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ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA TEORIA DAS ESTRUTURAS Nome Matrícula: Engenharia Civil CASE FINAL Uma universidade pede autorização para uma turma de Engenharia visitar uma grande obra em que você é o responsável técnico. Durante a visita, varias perguntas são feitas, seja sobre tecnologia do concreto, seja sobre tecnologia da construção, entre outras. Em determinado momento, um aluno avista um guindaste de torre carregando uma viga pré-moldada e pergunta para você como saber qual a carga máxima que esse guindaste consegue suportar. Você, tendo um vasto conhecimento sobre o assunto, diz que o guindaste de torre está submetido ao seu peso e a carga que suporta, e, para calcular as reações que o guindaste sofre, é necessário aplicar os princípios de equilíbrio. Caro aluno, agora é você! A atividade final irá englobar as quatro unidades que estudamos, porém você deve prestar muita atenção nas instruções a seguir. Conforme apresentando ao longo dessa matéria, todos os conteúdos foram devidamente embasados em normas técnicas, elaborados por meio de pesquisas de órgãos nacionais e internacionais ao longo dos anos e por meio de livros profissionais renomados na área. Você deverá desenvolver um livro- resumo contendo a temática “Teoria das Estruturas – Resumo”, elaborando uma revisão geral sobre as temáticas estudadas durante a disciplina. O livro precisa conter: 1. Conceitos básicos sobre processo dos esforços (mostrar as principais definições e como seu uso é aplicado nas estruturas encontradas nas construções atuais); 2. Principio dos trabalhos virtuais (mostrar a importância do uso desse método para as analises de esforços em estruturas tanto isostáticas quanto hiperestáticas e fazer em breve comentário sobre a definição da matriz de flexibilidade); 3. Conceitos básicos do processo dos deslocamentos ( mostrar suas principais definições e onde esse processo pode ser aplicado, exemplificando nas estruturas encontradas nas construções atuais); 4. Conceitos básicos dos métodos dos elementos finitos (determinar os tipos de análises usando esse método, falar brevemente sobre os fundamentos do MEF e abordar sabre sua aplicação nas estruturas); 5. Fundamentos do processo de Cross (fundamentar as respostas dadas com o uso de estatísticas de órgãos oficiais, como DNIT, a ANTT, e os DERs estaduais, entre outros); 6. Referências bibliográficas. O projeto de pesquisa deve conter no mínimo cinco páginas e no máximo dez. O arquivo deve ser entregue no formato PDF, conforme as normas de padrão ABNT para formatação de trabalhos técnicos. As referências bibliográficas também devem seguir os padrões da ABNT. Teoria das Estruturas – Resumo Estrutura é um sistema destinado a proporcionar o equilíbrio de um conjunto de ações, capaz de suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante a sua vida útil sem que ela perca a sua função. 1. Conceitos básicos sobre processo dos esforços O processo dos esforços, também conhecido como método das forças, é o processo mais simples quando se trata de resolução de estruturas hiperestáticas. Trata-se de um método matemático usado para definir os esforços em estruturas hiperestáticas. Esse método se fundamenta nas possibilidades matemáticas do método clássico, gerando resultados semelhantes, pois combina esforços em números iguais ao grau de indeterminação estática. As hipóteses fundamentais do Método Clássico para solução de problemas referentes às estruturas reticulares - formadas por barras - são: 1) Validade das equações de equilíbrio da Mecânica Geral; 2) Continuidade da estrutura, caracterizada pelo fato de não apresentarem pontos angulosos as linhas elásticas das barras cujos eixos também não tenham pontos angulosos (estes, se houver, serão considerados como nós) e de se conservarem constantes os ângulos entre as tangentes às linhas elásticas nos nós; 3) Aplicabilidade das hipóteses da Resistência dos Materiais para materiais elásticos (proporcionalidade entre tensões e deformações, conservação das seções planas); 4) Superposição de efeitos, isto é, o efeito produzido por um conjunto de ações (cargas, temperatura, etc.) é igual a soma dos efeitos destas ações atuando isoladamente. As estruturas são sistemas caracterizados por um ou mais elementos conectados entre si, de maneira que se tornem estáveis. Sendo assim, as estruturas precisam ser capazes de conceber esforços externos, segurar esses esforços internamente e enviá-los para os apoios. Todavia, os cálculos de determinadas estruturas são complexos. As equações de equilíbrio da estática dizem que a soma das forças verticais, horizontais e dos momentos precisam resultar em um valor nulo. Para isso, é preciso considerar que os vínculos estejam em um sistema plano, ou seja, a movimentação dessas estruturas pode ocorrer somente nas direções determinadas nesse plano. O número de grau de movimentação é fundamental para a classificação da estrutura hipostática, isostática e hiperestática. Quadro 1. Vinculações e características. (retirado do material de apoio) As estruturas são classificadas em função do número de reações de apoio ou vínculos que possuem. Cada reação constitui uma incógnita a ser determinada. Para uma estrutura plana, o equilíbrio de um corpo rígido fornece três equações: ∑𝐹𝑥 = 0 ∑𝐹𝑦 = 0 ∑𝑀𝑜 = 0 Estruturas hipostáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é inferior ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio estático. A Figura 1 ilustra um tipo de estrutura hipostática. As incógnitas são duas: RA e RB. Esta estrutura não possui restrição a movimentos horizontais. Figura 1. Exemplo de estrutura hipostática. (retirado do material de apoio) As estruturas hipostáticas são estruturas em que os vínculos não são suficientes para sustentar e manter o equilíbrio estático, portanto, não são adequadas para as construções. O número de incógnitas é menor do que o n número de equações. Estruturas isostáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é igual ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio da Estática. No exemplo da estrutura da Figura 2 as incógnitas são três: RA, RB e HA. Esta estrutura está fixa; suas incógnitas podem ser resolvidas somente pelas equações fundamentais da Estática. Figura 2. Exemplo de estrutura isostática. (retirado do material de apoio) As estruturas isostáticas são as estruturas em que o número de vínculos é suficiente para manter o equilíbrio estático. As estruturas isostáticas apresentam um número de apoio suficiente para impedir a movimentação da estrutura e, com isso, seu equilíbrio é estável. Estruturas hiperestáticas são aquelas cujo número de reações de apoio ou vínculos é superior ao número de equações fornecidas pelas condições de equilíbrio estático. Um tipo de estrutura hiperestática está ilustrado na Figura 3. As incógnitas são quatro: RA, RB, HA e MA. As equações fundamentais da Estática não são suficientes para resolver as equações de equilíbrio. São necessárias outras condições relativas ao comportamento da estrutura, como, p. ex., a sua deformação para determinar todas as incógnitas. Figura 3. Exemplo de estrutura hiperestática. (retirado do material de apoio) As estruturas hiperestáticas são as estruturas em que os vínculos são mais do que o necessário para manter o equilíbrio estático. Por essas estruturas apresentarem o número de apoio maior do que o necessário, evita-se o movimento da estrutura e, com isso, seu equilíbrio fica estável. Mesmo que a análise da estrutura hiperestática seja complexa, a maioria das estruturas é hiperestática. Dentre as vantagens do uso das estruturas hiperestáticas, destaca-se a segurança,pois há uma redistribuição maior das tensões devido à rigidez da estrutura. No momento em que um elemento estrutural está sendo muito solicitado, ele redistribui a tensão para os elementos ao seu entorno, pois ocorre uma redistribuição de momentos. Ocorre, também, um menor deslocamento transversal com maior rigidez, pois a maior rigidez da estrutura causada pelo menor grau de liberdade faz com que ocorra uma melhor distribuição dos esforços, assim como tensões menores. Por fim, é importante destacar a economia de material, já que as vigas contínuas, mesmo apresentando momentos negativos maiores nos apoios, contêm momentos positivos no meio do vão e, assim, geram economia. As desvantagens, por sua vez, têm a ver com a complexidade dos modelos de cálculo, podendo ocasionar dificuldades na análise das estruturas no projeto. Há, também, o surgimento de problemas significativos devido a recalques, trazendo mudanças nos valores de momento fletor e torçor, no esforço cortante, nos esforços normais e de reação dos elementos. Além disso, quando as tensões não são consideradas, geram variações significativas. Tais tensões podem ocorrer por conta da má execução do material ou de variações de temperatura não consideradas, gerando, assim, mudanças na posição relativa do elemento e causando variações nos esforços que irão atuar ao longo da estrutura. O processo dos esforços é uma técnica usada para avaliar estruturas hiperestáticas, possibilitando obter as reações de apoio e traçar os seus diagramas de esforços solicitantes. Os processos de cálculos de estruturas hiperestáticas precisam respeitar sempre as condições de equilíbrio, de compatibilidade e dos materiais empregados. Eles são conhecidos como leis constitutivas de materiais. As condições de equilíbrio são eficazes quando a estrutura consegue ficar em repouso, ou seja, quando as forças atuantes nessas estruturas e as reações de apoio estiverem em equilíbrio. Respeitando as condições no processo dos esforços, aplicam-se as equações de equilíbrio estático, utilizadas na resolução das estruturas isostáticas. O resultado dos esforços que acontecem na estrutura se dá pelo comportamento do material. Respeitando o comportamento dos materiais utilizados, o processo dos esforços considera que os materiais apresentem atuação elástica linear, e que as deformações vigentes estejam de acordo com região elástica. As estruturas que não possuem rompimento em várias segmentações, cuja forma defletida esteja de acordo com as restrições de deslocamento necessárias para vinculações de apoio, são consideradas estruturas que obedecem às condições de compatibilidade. Para assegurar o não rompimento da estrutura, ou assegurar que as deflexões da estrutura obedeçam às condições de vinculação, escreve-se uma ou mais equações de compatibilidade, respeitando as condições do processo dos esforços. O conceito básico do processo dos esforços constitui na substituição da estrutura hiperestática por uma estrutura isostática básica, resultante da remoção de certas restrições, como a retirada de reações de apoio. Por essa estrutura básica ser isostática, a análise pode ser facilmente feita pelos métodos conhecidos. Exemplificando, considera-se a viga da Figura 4 (a). Por essa viga possuir quatro reações de apoio, força horizontal e vertical no apoio fixo A, força vertical no apoio móvel B, força vertical móvel em C e somente três equações de equilíbrio, ela é considerada uma viga hiperestática. Assim, para equacionar essa estrutura, é preciso determinar mais uma equação, gerando um sistema de quatro incógnitas e quatro equações. Em outras palavras, um sistema com uma única solução. Figura 4. (a) Viga hiperestática. (b) Estrutura isostática básica. (retirado do material de apoio) Para solucionar essa equação adicional, é preciso trocar a estrutura hiperestática por uma estrutura isostática básica equivalente, por meio da remoção de uma das vinculações de apoio que corresponde ao vínculo retirado, apresentado na Figura 4 (b). Com o objetivo de que essa estrutura básica seja de fato igual a uma estrutura isostática, apesar de aplicada uma força vertical em B equivalente à reação de apoio, é necessário considerar a condição de compatibilidade aplicada nesse apoio móvel em B, ou seja, a situação de deslocamento vertical em B precisa ser nula. 2. Principio dos trabalhos virtuais O princípio do trabalho virtual é usado para caracterizar um deslocamento ou uma inclinação em um ponto de qualquer estrutura. Para melhor entendimento desse princípio, usaremos um corpo submetido a um conjunto de forças externas, de acordo com a Figura 5. Figura 5. Corpo submetido a um conjunto de forças externas (a) e corpo com aplicação da força virtual externa P' (b). (retirado do material de apoio) As forças externas P1, P2 e P3 provocarão esforços internos fi nos diversos pontos internos ao longo do corpo, cuja estrutura padrão, seja uma viga, uma treliça ou um pórtico, é um esforço normal, cortante, momento torço e momento fletor. Portanto, o corpo deformará, mostrando deslocamento externos Δn aplicados nos pontos das forças externas, bem como deslocamentos internos d nos vários do corpo. O trabalho externo é o resultado da soma de uma força externa por meio de deslocamentos que acontecem na direção dessa força, no ponto de aplicação. Já a soma de um esforço interno em um ponto interior qualquer por meio de deslocamentos internos que acontecem nesse ponto resulta em um trabalho interno. Assim, por meio do princípio da conservação de energia, temos: Ue = Ui → ∑Pn ∙ Δn = ∑fi ∙ di Considerando que se deseja achar o deslocamento Δ do ponto A no corpo da Figura 5 (a) na mesma direção demonstrada, ele fica sujeito ao conjunto de forças externas reais apresentadas. Para esse fim, usa-se o princípio do trabalho virtual. Desse modo, as forças, sejam elas internas ou externas, são virtuais e os deslocamentos internos e externos são reais. Com isso, os deslocamentos Δ e d não são resultantes das forças P’ e fv. Contudo, é importante que as forças internas e externas estejam em equilíbrio e os deslocamentos internos e externos sejam compatíveis. Em outras palavras, as forças internas virtuais fv são resultantes do deslocamento externo real Δ e seus resultados são calculados de acordo com as condições de compatibilidade de deslocamentos. Os sistemas de forças e deslocamentos apresentam o fator de atuação sobre o mesmo corpo. DEFINIÇÃO DE MATRIZ DE FLEXIBILIDADE Para solucionar o processo dos esforços, é fundamental definir a matriz de flexibilidade, ou seja, a matriz de coeficiente de flexibilidade (fij). Os termos da matriz de flexibilidade constituem os deslocamentos generalizados de acordo com a direção i quando a atuação de uma força generalizada unitária segue essa direção. A definição dos termos da matriz de flexibilidade pode ser feita por aplicação de indeterminados métodos para a caracterização de deslocamentos em elementos lineares. Levando em consideração o sistema fundamental escolhido, a matriz de flexibilidade de cada barra é calculada pela seguinte expressão: Em que f é a matriz de flexibilidade da barra para o sistema fundamental usado, L é comprimento da barra, E é o módulo de elasticidade e I a inércia da seção transversal da barra. Depois de caracterizada a matriz de flexibilidade, é preciso caracterizar os deslocamentos no sistema fundamental pelas direções das incógnitas hiperestáticas, quando se encontram dependentes do carregamento exterior. Quando relacionada à variação de temperatura, corresponde à deformação por fluências e os deslocamentos tendem a ser considerados com base no princípio das forças virtuais pelas seguintes expressões: Em que δ10 é o deslocamento causado pela solicitação do esforço exterior pela direção de x1, M1(x)é o momento fletor causado no sistema por x1 = 1 KNm, δ20 é o deslocamento causado pela solicitação do esforço exterior pela direção de x2, M2(x) é o momento fletor no sistema fundamental causado por x2 = 1 KNm, δ30 é o deslocamento causado pela solicitação do esforço exterior pela direção de x3, N3(x) é o esforço normal no sistema fundamental causado por x3 = 1 KN, α é o coeficiente de dilatação térmica do material utilizado, h é a espessura da secção transversal Δt(x) corresponde à variação diferencial de temperatura, t0(x) corresponde à variação uniforme de temperatura. Figura 6. Variação dos esforços ao longo da barra devido ao carregamento unitário pela direção das incógnitas hiperestáticas. Sabendo que todas as funções demonstradas precisam apenas do comprimento da barra, a determinação do seu valor é facilmente encontrada em qualquer ponto. Contudo, as funções relacionadas à variação de temperatura são apresentadas em número finito de pontos e mudam de barra para barra com o decorrer do tempo. Assim, para obter os deslocamentos pelos carregamentos exteriores, é preciso, primeiramente, achar os valores da variação de temperatura nos pontos já conhecidos. Em seguida, deve-se calcular o valor dos esforços unitários. Por fim, o resultado da função é integrado numericamente. 3. Conceitos básicos do processo dos deslocamentos O Método dos Deslocamentos, também chamado de Método da Rigidez Direta, é um dos métodos mais utilizados na Análise Estrutural em estruturas hiperestáticas, ou seja, quando as condições de equilíbrio não são suficientes para solucionar as mesmas, sendo necessário fazer uma superposição de configurações deformadas. O processo dos esforços e o processo dos deslocamentos são constituídos sempre de acordo com as condições de compatibilidade, as condições de equilíbrio e as condições que controlam o desempenho dos materiais (leis constitutivas do material). O Método consiste na construção das matrizes de rigidez das barras, cujos elementos são os coeficientes de rigidez, e dos vetores de cargas nodais equivalentes, tanto em coordenadas locais quanto em globais. Com as matrizes e vetores das barras, é possível montar a matriz de rigidez da estrutura, assim como seu vetor de cargas nodais equivalentes. Com a aplicação das condições de contorno impostas pelos vínculos, se obtém um sistema de equações cujas incógnitas são os deslocamentos nodais da estrutura. Por ter um roteiro de metodologia bem definido e fórmulas tabeladas para os coeficientes de rigidez e ser bem versátil o Método dos Deslocamentos permiti tanto uma resolução manual, baseada em simplificações, quanto uma computacional. No processo dos deslocamentos, utiliza-se a superposição de casos fundamentais que, quando somados, resultam na estrutura original. No geral, as incógnitas são forças pelas quais os deslocamentos retomam às condições de compatibilidade e, no processo dos deslocamentos, as incógnitas são deslocamentos pelos quais as forças retomam as condições de equilíbrio. O Método dos Deslocamentos consiste em solucionar estruturas bidimensionais ou tridimensionais através da análise dos deslocamentos em cada elemento utilizando uma superposição de configurações deformadas mais simples. Estas configurações, também chamadas de casos básicos, satisfazem as condições de compatibilidade da estrutura, mas não as condições de equilíbrio da mesma. Neste método, o equilíbrio é então atingido quando é feita a superposição destes casos. As deslocabilidades são deslocamentos ou rotações nodais livres que definem a configuração deformada da estrutura. Representadas pela notação Di, as deslocabilidades são as incógnitas do sistema de equações gerado pelo Método dos Deslocamentos. Os valores das deslocabilidades são usados para obter a configuração deformada da estrutura, além de possibilitarem o cálculo dos esforços internos e das reações dos vínculos da mesma. O primeiro passo do processo dos deslocamentos se dá em classificar quais são os deslocamentos não identificados em cada nó da estrutura. Na Figura 07, os nós A e C estão engastados, impedindo o deslocamento, rotação vertical e horizontal. Figura 07. (a) Pórtico hiperestático. (b) Deslocabilidades. (c) Sistema hipergeométrico. Em seguida, deve-se gerar a suposição de casos fundamentais, em que cada um dos casos são arranjos deformados conhecidos. Com isso, cada caso fundamental separa os efeitos do carregamento e das deslocabilidades provocadas nas estruturas. A caracterização dos casos fundamentais é dada pela determinação do sistema hipergeométrico, conforme mostrado na Figura 07 (c), que é a estrutura original com os deslocamentos nos nós que impedem a soma de apoios imaginários. Na Figura 08 é possível ver que a soma do arranjo deformado de cada caso resulta no arranjo deformado da estrutura original. Figura 08. Superposição dos casos fundamentais. No passado, as estruturas projetadas eram, em sua maioria, menos sofisticadas, compostas por elementos estruturais com menor esbeltez, vãos e número de pavimentos. Atualmente, o cenário é outro: as estruturas são mais altas e esbeltas e a arquitetura mais arrojada, o que leva à necessidade de maiores vãos. Todas essas mudanças tornaram as estruturas mais deformáveis, sendo ainda mais importante a avaliação das condições em serviço, que é a verificação da durabilidade e de fissuras, deslocamentos e flechas em estruturas. 4. Conceitos básicos dos métodos dos elementos finitos O Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma análise matemática que consiste na fragmentação de um meio contínuo em pequenos elementos, sem que haja alteração das propriedades do meio original. Esses elementos são descritos por equações diferenciais e resolvidos por modelos matemáticos, para que sejam obtidos os resultados desejados. Somente com o advento dos computadores a sua viabilização tornou-se possível, facilitando a resolução das enormes equações algébricas. O MEF pode ser utilizado em diversas áreas das ciências exatas, biológicas e tecnológicas, como na física, nas engenharias civil, mecânica, elétrica, e outras, e inclusive na biologia, ortodontia e medicina, existem trabalhos com esta metodologia nas diversas especialidades, quando se deseja analisar cargas, tensões ou deslocamentos. Com o contínuo uso desse método em pesquisas, com suas vantagens em relação a outros disponíveis, torna-se de suma importância o conhecimento da técnica, para que sua utilização possa proporcionar benefícios científicos. Para que os trabalhos sejam mais precisos em sua interpretação, torna-se primordial que o profissional da engenharia civil conheça os conceitos básicos deste método. Existem atualmente diversos softwares comerciais para a análise numérica pelo MEF, como o SAP2000, Strap, Abaqus, ANSYS, entre outros. Essas equações diferenciais, escritas em cada elemento, são então resolvidas em conjunto para que sejam obtidos os resultados desejados (deslocamentos, tensões, esforços, campo magnético, fluxo pressão, etc.). A origem do desenvolvimento desse método data do final do século XVIII, entretanto, a sua viabilização tornou-se possível somente com o advento dos computadores, facilitando a resolução das enormes equações algébricas. O Método dos Elementos Finitos é um método de solução aproximada de equações diferenciais muito úteis em ciência e engenharia. Ele possibilita a simulação de situações reais em um espaço discreto, cujo limite infinitesimal tende ao contínuo. A visualização computacional também tem seguido a implementação dos cálculos por este método permitindo uma análise visual das situações determinadas através do cálculo numérico. As estruturas de edifícios, pontes, barragens, viadutos, etc., devem ser projetadas para que cumpram, durante toda a sua vida útil, asfinalidades de utilização. A problemática levantada é que, deve-se projetá-las para que respondam às ações a que estão submetidas, de forma adequada, sem comprometer sua segurança, durabilidade e conforto. Para que esses objetivos sejam alcançado deve-se utilizar cálculos numéricos prevendo possíveis falhas estruturais. Múltiplos tipos de problemas físicos que são encontrados nas ciências e nas engenharias são apresentados matematicamente na forma de equações diferenciais ordinárias e parciais. A solução exata habitualmente é fruto de um método de solução analítica encontrado por meio de métodos algébricos e diferenciais aplicados a geometrias e condições de contorno particulares; a aplicação generalizada dos métodos analíticos para diferentes geometrias e condições de contorno torna impraticável ou até mesmo impossível a obtenção de soluções analíticas exatas. Atualmente o MEF encontra aplicação em praticamente todas as áreas de engenharia, como na análise de tensões e deformações, transferência de calor, mecânica dos fluidos e geologia, eletromagnetismo, etc. 5. Fundamentos do processo de Cross O Processo de Cross, ou Método da Distribuição de Momentos (White et al. 1976), é um método relativamente simples para o cálculo de momentos fletores em vigas contínuas, pórticos planos, grelhas e até em pórticos espaciais. Este processo é baseado no Método dos Deslocamentos e só se aplica para estruturas sem deslocabilidades externas (do tipo translação), isto é, ele só se aplica a estruturas com barras inextensíveis e que só tenham deslocabilidades do tipo rotação. Apesar desta limitação, o método criado por Hardy Cross na década de 1930 (“Analysis of Continuous Frames by Distributing Fixed-End Moments,” Transactions, ASCE, Paper no. 1793, vol. 96, 1936) ainda é utilizado hoje para o cálculo de estruturas. O trabalho de Cross teve um impacto inicial muito grande pois possibilitou a solução manual de estruturas hiperestáticas em um momento em que estruturas de concreto armado estavam se tornando muito comuns. O concreto armado propicia a criação de pórticos com ligações contínuas, com alto grau de hiperestaticidade. A aplicação prática do Processo de Cross diminuiu bastante pois atualmente se faz uso de programas de computador para a análise de estruturas, que geralmente utilizam o Método dos Deslocamentos (embora alguns programas utilizem o Processo de Cross como procedimento de análise de vigas contínuas). Apesar do uso do Método da Distribuição de Momentos ter caído nas últimas décadas, ele tem um apelo intuitivo muito forte e, por isso, serve para uma melhor compreensão do comportamento à flexão de estruturas reticuladas. E também é um método para cálculo de redes malhadas e consiste em se concentrar as vazões a serem distribuídas nas diversas áreas cobertas pela rede, em pontos das malhas de modo a parecer que há distribuições concentradas e não ao longo do caminhamento das tubulações, como no caso do seccionamento fictício. 6. Referências bibliográficas. COSTA, M. S. M., & BILESKY, L. R. (2013). Método dos Elementos Finitos Aplicado a Engenharia Civil. FAIT, Itapeva, Nov. Cunha, B. V. (2018). Ferramenta gráfico-interativo-didática para o ensino do método dos deslocamentos em estruturas bidimensionais. Duarte, É. N. (2016). Método dos elementos finitos. Mecânica Do Contato Entre Corpos Revestidos, 37–44. https://doi.org/10.5151/9788580391992-03 FIGUEIREDO, H. R. Teoria das Estruturas. Recife-PE. Ser Educacional, 2020. O Processo dos esforços De Engenheiro para Curiosos, 2015. Disponível em: <https://engucm.files.wordpress.com/2015/08/2processo_dos_esforc3a7os.pdf >. Acesso em: 24/03/2022. https://doi.org/10.5151/9788580391992-03
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