Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital Autor: Monik Begname de Castro 11 de Outubro de 2021 80995110506 - Clarissa Meira Viana 1 Sumário Manejo Florestal Sustentável ......................................................................................................................... 2 1. Plano de Manejo ................................................................................................................................... 3 1. Plano de manejo ............................................................................................................................. 3 2. Etapas do plano de manejo ............................................................................................................. 5 2. Sistema de colheita ................................................................................................................................ 6 3. Sistemas silviculturais aplicados às florestas tropicais ........................................................................... 13 1. Tratamentos silviculturais ................................................................................................................ 15 Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em Florestas Naturais de Produção da Amazônia ...... 17 a) Conceitos chaves do manejo de florestas tropicais ............................................................................ 18 b) As Atividades do Manejo de Florestas Tropicais na Amazônia .......................................................... 23 Macroplanejamento da exploração florestal ........................................................................................... 26 Microplanejamento da exploração florestal ............................................................................................. 28 Questões Comentadas ................................................................................................................................. 33 Lista de Questões ........................................................................................................................................ 42 Gabarito ..................................................................................................................................................... 45 Referências.................................................................................................................................................. 46 Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 2 MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL Explorar produtos e serviços florestais em áreas tropicais de alta diversidade é uma tarefa complexa. Para que essa atividade seja executada de forma eficiente são necessários vários estudos e análises prévias da área. Mas por quais motivos devemos manejar as florestas? As principais razões para se manejar uma floresta são: Continuidade da produção. A adoção do manejo garante a produção de madeira na área indefinidamente, e requer a metade do tempo necessário na exploração não manejada. Rentabilidade. Os benefícios econômicos do manejo superam os custos. Tais benefícios decorrem do aumento da produtividade do trabalho e da redução dos desperdícios de madeira. Segurança de trabalho. As técnicas de manejo diminuem drasticamente os riscos de acidentes de trabalho. No Projeto Piloto de Manejo Florestal (Imazon/WWF), os riscos de acidentes durante o corte na operação manejada foram 17 vezes menor se comparado às situações de perigo na exploração predatória. Respeito à lei. Manejo florestal é obrigatório por lei. As empresas que não fazem manejo estão sujeitas a diversas penas. Embora, a ação fiscalizatória tenha sido pouca efetiva até o momento, é certo que essa situação vai mudar. Recentemente, tem aumentado as pressões da sociedade para que as leis ambientais e florestais sejam cumpridas. Oportunidades de mercado. As empresas que adotam um bom manejo são fortes candidatas a obter um “selo verde”. Como a certificação é uma exigência cada vez maior dos compradores de madeira, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, as empresas que tiverem um selo verde, provando a autenticidade da origem manejada de sua madeira, poderão ter maiores facilidades de comercialização no mercado internacional. Conservação florestal. O manejo da floresta garante a cobertura florestal da área, retém a maior parte da diversidade vegetal original e pode ter impactos pequenos sobre a fauna, se comparado à exploração não manejada. Serviços ambientais. As florestas manejadas prestam serviços para o equilíbrio do clima regional e global, especialmente pela manutenção do ciclo hidrológico e retenção de carbono. O manejo florestal sustentável consiste em explorar cuidadosamente parte das árvores grandes de tal maneira que as árvores menores, a serem exploradas no futuro, sejam protegidas. Desta forma, a produção de madeira pode ser contínua. Para que essa exploração ocorra de forma sustentável há a necessidade de se elaborar um plano de manejo florestal, que iremos estudar a seguir. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 3 1. Plano de Manejo Antes de iniciar a elaboração de um plano de manejo, é recomendável fazer minucioso levantamento da política e legislações florestais, para se ter uma visão atual e prever as tendências futuras da gestão das florestas em escalas nacionais, regionais e local. Segundo os órgãos gestores do manejo florestal sustentável com fins madeireiros, para florestas nativas e suas formas sucessoras no bioma Amazônia, manejo florestal é a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais, e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação do ecossistema e considerando, cumulativamente ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies de madeiras e de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal. O manejo florestal sustentável de uso múltiplo deve atender aos seguintes princípios gerais e fundamentos técnicos, conforme normas legais vigentes: Princípios: a) Conservação dos recursos naturais b) Conservação da estrutura da floresta e de suas funções c) Manutenção da diversidade biológica d) Desenvolvimento socioeconômico da região Fundamentos técnicos: a) Caracterização do meio físico e biológico. b) Determinação do estoque de madeira. c) Intensidade de exploração compatível com a capacidade do sítio. d) Promoção da regeneração natural da floresta. e) Adoção de sistema silvicultural adequado. f) Adoção de sistema de exploração adequado. g) Monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente. h) Garantia da viabilidade técnico-econômica e dos benefícios sociais. i) Garantia de medidas mitigadoras dos impactos ambientais. As atividades de manejo florestal, mesmo que realizadas com observância dos princípios, critérios e indicadores de sustentabilidade, podem causar efeitos adversos e benéficos sobre os meios abióticos, bióticos e antrópicos. Portanto, a sustentabilidade do manejo requer cuidadosa gestão (planejamento, controle e ordenamento) dos recursos florestais disponíveis, de modo a harmonizar benefícios ambientais e socioeconômicos. Harmonizar benefícios ambientais, sociais e econômicos é dever do poder público e da coletividade. 1. Plano de manejo Um plano de manejo pode ser conceituado de diferentes maneiras: Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 4 a) Plano de manejo é um documento técnico medianteo qual, com fundamentos nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais. (SNUC - Lei nº 9.985/2000). b) Plano de manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamentos nos objetivos gerais de uma propriedade, são estabelecidos o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da propriedade. c) Plano de manejo florestal é um documento-base para descrever procedimentos de manejo adotados na área florestal. d) Plano de manejo é o instrumento que possibilita conciliar os benefícios ambientais, sociais e econômicos em uma propriedade. e) Plano de manejo florestal sustentável (PMFS) é o documento técnico básico que apresenta as diretrizes e procedimentos para administração da floresta de acordo com os princípios do manejo florestal sustentável. Em síntese, um plano de manejo é instrumento básico de gestão da propriedade florestal. Dependendo do tipo e do tamanho da propriedade e da escala das operações, o plano de manejo pode ser visualizado em três níveis: ▪ Estratégico (visão de longo prazo, por exemplo, considerando um ciclo de corte de 25 anos) ▪ Tático (para um período de cinco seis ou sete anos) ▪ Operacional anual (POA) Os POAs relacionam as atividades a serem executadas, isto é, contêm os cronogramas físicos de execução de atividades. Existem diferentes categorias ou modalidades de planos de manejo, cada um com um roteiro específico ou estrutura básica para elaboração do referido PMFS (Plano de manejo florestal sustentável). Os roteiros seguem instruções ou resoluções normativas publicadas pelo órgão gestor da atividade. Em geral, um PMFS deve incluir: 1) Informações gerais da propriedade. 2) Objetivos e justificativas do manejo. 3) Caracterização do meio físico, biológico e socioeconômico. 4) Zoneamento da(s) propriedade(s). 5) Inventário da área de manejo florestal (AMF). 6) Determinação da colheita. 7) Sistema de colheita. 8) Sistema silviculturais. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 5 9) Avaliação de impacto ambiental. 10) Monitoramento da floresta. 11) Análise de viabilidade econômica. 12) Plano operacional anual das UPAs (Unidades de Produção Anual). 13) Referências. 14) Documentos a serem anexados aos PMFS. O Plano operacional anual (POA) engloba: 1) Infraestrutura de colheita. 2) Censo ou inventário pré-exploratório 100%, com mapeamento das árvores pré-comerciais e potencialmente comerciais de cada unidade de trabalho (UT). 3) Mapas das UTs. 4) Sistemas de colheita. 5) Tratamentos silviculturais. 6) Proteção florestal. 7) Monitoramento da UPA manejada. 8) Avaliação de impacto ambiental na UPA. 2. Etapas do plano de manejo O plano de manejo pode ser organizado em três etapas. 1ª etapa --> Zoneamento ou divisão da propriedade florestal. • Áreas exploráveis; • Áreas de preservação permanente; • Áreas inacessíveis à exploração. 2ª etapa --> Planejamento das estradas secundárias que conectam a área de exploração às estradas primárias. 3ª etapa --> Divisão da área alocada para exploração em blocos ou talhões de exploração anual. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 6 2. Sistema de colheita Um plano de manejo florestal envolve, entre outras, atividades relacionadas com os processos de colheita de madeira (exploração florestal). Para que o manejo seja sustentável, é imprescindível, dentre outras restrições, que a exploração seja de baixo impacto ambiental. Uma exploração bem planejada e cuidadosamente executada não apenas contribui significativamente para a sustentabilidade do plano de manejo, como também resulta em substancial redução nos custos totais da colheita da madeira. A seguir irei descrever de forma sucinta as principais atividades relacionadas à colheita de madeira. Descrição das principais atividades 1. Mapeamento e zoneamento da propriedade: o zoneamento é essencial, pois permitiria diferenciar as áreas com vocação florestal daquelas que deveriam ser mantidas fora do alcance da exploração madeireira. Faz-se o zoneamento ou divisão da propriedade florestal em áreas exploráveis; áreas de preservação permanente e áreas inacessíveis à exploração. • Áreas de preservação permanente: são áreas que deverão ser identificadas e demarcadas, de acordo com a legislação florestal. Essas áreas estão incluídas as margens de rios; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’águas naturais ou artificiais; nascentes e “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 metros de largura; topo de morros, montes, montanhas e serras; e encostas (ladeiras) com declividade superior a 45 graus. • Áreas incessíveis à exploração: áreas onde a exploração madeireira causaria impactos ambientais, aumentaria os riscos de acidentes e representaria custos elevados são classificadas como áreas inacessíveis à exploração, mesmo que para elas não existam restrições legais. Por exemplo, as áreas de floresta com inclinação superior a 40% devem ser classificadas como inacessíveis, uma vez que o custo de arraste e os impactos ambientais seriam significativos utilizando trator de esteira ou trator florestal (skidder). • Áreas exploráveis: As florestas restantes da propriedade com um bom estoque de madeiras formam as áreas exploráveis. 2. Plano de manejo florestal: deverá ser elaborado conforme o roteiro básico, protocolado nas formas digitais e impresso em papel na Gerência Executiva do IBAMA (GEREX) ou em órgão estadual conveniado, onde será analisado tecnicamente e juridicamente e aprovado para que as demais atividades de manjo da floresta tenham continuidade. 3. Delimitação das UPAs: refere-se à divisão da área de floresta de produção em unidades organizacionais, isto é, unidades de produção anual (UPA) e unidades de trabalho ou talhão (UT) para colheita de madeira e aplicação de tratamentos silviculturais. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 7 Fonte: Informativo técnico 1 (IFT)1 4. Divisão das UPAs em UTs: refere-se à divisão das UPAs em talhões ou UTs. O tamanho de cada UT depende, entre outros fatores, de características como relevo, topografia, formato da área etc. 5. Inventário 100% com mapeamento de árvores: refere-se aos inventários de prospecção pré-corte em 100% das árvores com um diâmetro mínimo de corte (DMC), ou seja, inventariar e localizar no mapa, na escala de 1:1000, todas as árvores de tamanho comercial, por exemplo, com DAP ≥ 50 cm, da lista de espécies de valor comercial. No inventário de prospecção com mapeamento de árvores deverão ser coletados os seguintes dados: a) Coordenadas (x,y) para localização, mapa, de cada árvore com DMC. b) Número da plaqueta afixada no tronco da árvore com DMC. c) Altura da sapopema, em metros. d) Diâmetro de tronco à altura de 1,30m do solo (DAP), ou diâmetro de tronco acima da sapopema. e) Altura comercial (comprimento da tora, em metros). f) Qualidade da tora. g) Direção natural de queda. h) Presença/suspeita de oco. 1 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp- content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 8 O inventário florestal 100% pode ser executado logo depois da delimitação da UT e da abertura das trilhas de orientação. 6. Corte de cipós: Os cipós são plantas trepadeiras que se desenvolvem sobre os troncos e copas de outras árvores. Eles dificultam as operações de corte e aumentam os riscos de acidentes durante a exploração. O corte de cipós é uma forma de diminuir os problemas relacionados à exploração madeireira. Os cipós devem ser cortados somente na área onde as árvores serão extraídas, ou ainda em áreas de floresta juvenil, onde não existem árvores maduras. O corte de cipós nessas áreas resulta nos seguintes benefícios: ▪ Redução de danos: o corte de cipós reduz o número de árvores danificadas, bem como o tamanho da clareira formada pela queda da árvore. ▪ Redução de riscos de acidentes ▪ Aumento na capacidade de regeneração da floresta: os cipós competem por luz e nutrientes com as árvores. Nas áreas exploradas pela atividade madeireira onde não foi feito o corte de cipós, estes tendem a se restabelecer primeiro, dificultando a regeneração e o crescimento da floresta. Por outro lado, as árvores que tiverem os cipós cortados podem ter um crescimento maior. Fonte: IFT, 2013. O corte de cipós deve ser feito no mínimo um ano antes da exploração, para garantir que os cipós mais resistentes apodreçam e se desprendam das árvores. É importante notar que, embora as folhas dos cipós caiam duas a três semanas após o corte, o apodrecimento e queda dos seus caules têm início somente depois de seis meses, sendo que os mais resistentes só caem um ano após o corte. 7. Instalação e primeira medição de parcelas permanentes: refere-se ao estabelecimento e à medição das parcelas permanentes. Essa atividade objetiva controlar a exploração florestal, ou seja, conhecer a estrutura e arquitetura da floresta para, posteriormente, avaliar os impactos da aplicação das atividades de exploração florestal e verificar se as prescrições e o nível de colheita foram adequadamente executados. (por exemplo, se a intensidade de cortes e as regras básicas estabelecidas para a colheita de baixo impacto não foram violadas). Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 9 8. Determinação da intensidade de corte: a decisão sobre quanto, onde e o que colher deve ser fundamentada, sobretudo, em critérios legais nos resultados das análises da composição florísticas e das estruturas fitossociológicas: horizontal; vertical; paramétrica (diâmetros, áreas basais e volume); estrutura interna; englobando a qualidade de fuste e valor da madeiras; e, por fim, as análises qualitativas, incluindo-se infestação de cipós, danos, presença de outros valores importantes para conservação. 9. Seleção e marcação das árvores para abate: numa primeira etapa, a seleção das árvores é feita no escritório utilizando-se a listagem de espécies, o mapa de localização das árvores e as demais informações obtidas do inventário 100%, tais como: espécie, DAP, volume comercial, qualidade de tora, presença de danos (podridão, oco) e habitat em geral. É possível que a seleção feita no escritório tenha que ser complementada por um trabalho de campo que deverá ser executado juntamente com a marcação definitiva das árvores para abate comercial. As árvores a serem abatidas devem ser marcadas com tinta. A marca poderá ser um círculo duplo, traçado na altura do DAP. Finalmente, como resultado desse processo de seleção poderá ser elaborado o mapa de corte que, juntamente com as demais instruções de abate, serão repassados à equipe de corte. 10. Rede viária florestal e pátios de estocagem de toras: são as estradas de acesso à área de manejo florestal (AMF), as estradas primárias, secundárias e terciárias e os pátios de estocagem de toras das unidades de trabalho (UTs) e de baldeio ou intermediárias. Estradas primárias: permitem o transporte de madeira, de equipamentos e pessoal por caminhões e por tratores, dos pátios de estocagem até a unidade de processamento. Devem permitir o tráfego permanente e regular de veículos. Fazem parte da infraestrutura permanente de um projeto de manejo, portanto devem ser locadas sobre terrenos altos, bem drenados e trafegáveis. Trilhas secundárias ou de arraste: são espaços abertos entre as árvores, partindo das trilhas principais e em direção das árvores marcadas para o abate. Estas trilhas não são permanentes, não necessitam obrigatoriamente serem abertas, seguem o formato “espinha de peixe”, são normalmente utilizadas para extração da madeira do local de abate até as trilhas principais, e seus trajetos variam nos diferentes ciclos de cortes. Pátios de estocagem de toras das UTs: são planejadas e construídas nas UTs e ao longo das estradas terciárias e secundárias, podem ser distribuídos de forma sistemática ou direcional e se destinam à estocagem das toras extraídas das UTs. Pátios de baldeio ou intermediários: são planejados e construídos ao longo das estradas primárias ou principais e, ou, daquelas estradas de acesso e destinam à estocagem de toras procedentes dos pátios de estocagem das UTs até que o transporte final seja realizado, principalmente no período de chuvas. 11. Plano operacional anual (POA): as atividades desenvolvidas em cada UPA deverão obedecer aos POAs, para os quais deverão ser elaborados relatórios de exploração contendo o detalhamento das atividades programadas e realizadas. 12. Abate direcional: é a primeira operação propriamente dita relacionada com a colheita da madeira. As técnicas de corte de árvores aplicadas na exploração madeireira manejada buscam evitar erros, tais como o corte acima da altura ideal e o destopo abaixo do ponto recomendado. Esses erros causam desperdícios excessivos de madeira, danos desnecessários à floresta e uma maior incidência de acidentes de trabalho. O corte das árvores na exploração manejada também considera o direcionamento de queda das árvores para proteger a regeneração de árvores de valor comercial e Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 10 facilitar o arraste das toras. Antes de derrubar uma árvore, o operador deve preparar uma “área de fuga”. Recomendações: as árvores devem ser derrubadas num arranjo denominado “espinha de peixe”, ou seja, não abater árvores perpendicularmente às trilhas de arraste; não deixar as copas das árvores nas trilhas de arraste; evitar a concentração de copas numa mesma área e o abate de grupos de árvores, de modo a evitar a formação de clareiras; observar que somente as pessoas que compõem a equipe de abate devem permanecer nas áreas de abate; e utilizar pessoal bem treinado, equipamentos, vestuários e ferramentas de cortes adequados. A equipe de corte é composta por um ou dois motosserristas e um ajudante. 13. Traçamento dos fustes: consiste no seccionamento do tronco em toras, o corte da madeira da copa e o rebaixamento da galhada. Normalmente, são feitos três traçamentos dos fustes comerciais. O primeiro é executado na floresta, onde os fustes são traçados no diâmetro mínimo comercial ou no comprimento de máximo aproveitamento. Nessa etapa, normalmente, são eliminadas as porções dos fustes com defeitos, é feito o rebaixamento da galhada e, ou, o traçamento da lenha. O segundo traçamento é feito no pátio de estocagem, onde os fustes são preparados para embarque e transporte. O terceiro é executado na unidade de processamento da madeira. 14. Arraste: para transportar as toras do local de queda das árvores até os pátios de estocagem utilizam-se os mais variados veículos de carga, desde tração animal, passando por tratores agrícolas e de esteira até o trator florestal de pneus (skidder). Otrator florestal (skidder) e o trator de esteira adaptado com guincho e torre são as máquinas recomendadas para o arraste das toras em uma exploração manejada de terra firme. Em termos comparativos, o skidder tem um melhor desempenho, uma vez que foi desenvolvido especificamente para as operações de exploração madeireira. O trator de esteira, por outro lado, foi projetado para a abertura de estradas 15. Carregamento da madeira: estão disponíveis diversos métodos e equipamentos, porém, devem-se utilizar sempre os mais adequados para cada situação. É importante que essa atividade seja executada com rapidez, segurança e com o menor custo operacional. Antes de concluir a expedição é importante certificar-se da conclusão do romaneio (numeração, cubagem e registros de toras para rastreamento da madeira) e estar de posse do Documento de Origem Florestal - DOF. O Documento de Origem Florestal (DOF), emitido pelo Sistema DOF, é uma licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo (Portaria MMA nº 253/2006). O documento deve conter informações sobre as espécies, tipo do material, volume, valor do carregamento, placa do veículo, origem, destino, além da rota detalhada do transporte. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 11 O DOF acompanha o produto ou subproduto florestal nativo por meio de transporte rodoviário, aéreo, ferroviário, fluvial, marítimo ou conjugado nessas modalidades. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 112, DE 21 DE AGOSTO DE 2006. Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa entende-se por: I - produto florestal: aquele que se encontra no seu estado bruto ou in natura, na forma abaixo: a) - madeira em toras; b) - toretes; c) - postes não imunizados; d) - escoramentos; e) - palanques roliços; f) - dormentes nas fases de extração/fornecimento; g) - estacas e moirões; h) - achas e lascas; i) - pranchões desdobrados com motosserra; j) - bloco ou filé, tora em formato poligonal, obtida a partir da retirada de costaneiras; k) - lenha; l) - palmito; m) - xaxim; e n) - óleos essenciais. Parágrafo único. Considera-se, ainda, produto florestal, referido neste artigo, as plantas ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas de origem nativa ou plantada das espécies constantes da lista oficial de flora brasileira ameaçada de extinção e dos anexos da CITES, para efeito de transporte com DOF. II - subproduto florestal: aquele que passou por processo de beneficiamento na forma relacionada: a) - madeira serrada sob qualquer forma, laminada e faqueada; Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 12 b) - resíduos da indústria madeireira (aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de beneficiamento e de industrialização de madeira) quando destinados para fabricação de carvão; c) - dormentes e postes na fase de saída da indústria; d) - carvão de resíduos da indústria madeireira; e) - carvão vegetal nativo empacotado, na fase posterior à exploração e produção. f) - xaxim e seus artefatos na fase de saída da indústria. Art. 9° Fica DISPENSADA da obrigação de uso do DOF nos casos de transporte de: I - material lenhoso proveniente de erradicação de culturas, pomares ou de poda de arborização urbana; II - subprodutos que, por sua natureza, já se apresentam acabados, embalados, manufaturados e para uso final, tais como: porta, janela, móveis, cabos de madeira para diversos fins, lambri, taco, esquadria, portais, alisar, rodapé, assoalho, forros, acabamentos de forros e caixas, chapas aglomeradas, prensadas, compensadas e de fibras ou outros objetos similares com denominações regionais. III - celulose, goma-resina e demais pastas de madeira; IV - aparas, costaneiras, cavacos e demais restos de beneficiamento e de industrialização de madeira, serragem, paletes e briquetes de madeiras e de castanha em geral, folhas de essências plantadas, folhas, palhas e fibras de palmáceas, casca e carvão produzido da casca de coco, moinha e briquetes de carvão vegetal, escoramentos e madeira beneficiada entre canteiros de obra de construção civil, madeira usada em geral, reaproveitamento de madeira de cercas, currais e casas; V - carvão vegetal empacotado do comércio varejista; VI - bambu (Bambusa vulgares) e espécies afins; VII - vegetação arbustiva de origem plantada para qualquer finalidade. VIII - plantas ornamentais, medicinais e aromáticas, mudas, raízes, bulbos, cipós e folhas de origem nativa das espécies não constantes da lista oficial de espécie ameaçada de extinção e dos anexos da CITES. 16. Transporte da madeira: os tipos de transporte mais utilizados em colheita de madeira em florestais tropicais são o rodoviário e o hidroviário. Porém, existem outros meios, tais como o transporte ferroviário e o aéreo. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 13 17. Descarregamento da madeira: aconselha-se realizá-lo com máquina e com a máxima rapidez, economia e segurança possível. Essa operação pode ser realizada com carregadeira, guincho autocarga, ou usando-se simplesmente uma rampa para que as toras rolem para o pátio. 18. Segunda medição de parcelas permanentes: essa medição é realizada nas parcelas permanentes após a exploração (Você se lembra que já realizamos uma medição, porém ela foi realizada antes da colheita!?), com o intuito de avaliar os impactos da exploração florestal sobre a arquitetura e estrutura da floresta, quantificar os cortes efetuados, quantificar e qualificar os danos ao povoamento remanescente e avaliar a necessidade, tipos, intensidade e formas de tratamento silviculturais. Nesta etapa, ainda é recomendado plaquetar as arvores para monitoramento. 19. Silvicultura pós-colheita: essa atividade é fundamental após a colheita de madeira em florestas nativas para que a floresta seja considerada manejada. Engloba principalmente os tratamentos silviculturais de limpeza, corte de cipós, refinamentos, liberação e plantios de enriquecimentos. Têm em vista não só aumentar a composição de espécies comerciais, a produtividade, a qualidade e o valor econômico da floresta remanescente da colheita de baixo impacto, mas também mitigar os efeitos ambientais adversos e potencializar benefícios do manejo sustentável da floresta. 20. Plantio de enriquecimento: visa melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio do plantio de mudas de espécies, de valor comercial, ambiental e, ou, social. 21. Monitoramento ou inventário contínuo: servem para avaliar as mudanças na composição florística e nas estruturas e arquitetura da floresta remanescente da exploração florestal. Parcelas permanentes devem ser instaladas, assim como devem ser feitas medições sucessivas e periódicas delas para: avaliar os processos de dinâmica de sucessão natural, de crescimento e produção florestal de espécies, de classes de diamétricas e regimes de manejo; avaliar necessidades, tipos, intensidade e ocasiões apropriadas de aplicação dos cortes de colheita e dos tratamentos silviculturais sobre o povoamento remanescente. Com os resultados obtidos do monitoramento poderão ser aprimorados os regimes de manejo prescritos e aplicar tratamentos silviculturais mais apropriados. 3. Sistemas silviculturais aplicados às florestas tropicais Sistema silvicultural é um conjunto de regras e ações necessárias para conduzir uma floresta a uma nova colheita, incluindo, principalmente os tratamentossilviculturais. Existe uma série de sistemas silviculturais que foram desenvolvidos nos trópicos, com base na regeneração natural, os quais podem ser resumidos em dois grupos: sistemas monocíclicos e sistemas policíclicos2. O sistema monocíclico é aquele em que todo o estoque de árvores de madeira comercial é removido em uma única operação, com o objetivo de criar uma floresta alta equiânia a partir de regeneração natural, para exploração em rotações definidas. Os sistemas monocíclicos modificam drasticamente a composição de espécies, a estrutura de idade, a estrutura diamétrica e o estoque de nutrientes da floresta, incluindo: 2 SOUZA, A.L.; SOARES, C.P.B. Florestas nativas: estrutura, dinâmica e manejo. 1ª edição. Viçosa: UFV, 2013, 322p. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 14 • Sistema Uniforme Malaio (SUM) • Sistema Uniforme Malaio Modificado (SUMM) • Sistema Tropical de Cobertura (STC) O sistema policíclico é aquele em que as operações de colheita são aplicadas, periodicamente, em apenas uma parte dos indivíduos e das espécies comerciais, fazendo-se os cortes em intervalos regulares, denominados ciclos de corte, com o objetivo de manter a floresta alta multiânea ou inequiânea, manejada, prioritariamente, para espécies comerciais. Inclui principalmente: • Sistema de Seleção (SSE) • Sistema de Espécies Listadas (SEL) • CELOS (Center for Agricultural Research in Suriname Os sistemas policíclicos são mais apropriados para o manejo das florestas nativas, por se assemelharem aos processos naturais de sucessão em clareiras. Além do mais, os sistemas policíclicos, desde que aplicados adequadamente, propiciam: • A conservação da biodiversidade e do estoque de nutrientes; • Manutenção das estruturas da floresta, de todas as opções de produção de produtos florestais madeireiros e não madeireiros e de serviços e benefícios para satisfação das necessidades e aspirações do homem.; • Os riscos de infestação de pragas e doenças são menores; • Causam menos impactos à biodiversidade, pois não requerem os tratamentos radicais para conversão da estrutura inequiânea em equiânea; • Provocam, provavelmente, menores alterações na evapotranspiração e na hidrologia; • Modificam ligeiramente o estoque de nutrientes na fitomassa e a função filtrante da floresta e, portanto, a reposição de nutrientes por via atmosférica é mantida. De maneira geral, um sistema silvicultural consiste em três fases principais: 1. Colheita ou exploração de um crescimento prévio. 2. Regeneração das áreas de colheita. 3. Favorecimento, ou seja, assistência silvicultural a regeneração e ao estoque em crescimento. Operação Tipo Característica Exploração Seletiva Corte seletivo em uma área específica, adotando-se um ciclo de corte Corte raso Corte raso numa área, em uma única operação. Regeneração Natural Mudas da regeneração natural ou rebrota Artificial Mudas de viveiro Tratamento silvicultural De baixa intensidade De alta intensidade Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 15 1. Tratamentos silviculturais Tratamentos silviculturais são todas aquelas intervenções realizadas na floresta que visam aumentar a sua qualidade e a produtividade. Uma floresta só é considerada manejada se houver prescrições e aplicações de tratamentos silviculturais, mesmo que sejam os mais elementares possíveis. Os tratamentos silviculturais que são aplicáveis no manejo das florestas naturais são: ➢ Corte de cipós ➢ Exploração florestal ➢ Refinamento ➢ Liberação ➢ Plantio de enriquecimento A) Corte de cipós: a presença de cipós, dependendo do grau de infestação, pode representar forte competição e condição inadequada à sucessão natural e ao crescimento e produção das espécies arbóreas de valor comercial. Por isso, sua população deverá ser controlada, não só para reduzir a competição por luz, umidade e nutrientes, mas também para facilitar o acesso às áreas de colheitas, reduzir os danos de abate de árvores durante a colheita, evitar acidentes durante as atividades de exploração, o refinamento e a liberação e melhorar a qualidade dos fustes das árvores de valor comercial. O corte de cipós pode ser feito com facão ou foice e em dois lugares: rente ao chão e o mais alto possível. O corte de cipós realizado pelo menos um ano antes do abate de árvores comerciais diminui os danos da colheita de madeira, contudo, onera consideravelmente o manejo florestal. B) Exploração ou colheita florestal: refere-se ao conjunto de operações que começa com o planejamento e compreende a derrubada ou corte ou abate direcional das árvores, o arraste das toras, o seu manuseio no pátio de estocagem e o seu transporte. Anteriormente, a exploração florestal era vista como operação distinta dos tratamentos silviculturais. Atualmente, quando a exploração é bem planejada e cuidadosamente executada, pode ser considerada um dos tratamentos silviculturais mais eficientes. Cada operação pode afetar um ou vários componentes do ecossistema: a água; o solo; a fauna; a vegetação, ou seja, a arquitetura, a composição florística, e as estruturas horizontal, vertical, interna e paramétrica. Enfim, essas operações podem afetar positivamente e negativamente a qualidade e a produtividade das florestas. Contudo, representam tratamentos siviculturais, somente as operações de exploração florestal que efetivamente modificam a estrutura e a arquitetura da floresta, ou seja, a abertura de acessos, o corte de cipós o abate de árvores e o arraste de toras. Somente o abate de árvores comerciais tem sido avaliado como tratamento silvicultural, porque representa a operação fundamental de qualquer sistema silvicultural. D) Refinamento e liberação: Refinamento: compreende a eliminação de indivíduos arbóreos com características indesejáveis. É aplicado uniformemente na floresta. Reduz a área basal para um nível planejado e, consequentemente, a competição. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 16 Liberação: refere-se ao favorecimento de indivíduos arbóreos desejáveis. É feita somente no entorno da árvore desejada. Entende-se como indivíduo arbóreo desejável aquele pertencente à lista de espécies comerciais. E indivíduos alvos a se eliminar incluem as árvores tortuosas, senescentes, ocas, podre, morta, severamente danificadas, mesmo que pertençam à lista de espécies desejáveis, como também árvores bem formadas de espécies não comerciais, mas que estejam competindo com as desejáveis. O refinamento pode ser feito de duas formas: 1. Abate de árvores 2. Anelamento e, ou, envenenamento arbóreo. A escolha entre as formas vai depender do comportamento ecofisiológico das espécies e de fatores econômicos. E) Plantio de enriquecimento: visa melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio do plantio de mudas de espécies nativas de valor comercial, ambiental, e, ou, social. Embora o termo técnico seja plantio de enriquecimento, a semeadura também pode ser recomendada. O plantio de enriquecimento deve ser recomendado mais como uma medida mitigadora de efeitos ambientais negativos do que opção silvicultural. Prescreve-se, o plantio de enriquecimento nas situações em que: ✓ A regeneração natural das espécies comerciais é deficitária; ✓ Há extinção local de espécies de valor econômico, social ou ambiental; ✓ Há interesse na introdução de espécies de valor econômico, social ou ambiental; ✓ Há espécies raras, espécies em perigo ou consideradas em extinção; ✓ Há necessidade de recuperar as clareiras provocadaspor abate, trilhas de arraste e pátios de estocagem de madeira. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 17 MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA Iremos estudar um pouco do Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em Florestas Naturais de produção da Amazônia. Esse assunto é muito importante para as provas do CESPE. O conteúdo foi retirado do Informativo Técnico3 do Instituto Florestal Tropical (IFT). Recomendo a leitura do material, pois é bem interessante. Tentei trazer o que tem de mais importante e o que aparece em provas. Então, vamos lá? Explorar produtos e serviços florestais em áreas tropicais de alta diversidade é uma tarefa de elevada complexidade e, de fato, a ciência ainda não avançou o suficiente para responder a muitas questões envolvidas nesse tema. A meta da conservação das florestas tropicais é o manejo sustentável dos recursos, ou seja, explorá-los de uma forma tão meticulosamente planejada que esta exploração não afete a biodiversidade existente ou a resiliência da floresta. Essa é a meta do manejo de uso múltiplo da floresta, que passaremos a partir deste ponto chamar simplesmente de manejo florestal. Na Amazônia, ainda é predominante um tipo de exploração dos recursos florestais conhecido como exploração predatória (ou exploração convencional). Nesse tipo de operação, não existe planejamento e muito menos cuidado com o estado futuro da floresta após a exploração, ou seja, a exploração é feita de forma a extrapolar a capacidade da floresta em se recuperar (sua resiliência). O resultado desta exploração desordenada é: • Excesso de danos à floresta (excesso de área aberta para as estradas, os pátios e os ramais de arraste); • Desperdício excessivo, já que muitas toras são perdidas pelo uso de práticas inadequadas no corte ou são simplesmente esquecidas na floresta; • Os trabalhadores não usam equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs. Nos dias de hoje, o manejo florestal está regulamentado como regime legal para a extração de madeira de florestas amazônicas: • Decreto 5.975/2006; • Instruções Normativas MMA 04 e 05/2006 • Resolução CONAMA 406/2009 Mas, por diversas razões, a exploração predatória ainda supre uma parcela significativa da demanda por madeira em tora da Amazônia. Sua persistência dentro do setor florestal amazônico tem levado ao estabelecimento de um parque industrial obsoleto que continuamente migra para as novas fronteiras toda vez que a madeira escasseia na região de origem. 3 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp- content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 18 Mas, então, o que o manejo florestal sustentável? O manejo florestal pode ser definido como o uso de práticas de planejamento e princípios de conservação que visam garantir que uma determinada floresta seja capaz de suprir, de forma contínua, um determinado produto ou serviço. Na Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal 11.284/2006), em seu artigo 3°, inciso VI, manejo florestal é definido como a: “administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal”. Agora, apresentarei a você alguns conceitos importantes sobre o assunto. a) Conceitos chaves do manejo de florestas tropicais • Ciclo de corte: É o período de tempo (quantos anos) que deve se esperar para, após a exploração, ser possível fazer uma segunda exploração. O ciclo de corte implica que uma área de manejo deve ter um tamanho grande o suficiente para que cada unidade produtiva (no jargão técnico, cada UPA, sigla de Unidade de Produção Anual) seja explorada em um dado ano de forma que volte a ser explorada novamente apenas quando completado o ciclo de corte. Isso permite que o processo de sucessão florestal ocorra nas clareiras de exploração e que as espécies exploradas possam se recuperar antes da próxima intervenção na floresta. O conjunto de UPAs (ou a área total de manejo florestal) é chamado de Unidade de Manejo Florestal, ou UMF. A UMF é uma área de floresta natural passível de ser explorada racionalmente por meio do manejo florestal para a produção de bens e serviços. Além disso, a UMF engloba áreas que não podem ser exploradas, como Áreas de Preservação Permanente (APP) e as reservas absolutas. A exploração de uma dada UMF é regulada por um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 19 Fonte: Informativo técnico 1 (IFT)4 O ciclo de corte depende: • Da capacidade de recuperação da floresta; • Da intensidade em que for feita a exploração (ou seja, quantos metros cúbicos ou quantas árvores serão extraídas em cada unidade de área florestal); • Do grau de danos que forem causados à floresta durante a exploração. Determinar o ciclo de corte para uma floresta pode ser uma tarefa baste complicada, pois exige muitos anos de acompanhamento da floresta para entender seu comportamento. Na ausência desse tipo de informação, a legislação brasileira (Resolução CONAMA 406/2009) exige que seja considerada uma relação máxima entre a intensidade máxima de corte e o ciclo de corte igual a 0,86 (para PMFS COM USO DE MÁQUINAS para arraste de toras). Mas o que isso significa, Professora? Imagine que iremos explorar 25 m³/ha. Daqui quantos anos iremos poder voltar na área para fazer uma nova exploração? Ou seja, qual será nosso ciclo de corte para essa intensidade de 25 m³/ha? 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒 = 25 𝑚3/ℎ𝑎 0,86 ≈ 30 𝑎𝑛𝑜𝑠 É possível aumentar o ciclo de corte em até 35 anos e a intensidade de exploração será proporcional. 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑝𝑙𝑜𝑟𝑎çã𝑜 = 35 𝑎𝑛𝑜𝑠 ∗ 0,86 ≈ 30 𝑚3/ℎ𝑎 4 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp- content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 1 20 • Intensidade máxima de corte: É o máximo de volume de madeira de espécies comerciais que pode ser extraído em toras em cada hectare de floresta a ser manejada. Quanto maior a intensidade a ser adotada, maior deve ser o ciclo de corte, de forma a propiciar que a floresta tenha tempo para se recuperar até a próxima exploração. • Diâmetro Mínimo de Corte: É o diâmetro mínimo de uma árvore, medido a 1,3 metro de altura a partir do solo, para que seja possível explorá-la. Nos livros técnicos sobre o tema, esta unidade de mensuração do tronco da árvore a 1,3 metros do solo é comumente chamada de DAP, ou diâmetro à altura do peito. Pelas normas brasileiras (Resolução CONAMA 406/2009), o diâmetro mínimo em florestas da Amazônia é de 50 centímetros para todas as espécies, para as quais ainda não se estabeleceu o DMC específico. Tanto o ciclo de corte como o diâmetro mínimo para a extração foram criados no manejoflorestal para permitir que a floresta se regenere antes da segunda exploração na mesma área. Outro ponto importante é que, devido ao melhor planejamento da exploração e ao uso de técnicas adequadas, a exploração de impacto reduzido, parte integrante do manejo florestal, provoca danos muito menores à floresta remanescente, assim como uma proporção muito menor de desperdícios. • Exploração de Impacto Reduzido (EIR): É a alternativa à exploração convencional, na qual a exploração é executada segundo um planejamento detalhado e uso de técnicas especiais de colheita florestal. É uma parte crucial para a execução correta do que foi previsto no manejo florestal. Toda a estratégia de planejamento da exploração no manejo florestal leva em consideração algumas medidas especiais para a proteção das espécies que serão exploradas: • a proteção das árvores remanescentes, também chamadas de árvores de futura colheita; • a proteção das chamadas árvores porta sementes. • Árvores remanescentes: em uma floresta existe uma ampla variedade de espécies, porém são poucas as espécies que possuem potencial para serem exploradas comercialmente. Assim, árvores remanescentes são todas as árvores das espécies comerciais exploradas em um dado empreendimento que contenham, no momento do inventário florestal, um DAP abaixo do diâmetro mínimo de corte. • Árvores porta sementes: são indivíduos de espécies de tamanho comercial (DAP > 50 cm) que têm de ser excluídas da exploração para que possam frutificar e dispersar sementes entre os ciclos de corte, favorecendo a regeneração das espécies exploradas. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana f 21 A Resolução CONAMA 406/2009 estabelece que um mínimo de 10% das árvores comerciais de uma dada espécie de interesse (ou seja, DAP > 50 cm) deve ser mantido na floresta após a exploração, para permitir esta regeneração em cada bloco de 100 hectares de floresta. No caso de espécies que ocorrem com uma grande raridade na floresta, o número mínimo de porta sementes a serem deixados na floresta é de três árvores em cada bloco de 100 hectares. Art. 4º A intensidade de corte proposta no PMFS será definida de forma a propiciar a regulação da produção florestal e levará em consideração os seguintes aspectos: IV- c) manutenção de pelo menos 10% do número de árvores por espécie, na área de efetiva exploração da UPA, que atendam aos critérios de seleção para corte indicados no PMFS, respeitados o limite mínimo de manutenção de três árvores por espécie por 100 ha (cem hectares), em cada UT; e d) manutenção de todas as árvores das espécies, cuja abundância de indivíduos com DAP superior ao DMC seja igual ou inferior a três árvores por 100 ha de área de efetiva exploração da UPA, em cada UT. O manejo florestal é obrigatório para a exploração legal de florestas amazônicas. Dessa forma, um determinado empreendimento (empresa ou comunidade) interessado em realizá-lo deve, antes de iniciar a exploração, elaborar um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), contendo uma descrição das características físicas e biológicas da área a ser manejada e documentando os passos que serão adotados para a exploração da floresta, acompanhados por suas respectivas justificativas técnicas. O PMFS é então analisado pelo órgão ambiental competente que deverá aprová-lo antes da exploração da área. Legalmente, o empreendimento em questão também deve submeter à análise do órgão ambiental competente o chamado Plano Operacional Anual (POA), documento técnico que descreve as atividades de exploração florestal que serão executados naquele ano em questão, em conformidade com o PMFS aprovado para esta área. • Autorização para exploração (Autex): Documento expedido pelo órgão competente que autoriza o início da exploração da Unidade de Produção Anual-UPA e especifica o volume máximo por espécie permitido para exploração (Resolução CONAMA nº 406/2009). • Vistoria técnica: É a avaliação de campo para subsidiar a análise, acompanhar e controlar rotineiramente as operações e atividades envolvidas na AMF, realizada pelo órgão ambiental competente (Resolução CONAMA nº 406/2009). • Unidade de Manejo Florestal (UMF): é a área do imóvel rural a ser utilizada no manejo florestal (Resolução CONAMA nº 406/2009). • Área de Manejo Florestal (AMF): conjunto de Unidades de Manejo Florestal que compõem o PMFS, contíguas ou não, localizadas em um único Estado (Resolução CONAMA nº 406/2009). Estas áreas, que podem ter mais de uma UMF, compõem o mesmo plano de manejo. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 2 22 • Unidade de Produção Anual (UPA): subdivisão da Área de Manejo Florestal, destinada a ser explorada em um ano (Resolução CONAMA nº 406/2009). • Unidade de Trabalho (UT): subdivisão operacional da Unidade de Produção Anual (Resolução CONAMA nº 406/2009). Figura 1: Exemplo da alocação de diversas UPAs subdivididas em UTs dentro da AMF. Fonte: Acervo do IFT A classificação dos PMFS quanto aos métodos de extração de madeira, divide-se em: PMFS que NÃO prevê a utilização de máquinas para o arraste de toras; e PMFS que prevê a utilização de máquinas para o arraste de toras Ciclo de corte: COM utilização de máquinas para o arraste de tora: máx. 35 anos e mín. 25 anos. SEM utiliza máquinas para o arraste de toras: mín. 10 anos. Intensidades máximas de corte: 30 m³/ha para o PMFS que prevê a utilização de máquinas para o arraste de toras, com ciclo de corte inicial de 35 anos; Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 9 23 10 m³/ha para o PMFS que NÃO utiliza máquinas para o arraste de toras, com ciclo de corte inicial de 10 anos; Relação máxima entre a intensidade máxima de corte e o ciclo de corte igual a 0,86 m³/ha/ano para PMFS COM USO DE MÁQUINAS para arraste de toras; Diâmetro Mínimo de Corte: 50 cm para todas as espécies, para as quais ainda não se estabeleceu o DMC específico. b) As Atividades do Manejo de Florestas Tropicais na Amazônia O manejo florestal é a forma como podemos cuidar e usar a floresta para que continue crescendo e produzindo todos os bens e serviços florestais que possam ser explorados nesta área. O primeiro passo para a exploração da área é a elaboração do Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), o qual pode ser interpretado como um plano do uso sustentável da floresta. Desde 2006, com o processo de descentralização da gestão florestal, o PMFS é geralmente analisado e licenciado pelas OEMAs (Órgãos Estaduais de Meio Ambiente), exceto: ▪ Florestas públicas; ▪ Unidades de conservação federais ou municipais; ▪ Empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional; ▪ Casos de delegação, quando couber (ou seja, quando a União delega a competência de analisar e licenciar os PMFS para o Estado). O PMFS está baseado nas seguintes etapas do manejo florestal: Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana b 24 Fonte: BALIEIRO et al., 20105 • 1ª Macroplanejamento da exploração florestal; • 2ª Microplanejamento, incluindo as atividades pré-exploratórias do manejo florestal. • 3ª Atividades de exploração dos recursos florestais, também chamada de Exploração de Impacto Reduzido (EIR); • 4ª Atividades pós-exploratórias, incluindo as operações de silvicultura pós-colheita. Dentro do manejo de uma floresta podemos dividir as atividades em: atividadespré-exploratórias, exploratórias e pós-exploratórias. A seguir, irei apresentar um pouquinho sobre cada uma delas. Vamos lá?! ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS: São as atividades que antecedem e preparam a exploração florestal. É a etapa do manejo florestal em que se realiza um estudo detalhado da: i) Unidade de Manejo Florestal (UMF) por meio do macroplanejamento; (Unidade de Manejo Florestal (UMF): é a área do imóvel rural a ser utilizada no manejo florestal.) ii) Unidade de Produção Anual (UPA) por meio do microplanejamento. (Unidade de Produção Anual (UPA): subdivisão da Área de Manejo Florestal, destinada a ser explorada em um ano.) Ou seja, o macro e o microplanejamento são considerados atividades pré-exploratórias. Esta etapa indica a aptidão da área florestal para o Manejo Florestal, ou seja, a viabilidade econômica do empreendimento. É durante a etapa pré-exploratória que: • Realizam os procedimentos de licenciamento ambiental; • Dimensionam os custos de produção; • Planejam e constroem as infraestruturas, e • Levantam informações que possibilitam a exploração racional da área de manejo florestal. Dentre as atividades que a compõe estão a delimitação das áreas efetivas para o manejo florestal e nelas realizadas inventários florestais, instaladas parcelas de monitoramento, processadas informações de campo e produção de mapas temáticos. Essas atividades devem ser realizadas pelo menos um ano antes da etapa exploratória. Devem ser consideradas as técnicas que colaborem para minimizar os danos ambientais e riscos à segurança e saúde do trabalhador florestal, o que chamamos de exploração de impacto reduzido (EIR). Atenção! A 5 BALIEIRO, M.; ESPADA, A. L. V.; NOGUEIRA, O.; PALMIERI, R.; LENTINI, M. As concessões de florestas públicas na Amazônia Brasileira: um manual para pequenos e médios produtores florestais. IMAFLORA e IFT. Piracicaba: IMAFLORA, 2010. 205 p. Disponível em: http://www.ift.org.br. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 7 25 etapa exploratória só pode ser realizada após a aprovação do PMFS pelo órgão competente, e da AUTEX para a primeira UPA. Autorização para exploração (Autex): Documento expedido pelo órgão competente que autoriza o início da exploração da Unidade de Produção Anual-UPA e especifica o volume máximo por espécie permitido para exploração (Resolução CONAMA nº 406/2009). ATIVIDADES EXPLORATÓRIAS: Esta é a etapa operacional do manejo florestal, ou a colheita florestal. Faz parte das atividades exploratórias: ▪ Corte direcional de árvores; ▪ Planejamento de arraste; ▪ Traçamento de árvores em toras; ▪ Arraste florestal; ▪ Operação de pátio, romaneio e rastreabilidade. Para a realização dessas atividades, é necessário um planejamento prévio para a redução de danos ambientais, dos custos de produção e dos acidentes de trabalho durante a execução da colheita. ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS: Após a execução da colheita, a floresta continua a crescer e é preciso acompanhar esse processo para conhecer sua dinâmica de crescimento e monitorar seu funcionamento. Desta forma, as atividades pós- exploratórias visam viabilizar os próximos ciclos de corte a partir dos seguintes levantamentos: i) dos danos provocados pela exploração; ii) do crescimento da floresta; e iii) de medidas para catalisar este crescimento. Basicamente, nessa etapa são sugeridas as seguintes atividades: • Manutenção de infraestruturas; • Avaliação de danos e desperdícios da exploração; • Inventário contínuo; • Silvicultura pós-colheita; • Medidas de proteção florestal, entre outras atividades. Um elemento importante desta etapa está na elaboração do relatório pós-exploratório, que irá descrever os resultados produtivos, a avaliação de danos e próximos passos que serão realizados na UPA para colaborar com a regeneração florestal. No tópica a seguir falarei com mais detalhes sobre as atividades realizadas dentro do macro e microplanejamento (Atividades pré-exploratórias). Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 26 Macroplanejamento da exploração florestal Tudo começa com a identificação de uma área florestal na qual o Manejo Florestal será realizado. Assim, a primeira ação é o Macroplanejamento. Essa etapa compreende: A) Seleção das áreas aptas ao manejo florestal A seleção das áreas é realizada dentro da Área de Manejo Florestal (AMF) a partir da análise de imagens (satélite, foto ou radar) e após visitas de prospecção às áreas potenciais, onde será definida a dimensão total da unidade de área destinada para o manejo florestal (UMF). No caso do manejo florestal comunitário, é muito importante que a seleção destas áreas de manejo seja feita de forma participativa, consultando e confirmando as informações junto do grupo de manejadores e as outras pessoas das comunidades envolvidas. B) Quantificação do potencial da floresta para o manejo florestal Para subsidiar a tomada de decisão sobre a elaboração do PMFS, a área a ser manejada passa por um processo de levantamento e avaliação do potencial madeireiro por meio de inventário florestal amostral ou diagnóstico. C) Avaliação da viabilidade econômica do empreendimento Para estimar o valor monetário de um produto florestal: 1° --> Avalia-se o estoque do produto florestal, por espécie, classe de tamanho e/ou, classe de qualidade, mediante a realização de inventário florestal. 2° --> Obtêm-se os preços de mercado, mediante uma pesquisa dos preços praticados, em que são realizadas as compras e as vendas do referido produto (LEUSCHNER, 1984); 3°--> Calcula-se o valor monetário, por hectare, mediante a multiplicação do valor de estoque, pelo preço de mercado (SOUZA, 2013). Outros pontos a serem levados em consideração ao avaliar este tópico é a distância da área de manejo em relação ao local onde serão vendidos os produtos do manejo, pois o transporte muitas vezes responde por custos significativos. D) Definição das estratégias de gerenciamento da floresta Com o mapa da área (polígono da AMF) e UMF apta para o manejo em mãos, é feito o planejamento geral da utilização da floresta, ou seja, a divisão da UMF em UPAs, e depois em UTs com tamanhos e quantidades suficientes para atender a capacidade da indústria, a demanda de mercado dos produtos a serem extraídos e a regulação da produção que Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 27 definiu o ciclo de corte ideal; a definição das áreas de preservação permanente e áreas inacessíveis, áreas de preservação absoluta (quando a área é certificada) e definição da ordem de exploração das unidades de produção anual. Divisão da UPA em UTs para a execução do manejo florestal Fonte: Informativo técnico 1 (IFT).6 E) Dimensionamento e definição das áreas das Unidades de Produção Anual (UPAs) Durante a definição das estratégias de gerenciamento da floresta é determinado o tamanho das UPAs. Nessa unidade é feito o planejamento de execução do manejo florestal para o período de um ano. Ou seja, a UMF, desconsiderando a área de reserva absoluta, é dividida em áreas anualmente exploráveis, as UPAs, de forma a facilitar a execução da exploração florestal. A área da UPA a ser manejada deve ter tamanho compatível com o consumo de matéria-prima (SILVA, 2001) que estará condicionada à demanda do mercado e ao potencial volumétrico por unidade de área, revelado no 6 INFORMATIVO TÉCNICO 1 - MANEJO FLORESTAL E EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO EM FLORESTAS NATURAIS DE PRODUÇÃO DA AMAZÔNIA. Belém, 2014. < http://www.ift.org.br/wp-content/uploads/2014/11/Informativo-T%C3%A9cnico-1.pdf> Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 28 inventário 100%. As UPAs, por sua vez, são também divididas em áreas menores denominadas Unidades de Trabalho (UTs), para que facilite a organização do trabalho da exploração florestal. Embora não seja uma regra, geralmente a UT tem uma área de 100 ha ou 1000x1000 metros. F) Definição e dimensionamento das infraestruturas gerais Dentro do macroplanejamento, tão importante quanto verificar a potencialidade dos recursos madeireiros, também é preciso avaliar as condições de acessibilidade e logística para o escoamento da produção florestal. Nessa fase do manejo são identificadas as estradas e caminhos já existentes dentro e fora do futuro empreendimento florestal. Depois, durante o microplanejamento, no ano da exploração, na escala da UPA, são definidos os locais nos quais serão locadas as infraestruturas, como estradas, pontes e bueiros. Durante o macroplanejamento é determinada a alocação das infraestruturas gerais (acampamento permanente, estradas principais e estradas de acesso) e durante o microplanejamento as demais infraestruturas que darão suporte ao manejo florestal. G) Quantificação e definição da necessidade de recursos humanos Conhecendo o potencial florestal, o tamanho das UPAs e a forma de gerenciar as mesmas, é possível estimar o número de profissionais e trabalhadores necessários para executar o PMFS. De maneira geral, estima-se que, para cada 5.000 ha de floresta a ser manejada anualmente (Exemplo de área de uma UPA), em se tratando de empreendimentos madeireiros empresariais, emprega-se 90 funcionários, incluindo trabalhadores da exploração e profissionais florestais de gerenciamento. No caso de comunidades, a proporção do número de trabalhadores envolvidos por unidade de área pode ser maior, tendo em vista que o objetivo finalístico do manejo florestal comunitário é gerar renda para o maior número de famílias possíveis. Microplanejamento da exploração florestal O microplanejamento é a etapa que orienta as operações anuais do manejo florestal, sendo realizado na Unidade de Produção Anual (UPA). Nessa etapa, é realizado o planejamento ao nível da UPA, para estimar o volume da produção anual, recursos humanos, maquinário e investimentos no período de um ano, ou seja, é o levantamento de informações detalhadas para um ano de exploração. Para isso, deve ser realizada uma série de atividades que antecedem a exploração florestal, por esse motivo as etapas de macro e microplanejamento são chamadas de atividades pré-exploratórias. Estrategistas, irei apresentar agora as atividades pré-exploratórias da atividade de manejo florestal. É nesta fase que são levantadas informações que possibilitam a exploração racional da área, como: ▪ A delimitação de unidades de trabalho (UT); ▪ Inventário florestal 100%; Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 29 ▪ Tratamento silvicultural pré-exploratório; ▪ Inventário contínuo; ▪ Sistematização e processamento de dados; ▪ Produção de mapas e construção de infraestruturas. Essas atividades devem ser realizadas pelo menos um ano antes da exploração. A) Delimitação de unidades de trabalho (UT) A UT é uma unidade física que compõe uma determinada UPA. Geralmente, a soma das áreas das UTs é o tamanho total da área da UPA. Mas se a UPA for pequena e os manejadores tiverem capacidade operacional para explorar ela de uma vez, então a UPA poderá ter o mesmo tamanho da UT. Embora não seja uma regra, as UTs possuem uma área de 100 ha, o que equivale a um polígono de 1000 m por 1000 m. A divisão da UPA em UTs delimitadas facilita, entre outras ações: ▪ a realização do inventário 100%; ▪ o planejamento das estradas secundárias; ▪ o corte direcional; ▪ o planejamento dos ramais de arraste; ▪ o dimensionamento de equipes e maquinários, ▪ a organização do trabalho e a instalação de trilhas de orientação favorecendo positivamente a execução do manejo florestal e obtenção dos dados de rendimento. B) Inventário florestal 100% Este é o segundo inventário realizado na área, também chamado de censo florestal, para espécies comerciais ou potencialmente comerciais. É um levantamento detalhado de todas as árvores de interesse dentro da área de manejo quando são mensuradas árvores em tamanhos propícios de corte (DAP maior ou igual a 50cm) e árvores remanescente com 10cm abaixo do DMC, com objetivo de conhecer o estoque de espécies e indivíduos comerciais e potencialmente comerciais para futura exploração. Este inventário inclui informações dendrométricas (altura, DAP e qualidade do fuste), identificação das espécies e a localização das árvores dentro da floresta. O inventário 100% levanta detalhadamente o potencial produtivo da floresta (quantidade e qualidade), seja este relacionado às espécies madeireiras ou a espécies que produzem produtos não madeireiros. C) Corte de Cipós pré-exploratório Em geral, é recomendável fazer esta intervenção na floresta antes que a exploração seja executada para melhorar as condições de exploração ou de coleta. Por exemplo, em áreas com muitos cipós, é recomendado o corte destas plantas presas às árvores selecionadas para o corte e de suas vizinhas evitando que, no momento da derruba da árvore, os cipós não prendam as árvores umas às outras, causando a queda desnecessária de árvores e situações de risco para os trabalhadores de campo. O corte de cipós pode ser realizado durante o inventário 100%, visando a otimização da equipe e a redução de custos. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 30 D) Processamento de dados Essa atividade tem como objetivo organizar e analisar as informações coletadas durante o Inventário Florestal. Os dados das medições do inventário 100% e do inventário contínuo podem ser trabalhados de forma mais prática utilizando ferramentas básicas de informática, como planilhas eletrônicas e gerenciadores de banco de dados. O processamento permite gerar informações para tomar decisões sobre a UT. No processamento de dados é possível extrair um conjunto de informações que passam por vários critérios exigidos pela legislação ambiental. E) Confecção de mapas A utilização de mapas é uma prática crucial para o sucesso do manejo florestal, permitindo maior precisão na execução das práticas de campo. O mapa pode tanto ser gerado em computadores por meio de programas de informações geográficas (SIG) ou manualmente, no caso da exploração realizada em áreas menores por pequenos produtores ou por comunidades tradicionais. Os mapas que compõem o processo de licenciamento da área para o manejo só são aceitos em formatos digitais com informações geométricas (SIG), enquanto mapas para uso operacional podem ser tanto de construção digital quanto manual. F) Planejamento e instalação das infraestruturas florestais (estradas e pátios) Esta atividade é realizada por uma equipe técnica que discute, baseada nas informações do macroplanejamento e em mapas, onde serão instaladas as infraestruturas para a exploração florestal, com especial atenção aos obstáculos, evitando-os durante o processo de planejamento e construção das infraestruturas. Esta atividade é muito importante para diminuir o tempo de trabalho gasto pelas máquinas pesadas, uma vez que o tamanho e a quantidade de pátios são dimensionados conforme as necessidades pontuais do empreendimento. Para uma melhor compactação das estradas e pátios e para uma melhor trafegabilidade durante a exploração, recomenda-se que as infraestruturassejam construídas ao menos um ano antes da exploração. Recapitulando... Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 31 As atividades de macro e microplanejamento estão dentro da etapa pré-exploratória. Assim, quando essa etapa é finalizada, passamos paras as etapas exploratórias e pós-exploratórias conforme já conversamos anteriormente. Etapas Atividades Macroplanejamento • Seleção das áreas aptas ao manejo florestal. • Quantificação do potencial da floresta para o manejo florestal. (Inventário Florestal). • Avaliação da viabilidade econômica do empreendimento. • Definição das estratégias de gerenciamento da floresta. • Dimensionamento e definição das áreas das UPAs. (Unidades de Produção Anual). • Definição e dimensionamento das infraestruturas gerais. • Quantificação e definição da necessidade de recursos humanos. Microplanejamento • Delimitação da Unidade de Trabalho (UT)*. • Inventário florestal 100%. • Trato silvicultural pré-exploratório. • Inventário contínuo. • Processamento de dados. • Confecção de mapas. • Planejamento das infraestruturas florestais (estradas e pátios). Atividades de exploração dos recursos florestais (atividades exploratórias) • Corte direcional das árvores • Arraste até os pátios de estocagem • Identificação das toras Atividades Pós-exploratórias • Manutenção de infraestruturas. • Inventário contínuo. • Silvicultura pós-colheita. • Medidas de proteção florestal. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 32 (Polícia Federal - Perito Criminal Engenharia Florestal/2018 - Adaptada.) Tendo em vista que, no planejamento do manejo florestal em florestas plantadas, o objetivo é a alta produção de madeira com melhor qualidade, e que, em florestas tropicais, a exploração de serviços e produtos de forma sustentável é uma operação complexa, que exige um alto grau de planejamento, pois o objetivo é o mínimo de interferência na biodiversidade existente, julgue os itens a seguir, relativos ao planejamento do manejo florestal de florestas plantadas e tropicais. I. No planejamento do manejo de florestas naturais amazônicas, a definição do ciclo de corte dependerá da capacidade de recuperação da floresta, da intensidade de corte e do grau de danos causados à floresta durante a exploração. II. A intensidade máxima de corte para a floresta amazônica será de 10 m³/ha, quando for prevista a utilização de máquinas para o arraste de toras, com ciclo de corte inicial de dez anos. III. A operação de desrama tem o objetivo de acelerar o desenvolvimento inicial da planta produzindo anéis de crescimento mais largos. IV. No manejo do plantio de eucalipto para fins energéticos, a utilização de espaçamentos menores, como 2,0 m × 2,0 m, possibilita o desenvolvimento de até 2.500 árvores/ha, além de reduzir a necessidade de capinas. Estão corretas: a) I e II b) II, III e IV c) I e IV d) I e III Comentários: I. Correta. No planejamento do manejo de florestas naturais amazônicas, a definição do ciclo de corte dependerá da capacidade de recuperação da floresta, da intensidade de corte e do grau de danos causados à floresta durante a exploração. Conforme vimos em aula, está correto este item. II. Incorreta. A intensidade máxima de corte para a floresta amazônica será de 10 m³/ha, quando for prevista a utilização de máquinas para o arraste de toras, com ciclo de corte inicial de dez anos. Ciclo de corte: entre 25 e 35 anos no caso do uso de máquinas na exploração Intensidade máxima de exploração: igual ou menor a 30 m³ ha -1 Intensidade máxima / ciclo de corte: igual ou menor do que 0,86 m ³ha -1ano -1 III. Incorreta. A operação de desrama tem o objetivo de acelerar o desenvolvimento inicial da planta produzindo anéis de crescimento mais largos. O objetivo da operação de corte dos ramos é a produção de madeira limpa, livre de nós, e com maior valor no mercado. Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 33 IV. Correta. No manejo do plantio de eucalipto para fins energéticos, a utilização de espaçamentos menores, como 2,0 m × 2,0 m, possibilita o desenvolvimento de até 2.500 árvores/ha, além de reduzir a necessidade de capinas. Geralmente, plantios com fins enérgicos possuem espaçamentos menores, com isso, quanto mais adensado o plantio, menor é a penetração de luz na floresta, o que ocasiona menor quantidade de plantas no sobosque, reduzindo a necessidade de capinas. Cada planta ocupa 4 m². Sabendo que 1 hectare possui 10.000 m², temos: = 10.000 4 = 2.500 á𝑟𝑣𝑜𝑟𝑒𝑠/ℎ𝑎 Gabarito: C QUESTÕES COMENTADAS Manejo Florestal Considere a exploração de madeira em duas áreas na floresta amazônica — área 1, explorada de forma convencional (sem manejo florestal sustentável) e área 2, mediante manejo florestal sustentável. A partir dessa situação e de estudos disponíveis acerca do assunto, como os realizados pela Fundação Floresta Tropical (FFT) e pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), julgue os itens que se seguem. 1. (CESPE/2004) A exploração de impacto reduzido (EIR), aplicada como técnica do manejo florestal sustentável (área 2), inclui uma fase de atividades pré-exploratórias, normalmente realizada um ano antes da exploração. Nessa fase, é realizada a operação de remoção de cipós, quando necessário. Comentários: Correta. Uma das etapas do manejo de impacto reduzido consiste na fase de atividade pré-exploratórias. E nessa fase que é realizada a operação de remoção de cipós, quando necessário. O corte de cipós deve ser feito no mínimo um ano antes da exploração, para garantir que os cipós mais resistentes apodreçam e se desprendam das árvores. O PMFS está baseado nas seguintes etapas do manejo florestal: 1ª Macroplanejamento da exploração florestal; 2ª Microplanejamento, incluindo as atividades pré-exploratórias do manejo florestal. Atividade Pré-exploratória Monik Begname de Castro Aula 02 Legislação Ambiental p/ IBAMA (Analista Ambiental) - 2021 - Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 204229580995110506 - Clarissa Meira Viana 34 3ª Atividades de exploração dos recursos florestais, também chamada de Exploração de Impacto Reduzido (EIR); 4ª Atividades pós-exploratórias, incluindo as operações de silvicultura pós-colheita. Gabarito: Certa. 2. (CESPE/2004) Em ambos os modos de exploração descritos para as áreas 1 e 2, normalmente são instaladas parcelas permanentes antes da exploração propriamente dita, com a principal finalidade de identificar as árvores a serem exploradas. Comentários: Errada. Apenas na área 2 que são instaladas parcelas permanentes com o objetivo de controlar a exploração florestal, ou seja, conhecer a estrutura e arquitetura da floresta para, posteriormente, avaliar os impactos da aplicação das atividades de exploração florestal e verificar se as prescrições e o nível de colheita foram adequadamente executados. (por exemplo, se a intensidade de cortes e as regras básicas estabelecidas para a colheita de baixo impacto não foram violadas). Esse objetivo de controlar a exploração florestal não existe na exploração florestal convencional. Gabarito: Errada. 3. (CESPE/2004) Considere que a exploração florestal seja fundamentada no consumo de madeira, que, para a área 2, tenha sido estabelecido um ciclo de corte de 30 anos e, ainda, que, para um consumo anual de 10.000 m³ de madeira em tora, com 25 m³ de madeira comercial por hectare, seja necessário explorar 400 ha/ano. Nessa situação, se a floresta dessa área possuísse
Compartilhar