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Recursos Linguísticos: Verbo Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB GOVERNO de Pernambuco. Secretaria de Educação e Esportes. Língua Portuguesa Recursos Linguísticos: Verbo. – Recife: Secretaria de Educação e Esportes, 2020. 24 p.: il. 1º Ano Ensino Médio. Educa-PE. Fascículo 8. 1. Língua Portuguesa – Verbos. 2. Gramática normativa. I. Título. CDU – 806.90 Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129 Expediente Governador de Pernambuco Paulo Henrique Saraiva Câmara Vice-governadora de Pernambuco Luciana Barbosa de Oliveira Santos Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco Frederico da Costa Amancio Autor Prof. Adeildo Cristóvam da Silva Júnior Revisão de Língua Portuguesa Prof.ª Aline Vieira de Oliveira Couto Projeto gráfico Clayton Quintino de Oliveira Diagramação Hugo Carlos Cavalcanti As imagens e ilustrações creditadas foram utilizadas para fins exclusivamente educacionais, conforme a Lei nº 9.610/98. A primeira coisa é entender o que vamos estudar nesse momento inicial. Por isso, vai aqui um MAPA CONCEITUAL para dar a você uma VISÃO PANORÂMICA sobre o assunto. Salve! Salve! Meu aluno e minha aluna! Hoje é dia de PRIMEIRO ENCONTRO! (ou de REENCONTRO, quem sabe?!). Vamos (re)conhecer uma classe de palavras muito importante para TUDO o que queremos dizer (e dizer com exatidão, criatividade, verdade...). Vamos falar sobre o VERBO! A primeira coisa é entender o que vamos estudar nesse momento inicial. Por isso, vai aqui um MAPA CONCEITUAL para dar a você uma VISÃO PANORÂMICA sobre o assunto. Fo n te: O au to r (20 2 0 ) Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te : C lip m ar t. co m Viram só?... Verbo é um assunto extenso, por isso tem que ser estudado estrategicamente. Primeiro, com uma visão geral, panorâmica, para saber com o que vamos lidar. Depois, estudamos parte a parte, a fim de DOMINAR o assunto. Fo n te: C lip m art.co m 1 O Verbo e sua função Agora, você sabia que tem muita gente que não sabe identificar uma palavra exercendo o papel de verbo? É... E sabe como eu descobri isso? Eu fiz a seguinte experiência: Vou colocar aqui as frases pra você dar uma olhada... FRASE 1 – Caminhar é uma atividade saudável para muita gente. FRASE 2 – Amanhã de manhã, eu e minha irmã vamos caminhar. FRASE 3 – O livro encapado dura muito mais. FRASE 4 – O caderno do filho foi encapado pela mãe. FRASE 5 – No desespero, o jovem saiu da casa correndo. FRASE 7 – Quando o brasileiro caminhar pela educação permanentemente, sua vida será melhor. FRASE 8 – Depois de encapado, coloquei o livro na estante. FRASE 9 – Correndo pela praça, eu vi os fogos de artifício serem estourados. FRASE 10 – Para caminhar todos os dias, o brasileiro precisa de muita força de vontade. 1º Eu escrevei no quadro 10 frases. 2º Eu pedi que os alunos da sala que me contassem quantos verbos eles reconheciam nas frases ao todo. Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te: C lip m art.co m 2 Ângela disse que havia 10 verbos. Pedro declarou que havia 15. Antônio afirmou que são 14. José afirmou que tem 17 verbos ao todo nas frases. E aí... quem você acha que está certo Vamos observar algumas características do verbo antes de saber a resposta. Em primeiro lugar, para uma palavra ser considerada um verbo, ela deve apresentar os traços exibidos lá no MAPA CONCEITUAL sobre verbo. Por exemplo, deve estar conjugado em um modo e tempo, flexionado em um número e pessoa. Segundo, caso não esteja conjugado, deve estar empregado em uma das formas nominais como verbo principal de uma locução verbal1 ou em uma oração reduzida2 de infinitivo, de particípio ou de gerúndio. Ou, por fim, deve estar empregado no infinitivo conjugado3. Se você não lembra dessas informações, observe o quadro4 abaixo: 1 Locução verbal é uma expressão formada por 2 verbos, mas com valor semântico-sintático de um só: o primeiro verbo é chamado de auxiliar e o último de principal. 2 Orações reduzidas são geralmente orações subordinadas a uma oração principal. 3 O infinitivo conjugado só é possível com o auxílio de preposições antecedendo o verbo. 4 Mesmo não sendo completo, há muitas informações importantes no quadro que deve ser sempre consultado por você diante de alguma dúvida. 5 Existem duas formatações de tempos verbais: os tempos simples e os tempos compostos. Os tempos simples são formados pela conjugação do próprio verbo. Os tempos compostos são formados pela MODO INDICATIVO Traduz a ideia de certeza. A aprendizagem ocorreu com o treino. SUBJUNTIVO Traduz a ideia de hipótese. Se nós nos dedicarmos, a apredizagem ocorrerá. IMPERATIVO Traduz a ideia de ordem ou pedido. Dedique-se, que a aprendizagem ocorrerá. TEMPO5 PRESENTE O evento, ação, fenômeno ou estado Eu vejo este quadro. Sempre leio pela manhã. E então... vocês arriscam um palpite? Quantos verbos têm ao todo nas 10 frases? (lembrando que uma locução verbal vale por um verbo). Fo n te : C lip m ar t. co m 3 PARTICÍPIO Marcado pelas terminações -IDA(S)/- IDO(S); -ADA(S), -ADO(S). Terminada a aula (oração reduzida), iremos descansar. = Depois que a aula terminar (oração desenvolvida), iremos descansar. O menino foi atendido (locução verbal) ontem. Marcado por formas irregulares de redução. Eu tinha visto todos os filmes de Buñel. GERÚNDIO Marcado pela terminação -NDO Estou andando (locução verbal) todo fim de tarde. Chegando em casa (oração reduzida), liguem para mim. = Quando chegarem em casa (oração desenvolvida), liguem para mim. FORMAS NOMINAIS (EXERCEND O A FUNÇÃO DE NOME) INFINITIVO (COMO SUBSTANTIVO) Marcado pela terminação -AR Nadar é um excelente exercício. Pelo andar da carroagem, seremos os primeiros colocados. PARTICÍPIO (COMO ADJETIVO OU PARTE DE LOCUÇÃO CONJUNTIVA) Marcado pelas terminações -IDA(S)/- IDO(S); -ADA(S), -ADO(S). Homens e mulheres bem vestidos têm mais chances no mercado de trabalho. Marcado por formas irregulares de redução. Irei mais cedo para o trabalho, visto que (locução conjuntiva) pode haver engarrafamentos. conjugação dos verbos na forma de locuções verbais em que os verbos auxiliares são obrigatoriamente “ter” ou “haver”. acontece ou no momento da fala, ou é recorrente. Gostamos de nosso estado! PRETÉRITO O evento, ação, fenômeno ou estado é anterior ao momento da fala. Dezenas de pessoas saíram às ruas. Antes, as pessoas andavam mais seguras. FUTURO O evento, ação, fenômeno ou estado é posterior ao momento da fala. Dedicando-me agora, terei um futuro melhor. Planto suor e lágrima, mas colherei sorrisos e tranquilidade. NÚMERO SINGULAR PLURAL Evidencia-se a concordância do verbo com o seu sujeito na frase. Eu anoto as observações atento. Nós anotamos as observações atentos. PESSOA 1ª 2ª 3ª FORMAS NOMINAIS (EXERCENDO A FUNÇÃO DE VERBO) INFINITIVO Marcado pela terminação -AR Vou deixar (locução verbal) a vida me levar (oração reduzida). = Vou deixar que a vida me leve (oração desenvolvida). 4 GERÚNDIO (COMO ADVÉRBIO DE MODO) Marcado pela terminação -NDO Saí correndo daquele ambiente hostil. Mesmo com todo aquele trânsito,atravessei a rua andando. E agora... Quem está certo, com base nas informações do quadro? Ângela, Pedro, Antônio ou José? Acertou quem disse que é Pedro! Vamos analisar? Vejamos... Na FRASE 1 ,Caminhar é uma atividade saudável para muita gente, Caminhar funciona como substantivo; o único verbo da frase é o verbo ser, conjugado na 3ª pessoa do singular do presente do modo indicativo. Na FRASE 2, Amanhã de manhã, eu e minha irmã vamos caminhar, temos a locução verbal vamos caminhar. Na FRASE 3, O livro encapado dura muito mais, encapado funciona como adjetivo caracterizando o substantivo livro. O único verbo da frase é durar, conjugado no presente do modo indicativo. Na FRASE 4, O caderno do filho foi encapado pela mãe, temos uma locução verbal em foi encapado. Na FRASE 5, No desespero, o jovem saiu da casa correndo, temos o verbo sair conjugado no pretérito perfeito do modo indicativo, e correndo indica o modo como o jovem saiu. Na FRASE 6, Estou correndo todos os dias no fim da tarde, temos uma locução verbal Estou correndo. Na FRASE 7, Quando o brasileiro caminhar pela educação permanentemente, sua vida será melhor, temos dois verbos: caminhar conjugado no futuro do subjuntivo, e ser conjugado no futuro do presente. Na FRASE 8, Depois de encapado, coloquei o livro na estante, temos dois verbos: encapar no particípio passado, e colocar no pretérito perfeito do modo indicativo. Fo n te : C lip m ar t. co m 5 Estrutura dos verbos Você sabia que o verbo tem um DNA Na FRASE 9, Correndo pela praça, eu vi os fogos de artifício serem estourados, temos três verbos: correr no gerúndio, formando uma oração reduzida; ver no pretérito perfeito do indicativo; e a locução verbal serem estourados. Por fim, na FRASE 10, Para caminhar todos os dias, o brasileiro precisa de muita força de vontade, temos dois verbos:caminhar no infinitivo conjugado e precisar na 3ª pessoa do presente do modo indicativo. Agora que acompanhou toda essa análise (inicial, hein!!!!), vamos nos aprofundar um pouco mais. Para isso, vou fazer uma comparação a partir de uma pergunta: É exatamente isso: o verbo tem um DNA e seu código genético é formado por partes, chamadas MORFEMAS6, ou também chamadas de ELEMENTOS MÓRFICOS. Cada elemento desse diz algo muito importante sobre o verbo. Quando seu olhar fica treinado, você consegue dizer em que modo, tempo, número e pessoa o verbo está rapidamente, a partir do reconehcimento desses morfemas. Você sabe quais são esses elemento formadores do verbo? Observe a tabela: MORFEMA FUNÇÃO / CARACTERÍSTICAS Radical (R) Guardam o significado lexical do verbo, ou seja, o seu sentido básico. Sofrem alterações em sua estrutura durante a conjugação dos verbos irregulares e anômalos. Na conjugação dos verbos regulares, eles se mantêm inalterados. 6De acordo com o Dicionário de Português Eletrônico da Editora Porto, MORFEMA é a unidade linguística mínima, isto é, indivisível, portadora de significado gramatical ou lexical de uma palavra. Fo n te : C lip m ar t. co m 6 Vogal temática (vt) Juntam-se ao radical para formar uma estrutura chamada TEMA. Dividem os verbos em 3 grupos de conjugação. Existem, por isso, apenas vogais temáticas: A (para os verbos de 1ª conjugação), E (para os verbos de 2ª conjugação) e I (para os verbos de 3ª conjugação). Desinências modo-temporais (DMT) Responsáveis pela flexão dos verbos em Modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Tempo (presente, pretérito, futuro) e Forma (infinitivo, particípio e gerúndio). Consequentemente, no plano semântico, ajudam no reconhecimento dos significados das mensagens nos planos da certeza ou da hipótese, da ordem ou do pedido, e ainda da temporalidade. Permitem a correlação entre tempos e modos verbais. Existem vários grupos, mas são finitos. Desinências número-pessoais (DNP) São responsáveis pela flexão dos verbos em Número (sigular ou plural) e Pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoas do discurso, isto é, quem fala, com quem se fala e de quem/que se fala, respectivamente. Permitem que ocorra a concordância verbal. Por fim, são divididas em apenas dois grupos. Vamos ver isso com o verbo ESTUDAR conjugado no presente, no pretérito perfeito e no futuro do presente, todos no modo indicativo. Presente (Indicativo) R VT DMT DNP ESTUD - O - ESTUD A - S ESTUD A - - ESTUD A - MOS ESTUD A - IS ESTUD A - M Aplicar o espírito, a inteligência e a memória para aprender (habilidade, técnica, ciência, arte etc.); adquirir habilidade e/ou conhecimento. Cocloca esse verbo no paradigma7 de primeira conjugação, cujo modelo é cantar. Mostra que a ação se dá no tempo da fala ou é pertinente a ele. Isso no plano da certeza. Mostra com que elemento textual o verbo concorda, inclusive funcionando como um elemento de coesão referencial. Pretérito perfeito (Indicativo) R VT DMT DNP ESTUD - EI - ESTUD A STE - ESTUD - OU - ESTUD A - MOS ESTUD A STE S ESTUD A RA M Aplicar o espírito, a inteligência e a memória para aprender (habilidade, técnica, ciência, arte etc.); adquirir habilidade e/ou conhecimento. Cocloca esse verbo no paradigma de primeira conjugação, cujo modelo é cantar. Mostra que a ação se dá no tempo anterior ao da fala, especificamente num passado recente. Isso no plano da certeza. Mostra com que elemento textual o verbo concorda, inclusive funcionando como um elemento de coesão referencial. 7 Modelo de conjugação verbal. Geralmente aparece em dicionários especializados, no apêndice dos paradigmas. 7 Classificação dos verbos Futuro do presente (Indicativo) R VT DMT DNP ESTUD A REI - ESTUD A RÁ S ESTUD A RÁ - ESTUD A RE MOS ESTUD A RE IS ESTUD A RÃ O Aplicar o espírito, a inteligência e a memória para aprender (habilidade, técnica, ciência, arte etc.); adquirir habilidade e/ou conhecimento. Cocloca esse verbo no paradigma de primeira conjugação, cujo modelo é cantar. Mostra que a ação se dá no tempo posterior ao da fala, denotando o por vir. Isso no plano da certeza. Mostra com que elemento textual o verbo concorda, inclusive funcionando como um elemento de coesão referencial. Agora que você já sabe da existência do DNA dos VERBOS, e entende que cada parte de sua estrutura é responsável por uma característica ou peculiaridade, vamos ver como eles se classificam e com base em que critérios. Vamos ver primeiro no MAPA CONCEITUAL. Fo n te: O au to r (20 2 0 ) Fo n te : C lip m ar t. co m 8 Agora, galera, vamos compreender o que é cada classificação? Bora lá?... Toda classificação se dá a partir de uma série de critérios, como significado, sonoridade, estrutura, formação etc.. No caso dos verbos, galera, essa classificação leva em consideração os três princípios apontados no mapa conceitual. Portanto, observe: A) QUANTO AO PROCESSO DE CONJUGAÇÃO, os verbos se classificam em: 1. REGULARES, quando o radical não sofre alterações durante o processo de conjugação. São exemplos de verbos regulares: cantar, andar, amar, nadar, estudar, digitar, escutar; vender, comer, correr, escrever, aprender, colher, compreender; partir, imprimir, reprimir, repartir, arguir, discutir, dirimir, etc. 2. IRREGULARES, quando o radical sofre alterações durante o processo de conjugação. São exemplos de verbos irregulares fazer, dizer, trazer, poderm haver, ver, ter, querer, pôr, vir; bem como seus derivados, como rever, antever, reter, conter, manter, requerer, repos, propor, compor, recompor, interpor, convir, intervir, etc. 3.ANÔMALOS, quando o radical sobre alterações extremas, chegando, inclusive, a desaparecer durante a cunjugação, constituindo verdadeira anomalia. São apenas doisos verbos anômalos: ser e ir. 4.DEFECTIVOS, quando não são conjugados em todos as pessoas, ou tempos, ou modos verbais. Por isso, são defeituosos. Os principais verbos defectivos são abolir, puir, junjir, adir, doer, soer, precaver, reaver, etc. B) QUANTO À PESSOALIDADE, os verbos se classificam em: Fo n te : C lip m ar t. co m 9 1.PESSOAIS, quando são conjugados em todas as pessoas gramaticais8. 2. IMPESSOAIS, quando são conjugados apenas na 3ª pessoa do singular, por isso também são defectivos. Os principais verbos impessoais são os que denotam fenômeno da natureza, como nevar, gear, garoar, trovejar, relampejar, chover; o verbo haver significando existir, ocorrer, acontecer, ou indicando tempo decorrido; o verbo fazer indicando tempo, ou fenômeno climático, como calor, frio. 3. UNIPESSOAIS, quando são conjugados apenas em terceira pessoa (singular ou plural). São os que denotam ruídos das coisas ou o som dos animais. Também são tipos de defectivos. São exemplos de verbos unipessoais soar, berrar, bater (no sentido de soar), badalar, sibilar, chocalhar, marulhar, miar, criquilar, cacarejar, mugir, latir, zumbir etc. C) QUANTO À FORMA DE REPRESENTAÇÃO, os verbos podem ser: 1. ABUNDANTES, quando apresentam duas formas gráficas para uma representação só. Por exemplo, diz / dize, requer / requere, jaz / jaze etc. Mas, aqui, o que nos importa mais são os casos de duplo particípio, pois há muitos verbos que possuem essa característica, isto é, possuem particípio regular e particípio irregular ao mesmo tempo. São exemplos desse tipo de verbo: tingito / tinto, extinguido / extinto, imprimido / impresso, rompido / roto, pegado / pego, benzido / bento, pagado / pago, trazido / trago, acendido / aceso, elegido / eleito, morrido / morto, frigido / frito, matado / morto etc. 2. NÃO ABUNDANTES, quando apresntam somente um dos particípios. Por exemplo: dito, visto, vinto, tido, feito, posto, amado, cantado, vendido, comido, sofrido, partido, banido, cumprido, falido etc. D) QUANTO À FUNÇÃO, os verbos podem ser: 8 Mesma coisa que pessoas do discurso. 10 Modos e tempos verbais 1. PRINCIPAIS, são os verbos que conservam sua significação plena dentro da oração em que eles ocorrem, ou seja, eles não precisam de nenhuma partícula ou expressão para que venham a ter significado. Ocorrem sozinhos ou como último verbo de locuções verbais. 2. AUXILIARES, são verbos que perdem total ou parcialmente a sua significação para combinarem-se com as formas nominais na formação de locuções verbais. Os verbos auxiliares mais comuns em nossa língua são ser, estar, ter, haver, ir, vir e andar. Agora, você deve lançar um olhar mais atento para esse ponto do nosso estudo. Entenda... no dia a dia, as pessoas, em situações de oralidade e de comunicação pouco formal, não têm tanta perocupação com o emprego da conjugação verbal em conformidade com o padrão culto da Língua Portuguesa. Mas... como diz o mestre Evanildo Bechara, precisamos ser poliglotas dentro do próprio idioma. Você estará em situações de comunicação formal cada vez mais frequentemente. E, nessas situações, sobretudo na comunicação escrita, você deve saber conjugar verbos conforme o que determina a norma culta da língua. Para iniciarmos essa etapa, vamos conhecer primeiro quais são os modos e tempos verbais numa visão panorâmica por meio de MAPAS CONCEITUAIS. Fo n te: O au to r (20 2 0 ) Fo n te : C lip m ar t. co m 11 A) INDICATIVO Expressa um fato de maneira definida, real, no presente, no passado ou no futuro, quer esteja na afirmativa, na negativa ou na interrogativa. Traduz, portanto, a ideia de certeza. Está subdividido nos seguintes tempos: 1. PRESENTE Emprega-se o presente do indicativo para indicar que um fato se realiza no momento da fala ou é pertinente a esse momento, quando se descreve um fato ou estado permanente, quando se indica uma ação habitual ou que se pratica constantemente, quando se deseja dar realismo a fatos passados, quando se deseja indicar – com auxílio de advérbio – um funturo próximo, ou quando se deseja substituir o imperativo para denotar mais um pedido do que uma ordem. É muito comum em textos dissertativos. Ex.1: Vejo aqui que são 10 horas. Ex.2: Hoje as pessoas estão mais engajadas nas questões políticas, graças ao alcance das redes sociais. Ex.3: O Sol aquece a Terra e brilha para todos que nela habitam. E.4: Sigo amanhã para Petrolina. Ex.5: Você me faz um bolo amanhã. 2. PRETÉRITO PERFEITO Emprega-se o pretérito perfeito simples para indicar uma ação, geralmente inabitual, concluída antes do ato de fala. O fato começou e terminou no passado. É, por isso, uma ação pontual, ocorrida num passado remoto ou próximo, isso vai depender do contexto e marcas temporais que acompanharem os verbos. É o principal tempo da narrativa. Ex.1: Todos estiveram envolvidos pelo desejo de mudar. Ex.2: O juiz interveio no caso, porque o líder daquela comunidade estava fora de si. 12 Ex.3: Ontem, andou com quatro patas, hoje anda com duas, amanhã andará com três. 3. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO Emprega-se esse tempo verbal quando se deseja indicar um fato já concluído antes de outro também ocorrido no passado. Portanto, podemos afirmar que se trata de um evento ocorrido num passado mais distante, mais remoto. É muito comum em discursos narrativos. Ex.1: O menino disse que o irmão nascera no ano de 1986. Ex.2: A menina falou como se tivera uma bola de cristal. Ex.3: Vivera toda uma vida de limitações. 4. PRETÉRITO IMPERFEITO Emprega-se o pretérito imperfeito sempre que se deseja indicar uma ação passada em relação ao momento da fala, mas em relação a outro fato passado. Por exemplo, para dizer que em uma determinada época do passado você realizava determinada ação, entende?! É muito comum na descrição. É usado também para indicar ideia de continuidade no passado e em fábulas também é comum. Ex.1: Quando Bandeira vivia em Recife, era muito feliz, ia à Rua da Aurora e brincava com Maria. Ex.2: As diversas tribos que habitavam o litoral brasileiro falavam a mesma língua, em sua maioria. Ex.3: Enquanto andavam, resmungavam e diziam desgraças para todos no caminho. 5. FUTURO DO PRESENTE Emprega-se o futuro do presente quando se deseja indicar um fato futuro em relação ao momento da fala. É comum seu emprego para indicar fatos de realização provável, 13 mediante certa condição, de acordo com o exemplo 1. Pode, ainda, ser usado para indicar incerteza, dúvida ou suposição, conforme o exemplo 2. Ex.1: Se eu buscar, eu acharei. Se eu procurar, eu encontrarei. Se eu ficar parado, não sairei do lugar e não crescerei pessoal e profissionalmente. Ex.2: Será que as pessoas mudam? Estarei eu mudado quando tudo isso passar? 6. FUTURO DO PRETÉRITO Emprega-se o futuro do pretérito sempre que se deseja indicar um fato futuro em relação a um fato passado, como no exemplo 1. Também é usado quando a oração subordinada revela um fato não realizado ou que talvez não se realizasse, conforme o exemplo 2. Quando se deseja fazer uma pergunta em tom mais polido, denotando um desejo presente, como se pode ver no exemplo 3. Ex.1: O professor disse que faria uma live hoje. Ex.2: Voltaríamos às aulas presenciais hoje [se não houvesse o perigo da contaminação.] → ORAÇÃO SUBORDINADA Ex.3: Professor, o Senhor poderia corrigir minha redação hoje? Observação O futuro do presente é comumente substituído, na língua falada (e até na escrita), por locuções verbais formadas pelos verbos auxiliares haver, ter e ir. Ex.3:Nesse ano, hei de aprender os segredos da redação com o prof. Adeildo Júnior. Ex.4: Tenho que falar com meus alunos pelomeu canal no Telegram. Ex.5: Estou com fome, vou almoçar e vou descansar um pouco. 14 Percepção dos verbos na composição de mensagens Legenda: Presente Pretérito perfeito Pretérito imperfeito Futuro do presente Pessoal, eu sei o quanto vocês gostam de música! E música com letra boa é melhor ainda. Vamos ver duas. E em cada uma vamos perceber como os tempos verbais do indicativo ajudam na composição de suas mensagens. Vamos ver como os verbos se comportam na construção da mensagem, na letra da música que eu trago para você, como uma narrativa que lembra uma crônica, do grupo “Legião Urbana”. O nome da música é “Eduardo e Mônica”: Fonte: LyricFind Compositores: Renato Junior Manfredini Letra de Eduardo e Mônica © Sony/ATV Music Publishing LLC 15 Fo n te : C lip m ar t. co m Fo n te : C lip m ar t. co m Observe, agora, a letra de “Pesadão9”, da cantora Iza. Veja como ela emprega o presente e o pretérito do indicativo para passar a sua mensagem de motivação e superação diante das dificuldades da vida: Todos os verbos sublinhados com uma linha estão empregados no presente. Observe que eles não traduzem necessariamente ações que estão ocorrendo no momento da fala, mas no lugar de fala do eu lírico. Já os verbos sublinhados com duas linhas estão empregados no pretérito perfeito, como ações pontuais. Os verbos destacados com a tarja amarela estão empregados no futuro do presente, na forma simples com um só verbo e com locuções verbais. 9 Pablo Bispo / Izabela Lima / Marcelo Falcão; Letra de Pesadão © Warner Chappell Music, Inc, Sony/ATV Music Publishing LLC, BMG Rights Management. 16 B) MODO SUBJUNTIVO O modo subjuntivo é usado para expressar um fato incerto, duvidoso, eventual ou mesmo irreal, hipotético, que depende da vontade e do sentimento de quem o emprega. A noção de tempo é imprecisa. De maneira geral, é empregado com verbos de ordem, de proibição, de desejo, de vontade, de súplica e outros correlatos. Ele se divide em três tempos, conforme exibido no MAPA CONCEITUAL. 1. PRESENTE É empregado o presente do subjuntivo quando se deseja indicar um fato presente ou futuro, dependendo do conteúdo semântico do verbo, conforme os exemplo 1 e 2. É empregado com auxílio da conjunção integrante QUE. Ex.1: É uma pena que muitos jovens não tenham ainda acesso à internet de qualidade. Ex.2: Espero que todos desfrutem de um ensino de qualidade o mais breve possível. 2. PRETÉRITO IMPERFEITO O pretérito imperfeito do subjuntivo é usado quando se deseja indicar uma ação simultânea ou futura em relação ao verbo da oração principal (que pode ser o pretérito perfeito, o imperfeito ou o futuro do pretérito do indicativo). Vejam aí os exemplos 1, 2 e 3. Ufa!!!! Galera, agora um alerta: o assunto que estamos estudando é muito denso, e possui uma grande quantidade de informações. Então, cada um de vocês deve ficar atento, fazer seus esquemas e resumos e nunca estudar tudo de uma só vez. 17 Fo n te : C lip m ar t. co m Ex.1: Se eu não te amasse tanto assim Talvez perdesse os sonhos Dentro de mim E vivesse na escuridão Se eu não te amasse tanto assim Talvez não visse flores Por onde eu vim Dentro do meu coração “Se eu te amasse tanto assim”, música de Ivete Sangalo. Composição: Herbert Vianna / Paulo Sérgio Valle Disponível em: <https://www.letras.mus.br/ivete-sangalo/35008/> Acesso em 11 de jun. de 2020. Ex.2: Duvidei que ele terminasse a obra em tempo. Ex.3: Gosteria que todos aprendessemmuito e mudassem suas vidas. 3. FUTURO Emprega-se um verbo no futuro do subjuntivo sempre que se deseja indicar uma eventualidade no futuro, sendo que o verbo da oração principal pode estar no presente ou no futuro do presente do indicativo. Vejam aí os exemplos... Ex.1: Quando o Sol bater Na janela do teu quarto Lembra e vê Que o caminho é um só 18 https://www.letras.mus.br/ivete-sangalo/35008/ “Quando o Sol Bater Na Janela do Teu Quarto”, música de Legião Urbana.Composição: Renato Russo / Marcelo Bonfá / Dado Villa-Lobos. Disponível em:<https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22494/> Acesso em 11 de jun. de 2020. Ex.2: Quando te vi passar fiquei paralisado Tremi até o chão como um terremoto no Japão Um vento, um tufão Uma batedeira sem botão Foi assim, viu Me vi na sua mão “Pra Sonhar”, música e composição de Marcelo Jeneci. Disponível em:<https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1545067/> Acesso em: 11 de jun. de 2020. C) MODO IMPERATIVO Quando se emprega o modo inperativo, deseja-se expressar uma ordem, um conselho, um convite, uma súplica ou um pedido. O contexto de comunicação definirá o tom da mensagem. Como exprime uma enorme quantidade de aspectos, na oralidade o tom da voz é que dará o toque da mensagem. No impretativo, fala-se diretamente com o interlocutor. Dessa forma, usam-se apenas as pessoas referentes a ouvintes: tu, você, nós, vós e vocês. O imperativo divide-se, como se viu no MAPA CONCEITUAL, em duas formas: imperativo afirmativo e imperativo negativo. Diferentemente dos demais tempos verbais dos modos indicativo e subjuntivo, não há no imperativo outras finalidades que não sejam as mencionadas acima, não havendo necessidade de aprofundamento em sua análise. 19 https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/22494/ https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1545067/ Convém lembrar, ainda, que esse é o modo verbal mais usado em textos cuja função de linguagem predominante é a apelativa. TEMPOS VERBAIS E SUAS FORMAÇÕES Galera, quando estudamos verbo, a quantidade de informações com a qual lidamos é muito grande. Por isso, é necessário criar uma base conceitual bem firme para que as informações que serão estudadas e aprendidas sejam, de fato, compreendidas. Uma dessas informações diz respeito à formação dos tempos verbais. Observem o MAPA CONCETUAL. Fo n te: O au to r (20 2 0 ) 20 01. De acordo com as informações contidas nos post-its, complete as informações com a palavra ou expressão correta. 1.Sofro irregularidades no meu radical, quando sou conjugado. EU SOU O VERBO ___________ 2. Não sou conjugado em todos os modos e tempos verbais, porque sou defeituoso. EU SOU O VERBO ___________ 3. Sou normal, pois sou conjugado em todos os modos e tempos e não sofro irregularidades no meu radical. EU SOU O VERBO ___________ 4. Minha função é ajudar outro verbo a ser usado ou conjugado. Faço isso porque gosto de auxiliar EU SOU O VERBO ___________ . 5. Eu sou e eu vou. Mesmo sendo uma anomalia, sou conjugado em todos os modos e tempos. EU SOU O VERBO ___________ 6.Tenho muitas formas de ser representado. Nunca me falta uma dupla personalidade. EU SOU O VERBO ___________ REGULAR – IRREGULAR – ANÔMALO –AUXILIAR – DEFECTIVO - ABUNDANTE 02. Um colega foi fazer uma prova porque queria concorrer a uma vaga de trabalho numa empresa. Ao receber a prova, ele viu qua havia apenas duas questões, as que seguem abaixo. Para ele passar na prova tem que acertar o maior número de classificações. Que opções ele deveria marcar nas questões? QUESTÃO ALFA - Assinale os períodos cujos verbos destacados estão no modo subjuntivo: I. Entenda que é preciso preservar os recursos naturais para as gerações futuras; II. É necessário que nos preocupemos com camadas sociais menos favorecidas; III. Nem todos sabem sobre a importância da ação do homem sobre a natureza; IV. O voo fará duasescalas antes de chegar ao Brasil; V. Ela poderá brincar caso termine a tarefa antes do anoitecer. Estão corretas: a) Todas as alternativas. b) Apenas III e IV. c) I, II e V. d) II, III e V. e) Apenas II e V. Fo n te: C lip artm ax.co m | C layto n Q u in tin o Fo n te : C lip m ar t. co m 21 QUESTÃO ÔMEGA - Assinale os períodos cujos verbos destacados estão no modo indicativo: I. Os alunos entendem a importância da preservação dos recursos naturais para as gerações futuras. II. Nós nos preocupávamos com a desigualdade social no país. III. É importante que todos saibam sobre a importância da ação do homem sobre a natureza. IV. O voo fez duas escalas antes de chegar ao Brasil. V. Só poderei brincar quando eu terminar a tarefa. Estão corretas: a) Apenas V. b) Apenas I e II. c) Apenas IV. d) I, II e IV. e) I, III e V. 22 01 – A sequência correta de classificação é: 1. IRREGULAR 2. DEFECTIVO 3. REGULAR 4. AUXILIAR 5. ANÔMALO 6. ABUNDANTE QUESTÃO ALFA - Alternativa “c”. Estão conjugados no modo subjuntivo os verbos entender, preocupar e terminar, expressando, assim, ideia de condição ou possibilidade. QUESTÃO ÔMEGA - Alternativa “d”. Os verbos entender, preocupar e terminar estão conjugados no modo indicativo, expressando, assim, uma certeza ou um fato. 23 18 24
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