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2 ÍNDICE DIREITO EMPRESARIAL 3 Fontes do Direito Empresarial 3 1 Atividade empresária e não empresária 3 2 Estabelecimento 4 Escrituração 4 3 Registro 5 4 Balanço patrimonial 5 5 Das Sociedades 5 Sociedade em Conta de Participação. 6 5.1 Sociedade Simples 6 6 Sociedade limitada 6 7 Sociedade anônima - Lei 6.404/76 7 EIRELI - EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 9 8 Contratos empresariais 10 Regime jurídico 10 9 Propriedade industrial 11 Propriedade industrial 11 Bens da Propriedade Industrial 12 Patenteabilidade 12 A) INVENÇÕES 12 B) MODELO DE UTILIDADE 12 C) MARCA 13 D) DESENHO INDUSTRIAL - DESIGN 13 10 Títulos de Crédito 13 11 Falência e Recuperação judicial e extrajudicial 17 Regras Gerais Da Recuperação Judicial e da Falência 17 DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL e EXTRAJUDICIAL 19 PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 20 Restrições sofridas pelo devedor durante a recuperação 21 DA FALÊNCIA 22 Da Classificação dos Créditos 23 12 Alienação Fiduciária de Coisa Imóvel (Lei 9.514/97) 25 13 Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte – LC 123/2006 25 14. ARBITRAGEM 26 3 DIREITO EMPRESARIAL Ramo do Direito que tem por objeto a regulamentação das atividades econômicas de produção e circulação de bens e serviços. Com o advento do novo Código Civil, livro II, parte especial, Do Direito de Empresa, convencionou-se chamar de Direito Empresarial o conjunto de legislações, públicas e privadas, que regem as empresas e sociedades nacionais. Ramos: Direito Comercial, Societário, Econômico, Consumidor, Cambiário, Falimentar, Concorrencial entre outros. Fontes do Direito Empresarial a) Material ou real: diz respeito a fatores éticos, sociológicos, históricos, políticos etc., que produzem o direito e determinam o conteúdo das normas. b) Formal: neste ponto temos as normas que demonstramos meios empregados pelo jurista para conhecer o direito da empresa. A fonte formal é o modo de manifestação do direito mediante o qual os juristas conhecem e descrevem o fenômeno jurídico. As fontes formais podem ser: •Estatais: ou seja, as legislativas (leis, decretos, Constituição Federal, Código Civil etc.); jurisprudenciais(sentenças, acórdãos, súmulas); e as convencionais(tratados e convenções internacionais). • Não estatais: abrangem o direito consuetudinário (costumes, usos e práticas mercantis), o direito científico (a doutrina) e os negócios jurídicos. Hierarquia legal A Constituição é soberana. A lei especial prefere a geral. a) Legislação empresarial. b) Legislação civil. c) Jurisprudência. d) Tratados internacionais. e) Usos e práticas mercantis. f) Analogia. g) Doutrina. h) Princípios gerais do direito. i) Direito comparado 1 Atividade empresária e não empresária Empresa Art. 966 CC/2002 “Organização dos fatores de produção predisposta ao exercício da atividade econômica de produção ou de circulação de bens ou de serviços” Atividade Empresarial a) Profissionalismo: que o empresário atue com habitualidade, em nome próprio e com domínio sobre os produtos e serviços que coloca no mercado. b) Atividade de produção, circulação de bens ou prestação de serviços c) fim lucrativo d) organização dos fatores de produção: capital, matéria prima, mão de obra e tecnologia. Atividade não empresarial § único 966 Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Ex. Dentistas, advogados Caiu Assim1: 1 XVII Exame Unificado. 49. Assinale a alternativa correta em relação aos conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial. A) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da empresa, pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas. B) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 100.000,00 (cem mil reais). C) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional. D) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio. Comentário: Art. 966 CC2. 4 2 Estabelecimento Também chamado de fundo de comércio3 ou azienda. Art. 1142 CC: conjunto de bens (corpóreos e incorpóreos) INDISPENSÁVEL para o exercício da atividade empresarial. Imóvel, p.ex., é elemento integrante do estabelecimento. “Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens reunidos pelo empresário para a exploração de sua atividade econômica.” Fábio Ulhôa Coelho. Conjunto de coisas perfeitamente individualizadas e autônomas, que se congregam, pela vontade do comerciante, a fim de possibilitá-lo a exercer o seu comércio, servindo de instrumentos de suas atividades. Compõe o Estabelecimento os bens diretamente ligados a atividade empresarial. O patrimônio nem sempre será estabelecimento: um prédio da empresa que é alugado para terceiros, uma fazenda que pertença à sociedade... STJ Súmula nº 451 - 02/06/2010. Legitimidade - Penhora da Sede do Estabelecimento Comercial. É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. (como exceção quando não houver outros bens e este não sirva de residência para o empresário e sua família) Natureza jurídica Objeto unitário de direito. Universalidade de fato4: decorre da vontade do empreendedor. Não tem existência própria, diversa das atividades profissionais do comerciante. São coisas que adquirem um valor patrimonial, mas que não podem ser sujeitos de direito ou assumir obrigações. Trespasse Contrato de compra e venda de estabelecimento empresarial. Ocorre a transferência da titularidade do estabelecimento. Difere-se da cessão de cotas. Na cessão de cotas não haverá transferência da titularidade do estabelecimento, mas sim a modificação do quadro societário. Formalidades: 1. Contrato deve ser averbado na Junta comercial. Art. 1144 CC 2. Publicação na imprensa oficial. A não observância gera efeitos entre as partes. 3. Pagamento de todos os credores em caso de insolvência para a eficácia da alienação. Art. 1145 CC. Ocorrendo, o credor deve ajuizar pedido de falência. Lei 11.101/2005. Art. 94,III, c5. Declarado ineficaz o ato retorna-se ao status quo ante.6 Estabelecimento Principal De fundamental importância em diversos campos do direito, da administração, fiscal, internacional, concorrencial. É o lugar onde o comerciante tem a sede de sua atividade, onde governa ou dirige os seus negócios. É onde se encontra o centro irradiador de toda a atividade da empresa. Seg. Rubens Requião é aquele lugar em que se situa a chefia da empresa. Escrituração Escrituração é o registro sistemático das operações de uma empresa. A escrituração constitui um paradigma gráfico com informações relevantes o qual é usado pelo empresário na administração do negócio e pelas autoridades na fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas pela empresa. O contexto tecnológico atual recomenda que o vocábulo “livro” deva receber novo significado, designando não apenas livros em papel, mas todos os “instrumentos de escrituração”. Há livros obrigatórios, de caráter geral e especial, e livros facultativos. A lei brasileira estabelece o conteúdo dos livros, as formalidades extrínsecas e intrínsecas que deverão atender e o método de escrituração. Em princípio, os livros empresariais são invioláveis. Portanto, possuem força probatória. Sempre 2 Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizadapara a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 3 Ulhoa entende como fundo de comercio. 4 A universalidade de direito decorre da vontade da lei (ex. massa falida, herança). 5 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. 6 Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. 5 poderão fazer prova contra o empresário. E, se escriturados regularmente, poderão também fazer prova a favor do empresário. Assim, a legislação prevê casos específicos de exibição. Os livros e documentos de escrituração deverão ser mantidos pela empresa até que as obrigações registradas sejam atingidas pela prescrição ou pela decadência. 3 Registro É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento. Arts. 967 à 971 CC e Arts. 1.150 à 1.154 CC. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 CC e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Caiu Assim7: 4 Balanço patrimonial O Balanço Patrimonial é um relatório contábil gerado após o registro de todas as movimentações financeiras de uma empresa em determinado período. Esses registros dos fatos contábeis são aqueles que constam no livro diário da empresa. Essa demonstração informa toda a situação patrimonial, ou seja, os bens, direitos e obrigações de uma empresa. Além disso, é possível identificar todos os investimentos e suas fontes de recursos. Código Civil Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele. Art. 1.186. O livro Balancetes Diários e Balanços será escriturado de modo que registre: I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários; II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício. 5 Das Sociedades As sociedades estão reguladas nos arts. 981 á 1149 do Código Civil. Personalidade Jurídica: Art. 40 e seguintes CC. As sociedades empresárias são pessoas jurídicas de direito privado interno. 7 XIX Exame Unificado 8 Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos deste artigo. § 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste Livro serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o local da sede do empresário ou da sociedade, e em jornal de grande circulação. § 2o As publicações das sociedades estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais da União e do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou agências. § 3o O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publicado por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores. 50. Servidor da Junta Comercial verificou que o requerimento de alteração contratual de uma sociedade limitada com vinte e dois sócios e sede no município de Solidão não foi assinado pelo administrador, mas por mandatário da sociedade, com poderes específicos. O requerimento foi instruído com uma nova versão do contrato social desacompanhada da ata da deliberação que a aprovou. O referido servidor determinou que fosse sanada a pretensa irregularidade. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta. A) O servidor não agiu corretamente porque cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, fiscalizar apenas a observância das formalidades extrínsecas ao ato, e não formalidades intrínsecas relativas aos documentos apresentados; portanto, a alteração deveria ser arquivada. B) O servidor agiu corretamente porque cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, fiscalizar a observância das prescrições legais concernentes ao ato ou aos documentos apresentados; havendo irregularidades, deve ser notificado o requerente para saná-las. C) O servidor não agiu corretamente porque as irregularidades apresentadas no enunciado são insanáveis por se referirem a requisitos substanciais e de validade do documento, bem como de representação da pessoa jurídica. D) O servidor agiu corretamente porque somente o administrador, como órgão da pessoa jurídica, tem legitimidade para pleitear o arquivamento da alteração contratual; havendo irregularidades, deve ser notificado o requerente para saná-las. Comentário: Literalidade do Art. 1.152 do Código Civil.8 6 As sociedades personificadas (arts. 997 a 1.101 do CC/2002) possuem personalidade jurídica, que é adquirida com o registro, nos termos do art. 985 e do art. 1.150, CC. As sociedades empresárias poderão ser das seguintes espécies: 1) sociedade em nome coletivo; 2) sociedade em comandita - simples e por ações; 3) sociedade limitada; 4) sociedade anônima. As sociedades não personificadas, ou despersonificadas (arts. 986 a 996 do CC/2002), por sua vez, não possuem personalidade jurídica, por não possuírem registro nos órgãos empresariais. São espécies de sociedades não personificadas a sociedade em conta de participação e a sociedade em comum (art. 986 CC), também chamada de irregular ou de fato. A sociedade comum (irregular ou de fato) é despersonificada por não possuir contrato social ou por este não ter sido registrado na Junta Comercial ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Trata-se, assim, de desídia dos sócios, e, não, de vedação legal, como na sociedade em conta de participação. Nesse tipo de sociedade, os sócios respondem de modo solidário e ilimitado pelas dívidas sociais. Sociedade em Conta de Participação. O Código Civil trata da SCP nos arts. 991 a 996. Diz que sua constituição “independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito” (art. 992). A informalidade refere-se ao contrato social, que produz efeitos somente entreos sócios e prescinde de registro. A forma verbal “provar” refere-se à existência da SCP (que, embora por contrato sem formalidades e sem registro, pode ser provada). A informalidade, portanto, não constitui obstáculo ao cumprimento das obrigações que resultarem da realização do objeto social da SCP. 5.1 Sociedade Simples Código Civil Art. 997, 966 § único, 982. As sociedades simples foram introduzidas pelo novo Código Civil em substituição às sociedades civis, abrangendo aquelas sociedades que não exercem atividade própria de empresário (art. 982), isto é atividades não empresariais ou atividade de empresário rural. Assim, à luz das atividades desenvolvidas pode-se dizer se uma sociedade é simples ou empresária. Em se tratando de sociedade simples, a mesma pode assumir a forma de uma dos tipos societários destinados às sociedades empresárias previstos no novo Código Civil, quais sejam, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, e sociedade limitada. Caiu Assim9: 6 Sociedade limitada A sociedade limitada é regulada pelo Código Civil nos artigos 1052 e 1087. A sociedade limitada (LTDA) é aquela formada por duas ou mais pessoas, podendo ser pessoa natural ou jurídica, com capital social dividido em quotas. A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas quotas, mas todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. 9 XVIII Exame Unificado 51. O contrato da sociedade do tipo simples Angélica Médicos Associados é omisso quanto à possibilidade de sucessão por morte de sócio. Inocência, uma das sócias, consulta você para saber qual a regra prevista no Código Civil para esse caso. Você respondeu corretamente que, com a morte de sócio, A) opera-se a dissolução da sociedade de pleno direito. Caberá a liquidação da quota do sócio falecido, cujo valor, considerado pelo montante efetivamente realizado, será apurado, com base no último balanço aprovado, salvo disposição contratual em contrário. B) opera-se a sucessão dos herdeiros do sócio falecido na sociedade. Os herdeiros poderão pleitear o levantamento de balanço de resultado econômico para verificação da situação patrimonial da sociedade à data do óbito, salvo disposição contratual em contrário. C) opera-se a resolução da sociedade em relação ao sócio falecido. Caberá a liquidação da quota do falecido, cujo valor, considerado pelo montante efetivamente realizado, será apurado, com base na situação patrimonial da sociedade à data do óbito, verificada em balanço especialmente levantado, salvo disposição contratual em contrário. D) opera-se a substituição do sócio falecido mediante acordo dos sócios remanescentes com os herdeiros. Os herdeiros poderão pleitear a liquidação da quota com base no valor econômico da sociedade, a ser apurado em avaliação por três peritos ou por sociedade especializada, mediante laudo fundamentado, salvo disposição contratual em contrário. Comentário: os artigos 1.028 à 1.038 do CC tratam da resolução, encerramento e dissolução da Sociedade Simples. 7 10 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA O capital social, sem limite para a sua formação, é dividido em quotas de valor igual ou não, e pode ser integralizado em moeda corrente, bens ou direito, sendo vedado a contribuição para o capital com a prestação de serviços. O nome empresarial a ser adotado poderá ser firma ou denominação, acrescido da palavra final ‘limitada’, por extenso ou abreviada (LTDA). Um sócio pode ser excluído de uma sociedade limitada em duas situações: caso não pague o valor acordado no contrato social, ou quando coloca em perigo a existência e o funcionamento da empresa — como a quebra de um contrato ou uma de suas cláusulas. Publicações: Passa a ser obrigatória a publicação de anúncio de convocação para as assembleias de sócios, quando necessárias (as assembleias). Renúncia do administrador, redução do capital social, dissolução, fusão, cisão e incorporação da sociedade – deverão ser publicados em jornais. Sócios Cônjuges: A proibição legal existe quando casados sob o regime da comunhão universal de bens ou obrigatória (maiores de 60 anos); razão pela qual, tem-se sugerido, conforme o caso, a mudança do regime de bens, agora permitido pela nova legislação. Sócios Estrangeiros: A redação do artigo 1.134 dá margem à discussão sobre a possibilidade de sócios estrangeiros participarem, no Brasil, por intermédio das limitadas. Caiu Assim10: 7 Sociedade anônima - Lei 6.404/76 A Sociedade Anônima possui o capital dividido em partes iguais chamadas ações, e tem a responsabilidade de seus sócios ou acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Quanto a sua natureza jurídica a Sociedade Anônima constitui-se pessoa jurídica de direito privado, mesmo que constituída com capitais públicos, em todo ou em parte, e qualquer que seja o seu objeto, ela será sempre mercantil e se regerá pelas leis do comércio. Principais características da Sociedade Anônima: É uma sociedade de capitais. Nelas o que importa é a aglutinação de capitais, e não a pessoa dos acionistas, inexistindo o chamado "intuito personae" característico das sociedades de pessoas; Divisão do capital em partes iguais, em regra, de igual valor nominal – ações. É na ação que se materializa a participação do acionista; Responsabilidade do acionista limitada apenas ao preço das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa dizer que uma vez integralizada a ação o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional, nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da companhia; As ações, em regra, podem ser livremente cedidas, o que gera uma constante mutação no quadro de acionistas. Entretanto, poderá o Estatuto trazer restrições à cessão, desde que não impeça jamais a negociação. Desta forma, as ações são títulos circuláveis, tal como os títulos de crédito; Possibilidade de subscrição do capital social mediante apelo ao público; Uso exclusivo de denominação social ou nome fantasia; Pode ser Companhia aberta ou fechada. Na Companhia ou Sociedade aberta os valores mobiliários de sua emissão são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. Na fechada, não. Há necessidade de que a Sociedade registre a emissão pública de ações no órgão competente – Comissão de Valores Mobiliários. A Companhia ou Sociedade Anônima pode ser constituída por subscrição pública (quando dependerá de prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários e haverá a intermediação obrigatória de instituição financeira) ou por subscrição particular (quando poderá fazer-se por deliberação dos subscritores em assembleia geral ou por escritura pública). Questão 50. Paula, sócia administradora de Nova Trento Serviços Automotivos Ltda., cujo capital encontra-se parcialmente integralizado, comunica aos demais sócios que pretende se afastar da administração e indicar sua mãe Maria para a administração. O sócio Dionísio consulta seu(sua) advogado(a) para saber a legalidade da indicação e eventual eleição, porque Maria não integra o quadro social. O(A) advogado(a) respondeu corretamente que a indicação é A) legal, desde que seja aprovada pela unanimidade dos sócios diante da não integralização do capital social. B) ilegal, porque não existe no contrato cláusula de regência supletiva pela Lei de Sociedades por Ações. C) legal, desde que seja inserida no contrato previamente a possibilidade de a administração ser exercida por não sócio. D) ilegal, pois o capital social deveria estar integralizado para que a indicação seja aprovada por maioria de três quartos do capital. Comentário: Art. 1.061. CC. A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização. A administração pode ser exercida por sócio ou não sócio devidamentenomeado. 8 11 XX Exame Unificado A sociedade anônima, também referida pela expressão "companhia", é a sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécies de valor mobiliário, na qual os sócios, chamados acionistas respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem. A semântica da palavra "Companhia" vem da junção de "cum" (com) mais "panis" (pão), ou seja, unir o pão. Isso nos remete à ideia de família que é a forma como surgiram as primeiras sociedades. São mencionados dois empreendimentos, cujas características se aproximam deste tipo de sociedade, conforme mencionada Marcelo M. Bertoldi: O primeiro deles foi o chamado Banco São Jorge, surgido em Gênova no ano de 1407. O segundo empreendimento citado pela doutrina como sendo precursor das sociedades anônimas é a Companhia Holandesa das Índias Orientais, criada em 1604, seguida pela Companhia das Índias Ocidentais, constituída em 1621. Em relação ao segundo empreendimento, descreve o autor de que as primeiras de muitas Companhias Coloniais objetivavam explorar o Novo Mundo, o que se podia fazer mediante altos investimentos, foi quando encontram a fórmula da união de capital social com o capital privado, fracionando-se em partes de pequeno valor e para que um grande número de pessoas pudesse investir no negócio, por ser altamente lucrativo. Em 1807, o Código Comercial Francês, no qual as sociedades anônimas foram mencionadas como instituições jurídicas, não mais dependendo de outorgas privilegiadas pelo Estado, mas por edição de leis especiais, sob o regime de autorização. Em nosso país, as sociedades anônimas bancárias, de capitalização, de investimentos, as estrangeiras, por exemplo, antes de se constituírem umas ou de funcionarem outras, necessitam de carta de autorização concedida pelo poder público. A par dessas, algumas são constituídas especificamente por lei, que lhes traça a estrutura jurídica, com determinados privilégios como as sociedades anônimas estatais, citando-se entre elas, a Petrobrás S. A, a Eletrobrás S. A, a Rede Ferroviária Federal S. A. Sociedades Anônimas de capital aberto. Diz-se companhia ou sociedade de capital aberto quando os valores mobiliários de sua emissão são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários (art. 4º da Lei 6.404/76), ou seja, negociações em bolsa ou no mercado de balcão. Ressalte-se que para a emissão de ações, é necessário, autorização e controle da Comissão de Valores mobiliários - CVM. Uma das principais vantagens nesta espécie de sociedade é a liquidez do capital. Um empreendedor que investe seu dinheiro neste tipo de companhia terá mais vantagens quando da venda de suas ações, pois é negociada na bolsa de valores e balcão, cuja venda pode se realizar rapidamente, considerando a segurança da sua aplicabilidade, especialmente se o empreendimento é uma sociedade próspera e age com seriedade. Trata-se de companhias fiscalizadas rigorosamente pelo governo, que objetiva resguardar o investimento dos acionistas minoritários. Conferindo o que acima foi exposto, essas são as palavras do jurista, Fábio Ulhoa Coelho; As sociedades anônimas abertas contam com recursos captados no mercado de capitais, e, por isso, sujeitam-se a sua administração à fiscalização governamental. O objetivo desse controle é conferir ao investimento em ações e outros valores mobiliários dessas companhias a maior segurança e liquidez possível. No sentido de dispensar ao investidor maior segurança é que neste tipo de sociedade o Estado se sente na obrigação de manter severa fiscalização e controle, dando publicidade de todos os atos nela praticados, especialmente no sentido de resguardar os interesses dos acionistas em particular e também dos interesses sociais, este último de visível cunho nesse tipo de sociedade de capital, posto que com o investimento de diversas pessoas do público da sociedade em geral, podendo advir consequências benéficas ou maléficas de acordo com a administração proferida nas mesmas, o que pode gerar insegurança, cujo objetivo está fora das expectativas do poder estatal. Sociedades Anônimas de capital fechado Diz-se companhia ou sociedade de capital fechado aquelas que não emitem valores mobiliários negociáveis no mercado (art. 4º da Lei 6.404/76). A sociedade anônima fechada não tem suas ações disponíveis no mercado para negociação. Essa restrição advém dos sócios escolherem seus companheiros, não impedindo o ingresso no grupo formado, haja vista a presença laços familiares ou de confiança mútua. Disso decorre o inferior grau de liquidez do investimento nesse tipo de sociedade, que é constituída por subscrição particular. Caiu Assim11: 51. P. Industrial S.A., companhia fechada, passa momentaneamente por dificuldades financeiras que se agravaram com a crise na atividade industrial do país. A assembleia geral autorizou os administradores a alienar bens do ativo permanente, dentre eles uma unidade produtiva situada no município de Mirante da Serra, avaliada em R$ 495.000.000,00 (quatrocentos e noventa e cinco milhões de reais). Considerando-se que a unidade produtiva da companhia integra seu estabelecimento, assinale a afirmativa correta. 9 13 XIX Exame Unificado EIRELI - EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA Criada pela Lei 12.441, de 11/07/2011, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, Código Civil Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. Características e Requisitos: O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. Caiu Assim12: E Assim13: 12 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA 48. Xerxes constituiu uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) com sede na zona rural do município de Vale Real para fabricação de laticínios, cuja matéria prima será adquirida de produtores rurais da região ou de cooperativas de produtores rurais. A pessoa jurídica será administrada por sua cunhada Ceres e seu instituidor pretende adotar como nome empresarial a espécie denominação. Com base nessas informações e na disciplina legal da EIRELI, assinale a afirmativa correta. Questão 48. Rosana e Carolina pretendem reunir esforços para empreender uma atividade econômica, constituindo uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI). Essa iniciativa será possível se observada a seguinte condição: A) Rosana poderá indicar Carolina como administradora, mas somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. B) Rosana e Carolina poderão ser coproprietárias de todas as quotas, mas estas serão indivisíveis em relação a EIRELI, salvo para efeito de transferência. C) não será cabível a desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI, diante dalimitação de responsabilidade de Carolina ao valor do capital social. D) a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor, de que sejam detentoras tanto Rosana quanto Carolina, vinculados à atividade profissional de ambas, poderá ser atribuída à EIRELI constituída para a prestação de serviços. Comentário: os requisitos para a constituição de uma EIRELI encontram-se elencados no Art. 980-A do CC. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. A) A assembleia geral não pode autorizar a alienação da unidade produtiva. Por ser o estabelecimento uma universalidade de direito, seus elementos devem ser mantidos indivisíveis e unitariamente agregados para o exercício da empresa. B) A assembleia geral pode autorizar a alienação da unidade produtiva. Por ser o estabelecimento uma universalidade de fato, seus elementos podem ser objeto de negócios jurídicos próprios, translativos ou constitutivos, separadamente dos demais. C) A assembleia geral pode autorizar a alienação da unidade produtiva. Por ser o estabelecimento um patrimônio de afetação, cabe exclusivamente à companhia a decisão de desagregá-lo e, com isso, limitar sua responsabilidade perante os credores ao valor da unidade produtiva alienada. D) A assembleia geral não pode autorizar a alienação da unidade produtiva. Por ser o estabelecimento elemento de exercício da empresa, a alienação de qualquer de seus elementos (corpóreos ou incorpóreos) implica a impossibilidade de manutenção da atividade da companhia, operando-se sua dissolução de pleno direito. Comentário: Art. 1.143, CC: Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 10 Os contratos são mercantis quando os dois contratantes são empresários ou sociedades empresárias. 8 Contratos empresariais O contrato é uma das modalidades de obrigações, ou seja, um vínculo entre pessoas, em virtude do qual são exigíveis prestações Com a evolução das relações mercantis, surgiu a necessidade de se realizar contratos, como via de garantir, se não a efetivação de suas disposições de modo direto, ao menos a possibilidade de sua cobrança. Fábio Ulhoa Coelho leciona que na “exploração da atividade empresarial, a que se dedica, o empresário individual ou a sociedade empresária celebram vários contratos. Pode-se dizer que combinar os fatores de produção é contrair e executar obrigações nascidas principalmente de contratos”. Partindo dessa análise, pode-se perceber que os contratos, de certo modo, viabilizam as relações empresariais, uma vez que, através de um negócio jurídico estabelecido entre sujeitos capazes, ter-se-á elementos básicos para a produção de bens e serviços, desenvolvendo-se, por conseguinte, o que os economistas chamam de recursos ou fatores de produção. Assim, pode-se traçar linhas perpendiculares, em que relações mercantis e fatores de produção (capital, trabalho, insumos e tecnologia) se unem no ponto em que são desenvolvidos seus contratos. Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer um regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. Regime jurídico Os contratos que os empresários venham a celebrar podem estar sujeitos a quatro regimes jurídicos diferentes em nosso Direito. Dependendo de quem for o outro contratante, as normas aplicáveis são diferentes, e assim poderemos ter o contrato: a) administrativo: se o empresário vier a contratar com o Poder Público ou concessionária de serviço público; b) do trabalho: se o outro contratante é empregado, este assim definido pela legislação trabalhista; c) do consumo: quando o outro contratante for consumidor, assim definido pelo chamado Código de Defesa do Consumidor; d) cível: nas demais hipóteses, regidas pelo Código Civil ou por legislação especial; Caiu Assim14: 14 XVIII Exame Unificado 50. Pretendendo aderir a um sistema de franquia empresarial, o microempresário individual SF consulta sua advogada sobre as disposições legais referentes a esse contrato. Assinale, dentre as afirmativas a seguir, a que apresenta a informação correta prestada pela advogada. A) O franqueador é obrigado a incluir na circular de oferta de franquia informação em relação ao território de atuação do franqueado, especificando a possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território, ou realizar exportações. B) Em razão do sigilo dos instrumentos de escrituração, dos balanços e das demonstrações financeiras dos empresários, o franqueador não é obrigado a incluir tais documentos nas informações da circular de oferta de franquia. C) Tratando-se de franqueador ou franqueado enquadrado como microempreendedor individual, microempresa ou empresa de pequeno porte, é dispensável a presença no contrato de testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. D) Se o franqueador veicular informações falsas na circular de oferta de franquia, o franqueado não poderá arguir a anulabilidade do contrato, apenas das cláusulas pertinentes, mas poderá exigir devolução das quantias que já houver pago, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas. Comentário: Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. O contrato de franquia possui características e exigências especificadas na Lei 8.955/1994, dentre elas que “a circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 A) A administração da EIRELI deverá ser exercida em caráter privativo por Xerxes, que poderá designar mandatário em ato separado. B) Para a constituição da EIRELI não há capital mínimo, no entanto esse deve estar previamente integralizado. C) A EIRELI em questão adquire personalidade jurídica com a inscrição do ato de constituição no Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das Juntas Comerciais. D) A EIRELI deverá adotar firma como espécie de nome empresarial, formada pelo patronímico do titular, acrescido do objeto da empresa e da expressão “EIRELI”. Comentário: Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. 11 9 Propriedade industrial Expressão genérica que pretende garantir a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto (seja nos domínios industrial, científico, literário e/ou artístico) o direito de auferir, ao menos por um determinado período de tempo, recompensa pela própria criação. Segundo definição da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), constituem propriedade intelectual as invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes, imagens, desenhos e modelos utilizados pelo comércio. A propriedade intelectual abrange duas grandes áreas: Propriedade Industrial (patentes, marcas, desenho industrial, indicações geográficas e proteção de cultivares); Direito Autoral (obras literárias e artísticas, programas de computador, domínios na Internet e cultura imaterial). Quanto aos Conhecimentos Tradicionais, ainda não possuem uma definição no atual sistema de proteção da propriedade intelectual. É objeto de discussão entre juristas, comunidades locais e organizações mundiais de proteção da propriedade intelectual a adequaçãodesse tema ao sistema patentário atual. A Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) trata conhecimentos tradicionais como um novo tema a se definir, instituindo o “Comitê Intergovernamental sobre Propriedade Intelectual, Recursos Genéticos, Conhecimento Tradicional e Folclore”, para estudar formas de regulamentar o assunto. O material em discussão e as resoluções das reuniões do grupo podem ser encontradas na página www.wipo.int/globalissues/igc/documents/index-fr.html. Segundo a Convenção da OMPI, é a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico. Organização Mundial da Propriedade Intelectual A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) é uma das 16 agências especializadas da ONU, criada em 1967, com sede em Genebra. A agência se dedica à constante atualização e proposição de padrões internacionais de proteção às criações intelectuais em âmbito mundial. Os exemplos mais marcantes desta atuação são o Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT); o apoio ao Convênio Internacional para a Proteção de Obtenções Vegetais (UPOV); o Protocolo de Madrid, para o registro internacional de marcas; e as negociações relativas à harmonização no campo de patentes e marcas e direito de autor. Principais funções da agência 1. Estimular a proteção da Propriedade Intelectual em todo o mundo mediante a cooperação entre os Estados; 2. Estabelecer e estimular medidas apropriadas para promover a atividade intelectual criadora e facilitar a transmissão de tecnologia relativa à propriedade industrial para os países em desenvolvimento, com o objetivo de acelerar os desenvolvimentos econômicos, sociais e culturais. 3. Incentivar a negociação de novos tratados internacionais e a modernização das legislações nacionais. Propriedade industrial A propriedade industrial: • State of monopoly - Inglaterra 1623 • EUA - Constituição de 1787 • França 1791 - direito dos autores • 1883 - União de Paris • 1882 - Brasil - lei patentes • Lei vigente: 9.279/96 Propriedade industrial, regulada pela Convenção de Paris de 1883 (art. 1,2), é o conjunto de direitos que compreende as patentes de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as marcas de fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial e as indicações de proveniência ou denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal. Diverso da autoria, ou do direito autoral, a propriedade industrial pressupõe registro prévio no órgão competente para que se constitua. Ou seja, o Inventor só passa a ter direito de exploração industrial de sua invenção após registrar a devida patente, pois o registro de Propriedade Industrial só se contesta mediante a comprovação da existência de registro anterior. No Brasil, o órgão responsável pelo registro de propriedade industrial é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). 15 Na hipótese do não cumprimento do disposto o franqueado poderá arguir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos. (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este” (art. 4º)15. http://www.wipo.int/globalissues/igc/documents/index-fr.html 12 A idéia não é passível de proteção pelos institutos da Lei de Propriedade Industrial. Da mesma forma, no Brasil, seres vivos não são patenteáveis, o que não acontece em outros países onde micro- organismos e animais geneticamente modificados podem ser patenteados desde que não sejam humanos. Bens da Propriedade Industrial a) Invenções b) Modelo de Utilidade c) Desenho Industrial d) Marca Patenteabilidade É a capacidade e a possibilidade que possui ou deva possuir um determinado produto do engenho humano. Bens industriais patenteáveis são a invenção e o modelo de utilidade. a) novidade: Deve ser desconhecida para pesquisadores ou cientistas especializados. O conceito de ESTADO DA TÉCNICA (todos os conhecimentos que pode ter acesso qualquer pessoa - legalemente tudo o que foi divulgado). Se o invento já se encontra acessível, nestes termos, então lhe falta o requisito da novidade. Tudo o que era acessível ao público através de descrição escrita ou oral, pelo uso ou de qualquer outro modo, antes da data do depósito do pedido de uma patente. Neste ponto também se inclui alguns conhecimentos não divulgados como o caso de pedido de patente que fica sigiloso no INPI por 18 meses. Normalmente, o examinador de um pedido de patente faz uma busca em diversos bancos de dados para verificar o estado da técnica para verificar se o objeto de pedido de patente já existia ou se efetivamente se trata de uma inovação b) atividade inventiva Decorre do estado da técnica não ser óbvio para um especialista e não pode derivar de forma simples dos conhecimentos nele reunidos. É necessário que a invenção resulte de verdadeiro engenho, de criação intelectual perspicaz, arguta. A inventividade permite distinguir a simples criação intelectual do engenho. Art. 13 LPI c) industriabilidade Possibilidade de utilização ou produção do invento por qualquer tipo de industria. As invenções que não atendem são as muito avançadas ou as inúteis (curiosidades ou instigantes). A impossibilidade de produção por outros fatores, como econômicos, não afastam o requisito (ex. transistores, laser, chips). d) desimpedimento Art. 18 LPI A) INVENÇÕES Não possui definição pelo grau de dificuldade de conceituação. Assim trabalha com o critério da exclusão. Neste sentido NÃO são invenções: i) descobertas teóricas: teoria da relatividade ii) métodos matemáticos iii) concepções abstratas: teoria da lógica de Newton iv) esquemas, planos, princípios contábeis, financeiros, etc. v) obras literárias, arquitetônicas, cientificas (tutela do direito de autor) vi) técnicas terapêuticas, medicinais e os seres vivos naturais. B) MODELO DE UTILIDADE Objeto de uso prático ou parte dele, suscetível de aplicação industrial que apresente nova forma ou disposição envolvendo ato inventivo. Os recursos agregados nao devem ser obvios ou evidentes a um técnico no assunto. Deve revelar a atividade inventiva do seu criador. Mera adição não é invenção. Registrabilidade Os registro concedidos pelo INPI são para marcas e Design (desenho industrial). REQUISITOS a) Novidade relativa: que a marca cumpra a sua finalidade de identificar produtos ou serviços destacando-os de seus concorrentes. Não é necessária a criação de sinal ou expressão nova (ex. triangulo) mas que lhe dê nova utilização e restrito ao segmento que pertence o objeto marcado (mesma marca para produtos de segmentos diferentes) - limitação à marcas de alto renome. b) Não colidência com marca notoriamente conhecida, que goza de proteção especial, mesmo que não exista registro anterior da marca. 13 Marca Notória (Art. 126): reconhecida internacionalmente, ostensivamente pública. Ferrari, Ford, Armani. Independe de registro no Brasil para o ramo de atividade em que a marca é reconhecida. Ex. pode tintas para parede Armani. Marca de Alto Renome (art. 125): proteção em todos os ramos deespecificidades, não necessita ser reconhecida internacionalmente. Deve ter pedido de reconhecimento em todas as atividades registrado no INPI. Ex. Natura (iogurte Danone natura vedado), Visa, IBM. Dakota sapatos x camionete Dakota. c) Desimpedimento - não ter impedimento legal. Art. 124 LPI. Não são registráveis como marca: ver lei EXTINÇÃO DO REGISTRO: art. 142 C) MARCA Art. 122. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais. Podem ser: - Nominativas - Figurativas - Mistas - Marca tridimensional: Bic, coca-cola; Espécies de marcas: 1. Produto ou serviço 2. Marca coletiva: usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de determinada entidade. Ass Bras Prod Café, 3. Marca de certificação: usada para atestar a conformidade de produto ou serviço por determinadas normas ou especificações técnicas. ISO9000, INMETRO. Dos Sinais Não Registráveis Como Marca: brasões, expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes, letras, números, sinais sonoros... D) DESENHO INDUSTRIAL - DESIGN Art. 95 LPI A característica é a futilidade. Alterações estéticas. A introdução da alteração no desenho industrial não lhe altera a função. Ex. cadeira Barcelona de Mies Vander Ho, água ouro fino. Caiu Assim16: 10 Títulos de Crédito Legislação básica: Decreto 57663/66 - Lei Uniforme de Genebra - LU Decreto 2044/1908 que está parcialmente revogado - Letra de Câmbio (LC) e Nota Promissória (NP) Lei 7357/85 - cheque Lei 5474/68 - duplicata Decreto 1102/1903 Conhecimento de Depósito e Warrant - são títulos de crédito armazeneiros. estão relacionados aos armazéns em geral. 16 XVI Exame unificado 52. A respeito dos legitimados, assinale a opção que indica as pessoas que podem requerer patente de invenção ou modelo de utilidade, de acordo com a Lei nº 9.279/96. A) O próprio autor, se maior de 18 anos, os herdeiros ou sucessores do autor, o cessionário ou o empregador ou tomador de serviços, no caso de patente desenvolvida por empregado ou prestador de serviço. B) O próprio autor, os herdeiros ou sucessores do autor, o cessionário ou aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade da patente ou do modelo de utilidade. C) O próprio autor, pessoa natural ou sociedade empresária, o cessionário da patente ou aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade da patente ou do modelo de utilidade. D) O próprio autor, os herdeiros ou sucessores do autor até 5 (cinco) anos da data do óbito, o cessionário ou o empregador ou tomador de serviços, no caso de patente desenvolvida por empregado ou prestador de serviço. Comentário: o art. 6º da Lei de Patentes prevê que esta poderá ser requerida em nome próprio pelo autor, pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade. 14 Novo Código Civil – art. 887 e seguintes Conceito: documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. Ele constitui a prova de que certa pessoa é credora de outra. Existem no direito vários documentos que provam que uma pessoa possui direitos em relação a outras, como por exemplo o contrato de locação. Três aspectos fundamentais: 1. Refere-se a relações creditícias. 2. Possui facilidade de cobrança judicial (titulo executivo extrajudicial). 3. Negociabilidade que permite a circulação. Princípios do Direito Cambiário a) Cartularidade: o credor do título deve provar que se encontra na posse do documento para exercer o direito sobre ele. O exercício dos direitos representados por um título de crédito pressupõe a sua posse. Somente quem exiba a cártula pode pretender a satisfação de uma pretensão relativa ao direito documentado pelo título. Por consequência, quem paga um titulo deve exigir sua entrega. Judicialmente ocorre o mesmo: para a instrução de petição de execução é absolutamente necessário a apresentação do título. Exceção: duplicata mercantil retida pelo devedor pode protestá-la por indicação e Título de crédito virtual. b) Literalidade: vale o que estiver literalmente aposto; o direito decorrente do título é literal, deriva do conteúdo, extensão e modalidade do título. Somente produzem efeito jurídico os atos lançados no próprio título. Por exemplo pagamento parcial ou endosso. Esta característica também facilita a sua circulação. c) Autonomia: mais importante característica dos títulos cambiais: não necessita de outro documento para ter validade, o titulo é o documento necessário para o exercício do direito, literal, nele mencionado. Exemplo: A vende para B à prazo, emitindo NP para 60 dias. A deve para C e lhe "paga" cedendo o título para este. Caso o negócio entre A e B tenha algum vício (por exemplo redibitório) não desonera B de pagar o título a C. Deste principio decorrem outros dois: C.1. Abstração: quando colocado em circulação perde o vinculo com o negócio original, somente se opera a abstração quando o título é colocado em circulação. A consequência é a impossibilidade de o devedor desonerar-se da obrigação aposta ao título. C.2. Inoponibilidade: inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé. É a impossibilidade de alegação de falta de relação jurídica com o possuidor do título, desde que a posse seja de boa-fé. O conhecimento por este terceiro de fato oponível descaracteriza a boa-fé. Natureza das Obrigações cambiais Os devedores de título de crédito são solidários, porém a solidariedade nas cambiais possui particularidades. LU art. 47. A solidariedade se encontra definida no art. 264 CC: Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. A semelhança acaba aqui: a possibilidade de o credor exigir a totalidade do crédito de qualquer dos devedores solidários, atendidos determinados pressupostos. Em primeiro lugar nem todos tem direito de regresso: o aceitante da letra de cambio ou o subscritor da nota promissória após pagarem os títulos não poderão cobrar demais ninguém. Logo, nem todos os codevedores respondem regressivamente contra os demais: os devedores anteriores respondem perante os posteriores, mas estes não respondem se acionados por aqueles. Em terceiro a regra de regresso se exerce pela totalidade não pela cota parte (excepcionalmente pode haver avais simultâneos e ocorrer a partição proporcional da dívida) Fabio Ulhoa Coelho: considera importante afastar o paralelo. Os devedores de título de crédito não são, portanto, propriamente solidários. Eles se submetem a um complexo sistema de regressividade exclusivo da obrigação cambial. Classificação Destacam-se por quatro critérios: quanto ao modelo, à estrutura, às hipóteses de emissão e quanto à circulação. a) Quanto ao modelo: vinculados ou livres. Os títulos de modelo vinculado devem seguir o padrão formal, como por exemplo o cheque e a duplicata, que possuem modelos padronizados. Os títulos de modelo livre não possuem um padrão de utilização obrigatória, podendo o emitente dispor os elementos obrigatórios segundo sua vontade. Ex. nota promissória b) Quanto à Estrutura B.1 Ordem de pagamento 15 O sacador manda que o sacado pague determinada quantia. Ex. Cheque Emitente ou sacador: pessoa que emite o título. Sacado: pessoa que recebe a ordem e deve cumpri-la. Tomador ou beneficiário: pessoa que se beneficia. B.2 Promessa de Pagamento O sacador assume o compromisso de pagar o valor do título. Ex. NP c) Quanto às hipóteses de emissão Causais: somente podem ser emitidos nas hipóteses previstas na lei. Ex. duplicata mercantil que só pode ser oriunda de comprae venda mercantil. Limitados: não podem ser emitidos em determinadas situações. Ex. letra de cambio nao pode ser emitida para compra e venda mercantil. As debêntures não podem ser emitidos para compra e venda mercantil. Não causais: podem ser criados em qualquer hipótese. Ex. cheque, NP. d) Quanto à circulação Ao portador: não ostenta o nome do credor, circulam por mera tradição, a titularidade se transfere pela entrega. Nominativos à ordem: identifica o titular do crédito e se transfere por endosso (ato típico das cambiais) Nominativos não à ordem: identificam o credor e circulam por cessão civil de crédito. No endosso, quem transfere o título de crédito responde pela existência do título e também pelo seu pagamento. Todavia, o devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais. No caso da cessão de crédito, o cedente tem, perante o cessionário, responsabilidade obrigatória pela existência do crédito (pro soluto) e responsabilidade opcional pela solvência do devedor (pro solvendo), sendo nessa última a necessária convenção prévia entre as partes (art. 296 do CC). Já no endosso constata-se, como regra, a responsabilidade do endossante pela existência do crédito e pela solvência do devedor. Lei 10.406/2002 dedicou o Título VIII da Parte Especial aos Títulos de Crédito, dividindo-o em quatro capítulos: Disposições Gerais, Do Título ao Portador, Do Título à Ordem e Do Título Nominativo (a matéria foi tratada nos artigos 887 a 926 do Código Civil de 2002). As normas do Código Civil somente se aplicam quando a lei especial (LU, LD, LC) disciplina o assunto de igual modo. Declarações Cambiais Saque Saque é o ato de criação, ou seja, da emissão da letra de câmbio, do título. Após esse ato, o tomador pode procurar o sacado para receber do mesmo a quantia devida. Sendo que não tem por única função emitir o título, mas também visa vincular o sacador ao pagamento da letra de câmbio, assim sendo, caso o sacado não pague a dívida ao tomador, este último poderá cobrá-la do próprio sacador, que é o próprio devedor do título. Como tratam-se de ordens de pagamento, por meio do saque, criam três situações jurídicas distintas, sendo estas: a figura do sacador, o qual dá a ordem de pagamento e que determina a quantia que deve ser paga; a figura do sacado, àquele para quem a ordem é dirigida, o qual deve realizar o pagamento dentro das condições estabelecidas; e, por último, o tomador, credor da quantia mencionada no título. Caiu Assim17: Aceite É por meio deste que o sacado se compromete ao pagamento do título ao beneficiário, na data do vencimento. Para que seja válido este aceite deverá conter o nome e assinatura do aceitante. Importante frisar que, se este aceite se der no 17 XXI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA Questão 51. Humaitá Comércio e Distribuição de Defensivos Agrícolas Ltda. sacou 4 (quatro) duplicatas de compra e venda em face de Cooperativa dos Produtores Rurais de Coari Ltda., em razão da venda de insumos para as plantações dos cooperados. Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta. A) É facultado ao sacador inserir cláusula não à ordem no momento do saque, caso em que a forma de transferência dos títulos se dará por meio de cessão civil de crédito. B) Por se tratar de sacado cooperativa, sociedade simples independentemente de seu objeto, é proibido o saque de duplicatas em face dessa espécie de sociedade. C) Lançada eventualmente a cláusula mandato no endosso das duplicatas, o endossatário poderá exercer todos os direitos emergentes dos títulos, inclusive efetuar endosso próprio a terceiro. D) Sendo o pagamento das duplicatas garantido por aval, o avalista é equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao sacado. Comentário: art. 897 e seguintes do Código Civil. 16 Filadélfia emitiu nota promissória à vista em favor de Palmas. Antes da apresentação a pagamento, Palmas realizou endosso-mandato da cártula para Sampaio. De posse do título, é correto afirmar que Sampaio A ) poderá exercer todos os direitos inerentes ao título, inclusive realizar novo endosso sem as restrições daquele realizado em cobrança. B) poderá transferir o título na condição de procurador da endossante ou realizar endosso em garantia (endosso pignoratício). C) somente poderá transferir a nota promissória, por meio de novo endosso, na condição de procurador da endossante. D) não poderá realizar qualquer endosso do título, pois caso o faça será considerado como parcial, logo nulo. verso do título, deverá acompanhar a palavra "aceito" ou "aceitamos", para que não se confunda com endosso; mas se no anverso do título, bastará a assinatura do aceitante. O sacado/aceitante deverá ser civilmente capaz e não poderá ser falido. Se este vier a falecer poderá o inventariante proceder o aceite em nome dos sucessores daquele. Endosso É a forma pela qual se transfere o direito de receber o valor que consta no título através da tradição da própria cártula. De acordo com o art. 893 do Código Civil: "a transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que lhe são inerentes", portanto não só a propriedade da letra que se transfere, como também a garantia de seu adimplemento. Figuram dois sujeitos no endosso: - endossante: quem garante o pagamento do título transferido por endosso; - endossatário ou adquirente: quem recebe por meio dessa transferência a letra de câmbio. O endosso responsabiliza solidariamente o endossante ao pagamento do crédito descrito na cártula caso o sacado e sacador não efetuem o pagamento. Portanto, se o devedor entregar a seu credor um título, por mera tradição e sem endosso, não estará vinculado ao pagamento deste crédito caso as outras partes se tornem inadimplentes. Modalidades em preto: quando na própria letra traz a indicação do endossatário do crédito. Também conhecido por endosso nominal. em branco: quando apenas constar a assinatura do endossante, sem qualquer indicação de quem seja o endossatário. Deverá este ser feito sempre no verso do título e se tornará um título ao portador. Classificações doutrinárias de endosso: - Endosso próprio: transfere ao endossatário não só a titularidade do crédito como também o exercício de seus direitos. - Endosso impróprio: difere do anterior uma vez que não transfere a titularidade do crédito, mas tão somente o exercício de seus direitos. Este se subdivide em: Endosso-mandato ou endosso-procuração: permite que o endossatário aja como representante do endossante, podendo exercer os direitos inerentes ao título. Endosso-caução ou pignoratício: figura como mera garantia ao endossatário de uma dívida do endossante para com ele. Deve sempre conter a cláusula: “valor em garantia” ou “valor em penhor”. Tendo, portanto, o endossante cumprido a obrigação para a qual se destinou a garantia, poderá rever o título de crédito. Aval Versa o art. 30 da LU, "o pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval". Com isso estabelece-se que aval é a garantia cambial, pela qual terceiro (avalista) firma para com o avalizado, se responsabilizando pelo cumprimento do pagamento do título se este último não o fizer. Poderá o aval se apresentar: em preto: indica o avalizado nominalmente; em branco: não indica expressamente o avalizado, considerando, por conseguinte, o sacador como o mesmo. É permitido o aval parcial ou limitado, segundo o art. 30 da Lei Uniforme. O aval difere da fiança pelo fato desta última se caracterizar em contratos cíveis e não sob títulos de crédito, como a primeira. Fiança é um contrato acessório pelo qual a pessoa garante ao credor satisfazer a obrigação assumida pelo devedor caso este não a cumpra, ao passo que a obrigação do avalista é autônoma, independente da do avalizado. A fiançaproduz mais efeitos que o aval, uma vez que a posição do fiador adquire características de principal. Por fim, cumpre ressaltar que a lei concede ao fiador o benefício de ordem, benefício este inexistente para o avalista. Vencimento 17 As diversa formas poderão ser adotadas nos TC: a) à vista; b) b) a dia certo; c) c) a um certo termo da data; d) d) a certo termo da vista. Protesto É a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e que nenhuma dessas providências foram atendidas, pelo sacado ou aceitante. O protesto será levado a efeito por: - falta ou recusa do aceite; - falta ou recusa do pagamento; - falta da devolução do título. Caiu Assim18: 11 Falência e Recuperação judicial e extrajudicial A palavra "falência" vem do latim: fallere (faltar). Quebra, bancarrota. O conceito econômico de falência prende-se à noção de que ela se constitua um estado de insolvência, que é o estado daquele que não possui bens desembaraçados para pagar suas dívidas. Diferença de inadimplemento e insolvência: O inadimplemento é o simples descumprimento da obrigação por parte do devedor esteja ele insolvente ou até mesmo solvente. Já o conceito jurídico leva ao entendimento de que o primordial para caracterizar a falência não é o estado de insolvência, mas sim o próprio estado de falência. Na falência há uma presunção de insolvência, que por seu turno é diferente do inadimplemento, pois este é um fato relativo à própria pessoa; enquanto a insolvência é um estado que diz respeito ao patrimônio. CONCEITO: "A falência se caracteriza como um processo de execução coletiva dos bens do devedor comerciante, decretado judicialmente, ao qual concorrem todos os credores para o fim de arrecadar o patrimônio disponível, verificar os créditos, liquidar o ativo, saldar o passivo, em rateio, observadas as preferências legais", Sampaio de Lacerda. A Lei nº 11.101/2005, nova Lei de Falências, fiel ao princípio de preservação da empresa, que lhe norteia, conduze-nos a formular o seguinte conceito de falência (art. 75): "é o processo que, pelo afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa". A falência constitui-se um processo de execução coletiva, onde todos os credores do falido, ressalvadas as exceções previstas legalmente, acorrem a um único juízo e em um único processo executam o patrimônio do devedor empresário. Regras Gerais Da Recuperação Judicial e da Falência JUÍZO COMPETENTE Para a recuperação judicial e extrajudicial será competente o juízo do local onde estiver situado o principal estabelecimento do devedor. Caso o principal estabelecimento deste esteja situado fora do país, será competente o juízo do local onde estiver situada sua filial aqui no Brasil. É pacífico na jurisprudência superior (STJ e STF) somente o entendimento de que deve ser considerado como principal estabelecimento "o centro vital das principais atividades do devedor". 18 XIX Exame unificado 52. Nanci, empresária individual, contraiu empréstimo com instituição financeira, formalizado em contrato de abertura de crédito. A esse contrato foi vinculada nota promissória avalizada, emitida pela mutuária em favor da mutuante. Em relação à obrigação firmada pelo avalista, assinale a afirmativa correta. A) A nota promissória vinculada ao contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou. B) A nota promissória vinculada ao contrato de abertura de crédito goza de autonomia em razão do contrato de abertura de crédito ser título executivo extrajudicial. C) O avalista poderá arguir exceção de pré-executividade em razão da iliquidez do título que originou a nota promissória, mesmo que esta tenha força executiva e autonomia. D) A nota promissória gozará de autonomia somente com a anuência do avalista no contrato de abertura de crédito, além da sua assinatura no título. Comentário: O STJ tem o seguinte entendimento em sua Súmula 258/STJ - 08/03/2017: Execução. Cambial. Nota promissória. Banco. Contrato de abertura de conta corrente. Iliquidez. CPC, art. 585, III. Súmula 233/STJ. «A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.» 18 Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: I – na recuperação judicial: a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor; b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; c) (VETADO) O Ministério Público: tem participação efetiva nos processos de falência e de recuperação judicial. Disposições Básicas Comuns aos dois institutos Créditos Exigíveis: todos aqueles que não estão excluídos Tanto na falência quanto na recuperação judicial deve-se atentar para as seguintes regras básicas: a) Créditos inexigíveis Não são exigíveis as obrigações a título gratuito contraídas pelo devedor (ex: doação), nem as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. b) Suspensão do curso da prescrição e das ações Diz o art. 6º da LF. c) Prevenção do Juízo Uma vez realizado novo pedido de recuperação judicial ou de falência face a devedor que já tenha pedido de falência ou de recuperação judicial sendo processado, o juízo para qual foi distribuído o primeiro pedido tornar-se-á prevento, sendo competente para apreciar o novo pleito. O ADMINISTRADOR JUDICIAL Incumbe ao juiz nomear um administrador judicial que assumirá atribuições administrativas na condução do processo. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. O administrador judicial pode ser pessoa jurídica. Na recuperação judicial, o seu principal papel seria de fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial, haja vista que, em tal situação não há, necessariamente, o afastamento do devedor de suas atividades. Na falência há o afastamento do falido da administração de seus bens, passando o administrador a representar a massa falida do devedor. As atribuições gerais (na recuperação judicial e na falência) do administrador judicial estão elencadas no artigo 22, caput, e inciso I, da LFR. As específicas, no tocante à recuperação judicial estão dispostas no artigo 22, II; e as específicas, relativas à falência, no artigo 22, III. Ver art. 21 e 52, I. O profissional em evidência faz jus a uma remuneração a ser fixada pelo juiz, que estipulará o valor e a forma de pagamento da mesma, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES A assembleia-geral de credores é a reunião dos credores sujeitos à recuperação judicial ou à falência de um devedor empresário. Composição Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II – titulares de créditos com garantia real; III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. A assembleia-geral será convocada pelo juiz da falência por edital publicado no órgão oficial eem jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais do falido, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias; devendo a cópia do aviso de convocação ser afixado de forma ostensiva na sede e filiais do devedor. A assembleia será presidida pelo administrador judicial. 19 COMITÊ DE CREDORES É um órgão facultativo, tanto na falência quanto na recuperação judicial, composto por representantes de cada classe de credores do devedor submetidos ao processo, que tem como principal finalidade zelar pelo bom andamento deste. Composição Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia- geral e terá a seguinte composição: I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes; II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes. IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) Atribuições Na recuperação judicial e na falência, o Comitê de Credores terá, dentre outras, as seguintes atribuições: fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial; zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei; comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores; apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados; requerer ao juiz a convocação da assembleia-geral de credores; manifestar-se nas hipóteses previstas na LFR. Impedimentos Não podem ser membros do Comitê quem, nos últimos cinco anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. Igualmente, não pode integrar referido órgão quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o terceiro grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. Os mesmos impedimentos se aplicam ao administrador judicial. Destituição Cabe ao juiz da falência, de ofício ou mediante requerimento fundamentado, destituir o membro do Comitê, quando verificar desobediência aos preceitos da LFR, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. Destituído membro do Comitê, no mesmo ato o juiz convocará o respectivo suplente para assumir as funções do destituído. Ressalte-se, ainda, que os membros do Comitê, assim como o administrador judicial, responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa. Assim sendo, prevê a LFR (art. 32) que o membro que não concorde com determinada decisão do Comitê, que possa causar prejuízos a terceiros, deve consignar sua discordância em ata para eximir-se de responsabilidade. DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL e EXTRAJUDICIAL O instituto da recuperação de empresas ingressou no direito pátrio via Lei nº 11.101/2005 e pode ser judicial ou extrajudicial. A judicial é decretada pelo Judiciário, mediante a aprovação de um plano de recuperação judicial. Já na extrajudicial, o Judiciário funciona apenas como órgão de homologação de um acordo extrajudicial já entabulado entre o devedor empresário e alguns credores. Requisitos à Recuperação Judicial Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52 desta Lei; e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores; II – na falência: a) (VETADO) b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei; d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. 20 II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. Também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) CRÉDITOS SUJEITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL A regra geral aparece no artigo 49 da Lei. Não estão sujeitos à recuperação judicial os seguintes créditos: no qual o credor tenha a posição de credor fiduciário de bens móveis ou imóveis. É o caso, por exemplo, da alienação fiduciária em garantia, forma contratual muito utilizada em nossos dias; relativos a arrendamento mercantil (leasing); no qual o credor seja proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias; cujo credor seja proprietário de bem objeto de venda com reserva de domínio; decorrentes de adiantamento de contrato de câmbio para exportação onde o recuperando seja devedor; os créditos fiscais (vide artigo 191-A do CTN, acrescentado pela LC 118/2005) Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os recursos controlados e abrangidos nos termos dos arts. 14 e 21 da Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965 Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os créditos relativos à dívida constituída nos 3 (três) últimos anos anteriores ao pedido de recuperação judicial, que tenha sido contraída com a finalidade de aquisição de propriedades rurais, bem como as respectivas garantias O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL - art. 51 LF. Podem requerer a recuperação judicial: a) o próprio devedor; b) o cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor ou inventariante, em caso de falecimento do devedor; c) sócio remanescente. Como toda petição inicial que se sujeite ao processamento no juízo cível em sentido lato, a exordial da recuperação judicial deve, a princípio, atender aos requisitos da legislação processual e especialmente ser instruída com o elencado ao artigo 51 da LF. PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Estando em termos a documentação exigida para o pedido de recuperação judicial, e percebendo que este é feito por parte legítima, o juiz deferirá o seu processamento. Logo, no exame inicial do pedido de recuperação judicial o juiz apenas irá verificar se este atende as exigências de ordem processual impostas pela legislação processual comum (NCPC) e pela LFR, deixando o exame de mérito para um momento futuro. O juízo pode nomear um perito especialmente para fazer essa constatação prévia. O provimento jurisdicional que defere o processamento da recuperação judicial produz efeitos sobre as relações do devedor requerente com seus credores. No mesmo ato que o juiz defere o processamento da recuperação judicial, este já deve providenciar os atos
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