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Resposta Imune a Agentes Infecciosos

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Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
 Módulo: Dor 
 
 
LMF 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
Resposta imune a agentes infecciosos 
Imunidade inata e imunidade adaptativa 
A defesa contra microrganismos é mediada por respostas sequenciais e coordenadas que são 
denominadas imunidade inata e adaptativa. 
A imunidade inata é mediada por mecanismos que já existem antes da ocorrência de uma infeção (por 
isso inata) e que facilitam rápidas respostas contra microrganismos invasores. 
O sistema imune adaptativo reconhece e reage a um grande número de substâncias microbianas e não 
microbianas chamadas antígenos. A resposta imune inata aos microrganismos fornece os primeiros 
sinais de perigo que estimulam as respostas imunes adaptativas. Por outro lado, as resposta imunes 
adaptativas frequentemente trabalham intensificando os mecanismos protetores da imunidade inata, 
tornando-os mais capazes de combater efetivamente os microrganismos. 
O sistema imune de cada indivíduo é capaz de reconhecer, responder e eliminar muitos 
antígenos estranhos (não próprios), mas normalmente não reage contra antígenos e tecidos do 
próprio indivíduo. Em decorrência da capacidade de linfócitos e de outras células imunes em circular 
pelos tecidos, a imunidade é sistêmica. Isso significa que uma resposta imune iniciada em um local 
poderá conferir proteção em locais distantes. Essa característica é, obviamente, essencial para o sucesso 
da vacinação. 
As respostas imunes são reguladas por um sistema de alças de feedback positivo que amplificam a 
reação e por mecanismos de controle que previnem reações inapropriadas ou patológicas. Esse 
feedback positivo é importante para capacitar o pequeno número de linfócitos, que são específicos para 
qualquer microrganismo, a gerarem a ampla resposta necessária à erradicação daquela infecção. 
 
Imunidade inata 
O sistema imune inato responde quase imediatamente a microrganismos e células lesadas. Muitas 
células da imunidade inata, tais como macrófagos, DCs e mastócitos, estão sempre presentes na maioria 
dos tecidos, onde atuam como sentinelas em busca de microrganismos invasores. A resposta imune 
inata combate microrganismos por meio de duas reações principais — pelo recrutamento de fagócitos 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
e outros leucócitos que destroem os microrganismos, no processo chamado inflamação; e pelo bloqueio 
da replicação viral ou pelo killing de células infectadas por vírus, sem a necessidade de uma reação 
inflamatória. 
Imunidade adaptativa 
A resposta imune adaptativa é mediada por células chamadas linfócitos e seus produtos. Há duas 
populações principais de linfócitos, denominadas linfócitos B e linfócitos T. 
A resposta imune adaptativa possui características fundamentais. São elas: 
 Especificidade e diversidade: a especificidade permite reconhecer e reponder aos antígenos 
estranhos, já a diversidade permite defender os indivíduos contra os diversos potenciais 
patógenos presentes no ambiente. 
 Memória: permite que o sistema imune produza respostas aumentadas a exposições 
persistentes ou recorrentes ao mesmo antígeno e, assim, combata infecções por microrganismos 
prevalentes no meio ambiente e encontrados repetidamente. 
 Não reatividade ao próprio (autotolerância): A tolerância aos antígenos próprios, ou 
autotolerância, é mantida por diversos mecanismos. Estes incluem a eliminação de linfócitos que 
expressam receptores específicos para alguns autoantígenos, inativando os linfócitos 
autorreativos ou suprimindo essas células pela ação de outras células (reguladoras). 
Imunidade humoral e mediada por células 
Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral e imunidade 
mediada por células, as quais são induzidas por diferentes tipos de linfócitos e atuam para eliminar 
diferentes tipos de microrganismos. 
A imunidade humoral é mediada por 
moléculas no sangue e em secreções 
mucosas, denominadas anticorpos, 
os quais são produzidos pelos 
linfócitos B. Ela é o principal 
mecanismo de defesa contra os 
microrganismos e suas toxinas, 
localizados fora das células (p. ex.: no 
lúmen dos tratos gastrintestinal e 
respiratório, e no sangue), uma vez que 
os anticorpos secretados podem se 
ligar a esses microrganismos e toxinas, 
neutralizando-os, além de auxiliar na 
sua eliminação. 
A imunidade mediada por células, 
também denominada imunidade 
celular, é mediada pelos linfócitos T. Ela promove a destruição de microrganismos dentro dos 
fagócitos e a morte das células infectadas para eliminar os reservatórios da infecção. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
A imunidade protetora contra um microrganismo normalmente pode ser fornecida tanto pela resposta 
do hospedeiro ao microrganismo quanto pela transferência de anticorpos que defendem contra o 
microrganismo 
Respostas imunes adaptativas 
As respostas imunes adaptativas consistem em passos distintos, sendo os três primeiros o 
reconhecimento do antígeno, a ativação dos linfócitos e a eliminação do antígeno (fase efetora). A 
resposta se contrai (declina) à medida que os linfócitos estimulados pelos antígenos morrem por 
apoptose, restaurando a homeostasia, e as células antígeno-específicas que sobrevivem são 
responsáveis pela memória. A duração de cada fase pode variar em diferentes respostas imunes. 
 
A maioria dos microrganismos e outros antígenos entram no organismo através das barreiras 
epiteliais, e as respostas imunes adaptativas a esses antígenos se desenvolvem em órgãos 
linfoides periféricos (secundários). A iniciação das respostas imunes adaptativas requer que os 
antígenos sejam capturados e expostos aos linfócitos específicos. As células que realizam essa função 
são chamadas células apresentadoras de antígeno. 
As APCs mais especializadas são as células dendríticas, as quais capturam antígenos microbianos que 
entram no organismo a partir do ambiente externo, transportam esses antígenos aos órgãos linfoides e 
os apresentam aos linfócitos T naive para iniciar as respostas imunes. 
Os linfócitos que nunca responderam ao antígeno são chamados naive. A ativação desses linfócitos pelo 
antígeno leva à proliferação dessas células, resultando em um aumento no número de clones antígeno-
específicos, denominado expansão clonal. Esse processo é seguido pela diferenciação dos linfócitos 
ativados em células capazes de eliminar o antígeno, as quais são chamadas células efetoras porque 
medeiam o efeito final da resposta imune, e em células de memória, que sobrevivem por longos 
períodos e montam fortes respostas após encontros repetidos com o antígeno. A eliminação do antígeno 
frequentemente requer a participação de outras células não linfoides, tais como macrófagos e 
neutrófilos, as quais por vezes são chamadas células efetoras. Isso explica porque a resposta imune 
adaptativa de desenvolve lentamente. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
As células do sistema imune interagem umas com as outras e com outras células do hospedeiro durante 
os estágios de iniciação e efetor das respostas imunes inata e adaptativa. Muitas dessas interações são 
mediadas pelas citocinas. As citocinas constituem um amplo grupo de proteínas secretadas com 
diversas estruturas e funções, as quais regulam e coordenam muitas atividades das células da 
imunidade inata e adaptativa. 
Imunidade humoral 
Linfócitos B que reconhecem antígenos proliferam e se diferenciam em plasmócitos que 
secretam diferentes classes de anticorpos com funções distintas. A resposta das células B aos 
antígenos proteicos requer sinais de ativação (auxílio) das células T CD4 + 
As células B podem responder a vários antígenos não proteicos sem a participação de células T 
auxiliares. Cada plasmócito secreta anticorpos que têm o mesmo sítio de ligação ao antígeno, uma vez 
que é o receptor antigênico da superfície celular que primeiro reconheceu o antígeno. Polissacarídeos 
e lipídeos estimulam a secreçãoprincipalmente do anticorpo da classe denominada imunoglobulina M 
(IgM). Antígenos proteicos induzem a produção de anticorpos de diferentes classes (IgG, IgA, IgE) a 
partir de um único clone de células B. 
Células T auxiliares também estimulam a produção de anticorpos com afinidade aumentada ao 
antígeno. Esse processo, chamado maturação de afinidade, melhora a qualidade da resposta imune 
humoral. 
Imunidade mediada por células 
Os linfócitos T (ex.: CD4 e CD8), células da imunidade celular, reconhecem os antígenos dos 
microrganismos associados às células e diferentes tipos de células T auxiliam os fagócitos a 
destruir esses microrganismos ou matar as células infectadas. As células T não produzem 
moléculas de anticorpo. 
Os linfócitos T têm uma especificidade restrita para antígenos (complexo principal de 
histocompatibilidade). Como resultado, essas células T reconhecem e respondem aos antígenos 
associados à superfície celular, mas não aos antígenos solúveis. 
Após a ativação nos órgãos linfoides secundários, os linfócitos T naive se diferenciam em células 
efetoras e muitas destas migram para os sítios de infecção. 
Algumas células T auxiliares CD4 + secretam citocinas que recrutam leucócitos e estimulam a 
produção de substâncias microbicidas nos fagócitos. Assim, essas células T auxiliam os fagócitos a 
matar os patógenos infecciosos. Outras células T auxiliares CD4 + secretam citocinas que ajudam as 
células B a produzir um tipo de anticorpo chamado IgE e ativam leucócitos chamados eosinófilos, os 
quais são capazes de matar parasitas grandes demais para serem fagocitados. Algumas células T 
auxiliares CD4 + permanecem nos órgãos linfoides e estimulam respostas de células B. 
Imunidade aos microrganismos 
O sistema imune responde de maneira especializada e diferenciada aos diversos tipos de 
microrganismos, para combater mais efetivamente esses agentes infecciosos. A geração de 
diferentes subpopulações de células T CD4 + efetoras e a produção de diferentes isotipos de anticorpos 
são excelentes exemplos de especialização da imunidade adaptativa. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
A sobrevida e a patogenicidade dos microrganismos em um hospedeiro são criticamente influenciadas 
pela habilidade desses microrganismos de evadir ou resistir aos mecanismos efetores de imunidade. 
Alguns microrganismos estabelecem infecções latentes, ou persistentes, em que a resposta 
imune controla, mas não elimina o microrganismo. Nas infecções virais latentes, o DNA viral pode 
ser integrado ao DNA das células infectadas, porém nenhum vírus infeccioso é produzido. Nas infecções 
bacterianas persistentes, como a tuberculose, a bactéria pode sobreviver nas vesículas fagocíticas das 
células infectadas. Ex.: herpes vírus. 
Em muitas infecções, a lesão tecidual e a doença podem ser causadas pela resposta do 
hospedeiro ao microrganismo, em vez do próprio microrganismo em si. A imunidade é necessária 
para a sobrevivência do hospedeiro, mas também tem o potencial de causar lesão nesse mesmo 
hospedeiro 
Defeitos herdados ou adquiridos na imunidade inata e adaptativa são causas importantes de 
suscetibilidade a infecções. As causas adquiridas comuns de imunodeficiência incluem a infecção pelo 
HIV e a imunossupressão intencional por fármacos usados no tratamento de doenças inflamatórias e 
autoimunes, ou na prevenção à rejeição de transplantes. 
Imunidade a bactérias extracelulares 
 
As bactérias extracelulares são capazes de se replicar fora das células hospedeiras, por exemplo, no 
sangue e nos tecidos conectivos, bem como nos espaços teciduais, como lúmens das vias aéreas e do 
trato gastrintestinal. 
 Imunidade inata a bactérias extracelulares: 
Os principais mecanismos de imunidade inata a bactérias extracelulares são a ativação do 
complemento, a fagocitose e a resposta inflamatória. 
Ativação do complemento: 
Um resultado da ativação do complemento é a opsonização e a aumentada fagocitose das bactérias. e 
os subprodutos do complemento estimulam respostas inflamatórias via recrutamento e ativação de 
leucócitos. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
Ativação de fagócitos e inflamação: 
Os produtos microbianos ativam receptores do tipo Toll além de diversos sensores presentes em 
fagócitos e outras células. Alguns destes receptores atuam principalmente promovendo a fagocitose dos 
microrganismos; outros estimulam as atividades microbicidas dos fagócitos e ainda outros promovem 
tanto fagocitose como ativação de fagócitos. Em adição, as células dendríticas e os fagócitos ativados 
pelos microrganismos secretam citocinas que induzem infiltração de leucócitos em sítios de infecção 
(inflamação). Os leucócitos recrutados ingerem e destroem as bactérias. 
Resposta inflamatória: 
As células linfoides inatas também podem atuar na defesa inicial contra estes microrganismos. As ILCs 
do grupo 3 (ILC3s) podem ser ativadas pelas citocinas produzidas em resposta aos microrganismos e 
ao dano celular, sendo que as ILCs secretam interleucina-17 (IL-17), IL-22 e GM-CSF. Essas citocinas 
intensificam a função de barreira epitelial e recrutam neutrófilos para os sítios de infecção 
extracelular, em especial com bactérias e fungos. 
 Imunidade adaptativa a bactérias extracelulares: 
A imunidade humoral constitui uma das principais respostas imunes protetoras contra 
bactérias extracelulares, e atua bloqueando a infecção, eliminando os microrganismos e 
neutralizando suas toxinas. 
As respostas de anticorpo contra bactérias extracelulares são dirigidas contra os antígenos da parede 
celular e as toxinas, que podem ser polissacarídeos ou proteínas. Os polissacarídeos são antígenos T 
independentes que induzem respostas de anticorpo sem, contudo, ativar células T. Dessa forma, a 
imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra bactérias encapsuladas ricas em 
polissacarídeos. 
Os antígenos proteicos, presentes ou secretados pela maioria das bactérias, induzem anticorpos mais 
potentes, bem como imunidade mediada por células. Os mecanismos efetores usados pelos anticorpos 
para combater as infecções incluem neutralização, opsonização e fagocitose, e ativação do 
complemento pela via clássica. A neutralização é mediada pelos isotipos de alta afinidade IgG, IgM e 
IgA. 
Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares também ativam células T auxiliares CD4 + , as quais 
produzem citocinas e expressam moléculas de superfície celular que induzem inflamação local, 
intensificam as atividades fagocítica e microbicida de macrófagos e neutrófilos, e estimulam a produção 
de anticorpo. As respostas Th17 induzidas por esses microrganismos recrutam neutrófilos e monócitos, 
promovendo assim inflamação local em sítios de infecção bacteriana. 
As principais consequências lesivas das respostas do hospedeiro às bactérias extracelulares são 
inflamação e sepse. 
 
 
 
 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
Imunidade a bactérias intracelulares 
Uma característica das bactérias intracelulares 
facultativas é sua habilidade de sobreviver e 
até replicar dentro dos fagócitos. 
A resposta imune inata a bactérias 
intracelulares consiste em fagócitos e 
células NK, com as interações entre ambos 
mediadas por citocinas (IL-12 e IFN-γ). A 
resposta imune adaptativa típica a esses 
microrganismos é a imunidade celular, 
porém a eliminação das bactérias requer 
imunidade adaptativa. 
 Imunidade inata a bactérias intracelulares: 
A resposta imune inata a bactérias intracelulares é mediada principalmente por fagócitos e 
células natural killer (NK). Os fagócitos — inicialmente neutrófilos e depois macrófagos — ingerem e 
tentam destruir esses microrganismos, porém as bactérias intracelulares patogênicas são resistentes à 
degradação no interior dos fagócitos 
As bactérias intracelulares ativam células NK por meio da indução da expressão de ligantes ativadores 
de células NK nas células infectadas, e também estimulando a produçãopor células dendríticas e 
macrófagos de IL-12 e IL-15, que são citocinas ativadoras de células NK. As células NK produzem IFN-γ 
que, por sua vez, ativa macrófagos e promove o killing das bactérias fagocitadas. Sendo assim, as células 
NK conferem uma defesa inicial contra esses microrganismos antes do desenvolvimento da imunidade 
adaptativa. 
 Imunidade adaptativa a bactérias intracelulares: 
A principal resposta imune protetora contra bactérias intracelulares é o recrutamento e 
ativação de fagócitos mediados pela célula T (imunidade celular). 
As células T conferem defesa contra infecções por meio de dois tipos de reações: 
1. Ativação de fagócitos pelas células T CD4 + , por meio das ações do ligante de CD40 e do IFN-
γ, resultando no killing de microrganismos ingeridos que sobrevivem dentro dos fagolisossomos 
dos fagócitos; 
2. Destruição de células infectadas por linfócitos T citotóxicos (CTLs) CD8 + , eliminando os 
microrganismos que escapam dos mecanismos de killing dos fagócitos. 
As células T expressam ligante de CD40 e secretam IFN-γ, e esses dois estímulos ativam macrófagos 
para a produção de várias substâncias microbicidas, incluindo óxido nítrico, enzimas lisossômicas e 
espécies reativas do oxigênio. 
Ativação de macrófagos que ocorre em resposta aos microrganismos intracelulares é capaz de 
causar lesão tecidual. Essa lesão pode resultar de reações de hipersensibilidade tardia a antígenos 
proteicos microbianos. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
Imunidade aos fungos 
As infecções fúngicas, também chamadas micoses, são 
causas importantes de morbidade e mortalidade em seres 
humanos. Algumas infecções fúngicas são endêmicas e 
outras são oportunísticas. 
A imunidade comprometida é o fator predisponente mais 
importante para as infecções fúngicas clinicamente 
significativas. A deficiência de neutrófilos como resultado de 
dano ou supressão da medula óssea com frequência está 
associada a estas infecções. 
 Imunidade inata e adaptativa aos fungos: 
Os principais mediadores da imunidade inata contra os 
fungos são os neutrófilos, macrófagos e ILCs 
Os pacientes com neutropenia são extremamente suscetíveis 
às infecções fúngicas oportunistas. Macrófagos e células 
dendríticas percebem os organismos fúngicos através dos TLRs e receptores do tipo lectina, chamados 
dectinas, que reconhecem β-glucanas na superfície dos fungos. 
Macrófagos e células dendríticas liberam citocinas que recrutam e ativam neutrófilos diretamente ou 
via ativação de ILCs residentes teciduais. Os neutrófilos provavelmente liberam substâncias fungicidas, 
como as espécies reativas de oxigênio e as enzimas lisossômicas, e fagocitam os fungos para o killing 
intracelular. 
A imunidade mediada por células é o principal mecanismo da imunidade adaptativa contra as infecções 
por fungos intracelulares. 
Imunidade aos vírus 
Os vírus tipicamente infectam vários tipos celulares, por endocitose mediada por receptor, após a 
ligação a moléculas de superfície celular normais. As respostas imunes inata e adaptativa aos vírus são 
destinadas a bloquear a infecção e a eliminar células infectadas 
 Imunidade inata aos vírus: 
Os principais mecanismos da imunidade inata contra vírus são a inibição da infecção por 
interferons do tipo I e o killing das células infectadas mediado por células NK. 
Diversas vias bioquímicas disparam a produção de IFN. Essas vias convergem na ativação de proteínas 
quinases que, por sua vez, ativam fatores de transcrição IRF, que estimulam a transcrição do gene de 
IFN. Os IFNs do tipo I atuam inibindo a replicação viral tanto em células infectadas como em células não 
infectadas. 
As células NK matam células infectadas por vírus e constituem um importante mecanismo de imunidade 
contra vírus no início do curso da infecção, antes de as respostas imunes adaptativas terem se 
desenvolvido. A expressão de MHC de classe I frequentemente é “desligada” nas células infectadas por 
vírus, como um mecanismo para escapar dos CTLs. Isso permite que as células NK matem as células 
infectadas, uma vez que a ausência de classe I libera as células NK de um estado normal de inibição. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
 Imunidade adaptativa ao vírus: 
A imunidade adaptativa contra infecções virais é 
mediada por anticorpos, os quais bloqueiam a ligação e 
a entrada do vírus nas células hospedeiras, e por CTLs, 
que eliminam a infecção destruindo as células 
infectadas. 
Os anticorpos mais efetivos são anticorpos de alta afinidade 
produzidos nas reações de centros germinativos T-
dependentes Os anticorpos são efetivos contra os vírus 
somente durante o estágio extracelular das vidas desses 
microrganismos. 
Os anticorpos antivirais se ligam ao envelope viral ou aos 
antígenos do capsídeo e atuam principalmente como 
anticorpos neutralizadores, para prevenir a fixação e 
entrada dos vírus nas células hospedeiras. Assim, os 
anticorpos previnem tanto a infecção inicial como a disseminação célula à célula. Além da neutralização, 
os anticorpos podem opsonizar partículas virais e promover sua eliminação pelos fagócitos. A ativação 
do complemento também pode participar na imunidade viral mediada por anticorpo, principalmente 
via promoção de fagocitose 
A eliminação de vírus residentes nas células é mediada por CTLs que matam as células 
infectadas. A maioria dos CTLs vírus-específicos são células T CD8 + que reconhecem peptídeos virais 
citosólicos, apresentados por moléculas de MHC classe I. 
Nas infecções latentes, o DNA viral persiste nas células hospedeiras, porém o vírus não se replica 
nem mata as células infectadas. A latência frequentemente é um estado de equilíbrio entre infecção 
e resposta imune. Os CTLs gerados em resposta ao vírus podem controlar a infecção, mas são incapazes 
de erradicá-la. 
Imunidade aos parasitas 
Os parasitas incluem protozoários unicelulares, vermes multicelulares complexos (helmintos) e 
ectoparasitas (p. ex.: carrapatos e ácaros). 
 Imunidade inata aos parasitas: 
A principal resposta imune inata aos protozoários é a fagocitose, mas muitos desses parasitas são 
resistentes ao killing fagocítico e podem até mesmo se replicar no interior dos macrófagos. 
 Imunidade adaptativa aos parasitas: 
O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem nos macrófagos é a imunidade 
celular, particularmente a ativação de macrófagos por citocinas derivadas de células Th1. 
A defesa contra muitas infecções helmínticas é mediada pela ativação de células Th2, a qual 
resulta em produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos. 
As respostas imunes adaptativas a parasitas também podem contribuir para a lesão tecidual. Alguns 
parasitas e seus produtos induzem respostas granulomatosas com fibrose concomitante. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Os parasitas evadem a imunidade protetora diminuindo a própria imunogenicidade e inibindo as 
respostas imunes do hospedeiro. Diferentes parasitas desenvolveram meios notavelmente efetivos de 
resistir à imunidade. 
Introdução a patologia 
Patologia é literalmente o estudo (logos) do sofrimento (pathos). Ela envolve a investigação das causas 
da doença e as alterações associadas em nível de células, tecidos e órgãos, que resultam em sinais e 
sintomas presentes no paciente. Ela abrange etiologia e patogenia. 
 A etiologia é a origem da doença, que inclui as causas funda�mentais e os fatores modificadores. 
Reconhece-se agora que as doenças mais comuns, como hipertensão, diabetes e câncer. 
 A patogenia refere-se às etapas do desenvolvimento da doença. 
Enquanto a etiologia se refere à por que a doença surge, a patogenia descreve como a doença se 
desenvolve. 
Ainda, é dividida em patologia geral e patologia sistêmica; a primeira enfoca as alterações das 
células e tecidos causadas por estímulos patológicos, enquanto a segunda examina as reações e 
anormalidades de diferentes órgãos especializados. 
As células sãoparticipantes ativos em seu ambiente, ajustando constantemente sua estrutura e função 
para se adaptarem às demandas de alterações e de estresse extracelular. Quando encontram um 
estresse fisiológico ou um estímulo patológico, podem sofrer uma adaptação, alcançando um novo 
estado constante, preservando sua viabilidade e função. As principais respostas adaptativas são 
hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia. Se a capacidade adaptativa é excedida ou se o estresse 
externo é inerentemente nocivo, desenvolve-se a lesão celular. 
Dentro de certos limites, a lesão é reversível e as células retornam a um estado basal estável; entretanto, 
um estresse grave, persistente e de início rápido resulta em lesão irreversível e morte das 
células afetadas. A morte celular é um dos eventos mais cruciais na evolução da doença em qualquer 
tecido ou órgão. É resultante de várias causas, incluindo isquemia (redução do fluxo sanguíneo), 
infecções, toxinas e reações imunes. A morte celular constitui também um processo essencial e normal 
na embriogênese, no desenvolvimento dos órgãos e na manutenção da homeostasia. 
OBS: estresse e lesão não apenas afeta a morfologia, mas também o estado funcional das células e 
tecidos. 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Adaptações celulares ao estresse 
As adaptações são alterações reversíveis em número, tamanho, fenótipo, atividade metabólica ou das 
funções celulares em resposta às alterações no seu ambiente. Elas podem ser tanto fisiológicas quanto 
patológicas. 
 Hipertrofia: 
A hipertrofia é um aumento do tamanho das células que resulta em aumento do tamanho do 
órgão. Ocorre quando as células possuem capacidade limitada de se dividir. O aumento da massa 
muscular não pode mais compensar a sobrecarga. Ocorre em tecidos incapazes de divisão celular. 
Fisiológica: Durante a gravidez, o aumento fisiológico maciço do útero ocorre como consequência da 
hipertrofia e hiperplasia do músculo liso estimulado pelo estrogênio 
Patológica: a é o aumento cardíaco que ocorre com hipertensão ou doença de valva aórtica 
 Hiperplasia: 
Aumento do número de células em resposta a hormônios e outros fatores de crescimento; ocorre 
em tecidos cujas células são capazes de se dividir ou que contenham abundantes células-tronco 
Fisiológica: hiperplasia hormonal e hiperplasia compensatória, na qual cresce tecido residual após a 
remoção ou perda da porção de um órgão. 
Patológica: A maioria das formas de hiperplasia patológica é causada por estimulação excessiva 
hormonal ou por fatores do crescimento. 
A hiperplasia é também uma resposta importante das células do tecido conjuntivo na cicatrização de 
feridas na qual os fibroblastos e os vasos sanguíneos que proliferam auxiliam o reparo 
O processo hiperplásico permanece controlado; se os sinais que a iniciam cessam, a hiperplasia 
desaparece. É essa sensibilidade aos mecanismos de controle de regulação normal que diferencia as 
hiperplasias patológicas benignas das do câncer. 
 Atrofia: 
Dor 
Ana Clara Silva Freitas 
É a diminuição do tamanho da célula, pela perda de substância celular. Embora as células atróficas 
tenham sua função diminuída, elas não estão mortas. 
As causas da atrofia incluem a diminuição da carga de trabalho, a perda da inervação, a diminuição do 
suprimento sanguíneo, a nutrição inadequada, a perda da estimulação endócrina e o envelhecimento 
(atrofia senil). 
Os mecanismos da atrofia consistem em uma combinação de síntese proteica diminuída e degradação 
proteica aumentada nas células. 
 Metaplasia: 
Alteração do fenótipo em células diferenciadas, sempre em resposta a irritação crônica que torna as 
células mais capazes de suportar o estresse; geralmente induzida por via de diferenciação alterada das 
células-tronco nos tecidos; pode resultar em redução das funções ou tendência aumentada para 
transformação maligna. 
Lesão e morte celular 
 
A lesão celular ocorre quando as células são estressadas tão excessivamente que não são mais capazes 
de se adaptar ou quando são expostas a agentes lesivos ou são prejudicadas por anomalias intrínsecas. 
Lesão celular reversível: Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas 
e funcionais são reversíveis se o estímulo nocivo for removido. 
 Alterações morfológicas: tumefação celular, alteração gordurosa, bolhas na membrana 
plasmática e perda das microvilosidades, tumefação das mitocôndrias, dilatação do RE, 
eosinofilia (devida à diminuição do RNA citoplasmático). 
Morte celular: Com a persistência do dano, a lesão torna-se irreversível e, com o tempo, a célula não 
pode se recuperar e morre. Quando o dano às membranas é acentuado, as enzimas extravasam dos 
lisossomos, entram no citoplasma e digerem a célula, resultando em necrose. 
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Dor 
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 Alterações morfológicas da necrose: aumento da eosinofilia; retração, fragmentação e 
dissolução nuclear; rompimento da membrana plasmática e das membranas das organelas; 
abundantes figuras de mie�lina; extravasamento e digestão enzimática dos conteúdos celulares. 
 Padrões de necrose tecidual: sob diferentes condições, a necrose tecidual assume padrões 
específicos: de coagulação, liquefativa, gangrenosa, caseosa, gordurosa e fibrinoide. 
Existem dois tipos de morte celular — necrose e apoptose — que diferem em suas morfologias, 
mecanismos e papéis na fisiologia e na doença. 
Causas da lesão celular: 
 Privação de oxigênio: 
A hipóxia, ou deficiência de oxigênio, interfere com a respiração oxidativa aeróbica e constitui uma 
causa comum e extremamente importante de lesão e morte celulares. A hipóxia pode ser distinguida da 
isquemia, que é a perda do suprimento sanguíneo em um tecido devido ao impedimento do fluxo 
arterial ou à redução da drenagem venosa. Enquanto a isquemia é a causa mais comum de hipóxia, 
a deficiência de oxigênio pode resultar também da oxigenação inadequada do sangue, como na 
pneumonia. 
 Agentes químicos: 
Enorme número de substâncias químicas que podem lesar as células é amplamente conhecido; mesmo 
substâncias inócuas, como glicose, o sal ou mesmo água, se absorvidas ou administradas em excesso 
podem perturbar o ambiente osmótico, resultando em lesão ou morte celular. 
 Fatores genéticos: 
Os defeitos genéticos causam lesão celular por causa da deficiência de proteínas funcionais, como os 
defeitos enzimáticos nos erros inatos do metabolismo ou a acumulação de DNA danificado ou proteínas 
mal dobradas, ambos disparando a morte celular quando são irreparáveis. 
 Desequilíbrios nutricionais: 
Deficiências/ excesso proteico-calóricas e as dietas ricas em gordura animal estão fortemente 
implicadas no desenvolvimento da aterosclerose, como também na vulnerabilidade aumentada a 
muitas desordens, incluindo o câncer. 
 Agentes físicos: 
O trauma, os extremos de temperatura, a radiação, o choque elétrico e as alterações bruscas na pressão 
atmosférica exercem profundos efeitos nas células. 
 Envelhecimento: 
A senescência celular leva a alterações nas habilidades re�plicativas e de reparo das células e tecidos. 
Essas alterações levam à diminuição da capacidade de responder ao dano e, finalmente, à morte das 
células e do organismo. 
 
 
 
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Mecanismos da lesão celular 
Os mecanismos biológicos que ligam determinada lesão com as manifestações celulares e tissulares 
resultantes são complexos, interconectados e intimamente intercombinados com muitas vias 
metabólicas intracelulares. 
OBS 1: A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e sua gravidade. 
OBS 2: As consequências de um estímulo nocivo dependem do tipo, status, adaptabilidade e fenótipo 
genético da célula lesada. A mesma lesão gera diferentes resultados dependendo do tipo celular 
Principais mecanismos da lesão celular: 
 Depleção de ATP: falha das funções dependentes de energia → lesão reversível → necrose.Lesão mitocondrial: depleção de ATP → falha nas funções celulares dependentes de energia → 
finalmente, necrose; sob algumas condições, extravasamento de proteínas que causam apoptose. 
 Influxo de cálcio: ativação de enzimas que danificam os componentes celulares e podem também 
disparar a apoptose. 
 Acúmulo de espécies reativas do oxigênio: modificação covalente de proteínas celulares, lipídios, 
ácidos nucleicos. 
 Aumento da permeabilidade das membranas celulares: pode afetar a membrana plasmática, 
membranas lisossômicas, membranas mitocondriais; tipicamente culmina em necrose 
 Acúmulo de DNA danificado e proteínas mal dobradas: dispara a apoptose. 
 
 
Correlações cilinicopatológicas 
 Lesão isquêmica e hipóxica: 
Isquemia ou redução do fluxo sanguíneo para um tecido é a causa mais comum de lesão celular aguda 
na doença humana. A isquemia, por causa da redução do fluxo sanguíneo, também compromete a 
distribuição de subs�tratos para a glicólise. Por essa razão, a isquemia lesa os tecidos mais 
rapidamente que a hipóxia. As principais alterações celulares em células privadas de oxigênio são a 
diminuição de geração de ATP, a lesão mitocondrial e a acumulação de ERO (espécies reativas de 
oxigênio), com suas consequências 
A alteração bioquímica mais importante nas células hipóxicas que leva a lesão celular é a 
redução da geração de ATP intracelular, como consequência do suprimento reduzido de 
oxigênio. Nesse estágio, as consequências funcionais podem ser graves, mas se o oxigênio for 
restaurado, todas essas perturbações serão reversíveis. 
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Se a isquemia persistir, sobrevirá lesão irreversível e necrose. A lesão irreversível está associada à 
intensa tumefação das mitocôndrias, lesão intensa das membranas plasmáticas e tumefação dos 
lisossomos. As células mortas podem ser substituídas por grandes massas compostas de fosfolipídios 
na forma de figuras de mielina. Estas, então, são fagocitadas por leucócitos ou degradadas em ácidos 
graxos que podem se tornar calcificados. 
 Lesão de isquemia-reperfusão: 
A restauração do fluxo sanguíneo para tecidos isquêmicos, mas não mortos, resulta, 
paradoxalmente, em morte das células que não estavam irreversivelmente lesadas. Essa tão 
conhecida lesão de isquemia-reperfusão é um processo clinicamente importante que pode contribuir 
significativamente para danos no tecido, em infartos do miocárdio e isquemia cerebral. 
 Lesão química (tóxica): 
As substâncias químicas induzem lesão celular por um dos dois mecanismos gerais: 
 Algumas substâncias químicas atuam diretamente pela combinação com um componente 
molecular crítico ou com uma organela celular. Por exemplo, no envenenamento por cloreto de 
mercúrio (como ocorre com a ingestão de frutos do mar contaminados. Nesses casos, o maior 
dano é mantido pelas células que usam, absorvem, excretam ou concentram os 
compostos. 
 Muitas outras substâncias químicas não são biologicamente ativas, mas devem ser primeiro 
convertidas a metabólitos tóxicos reativos, que então agem sobre as células-alvo. Essa 
modificação é normalmente realizada pelo citocromo P-450. 
Apoptose 
É um mecanismo regulado de morte celular, que elimina células indesejadas e células lesadas de modo 
irreparável, com reação mínima do hospedeiro. 
Caracterizada por degradação enzimática de proteínas e DNA, iniciada pelas caspases; reconhecimento 
e remoção das células mortas pelos fagócitos. 
Iniciada por duas vias principais: 
 A via mitocondrial (intrínseca): é iniciada pela perda dos sinais de sobrevivência, lesão de DNA 
e acúmulo de proteínas mal dobradas (estresse do RE); associada ao ex�travasamento de 
proteínas pró-apoptóticas da membrana mitocondrial para o citoplasma, onde inicia a ativação 
das caspases; inibida por membros antiapoptóticos da família Bcl, os quais são induzidos por 
sinais de sobrevivência, incluindo os fatores de crescimento. 
 A via do receptor de morte (extrínseca): é responsável pela eliminação de linfócitos 
autorreativos e lesão por linfócitos T citotóxicos; é iniciada pela participação dos receptores de 
morte (membros da família do receptor de TNF) pelos ligantes nas células adjacentes. 
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Autofagia 
A autofagia (“comer a si próprio”) refere-se à digestão lisossômica dos próprios componentes da 
célula. Constitui mecanismo de sobrevivência, em períodos de privação de nutrientes, de tal 
modo que a célula privada de alimento sobrevive ingerindo seu próprio conteúdo e recicla os conteúdos 
ingeridos para fornecer nutrientes e energia. 
A autofagia está envolvida também na remoção de proteínas anormalmente dobradas, por exemplo, em 
neurônios e hepatócitos. Portanto, a autofagia defeituosa pode ser a causa de morte de neurônios, 
induzida pelo acúmulo dessas proteínas, subsequentemente gerando doenças neurodegenerativas. 
 
Depósitos intracelulares anormais e calcificações 
Depósitos anormais de materiais nas células e tecidos são o resultado de ingestão excessiva, defeitos de 
transporte ou de catabolismo. 
 Depósitos de lipídeos: 
Degeneração gordurosa: acúmulo de triglicerídeos livres nas células, resultante da ingestão excessiva 
ou do transporte defeituoso (com frequência devido aos defeitos na síntese e transporte de proteínas); 
manifestação de lesão celular reversível. 
Depósito de colesterol: resultante de ingestão excessiva ou defeito de catabolismo; na aterosclerose, 
depósitos nos macrófagos e células musculares lisas da parede dos vasos. 
 Acúmulo de proteínas: proteínas reabsorvidas nos túbulos renais; imunoglobulinas nos 
plasmócitos. 
 Acúmulo de glicogênio: em macrófagos de pacientes com defeitos em enzimas lisossômicas que 
degradam glicogênio (doenças de armazenamento do glicogênio). 
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 Acúmulo de pigmentos: pigmentos indigeríveis, como carbono, lipofuscina (produto de 
degradação da peroxidação lipídica), ferro (geralmente devido à sobrecarga, como na 
hemossiderose). 
 Calcificações patológicas: 
Calcificação distrófica: deposição de cálcio em áreas de lesão celular e necrose. 
Calcificação metastática: deposição de cálcio em tecidos normais, causada por hipercalcemia 
(geralmente como consequência de excesso de paratormônio). 
Envelhecimento celular 
Resulta da combinação de lesões celulares que se acumulam (p. ex., por radicais livres), redução da 
capacidade de divisão (senescência replicativa) e redução da habilidade de reparar o DNA lesado. 
Acúmulo de lesões ao DNA: defeitos no mecanismo de reparo de DNA; inversamente, o reparo do DNA 
pode ser ativado pela restrição calórica conhecida por prolongar o envelhecimento em organismos-
modelo 
Senescência replicativa: capacidade reduzida de divisão celular devida ao encurtamento progressivo 
das extremidades cromossômicas (telômeros). 
Outros fatores: acúmulo progressivo de lesões metabólicas; prováveis papéis dos fatores de 
crescimento que promovem envelhecimento em organismos-modelo. 
Fisiopatologia da inflamação 
 
A inflamação é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, 
proteínas e outros mediadores e destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como 
as células e tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o processo de reparo. A 
inflamação realiza sua função protetora diluindo, destruindo ou neutralizando os agentes nocivos 
(p. ex., micróbios e toxinas). Além disso, ela pode ser aguda ou crônica, geralmente é controlada e 
autolimitada. 
Sem inflamação, as infecções prosseguiriam sem controle e as feridas jamais cicatrizariam. 
Embora a inflamação auxilie na remoção das infecções e outros estímulos nocivos e inicie o reparo, a 
reação inflamatória e o processo subsequente de reparo podem, contudo, causar danos consideráveis. 
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Normalmente, as moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo leucócitose 
proteínas plasmáticas, circulam no sangue, e o objetivo da reação inflamatória é trazê-las para 
o local da infecção ou da lesão tecidual. 
 
A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro em resposta 
a um estímulo nocivo. 
As manifestações externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais, são: 
1. Calor (aquecimento): perceptível nas superfície corporais, pela hiperemia e aumento do 
metabolismo local. 
2. Rubor (vermelhidão): diminuição de impulsos vasoconstritores. 
3. Tumor (inchaço): aumento da permeabilidade vascular. 
4. Dor: irritação química nas terminações nervosas e pela compressão mecânica (edema). 
5. Perda de função. 
Características gerais: 
 A inflamação é uma resposta protetora do hospedeiro a invasores estranhos e tecidos necróticos, 
porém ela mesma pode causar lesão tecidual; 
 Os principais componentes da inflamação são a reação vascular e a resposta celular; ambas 
são ativadas por mediadores derivados das proteínas plasmáticas e de várias células; 
 As etapas da resposta inflamatória podem ser lembradas como os cinco erres: (1) reconhecimento 
do agente lesivo, (2) recrutamento dos leucócitos, (3) remoção do agente, (4) regulação 
(controle) da resposta e (5) resolução (reparo). 
 O resultado da inflamação aguda é a eliminação do estímulo nocivo, seguida do declínio da 
reação e o reparo do tecido lesado ou lesão persistente que resulta em inflamação crônica. 
Inflamação aguda 
A inflamação aguda é uma resposta rápida que leva 
leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais da lesão. 
Uma vez lá, os leucócitos removem os invasores e iniciam 
o processo de digerir e se livrar dos tecidos necróticos. 
A inflamação aguda possui dois componentes principais: 
1. Alterações vasculares: alterações do calibre 
vascular que resultam em aumento do fluxo 
sanguíneo (vasodilatação) e alterações nas 
paredes vasculares que permitem que as 
proteínas plasmáticas deixem a circulação 
(aumento da permeabilidade vascular). Além 
disso, as células endoteliais são ativadas, 
resultando no aumento de adesão dos leucócitos e 
sua migração através das paredes dos vasos. 
2. Eventos celulares: emigração dos leucócitos da 
microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão 
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(recrutamento e ativação celular), tornando-os aptos para eliminar o agente agressor. Os 
principais leucócitos na inflamação aguda são os neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares). 
Estímulos para a inflamação aguda: 
 Infecções; 
 Trauma; 
 Necrose tecidual; 
 Corpos estranhos; 
 Reações 
imunológicas/hipersensibilidade.
Reconhecimento de Micróbios, Células Necróticas e Substâncias Estranha: 
Uma questão fundamental relacionada à ativação da resposta do hospedeiro é de que modo as células 
reconhecem a presença de agentes potencialmente prejudiciais, como micróbios. 
Esses receptores são chamados de “receptores-padrão de reconhecimento” por reconhecerem 
estruturas (isto é, padrões moleculares) que são comuns a muitos microrganismos ou células mortas. 
As duas mais importantes famílias desses receptores são: 
 Receptores do tipo Toll (TLRs): estão localizados nas membranas plasmáticas e nos 
endossomos, e são capazes de detectar microrganismos extra e intracelulares. 
 Inflamassomo: reconhece produtos das células mortas, como ácido úrico e ATP extracelular. A 
ativação do inflamossomo resulta na ativa�ção de uma enzima chamada caspase 1, que cliva as 
formas precursoras da citocina inflamatória interleucina 1b(IL-1b) em sua forma 
biologicamente ativa (a IL-1 é um importante mediador no recrutamento de leucócitos na 
resposta inflamatória aguda) 
 Alterações vasculares: 
As principais reações vasculares da inflamação aguda são o aumento do fluxo sanguíneo 
resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, ambos destinados a trazer 
células sanguíneas e proteínas para os sítios de infecção ou lesão. 
 Alterações no fluxo e calibre vasculares: 
Após vasoconstrição transitória (que dura apenas segundos), ocorre vasodilatação das arteríolas, 
resultando em aumento do fluxo sanguíneo e abertura dos leitos capilares. Isso é a causa da 
vermelhidão (eritema) e calor. 
Como a microcirculação torna-se mais permeável, o líquido rico em proteínas extravasa para dentro 
dos tecidos extravasculares. A perda de líquido faz com que as hemácias fiquem mais 
concentradas, aumentando, assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade da circulação. 
Essas alterações são refletidas, microscopicamente, pela presença de numerosos pequenos vasos 
dilatados, repletos de hemácias, um processo chamado estase. 
Quando a estase se desenvolve, os leucócitos (principalmente os neutrófilos) começam a se acumular 
ao longo da superfície endotelial vascular, um processo chamado marginação. 
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 Aumento da permeabilidade vascular: 
Leva à saída de líquido rico em 
proteínas e células sanguíneas para os 
tecidos extravasculares. O acúmulo de 
líquido rico em proteínas resultante é 
chamado exsudato. Os exsudatos devem 
ser distinguidos dos transudatos, que são 
acúmulos de líquido intersticial, causados 
pelo aumento da pressão hidrostática, 
geralmente como consequência da 
redução do retorno venoso. 
Resumindo: 
A vasodilatação é induzida por 
mediadores químicos como a histamina e é a causa de eritema e estase do fluxo sanguíneo. 
O aumento da permeabilidade vascular é induzido pela histamina, cininas e outros mediadores que 
produzem aberturas entre as células endoteliais; por lesão endotelial direta ou induzida por leucócito 
e pelo aumento da passagem de líquidos através do endotélio; o aumento da permeabilidade 
vascular permite a entrada de leucócitos e proteínas plasmáticas nos locais da infecção ou da 
lesão do tecido; o líquido que extravasa dos vasos sanguíneos resulta em edema. 
 Eventos celulares: recrutamento e ativação dos leucócitos: 
Uma importante função da resposta inflamatória é transportar os leucócitos ao local da lesão e ativá-
los. Os leucócitos ingerem agentes ofensivos, destroem bactérias e outros micróbios, e eliminam os 
teci�dos necróticos e substâncias estranhas 
Normalmente, os leucócitos fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, eles têm de ser 
parados e levados ao agente agressor ou ao local da lesão tecidual, sítios tipicamente 
extravasculares. 
 Os leucócitos são recrutados do sangue para o tecido extravascular, onde estão localizados os 
patógenos infecciosos ou tecidos lesados, e são ativados para executar suas funções. 
 O recrutamento dos leucócitos é um processo de múltiplas etapa, consistindo em aderência 
transitória e rolagem no endotélio (mediadas por selectinas), aderência firme ao endotélio 
(mediada por integrinas) e migração por entre os espaços interendoteliais. 
 Várias citocinas promovem expressão de selectinas e ligantes de integrina no endotélio (TNF, IL-
1), aumentam a afinidade das integrinas por seus ligantes (quimiocinas) e promovem a migração 
direcional dos leucócitos (também quimiocinas); muitas dessas citocinas são produzidas pelos 
macrófagos do tecido e outras células que respondem aos patógenos ou tecidos lesados. 
 Os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório inicial e são depois substituídos pelos 
macrófagos. 
 Os leucócitos podem eliminar micróbios e células mortas através de fagocitose seguida de 
destruição nos fagolisossomas. 
 A destruição é causada por radicais livres (ERO,NO) gerados nos leucócitos ativados e nas 
enzimas lisossômicas. 
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 As enzimas e as ERO podem ser liberadas para o meio extracelular. 
 Os mecanismos que funcionam para eliminar micróbios e células mortas (que é o papel 
fisiológico da inflamação) também são capazes de lesar tecidos normais (consequên�cias 
patológicas da inflamação). 
OBS: inflamação aguda possui um dos três resultados:resolução, regeneração e reparo; inflamação 
crônica ou cicatrização 
 Mediadores químicos: 
Os mediadores podem ser produzidos localmente pelas células no local da inflamação ou circular no 
plasma (sintetizados pelo fígado), como precursores inativos que são ativados no local da inflamação. 
Derivados de células: 
 Aminas vasoativas: histamina, serotonina: seus principais efeitos são a vasodilatação e o 
aumento da permeabilidade vascular. 
 Metabólitos do ácido araquidônico — prostaglandinas e leucotrienos: existem em várias 
formas e estão envolvidos nas reações vasculares, na quimiotaxia dos leucócitos e outras reações 
da inflamação; são antagonizados pelas lipoxinas. 
 Citocinas: proteínas produzidas por muitos tipos celulares, geralmente atuam em curto alcance; 
medeiam múltiplos efeitos, principalmente no recrutamento e migração dos leucócitos; as 
principais na inflamação aguda são TNF, IL-1, IL-6 e quimiocinas. 
 ERO, espécies reativas do oxigênio: papel na destruição microbiana e lesão tecidual. 
 Óxido nítrico: vasodilatação, destruição microbiana. 
 Enzimas lisossômicas: papel na destruição microbiana, lesão tecidual 
OBS 1: são sintetizados sob demanda (estímulo) e possuem ação mais tardia: prostaglandinas, 
leucotrienos, citocinas e óxido nítrico. 
OBS 2: possuem ação rápida e precoce: histamina, serotononina e enzimas lisossomais/proteases. 
Derivados de proteínas plasmáticas: 
 Proteínas do complemento: a ativação do sistema complemento por micróbios ou anticorpos 
leva à geração de vários produtos de degradação que são responsáveis pela quimiotaxia dos 
leucócitos, opsonização e fagocitose de micróbios e outras partículas e destruição celular. 
 Proteínas da coagulação: a ativação do fator XII desencadeia a coagulação, as cininas e as 
cascatas do complemento e ativa o sistema fibrinolítico. 
 Cininas: produzidas por clivagem proteolítica dos precursores, modulam a reação vascular e a 
dor. 
Inflamação crônica 
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos) na qual 
inflamação ativa, destruição tecidual e reparação por fibrose ocorrem simultaneamente. 
OBS: Ao contrário da inflamação aguda, que é caracterizada pelas alterações vasculares, edema e 
infiltrado predominantemente neutrofílico, a inflamação crônica caracteriza-se por um 
conjunto de alterações, são elas: 
 Infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos e plasmócitos; 
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 Destruição tecidual, francamente induzida pelos produtos das células inflamatórias. 
 Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e fibrose. 
Características da inflamação crônica: 
 Resposta prolongada do hospedeiro a estímulos persistentes. • 
 Causada por microrganismos que resistem à eliminação, por respostas imunes a antígenos 
próprios ou ambientais e por algumas substâncias tóxicas (p. ex., sílica); fundamenta muitas 
doenças importantes do ponto de vista médico. 
 Caracterizadas por inflamação persistente, lesão tecidual, tentativas de reparo por cicatrização 
e resposta imune. 
 Infiltrado celular constituído por macrófagos ativados, linfócitos e plasmócitos, frequentemente 
com fibrose proeminente. 
 Mediada por citocinas produzidas pelos macrófagos e linfócitos (principalmente linfócitos T); as 
interações bidirecionais entre essas células tendem a amplificar e prolongar a reação 
inflamatória 
 Células e mediadores da inflamação crônica: 
Macrófagos e linfócitos. 
Mesmo antes do término da reação inflamatória, o corpo inicia o processo de curar a lesão e restaurar 
a estrutura e a função normal. Esse processo é chamado de reparo, e envolve proliferação e 
diferenciação de vários tipos celulares e depósito de tecido conjuntivo. 
Os macrófagos apresentam os antígenos às células T, expressam moléculas de membrana (chamadas 
coestimuladoras) e produzem citocinas (IL-12 e outras) que estimulam as respostas da célula T. 
Os linfócitos T ativados, por sua vez, produzem citocinas, descritas anteriormente, que recrutam e 
ativam macrófagos e depois promovem mais apresentação do antígeno e mais secreção de citocinas. O 
resultado é um ciclo de reações celulares que abastece e mantém a inflamação crônica 
Efeitos sistêmicos da inflamação 
Febre: citocinas (TNF, IL-1) estimulam a produção de prostaglandinas no hipotálamo. 
Produção de proteínas de fase aguda: proteína C reativa, outras; síntese estimulada por citocinas (IL-
6, outras) atuando nas células hepáticas. 
Leucocitose: citocinas (CSFs) estimulam a produção de leucócitos a partir de precursores na medula 
óssea. 
Em algumas infecções graves, choque séptico; queda da pressão sanguínea, coagulação intravascular 
disseminada, anormalidades metabólicas; induzidas por altos níveis de TNF. 
Mesmo antes do término da reação inflamatória, o corpo inicia o processo de curar a lesão e restaurar 
a estrutura e a função normal. Esse processo é chamado de reparo, e envolve proliferação e 
diferenciação de vários tipos celulares e depósito de tecido conjuntivo. 
 
 
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Dor e inflamação 
A origem de toda dor é a inflamação e a resposta inflamatória. 
Os mediadores bioquímicos da inflamação incluem citocinas, neuropeptídeos, fatores de crescimento e 
neurotransmissores. 
Independentemente do tipo de dor, seja dor aguda ou crônica, dor periférica ou central, dor nociceptiva 
ou neuropática, a origem subjacente é a inflamação e a resposta inflamatória. A ativação de receptores 
de dor, transmissão e modulação de sinais de dor, neuroplasticidade e sensibilização central são todos 
um continuum de inflamação e resposta inflamatória. 
 Ativação e sensibilidade: As células imunes liberam mediadores que modulam a atividade do 
neurônio nociceptor e a sensibilidade à dor. Os nociceptores, por sua vez, liberam neuropeptídeos e 
neurotransmissores que atuam nas células imunes inatas e adaptativas para modular sua função. 
OBS: Um cross-talk bidirecional entre neurônios sensoriais nociceptivos e células imunes regula 
ativamente a dor e a inflamação. 
 Síndromes de dor inflamatória: 
Artrite: constância da degradação eremodelamento do tecido ósseo e da ECM. 
Fibromialgia: Resposta desencadeada por alérgenos, agentes infecciosos, exposição química ou 
estresse emocional. 
Métodos diagnósticos laboratoriais na inflamação 
 PCR: proteína C reativa 
A proteína C reativa (PCR) é uma das proteínas de fase aguda (PFA), produzida no fígado. Proteínas de 
fase aguda são aquelas cuja concentração sérica aumenta ou diminui pelo menos 25% durante estados 
inflamatórios. 
A dosagem da PCR não sofre interferência da presença de anemia, policitemia, esferocitose, 
macrocitose, insuficiência cardíaca congestiva ou de hipergamaglobulinemia. 
Na presença de clínica sugestiva, sua maior utilidade está na pesquisa de estados inflamatórios, sem, 
todavia, distinguir com precisão o mecanismo etiológico. Ocorrem elevações não só em infecção, mas 
na presença de inflamação sistêmica por artrite reumatoide, no infarto do miocárdio, na pancreatite 
necrotizante, em politrauma, em neoplasias, em vasculites e até possivelmente em alguns casos de 
síndrome serotoninérgica, para citar apenas algumas situações. 
Em geral, inflamações leves e infecções virais conduzem a elevações na faixa de 10-40 mg/L, enquanto 
inflamações mais graves e infecção bacteriana, concentrações séricas entre 40-200 mg/L. 
Alguns autores sugerem 50 a 100 mg/L como concentração sérica ótima para separar a sepse da 
síndrome da resposta inflamatória sistêmica. 
É um diagnóstico inespecífico. Para ser específico precisa estar associado a: 
 AST, ALT, FAL, EET Indicam lesão hepática. 
 Sumário de urina, CREA e ureia Indicam lesão renal 
 VHS: 
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A VHS, velocidade com que os eritrócitos se sedimentam no plasma (hemossedimentação), 
depende da concentraçãode fibrinogênio (que é uma PFA), sendo medida indireta dessa concentração. 
É influenciada pela forma, tamanho e número dos eritrócitos, assim como por outros componentes do 
plasma, como as imunoglobulinas. Isso pode resultar em imprecisão e erro. Está em desuso e sendo 
“substituído” pelo PCR. 
 Hemograma: 
Avalia plaquetas, eritrócitos e leucócitos. 
Eritograma: Quando alterado pode ser um sugestivo para o diagnóstico das principais anemias. 
A avaliação da série vermelha envolve diferentes parâmetros, que vão desde a quantificação dos 
eritrócitos até a verificação da sua morfologia microscopicamente. 
Leucograma: Os leucócitos são células importantes na defesa do organismo. Sua produção ocorre na 
medula óssea, e de forma temporária eles permanecem no sangue. No exame, os neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos, linfócitos e monócitos são de grande importância. 
 Aumento de neutrófilo (neutrofilia + DE): indica inflamação por bactéria. 
 Aumento de linfócitos e presença de linfócitos atípicos: indicam infecção viral. 
 
Plaquetograma: indica sangramento, trombose, etc. 
As plaquetas têm o seu tempo de vida de até doze dias. Estas são importantes no processo inicial da 
hemostasia, sendo responsáveis por promover agregação e adesividade que são fundamentais no 
tamponamento e processo inicial da cicatrização.

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