Buscar

Livro Texto - Unidade II-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 31 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

163
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Unidade II
Comida é fundamental para a manutenção da vida. Ela provê os nutrientes principais que o 
corpo humano não pode gerar para si. A comida é usada em nível celular, em que os nutrientes são 
preciosos para as reações químicas que compreendem a síntese de enzimas, divisão e crescimento 
celular, reparos e a geração de energia térmica. A maioria dos alimentos que nós ingerimos, contudo, 
não é suficiente para o uso celular até que seja mecânica e quimicamente diminuída a formas que 
possibilitem ser absorvidas por meio da parede intestinal e passíveis de ser transportadas para as 
células pelo sangue. A comida ingerida não está tecnicamente no interior do nosso corpo até que 
seja absorvida; efetivamente, uma grande parte dessa comida não é digerida e passa pelo corpo como 
material supérfluo.
A comida que ingerimos permanece especialmente na forma de macromoléculas, como as proteínas 
e os carboidratos complexos; nesse caso, nosso sistema digestório necessita secretar enzimas ricas para 
digerir a comida, produzindo moléculas que sejam pequenas o suficiente para serem absorvidas para o 
interior do corpo humano. Concomitantemente, todavia, essas enzimas não devem digerir as células do 
próprio canal alimentar (autodigestão).
Outro desafio que o sistema digestório enfrenta diariamente é o balanço de massa, ou seja, 
contrabalançar a entrada com a saída de líquido. Os indivíduos ingerem aproximadamente 2 
litros de líquido por dia. Ademais, as glândulas e as células exócrinas secretam aproximadamente 
7 litros de enzimas, muco, eletrólitos e água na luz do canal alimentar. Esse volume de líquido 
secretado é o equivalente a um sexto do volume total de água do corpo (42 litros), ou mais do 
dobro do volume do plasma (3 litros), e necessita ser absorvido. Do contrário, o corpo desidrataria 
em passo acelerado. Habitualmente, a absorção é muito eficaz e somente cerca de 100 mililitros 
de líquido são inutilizados nas fezes. Porém, vômitos e diarreia (fezes demasiadamente aquosas) 
podem se tornar uma emergência quando as secreções do canal alimentar, que comumente seriam 
absorvidas, são desperdiçadas para o meio externo. Em casos graves, esse líquido inutilizado pode 
reduzir o volume do líquido extracelular a ponto de o sistema cardiovascular ser impossibilitado 
de conservar a pressão do sangue apropriada.
Um desafio final para o sistema digestório é afastar agressores externos. De maneira oposta do 
que se concebe, a maior área de contato entre o meio interno e o mundo exterior está na luz do 
sistema digestório. Por conseguinte, o canal alimentar, com sua área de superfície total do tamanho 
aproximado de uma quadra de tênis, abarba diariamente a agitação entre a necessidade de absorver 
água e nutrientes e a necessidade de impedir que bactérias, vírus e outros patógenos adentrem o 
corpo. Para esse propósito, o epitélio transportador do canal alimentar é amparado por um conjunto de 
mecanismos fisiológicos de defesa, abrangendo muco, enzimas digestórias, ácido e a maior coletânea 
de tecido linfático do corpo humano, o tecido linfático agregado ao intestino. Aprecia-se que 80% de 
todos os linfócitos do corpo estejam localizados no intestino delgado.
164
Unidade II
5 SISTEMA DIGESTÓRIO: PARTE SUPRADIAFRAGMÁTICA
O sistema digestório consiste de um canal alimentar ligado em níveis contínuos com um conjunto de órgãos 
anexos. O papel fundamental do sistema digestório é conseguir, a partir dos alimentos, as moléculas imprescindíveis 
para a manutenção, o crescimento e outras necessidades energéticas do corpo humano. Este sistema pode 
ser dividido em duas partes principais: supradiafragmática e infradiafragmática. A parte supradiafragmática do 
sistema digestório corresponde às estruturas anatômicas situadas acima do diafragma, enquanto em sua parte 
infradiafragmática encontraremos as estruturas anatômicas localizadas abaixo do diafragma.
O canal alimentar, cujo comprimento medido no cadáver é de aproximadamente nove metros de 
extensão, é composto por um tubo oco, que se estende da boca ao ânus. As estruturas anatômicas do 
canal alimentar abrangem: a boca, a faringe, o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino 
grosso, o reto e o ânus. Já os órgãos anexos compreendem os dentes, a língua, as glândulas da boca, o 
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
Para que possamos ter o bom emprego das substâncias alimentares, o sistema digestório deve 
processar várias ações que incidem em processos mecânicos e químicos da digestão. De tal modo, entre 
os processos envolvidos na digestão teremos a mastigação, a deglutição, o peristaltismo, a digestão, a 
absorção, o armazenamento e a eliminação dos resíduos.
A mastigação (do grego mastichan, ranger os dentes) destina-se à desintegração parcial dos 
alimentos, que se executa na boca. Os movimentos mastigatórios reduzem o tamanho dos alimentos, 
misturando-os com a saliva.
A deglutição (do latim deglutire, engolir) incide no transporte dos alimentos por meio da faringe 
para o esôfago, o que requer a participação de vários movimentos musculares, entre os quais enfatiza-se 
em relevância a ascensão da laringe, impossibilitando que substâncias nutritivas se encaminhem para as 
vias aéreas e de maneira oposta permanentemente abertas ao trânsito do ar.
O peristaltismo (do grego peri, em torno; stellein, comprimir) consiste em contrações rítmicas 
semelhantes a ondas que movem o alimento através do canal alimentar.
No estômago e no duodeno acontecerá a digestão, momento em que teremos o desdobramento das 
substâncias alimentares em suas moléculas mais simples.
Por fim, a absorção, que se processa especialmente no restante do intestino delgado, enquanto o 
intestino grosso serve de receptáculo passageiro aos resíduos não aproveitáveis, até o momento de 
serem excluídos pela defecação.
5.1 A boca e os anexos
A boca, também referida como cavidade oral, representa a porta de entrada do sistema digestório. 
Além da função mastigatória, participa ativamente na fonação, na sensação do paladar e como via 
aérea acessória.
165
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Do ponto de vista anatômico, a cavidade oral é delimitada anteriormente pelos lábios, lateralmente 
pelas bochechas, superiormente pelo palato, inferiormente pela língua e pelo soalho da boca, e 
posteriormente pelo istmo das fauces e por parte do palato mole.
A mucosa que reveste a cavidade oral pode ser de três tipos: de revestimento, mastigatória e 
especializada. A mucosa de revestimento apresenta a sua distribuição em toda a região que não é 
sujeitada a um grande empenho durante a mastigação. É vista na bochecha, nos lábios, no soalho da 
boca, no palato mole, em parte do osso alveolar e na face inferior da língua. Já a mucosa mastigatória 
é espessada por uma camada de queratina e apresenta uma coloração menos intensa que a mucosa 
de revestimento. Está simbolizada pela gengiva e pelo revestimento do palato duro. Enfim, a mucosa 
especializada é a que forra o dorso da língua. O forramento dos dois terços anteriores possui papilas 
com papéis gustativos. No terço posterior se encontram nódulos linfáticos que desempenham a defesa 
contra agentes patogênicos.
Para finalidades descritivas, a cavidade oral será subdividida em duas partes principais: a parte 
externa, o vestíbulo da boca; e a parte interna, a cavidade própria da boca.
 Lembrete
O vestíbulo da boca é o espaço composto entre os lábios, as bochechas 
e os dentes em oclusão.
Os lábios da boca, superior e inferior, de natureza muscular, são ricamente irrigados e 
guardam a entrada da cavidade oral. São formados por quatro camadas sobrepostas, intimamente 
relacionadas. A mais externa é composta por pele, onde encontraremos numerosos folículos 
pilosos e glândulas sudoríparas. Profundo a ela, teremos uma camada muscular formada em sua 
maior parte pelo músculo orbicular da boca. Em seguida observamos uma camada submucosa, 
abrangendo glândulas salivares menores, como as glândulas labiais, emtoda a sua extensão, cujos 
ductos de excreção abrem-se na mucosa labial. A camada mais interna é representada pelo tecido 
mucoso que forra os lábios.
 Observação
A parte vermelha dos lábios, cuja coloração se deve ao rico leito vascular, 
é chamada de margem vermelha.
Os dois lábios da boca se unem lateralmente ao nível do ângulo da boca. Nesse local, observa-se 
uma discreta depressão chamada de comissura dos lábios. A rima da boca é uma zona localizada entre 
o lábio superior e o lábio inferior que pode permanecer aberta ou fechada, quando os dois lábios estão 
em contato.
166
Unidade II
 Observação
A comissura dos lábios pode ter modificações, relacionadas com 
hipovitaminoses e com a redução da dimensão vertical da oclusão, chamada 
de queilite angular.
A fenda labial, unilateral ou bilateral, é uma malformação congênita que 
afeta o lábio superior. Pode ser uma pequena fissura da margem livre do lábio, 
ou envolvê-lo totalmente até o nariz. Às vezes, estende-se intensamente e 
continua-se com fendas do palato, chamada de fissura labiopalatal.
Uma doença grave que não muito ocasionalmente atinge o lábio, 
especialmente o inferior, e de indivíduos do sexo masculino, é o carcinoma, 
em geral causado por exposição exagerada ao sol.
O limite lateral do lábio superior é composto pelo sulco nasolabial, que se estende desde a comissura 
dos lábios até a asa do nariz. Uma ligeira depressão vertical rasa, situada na linha mediana do lábio 
superior, e inferiormente ao septo do nariz, é chamada de filtro. Logo após o filtro, encontra-se o 
tubérculo, uma saliência volumosa de tamanho variável na margem vermelha. O lábio inferior é separado 
do mento pelo sulco labiomentual. Outro sulco, o labiomarginal, é uma ruga característica dos adultos 
que vai do ângulo da boca à base da mandíbula.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas localizadas na boca.
Lábio superior
Filtro
Margem 
vermelha
Comissura 
dos lábios
Zona 
vermelha
Margem 
vermelha
Tubérculo
Lábio inferior
Figura 133 – Detalhes do lábio na região oral
A glândula parótida lança suas secreções salivares no vestíbulo da boca por meio de uma pequena 
abertura em frente ao segundo molar maxilar. Essa abertura apresenta uma elevação da mucosa e é 
chamada de ducto parotídeo ou ducto de Stenon. Quando ferida inadvertidamente pela oclusão dos 
167
ANATOMIA DOS SISTEMAS
dentes molares, inflama-se e incha. Diversas outras glândulas salivares menores têm nomes regionais, 
como as glândulas da bochecha e as labiais, e também lançam suas secreções no vestíbulo da boca por 
meio de aberturas microscópicas.
Na maior parte dos indivíduos, são encontradas pequenas glândulas sebáceas, não funcionais, de 
coloração amarelada, que ficaram presas na mucosa durante o desenvolvimento e não apresentam 
patologia associada. Trata-se dos grânulos de Fordyce, considerados variações anatômicas, sendo 
também encontrados na mucosa da bochecha.
No fórnice do vestíbulo, uma região no plano mediano do vestíbulo da boca, teremos a presença de 
duas pregas da mucosa, os frênulos do lábio superior e no inferior. Na região da bochecha, essas pregas 
chamam-se de frênulos laterais ou bridas.
A estratigrafia da bochecha possui quatro camadas caracterizadas sobrepostas entre si. Externamente 
se depara uma camada delgada de pele e ricamente irrigada. Essa característica anatômica explica a 
mudança para uma cor avermelhada relativamente rápida da região, especialmente durante as atividades 
físicas, em temperaturas ambientais baixas e em modificações emocionais instantâneas, como quando 
o indivíduo fica encabulado.
Sobreposta à camada cutânea está localizado o estrato formado por tecido celular subcutâneo, que 
possui quantidade alterável de tecido adiposo conforme a morfologia de cada indivíduo. Nas crianças e 
em indivíduos obesos, a quantidade de gordura subcutânea é mais vultosa.
Um acúmulo específico de tecido adiposo dessa camada é o corpo adiposo da bochecha, ou corpo 
adiposo de Bichat. Essencialmente, apresenta a função de preenchimento dos tecidos, porém também 
exerce papel funcional durante os movimentos de sucção do recém-nascido.
Subjacente ao plano subcutâneo está uma camada de tecido muscular recoberta pela sua fáscia. 
Essa camada é representada pelo músculo estriado esquelético, chamado de músculo bucinador. A ação 
do músculo bucinador é tracionar o ângulo da boca em sentido posterior, apertando a bochecha contra 
os arcos dentais. É, por isso, um músculo auxiliar aos músculos da mastigação, pois ajuda na mistura dos 
alimentos para imediata deglutição. Igualmente, age ainda no sopro e no movimento de sucção. Por fim, 
a camada mais interna da bochecha é forrada por tecido mucoso.
A cavidade própria da boca é a parte da cavidade oral que se localiza internamente ao arco dental 
da maxila e da mandíbula, abrangendo a gengiva que os compreende.
O limite anterolateral da cavidade própria da boca é composto pela superfície dos dentes e pela 
gengiva. Seu limite posterossuperior é composto pela parte vertical do palato mole e pelo pilar 
anterior das fauces, chamado de arco palatoglosso. Este arco abrange o músculo palatoglosso e a 
mucosa oral que a forra e se estende do palato mole até os lados da base da língua. Por fim, o seu 
limite superior é composto pelo palato duro, enquanto o seu limite inferior é a parte muscular da 
língua (figura a seguir).
168
Unidade II
Dentes 
maxilares
Dentes 
mandibulares
Palatino
Lingual
Labial
Bucal
Cavidade própria da 
boca
Figura 134 – A cavidade própria da boca
A cavidade oral se comunica com a parte oral da faringe por meio do istmo das fauces. Limitada 
superiormente pelo palato mole, inferiormente pela raiz da língua e lateralmente pelos arcos palatoglosso 
e palatofaríngeo. Esses arcos delimitam de cada lado um espaço de formato triangular com base inferior 
chamada de fossa tonsilar. Na fossa tonsilar, é encontrada uma estrutura anatômica composta por 
tecido linfático chamada de tonsila palatina (figura a seguir).
Palato duro
Palato mole
Fauces
Túber
Úvula
Prega pterigomandibular
Arco palatofaríngeo
Tonsila palatina
Arco palatoglosso
Papila retromolar
Parte oral da faringe
Dorso da língua
Figura 135 – A cavidade oral e a parte oral da faringe
As tonsilas palatinas apresentam aspecto ovoide e diversas vezes podem alterar seu tamanho. Sua 
superfície possui formato granuloso com inúmeras invaginações que correspondem às criptas da tonsila.
Com as tonsilas linguais, as tonsilas faríngeas e outros pequenos nódulos linfáticos que se juntam 
compõem o anel linfático da faringe, antigamente relatado como anel linfático de Waldeyer. Essas 
estruturas anatômicas funcionam como o primeiro obstáculo de defesa do corpo humano contra os 
agentes patogênicos que adentram as cavidades nasal e oral.
169
ANATOMIA DOS SISTEMAS
O palato compõe o teto da cavidade oral, separando as duas cavidades: nasal e oral. O palato é 
formado pelo palato duro, ósseo e anterior; e pelo palato mole, muscular e posterior.
As pregas palatinas encontradas no palato são estruturas anatômicas remanescentes nos seres 
humanos, porém em alguns animais inferiores desempenham papéis acessórios de mastigação e 
sensitivas especiais. No palato mole, depara-se uma saliência cônica e mediana, a úvula palatina.
 Observação
A parte posterior do palato mole é sensível ao toque, e vômitos podem 
ser motivados por estimulação nessa área.
O assoalho da boca está coberto por mucosa de revestimento; subjacentes à mucosa de 
revestimento, encontram-se relevantes estruturas anatômicas: a glândula sublingual, os ductos 
de excreção salivar das glândulas submandibular e sublingual, a artéria sublingual, a veia sublingual, 
o nervo lingual e o nervo hipoglosso.
Superficialmente no assoalho da boca, vê-se na linha mediana uma prega fina que se estende até 
a face inferior da língua, chamada de frênulo da língua (figura a seguir). Quando o frênulo da língua 
é muito curto, ou sua inserção se faz próximo aoápice da língua, tem-se uma condição chamada 
anquiloglossia, vulgarmente conhecida como “língua presa”. Esse quadro clínico restringe espantosamente 
a movimentação da língua, trazendo muitas vezes dificuldades fonéticas.
Carúncula 
sublingual
Frênulo da lingua
Prega sublingual
Dentes anteriores da 
mandíbula
Figura 136 – Detalhes do assoalho da cavidade oral
Lateralmente, de cada lado do frênulo da língua, existe uma pequena papila designada de carúncula 
sublingual, onde se abrem o ducto submandibular, ou ducto de Wharton, e o ducto sublingual.
O órgão mais notável no assoalho da boca é a língua. Ela é a mais evidente das estruturas anatômicas 
da cavidade oral e está relacionada à fonação, à mastigação, à deglutição, à gustação e à própria 
articulação das palavras. A língua ocupa quase todo o espaço da cavidade própria da boca, quando 
170
Unidade II
os dentes estão em oclusão. Composta essencialmente por um tecido muscular esquelético que lhe 
concede extraordinária mobilidade. Possui um corpo, um ápice, uma raiz, duas margens, além de uma 
face superior e uma face inferior. A extremidade anterior do corpo da língua é o ápice. A parte lateral da 
língua representa a sua margem. A face superior da língua corresponde ao seu dorso (figura a seguir).
Margem 
da língua
Dorso 
da língua
Corpo 
da língua
Raiz 
da língua
Papilas 
folhadas
Lábio 
superior
Figura 137 – Detalhes da língua em vista lateral
O dorso da língua tem seus dois terços anteriores separados do terço posterior pelo sulco terminal, 
que apresenta o formato de “V”, de abertura anterior e vértice mediano, coincidindo com o forame 
cego. Todas as estruturas anatômicas anteriormente localizadas a essa linha situam-se na cavidade 
oral, e todas as estruturas anatômicas posteriores, na faringe.
O terço posterior, que é a raiz da língua, é vertical e volta-se para a faringe. A sua mucosa cobre 
massas de tecido linfoide que constituem relevos superficiais. Ao seu conjunto se chama de tonsila 
lingual. A mucosa cobre também as pequenas glândulas linguais. A base da língua une-se à epiglote por 
três pregas mucosas, uma mediana e duas laterais. Cada prega glossoepiglótica lateral restringe, com a 
prega glossoepiglótica mediana, uma depressão chamada de valécula epiglótica.
Os dois terços anteriores do dorso da língua possuem uma mucosa rugosa em virtude da presença 
das papilas linguais. As papilas linguais podem ser divididas em: papilas circunvaladas, papilas filiformes, 
papilas fungiformes e papilas folhadas.
Anteriormente e ao longo do sulco terminal há uma cadeia de 7 a 14 papilas circunvaladas. As 
papilas circunvaladas apresentam corpúsculos gustativos e acolhem os ductos das glândulas serosas 
de von Ebner, um dos poucos grupos de glândulas salivares menores acessórias que têm denominação.
As papilas filiformes são as mais numerosas e conferem à mucosa do dorso da língua um aspecto 
de “veludo”. São as únicas papilas linguais que não possuem receptores gustativos, porém possuem 
corpúsculos do tato.
171
ANATOMIA DOS SISTEMAS
As papilas fungiformes estão dispostas entre as papilas filiformes, surgindo em número muito menor 
em comparação a elas. Devem o seu nome ao aspecto de “cogumelo” que adquirem. São encontradas 
especialmente no ápice e nos lados do dorso da língua. Nos indivíduos vivos podem ser distinguidas 
como pontos vermelhos luminosos.
A margem posterolateral dos dois terços anteriores da língua apresenta sulcos verticais chamados de 
papilas folhadas, cujos corpúsculos gustativos sofrem degeneração após alguns anos de vida.
 Observação
A língua saburrosa pode acontecer devido ao fumo, às infecções 
respiratórias, às infecções bucais e à febre. A higienização da língua é muito 
relevante e previne, entre outros fatores, a halitose.
O câncer de língua é o mais frequente da cavidade oral. Aproximadamente 
95% dos casos de cânceres situados na língua e no soalho da boca são 
carcinomas de células escamosas e estão correlacionados com uma longa 
história de utilização de álcool e de tabaco.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas encontradas na língua.
Tonsila 
lingual
Papilas 
circunvaladas
Papilas 
filiformes
Ápice da 
língua
Epiglote
Tonsila palatina
Forame cego
Sulco terminal
Sulco mediano 
da língua
Papilas 
fungiformes
Figura 138 – Detalhes do corpo e da raiz da língua
Os dentes são órgãos mineralizados, resistentes, esbranquiçados e implantados nos arcos dentais da 
maxila e da mandíbula, que exercem os seguintes papéis:
• Preensão das substâncias alimentares conseguida pela ação conjunta dos dentes incisivos e dos lábios.
• Incisão dos alimentos, ou o ato de cortá-los em partículas menores.
172
Unidade II
• Dilaceração dos alimentos, ou o ato de rasgar e reduzir as substâncias alimentares a partículas 
menos compactas.
• Trituração, ou o ato de moer os alimentos.
• Articulação das palavras ou fala.
Conforme o tipo de dentes e o número de dentições, o ser humano é um mamífero heterodonte, 
por apresentar dentes de formas distintas, possibilitando a realização de papéis distintos para cada 
dente ou grupo de dentes. Sob esse aspecto, os dentes são divididos em: incisivos (do latim incidire, 
cortar), os que seccionam o alimento; caninos, que têm por finalidade dilacerar os alimentos; 
pré-molares, que esmagam os alimentos como se fossem prensas; e, por fim, os molares, que trituram 
as substâncias mastigadas.
 Lembrete
Os dentes são classificados como incisivos, caninos, pré-molares e molares.
Ainda, o ser humano é considerado um animal difiodonte, quer dizer, habitualmente, apresenta dois 
conjuntos de dentes que se desenvolvem ao longo da vida de um indivíduo.
Os seres humanos possuem dentes decíduos e permanentes. Os dentes decíduos são pouco calcificados 
em relação aos dentes permanentes e, como tais, são brancos como o leite. Os dentes permanentes, com 
maior índice de sais calcários, são brancos puxados para o amarelo. É a dentina que atribui a cor ao 
dente; o esmalte é praticamente incolor e transparente.
Do ponto de vista puramente descritivo, o dente apresenta uma parte visível e funcional na 
mastigação, a coroa do dente. O dente não é um órgão compacto. Em seu interior há uma cavidade que 
reproduz, em linhas gerais, a sua morfologia exterior. É a cavidade pulpar, a qual possui duas partes: a 
cavidade da coroa e o canal da raiz do dente.
Nenhum dente está presente na cavidade oral no nascimento. A primeira série de dentes compõe a 
dentição decídua. Estes dentes surgem nos primeiros dois anos, aproximadamente na seguinte ordem: 
incisivos inferiores (6 a 7 meses de idade); incisivos superiores (7 a 9 meses de idade); caninos (16 a 18 
meses de idade); molares, primeiro (12 a 24 meses de idade) e segundo (20 a 24 meses de idade). Dessa 
forma, os dentes decíduos são em número de 20.
A segunda série de dentes compõe a dentição permanente. Os dentes permanentes fazem a sua erupção 
entre os 6 e os 13 anos de idade, com exceção do terceiro molar. Os dentes permanentes realizam a sua 
erupção aproximadamente na seguinte ordem: incisivos (6 a 9 anos de idade); caninos (9 a 12 anos de 
idade); pré-molares, primeiro (10 a 12 anos de idade) e segundo (11 a 12 anos de idade); molares, primeiro 
(6 a 7 anos de idade), segundo (11 a 13 anos de idade) e terceiro (18 a 21 anos de idade).
173
ANATOMIA DOS SISTEMAS
 Observação
Eventualmente, com essa idade, os indivíduos tornam-se mais ajuizados, 
daí o nome popular para os terceiros molares. Dessa forma, os dentes 
permanentes são em número de 32.
O termo dentição mista é utilizado para se referir ao período no qual, ao mesmo tempo, permanecem 
os dentes decíduos e os permanentes na cavidade oral.
As glândulas da boca liberam uma secreção chamada saliva na cavidade oral. Comumente, é 
secretada tão somente uma quantidade satisfatória de saliva para manter as túnicas mucosas da boca 
e da faringe umedecidas e para limpar a boca e os dentes. Quando a comida adentra a boca, a secreção 
desaliva a lava e a lubrifica, dissolvendo-o e começando a decomposição química da comida.
A glândula parótida (figura a seguir) é a mais volumosa entre as glândulas salivares maiores (parótida, 
submandibular e sublingual). Ela está localizada na região lateral da face, no leito parotídeo. Como a 
glândula é acomodada no interior de um espaço irregular, ela também possui uma forma irregular. A 
parte superficial da glândula estende-se superiormente sobre o principal músculo da mastigação, onde 
uma parte acessória da glândula pode ser independente da estrutura principal.
Ducto parotídeo
M. bucinador
Glândula 
salivar parótida
M. masseter
Glândula salivar 
submandibular
Figura 139 – Glândula parótida e as suas relações anatômicas
Emergindo da parte anterior da área mais superficial da glândula, localizamos o ducto parotídeo ou 
ducto de Stenon, que prossegue anteriormente, passando superficialmente ao músculo masseter em 
seu percurso em direção ao vestíbulo da boca. Ele libera a secreção salivar na papila do ducto parotídeo, 
ao nível do segundo dente molar maxilar.
174
Unidade II
 Observação
A caxumba, uma infecção viral que causa inflamação aguda e aumento 
do volume da glândula parótida, comprime a inervação local e produz 
muita dor à medida que a glândula é pressionada durante a mastigação. 
Em algumas condições, pode acontecer orquite (inflamação dos testículos), 
pancreatite e encefalite. Felizmente, essa situação foi quase completamente 
erradicada como resultado da vacinação.
As glândulas submandibulares estão situadas no assoalho da boca. Seus ductos, os ductos 
submandibulares, passam sob a túnica mucosa em ambos os lados da linha média do assoalho da boca 
e adentram a cavidade própria da boca, lateralmente ao frênulo da língua. As glândulas sublinguais 
estão abaixo da língua e superiormente às glândulas submandibulares. Seus ductos, os ductos 
sublinguais menores, abrem-se no assoalho da boca na cavidade própria.
5.2 A faringe
Faringe é um tubo fibromuscular situado atrás das cavidades oral, nasal e laríngea. Representa 
o extremo superior dos tubos respiratório e digestório, e se comunica inferiormente com o esôfago. 
Ela transporta os alimentos ao esôfago e o ar à laringe. Anatomicamente, a faringe é dividida em três 
partes: nasal, oral e laríngea.
Com aproximadamente 15 centímetros de comprimento nos homens e 13 centímetros de 
comprimento nas mulheres, com largura máxima de 3,5 centímetros até reduzir junto ao esôfago, com 
diâmetro de 1,5 centímetros, estende-se desde a base do crânio até a borda inferior da cartilagem 
cricóidea, adiante, e a borda inferior de C6, por detrás.
A parte nasal da faringe apresenta função respiratória. É a parte mais superior da faringe, 
comunicando-se com a cavidade nasal, por meio dos cóanos. No teto da parte nasal da faringe depara-se, 
especialmente em indivíduos jovens, uma massa de tecido linfático chamado de tonsila faríngea.
A adenoide é um processo inflamatório da tonsila faríngea que pode motivar a obstrução dos cóanos, 
fazendo com que o indivíduo se torne um respirador bucal. Em situações extremas, esses indivíduos 
adquirem uma expressão facial característica, designada de fácies adenoide, caracterizada pela boca 
aberta, a língua protraída e a expressão facial abobalhada. A tonsila faríngea atrofia-se após a puberdade.
Nas paredes laterais da parte nasal da faringe há uma abertura em fenda designada de óstio faríngeo 
da tuba auditiva. O óstio faríngeo da tuba auditiva representa a desembocadura da tuba auditiva na 
parte nasal da faringe. A tuba auditiva comunica a parte nasal da faringe com a orelha média, sendo a 
responsável por nivelar a pressão do ar existente na orelha média com a pressão atmosférica.
175
ANATOMIA DOS SISTEMAS
O óstio faríngeo da tuba auditiva é delimitado superior e posteriormente por um relevo em formato 
de “meia-lua”, composto pela cartilagem da tuba auditiva, designada como toro tubário.
A parte oral da faringe é uma estrutura relativamente simples, compondo-se na câmara que conduz 
à parte laríngea da faringe. A parte oral da faringe se estende do palato mole à margem superior da 
epiglote, que está posicionada na altura do hioide. A parte oral da faringe contém a tonsila palatina.
As tonsilas palatinas de uma criança são maiores do que as dos adultos. As tonsilas palatinas são 
suscetíveis à infecção porque tendem a acumular sobras de comida nas criptas tonsilares.
A parte laríngea consiste na parte mais inferior da faringe. Estende-se desde a margem superior da 
cartilagem epiglótica da laringe até a margem inferior da cartilagem cricóidea. Localiza-se posteriormente 
à laringe e prolonga-se diretamente pelo esôfago. Anteriormente, comunica-se com a cavidade da 
laringe por meio do ádito da laringe.
A parte laríngea da faringe, especificamente os recessos piriformes, é um local frequente de impacto 
de objetos pontudos, como os ossos de aves ou as espinhas de peixes. A presença de material estranho 
nessa região gera um quadro de asfixia e o indivíduo fica inapto para retirar o objeto; cautelas devem 
ser adotadas em manuseio no recesso piriforme, pois na parte profunda da mucosa dessa região se 
encontra o ramo interno do nervo laríngeo superior, que pode ser lesado.
A figura a seguir mostra estruturas anatômicas da região da cabeça e do pescoço.
Canal medular
Seio frontal
Seio esfenoidal
Cavidade nasal
Cavidade oral
Língua
Mandíbula
Parte nasal da faringe
Parte laríngea da faringe
Laringe
Parte oral da faringe
Epiglote
Esôfago
Disco intervertebral
Corpo da vértebra 
cervical
Figura 140 – Vista medial da cabeça e do pescoço com plano de secção sagital
 Lembrete
A faringe está situada entre a cavidade própria da boca e o esôfago.
176
Unidade II
5.3 O esôfago
Funcionalmente, é o segmento mais simples do canal alimentar. Sua única finalidade é o transporte 
de materiais líquidos ou sólidos da faringe para o estômago. Seu comprimento alcança, no ser humano 
adulto, aproximadamente 25 centímetros, e se considerada a distância entre os dentes incisivos e 
o estômago, tem-se aproximadamente 40 centímetros antes de o alimento adentrar essa víscera 
do sistema digestório. O esôfago apresenta três partes: a parte cervical, que, no adulto, apresenta 
aproximadamente oito centímetros de comprimento; a parte torácica, com aproximadamente 16 
centímetros no adulto; e a parte abdominal, em média, com um a três centímetros. No ser humano, 
o terço superior do esôfago é constituído de músculo estriado esquelético e os dois terços inferiores 
do esôfago são constituídos de músculos lisos.
 Observação
O esôfago se estende da faringe até o estômago.
Os estreitamentos esofágicos são causados pelas suas relações sintópicas. O primeiro estreitamento é 
observado na transição entre a faringe e o esôfago, ao nível da margem inferior da cartilagem cricóidea, 
o estreitamento cricóide, e compõe o esfíncter esofágico superior. O segundo e o terceiro estreitamentos 
são observados quando o esôfago é cruzado pela aorta, o estreitamento aórtico, e pelo brônquio principal 
esquerdo, o estreitamento brônquico sua esqueletopia corresponde a T5. Seu quarto estreitamento é 
observado próximo a três centímetros de sua terminação na cárdia do estômago, o estreitamento cárdico. 
Este estreitamento é dado pela contração das fibras musculares lisas do órgão, não sendo originado de 
sua relação com o diafragma, ainda que alguns autores o denominem estreitamento diafragmático.
A deglutição, ou ato de engolir, é o complexo ato mecânico e fisiológico de mover a comida, ou 
o líquido, da cavidade oral para o estômago. A primeira fase da deglutição é voluntária e vem após a 
mastigação, caso exista comida envolvida no processo. Durante essa primeira fase, a boca está fechada 
e a respiração é cessada provisoriamente. O bolo alimentar é formado quando a língua é erguida contra 
as pregas palatinas transversas, ou as pregas rugosas do palato duro. A segunda fase da deglutição é a 
passagemdo bolo alimentar para a faringe. Os episódios dessa segunda fase são involuntários e ocorrem 
por estimulação dos receptores sensitivos situados na abertura da parte oral da faringe. A pressão da 
língua contra as pregas palatinas transversas fecha a parte nasal da faringe em relação à cavidade oral, 
gera uma pressão e força o bolo alimentar para o interior da parte oral da faringe. O palato mole e a 
úvula palatina são erguidos para fechar a parte nasal da faringe quando o bolo alimentar passa. O osso 
hioide e a laringe também são erguidos. A elevação da laringe contra a epiglote fecha a glote de maneira 
que seja menos provável que o alimento ou o líquido possam adentrar a traqueia. A imediata contração 
dos músculos constritores da faringe desloca o bolo alimentar da faringe para o esôfago. A segunda fase 
é terminada em menos de um segundo ou menos. A terceira fase da deglutição, a entrada e a passagem 
do alimento pelo esôfago, também é involuntária. O bolo alimentar é movido pelo esôfago por meio de 
ondas peristálticas. No caso de líquidos, o processo inteiro da deglutição se executa em pouco mais do 
que um segundo; para um bolo alimentar típico, o tempo varia de cinco a oito segundos.
177
ANATOMIA DOS SISTEMAS
No contexto de uma incompetência do esfíncter inferior do esôfago, acontece refluxo de suco 
gástrico para o esôfago. Isso pode gerar a inflamação do esôfago em virtude da presença nociva de 
ácido clorídrico no suco gástrico. Tal esofagite de refluxo pode gerar dores, azia ou queimação que, 
comumente, depende da postura do paciente, ocorrendo, especialmente, quando ele está deitado. 
Sob o ponto de vista terapêutico, em casos leves de refluxos, são tomadas as medidas gerais, como a 
eliminação de alimentos desencadeadores e a redução de peso. Na esofagite de refluxo, medicamentos 
antiácidos são imprescindíveis.
 Saiba mais
Se o esfíncter do esôfago inferior não se fechar satisfatoriamente 
após a comida ter adentrado o estômago, o conteúdo deste poderá voltar 
(refluxo) para a parte inferior do esôfago. Isso poderá causar consequências 
desagradáveis. Leia sobre o assunto:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Sistema digestório. In: ___. Princípios de 
anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2016. p. 908.
 Lembrete
Uma parte do sistema digestório está localizada acima do diafragma. É 
a parte supradiafragmática. Ela compreende a boca e os anexos, a faringe 
e a maior parte do esôfago.
6 SISTEMA DIGESTÓRIO: PARTE INFRADIAFRAGMÁTICA
6.1 O estômago
Localizado no abdome, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas, superiormente ao 
duodeno e à esquerda do fígado, é moderadamente coberto pelas costelas. O estômago está situado no 
quadrante superior esquerdo do abdome ou, ainda, na região do hipocôndrio esquerdo.
Ele apresenta o formato de J, sendo o segmento mais dilatado do canal alimentar; em virtude de a 
comida ficar nele por algum tempo, carece de ser um reservatório entre o esôfago e o intestino delgado.
O estômago é dividido anatomicamente em quatro regiões principais: o cárdia, o fundo 
gástrico, o corpo gástrico e a parte pilórica. O cárdia recebe a parte final do esôfago e contorna 
o óstio cárdico do estômago, que tem como papel controlar a passagem da comida e impedir o 
refluxo (figura a seguir).
178
Unidade II
Esôfago parte cervical
Esôfago parte torácica
Esôfago parte abdominal
Estômago – cárdia
Estômago – canal pilórico
Estômago – antro pilórico
Estômago – fundo 
gástrico
Estômago – corpo 
gástrico
Figura 141 – Vista anterior do estômago e do esôfago
O fundo gástrico, apesar do nome, localiza-se no alto, acima do ponto onde se realiza a união do 
esôfago com o estômago. Esta parte está comumente dilatada por ar, tornando-se responsável pelo 
som timpânico na realização de exames clínicos e complementares, como a percussão desta região, 
e também visível em radiografias, como uma área escura acima da sombra clara da substância de 
contraste ingerida.
 Observação
As úlceras e os tumores modificam a morfologia normal da mucosa do 
estômago, o que pode ser observado em radiografias e endoscopias.
O corpo gástrico representa aproximadamente dois terços do volume total, localizando-se entre o 
fundo gástrico e o antro pilórico, que contém as glândulas gástricas propriamente ditas.
A parte pilórica é a região afunilada de “saída” do estômago; sua parte larga, o antro pilórico, leva 
ao canal pilórico, sua parte estreita terminal. Para evitar que o quimo alimentar passe ao intestino 
delgado inoportunamente, o estômago é beneficiado por uma poderosa válvula muscular, um esfíncter 
chamado piloro (sendo o seu orifício de saída do estômago chamado de óstio pilórico). O piloro é um 
adensamento proeminente da lâmina circular de músculo liso.
O estômago possui ainda duas curvaturas: a curvatura maior do estômago (convexa) e a curvatura 
menor do estômago (côncava). A incisura angular é uma depressão na parte inferior da curvatura menor 
que sugere a união do corpo do estômago e da parte pilórica do estômago.
As relações do estômago são variáveis (figura a seguir), porque a posição do órgão se altera com a 
fase fisiológica, com a postura do indivíduo e com os fatores gerais de variação anatômica. As relações 
anteriores incluem as que se observam com o diafragma, o fígado, a parede anterior do abdome, o colo 
transverso e a cavidade peritoneal. As relações posteriores se fazem com o diafragma, a glândula adrenal 
esquerda, o pâncreas, parte do rim esquerdo e o mesocolo transverso.
179
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Fígado
Vesícula biliar
Intestino grosso: 
colo transverso
Intestino grosso: 
colo ascendente
Intestino grosso: 
colo descendente
Estômago 
Intestino delgado
Figura 142 – Vista anterior do esôfago e do estômago
Do ponto de vista fisiológico, o estômago está dividido em parte digestória e parte egestória: a 
primeira para a digestão, e a segunda, representada, especialmente, pela região do antro pilórico, para 
a propulsão do conteúdo para o intestino delgado.
6.2 O intestino delgado
A principal parte da digestão acontece no intestino delgado, que se estende da união gastroduodenal, 
ou seja, do piloro, até a união ileocecal, que se liga com o intestino grosso (figura a seguir). O intestino 
delgado é um órgão imprescindível à vida. Os essenciais episódios da digestão e da absorção acontecem 
no intestino delgado. Deste modo, a sua estrutura é especialmente harmonizada para esse papel. Sua 
extensão proporciona grande área de superfície para a digestão e a absorção, sendo ainda muito elevada 
pelas suas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.
Colo transverso
Colo ascendente
Colo descendente
Colo sigmoide
RetoCeco
Íleo
Jejuno
Figura 143 – Vista anterior dos intestinos
O intestino delgado extraído possui aproximadamente sete metros de comprimento, podendo variar 
entre cinco e oito metros. Ele apresenta três partes: duodeno, jejuno e íleo.
180
Unidade II
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, a mais curta (25 centímetros) e a mais larga. 
É a única parte do intestino delgado que é fixa, pois é quase completamente retroperitoneal. A parte 
pilórica do estômago despeja-se no duodeno, sendo a “aceitação” duodenal controlada pelo piloro. O 
duodeno não apresenta o mesentério, com exceção dos dois centímetros iniciais. Forma uma letra C em 
torno da cabeça do pâncreas. Inicia-se no piloro e acaba na junção duodenojejunal, que adquire a forma 
de um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal.
A mucosa duodenal tem pregas circulares de mucosa, as válvulas de Kerckring, com exceção do bulbo 
duodenal, cuja mucosa é lisa. O duodeno é dividido em quatro partes: a superior (primeira parte, com 
aproximadamente cinco centímetros); a descendente (segunda parte, que varia de sete a dez centímetros 
de comprimento); a horizontal (terceira parte, que varia de seis a oito centímetros de comprimento); e 
a ascendente (quarta parte, com aproximadamente cinco centímetros).
A parte superiordo duodeno origina-se do piloro e estende-se até a vesícula biliar. Seus primeiros 
dois centímetros, chamados de bulbo ou ampola do duodeno, são móveis em virtude de estarem fixados 
por mesentério; o remanente é fixo, pois é retroperitoneal. As principais relações da parte superior do 
duodeno são: anterior (vesícula biliar e lobo quadrado do fígado) e posterior (ducto colédoco, pâncreas 
e veia porta).
A parte descendente do duodeno se curva em torno da cabeça do pâncreas. Os ductos colédoco e 
pancreático principal se juntam para compor a ampola hepatopancreática, ou ampola de Vater, que se 
abre na parede posteromedial da segunda parte do duodeno, no alto de uma eminência, chamada papila 
maior do duodeno.
A ampola hepatopancreática regula a entrada de bile e de suco pancreático por meio de um 
dispositivo muscular esfinctérico que circunda a ampola na sua parte final chamado esfíncter da ampola 
hepatopancreática, ou esfíncter de Oddi.
O ducto pancreático acessório, quando há, desemboca na papila menor do duodeno, localizada 
superiormente (aproximadamente dois centímetros) à papila maior do duodeno. Esta parte é totalmente 
retroperitoneal. As principais relações da parte descendente do duodeno são: anterior (colo transverso e 
alças do intestino delgado) e posterior (rim direito, ureter direito e músculo psoas maior)
A parte inferior ou horizontal do duodeno passa sobre a veia cava inferior e a parte abdominal da 
aorta. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: anterior (vasos mesentéricos superiores 
e alças intestinais), posterior (músculo psoas maior direito, veia cava inferior, parte abdominal da aorta 
e ureter direito) e superior (pâncreas e vasos mesentéricos superiores).
A parte ascendente do duodeno atinge a margem inferior do pâncreas e ali ela se curva anteriormente 
para se conectar ao jejuno na junção duodenojejunal, sustentada pela fixação do músculo suspensor 
do duodeno ou ligamento de Treitz, o qual alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, promovendo 
a movimentação do conteúdo intestinal. As principais relações da parte horizontal do duodeno são: 
anterior (alças do duodeno), posterior (músculo psoas maior esquerdo e margem esquerda da parede 
abdominal da aorta), medial e superior (pâncreas).
181
ANATOMIA DOS SISTEMAS
O jejuno e o íleo são as duas últimas partes do intestino delgado. Elas compõem um tubo longo 
e torcido, constituindo as alças intestinais, que são excessivamente móveis, pois estão envolvidas 
por pregas de peritônio, chamado de mesentério. É dificílimo distinguir o jejuno do íleo no ponto de 
transição, todavia existem algumas características inerentes a cada um.
Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento, sendo o jejuno os dois quintos 
proximais e o íleo, os três quintos distais. A maior parte do jejuno localiza-se no quadrante superior 
esquerdo, enquanto a maior parte do íleo se localiza no quadrante inferior direito.
O jejuno começa na flexura duodenojejunal, e o íleo acaba na papila ileal. Os dois se prendem à 
parede posterior do abdome pelo mesentério. Nessa região se encontram muitas vilosidades intestinais, 
daí deduzimos que em tal localidade ocorrerá a maior quantidade de absorção dos nutrientes. As massas 
de tecido linfoide são numerosas no íleo. Portanto, ocorre a absorção de água dos detritos indigeríveis 
do quimo líquido, transformando-o em fezes semissólidas que são transitoriamente contidas até que 
aconteça a defecação.
O quadro a seguir mostra algumas características peculiares ao jejuno e ao íleo.
Quadro 8 – Características distintivas entre o jejuno e o íleo no corpo vivo
Característica Jejuno Íleo
Cor Vermelho-vivo Rosa-claro
Calibre 2-4 centímetros 2-3 centímetros
Parede Espessa e pesada Fina e leve
Vascularização Maior Menor
Gordura do mesentério Menor Maior
Pregas circulares Grandes, altas e bem próximas Baixas e esparsas, ausentes na parte distal
Tecido linfoide Poucas Muitas
Adaptado de Moore (2014).
6.3 O intestino grosso
Absorve a água com tanta agilidade que, aproximadamente em 14 horas, o conteúdo alimentar 
assume a firmeza característica do bolo fecal. Mede aproximadamente 6,5 centímetros de diâmetro e 
1,5 metros de comprimento. Ele se expande do íleo até o reto e está preso à parede posterior do abdome 
por meio do mesocolo.
O intestino grosso possui algumas características próprias em relação ao intestino delgado, como o 
calibre (maior), o comprimento (menor), as tênias do colo, as saculações do colo, os sulcos paracólicos, 
as pregas semilunares e os apêndices omentais do colo.
182
Unidade II
As tênias do colo consistem no resultado de um condensamento da musculatura longitudinal 
da parede do intestino grosso em três faixas. Elas começam no ponto de implantação do apêndice 
vermiforme, no ceco, e percorrem ao longo de todo o colo até a parte proximal do reto, onde deixam de 
existir. São três os tipos de tênias do colo: a tênia livre, a tênia omental e a tênia mesocólica.
As saculações do colo são curvaturas ampulares separadas por sulcos transversais. Os apêndices 
omentais do colo são pequenos pêndulos de cor amarela formados por tecido conjuntivo farto em 
gordura. Surgem especialmente no colo sigmoide.
Anatomicamente, o intestino grosso é dividido em ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente, colo 
transverso, colo descendente e colo sigmoide (figura a seguir).
Colo ascendente
Ceco
Colo descendente
Apêndice vermiforme
Colo transverso
Mesentério
Intestino delgado
Figura 144 – Vista anterior do intestino grosso
O ceco é a primeira parte do intestino grosso (figura a seguir), inferiormente a sua junção com o íleo. O ceco 
está quase completamente envolvido pelo peritônio, proporcionando-lhe a autonomia de movimentação. 
Todavia, o ceco não apresenta mesentério. Comumente, o ceco está fixo à parede lateral do abdome por uma 
ou mais pregas cecais do peritônio. A entrada do íleo no ceco produz os lábios ileocólico (superior) e ileocecal 
(inferior) no óstio ileal, que compõem a papila ileal. As pregas deparam-se lateralmente, constituindo o 
frênulo do óstio ileal. Assim, os dois lábios formam a válvula íleo-cólico-cecal, que impossibilita e/ou restringe 
o refluxo do material oriundo do intestino delgado (mecanismo de um esfíncter ineficiente).
Ceco
Apêndice vermiforme
Colo ascendente
Íleo
Mesentério
Figura 145 – Vista anterior dos intestinos
183
ANATOMIA DOS SISTEMAS
No fundo do ceco, encontramos o apêndice vermiforme. Consiste em um divertículo intestinal 
cego, que mede aproximadamente entre 6 e 10 centímetros de comprimento. Ele apresenta massas 
de tecido linfoide.
O apêndice vermiforme tem origem na parede posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal. 
Apresenta um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, que se alarga entre o apêndice e o ceco.
A posição do apêndice vermiforme é inconstante; contudo, em geral, é retrocecal. A melhor forma 
de encontrá-lo é seguir uma das tênias do colo, uma vez que ele está fixado no ceco em um ponto de 
convergência das tênias.
O colo ascendente é a segunda parte do intestino grosso, sendo a continuação do ceco. Expande-se 
desde a junção ileocecal até a flexura direita do colo, anteriormente ao rim direito e em contato com o 
lobo direito do fígado.
Está revestido por peritônio anteriormente e nas suas laterais, sendo, desta maneira, praticamente 
imóvel. Localizado posteriormente ao omento maior, é uma parte retroperitoneal. Entre o contorno 
lateral do colo ascendente e a parede abdominal, situa-se um sulco vertical profundo coberto por 
peritônio parietal, o sulco paracólico direito.
O colo transverso é a terceira parte do intestino grosso, mais longa (cerca de 45 centímetros) e com 
maior mobilidade das partes encontradas no intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura 
direita até a flexura esquerda do colo, onde se curva inferiormente para tornar-se colo descendente. A 
flexura esquerda do colo é habitualmente mais superior, mais aguda e commenor mobilidade do que a 
flexura direita do colo. Possui relações excessivamente alteráveis.
Uma ampla prega peritoneal, o mesocolo transverso, concede extraordinária movimentação ao colo 
transverso. Sua parte superior está livre ou fundida com o omento maior.
O colo descendente passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do colo para a fossa 
ilíaca esquerda, onde ele é sucessivo com o colo sigmoide. O sulco paracólico esquerdo se localiza entre 
o seu contorno lateral e a parede abdominal. Passa anteriormente à margem lateral do rim esquerdo.
O colo sigmoide é a quarta parte do intestino grosso, distinto pela sua alça longa em forma de 
S, de comprimento variável (em média 40 centímetros). O colo sigmoide é conduzido ao plano 
sagital mediano, de tal forma que junta o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do colo, 
aproximadamente a 15 centímetros do ânus, sugere a junção retossigmoide. Ele é muito móvel, em 
razão de um mesossigmoide. Seus apêndices omentais são longos.
6.4 O mesentério
A primeira citação abertamente conhecida do mesentério foi realizada por Leonardo da Vinci em 
uma de suas descrições sobre a anatomia humana, no começo do século XVI (figura a seguir).
184
Unidade II
Figura 146 – O mesentério, segundo Leonardo da Vinci
Depois de detalhar as suas características anatômicas e funcionais, o mesentério passa a ter sua 
denominação como a de um órgão. Consequentemente, o mesentério deve ser submetido ao mesmo 
foco de investigação que é aplicado a outros órgãos e sistemas. Ao compreendermos seus papéis, será 
possível identificar as anomalias e estabelecer quando existe uma doença, ou seja, quando o órgão passa 
a exercer as suas funções de maneira inadequada. De tal modo, os achados das investigações científicas 
sobre o mesentério serão viáveis na exploração de sua ação na patologia humana.
6.5 O reto e o ânus
O reto recebe esse nome por ser quase retilíneo. Ao perfurar o diafragma pélvico (músculos 
levantadores do ânus), passa a ser chamado de canal anal. A parte mais dilatada do reto, a ampola do 
reto, é prontamente superior ao diafragma pélvico.
As principais relações do reto são:
• anterior, no sexo feminino (alças intestinais, útero e vagina);
• anterior, no sexo masculino (alças intestinais, bexiga urinária, glândulas seminais, próstata, 
ureteres e ductos deferentes);
• posterior, ambos os sexos (artérias glúteas superior e inferior, plexo sacral, músculos piriforme 
e coccígeo);
• laterais, ambos os sexos (tecido adiposo).
185
ANATOMIA DOS SISTEMAS
 Observação
Na região do reto, o peritônio compõe as escavações retovesical, no 
sexo masculino, e retouterina ou fundo de saco de Douglas, no feminino.
O canal anal se expande do diafragma pélvico até o ânus (limite real: linha pectínea, internamente). 
Ele possui pregas cutâneas. A mucosa na parte superior é idêntica à do reto, enquanto na parte inferior 
é revestido por pele, pois elas têm origens embriológicas distintas. Na junção desses dois tipos de 
revestimento, vê-se a base de 5 a 10 pregas verticais da mucosa (as colunas anais ou de Morgagni), que 
abrange ramos terminais dos vasos retais superiores. As extremidades inferiores das colunas agrupam-se 
por uma prega da mucosa em formato de “pente”, chamadas de válvulas anais.
Entre as bases das colunas ligadas pelas válvulas estão pequenas bolsas, os chamados seios anais, nos 
quais se acendem os ductos de glândulas rudimentares, que liberam um muco que auxilia na defecação.
O limite inferior das válvulas, idênticos a um “pente”, forma a linha pectínea, que sugere a junção da 
parte superior com a parte inferior do canal anal.
Embora bastante curto, aproximadamente 3 cm de comprimento, é relevante por ter algumas 
formações eficazes para o funcionamento intestinal, das quais mencionamos os esfíncteres anais.
O esfíncter anal interno é o mais profundo e deriva de um adensamento de fibras musculares lisas 
circulares, sendo, por conseguinte, involuntário. O esfíncter anal externo é formado por fibras musculares 
estriadas que se dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. 
Apresenta duas partes: a subcutânea, superficial; e a profunda. Todavia, elas são indistinguíveis. A alça 
do músculo puborretal também desempenha alguma atividade esfincteriana sobre o canal anal. Ambos 
os esfíncteres devem relaxar antes que a evacuação possa acontecer.
A figura a seguir mostra as imagens do reto e do ânus.
Reto
Canal anal
Coluna anal
M. esfíncter 
interno do ânus 
(involuntário)
Ânus
M. esfíncter externo 
do ânus (voluntário)
Figura 147 – Reto e ânus
186
Unidade II
Os principais papéis do intestino grosso são:
• absorção de água e de determinados eletrólitos;
• produção de certas vitaminas pelas bactérias intestinais;
• armazenamento provisório dos detritos (fezes);
• eliminação de detritos do corpo.
6.6 O fígado
A maior glândula do corpo humano, e também a mais vultosa víscera abdominal. Sua situação é 
na região superior do abdome, logo abaixo do diafragma; a maior parte ocupa o hipocôndrio direito 
e o epigástrio. Pesa aproximadamente 1,5 quilogramas e responde por aproximadamente 2,5% da 
massa corporal do adulto. É uma víscera friável (por ter pouco tecido conjuntivo) e regenerativo. 
Um terço do fígado é autossuficiente para manter o papel hepático normal, portanto há elevada 
margem de confiabilidade.
Todos os nutrientes, com exceção dos lipídios absorvidos pelo canal alimentar, são primeiramente 
conduzidos para o fígado pelo sistema porta-hepático.
O fígado armazena o glicogênio e secreta a bile ininterruptamente, a qual é armazenada na 
vesícula biliar. Portanto as vias bilíferas extra-hepáticas são compostas pelos ductos hepáticos, 
pela vesícula biliar, pelo ducto cístico e pelo ducto colédoco.
O fígado possui duas faces: a diafragmática e a visceral, separadas pela margem inferior do 
fígado (figura a seguir). A face diafragmática é convexa e lisa, relacionando-se com a cúpula 
diafragmática. O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática tem um lobo direito do fígado 
e um lobo esquerdo do fígado, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. 
A divisão dos lobos é organizada pelo ligamento falciforme do fígado. Na margem livre desse 
ligamento, encontramos um cordão fibroso, resquício da obliteração da veia umbilical, chamado 
de ligamento redondo do fígado.
Diafragma
Lobo direito do 
fígado Lobo esquerdo do 
fígado
Ligamento 
redondo do fígado
Estômago 
Figura 148 – Vista anterior do fígado
187
ANATOMIA DOS SISTEMAS
Os lobos hepáticos estão unidos superiormente ao diafragma pelos ligamentos coronário e 
triangulares, direito e esquerdo. Os dois últimos são compostos lateralmente pela fusão das duas 
lâminas do ligamento coronário. A área entre as reflexões das lâminas anterior e posterior do ligamento 
coronário é chamada de área nua do fígado, deposta de peritônio.
A face visceral é desigualmente côncava pela vista de impressões viscerais (figura a seguir). Ela é 
subdividida em quatro lobos: o lobo direito do fígado, o lobo esquerdo do fígado, o lobo quadrado e 
o lobo caudado pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto formam um “H”, 
chamado de hilo do fígado.
Lobo esquerdo do fígado
Lobo hepático quadrado
Lobo hepático caudado
Lobo direito do fígado
Veia cava interior
Vesícula biliar interior
Figura 149 – Vista visceral do fígado
Pelo hilo do fígado, adentram ou saem estruturas anatômicas vasculares, como a veia porta, a artéria 
própria do fígado e os vasos linfáticos; estruturas anatômicas nervosas, como o plexo nervoso do fígado; 
e os ductos hepáticos.
 Observação
Entre o lobo caudado e o lobo direito do fígado há um sulco que aloja 
a veia cava inferior. De tal forma, recomenda-se que a aferição da pressão 
arterial em gestantes, especialmente no último trimestre, seja realizada em 
decúbito lateral esquerdo.
Entre o lobo quadrado e o lobo direito do fígado há uma depressão, 
chamadade fossa da vesícula biliar, que aloja a vesícula biliar.
As principais relações anatômicas do fígado são:
• A face visceral do fígado está em contato com diversos órgãos:
– lobo esquerdo do fígado: parte abdominal do esôfago, estômago e omento menor;
– lobo quadrado: parte superior do duodeno;
– lobo direito do fígado: rim direito e a flexura do colo direita.
188
Unidade II
• Relações peritoneais, com o omento menor:
– por meio dos ligamentos hepatoduodenal e hepatogástrico.
Os principais papéis do fígado são:
• secreta a bile, que ajuda na digestão e absorção dos lipídios; por conseguinte, a bile “quebra” 
moléculas de “gordura”;
• produção de proteínas;
• metabolismo intermediário dos carboidratos, lipídios e proteínas;
• desintoxicação, como fármacos e hormônios;
• armazenagem de micronutrientes, como ferro, cobre, vitaminas;
• ativação da vitamina D;
• hematocitopoiese em fetos.
6.7 A vesícula biliar
O papel digestivo do fígado é produzir a bile, que atuará no duodeno. Entretanto, a bile é armazenada 
na vesícula biliar, que a concentra por meio da absorção de água e sais minerais. A vesícula biliar secreta 
a bile quando os lipídios adentram o duodeno, pois os lipídios excitam o duodeno a liberar a enzima 
colecistoquinina, a qual incita a contração da vesícula biliar.
A vesícula biliar possui aproximadamente de 7 a 10 centímetros de comprimento. A relação da 
vesícula biliar com o duodeno é tão forte que a parte superior do duodeno comumente é “marcada” 
com bile no cadáver. Anatomicamente, a vesícula biliar é dividida em três partes: fundo da vesícula biliar, 
corpo da vesícula biliar e colo da vesícula biliar. Ela apresenta a capacidade para até 50 mililitros de bile.
6.8 Os ductos extra‑hepáticos
Os ductos extra-hepáticos levam a bile do fígado para o duodeno. O ducto cístico, com 
aproximadamente 4 centímetros de comprimento, liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum, 
constituindo o ducto colédoco, com aproximadamente entre 5 e 15 centímetros, que transporta a bile 
para o duodeno.
O ducto coledoco encontra o ducto pancreático principal e se junta a essa estrutura para constituir 
a ampola hepatopancreática ou de Vater. A extremidade distal desta ampola ascende-se na parte 
descendente do duodeno por meio da papila maior do duodeno.
189
ANATOMIA DOS SISTEMAS
6.9 O pâncreas
Produz, por meio de uma secreção exócrina, o suco pancreático, que adentra o duodeno através 
dos ductos pancreáticos principal e acessório. Ele, em média, forma diariamente 1.200 a 1.500 mililitros 
desse suco. A secreção endócrina produz o glucagon e a insulina. Esses hormônios chegam à corrente 
sanguínea e atingem determinados tecidos-alvo. O comprimento do pâncreas varia de 12 a 15 
centímetros; seu peso, na mulher, é de 15 gramas, e no homem, de 16 gramas. Anatomicamente, ele é 
dividido em três partes: cabeça do pâncreas, corpo do pâncreas e cauda do pâncreas.
 Lembrete
O pâncreas é uma glândula mista, pois é exócrino e endócrino.
Os principais papéis do pâncreas são:
• dissolver carboidrato, pela enzima amilase pancreática;
• dissolver proteínas, pelas enzimas tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase;
• dissolver triglicerídeos nos adultos, pela enzima lipase pancreática;
• dissolver ácidos nucleicos, pelas enzimas ribonuclease e desoxirribonuclease.
6.10 O baço
O baço (figura a seguir), embora seja um órgão linfoide, é descrito com o sistema digestório, porque: 
a) desenvolve-se no mesogástrico dorsal; b) seu sangue venoso é drenado para a veia porta; c) trata-se 
de um órgão visceral abdominal topograficamente relacionado com diversos órgãos digestórios.
Pâncreas
Baço
Figura 150 – Pâncreas e baço
O baço está localizado na região do hipocôndrio esquerdo, entre o fundo do estômago e o diafragma, 
onde recebe a proteção das costelas falsas propriamente ditas (9º e 10º pares) e da costela flutuante 
(11º par). Ele é macio, de consistência muito friável, altamente vascularizado e de uma coloração 
púrpura escura. O tamanho e o peso do baço se alteram muito no adulto possui aproximadamente 12 
centímetros de comprimento, 7 centímetros de largura e 3 centímetros de espessura. O seu peso é cerca 
de 150 gramas.
190
Unidade II
 Observação
O baço não é palpável pelo exame físico no indivíduo normal.
6.11 O peritônio
O peritônio é uma dupla membrana serosa e transparente (parietal e visceral). A cavidade peritoneal 
é um espaço virtual com espessura capilar, localizado entre as duas membranas do peritônio.
 Observação
Os mesos são pregas de peritônio que ligam o órgão à parede abdominal. 
Os omentos são pregas de peritônio que ligam os órgãos a outros órgãos.
 Resumo
Vimos nesta unidade que o sistema digestório consiste em um canal 
alimentar e órgãos digestórios anexos. A boca é a primeira parte do canal 
alimentar. A cavidade oral é composta por bochechas, lábios, palato duro 
e palato mole. O palato duro e o palato mole formam o teto da cavidade 
oral. A língua e os dentes estão contidos na cavidade oral. A língua ajuda no 
processamento mecânico e na movimentação da comida, sendo responsável 
também pela análise sensitiva da comida. O dorso e o corpo da língua são 
recobertos com papilas. Existem quatro tipos de dentes, cada um com papéis 
específicos, sendo eles os incisivos, os caninos, os pré-molares e os molares. 
As glândulas da boca são divididas em glândulas salivares maiores, por 
exemplo, as glândulas parótidas, as glândulas submandibulares e as glândulas 
sublinguais; e glândulas salivares menores, como as glândulas labiais.
A faringe é uma estrutura anatômica que pertence aos sistemas respiratório 
e digestório. O esôfago é um tubo muscular oco que conduz alimentos sólidos 
e líquidos para o estômago. A deglutição acontece em três fases e envolve 
estruturas da cavidade oral, da faringe e do esôfago. O estômago consiste em: 
cárdia, fundo, corpo e região pilórica. Possui as curvaturas maior e menor, e 
apresenta o esfíncter pilórico na sua união com o duodeno.
O intestino delgado inclui as seguintes partes: duodeno, jejuno e íleo. 
O intestino grosso é dividido em ceco e colos. O ceco recebe e armazena 
materiais oriundos do íleo. O apêndice vermiforme é um divertículo do 
ceco. O colo possui diâmetro maior e paredes mais delgadas em relação ao 
191
ANATOMIA DOS SISTEMAS
intestino delgado. Tem as bolsas chamadas saculações do colo, as tênias 
do colo e os apêndices omentais. O colo é subdividido em quatro regiões: o 
colo ascendente, o colo transverso, o colo descendente e o colo sigmoide.
A parte final do canal alimentar é o reto. O reto continua-se com o canal 
anal, que termina no ânus. O músculo esfíncter interno do ânus e o músculo 
esfíncter externo do ânus controlam a passagem das fezes através do ânus.
O fígado desempenha papéis de regulação metabólica e hematológica, 
além de produzir a bile. Ele é dividido em lobos direito, esquerdo, quadrado 
e caudado. A artéria hepática própria e a veia porta do fígado realizam 
o suprimento sanguíneo ao fígado. As veias hepáticas drenam sangue do 
fígado e realizam o retorno do sangue à circulação sistêmica por meio da 
veia cava inferior. A vesícula biliar armazena e concentra bile; libera a bile 
no duodeno por meio dos ductos cístico e colédoco.
O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, exócrina e endócrina. Ele 
é dividido em três partes: cabeça, corpo e cauda do pâncreas. O ducto 
pancreático acessório (se presente) e o ducto pancreático atravessam a 
parede do duodeno e liberam suco pancreático na papila menor do duodeno 
e na papila maior do duodeno, concomitantemente.
 Exercícios
Questão 1. (UFSC 2011) A figura a seguir mostra o aparelho digestório humano.
192
Unidade II
Com respeito a este aparelho, assinale a(s) proposição(ões) correta(s):
I – A estrutura A indica uma região comum aos aparelhos digestório e respiratório.
II – Os alimentos e os líquidos que entram pela boca são levados ao estômago pela estrutura B pela 
ação da gravidade.
III – O órgão indicadoem D produz algumas substâncias que são lançadas diretamente no duodeno 
e outras que são lançadas diretamente na corrente sanguínea.
IV – Nas paredes do intestino delgado temos a presença das vilosidades e, nestas, as células epiteliais 
se apresentam com microvilosidades para aumentar a área de absorção.
Está correto o que se afirma em:
A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
B) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
C) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
D) Apenas a afirmativa II está correta.
E) Apenas a afirmativa III está correta.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a estrutura A representa a faringe (popularmente conhecida como garganta), órgão 
comum aos aparelhos digestório e respiratório, com passagem de alimento e ar, respectivamente.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a estrutura B é o esôfago, responsável pela passagem de alimentos através de 
movimentos peristálticos, até chegarem no estômago para o processo digestivo.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: D indica o pâncreas, que produz o suco pancreático (tripsina, quimiotripsina, lipase), 
com enzimas que são lançadas no duodeno para finalizar a digestão do quimo e realizar sua absorção.
193
ANATOMIA DOS SISTEMAS
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: o intestino delgado se divide em duodeno, onde ocorre a maior absorção, jejuno e íleo, 
dotados de microvilosidades que aumentam a área de absorção do quimo alimentar.
Questão 2. O alimento, quando ingerido, passa por uma série de estruturas que têm a função de 
transformar as macromoléculas em micromoléculas a fim de serem absorvidas e utilizadas pelas células. 
Assinale a alternativa correta em relação ao sistema digestório:
A) O alimento passa por três processos, de ingestão, digestão e absorção, sendo que este último 
processo ocorre exclusivamente no intestino grosso.
B) A boca, que faz a ingestão do alimento, apresenta uma importante ação na digestão dos lipídios 
através da ação da saliva.
C) O esôfago é um tubo localizado posteriormente à traqueia e conduz o alimento até o estômago. 
É constituído exclusivamente de músculo estriado esquelético e apresenta peristaltismo.
D) O duodeno é a primeira porção do intestino delgado e é nesta estrutura que acontece a maior 
parte da digestão.
E) No estômago, observam-se dois esfíncteres que atuam na entrada e saída do alimento deste órgão, 
sendo o piloro o esfíncter entre o esôfago e o estômago e a cárdia presente entre o estômago e 
o duodeno.
Resolução desta questão na plataforma.

Outros materiais