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Caso 02 - Conceito de tributo

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Disciplina: DIREITO TRIBUTÁRIO I 
Professores: Luís Eduardo Schoueri e Roberto Quiroga Mosquera 
Turma: 4º Ano Diurno/Noturno 
 
Seminário – 1º semestre de 2019 
 
Caso 2 – Conceito de tributo 
 
Desde 2013, os irmãos Sr. Diego Dixaves e Sr. Marcelo Dixaves têm uma 
tabacaria, denominada BOM TRAGO LTDA., onde vendem cigarros, charutos e 
acessórios. Após viajarem à Holanda em 2016, decidiram começar a vender 
também cigarros de maconha e acessórios cannabicos. 
Por acreditarem na legalização do uso e consumo de maconha nos anos 
vindouros, queriam ser vanguardistas na produção e na venda de bons cigarros 
de maconha. Por isso, os irmãos Dixaves instalaram uma estufa na cobertura do 
estabelecimento da BOM TRAGO. Para que as Cannabis fossem bem cultivadas, 
contrataram o Sr. João Bazi Aldu, um jardineiro que também acreditava na 
causa, por um salário mensal de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Como tinham 
receio de ostentar muitas plantas Cannabis na referida estufa, parte da produção 
era adquirida da Sra. Priscila Palla, cujo custo era de R$ 1,00/g (um real por 
grama). 
Embora a venda fosse feita apenas para fregueses da BOM TRAGO, logo 
ela ficou conhecida pelos bons cigarros de maconha. O crescimento das vendas 
de cigarros de maconha foi tamanho que as vendas de outros cigarros, charutos 
e de acessórios passaram a ocupar um quarto das receitas. No ano de 2017, a 
BOM TRAGO teve receita anual de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). 
Por submeter apenas 25% dessas receitas (abatidas com despesas das 
vendas de cigarros, charutos e acessórios) à tributação do Imposto de Renda, a 
BOM TRAGO foi surpreendida, em 10 de julho de 2018, com a lavratura de auto 
de infração pela Receita Federal do Brasil no valor de R$ 1.500.000,00 (um 
milhão e quinhentos mil reais), acrescido de juros de mora e multa de mora, 
relativo ao ano de 2017. 
Diante de tal autuação, os irmãos Dixaves acreditam que os ganhos 
obtidos pelas vendas de cigarros de maconha não deveriam ser tributados. E, 
ainda que fossem, as despesas para a obtenção da receita de tais vendas 
deveriam ser deduzidas, como é o caso do salário do Sr. João Bazi Aldu e do 
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
DEPARTAMENTO	DE	DIREITO	ECONÔMICO,	FINANCEIRO	E	TRIBUTÁRIO	
 
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custo da produção adquirida da Sra. Priscila Palla, que chegaram conjuntamente 
a R$ 400.000,00 (quatro centos mil reais) em 2019. 
Assim, elaborem: 
 (i) como representantes dos Contribuintes (grupo 3), os argumentos 
cabíveis para justificar a inconstitucionalidade da tributação e, caso essa 
ocorra, a possibilidade da dedução das despesas; e 
(ii) como representantes do Fisco (grupo 4), os argumentos cabíveis para 
justificar a constitucionalidade da tributação e a impossibilidade da 
dedução das despesas. 
Esclareça-se que demais argumentos que transbordem da temática 
“Conceito de tributo” poderão ser suscitados, devendo, porém, os debates em 
sala centrar-se no tema da aula para a resolução do caso. 
Elementos probatórios poderão ser aportados, desde que não 
descaracterizem a descrição anterior.

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