma pesquisa dos preços praticados, 
em que são realizadas as compras e as vendas do referido produto (LEUSCHNER, 1984); 
3°--> Calcula-se o valor monetário, por hectare, mediante a multiplicação do valor de 
estoque, pelo preço de mercado (SOUZA, 2013). 
Outros pontos a serem levados em consideração ao avaliar este tópico é a distância da 
área de manejo em relação ao local onde serão vendidos os produtos do manejo, pois 
o transporte muitas vezes responde por custos significativos. 
D) Definição das estratégias de gerenciamento da floresta 
Com o mapa da área (polígono da AMF) e UMF apta para o manejo em mãos, é feito o 
planejamento geral da utilização da floresta, ou seja, a divisão da UMF em UPAs, e depois 
em UTs com tamanhos e quantidades suficientes para atender a capacidade da indústria, 
a demanda de mercado dos produtos a serem extraídos e a regulação da produção que 
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definiu o ciclo de corte ideal; a definição das áreas de preservação permanente e áreas 
inacessíveis, áreas de preservação absoluta (quando a área é certificada) e definição da 
ordem de exploração das unidades de produção anual. 
 
Divisão da UPA em UTs para a execução do manejo florestal 
 
 Fonte: Informativo técnico 1 (IFT).6 
 
E) Dimensionamento e definição das áreas das Unidades de Produção Anual (UPAs) 
Durante a definição das estratégias de gerenciamento da floresta é determinado o 
tamanho das UPAs. Nessa unidade é feito o planejamento de execução do manejo 
florestal para o período de um ano. Ou seja, a UMF, desconsiderando a área de reserva 
absoluta, é dividida em áreas anualmente exploráveis, as UPAs, de forma a facilitar a 
execução da exploração florestal. A área da UPA a ser manejada deve ter tamanho 
compatível com o consumo de matéria-prima (SILVA, 2001) que estará condicionada à 
demanda do mercado e ao potencial volumétrico por unidade de área, revelado no 
 
6 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS 
NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> 
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inventário 100%. As UPAs, por sua vez, são também divididas em áreas menores 
denominadas Unidades de Trabalho (UTs), para que facilite a organização do trabalho da 
exploração florestal. Embora não seja uma regra, geralmente a UT tem uma área de 100 
ha ou 1000x1000 metros. 
F) Definição e dimensionamento das infraestruturas gerais 
Dentro do macroplanejamento, tão importante quanto verificar a potencialidade dos 
recursos madeireiros, também é preciso avaliar as condições de acessibilidade e logística 
para o escoamento da produção florestal. Nessa fase do manejo são identificadas as 
estradas e caminhos já existentes dentro e fora do futuro empreendimento florestal. 
Depois, durante o microplanejamento, no ano da exploração, na escala da UPA, são 
definidos os locais nos quais serão locadas as infraestruturas, como estradas, pontes e 
bueiros. Durante o macroplanejamento é determinada a alocação das infraestruturas 
gerais (acampamento permanente, estradas principais e estradas de acesso) e durante 
o microplanejamento as demais infraestruturas que darão suporte ao manejo florestal. 
G) Quantificação e definição da necessidade de recursos humanos 
Conhecendo o potencial florestal, o tamanho das UPAs e a forma de gerenciar as mesmas, 
é possível estimar o número de profissionais e trabalhadores necessários para executar o 
PMFS. De maneira geral, estima-se que, para cada 5.000 ha de floresta a ser manejada 
anualmente (Exemplo de área de uma UPA), em se tratando de empreendimentos 
madeireiros empresariais, emprega-se 90 funcionários, incluindo trabalhadores da 
exploração e profissionais florestais de gerenciamento. No caso de comunidades, a 
proporção do número de trabalhadores envolvidos por unidade de área pode ser maior, 
tendo em vista que o objetivo finalístico do manejo florestal comunitário é gerar renda 
para o maior número de famílias possíveis. 
Microplanejamento da exploração florestal 
O microplanejamento é a etapa que orienta as operações anuais do manejo florestal, sendo realizado na 
Unidade de Produção Anual (UPA). Nessa etapa, é realizado o planejamento ao nível da UPA, para estimar 
o volume da produção anual, recursos humanos, maquinário e investimentos no período de um ano, ou seja, 
é o levantamento de informações detalhadas para um ano de exploração. Para isso, deve ser realizada uma 
série de atividades que antecedem a exploração florestal, por esse motivo as etapas de macro e 
microplanejamento são chamadas de atividades pré-exploratórias. 
Estrategistas, irei apresentar agora as atividades pré-exploratórias da atividade de manejo florestal. É nesta 
fase que são levantadas informações que possibilitam a exploração racional da área, como: 
▪ A delimitação de unidades de trabalho (UT); 
▪ Inventário florestal 100%; 
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▪ Tratamento silvicultural pré-exploratório; 
▪ Inventário contínuo; 
▪ Sistematização e processamento de dados; 
▪ Produção de mapas e construção de infraestruturas. 
Essas atividades devem ser realizadas pelo menos um ano antes da exploração. 
A) Delimitação de unidades de trabalho (UT) 
A UT é uma unidade física que compõe uma determinada UPA. Geralmente, a soma das áreas das UTs é o 
tamanho total da área da UPA. Mas se a UPA for pequena e os manejadores tiverem capacidade operacional 
para explorar ela de uma vez, então a UPA poderá ter o mesmo tamanho da UT. 
Embora não seja uma regra, as UTs possuem uma área de 100 ha, o que equivale a um polígono de 1000 m 
por 1000 m. A divisão da UPA em UTs delimitadas facilita, entre outras ações: 
▪ a realização do inventário 100%; 
▪ o planejamento das estradas secundárias; 
▪ o corte direcional; 
▪ o planejamento dos ramais de arraste; 
▪ o dimensionamento de equipes e maquinários, 
▪ a organização do trabalho e a instalação de trilhas de orientação favorecendo positivamente a 
execução do manejo florestal e obtenção dos dados de rendimento. 
B) Inventário florestal 100% 
Este é o segundo inventário realizado na área, também chamado de censo florestal, para espécies 
comerciais ou potencialmente comerciais. É um levantamento detalhado de todas as árvores de interesse 
dentro da área de manejo quando são mensuradas árvores em tamanhos propícios de corte (DAP maior ou 
igual a 50cm) e árvores remanescente com 10cm abaixo do DMC, com objetivo de conhecer o estoque de 
espécies e indivíduos comerciais e potencialmente comerciais para futura exploração. 
Este inventário inclui informações dendrométricas (altura, DAP e qualidade do fuste), identificação das 
espécies e a localização das árvores dentro da floresta. O inventário 100% levanta detalhadamente o 
potencial produtivo da floresta (quantidade e qualidade), seja este relacionado às espécies madeireiras ou 
a espécies que produzem produtos não madeireiros. 
C) Corte de Cipós pré-exploratório 
Em geral, é recomendável fazer esta intervenção na floresta antes que a exploração seja executada para 
melhorar as condições de exploração ou de coleta. Por exemplo, em áreas com muitos cipós, é 
recomendado o corte destas plantas presas às árvores selecionadas para o corte e de suas vizinhas evitando 
que, no momento da derruba da árvore, os cipós não prendam as árvores umas às outras, causando a queda 
desnecessária de árvores e situações de risco para os trabalhadores de campo. O corte de cipós pode ser 
realizado durante o inventário 100%, visando a otimização da equipe e a redução de custos. 
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D) Processamento de dados 
Essa atividade tem como objetivo organizar e analisar as informações coletadas durante o Inventário 
Florestal. Os dados das medições do inventário 100% e do inventário contínuo podem ser trabalhados de 
forma mais prática utilizando ferramentas básicas de informática, como planilhas eletrônicas e 
gerenciadores de banco de dados. O processamento permite gerar informações para tomar decisões sobre 
a UT. No processamento de dados é possível extrair um conjunto de informações que passam por vários 
critérios exigidos pela legislação ambiental. 
E) Confecção de mapas 
A utilização de mapas é uma prática crucial para o sucesso do manejo florestal, permitindo maior precisão 
na execução das práticas de campo. O mapa pode tanto ser gerado em computadores por meio de 
programas de informações geográficas (SIG) ou manualmente, no caso da exploração realizada em áreas 
menores por pequenos produtores ou por comunidades tradicionais. 
Os mapas que compõem o processo de licenciamento da área para o manejo só são aceitos em formatos 
digitais com informações geométricas (SIG), enquanto mapas para uso operacional podem ser tanto de 
construção digital quanto manual. 
F) Planejamento e instalação das infraestruturas florestais (estradas e pátios) 
Esta atividade é realizada por uma equipe técnica que discute, baseada nas informações do 
macroplanejamento e em mapas, onde serão instaladas as infraestruturas para a exploração florestal, com 
especial atenção aos obstáculos, evitando-os durante o processo de planejamento e construção das 
infraestruturas. 
Esta atividade é muito importante para diminuir o tempo de trabalho gasto pelas máquinas pesadas, uma 
vez que o tamanho e a quantidade de pátios são dimensionados conforme as necessidades pontuais do 
empreendimento. Para uma melhor compactação das estradas e pátios e para uma melhor trafegabilidade 
durante a exploração, recomenda-se que as infraestruturassejam construídas ao menos um ano antes da 
exploração. 
 
Recapitulando... 
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As atividades de macro e microplanejamento estão dentro da etapa pré-exploratória. Assim, quando essa 
etapa é finalizada, passamos paras as etapas exploratórias e pós-exploratórias conforme já conversamos 
anteriormente. 
 
Etapas Atividades 
Macroplanejamento 
• Seleção das áreas aptas ao manejo florestal. 
• Quantificação do potencial da floresta para o 
manejo florestal. (Inventário Florestal). 
• Avaliação da viabilidade econômica do 
empreendimento. 
• Definição das estratégias de gerenciamento da 
floresta. 
• Dimensionamento e definição das áreas das 
UPAs. (Unidades de Produção Anual). 
• Definição e dimensionamento das 
infraestruturas gerais. 
• Quantificação e definição da necessidade de 
recursos humanos. 
Microplanejamento 
• Delimitação da Unidade de Trabalho (UT)*. 
• Inventário florestal 100%. 
• Trato silvicultural pré-exploratório. 
• Inventário contínuo. 
• Processamento de dados. 
• Confecção de mapas. 
• Planejamento das infraestruturas florestais 
(estradas e pátios). 
Atividades de exploração dos recursos florestais 
(atividades exploratórias) 
• Corte direcional das árvores 
• Arraste até os pátios de estocagem 
• Identificação das toras 
Atividades Pós-exploratórias 
• Manutenção de infraestruturas. 
• Inventário contínuo. 
• Silvicultura pós-colheita. 
• Medidas de proteção florestal. 
 
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(Polícia Federal - Perito Criminal Engenharia Florestal/2018 - Adaptada.) Tendo em vista que, no 
planejamento do manejo florestal em florestas plantadas, o objetivo é a alta produção de madeira com 
melhor qualidade, e que, em florestas tropicais, a exploração de serviços e produtos de forma 
sustentável é uma operação complexa, que exige um alto grau de planejamento, pois o objetivo é o 
mínimo de interferência na biodiversidade existente, julgue os itens a seguir, relativos ao planejamento 
do manejo florestal de florestas plantadas e tropicais. 
I. No planejamento do manejo de florestas naturais amazônicas, a definição do ciclo de corte dependerá da 
capacidade de recuperação da floresta, da intensidade de corte e do grau de danos causados à floresta 
durante a exploração. 
II. A intensidade máxima de corte para a floresta amazônica será de 10 m³/ha, quando for prevista a 
utilização de máquinas para o arraste de toras, com ciclo de corte inicial de dez anos. 
III. A operação de desrama tem o objetivo de acelerar o desenvolvimento inicial da planta produzindo anéis 
de crescimento mais largos. 
IV. No manejo do plantio de eucalipto para fins energéticos, a utilização de espaçamentos menores, como 
2,0 m × 2,0 m, possibilita o desenvolvimento de até 2.500 árvores/ha, além de reduzir a necessidade de 
capinas. 
Estão corretas: 
a) I e II 
b) II, III e IV 
c) I e IV 
d) I e III 
Comentários: 
I. Correta. No planejamento do manejo de florestas naturais amazônicas, a definição do ciclo de corte 
dependerá da capacidade de recuperação da floresta, da intensidade de corte e do grau de danos causados 
à floresta durante a exploração. Conforme vimos em aula, está correto este item. 
II. Incorreta. A intensidade máxima de corte para a floresta amazônica será de 10 m³/ha, quando for prevista 
a utilização de máquinas para o arraste de toras, com ciclo de corte inicial de dez anos. 
Ciclo de corte: entre 25 e 35 anos no caso do uso de máquinas na exploração 
Intensidade máxima de exploração: igual ou menor a 30 m³ ha -1 
Intensidade máxima / ciclo de corte: igual ou menor do que 0,86 m ³ha -1ano -1 
III. Incorreta. A operação de desrama tem o objetivo de acelerar o desenvolvimento inicial da planta 
produzindo anéis de crescimento mais largos. 
 O objetivo da operação de corte dos ramos é a produção de madeira limpa, livre de nós, e com maior valor 
no mercado. 
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IV. Correta. No manejo do plantio de eucalipto para fins energéticos, a utilização de espaçamentos 
menores, como 2,0 m × 2,0 m, possibilita o desenvolvimento de até 2.500 árvores/ha, além de reduzir a 
necessidade de capinas. 
Geralmente, plantios com fins enérgicos possuem espaçamentos menores, com isso, quanto mais adensado 
o plantio, menor é a penetração de luz na floresta, o que ocasiona menor quantidade de plantas no 
sobosque, reduzindo a necessidade de capinas. 
Cada planta ocupa 4 m². Sabendo que 1 hectare possui 10.000 m², temos: 
=
10.000
4
= 2.500 á𝑟𝑣𝑜𝑟𝑒𝑠/ℎ𝑎 
Gabarito: C 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
Manejo Florestal 
Considere a exploração de madeira em duas áreas na floresta amazônica — área 1, explorada de forma 
convencional (sem manejo florestal sustentável) e área 2, mediante manejo florestal sustentável. A 
partir dessa situação e de estudos disponíveis acerca do assunto, como os realizados pela Fundação 
Floresta Tropical (FFT) e pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), julgue os 
itens que se seguem. 
1. (CESPE/2004) A exploração de impacto reduzido (EIR), aplicada como técnica do manejo florestal 
sustentável (área 2), inclui uma fase de atividades pré-exploratórias, normalmente realizada um ano 
antes da exploração. Nessa fase, é realizada a operação de remoção de cipós, quando necessário. 
Comentários: 
Correta. Uma das etapas do manejo de impacto reduzido consiste na fase de atividade pré-exploratórias. E 
nessa fase que é realizada a operação de remoção de cipós, quando necessário. O corte de cipós deve ser 
feito no mínimo um ano antes da exploração, para garantir que os cipós mais resistentes apodreçam e se 
desprendam das árvores. 
O PMFS está baseado nas seguintes etapas do manejo florestal: 
1ª Macroplanejamento da exploração florestal; 
2ª Microplanejamento, incluindo as atividades pré-exploratórias do manejo florestal. 
Atividade Pré-exploratória 
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3ª Atividades de exploração dos recursos florestais, também chamada de Exploração de Impacto 
Reduzido (EIR); 
 
4ª Atividades pós-exploratórias, incluindo as operações de silvicultura pós-colheita. 
Gabarito: Certa. 
2. (CESPE/2004) Em ambos os modos de exploração descritos para as áreas 1 e 2, normalmente são 
instaladas parcelas permanentes antes da exploração propriamente dita, com a principal finalidade de 
identificar as árvores a serem exploradas. 
Comentários: 
Errada. Apenas na área 2 que são instaladas parcelas permanentes com o objetivo de controlar a exploração 
florestal, ou seja, conhecer a estrutura e arquitetura da floresta para, posteriormente, avaliar os impactos 
da aplicação das atividades de exploração florestal e verificar se as prescrições e o nível de colheita foram 
adequadamente executados. (por exemplo, se a intensidade de cortes e as regras básicas estabelecidas para 
a colheita de baixo impacto não foram violadas). Esse objetivo de controlar a exploração florestal não existe 
na exploração florestal convencional. 
Gabarito: Errada. 
3. (CESPE/2004) Considere que a exploração florestal seja fundamentada no consumo de madeira, 
que, para a área 2, tenha sido estabelecido um ciclo de corte de 30 anos e, ainda, que, para um consumo 
anual de 10.000 m³ de madeira em tora, com 25 m³ de madeira comercial por hectare, seja necessário 
explorar 400 ha/ano. Nessa situação, se a floresta dessa área possuísse

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