4 - A Psicologia Social na América Latina - Por uma Ética do Conhecimento slides

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A PSICOLOGIA SOCIAL NA AMÉRICA 
LATINA: POR UMA ÉTICA
DO CONHECIMENTO
SILVIA T. M. LANE
PROF. DR. SÉRGIO LUIZ RIBEIRO
CURSO DE PSICOLOGIA – UNIP BAURU
Características históricas da América Latina
◦ Somos povos colonizados pelos espanhóis e portugueses.
◦ O poder da sabedoria dos nativos, na maioria mais evoluídos do que
os europeus culturalmente foi desarmada pela violência e uso da
força.
◦ A colonização foi uma época de espoliação das riquezas sem
consideração aos valores estéticos e ético religioso dos nativos.
◦ A procura de liberdade levou os países latino-americanos a
declararem sua independência, por meio de lutas, acordos e
tratados.
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◦ Apesar da discussão de temas como República e democracia por
facções políticas a realidade social e política era anárquica,
justificando golpes militares e ditaduras impostas pela força.
◦ As diversas ditaduras “incorruptas” como veiculadas pelos meios de
comunicação censurados, permitiram corrupções em todos os
níveis, principalmente nos altos escalões dos governos.
◦ No Brasil, mesmo após a Ditatura, políticos tinham slogans como
“Rouba mas faz” e a corrupção passou a ser instituída como
categoria do político profissional.
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◦ Surge também a industrialização multinacional, a procura de mão
de obra barata e o consequente abandono da zona rural e da
pequena agricultura, responsável pela maior parte dos alimentos
consumidos.
◦ Com estes problemas e com algumas variações, os psicólogos
sociais da América Latina questionaram o significado do seu
conhecimento na influência sobre a realidade social da época.
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As origens da Psicologia Social na América Latina
◦ Paulo Freire, educador – Educação Popular: atuação no sentido da
transformação de um povo ignorante em uma comunidade capaz
de tomar a direção de sua realidade sócio-política.
- Desenvolveu procedimentos instrumentais amplos: ler e escrever
como ferramentas para o desenvolvimento da consciência social.
- Sua proposta de trabalho era dirigida aos pequenos grupos sociais,
na possibilidade de se constituírem em comunidades autônomas,
organizadas para reivindicar dos governos melhores condições de
suas necessidades básicas para sua sobrevivência.
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◦ Orlando Fals Borda, sociólogo, Colômbia: também procurou
soluções para um trabalho científico de conhecimento e de
intervenção, para atuar nos grupos sociais, visando o
desenvolvimento de consciências individuais e grupais.
◦ Foram estes os dois principais intelectuais que impulsionaram os
psicólogos para novos caminhos para um conhecimento concreto
da realidade social que viviam e uma ação transformadora por
meio da participação consciente dos indivíduos destas
comunidades.
◦ A Educação Popular passou a ser o desafio de pedagogos,
assistentes sociais e militantes políticos, junto aos trabalhadores e
suas famílias, visando a constituição de uma comunidade.
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◦ Psicólogos, professores universitários e alunos começam a
desenvolver uma nova Psicologia Comunitária, por meio de estágios
e intervenções junto a essa população, buscando a sistematização
de uma área de atuação profissional.
◦ Em alguns países latino-americanos esta iniciativa partia da Igreja
Católica – Teologia da Libertação e com a participação de
intelectuais e militantes políticos.
◦ As experiências em diversos países latino-americanos trouxeram que
jamais o saber profissional deveria dominar o saber popular, muitas
vezes melhor do que aquele.
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◦ Era preciso o resgate desse saber para se realizar trocas entre
pessoas aparentemente diferentes.
◦ Através desta experiências descobrimos que as relações grupais
entre pares como fundamentais para a superação do individualismo
profundamente arraigado.
◦ A constatação de condições sociais comuns, causadoras dos
problemas vivenciados como pessoais, tornava-se um vínculo de
identidade social.
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◦ Para um verdadeiro conhecimento do ser humano – considerá-lo
com uma totalidade constituída a partir das relações sociais vividas
num contexto socio-histórico peculiar.
◦ A Psicologia deveria se tornar uma ciência comprometida, política e
eticamente, jamais neutra ou universal.
◦ A necessidade de construir uma Psicologia Crítica capaz de
recuperar o ser humano enquanto agente de sua história foi o
grande desafio da América Latina.
◦ Esta como contribuição para a eliminação das injustiças sociais,
opressão e da ignorância alienante social e psicologicamente.
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◦ Esta se tornou a característica de uma Psicologia Social latino-
americana, principalmente na década de 1970, com a necessidade
de reflexão crítica e ação comprometida socialmente, como práxis
científica a serviço de transformações sociais urgentes.
◦ Esta teve grande influência da obra de Marx – que nos levou a
repensar o ser humano, por um lado como um ser alienado e por
outro, como sujeito da história de sua sociedade.
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Ética e Moral
◦ A moral, a partir da linguagem e do pensamento, desencadeados
pelas emoções, irá constituir o processo ontogenético criando uma
nova espécie: homem-mulher, responsáveis pelo primeiro
agrupamento humano - a família.
◦ A racionalidade foi a grande característica do homo sapiens, que
deveria ser conhecida e desenvolvida pela Filosofia e
consequentemente, o tema central da pesquisa psicológica.
◦ Este desvio caracterizou toda a história da Psicologia à procura de
um status científico, experimental, positivista, neutro e universal.
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◦ A exceção foi a Psicanálise - denunciou a presença de instintos,
pulsões difíceis de serem observados e preocupava-se com a
sanidade mental, comprometida com a repressões de uma época
preconceituosa e ignorante sobre o ser humano ser um produto
sócio-histórico.
◦ A Psicologia já conseguiu detectar a afetividade inerente ao
significado de uma palavra. O Diferencial Semântico de Osgood,
May e Miron (1975) demonstrou a existência de três fatores universais:
o valor, a potência e a atividade.
◦ Estes reproduzem as três dimensões da afetividade de Wundt:
agradável-desagradável, tensão-relaxamento e excitação-calma.
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◦ É a palavra que orienta as ações humanas, gerando ordens de
acordo com normas preestabelecidas, ou questionando o seu
significado e suas ações, criando a contradição própria da espécie
humana:
- Ser ou não ser? (moral)
- Seu equivalente ético: Por que somos o que somos?
◦ A resposta está na concepção de ser humano que adotamos:
podemos ser meras criaturas à mercê de forças superiores ou nos
tornar sujeitos da História de nossa sociedade, capazes de
decidirmos sobre quais valores éticos iremos orientar nossas ações e
interações.
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◦ Cabe à Psicologia desvendar como são construídos os valores
morais e éticos do psiquismo humano, estruturados em categorias
como Atividade, Consciência, Afetividade e Identidade.
◦ Propõe como paradigma para a Psicologia Social na América Latina
a investigação destas questões, para orientar uma práxis
transformadora, visando tornar o ser humano sujeito consciente da
História da Humanidade.
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REFERÊNCIA
LANE, S. T. M. A Psicologia Socialna América Latina: Por uma Ética do
Conhecimento. In: CAMPOS, R. H. F. e GUARESCHI, P. (Orgs.).
Paradigmas em Psicologia Social. Petrópolis: Vozes: 2000, p. 58-69.
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