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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - CCE DEPARTAMENTO DE FÍSICA Física Experimental III – 5274/09 Multímetros Acadêmico(s): Ana Carolina Fernandes Parola RA:112424 Carolina Ferreira dos Santos RA:119776 Carolina Pires Trali RA:117906 Matheus Ferreira da Silva RA:106183 Nathália Cristina Lopes RA:119782 Pedro Richart Demito RA:116777 Professora: Stephany Pires da Silva Maringá-PR 6 de outubro de 2021 Sumário Resumo 3 Introdução 3 Objetivo(s) 4 Fundamentação Teórica 4 Desenvolvimento Experimental 7 Resultados e discussões 11 Conclusão 15 Referências 15 2 1. Resumo O experimento relatado tem como objetivo de aprender a verificar a resistência fornecida pelo fabricante de um resistor e a utilizar corretamente um multímetro, dispositivo este que mede a diferença de potencial, resistência e corrente elétrica. Neste experimento, realizado através de medições com o multímetro, obteve-se dados de corrente, diferença de potencial, e com a equação de Ohm foi obtida a resistência nominal dos resistores, por fim o valor foi comparado com a resistência fornecida pelo fabricante. 2. Introdução O multímetro é um equipamento eletrônico que tem por função medir algumas grandezas elétricas. Ele é um dos principais instrumentos de medição usados atualmente, e sua fama se deu por causa da sua fácil utilização. Um multímetro pode medir muitas grandezas e condições. A grandeza que pode ser medida depende do modelo do multímetro, da qualidade, da fabricação, do tipo e de outros fatores.[1] Para determinar a função em que a medição foi realizada, pode-se girar uma chave com dois ponteiros, para que fosse determinada a função desejada. O multímetro é um aparelho capaz de realizar medição elétrica de três tipos: 1. Ohmímetro:Utilizado para medir a resistência de um elemento (resistor) componente do circuito.[2] 2. Voltímetro: Utilizado para medir a diferença de potencial ou tensão entre dois pontos de um circuito elétrico.[2] 3. Amperímetro: Utilizado para medir a intensidade da corrente elétrica em um trecho do circuito.[2] No experimento relatado neste relatório foram feitas as medições e aprendeu-se a como utilizar corretamente um multímetro. Dentre as grandezas que o multimetro pode medir estao: ● A corrente elétrica (alternada ou contínua). ● A resistência.(Ohms) ● A tensão.(Volts (V)) ● A temperatura. 3 3. Objetivo(s) Os objetivos deste experimento são: aprender a identificar e a determinar o valor da resistência pelo código de cores e a utilizar um ohmímetro (ou multímetro) para realizar medidas e determinar o valor da resistência. 4. Fundamentação Teórica Com o propósito de medir corrente, tensão e resistência elétrica, utiliza-se um dispositivo comum e acessível, denominado multímetro. Este podendo ser analógico ou digital. O seu funcionamento é baseado nas Leis de Ohms de corrente e tensão. Pela Lei de Ohm, tem-se que uma das maneiras possíveis de se provocar o movimento de cargas dentro de um condutor é através da aplicação de um campo elétrico que gerará uma força elétrica sobre cada portador livre deste condutor. De modo usual, o campo elétrico é obtido quando é aplicado uma diferença de potencial entre os extremos do condutor. Dessa forma, através das duas pontas de prova do multímetro é aplicada uma tensão elétrica ao material a ser medido, que por sua vez possui uma certa resistência a passagem de corrente elétrica, logo, usando a Equação de Ohm (I), é possível calcular a resistência elétrica do material. 𝑈 = 𝑅 . 𝑖 (𝐼) Em que: U: tensão aplicada em Volt [V]; R: resistência elétrica do dispositivo em Ohms [Ω]; i: corrente elétrica aplicada em Ampere [A]; Ademais, o físico alemão George Simon Ohm, a partir de experimentos sobre a corrente elétrica da matéria, verificou que os metais e alguns outros condutores apresentavam uma relação de proporcionalidade da tensão elétrica com a corrente elétrica. Essa constante de proporcionalidade é o que denominamos resistência elétrica. Logo, Ohm verificou que a resistência dependia também do material. Nesse sentido, temos a seguinte relação para determinarmos a resistência de um material: 𝑅 = ρ 𝑙𝐴 (𝐼𝐼) 4 Em que: R: resistência elétrica do dispositivo em Ohms [Ω]; ρ: resistividade do material [Ωm]; L: comprimento do condutor [m]; A: área do condutor [m²]; Em circuitos elétricos os resistores são representados pelos símbolos abaixo: Figura 4.1: Ilustração de resistores em um circuito elétrico. Fonte: Dreamstime. Existem resistores de vários tipos, com variadas resistências e margens de erro, para diferenciá-los utilizamos o seguinte código de cores: 5 Tabela 4.1: Código de cores para resistores. Cor Dígito Tolerância Preta 0 Marrom 1 Vermelha 2 Laranja 3 Amarela 4 Verde 5 Azul 6 Violeta 7 Cinza 8 Branca 9 Dourada 5% Prateada 10% Sem cor 20% Fonte: elaborada pelo autor. Seguindo esta tabela, conseguimos determinar a resistência nominal (Rn) da seguinte forma: Figura 4.2: Ilustração de um resistor. Fonte: Figura retirada da referência [3]. 6 𝑅𝑛 = (𝐴𝐵 𝑥 10 𝐶 ± 𝐷%) Ω (𝐼𝐼𝐼) Através da Equação (III), podemos substituir o dígito referente às cores presentes no resistor e determinar a Resistência Nominal (Rn). Por fim, temos a equação da Propagação de Erros obtida na equação IV como forma de verificar a confiabilidade dos dados: ( σ𝑅𝑅 )² = ( σ𝑉 𝑉 )² + ( σ𝑖 𝑖 )² (𝐼𝑉) 5. Desenvolvimento Experimental 5.1. Materiais utilizados: ● 1 Multímetro; ● 1 Placa de Bornes; ● 1 Fonte de alimentação; ● Cabos tipo banana e jacaré; ● Resistências diversas (100, 1800 e 2200 ohms); 5.2. Montagem experimental: Para a parte 1 do experimento (Ohmímetro) o experimento utilizou apenas da placa de bornes, das resistências R1, R2, R3, do multímetro na função de ohmímetro e dos cabos tipo banana. A Figura a seguir demonstra a montagem experimental referente à parte 1: Figura 5.1: Desenho esquemático da montagem experimental do experimento do ohmímetro. 7 De acordo com a montagem, as resistências R1, R2 e R3 (posição mostrada em R) foram postas, uma de cada vez, na placa e medidas de acordo com a melhor escala no multímetro M. Para a parte 2 do experimento (voltímetro), o procedimento foi realizado de forma semelhante ao anterior, diferentemente da parte 1, neste experimento houve a adição da fonte de alimentação ligada ao circuito da placa de bornes, a figura 5.2 demonstra a montagem da segunda parte do experimento. Figura 5.2: Desenho esquemático da montagem experimental do experimento do voltímetro. .De acordo com a montagem, a fonte F alimentou o circuito com um valor fixo, enquanto isso, as resistências R1, R2 e R3 (posição mostrada em R) foram postas, uma de cada vez, na placa para medir como tais resistências iriam interferir na medição do voltímetro, além disso, houve um cuidado de escolher a melhor escala no multímetro M. Para a parte 3 do experimento (amperímetro), o procedimento foi realizado de forma semelhante aos anteriores, diferentemente da parte 1 e 2, neste experimento houve a formação de um circuito fechado entre a fonte de alimentação, a resistência e o amperímetro , a figura 5.3 demonstra a montagem da terceira parte do experimento. 8 Figura 5.3: Desenho esquemático da montagem experimental do experimento do amperímetro. De acordo com a montagem, a fonte F alimentou o circuito com um valor fixo, enquanto isso, as resistências R1, R2 e R3 (posição mostrada em R) foram postas na placa, uma de cada vez, para medir como tais resistências iriam interferir na medição do amperímetro, além disso, houve um cuidado de escolher a melhor escala no multímetro M. Para a parte 4 do experimento (tensão) o experimento foi montado de forma diferente em relação aos anteriores, houve o posicionamento em relação às resistências como mostra a figura 5.4, e os cabos do multímetro ficaram livres para medir os valores de vários pontos do circuito. Figura 5.4: Desenhoesquemático da montagem experimental do experimento de medição de tensão, nele vemos o cabo vermelho V e preto P que se ligam aos vários pontos numerados durante o experimento. 9 Com um valor fixo sendo previamente alimentado pela fonte, a sequência de medições se deu da seguinte forma: ● cabo V em 10 e cabo P em 2; ● cabo V em 9 e cabo P em 5; ● cabo V em 12 e cabo P em 8; ● cabo V em 7 e cabo P em 3; ● cabo V em 11 e cabo P em 6; ● cabo V em 6 e cabo P em 4; Lembrando que todas foram medidas independentemente e individualmente anotadas. Já na parte 5 do experimento, o mesmo foi montado de maneira a medir a corrente, para isso, o conjunto se apresentou de forma semelhante à parte 4, porém com leves diferenças, como mostrado na figura 5.5. Figura 5.5: Desenho esquemático da montagem experimental do experimento de medição de corrente, nele vemos o cabo vermelho V e preto P que se ligam às extremidades livres das resistências demarcadas, pontos pretos representam eixos fixos das resistências na placa de bornes. Com um valor fixo sendo previamente alimentado pela fonte, a sequência de medições se deu da seguinte forma: ● cabo V na extremidade livre da resistência R1 e cabo P em 5; 10 ● cabo V na extremidade livre da resistência R2 e cabo P em 8; ● cabo V em 7 e cabo P na extremidade livre da resistência R3; ● desconecta-se o cabo preto da fonte, cabo V em 2 e cabo P conecta-se ao cabo preto da fonte; Com todas as medições feitas e os resultados devidamente anotados, o equipamento é desmontado e posteriormente guardado. Os dados obtidos foram utilizados para fazer todas as análises nas partes posteriores deste relatório. 6. Resultados e discussões A resistência nominal (Rn) pode ser obtida a partir do código de cores presente no próprio resistor, fornecida pelo comerciante. Para isso, foi consultado a Tabela 4.1, a qual contém o dígito e a tolerância das cores. Posteriormente, tais valores foram relacionados na Equação III , a fim de obter a resistência nominal do resistor. Ao todo foram 3 resistores. O primeiro resistor apresentou as seguintes cores: marrom, preto, marrom e dourado. Desse modo, os respectivos valores colocados na Equação III, conforme a Tabela 4.1, foram: A = 1, B = 0, C = 1, D = 5%. Já para o segundo resistor, temos as seguintes cores: marrom, cinza, vermelho, dourada, isto é, respectivamente, A = 1, B = 8, C = 2, D = 5%. Para o terceiro resistor, temos as cores: vermelho, vermelho, vermelho e dourada, que representam, respectivamente, A = 2, B = 2, C = 2, D = 5%. Note que as três resistências nominais foram calculadas a partir da mesma equação e seguem dispostas na Tabela 6.1. Para determinar o valor da resistência de um resistor, foi necessário, a partir de um multímetro, selecionar a função ohmímetro e conectar os cabos desse aparelho nas extremidades do resistor em questão. Pode-se observar que a unidade de medida, no Sistema Internacional de Unidades (SI), apresentada pelo multímetro na função ohmímetro, é dada em ohms (Ω), vinculada a uma escala automática e selecionável. Desse modo, os dados coletados a partir do ohmímetro representam a resistência com seleção de escala (REXP(SEL)). Segue na Tabela 6.1, os valores obtidos experimentalmente dos 3 resistores. 11 Tabela 6.1 - Dados das resistências obtidas para os 3 resistores. Elaborada pelo autor. Resistores (R) Rn(Ω) (REXP(SEL) ΔREXP(SEL)) Ω± Escala (REXP(SEL)) Resistor 1 100 5± 99,69 0,01± 200Ω Resistor 2 1800 90± 1,8771 0,1± 2kΩ Resistor 3 2200 110± 2,215 1± 20kΩ Observe que, nesse experimento em específico, devido a falta do manual, a incerteza foi considerada como a menor medida da escala. Para se medir o potencial de cada um dos 3 resistores, foi ajustada uma fonte de alimentação contínua para uma tensão de: VFONTE = 6,8 0,1 volts (V)± Além disso, o voltímetro deve ser conectado em paralelo ao resistor para medir a diferença de potencial. Note que a medida de potencial dos resistores foi realizada na escala de 20V, conforme apresentado na Tabela 6.2. Tabela 6.2 - Dados dos potenciais obtidos para os 3 resistores. Elaborada pelo autor. Resistores (R) Rn(Ω) (VR ΔV) V± Escala Resistor 1 100 5± 6,749 0,001± 20 V Resistor 2 1800 90± 6,775 0,001± 20 V Resistor 3 2200 110± 6,780 0,001± 20 V Pode-se observar, também, que a presença de sinal negativo no valor do potencial indica polaridade invertida, ou seja, que houve uma inversão da 12 posição dos cabos, por exemplo, o que permite polo positivo com “cabo negativo” ou polo negativo com “cabo negativo”. Para se medir a corrente elétrica que atravessa cada um dos 3 resistores, o amperímetro deve ser conectado em série ao resistor. Além disso, é determinada uma situação de controle de corrente máxima, nesse caso, a corrente de proteção foi de 0,5 A ou 500mA. Os resultados de corrente para cada um dos resistores encontram-se na Tabela 6.3 abaixo. Tabela 6.3 - Dados das correntes obtidas para os 3 resistores. Elaborada pelo autor. Resistores (R) Rn(Ω) (IR ΔI) mA± Escala Resistor 1 100 5± 65,70 0,00001± 200 mA Resistor 2 1800 90± 3,591 0,000001± 20 mA Resistor 3 2200 110± 3,048 0,000001± 20 mA A partir desses dados, pode-se calcular a resistência calculada, ao fazer uso da Equação I, isto é: . Observe a Tabela 6.4. 𝑉 𝑅 𝐼 𝑅 Tabela 6.4 - Dados das resistências calculadas para os 3 resistores. Elaborada pelo autor. Resistores (R) (VR ΔV) V± (IR ΔI) mA± RCALCULADA ( VR / IR ) Resistor 1 6,749 0,001± 65,70 0,00001± 102,7 Ω Resistor 2 6,775 0,001± 3,591 ± 0,000001 1886,7 Ω Resistor 3 6,780 0,001± 3,048 ± 0,000001 2224,4 Ω 13 Por fim, para o circuito montado com os 3 resistores, temos: R1 e R2 ligados em paralelo e ambos ligados em série com o R3. Além disso, a diferença de potencial (d.d.p.) entre os pontos “A” e “B”, representados na Figura 5.5 , indicam a d.d.p. da fonte. Ademais, a tensão da fonte deve ser ajustada para: VFONTE = 10,4 0,1 volts (V)± Os resultados obtidos da tensão e da corrente foram anotados na Tabela 6.5 abaixo. Tabela 6.5 - Dados obtidos para os 3 resistores R1, R2 e R3 do circuito esquematizado na Figura 5.5. Elaborada pelo autor. Local U (V) Escala i (mA) Escala R1 0,423 20 V 4,210 20 mA R2 0,423 20 V 0,224 20 mA R3 9,920 20 V 4,474 20 mA AB 10,343 20 V 4,473 20 mA Assim, pode-se fazer um comparativo entre as resistências medidas e calculadas, conforme apresentado na Tabela 6.6. Somado a essa questão, faz-se necessário o cálculo da incerteza (σR) da resistência calculada (Rcalculada) a partir da propagação de erro, calculada pela Equação IV . Note que para o resistor 1 (R1), cujo valor de Rcalculada é 102,7 Ω, temos o potencial (V1) de (6,749 0,001) V e uma corrente (i1) de (65,7 0,1) mA. Já± ± para o resistor 2 (R2), cujo valor de Rcalculada é 1886,7 Ω, temos o potencial (V2) de (6,775 0,001) V e uma corrente (i2) de (3,591 0,001) mA. Por último,± ± para o resistor 3 (R3), cujo valor de Rcalculada é 2224,4 Ω, temos o potencial (V3) 14 de (6,780 0,001) V e uma corrente (i3) de (3,048 0,001) mA. Diante disso,± ± ao usar a Equação IV , obtêm-se, respectivamente, os seguintes valores de incerteza (σR) para a resistência calculada (Rcalculada) : σR1 = 0,1578; σR2 = 0,5946; σR3 = 0,80001. Tabela 6.6 - Comparação das resistências medidas e calculadas para os 3 resistores. Elaborada pelo autor. Resistores (R) REXP (R σR) (Ω)± RCALCULADA (R σR) (Ω)± R1 99,80 0,01± 102,7 0,2± R2 1877,2 0,1± 1886,7 0,6± R3 2215 1± 2224,4 0,8± 7. Conclusão Pode-se concluir, então, que, com esse experimento, foi possível identificar e determinar o valor da resistência fornecida pelo fabricante, através do sistema de cores, e utilizando um multímetro (ou ohmímetro). A Tabela 6.6 indica que os valores são confiáveis, já que as medidas fornecidas e calculadas possuem diferenças muito pequenas. Destarte, o resultado obtido pelo experimento foi satisfatório. 8. Referências [1]Site:<https://www.mundodaeletrica.com.br/multimetro-o-que-e-para-que-serve/>Acessado em 03 de outubro de 2021. [2]<Sildes Experimento 1-Multimetro-medidas de resistencia>. Acessado em 03 de outubro de 2021. [3] Atividade para fixação de aprendizado dos experimentos de física experimental III. Iramina, A. S.. Neto, A. M.. Sato, F.. Dias, G. S.. Weinand, W. R.. Maringá, Abril, 2017. 15 [4] Halliday D., Fundamentos de Física Volume 3 – Eletromagnetismo; Editora LTC, 10 edições, 2016. 16
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