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2019 Planeamento na Administração Publica Manual do Curso de Administração Publica Relações Internacionais ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 1 1 Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Coordenação do Programa de Licenciaturas Rua Dr Lacerda de Almeida No 211 Ponta - Gêa Beira - Moçambique Telefone: 23323501 Cel: +258 823055839 Fax:23 324215 E-mail:direcção.geral...isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz 2 2 Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Autor Bernardo João Ferro Coordenação Design Financiamento e Logística Revisão Científica Revisão Linguística Ano de Publicação Local de Publicação Direcção Académica do ISCED Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 2018 Beira ISCED – BEIRA 3 3 Índice Visão geral 1 Benvindo ao Módulo de Planeamento na Administração Pública ....................................1 Objectivos do Módulo ......................................................................................................1 Quem deveria estudar este módulo .................................................................................2 Como está estruturado este módulo.................................................................................2 Ícones de actividade .........................................................................................................4 Habilidades de estudo ......................................................................................................4 Precisa de apoio? ..............................................................................................................7 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .................................................................................8 Avaliação ...........................................................................................................................9 TEMA – I: PLANEAMENTO NA ADMINSTRACAO PÚBLICA………………………………………………… 18 Introdução e Objectivos..................................................................................................18 UNIDADE Temática 1.2. Conceito de Planificação .. ......................................................19 UNIDADE Temática 1.3. Passos necessários para a Planificação ………………………………….20 UNIDADE Temática 1.4. Importância da Planificação para a gestão Pública…………………21 UNIDADE Temática 1.5. Tipos de Planificação.................................................................21 UNIDADE Temática 2.0. Planeamento estratégico situacional e participação –Algumas considerações …………………………………………………………………………………………………………....22 UNIDADE Temática 2.1. Planeamento estratégico enfatizado a metodologia de planeamento estratégico situacional…………………………………………………………………………..22 UNIDADE Temática 2.2. Planeamento Orçamentário na Administração Pública………....25 Exercícios ........................................................................................................................20 Sumário Geral do Capítulo...............................................................................................21 TEMA – II: O PLANEAMENTO ESTRATEGICO 30 Introdução ......................................................................................................................30 Objectivos .......................................................................................................................30 UNIDADE Temática 2.1. O Planeamento no âmbito da Administração pública..............31 UNIDADE Temática 2.2. O Aspecto Orcamentário do Planeamento...............................32 UNIDADE Temática 2.3. O que é Planeamento Estratégico………………………………………….37 UNIDADE Temática 2.4. Necessidade e a importância do Planeamento Estratégico….. 46 UNIDADE Temática 2.5. O Planeamento Estratégico nas Organizações ……………..…….…47 UNIDADE Temática 2.6. Características do Planeamento Estratégico………………………….50 UNIDADE Temática 3.0. Desdobramento da Estratégia……………………………………………….51 UNIDADE Temática 3.1. Balanced Scorecard…………………………………………………………..…..52 4 4 UNIDADE Temática 3.2. Objectivos do Balanced Scorecard…………………………..…………...53 UNIDADE Temática 3.2.1. Esclarecer e traduzir a visão estratégica…………………………..…53 UNIDADE Temática 3.2.2. Planear, estabelecer metas e alinhar iniciativas da estratégia…………………………………………………………………………………………………………..53 UNIDADE Temática 3.2.3. Melhorar o Feedback e o aprendizado estratégico…………….54 UNIDADE Temática 3.2.4. Comunicar, Assessorar objectivos e medidas estratégicas…54 UNIDADE Temática 4.0. Perspectivas do Balanced Scorecard……………………………………..54 UNIDADE Temática 4.1. Implementação do Balanced Scorecared………………………………54 Exercícios, Resolução, Sumário…………………………………………………………………………….……..55 TEMA – III: INSTRUMENTOS DE PLANIFICAÇÃO PÚBLICA 60 3.0. Introdução e objectivos..............................................................................................61 UNIDADE Temática 3.1.Gestao Estratégica como pilar de desenvolvimento……………....62 UNIDADE Temática 3.1.1. Analítica……………………………………………………………………………..62 UNIDADE Temática 3.1.2. Estratégia Reactiva………………………………………………….……….…62 UNIDADE Temática 3.2. Formação da Estratégia…………………………………………………….…..63 UNIDADE Temática 3.3. Nível das Unidades Estratégicas de Negócio…………………….…...63 UNIDADE Temática 3.4. Modelo de Porter………………………………………………………………… 63 UNIDADE Temática 4.0. Instrumentos de Planificação Pública……………………………….…..65 UNIDADE Temática 4.1. Programa Quinquenal do Governo…………………………………..……66 UNIDADE Temática 4.2. Orçamento do Estado……………………………………………………………67 UNIDADE Temática 4.3. Plano de Acção Para Redução da Pobreza Absoluta………………67 UNIDADE Temática 4.4. Cenário Fiscal de Médio Prazo…………………………………………….…68 UNIDADE Temática 5.0. Principais Pressupostos para elaboração do PES e OE ………..…69 UNIDADE Temática 5.1. Análise SWOT…………………………………………………………………….….70 UNIDADE Temática 5.2. Estratégias Genéricas……………………………………………………..……..72 Exercícios, Resolução Sumário TEMA IV: O PROCESSO DE CONTROLO…………………………………………………………………………….. 58 Introdução, objectivos………………………………………………………………………………………………..77 Unidade temática 4.2. O Processo de Controlo……………………………………………….............78 UNIDADE Temática 4.3. Controlo e o Planeamento…………………………………………………….79 UNIDADE Temática 4.4. Controlo na Administração Pública……………………………………….80 UNIDADE Temática 5.0. Avaliação de desempenho…………………………………..………………..83 UNIDADE Temática 5.1. Acções Correctivas ……………………………………………………………….83 UNIDADE Temática 5.2. Tipos de controlo…………………………………………………………………..85 UNIDADE Temática 5.2.1. Controlo de imputs…………………………………………….………………85 UNIDADE Temática 5.2.2. Controlo de Processo ……………………………………………….………..86 UNIDADE Temática 5.2.3. Controlo de Ouputs…………………………………………….………………86 5 5 UNIDADE Temática 5.2.4. Controlo estratégico………………………………………………….……….87UNIDADE Temática 5.2.5. Controlo Táctico…………………………………………………….…………..87 UNIDADE Temática 5.2.6. Controlo Operacional………………………………………………..……….88 UNIDADE Temática 5.2.7. Auto controlo…………………………………………………………..…………88 UNIDADE Temática 5.2.8. Heterocontrolo………………………………………………………..…………89 UNIDADE Temática 5.2.9. Controlo Lateral…………………………………………………….……………89 UNIDADE Tematica 6.0. Pontos Estratégicos de Controlo……………………………………………89 UNIDADE Temática 6.1. Reaccoes negativas ao Controlo…………………….………………………90 UNIDADE Temática 6.2. Prevencao a reaccoes netivas ao controlo……………………………..92 UNIDADE Temática 6.3. Accoes Disciplinares ……………………………………………………………..94 Accoes Disciplinares. Execicios Resolucao , Sumário……………………………………………………95 TEMA – V. Planificação Territorial 98 Introdução ......................................................................................................................98 UNIDADE Temática 5.1.Ordenamento Territorial………………………………………………………99 UNIDADE Temática 5.2. Nível Nacional ………………………………………………………..…………..101 UNIDADE Temática 5.3. Nível Provincial……………………………………………………………………101 UNIDADE Temática 5.4. Nível Distrital…………………………………………………………….…………102 UNIDADE Temática 6.0. Instrumentos de Ordenamento Territorial…………………………..102 UNIDADE Temática 6.1. Planos de estrutura Urbana……………………………………………..….103 UNIDADE Temática 6.2. Planos Gerais e Parciais de Urbanizacao………………………………103 UNIDADE Temática 6.3. Planos de Pormenor…………………………………………………………….103 UNIDADE Temática 7.0. Princípios Fundamentais da politica de Ordenamento Territorial………………………………………………………………………………………………………………..104 UNIDADE Temática 7.1. Planeamento e Ordenamento do Território…………………….….107 UNIDADE Temática 8.0. Planeamento e Gestão…………………………………………………….….108 UNIDADE Temática 8.1. Planeamento Ambiental……………………….……………….…….……..108 UNIDADE Temática 8.2. Desenvolvimento Social e Económico………………………………….109 UNIDADE Temática 8.3. Estrutura de Governação e Princípios…………….……………..……109 UNIDADE Temática 8.4. Princípios e Objectivos………………………………………..………………109 UNIDADE Temática 8.5. Gestão de Recursos Hídricos…………………………………….. Exercícios, Resoluções, Sumario 6 6 Visão geral Benvindo ao Módulo de Planeamento na Administração Pública Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo, o estudante deverá ser capaz de aplicar os conhecimentos em matéria de planeamento, Administração Pública e gestão nas intuições Públicas e Privadas. Nesta índole, deverá ser capaz de identificar claramente a relevância do planeamento e gestão na área de administração pública, sua aplicação e importância. O estudante deve ser capaz de elaborar um plano estratégico aplicado a administração pública . Devera ainda, ter capacidade para analisar de forma crítica e buscar soluções para os inúmeros problemas inerentes ao planeamento da administração Pública. Assim, o módulo visa capacita-lo em matérias de planeamento dentro da administração pública para garantir que o estudante exerça com zelo e eficiência a sua actividade como administrador público ou gestor. Resultados Esperados Espera-se que o estudante: Fique preparado para a aplicação dos conhecimentos de Objectivos Específicos planificação e administração, ficando assim dotado de uma 7 7 Formação consistente, com elevado grau de capacidade crítica, conseguindo realizar trabalhos de investigação científica, identificar e buscar soluções para os problemas ou dificuldades enfrentadas nesta temática. Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Administração Pública do ISCED. Contudo, poderá surgir leitores que queiram actualizar e consolidar seus conhecimentos nesta disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Planeamento na Administração Pública para estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Administração Pública, à semelhança dos restante do ISCED, está estruturado da seguinte forma: Páginas introdutórias ▪ Um índice completo. ▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. 8 8 Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas visualizadas por um sumário. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos, Problemas não resolvidos e actividades práticas algumas incluindo estudo de casos. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, num cantinho, mesmo o recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CDROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 9 9 apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste módulo, é ensinar a aprender. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 10 10 estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazeros testes de auto-avaliação existentes no manual e na plataforma após o término da leitura de um capítulo. 6º Realizar os testes de avaliação, pois para além de ser um método de avaliação utilizada pelo tutor, ajuda o estudante a perceber o seu nível de aprendizagem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando...estudar,o foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada 11 11 ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama- se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trata de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. 12 12 Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, SMS, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. 13 13 Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As avaliações devem ser realizadas e submetidas dentro do período estabelecido e segundo as normas definidas na plataforma. 14 14 Para cada avaliação serão estabelecidos prazos de submissão, e o não cumprimento dos prazos, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos testes é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo para além de que contribui em 25% na média final do estudante. Os testes devem ser feitos na plataforma modle e submetidos depois de ter respondido todas as questões. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa para aprofundar o seu conhecimento. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam como: É possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que equivale a 25% na média e no final do módulo, que cobre 75%. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação. 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 15 15 Os testes por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 1 (um) teste e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa, como é o caso dos fóruns, chat e aulas via Webex. Durante a realização dos fóruns, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeitopelos direitos do autor, entre outros. Estas actividades contribuem para aquisição de habilidades e conhecimentos de técnicas científicas para o desenvolvimento de pesquisas. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. 16 16 UNIDADE Temática I- O Planeamento Na Adminstração UNIDADE Temática I – I O PLANEMANTO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA UNIDADE Temática I Introdução; UNIDADE Temática 1.1. Objectivos UNIDADE Temática 1.2. Conceito de Planificação; UNIDADE Temática 1.3. Passos necessários para Planificação; UNIDADE Temática 1.4. A Importância da Planificação para a gestão Pública; UNIDADE Temática 1.5. Tipos de Planificação; UNIDADE Temática 2.0. Planeamento Estratégico Situacional e participação-Algumas considerações; UNIDADE Temática 2.1. Planeamento Estratégico enfatizando a metodologia de Planeamento estratégico situacional UNIDADE Temática 2.2. Planeamento Orçamentário na Administração Pública. Exercícios, Resolução, Sumário 17 17 1.1. Introdução Falar do planeamento na administração pública é quase que inevitável, olhando para as tarefas do administrador. A administração lida com recursos materiais, financeiros e humanos, para que sejam alocados da melhor forma. Assim sendo, não será possível fazer o uso racional dos recursos se não houver uma boa planificação. Ou seja, nenhuma actividade é bem sucedida se não fizermos uma previsão antecipada. Com estas palavras, pretende-se ilustrar o leitor a juntar-se a discussão de forma real, afinal, todos fazem a planificação ainda que não seja de forma consciente. Quando pretende-se ir ao mercado fazer compras, organizamos a rotina diária, até mesmo na alimentação do dia-a-dia. De facto, é uma actividade presente em todos os momentos. Contudo, neste módulo, pretende-se abordar a questão do planeamento aplicado a administração pública. Nesta índole, nesta unidade estudaremos o âmbito da disciplina, as fontes, os princípios e teorias do planeamento na administração pública. Serão discutidos os aspectos gerais e Ao completar esta unidade, você será capaz de: ▪ Definir o conceito e objectivos do Planeamento na Administração; Objectivos ▪ Apresentar os princípios norteadores do planeamento; 18 18 ▪ Fazer análises dos aspectos fundamentais do Planeamento na Administração Pública; ▪ Identificar as principais actividades da administração no planeamento. 1.2. O CONCEITO DE PLANIFICAÇÃO Planificação é um processo contínuo que envolve decisões ou escolhas sobre caminhos alternativos para o uso racional dos recursos disponíveis, com o fim de alcançar um objectivo ou uma meta particular num determinado espaço de tempo. A planificação é tida como um processo dinâmico, visa modificar a realidade para uma situação diferente e substancialmente melhor que a anterior (pagina 3, Princípios de planificação e execução do orçamento do Estado. A planificação permite assim a existência de uma linha dura rumo, a introdução de objectivos futuros em todas as decisões do presente e em simultâneo a eliminação de pontos fracos e antecipação de ameaças exteriores, possibilitando o desenvolvimento da organização através da definição de estratégias para melhor aproveitamento das oportunidades. Quanto a realização da planificação não existe unanimidade entre os vários autores. É possível, contudo, encontrar um ponto em comum entre todos eles e que diz respeito às funções ou respostas que deve dar. Qualquer planificação deve-se responder de uma forma clara e precisa às questões “Onde estamos?” “Para onde queremos ir?” e como lá chegar? 19 19 1.3. Passos Necessários para o Planificação Para responder à questão “Onde estamos?” é necessário analisar a situação actual dos elementos da envolvente externa e inferir sobre a sua evolução futura a fim de determinar as ameaças e oportunidades com que a organização pode ser confrontada. Deve ser efectuada uma análise da própria organização avaliando os seus pontos fortes e fracos e a sua posição competitiva no mercado. A resposta servirá como base para a definição dos objectivos organizacionais e fornecerá informação fundamental para o desenvolvimento das estratégias de actuação. Quanto à questão “Onde queremosir?”, significa definir os objectivos que a organização pretende atingir, os quais deverão estar de acordo com a missão e valores organizacionais e enquadrados com as conclusões obtidas na análise das ameaças e oportunidades e pontos fortes e fracos da organização. Finalmente a questão “Como lá chegar?” corresponde à escolha das estratégias de actuação que permitiram atingir os objectivos, à determinação dos recursos necessários e à descrição das acções a desenvolver e medidas a tomar que permitam o controlo dos resultados. Nesta fase de responder “Como lá chegar?” Convém distinguir entre a elaboração do plano estratégico, onde são definidas as orientações gerais de médio e longo prazo, e a elaboração do plano operacional, onde são especificados o procedimentos, as regras e as políticas a adoptar. http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/objectivos.htm 20 20 1 9 - 0 2 - 2 0 1 5 8 Após a fase do Planeamento segue-se a implementação ou realização, a qual consiste na implementação, coordenação e monitorização dos programas de acção definidos e na análise dos resultados afim de se tomarem acções correctivas caso os desvios em relação ao planeado a tal obrigarem. 1.4. A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO PARA A GESTÃO PÚBLICA É imprescindível aos gestores públicos a visão sistêmica quanto à importância da realização do efectivo planeamento no sector público, visando o alcance da excelência na gestão pública, no que tange a materialização dos serviços prestados pelo Estado para alcance dos objectivos governamentais, ou seja, o atendimento dos interesses da colectividade. Por esse motivo, esta pesquisa aprofundou a compreensão do planeamento na gestão pública, onde primeiramente explicitou-se o processo de planeamento e em seguida descreveu-se a estrutura do planeamento governamental na administração pública. Concluiu-se que o planeamento governamental necessita de integração e alinhamento estratégico para o alcance dos objectivos estatais, o que requer boas práticas de gestão por parte da Administração, no que se refere à selecção de ferramentas gerências estratégicas que estejam em consonância ao que se vislumbra para o avanço da sociedade. PABLO DA SILVA NAHMIAS. 1.5. TIPOS DE PLANIFICAÇÃO Distinguem-se três tipos de planificação: Planificação estratégica, considera objectivos de longo prazo e com estratégias e acções para alcançá-lo. 21 21 Planificação táctica, a actuação é em cada área funcional da empresa/ Organização /instituição , compreendendo os recursos específico. Tem como objectivos a utilização eficiente dos recursos disponíveis com projecção em médio prazo. A planificação operacional, identifica os procedimentos e processos específicos requeridos nos níveis inferiores da empresa/ Organização / instituição. Apresentando planos de acção ou planos operacionais. 2.0. Planeamento estratégico situacional e planeamento participativo: algumas considerações Para dar continuidade à reflexão proposta optamos por abordar duas modalidades de planeamento. O planeamento participativo por entender que esta metodologia possui estreita ligação com o Projecto ético-político que o Serviço Social assumiu e defende desde a intenção de ruptura/movimento de reconstituição’; e a modalidade de planeamento estratégico, dando ênfase ao planeamento estratégico situacional, haja vista quese tornou rotineira a utilização desta práticas de gestão nos mais variados âmbitos e, consequentemente, envolvendo o assistente social na sua operacionalização. 2.1. Planeamento estratégico: enfatizando a metodologia de Planeamento Estratégico Situacional (PES) Tornou-se rotineiro nos dias actuais a utilização da denominação Planeamento estratégico para designar tanto intervenções no Âmbito privado - seja no contexto de empresas/corporações multinacionais ou empresas de pequeno porte e abrangência; bem como intervenções no âmbito público nas diferentes esferas que o compõe. 22 22 Nas palavras de Pfeiffer (2000, p.6) o“[...] planeamento estratégico sempre é realizado por uma organização: empresa privada, ou parte dela; organização não governamental, Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 31, jan/jun. 2016. 339 Administração pública, ou parte dela, ou ainda, um município”.O planeamento estratégico nada mais é do que “[...] uma perspectiva e um enfoque para lidar com situações complexas e processos de transformação dinâmicos”. (PFEIFFER, 2000, p. 7). Prossegue afirmando que esta modalidade “[...] não é uma panaceia. Trata-se de um instrumento de gerenciamento que, como qualquer outro, tem um único propósito: tornar o trabalho de uma organização mais eficiente”. (PFEIFFER, 2000, p. 6). Compreendendo que ocorrem processos dinâmicos de mudanças e transformações na realidade, cabe às organizações/instituições enfrentá-las. Nesse sentido, esta metodologia pressupõe um pensamento estratégico e a implementação de acções concretas. Este mesmo autor afirma que o planeamento estratégico foi inicialmente desenvolvido para o sector privado, no entanto passa a ser incorporado e operacionalizado no sector público também. Sendo assim é importante evidenciar o adjectivo que o qualifica: estratégico, já que este assume conceituação distinta em cada esfera de poder. Pfeiffer (2000) esclarece que não existe uma definição universal para o termo estratégia. Entretanto, enfatiza que o mesmo possui vinculação com a área militar e serve para designar o caminho que leva à eliminação do inimigo. Pode-se a partir desta definição perceber uma relação com a esfera privada, uma vez que o intuito é colocar- se à frente de outras empresas concorrentes no mercado. Porém, adverte o autor, para o sector público esta relação não é válida, pois não cabe “eliminar o inimigo”, mas sim criar efeitos ou cumprir adequadamente seu 23 23 mandato.dito isto, cabe-nos explicitar o que é definido e compreendido por Planeamento Estratégico Situacional (PES), metodologia desenvolvida por Carlos Matus, economista chileno que ocupou o cargo de Ministro da Economia no Governo de Salvador Allende de 1965 a 1970, e que é considerado um dos maiores estudiosos do “planeamento de governo” do continente Latino Americano - ganhando relevância também a nível mundial, e cuja obra tem expressiva influência na administração pública no Brasil. A proposta de planeamento desenvolvida por Matus vem na contramão do chamado “planeamento tradicional” que por vezes tende a se apresentar de maneira burocrática, morosa e falha. 340 Temporalis, Brasília (DF), ano 16, n. 31, jan/jun. 2016. Nesse sentido, a referida metodologia é composta por quatro Momentos que objectivam superar os quatro problemas principais do planeamento, são eles: O momento explicativo: onde se busca explicar a realidade de intervenção situacionalmente, respondendo a questões como: (o que foi, o que é, e o que tende a ser); o segundo momento é denominado normativo: em que são detalhadas as propostas em função dos cenários previstos e dos possíveis resultados do plano, o que deve ser é o questionamento que orienta esta etapa; já o terceiro momento é o estratégico, que responde ao questionamento: que pode ser. Nesta etapa a viabilidade do plano é examinada e definem-se os momentos de ação perante os movimentos dos sujeitos envolvidos no mesmo; por fim, o quarto momento é o tático-operacional, cuja pergunta respondida é o que fazer. Este momento é o de definição das estratégias, das responsabilidades de cada envolvido na implementação do plano. (OSÓRIO, 2002). Pode-se dizer que o plano estratégico é o elo de articulação 24 24 entre a gestão e a política de intervenção, uma vez que explicita os meios e o modo pelos quais serão colocadas em prática as ações. É importante destacar que: [...] o plano estratégico não é uma norma legal, senão um contrato político e social, cuja execução corresponde àquelas partes que têm a competência ou a capacidade para fazê-lo. No entanto, o plano funciona como meio de pressão pública para promover o cumprimento dos seus objetivos. (BORJA 1995, p. 16 apud PFEIFFER 2002, p. 8). Assim sendo, ganha visibilidade nos dias actuais a utilização do que tem sido denominado planeamento estratégico situacional na administração pública pelos seus diferentes governantes. Resta, contudo, a necessidade de uma análise mais cuidadosa sobre tal fato, uma vez que este pode não se aproximar em nada - ou muito pouco. - com a referida metodologia, mas simplesmente se apropriar da denominação criando uma falsa ilusão de planejamento mais ágil, mais horizontal e menos burocratizado. Além disso, cabe um olhar mais atento sobre a seguinte questão: o planejamento estratégico está servindo a quem? atendendo a quais interesses? 2.2. O PLANEAMENTO ORÇAMENTÁRIO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Até bem pouco tempo atrás, a administração da coisa pública era encarada de uma forma bastante peculiar. Tratava-se o público como se particular fosse, e não havia a utilização de técnicas de administração. Nesse tempo a vontade do governante (administrador) determinava as acções estatais e a noção de interesse público era esquecida ou até mesmo inexistente. 25 25 Com o passar dos anos a sociedade progrediu. Surgiram novas perspectivas e houve profunda modificação na concepção social relativamente ao dever do administrador público. Esse processo trouxe à tona a necessidade de se encarar a administração pública como um trabalho técnico a ser desenvolvido de forma planejada e normatizada. Buscando a aplicação de uma técnica previamente elaborada, a ciência administrativista descobriu que seria benéfica a importação de conceitos e métodos utilizados na administração privada, guardadas as devidas adaptações. Na actualidade, verifica-se que esta tendência de aplicar métodos que anteriormente eram exclusivos da iniciativa privada à administração pública tem se mostrado como um caminho para a concretização dos princípios constitucionais aos quais estão subordinadas as acções da Administração Pública, mormente o princípio da eficiência. Nesse panorama, a figura do planeamento destaca-se como a principal ferramenta na busca desta eficiência, a qual tem se firmado como um dos principais requisitos para uma boa administração. O planeamento tem se tornado muito mais que uma mera recomendação. Trata-se de uma exigência da lei e dos órgãos fiscalizadores, tais como os Tribunais de Contas. A análise das normas que regulam a actividade pública uma nítida necessidade de se planejar acções, sob pena de ser impossível dar cumprimento às regras. Existe, contudo, uma imensa dificuldade por parte dos agentes públicos em se adaptar a essa nova forma de pensar baseada em 26 26 acções preconcebidas. Verifica-se certa relutância em relação à nova forma de trabalho imposta. Nesse sentido, faz-se importante a análise da realidade posta para verificar quais os meios de fato eficientes na tarefa de executar uma boa administração pública de forma planeada (Publicado por Karoliny Faria 2015 Exercícios de auto-avaliacao 1. Depois de teres apreendidosobre a planificação defina o seguinte conceito: a) A Planificação? 2. No acto da sua concepção, a planificação passa por vários processos nos quais é necessário apresentar algumas perguntas. a) Qual é uma das primeiras questões que deve ser feita no acto de planificação? 3. No acto de planificação, qual é o significado da questão “onde queremos ir”? 4. Qual é a importância da planificação na AP? 5. Quais são os tipos de Planificação que conheces ? Explique um deles. https://karolcfaria.jusbrasil.com.br/ https://karolcfaria.jusbrasil.com.br/ 27 27 Resolução 1. Planificação é um processo que envolve decisões ou escolhas sobre caminhos alternativos para uso racional dos recursos disponíveis. 2a) Onde está? Para onde queremos ir e como lá chegar? 3.Significa definir os objectivos 4. Permite o alcance da excelência gestão pública, no que tange a materialização dos serviços prestados pelo Estado para o alcance dos objectivos governamentais. 5. Os tipos de planificação que conheço são : Planificação táctica, operacional e estratégica. a) a) Planificação estratégica consiste na planificação que considera os objectivos de longo prazo e com estratégias e acções para alcança-lo Sumário No capitulo que acabamos de estudar pudemos apreender o conceito de Planificação, a definição das questões de partida para uma boa planificação, passos necessários para uma boa planificação e consequentemente a importância da planificação na Administração Pública seus níveis e tipos de planificação. 28 28 UNIDADE Temática II UNIDADE Tematica 2.0 Introdução; objectivos específico UNIDADE Temática 2.1. O planemaneto no ambito da Adminstração Pública UNIDADE Temática 2.2. O Aspecto Orçamentário do Planeamento; UNIDADE Temática 2.3. O que é Planeamento e Gestão Estratégica; UNIDADE Temática 2.4. Necessidade e a Importância do Planeamento Estratégico; UNIDADE Temática 2.5. O Planeamento Estratégico nas Organizações; UNIDADE Temática 2.6. Características do Planeamento Estratégico; UNIDADE Temática 3.0. Desdobramento da Estratégia; UNIDADE Temática 3.1. Balanced Scorecard; UNIDADE Temática 3.2. Objectivos do Balanced Scorecard; UNIDADE Temática 3.2.1. Esclarecer e traduzir a visao da Estratégia; UNIDADE Temática 3.2.2. Planear, Estabelecer metas e alinhar as iniciativas da estratégia; UNIDADE Temática 3.2.3. Melhorar o feeedback e o aprendizado estratégico; UNIDADE Temática 3.2.4. Comunicar e Assessorar objectivos e medidas estratégicas; UNIDADE Temática 4.0 . Perespectivas do Balanced Scorecard; UNIDADE Temática 4.1. Implementação do Balanced Scorecard; Exercicios, Resolução , Sumário. 29 29 2.0. Introdução Administração Pública ou Gestão da Organização Pública é conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, que asseguram a satisfação das necessidades da colectividade, sejam elas: segurança, saúde, educação, em resumo, o bem-estar da população (CHIAVENATO, 2008). Em sentido amplo, a Administração Pública, subjectivamente considerada, compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incumbe traçar os planos de acção, dirigir, comandar, como também os órgãos administrativos, subordinados, dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais incumbe executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo, porém objectivamente considerada, a administração pública compreende a função política, que traça as directrizes governamentais e a função administrativa, que as executa; Em sentido estrito, a Administração Pública compreende, sob o aspecto subjectivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objectivo, apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política (MARQUES, 2000). 30 30 Objectivos • Analisar o Planeamento no sector Público; • Explicar os objectivos do planeamento na Administração Pública; • Perceber a questão do orçamento na Administração Pública; • Perceber a planificação estratégica. No final desta unidade temática, o estudante deverá ser capaz de explicar o seguinte: 1. A importância do planeamento na Administração Pública 2. Conceituar o Orçamento e a sua relação com a planificação Pública; 3. Definir gestão estratégica. 2.1. O Planeamento No Âmbito Da Administração Pública O planeamento é uma das mais importantes ferramentas de administração. O conceito de planear está intimamente ligado à necessidade de se ter conhecimento prévio das atitudes a serem tomadas e das acções a serem desempenhadas. O planeamento é a primeira etapa em qualquer processo de gestão, seja na entidade pública ou na empresa privada, pois por meio dele serão traçados os desejos, as intenções, as expectativas, o futuro projectado para essa entidade ou empresa (MACHADO et al, 2011, p. 07). 31 31 Sem a programação das etapas a serem cumpridas fica praticamente impossível a consecução dos objectivos pretendidos de forma satisfatória. Assim, imperiosa é a elaboração de um plano que determine como se dará o processo de trabalho até que sejam alcançados os resultados finais. Essa concepção também é aplicável à Administração Pública, conforme verifica-se no trecho abaixo. O planeamento pressupõe estratégias, ou seja, o futuro do empreendimento, o longo prazo, os objectivos a serem alcançados, o que se pretende atingir, tudo isso deve ser considerado. Na entidade pública essa premissa torna-se mais que fundamental, pois, alem de ser uma determinação legal, trata-se de bem gerir os recursos públicos, por meio de uma gestão fiscal responsável. (MACHADO et al, 2011, p. 07). O Sistema de Planeamento e de Orçamento Federal tem por finalidade I - formular o planeamento estratégico nacional; II - formular planos nacionais, sectoriais e regionais de desenvolvimento económico e social; - formular o plano plurianual, as directrizes orçamentárias e os orçamentos anuais 2.2. O Aspecto Orçamentário Orçamento público surge através do planeamento de acções, onde o Poder Legislativo autoriza o Executivo à realizar determinada despesa pública. A partir da Lei nº. 4320/1964 e com a chegada da Lei Complementar nº. 101/2000 (LRF), o orçamento municipal ganhou mais “status” com a implementação do orçamento-programa, integrado aos sistemas de contabilidade pública. 32 32 Indispensável no apoio á gestão administrativa e financeira, o orçamento público não deve ser somente uma mera peça contábil financeira, mas também, tem como finalidade o controle, a fiscalização e o monitoramento por parte da sociedade e dos órgãos internos e externos que determinam a correcta aplicação de seus recursos. O planeamento é a forma de programar e administrar o futuro, pensando nas consequências e adaptações à realidade e aos fatos físicos, orçamentários, financeiros e históricos que intervenham no decorrer de uma acção e que podem influenciar resultados esperados. Tal procedimento parte de premissas pré-definidas ou estimadas, as quais serão administradas mediante controlos adequados, com capacidade de formalizar registos e de promover segurança, garantia, eficácia, eficiência, quantificação, qualificação, avaliação e certamente tomada de decisão sensata. O Orçamento, é um aspecto amplo, consiste em um processo de planeamento das actividades públicas. Nesse processo são analisados os dados pretéritos (execução orçamentária em anos anteriores) e as expectativas para os próximos anos com a finalidade de estabelecer uma previsão de receita ea autorização de despesas (DAVID et al, 2013, p. 91). A primeira etapa do planeamento orçamentário é o Plano Plurianual, também conhecido com PPA. A própria Constituição prevê sua elaboração pelo Poder Executivo: Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentária. III - os orçamentos anuais. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 33 33 A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as directrizes, objectivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. O entendimento doutrinário é no sentido de que o PPA é uma espécie de planeamento estratégico da Administração em virtude de projectar as acções da instituição em longo prazo (MACHADO et al, 2011, p. 08). O PPA servirá de base para a elaboração da Lei de Directrizes Orçamentárias, a LDO, e para a Lei Orçamentária Anual, a LOA. Interessante mencionar que a própria elaboração do PPA exige planeamento, posto que o projecto de lei deve ser levado à apreciação do Poder Legislativo até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato do administrador. Outra ferramenta fundamental é a Lei de Directrizes Orçamentárias. Conforme visto supra, sua elaboração também está constitucionalmente prevista. A lei de directrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A LDO contém disposições que orientam e estabelecem um elo entre o PPA e LOA. Deve haver dois importantes anexos que trazem dados indispensáveis para a estimativa da arrecadação pública: o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais. O primeiro anexo estabelece metas relativas à arrecadação, despesas e resultados, já o segundo possibilita a avaliação dos riscos que podem vir a afectar as contas públicas e informa as providências a serem tomadas em caso de concretização de 34 34 algum evento negativo. Nesse sentido, a LDO demonstra claramente seu intuito: planejar a administração das contas públicas de uma forma mais específica do que foi feito no PPA, já preparando a elaboração do orçamento anual. O orçamento deve ser elaborado em conformidade com o que foi determinado no Plano Plurianual e na Lei de Directrizes Orçamentárias. Trata-se da fase de planeamento pormenorizado das acções. “(...) A elaboração do orçamento compreende a fixação de objectivos concretos para o período considerado.. bem como o cálculo dos recursos humanos, materiais e financeiros necessários à sua materialização e concretização. (...)” (KOHAMA apud MACHADO et al, 2011, p. 30) Na LOA o valor a ser arrecadado (fruto de estimativa elaborada com base nos dados colhidos durante a elaboração da LDO) é subdividido em dotações com destinações específicas. Cada dotação corresponde a uma despesa de determinada natureza e destinada a um órgão específico. Deve haver, mais uma vez, planeamento, posto que devem ser calculados recursos suficientes para o custeio das despesas durante o exercício. Haverá, inclusive, a chamada reserva de contingência, calculada com base na Receita Corrente Líquida, e destinada ao atendimento de situações emergenciais. Muito embora o ciclo orçamentário pareça estático, é mister salientar que trata- se de processo dinâmico (MACHADO et al, 2011, p. 30). A execução orçamentária. (...) é o momento em que a Administração Pública pratica os actos e fatos para a implementação das acções do governo e no qual ocorre a operacionalização mas concreta de sua política pública, ou seja, nesta fase. os órgãos executam os programas de governo previstos na Lei 35 35 Orçamentária. (CASTRO, GARCIA apud MACHADO et al, 2011, p. 32). Podem, contudo, surgir necessidades de modificação do planeamento. Existem situações que farão com que o administrador tenha que modificar os valores ou até mesmo criar novas dotações. Toda vez que ficar constatada a inexistência ou a insuficiência orçamentária para atender a determinada despesa, o Executivo terá a iniciativa das leis que autorizem os créditos adicionais, especiais e suplementares e, posteriormente à sua aprovação pelo Legislativo, efectivará sua abertura por decreto. (MACHADO JÚNIOR et al, 2011, p. 102). Como citado no trecho acima, existem os créditos adicionais com a finalidade de alterar os valores previstos no orçamento caso seja necessário. Os créditos suplementares são os destinados a reforça de dotação orçamentária já existente na LOA. São autorizados por lei e abertos por Decreto do Chefe do Poder Executivo, tendo sua vigência até o término do exercício financeiro. Cabe ressaltar que a própria LOA deverá autorizar a abertura desse tipo de crédito. Diferentemente dos créditos suplementares, os créditos especiais são os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica na LOA, ou seja, visa criar despesas não contempladas no momento de elaboração da LOA. 36 36 2.3. O que é Planeamento e Gestão Estratégica? O planeamento estratégico, surgiu em meados da década de 60, através das metodologias de planeamento propostas pelo professor Igor Ansof e dos pesquisadores do Stanford Reserch Institute(Taylor, 1975). Segundo Kotltler, “ o Planeamento estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direcção a ser seguida pela organização visando um maior grau de interacção com o ambiente”. A direcção escolhida pela organização engloba de forma significativas questões de macro política, macro estratégica e dos objectivos funcionais. Já em relação à interacção da organização com seu ambiente, esta pode variar de acordo com o alinhamento dos objectivos com o mesmo, podendo ser positiva, neutro, ou negativa. Em resumo, pode-se afirmar que o Planeamento estratégico é o processo de analisar uma organização sob diversos ângulo, direccionando seus rumos e monitorando suas acções de forma concreta. O monitoramento e controle são resultados práticos de utilização do que conhecemos como plano estratégico. Segundo Peter Drucker, o planeamento estratégico é um processo contínuo e sistemático, que possui o maior conhecimento possível acerca do futuro. Tomar decisões que envolvem riscos, sistematicamente as acções necessárias para uma boa execução das decisões, retro 37 37 alimentar e medir os efeitos dessas decisões são tarefas que fazem parte do planeamento estratégico de uma organização. O Planeamento estratégico (etapas do planeamento e inicio da gestão estratégica) Fig:1 Etapas do planeamento estratégico O plano estratégico, trata da consideração de ideias, que por si só não produzem resultado algum, pois e na implementação integrada dessas ideias que a organização vai obter o melhor da estratégia. É importante lembrar que as estratégias precisas ser constantemente reavalia e reformulada, uma vez que o processo de formulação e 38 38 implementação não é construído por base somente de questões concretas, mas sim como produto de mecanismos complexos variáveis. As estratégias reunidas e descritas no plano estratégico determinam o rumo ou as formas com as quais a empresa irá atingir os seus objectivos. Ele é concebido através de uma análise de cenários, e culmina na elaboração de uma matriz (analise SWOT) que demonstre as ameaças e oportunidades, sob os pontos de vistainterno e externo da organização. O Plano irá ajudar a esclarecer também seis pontos específicos, que fazem parte do Planeamento estratégico: a missão, visão, valor, objectivos e estratégia da organização e os desdobramentos dessa mesma estratégia. Por fim, após observar a situação actual da companhia e as possíveis ameaças e oportunidades, obtém-se o feedback do plano estratégico, findando no controle e prováveis reajustes que venham a ocorrer. Missão: É o objectivo fundamental de uma organização, pois traduz a finalidade última da empresa e consiste na definição dos seus fins estratégicos gerais. É o enunciado dos propósitos gerais que expressam intenções fundamentais da gestão global. Basicamente, se trata do ponto de partida para a definição dos objectivos, sendo formalmente expressa e servindo de guia para os colaboradores da empresa. Visão: É o então futuro desejado e alinhado com as aspirações de uma organização, algo que a organização pode 39 39 definir e redigir após decidir “para onde pretende ir”. A visão compreende algo que ainda não se tem, podendo ser um sonho, ou algo que se acredita que pode vir a ser real. Além de utópica a missão deve ser também, motivadora, conduzindo a organização para o futuro. Valores: São o conjunto de sentimentos que estrutura, ou pretende estruturar a cultura organizacional e a prática de uma empresa. Comummente, os valores surgem agregados à missão como uma simples relação, ou de forma mais elaborada, como crenças ou politicas organizacionais. Os Valores representam um conjunto de princípios que informam como as pessoas devem reger seus comportamentos na instituição. Objectivos: No geral, os objectivos traduzem os resultados essenciais a serem atingidos pela organização no cumprimento da sua missão, seguindo de acordo com a forma que sua visão se comunica. Eles são resultados qualitativos ou quantitativos que a empresa pretende alcançar num determinado período. Os Objectivos são definidos de forma concreta e devem apresentar determinadas características que totalizam cinco e formam o anagrama (SMART): specific(especifico), measurable(mensuráveis), achievable(alcançáveis), realistics (realistas) e(time bond(temporais. Quando os objectivos satisfazem as características acima contribuem de forma 40 40 significativa para a criação de diversas vantagens para a organização. Estratégia: As estratégias são descritas com base na análise de ambiente levantada após agrupamento por temas e da periodização dos principais objectivos. A estratégia precisa estar voltada para o futuro da empresa como também estar de acordo com as etapas anteriores (missão, visão e valores). No geral, é uma acção de médio e longo prazo necessária para atingir a visão do futuro da organização. Pode ser desdobrada em três níveis: corporativo, empresarial e unidade estratégica de negócios. Fig:2 Planeamento estratégico O planeamento estratégico é actualmente um dos principais requisitos para que as empresas privadas e públicas consigam alcançar seus objectivos. A estratégia é particularmente importante nas organizações orientadas por valores porque existem sempre coalizões de pessoas com aspirações diferentes que precisam ser integradas para que a organização progrida. (HUDSON, 1999) https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/planejamento-estrategico-para-a-administracao-publica/35892 41 41 Determinar a missão e os objectivos da organização e assegurar um efectivo planeamento organizacional são algumas das responsabilidades básicas de conselhos de administração nas entidades sem fins lucrativos, destacando então, algumas responsabilidades básicas, para que isso venha realmente a ocorrer: a. Estabelecer e revisar a missão da organização e monitorar o progresso da organização em alcançá-la; b. Criar uma visão para o futuro da entidade e desenvolver um plano para realizá-la; c. Assegurar que os programas e serviços institucionais promovam a missão da organização, que atendam às necessidades dos seus clientes e que sejam avaliados por sua eficácia; d. Assegurar que a organização comunique-se com seus vários públicos; e. Supervisionar a aplicação dos recursos institucionais, definindo políticas de gestão financeira, aprovando e monitorando o orçamento e realizando uma auditoria anual; f. Assegurar que a organização tenha recursos suficientes para seu trabalho, aprovando um plano de desenvolvimento de fundos, fazendo contribuições individuais e participando de actividades de captação de recursos; g. Identificar e prevenir riscos para a instituição; 42 42 h. Seleccionar, apoiar, avaliar e, se necessário, demitir a liderança executiva; i. Seleccionar, orientar e educar novos conselheiros a respeito da organização e da sua tarefa como conselheiro; j. Determinar como será o trabalho do próprio conselho, incluindo sua organização, suas reuniões e avaliação. Conforme Wolf (1984) o planeamento nem sempre é observado pelas empresas, como algo imprescindível e importante, porque estas acreditam em características, que não são conformes à realidade, tais como: a. Planejar exige muito tempo e esforço – a equipe e o conselho normalmente já estão sobrecarregados com o dia adia e o tratamento das crises; b. Planejar é muito caro – não há dinheiro extra previsto para consultores, reuniões e outras despesas; c. Planejar enfraquece a iniciativa organizacional – um plano de longo prazo impede a organização de permanecer receptiva a seus membros. No entanto, o planeamento estratégico deve ser visto do mesmo modo como aponta Kotler (1996): “Planeamento estratégico é o processo de desenvolver e manter o ajuste estratégico entre as metas e capacidades da instituição e suas oportunidades mutantes de marketing. Implica no desenvolvimento de 43 43 uma missão institucional clara, apoio a metas e objectivos, estratégia sólida e implementação adequada”. Para que se saiba planejar, é necessário que de fato haja um conhecimento em relação ao que significa estratégia, conforme orientam Mintzberg & Quinn (2001), que acrescentam alguns conceitos que regem a estratégia, tais como: (a) Plano – algum tipo de curso de ação conscientemente engendrado, uma diretriz (ou conjunto de diretrizes) para lidar com uma determinada situação; (b) Pretexto – apenas uma manobra específica para iludir o concorrente; (c) Padrão – consistência num determinado comportamento (pretendida ou não); (d) Posição – uma maneira de colocar a organização perante seu ambiente concentrando seus recursos num nicho ou situação que gera retorno; (e) Perspectiva – é a “personalidade” da organização, um conceito que existe na mente das pessoas interessadas que define seu comprometimento em relação à maneira de agir e reagir. É nesse contexto que Drucker (1998) esclarece que Planeamento Estratégico: “É o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões actuais que 44 44 envolvam riscos; organizar sistematicamente as actividades necessárias à execução dessas decisões; e, através de uma retro alimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas almejadas”. Stoner & Freeman (1992) relacionam alguns benefícios que o planeamento estratégico traz as empresas: a. Proporciona um senso de direcção evitando o risco de andar sem rumo somente reagindo ao ambiente; b. Reforça a motivação das pessoas para superar inevitáveis obstáculos; c. Focaliza esforços – recursos limitados podem ser dirigidos às prioridades definidas; d. Guia planos e decisões – dependendo deles as acções serãodiferentes; e. Ajuda a avaliar os progressos – elo com a função de controle. Dentro das mesmas condições, Bryson & Alston (1996) também apresentam as vantagens, que encontraram em seus estudos, em as empresas utilizarem o planeamento estratégico, conforme segue: 1. Aumento de eficácia organizacional – a performance da organização é acentuada, sua missão promovida e ela responde mais efectivamente às circunstâncias que mudam rapidamente; 2. Aumento de eficiência – os mesmos ou melhores resultados são conseguidos com menos recursos; 3. Melhoria no entendimento e aprendizado – a organização consegue entender melhor sua situação e torna-se capaz de criar um framework 45 45 interpretativo para o desenvolvimento e a implementação da estratégia; 4. Melhoria no processo decisório – são estabelecidas bases para que decisões mais coerentes, focadas, consequentes e em bases defensáveis sejam tomadas; 5. Desenvolvimento de competências organizacionais – a liderança e a capacidade empreendedora são incrementadas; 6. Desenvolvimento da comunicação e relações públicas – missão, visão, objectivos, estratégias e planos de acção são comunicados mais eficientemente aos stakeholder. Uma imagem desejável da organização é estabelecida e administrada; 7. Ampliação do suporte político – a legitimidade da organização é fortalecida e uma forte coalizão de suporte é criada. 2.4. Necessidade e a importância do planeamento estratégico Algumas razões evidenciam essa necessidade e fazem com que as empresas públicas optem pelo planeamento estratégico, conforme segue: a. Aumento das chances de que as actividades do dia-a-dia sejam conduzidas aos resultados desejados; b. Ajuda aos membros para focarem as prioridades correctas; c. Incremento do processo de trabalho em equipe na medida em que compartilham prioridades; d. Entendimento explícito acerca do propósito da organização e valores pela equipe, pela directoria e pelos participantes externos. Esse entendimento dá suporte a um nível mais elevado de 46 46 comprometimento com a organização e seus objectivos; e. Plano para guiar e suportar a gestão e o controle da organização; f. Grandes marcos pelos quais se pode monitorar os resultados da organização; g. Informação que pode ser usada para vender a imagem da organização ao público e a potenciais doadores. 2.5. O PLANEAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZAÇÕES Segundo Fischmann (1987), o processo de planeamento estratégico apresenta mais probabilidades de sucesso para as empresas menores, destacando-se: Abertura da alta administração para o diálogo e para o compartilhamento de decisões; Articulação e sinergia dos stakeholders; Autoavaliação realista pela organização; Disposição da alta administração para promover mudanças; inexistência de “espírito de corpo” ou resistência; Sistema formal e abordagem organizacional que motivem os gerentes a gastar tempo no planeamento estratégico e que também lhes permitam contribuir com o processo de planeamento; Visão de futuro bem definida; Autoridade e liderança do grupo decisório; Avaliação correcta de ameaças competitivas; Avaliação correcta de tendências do ambiente; Capacitação dos gerentes envolvidos; Coerência das estratégias a serem implementadas e os valores culturais da organização; Criação de uma unidade organizacional de planeamento para lidar com a concepção e desenvolvimento de planos estratégicos. Esta 47 47 organização provê o clima e o mecanismo por meio dos quais é permitido a indivíduos de vários níveis participar na determinação do futuro da organização; Criatividade na geração de estratégias; Delimitação na condução do processo – os planeadores profissionais participam apenas como facilitadores do processo de planeamento, mas não fazem o planeamento da organização; Desenvolvimento de bases de dados relevantes – qualitativas assim como quantitativas – a fim de facilitar a avaliação de alternativas estratégicas; Envolvimento de diferentes áreas da organização e muitas expertises diferentes; Equipe administrativa competente; Existência de pessoal qualificado em marketing e que também entenda do “negócio” da instituição; Processos para que as ideias dos participantes sobre o desenvolvimento da organização sejam capturadas e incorporadas à tomada de decisões estratégicas; Identificação antecipada de grandes problemas no ambiente externo; Participação nas actividades de planeamento das pessoas que serão responsáveis pela implementação dos planos; • Principal executivo assume a responsabilidade pela avaliação e pela selecção final das alternativas estratégicas; Principal executivo assume a responsabilidade pelo desenho de um plano global para implementação do que foi planejado; Principal executivo assume a responsabilidade pelo desenvolvimento da cultura estratégica na organização; Baixa pressão de tempo – tempo para implementação adequado; Compreensão das metas globais da decisão estratégica pelos empregados comprometimento dos colaboradores com a proposta da 48 48 organização; Concentração da atenção na implementação sem que seja desviada por actividades dos concorrentes; Definição de autoridade e responsabilidade nos projectos concebidos; Detalhamento das tarefas e actividades críticas de implementação; • Disponibilidade de instrumentos de planeamento e controle financeiro; • Disponibilidade de recursos financeiros, físicos, técnicos e humanos; • Eficácia da liderança dos gerentes; • Eficácia na coordenação das actividades de implementação; • Instruções e treinamento adequados para o nível médio e inferior de empregados; • Manutenção, pela alta administração, das prioridades estratégicas durante a implementação; • Mecanismos de compensação (participação nos lucros, prémios etc.) atrelados ao desempenho da implementação estratégica; • Patrocínio da alta administração para a implementação; • Permanência dos principais formuladores/defensores da estratégia durante a implementação. Modificações básicas na estrutura organizacional da instituição, necessárias para a implementação da estratégia; Sistemas de informação adequados para monitorar a implementação. 49 49 2.6.Características do planeamento estratégico O planeamento estratégico apresenta cinco características fundamentais: 1. O planeamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável. Ou seja, sujeito à incerteza a respeito dos eventos ambientais. Por se defrontar com a incerteza, tem suas decisões baseadas em julgamentos e não em dados concretos. Reflecte uma orientação externa que focaliza as respostas adequadas às forças e pressões que estão situadas do lado de fora da organização. 2. O planeamento estratégico é orientado para o futuro. Seu horizonte de tempo é o longo prazo. Durante o curso do planeamento, a consideração dos problemas actuais é dada em função dos obstáculos e barreiras que eles possam provocar para um almejado lugar no futuro. 3. O planeamento estratégico é compreensivo. Ele envolve a organização como uma totalidade, abarcando todos os seus recursos, no sentido de obter efeitos sinergéticos de todas as capacidades e potencialidades da organização. A resposta estratégica da organização envolve um comportamento global, compreensivo e sistêmico. A participação das pessoas é fundamental nesse aspecto, pois o planeamento estratégico não deve ficar apenas no papel, mas na cabeça e no coração de todos os envolvidos. São eles que o realizam e o fazem acontecer. 4. O planeamento estratégico é um processo de construção de 50 50 consenso. Devido à diversidade dos interessados, a necessidades dos parceiros envolvidos, o planeamento deve oferecer um meio de atender a todos nadirecção futura que melhor convenha para que a organização possa alcançar seus objectivos. Para isso, é preciso aceitação ampla e irrestrita para que o planeamento estratégico possa ser feito por meio dessas pessoas em todos os níveis da organização. 5. O planeamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional. Por estar orientado para a adaptação da organização ao contexto ambiental, o planeamento constitui uma tentativa constante de aprendera ajustar-se a um ambiente complexo, competitivo e susceptível a mudanças. 3.0 Desdobramentos da estratégia De acordo com Maximiano (2006), o planeamento estratégico deve-se desdobrar em outros planos e meios, sendo eles: Planeamento de áreas funcionais, politicas, Planos operacionais, projectos e estrutura organizacional. O Processo de desdobramento da estratégia torna-se fundamental para que haja planos e acções estratégicas bem definidas e que permitam um bom processo de gestão estratégica tornando-se fundamental para que haja planos e acções estratégicas bem definidas e que permitam um bom processo de gestão estratégica na organização. Um dos principais modelos de desdobramento de estratégias corporativas é o famoso modelo proposto pelo Balanced Scorecard (BSC), uma vez que ele foi criado com a finalidade de desenvolver um novo grupo de medidas de desempenho integradas ao planeamento estratégico da organização sem desprezar as medidas financeiras, mas integrando-as em um modelo único. 51 51 3.1. Balanced Scorecard Inicialmente o Balanced Scorecard surgiu através de um estudo realizado entre diversas empresas, denominado como: "Measuring Performance in the Organization of the Future", e que foi patrocinado pelo instituto Nolan e Norton, em 1990. Esse estudo foi motivado pela crença de que grande parte dos métodos existentes de medição de desempenho empresarial naquela época estavam se tornando insuficientes. A ferramenta BSC foi apresentada pelos professores da Harvard Business School, Robert S. Kaplan e David P. Norton, em 1992, como um modelo inovador de avaliação e performance empresarial, que atua como um sistema de suporte à decisão e à gestão estratégica (portal de Administração 13.12.18). Devido ao seu grande sucesso, o Balanced Scorecard se tornou uma metodologia de gestão estratégica e desde então vem sendo aplicada com êxito no mundo inteiro em centenas de organizações do sector privado, público e não governamental. O BSC, traduzido em sua forma literal, significa algo como "indicadores balanceados de desempenho", que possuem a capacidade de reunir elementos importantes para facilitar e acompanhar o andamento da estratégia. O Balanced scorecard também leva à criação de uma rede de desempenho que atinge todos os níveis organizacionais, tornando-se assim uma ferramenta para comunicar e promover o comprometimento geral com a estratégia da corporação https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Harvard https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Harvard 52 52 Fig 3. A estrutura do Balanced Scorecard 3.2.Objectivo do Balanced Scorecard O principal objectivo do balanced scorecard é alcançar o alinhamento entre o planeamento estratégico da empresa e as actividades operacionais que ela exerce. Ele traduz a missão e a estratégia em objectivos e medidas, organizados através de indicadores que irão informar os funcionários sobre os vectores do sucesso actual e futuro. Ao articularem os resultados desejados pela empresa, os executivos esperam canalizar a energia, a habilidade e o conhecimento de todos os colaboradores da organização para alcançar os objectivos de longo prazo. Para isso é preciso tomar algumas acções, dentre as quais podemos citar: 3.2.1. Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia: A tradução da missão estratégica é algo crucial para o desempenho dos objectivos organizacionais e deve ser feita por todos os gestores, através de um conjunto de objectivos e indicadores inerentes a cada departamento (Mapa Estratégico), que contribuem para a criação de um consenso entre gestores, colaboradores e as actividades da organização em si. 3.2.2. Planear, estabelecer metas e alinhar as iniciativas estratégicas: Os gestores (altos executivos) devem identificar e estabelecer metas para seus colaboradores, definir processos, planejar o desempenho financeiro e também ditar qual o ritmo ideal de crescimento da organização. Todo esse planeamento deve ser feito em acordo com as capacidades reais da empresa e com a projecção de desempenho do mercado que esta participa. 53 53 3.2.3. Melhorar o Feedback e o aprendizado estratégico: O feedback e o processo de revisão avaliam o desempenho das metas e da estratégia adoptada pela organização. Essa acção optimiza as habilidades e o conhecimento dos colaboradores, bem como permite melhorar o monitoramento e o controle da organização, sob a óptica de quatro perspectivas principais: financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento. 3.2.4. Comunicar e associar objectivos e medidas estratégicas: Permite aos gestores comunicar a estratégia ligando os objectivos empresariais aos departamentos. A ideia é assegurar aos gestores que todos os níveis da organização compreendam as estratégias de longo prazo, e que tanto os objectivos departamentais quanto os individuais estão alinhados entre si. O balanced scorecard auxilia justamente nesse alinhamento (Padoveze, 2007). 4.0. Perspectivas do Balanced Scorecard O BSC vai além de medidas de curto prazo, revelando os principais vectores que uma organização necessita para possuir um desempenho financeiro competitivo e de longo prazo. Sua estrutura é formada por quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e perspectiva de aprendizado e crescimento. Através de suas perspectivas, podemos perceber que a ideia principal do Balanced Scorecard é fornecer uma visão de desempenho integrada, englobando seus quatro indicadores, como mostra a imagem acima. Vale ressaltar que, a perspectiva financeira pode divergir dependendo de cada fase do ciclo de vida da empresa. Com isso em vista, Kaplan e Norton definiram file:///C:/Users/USER/Documents/Balanced%20Scorecard%20(BSC)%20%20Análise%20e%20aplicação%20%20%20Portal%20Administração_files/Balanced%20Scorecard%20(BSC)%20%20Análise%20e%20aplicação%20%20%20Portal%20Administração.htm 54 54 os ciclos em apenas três fases, que são: o crescimento, a sustentação e a colheita. 4.1. Implementação do Balanced Scorecard Visto de maneira integrada, o Balanced Scorecard traduz o conhecimento, habilidades e sistemas que os funcionários precisarão para inovar e construir as capacidades estratégicas, entregando valor específico ao mercado e proporcionando ao mesmo tempo um aumento do valor do negócio para o accionista. No seu processo o BSC está dividido formalmente em tarefas que determinam algumas acções a serem desenvolvidas. Kaplan e Norton definem quatro processos gerenciais para a implementação do BSC, conforme ilustra a figura acima: O processo de tradução da visão ajuda a construir um consenso sobre a visão e a estratégia da organização entre todos os colaboradores (desde o alto escalão até as classes mais baixas). O resultado desse processo é a tradução da estratégia em termos operacionais, ou seja, o desenho dos mapas estratégicos (os BSCs). Os mapas estratégicos adicionam mais dinâmica temporal à estratégia, trazendo mais clareza e foco para o negócio. O processo de comunicação e ligação consiste basicamente em comunicar a estratégia da empresa tanto no sentido vertical quanto horizontal da estrutura,
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