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ENFERMAGEM-EM-CARDIOLOGIA-CLINICA

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
2 ANATOMIA CARDÍACA ..................................................................... 4 
2.1 Envoltórios cardíacos .................................................................. 5 
2.2 Vascularização do coração ....................................................... 10 
2.3 Câmaras Cardíacas................................................................... 14 
2.4 Valvas cardíacas ....................................................................... 18 
3 CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E PULMONAR ..................................... 21 
3.1 Circulação pulmonar (Pequena circulação) ............................... 22 
3.2 Circulação sistêmica (Grande circulação) ................................. 23 
3.3 Circulação coronariana.............................................................. 24 
4 FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ........................... 27 
4.1 Ciclo cardíaco ............................................................................ 29 
4.2 Bulhas cardíacas ....................................................................... 35 
4.3 Débito cardíaco ......................................................................... 36 
4.4 Regulação do volume sistólico .................................................. 37 
4.5 Regulação da frequência cardíaca ............................................ 39 
5 PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES ........................... 41 
5.1 Insuficiência cardíaca ................................................................ 42 
5.2 Doença arterial coronariana ...................................................... 45 
5.3 Arritmias cardíacas .................................................................... 47 
5.4 Cardioversão e desfibrilação ..................................................... 61 
6 EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ...................... 62 
6.1 Dados subjetivos para o exame físico ....................................... 62 
6.2 Exame físico .............................................................................. 64 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 74 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre 
o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para 
todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. 
Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo 
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 ANATOMIA CARDÍACA 
 
Fonte: sanarmed.com 
O coração é o órgão responsável pelo bombeamento do sangue através 
do corpo. É um órgão muscular, oco, situado na porção mediastinal da cavidade 
torácica, entre o osso esterno e a coluna vertebral, abraçado pelos pulmões e 
acima do diafragma. Está disposto obliquamente e seu ápice mais inclinado para 
o lado esquerdo do plano mediano. (ANDRADE FILHO e PEREIRA, 2015) 
 
 
Fonte: MARTINI, TIMMONS e TALLITSCH, 2009 
 
5 
 
Formado por quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos 
direito e esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue 
para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas 
bombas atrioventriculares (AV) cardíacas (câmaras direita e esquerda) 
constituem o ciclo cardíaco. O ciclo começa com um período de alongamento e 
enchimento ventricular (diástole) e termina com um período de encurtamento e 
esvaziamento ventricular (sístole). (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) 
O coração é uma bomba dupla, auto ajustável, de sucção e pressão, cujas 
partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do 
corpo. O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco 
oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e VCI e o bombeia através do tronco e 
das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do 
coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos 
pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é 
distribuído para o corpo. (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) 
 
 
Fonte: escola.britannica.com.br 
2.1 Envoltórios cardíacos 
O coração é uma bomba muscular que produz a força necessária para o 
sangue circular, sendo assim, ele é formado por quatro diferentes camadas. 
 
6 
 
Cada camada possui uma diferente função, que primariamente auxilia na ação 
de bomba do coração, permitindo que o sangue flua ao longo do corpo. Segundo 
VANPUTTE, REGAN e RUSSO (2016), as funções do coração são as seguintes: 
(apud AMARAL e COSTA, 2019) 
 Gerar pressão arterial: os movimentos de contração e relaxamento do 
coração geram pressão, que possibilita ao sangue circular; 
 Garantir o fluxo unidirecional: as valvas cardíacas se abrem para a 
passagem do sangue e se fecham para impedir o seu refluxo; assim, o 
sangue segue em apenas uma direção (fluxo unidirecional); 
 Regular o fornecimento de sangue: a frequência com que ocorrem 
as contrações cardíacas aumenta conforme a demanda dos tecidos e 
também depende do estado em que a pessoa se encontra — em 
repouso ou realizando exercícios — e das mudanças de posição do 
corpo (deitado, em pé ou sentado). 
 
O coração consegue bombear o sangue devido à força de contração do 
músculo cardíaco, o miocárdio, o qual é revestido externamente por uma serosa 
protetora denominada pericárdio. (ANDRADE FILHO e PEREIRA, 2015) 
 
Miocárdio 
O miocárdio é o nome do músculo que forma o coração. Trata-se de um tecido 
composto de células musculares estriadas especializadas que o diferem do 
tecido muscular esquelético, por exemplo. Esta diferença está na capacidade 
de contrair-se e relaxar-se rapidamente, algo que não acontece nos músculos 
esqueléticos. Cada célula do miocárdio possui um núcleo central, uma 
membrana plasmática chamada de sarcolema, e numerosas fibras musculares 
(miofibrilas) que são separadas por variáveis quantidades de sarcoplasma. A 
unidade miocárdica funcional é chamada de sarcômero. É nesta unidade 
funcional de contração que reside a diferença entre uma fibra muscular 
miocárdica e uma esquelética. Para que aconteça o fenômeno da contração, 
é preciso existir condições favoráveis, como uma ótima irrigação e aporte 
eletrolítico adequado. Estas condições são providas através de uma irrigação 
 
7 
 
otimizada, o que se verifica pela alta capilarização entre as inúmeras fibras 
miocárdicas. 
Epicárdio 
O epicárdio é a camada de músculo que recobre as superfícies externas do 
coração. Encontra-se diretamente fundida ao miocárdio, internamente, e está 
em contato com a camada serosa do pericárdio. Sua função é revestir o 
miocárdio, delimitando-o como se fosse uma bainha, ou capa. Algumas vezes 
ela é considerada uma divisão da camada interna do pericárdio. É constituída 
principalmente de tecido conectivo (conjuntivo), envolvendo e protegendo o 
coração. 
Endocárdio 
O endocárdio é a camada mais interna do coração. Ele forma a camada 
interna de todas as quatro câmarascardíacas, e está diretamente ligado a 
todos os apêndices cardíacos internos, como a valva bicúspide, a valva 
tricúspide, a valva semilunar, a valva aórtica, as cordas tendíneas e os 
músculos papilares. Sua composição primária consiste de células 
endoteliais e acredita-se que ela controle a si mesma e o miocárdio, através 
da distribuição de potenciais de ação pelas fibras de purkinje no interior do 
músculo cardíaco. 
Pericárdio 
A membrana que envolve e protege o coração é o pericárdio. Restringe o 
coração à sua posição no mediastino, possibilitando liberdade de movimento 
suficiente para a contração vigorosa e rápida. O pericárdio consiste em duas 
partes principais: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso. (TORTORA, 2016) 
Pericárdio fibroso: 
 Superficial, é composto por tecido conjuntivo inelástico, resistente, 
denso e irregular. 
 Assemelha-se a uma bolsa que repousa sobre o diafragma, fixando-se 
nele; a extremidade aberta está fundida aos tecidos conjuntivos dos 
vasos sanguíneos que entram e saem do coração. 
 O pericárdio fibroso impede a hiperdistensão do coração, fornece 
proteção e ancora o coração no mediastino. 
 
8 
 
 O pericárdio fibroso próximo ao ápice do coração está parcialmente 
fundido ao tendão central do diafragma; por conseguinte, o movimento 
do diafragma, como na respiração profunda, facilita a circulação do 
sangue pelo coração. 
Pericárdio seroso: 
 É mais profundo sendo uma membrana mais fina, delicada, que forma 
uma dupla camada em torno do coração. 
 A lâmina parietal do pericárdio seroso mais externa está fundida ao 
pericárdio fibroso. 
 A lâmina visceral do pericárdio seroso mais interna, que também é 
chamada epicárdio, é uma das camadas da parede do coração e adere 
firmemente à sua superfície. 
 Entre as camadas parietal e visceral do pericárdio seroso existe uma 
fina película de líquido seroso lubrificante. 
 Esta secreção das células pericárdicas, conhecida como líquido 
pericárdico, reduz o atrito entre as camadas do pericárdio seroso 
conforme o coração se move. 
 O espaço que contém os poucos mililitros de líquido pericárdico é 
chamado cavidade do pericárdio 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
 
9 
 
Mediastino: (ANDRADE FILHO e PEREIRA, 2015) 
É o compartimento central da cavidade torácica. É coberto de cada lado 
pela pleura mediastinal e contém todas as vísceras e estruturas torácicas, exceto 
os pulmões. 
 Estende-se da abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente e 
do esterno e cartilagens costais anteriormente até os corpos das vértebras 
torácicas posteriormente. 
É uma região muito móvel, pois consiste principalmente em estruturas 
viscerais ocas (cheias de líquido ou ar) unidas apenas por tecido conjuntivo 
frouxo, frequentemente infiltrado por gordura. As principais estruturas no 
mediastino também são circundadas por vasos sanguíneos e linfáticos, 
linfonodos, nervos e gordura. 
Nessa região, o tecido conjuntivo torna-se mais fibroso e rígido com a 
idade, assim as estruturas do mediastino tornam-se menos móveis. 
 
 
Fonte: pt.wikipedia.org 
 
10 
 
2.2 Vascularização do coração 
Os vasos sanguíneos do coração compreendem as artérias coronárias e 
veias cardíacas, que conduzem o sangue que entra e sai da maior parte do 
miocárdio O endocárdio e parte do tecido subendocárdico imediatamente 
externo ao endocárdio recebem oxigênio e nutrientes por difusão ou por 
microvascularização diretamente das câmaras do coração. Os vasos 
sanguíneos do coração, normalmente integrados ao tecido adiposo, atravessam 
a superfície do coração logo abaixo do epicárdio. Às vezes, partes dos vasos 
estão entranhadas no miocárdio. Os vasos sanguíneos do coração são afetados 
pela inervação simpática e parassimpática. (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) 
Irrigação arterial do coração: As artérias coronárias, os primeiros ramos 
da aorta, irrigam o miocárdio e o epicárdio. As artérias coronárias direita e 
esquerda originam-se dos seios da aorta correspondentes na região proximal da 
parte ascendente da aorta, imediatamente superior à valva da aorta, e seguem 
por lados opostos do tronco pulmonar. As artérias coronárias suprem os átrios e 
os ventrículos; entretanto, os ramos atriais costumam ser pequenos e não são 
facilmente observados no coração de cadáver. A distribuição ventricular de cada 
artéria coronária não é bem delimitada. 
I. Artéria coronária direita (ACD) origina-se do seio da aorta direito da 
parte ascendente da aorta e passa para o lado direito do tronco pulmonar, 
seguindo no sulco coronário. Tipicamente, a ACD supre: 
 O átrio direito 
 A maior parte do ventrículo direito 
 Parte do ventrículo esquerdo (a face diafragmática) 
 Parte do septo IV, geralmente o terço posterior 
 O nó SA (em cerca de 60% das pessoas) 
 O nó AV (em cerca de 80% das pessoas). 
 
II. Artéria coronária esquerda (ACE): origina-se do seio da aorta esquerdo 
da parte ascendente da aorta, passa entre a aurícula esquerda e o lado 
esquerdo do tronco pulmonar e segue no sulco coronário. Tipicamente, a 
ACE supre: 
 O átrio esquerdo 
 
11 
 
 A maior parte do ventrículo esquerdo 
 Parte do ventrículo direito 
 A maior parte do SIV (geralmente seus dois terços anteriores), 
inclusive o feixe AV do complexo estimulante do coração, através 
de seus ramos IV septais perfurantes. 
 O nó SA (em cerca de 40% das pessoas). 
 
 
Fonte: br.pinterest.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 
Drenagem venosa do coração: (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) 
O coração é drenado principalmente por veias que se abrem no seio 
coronário e em parte por pequenas veias que drenam para o átrio direito. O seio 
 
13 
 
coronário, a principal veia do coração, é um canal venoso largo que segue da 
esquerda para a direita na parte posterior do sulco coronário. O seio coronário 
recebe a veia cardíaca magna em sua extremidade esquerda e a veia 
interventricular posterior e veia cardíaca parva em sua extremidade direita. A 
veia posterior do ventrículo esquerdo e a veia marginal esquerda também se 
abrem no seio coronário. 
A veia cardíaca magna é a principal tributária do seio coronário. Sua 
primeira parte, a veia interventricular anterior, começa perto do ápice do coração 
e ascende com o ramo IV anterior da ACE. No sulco coronário, vira-se para a 
esquerda, e sua segunda parte segue ao redor do lado esquerdo do coração 
com o ramo circunflexo da ACE para chegar ao seio coronário. 
A veia cardíaca magna drena as áreas do coração supridas pela ACE. A 
veia IV posterior acompanha o ramo interventricular posterior (geralmente 
originado da ACD). Uma veia cardíaca parva acompanha o ramo marginal direito 
da ACD. Assim, essas duas veias drenam a maioria das áreas comumente 
supridas pela ACD. 
 A veia oblíqua do átrio esquerdo (de Marshall) é um vaso pequeno, 
relativamente sem importância após o nascimento, que desce sobre a parede 
posterior do átrio esquerdo e funde-se à veia cardíaca magna para formar o seio 
coronário (definindo o início do seio). 
A veia oblíqua é o remanescente da VCS esquerda embrionária, que 
geralmente sofre atrofia durante o período fetal, mas às vezes persiste em 
adultos, substituindo ou aumentando a VCS direita. 
 
 
14 
 
 
Fonte: MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 
2.3 Câmaras Cardíacas 
O coração humano possui quatro câmaras, divididas em superiores (átrio 
direito e átrio esquerdo) e inferiores (ventrículo direito e ventrículo esquerdo). 
Essas câmaras são divididas longitudinalmente pelo septo interatrial, que separa 
os átrios, e pelo septo interventricular, que separa os ventrículos. (HAUBERT, 
2019) 
O par de átrios recebe sangue dos vasos sanguíneos que retornam o 
sangue ao coração, as chamadas veias, enquanto os ventrículos ejetam o 
sangue do coração para vasossanguíneos chamados artérias. (TORTORA, 
2016) 
 
15 
 
 
Fonte:pinterest.com 
O ventrículo direito configura a maior parte da superfície anterior do 
coração. Já o ventrículo esquerdo prevalece na superfície ínfero-posterior do 
coração e forma o ápice do coração. Os limites das quatro câmaras cardíacas 
são demarcados por dois sulcos e contêm vasos sanguíneos que o suprem. 
Sulcos coronários ou atrioventriculares: contornam a junção dos átrios 
e ventrículos como uma coroa. 
Sulco interventricular: preenchido pela artéria interventricular anterior, 
indica a posição anterior do septo que separa os ventrículos direito e esquerdo. 
Sua continuidade é o sulco interventricular posterior, o qual fornece um ponto de 
indicação semelhante na superfície póstero-inferior do coração. 
 
I. Átrio direito 
O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso 
da VCS, VCI e seio coronário. A aurícula direita, semelhante a uma orelha, é 
uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito como uma câmara 
adicional, aumenta a capacidade do átrio e se superpõe à parte ascendente da 
aorta. O interior do átrio direito apresenta: (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014) 
 Uma parte posterior lisa, de paredes finas (o seio das veias cavas), 
onde se abrem as veias cavas (VCS e VCI) e o seio coronário, que 
trazem sangue pouco oxigenado para o coração. 
 
16 
 
 Uma parede anterior muscular, rugosa, formada pelos músculos 
pectíneos. 
 Um óstio AV direito, através do qual o átrio direito transfere para o 
ventrículo direito o sangue pouco oxigenado que recebeu. As 
partes lisa e áspera da parede atrial são separadas externamente 
por um sulco vertical superficial, o sulco terminal e internamente 
por uma crista vertical, a crista terminal. A VCS se abre na parte 
superior do átrio direito no nível da 3a cartilagem costal direita. A 
VCI se abre na parte inferior do átrio direito quase alinhada com a 
VCS, no nível aproximado da 5a cartilagem costal. 
 
II. Átrio esquerdo 
O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue de três 
veias: a veia cava superior, a veia cava inferior e o seio coronário. (As veias 
sempre levam o sangue para o coração.) O átrio direito tem cerca de 2 a 3 μm 
de espessura, em média. As paredes anterior e posterior do átrio direito são 
muito diferentes. O interior da parede posterior é liso; o interior da parede anterior 
é áspero, por causa de cristas musculares chamadas de músculos pectíneos, 
que também se estendem até a aurícula. Entre o átrio direito e o átrio esquerdo 
existe uma partição fina chamada septo interatrial. (TORTORA, 2016) 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
 
17 
 
III. Ventrículo direito 
O ventrículo direito forma a maior parte da face esternocostal do coração, 
uma pequena parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior do 
coração. Superiormente, afila-se e forma um cone arterial (infundíbulo), que 
conduz ao tronco pulmonar. No ventrículo direito existem elevações musculares 
irregulares (trabéculas cárneas) em sua face interna. (MOORE; DALLEY; AGUR, 
2014) 
Uma crista muscular espessa, a crista supraventricular, separa a parede 
muscular rugosa na parte de entrada da câmara da parede lisa do cone arterial, 
ou parte de saída. A parte de entrada do ventrículo recebe sangue do átrio direito 
através do óstio AV direito (tricúspide), localizado posteriormente ao corpo do 
esterno no nível do 4º e 5º espaços intercostais. O óstio AV direito é circundado 
por um dos anéis fibrosos do esqueleto fibroso do coração. O anel fibroso 
mantém o calibre do óstio constante (suficientemente grande para permitir a 
passagem das pontas de três dedos), resistindo à dilatação que poderia resultar 
da passagem de sangue através dele com pressões variadas. (MOORE; 
DALLEY; AGUR, 2014) 
 
IV. Ventrículo esquerdo 
O ventrículo esquerdo é a câmara mais espessa do coração, com uma 
média de 10 a 15 mm. Forma o ápice do coração. Como o ventrículo direito, o 
ventrículo esquerdo contém trabéculas cárneas e tem cordas tendíneas que 
ancoram as válvulas da valva atrioventricular esquerda aos músculos papilares. 
O sangue passa do ventrículo esquerdo através da valva da aorta na parte 
ascendente da aorta. Um pouco do sangue da aorta flui para as artérias 
coronárias, que se ramificam da parte ascendente da aorta e transportam o 
sangue para a parede do coração. A parte restante do sangue passa para o arco 
da aorta e parte descendente da aorta (partes torácica e abdominal da aorta). 
Ramos do arco da aorta e da parte descendente da aorta levam o sangue por 
todo o corpo. (TORTORA, 2016) 
 
18 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
2.4 Valvas cardíacas 
Para garantir que o sangue siga uma circulação unidirecional, sem 
retornos em direção contrária, o coração possui quatro valvas. Elas são 
constituídas de tecido conectivo denso e recobertas por endotélio. As valvas 
atrioventriculares são aquelas que fazem a comunicação dos átrios com os 
ventrículos. A valva tricúspide comunica o átrio e o ventrículo direito, já a valva 
bicúspide (ou mitral) comunica o átrio e o ventrículo esquerdo. As valvas 
semilunares se localizam na artéria aorta e no tronco da artéria pulmonar. 
(AMARAL e COSTA, 2018) 
 
I. Valvas atrioventriculares 
Como estão localizadas entre um átrio e um ventrículo, estas valvas são 
chamadas atrioventriculares (AV) direita e esquerda. Quando uma valva AV está 
aberta, as extremidades arredondadas das válvulas se projetam para o 
ventrículo. Quando os ventrículos estão relaxados, os músculos papilares estão 
relaxados, as cordas tendíneas estão frouxas, e o sangue se move de uma área 
 
19 
 
de maior pressão no átrio para uma de menor pressão nos ventrículos através 
das valvas AV abertas. 
Quando os ventrículos se contraem, a pressão do sangue aciona as 
válvulas para cima até que suas extremidades se encontrem e fechem a 
abertura. Ao mesmo tempo, os músculos papilares se contraem, o que traciona 
e retesa as cordas tendíneas. Isso impede que as válvulas das valvas evertam 
em resposta à alta pressão ventricular. Se as valvas AV ou cordas tendíneas 
estiverem danificadas, o sangue pode regurgitar para os átrios quando os 
ventrículos se contraem. (TORTORA, 2016) 
 
Fonte: TORTORA, 2016. 
II. Válvulas semilunares 
As valvas da aorta e do tronco pulmonar são compostas por três válvulas 
semilunares. Cada válvula se insere na parede arterial por sua margem externa 
convexa. As valvas do tronco pulmonar e da aorta possibilitam a ejeção de 
sangue do coração para as artérias, mas evitam o refluxo de sangue para os 
ventrículos. As margens livres das válvulas se projetam parato lúmen da artéria. 
Quando os ventrículos se contraem, a pressão se acumula nas câmaras. 
As valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem quando a pressão no 
ventrículo é superior à pressão nas artérias, possibilitando a ejeção do sangue 
dos ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. Conforme os ventrículos 
relaxam, o sangue começa a refluir para o coração. Este fluxo sanguíneo 
retrógrado enche as válvulas da valva, o que faz com que as margens livres das 
 
20 
 
valvas do tronco pulmonar e da aorta se contraiam firmemente uma contra a 
outra e fechem a abertura entre o ventrículo e a artéria.(TORTORA, 2016) 
 
 
Fonte: TORTOTA, 2016. 
 
Fonte: TORTOTA, 2016. 
 
21 
 
3 CIRCULAÇÃO SISTÊMICA E PULMONAR 
 
Fonte: planetabiologia.com 
Circulação sistêmica ou “grande circulação” que distribui sangue aos 
órgãos e tecidos, atendendo às necessidades metabólicas; e circulação 
pulmonar de baixa pressão ou “pequena circulação”, em que acontecem as 
trocas gasosas pelo processo de absorção de oxigênio, expelindo logo após o 
dióxido de carbono. (CASTRO, 2019) 
Os dois circuitos estão dispostos em série: a saída de um torna-se a 
entrada do outro, como aconteceria ao conectar duas mangueiras de jardim. O 
lado esquerdo do coraçãoé a bomba para a circulação sistêmica; ele recebe 
sangue oxigenado (rico em oxigênio) vermelho brilhante dos pulmões. O 
ventrículo esquerdo ejeta sangue para a aorta. A partir da aorta, o sangue se 
divide em correntes separadas, entrando progressivamente em artérias 
sistêmicas menores que o transportam a todos os órgãos do corpo – com 
exceção dos alvéolos dos pulmões, os quais são irrigados pela circulação 
pulmonar. (TORTORA, 2016) 
 
22 
 
 
Fonte: TORTORA,2019 
3.1 Circulação pulmonar (Pequena circulação) 
Situa-se do lado direito do coração e corresponde à condução de sangue 
pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono. Esse sangue entra no átrio 
direito e passa ao ventrículo direito, sendo bombeado aos pulmões através do 
tronco pulmonar. Nos pulmões, ocorre a hematose, determinada pela troca de 
dióxido de carbono por oxigênio. Concluído esse processo, o sangue oxigenado 
 
23 
 
é levado de volta ao lado esquerdo do coração, pelas veias pulmonares e retorna 
ao átrio esquerdo. (HAUBERT,2019) 
 
 
Fonte: mundoeducacao.uol.com.br 
3.2 Circulação sistêmica (Grande circulação) 
O lado esquerdo do coração é a bomba para a circulação sistêmica; ele 
recebe sangue oxigenado (rico em oxigênio) vermelho brilhante dos pulmões. O 
ventrículo esquerdo ejeta sangue para a aorta. A partir da aorta, o sangue se 
divide em correntes separadas, entrando progressivamente em artérias 
sistêmicas menores que o transportam a todos os órgãos do corpo – com 
exceção dos alvéolos dos pulmões, os quais são irrigados pela circulação 
pulmonar. Nos tecidos sistêmicos, as artérias dão origem a arteríolas de menor 
diâmetro, que por fim levam a extensos leitos de capilares sistêmicos. A troca de 
nutrientes e gases ocorre através das finas paredes capilares. O sangue libera 
O2 (oxigênio) e capta CO2 (dióxido de carbono). Na maior parte dos casos, o 
sangue flui por meio de um único capilar e então entra em uma vênula sistêmica. 
As vênulas transportam o sangue desoxigenado dos tecidos e se fundem para 
 
24 
 
formar veias sistêmicas maiores. Por fim, o sangue reflui para o átrio direito. 
(TOTORA, 2019) 
 
Fonte: infoescola.com 
3.3 Circulação coronariana 
Os nutrientes não conseguem se difundir rapidamente o suficiente do 
sangue das câmaras do coração para suprir todas as camadas de células que 
formam a parede do coração. Por isso, o miocárdio tem a sua própria rede de 
vasos sanguíneos, a circulação coronariana ou circulação cardíaca. As artérias 
coronárias ramificam-se da parte ascendente da aorta e cercam o coração como 
uma coroa circundando a cabeça. Enquanto o coração está se contraindo, pouco 
sangue flui nas artérias coronárias, porque elas estão bem comprimidas. Quando 
o coração relaxa, no entanto, a pressão do sangue elevada na aorta impulsiona 
o sangue ao longo das artérias coronárias até os vasos capilares e, em seguida, 
às veias coronárias. (TORTORA, 2016) 
 
25 
 
O coração retrata somente 1/200 do peso corpóreo, porém necessita de 
aproximadamente 1/20 do suprimento de sangue corporal, o que se dá em 
função de sua carga de trabalho e também pela importância e frequência com 
que ele trabalha; como é de se esperar, o ventrículo esquerdo é a parte que 
recebe o suprimento sanguíneo mais abundantemente. (HAUBERT,2019) 
A circulação coronariana é a circulação mais curta do corpo, irrigando 
apenas o músculo cardíaco. Seu suprimento arterial coronariano é fornecido 
pelas artérias coronárias direita e esquerda, que são originadas da aorta e 
circulam o coração no sulco coronário. O fluxo da artéria coronária esquerda 
segue em direção ao lado esquerdo do músculo cardíaco e se divide em dois 
ramos principais: (HAUBERT,2019) 
 Ramo interventricular anterior: conhecido clinicamente como 
artéria descendente anterior esquerda, que percorre o sulco 
interventricular anterior e abastece o septo interventricular e as 
paredes anteriores de ambos os ventrículos; 
 Ramo circunflexo: irriga o átrio esquerdo e as paredes posteriores 
do ventrículo esquerdo. 
 
O fluxo da artéria coronária direita segue pelo lado direito do coração, 
onde também se divide em dois ramos: (HAUBERT,2019) 
 Ramo marginal direito: supre o músculo cardíaco do lado direito do 
coração; 
 Ramo interventricular posterior: circula o sangue para o ápice do 
coração, suprindo as paredes ventriculares posteriores. 
 
Perto do ápice do cardíaco, a artéria coronária forma uma anastomose 
com a artéria interventricular anterior. Com essa junção, os ramos da artéria 
coronária direita podem alimentar o átrio direito e a maior parte do ventrículo 
direito. (HAUBERT,2019) 
Com o passar do sangue arterial pelos leitos capilares do coração, o 
sangue se torna venoso e será coletado pelas veias cardíacas que têm trajetos 
similares aos das artérias coronárias. A junção dessas veias forma o seio 
coronário, que libera sangue venoso no átrio direito, fazendo com que este 
retorne para a circulação pulmonar. O seio coronário é visível na vista posterior 
 
26 
 
do coração. O seio coronário tem três grandes condutores: a veia cardíaca 
magna, que segue pelo sulco interventricular anterior, a veia interventricular 
posterior ou média, que transcorre o sulco interventricular posterior, e a veia 
cardíaca parva, que desce ao longo da margem inferior direita do coração. 
Ademais, outras veias anteriores do ventrículo direito se esvaziam, 
anteriormente, direto no á trio direito. (HAUBERT,2019) 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
 
27 
 
4 FISIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
Fonte: museuescola.ibb.unesp.br 
O sistema cardiovascular, também conhecido como sistema circulatório, 
é um dos mais importantes aparelhos do corpo humano, abrangendo-o de forma 
completa. Esse sistema é regulador de todas as funções em nosso organismo, 
pois seus componentes, como o sangue e o coração, estão envolvidos nos mais 
variados processos do corpo. (SILVA, 2019) 
Fox (2007, apud SILVA, 2019) aponta que as funções do sistema 
cardiovascular são as seguintes: 
 Transporte de nutrientes; 
 Transporte de gases oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2); 
 Transporte de produtos de excreção das células para órgãos 
excretores; 
 Transporte de hormônios e produtos metabólicos; 
 Regulação da temperatura corpórea; 
 Defesa contra agentes patogênicos. 
 
O transporte é a principal função do sistema cardiovascular, pois todas as 
substâncias essenciais para o metabolismo celular são transportadas pela 
 
28 
 
circulação. Essas substâncias podem ser classificadas da seguinte forma (FOX, 
2007 apud SILVA, 2019): 
Respiratórias 
Os eritrócitos fazem o transporte de oxigênio às células e a eliminação 
do gás carbônico realizada pelos pulmões. Nos pulmões, o oxigênio do ar 
inalado se ligar às moléculas de hemoglobina no interior dos eritrócitos e é 
transportado às células para a respiração. Já o dióxido de carbono produzido 
na respiração celular é transportado pelo sangue aos pulmões, sendo 
eliminado quando o ar é exalado pela boca ou narinas. 
Nutritivas 
Os nutrientes ingeridos pelo sistema digestório são igualmente levados 
pelo sangue aos órgãos e tecidos do organismo. Na digestão há a 
decomposição química e mecânica do alimento, que é absorvido da parede 
intestinal para o interior dos vasos sanguíneos. Assim, o sangue transporta os 
nutrientes através do fígado para as células. 
Excretórias 
As nossas células também produzem resíduos que precisam ser 
eliminados do corpo. Dessa forma, os produtos da decomposição metabólica 
(como a ureia), o excesso de água e de íons e outras moléculas igualmente 
desnecessárias para o organismo são transportados pelo sangue para os rins, 
sendo, na sequência excretados, pela urina. 
 
A segunda função do sistema cardiovascular é a regulação. Segundo Fox 
(2007 apud SILVA, 2019), esse sistema contribui para duas regulações do corpo. 
Hormonal 
Os hormônios são produzidospelo sistema endócrino e, para chegarem 
aos órgãos-alvo, eles são distribuídos pelo sangue a esses tecidos distantes, 
podendo assim desempenhar as funções reguladoras em nosso corpo. 
Temperatura 
 A regulação da temperatura corporal é bastante auxiliada pelo desvio 
do sangue dos vasos cutâneos mais profundos para os superficiais — e o 
contrário também ocorre. Esse processo ocorre da seguinte maneira: quando 
a temperatura do ambiente é alta, o desvio do sangue vai dos vasos mais 
 
29 
 
profundos para os mais superficiais, ajudando a resfriar o corpo. No entanto, 
quando a temperatura do ambiente é baixa, o desvio ocorre de forma contrária, 
ou seja, dos vasos superficiais para os profundos, ajudando a manter o corpo 
aquecido. 
 
A terceira função do sistema cardiovascular pode ser identificada como a 
de proteção. Esse sistema protege contra a perda sanguínea ocasionada por 
lesões e contra toxinas ou microrganismos estranhos ao corpo. (FOX, 2007; 
SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 2009 apud SILVA, 2019) 
Coagulação 
O processo de coagulação protege o corpo quando ocorre uma lesão 
em algum vaso, que acarreta perda de sangue. Esse processo também é 
chamado de homeostasia. Após o rompimento do vaso, ocorre a 
vasoconstrição, que é a contração do vaso afetado. A seguir, as plaquetas 
formam uma espécie de tampão na região lesada, impedindo um maior 
vazamento de sangue para fora da região. Com a coagulação ocorre a 
transformação de substâncias, sendo a trombina e a vitamina K as principais 
responsáveis pela regeneração do vaso lesado, fechando a ruptura. 
Imunológica 
Esta função é igualmente realizada pelo sangue a partir de sua função 
protetiva. Os leucócitos (também chamados de glóbulos brancos) são um 
grupo de várias células, que protegem o nosso corpo dos agentes patogênicos, 
que nos causam doenças. Além disso, as plaquetas participam ativamente do 
processo de coagulação sanguínea anteriormente descrito. 
4.1 Ciclo cardíaco 
Um único ciclo cardíaco inclui todos os eventos associados a um 
batimento cardíaco. Além de envolver uma série de mudanças de pressão que 
ocorrem nas estruturas internas do coração para promover o fluxo sanguíneo. 
Assim, um ciclo cardíaco consiste em uma sístole e uma diástole dos átrios mais 
uma sístole e uma diástole dos ventrículos. Em cada ciclo cardíaco, os átrios e 
ventrículos se contraem e relaxam alternadamente, forçando o sangue das áreas 
de alta pressão às áreas de baixa pressão. Enquanto uma câmara do coração 
 
30 
 
se contrai, a pressão arterial dentro dela aumenta (CASTRO, 2018; TORTOTA, 
2016) 
Átrios e ventrículos alternam fases de relaxamento, nas quais são 
preenchidos com sangue e fases de contração durante as quais são esvaziados, 
empurrando o sangue para os dois circuitos. Essas fases afetam 
simultaneamente os dois lados do coração e se alternam, de modo que o fluxo 
sanguíneo é sempre unidirecional: os átrios recebem o sangue que sai das 
grandes veias, lançando-o para dentro dos ventrículos. Estes, por sua vez, 
contraem e bombeiam o sangue para as artérias principais. (CASTRO, 2018) 
 
I. Sístole atrial 
 
Fonte: diferenca.com 
Durante a sístole atrial, que dura cerca de 0,1 s, os átrios estão se 
contraindo. Ao mesmo tempo, os ventrículos estão relaxados. 
 A despolarização do nó SA provoca a despolarização atrial, marcada pela 
onda P no ECG. 
 A despolarização atrial causa a sístole atrial. Conforme o átrio se contrai, 
ele exerce pressão sobre o sangue dentro dele, o que o força a passar 
através das valvas AV abertas para os ventrículos. 
 A sístole atrial contribui com os últimos 25 mℓ de sangue ao volume já 
existente em cada ventrículo (cerca de 105 mℓ). O fim da sístole atrial é 
 
31 
 
também o fim da diástole ventricular (relaxamento). Assim, cada ventrículo 
contém cerca de 130 m ℓ no final do seu período de relaxamento (diástole). 
Este volume de sangue é chamado volume diastólico final (VDF). 
 O complexo QRS no ECG marca o início da despolarização ventricular. 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016. 
 
II. Sístole ventricular 
Durante a sístole ventricular, que dura cerca de 0,3 s, os ventrículos se 
contraem. Ao mesmo tempo, os átrios estão relaxados na diástole atrial. 
(TORTORA, 2016) 
 A despolarização ventricular provoca a sístole ventricular. Conforme a sístole 
ventricular começa, a pressão intraventricular se eleva e “empurra” o sangue 
contra as valvas atrioventriculares (AV), forçando seu fechamento. Por cerca 
de 0,05 s, as valvas atrioventriculares, do tronco pulmonar e da aorta estão 
fechadas. Este é o período de contração isovolumétrica. Durante este 
intervalo, as fibras musculares cardíacas estão se contraindo e exercendo 
força, mas ainda não estão se encurtando. Assim, a contração muscular é 
isométrica (mesmo comprimento). Além disso, como as quatro valvas estão 
fechadas, o volume ventricular permanece o mesmo (isovolumétrica). 
 A contração continuada dos ventrículos faz com que a pressão no interior 
das câmaras aumente acentuadamente. Quando a pressão ventricular 
esquerda ultrapassa a pressão aórtica em cerca de 80 milímetros de 
mercúrio (mmHg) e a pressão ventricular direita sobe acima da pressão no 
 
32 
 
tronco pulmonar (cerca de 20 mmHg), as valvas do tronco pulmonar e da 
aorta se abrem. Neste momento, começa a ejeção de sangue do coração. O 
período durante o qual as valvas do tronco pulmonar e da aorta estão abertas 
é a ejeção ventricular, que tem a duração de cerca de 0,25 s. A pressão no 
ventrículo esquerdo continua subindo até cerca de 120 mmHg, e a pressão 
no ventrículo direito sobe para cerca de 25 a 30 mmHg. 
 O ventrículo esquerdo ejeta cerca de 70 mℓ de sangue para a aorta, e o 
ventrículo direito ejeta o mesmo volume de sangue para o tronco pulmonar. 
O volume remanescente em cada ventrículo no final da sístole, cerca de 60 
mℓ, é o volume sistólico final (VSF). O volume sistólico, o volume ejetado a 
cada batimento por cada ventrículo, é igual ao volume diastólico final menos 
o volume sistólico final: VS = VDF – VSF. Em repouso, o volume sistólico é 
de aproximadamente 130 mℓ – 60 mℓ = 70 mℓ. 
 A onda T do ECG marca o início da repolarização ventricular. 
 
III. Período de relaxamento 
Durante o período de relaxamento, que dura cerca de 0,4 s, os átrios e os 
ventrículos estão relaxados. Conforme aumenta a frequência cardíaca, o período 
de relaxamento torna-se cada vez mais curto, enquanto a duração da sístole 
atrial e da sístole ventricular se encurta apenas discretamente. (TORTORA, 
2016) 
 A repolarização ventricular provoca a diástole ventricular. Conforme os 
ventrículos relaxam, a pressão no interior das câmaras cai, e o sangue da 
aorta e do tronco pulmonar começa a refluir para as regiões de baixa pressão 
nos ventrículos. O fluxo retrógrado de sangue atinge as válvulas das valvas 
e fecha as valvas do tronco pulmonar e da aorta. A valva da aorta se fecha 
a uma pressão de cerca de 100 mmHg. O refluxo de sangue sobre as 
válvulas fechadas da valva da aorta produz a onda dicrótica na curva de 
pressão aórtica. Depois do fechamento das valvas do tronco pulmonar e da 
aorta, existe um breve intervalo em que o volume de sangue do ventrículo 
não se modifica porque as quatro valvas estão fechadas. Este é o período 
de relaxamento isovolumétrico. 
 Conforme os ventrículos continuam relaxando, a pressão cai rapidamente. 
Quando a pressão ventricular cai abaixo da pressão atrial, as valvas do 
 
33 
 
tronco pulmonar e da aorta se abrem e começa o enchimento ventricular. A 
maior parte do enchimento ventricular ocorre logo após a abertura das valvas 
do tronco pulmonar e da aorta. O sangue que fluiu para os átrios e ali se 
acumulou durante a sístole ventricular então se desloca rapidamente para 
os ventrículos. No final do período de relaxamento, os ventrículos estão 
cerca de 75% cheios. A onda P aparece no ECG, sinalizandoo início de 
outro ciclo cardíaco. 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016 
Em resumo, as etapas do ciclo cardíaco são descritas a seguir (CASTRO, 
2018): 
Primeira etapa — contração atrial 
Cerca de 80% do enchimento ventricular é realizado passivamente, mesmo antes do 
início da contração atrial, e os 20% restantes do enchimento ventricular são devidos 
à contração atrial. Esse preenchimento ativo dos ventrículos é fundamental durante a 
atividade física. Quando a pressão no átrio aumenta, o sangue entra nos ventrículos 
pela válvula mitral aberta. Durante a contração do átrio esquerdo, a pressão e o 
volume é transferido para o ventrículo esquerdo pela válvula mitral aberta. A válvula 
 
34 
 
aórtica está fechada porque a pressão na aorta é maior que a pressão no ventrículo 
esquerdo nesse momento. 
Segunda etapa — contração isovolumétrica 
É o estágio da contração ventricular quando as válvulas atrioventriculares estão 
fechadas, mas as válvulas avançadas ainda não são abertas. O ventrículo está se 
contraindo como uma câmara fechada, sem qualquer alteração no volume e no 
tamanho do ventrículo. Chamamos de contração isovolumétrica a parte inicial da 
sístole ventricular. A pressão intraventricular aumenta progressivamente até 80 
mmHg, mas não é o suficiente para abrir a válvula aórtica. Enquanto isso, a pressão 
intra-atrial está aumentando gradualmente em razão do acúmulo de sangue que 
retorna dos pulmões para o átrio esquerdo e de todo o organismo para o átrio direito. 
Durante a mesma fase, a aorta bombeia o sangue que contém na parte mais periférica 
da árvore arterial em razão da sua natureza elástica. 
Terceira etapa — ejeção ventricular rápida 
Quando a pressão atinge 81 mmHg, a válvula aórtica se abre. A terceira fase do ciclo 
cardíaco começou. Os ventrículos continuam contraindo e há um aumento 
progressivo da pressão intraventricular de até 120 mmHg. Durante essa fase, a 
válvula aórtica se abre e o sangue é ejetado rapidamente na aorta. Agora, ventrículo 
esquerdo e aorta se comportam como uma única câmara. As mudanças de pressão 
ocorridas nos ventrículos resultam em uma transmissão idêntica da pressão para a 
aorta. Enquanto isso, os átrios ainda recebem sangue. 
Quarta etapa — ejeção ventricular lenta 
Nesta fase, o átrio ainda está se comportando como reservatório de sangue. A valva 
mitral está fechada. Os ventrículos ainda estão se contraindo, mas, em razão da 
ejeção da pressão intraventricular do sangue, começa a cair. Assim, a pressão na 
aorta também começa a cair, mas a pressão intraventricular ainda é maior do que a 
pressão aórtica. A válvula aórtica permanece aberta, levando à ejeção lenta do 
sangue na aorta. A aorta elástica continua comprimindo o sangue e bombeando-o 
para a árvore arterial periférica. 
Quinta etapa — relaxamento isovolumétrico 
Nesta fase, os ventrículos começam a relaxar. A pressão intraventricular cai 
rapidamente. No começo, assim que a pressão ventricular se torna menor que a 
pressão na aorta, a valva aórtica se fecha. Mesmo que a pressão no ventrículo esteja 
caindo, ainda é alta o suficiente em comparação com a pressão no átrio. Portanto, o 
ventrículo está relaxando com válvulas fechadas e é conhecido como relaxamento 
 
35 
 
isovolumétrico. Durante essa fase, o átrio ainda está se comportando como 
reservatório de sangue. 
Sexta etapa — enchimento ventricular rápido passivo 
Quando o ventrículo esquerdo começa a relaxar, a pressão no ventrículo esquerdo 
começa a cair rapidamente até atingir o ponto em que a pressão no ventrículo se 
torna menor que a pressão no átrio, levando à abertura da válvula mitral. Sangue que 
antes era acumulado no átrio se apressará no ventrículo. 
Sétima etapa — enchimento ventricular passivo lento 
Quando a válvula atrioventricular se abre, o sangue que chega ao átrio se precipita 
diretamente no ventrículo. Aqui o átrio não está atuando como reservatório. 
4.2 Bulhas cardíacas 
A ausculta, o ato de ouvir sons do corpo, geralmente é feita com um 
estetoscópio. O som dos batimentos cardíacos é decorrente principalmente da 
turbulência do sangue causada pelo fechamento das valvas cardíacas. O fluxo 
tranquilo do sangue é silencioso. Compare os sons de corredeiras ou de uma 
cachoeira com o silêncio de um rio que flui lentamente. Durante cada ciclo 
cardíaco, existem quatro bulhas cardíacas, mas em um coração normal apenas 
a primeira e a segunda bulhas cardíacas (B1 e B2) são auscultadas com um 
estetoscópio. (TORTORA, 2016) 
A primeira bulha (B1), a qual pode ser descrita como um som de tum, é 
mais forte e um pouco mais longa do que a segunda bulha. B1 é causada pela 
turbulência do sangue associada ao fechamento das valvas AV logo depois de 
a sístole ventricular começar. (TORTORA, 2016) 
A segunda bulha (B2), que é mais breve e não tão forte quanto a primeira, 
pode ser descrita como um som de tá. B2 é causada pela turbulência no sangue 
associada ao fechamento das valvas do tronco pulmonar e da aorta no início da 
diástole ventricular. (TORTORA, 2016) 
Apesar de B1 e B2 serem decorrentes da turbulência do sangue 
associada ao fechamento de valvas, são mais bem auscultadas na superfície do 
tórax em locais que são um pouco diferentes das localizações das valvas. Isto 
porque o som é transportado pelo fluxo sanguíneo para longe das valvas. B3, 
que normalmente não é intensa o suficiente para ser auscultada, é decorrente 
 
36 
 
da turbulência do sangue durante o enchimento ventricular rápido, e B4 é 
ocasionada pela turbulência do sangue durante a sístole atrial. (TORTORA, 
2016) 
 
Fonte: slideshare.net 
4.3 Débito cardíaco 
Débito cardíaco (DC) é a quantidade de sangue bombeada por cada 
ventrículo em um minuto. Ele é o produto da frequência cardíaca (FC) pelo 
volume sistólico (VS). Volume sistólico é definido como o volume de sangue 
bombeado por um ventrículo em cada batimento. Em geral, o volume sistólico é 
correlacionado com a força da contração ventricular. (MARIEB, 2008) 
Usando valores normais em repouso da frequência cardíaca (75 
batimentos/min) e do volume sistólico (70 ml/ batimento), o valor do DC em um 
adulto médio pode ser calculado (MARIEB, 2008) 
Em um homem adulto típico em repouso, o volume sistólico é de 70 
mℓ/batimento, em média, e a frequência cardíaca é de cerca de 75 bpm. Assim, 
o débito cardíaco médio é: (TORTORA, 2016) 
 
 
 
37 
 
DC= 70 mℓ/batimento × 75 bpm 
= 5.250 mℓ/min 
= 5,25 ℓ/min 
Este volume é próximo do volume total de sangue, que é de cerca de 5 ℓ 
em um homem adulto típico. Assim, todo o volume de sangue flui pelas 
circulações pulmonar e sistêmica a cada minuto. Fatores que aumentam o 
volume sistólico ou a frequência cardíaca normalmente elevam o DC. 
(TORTORA, 2016) 
O DC é muito variável e aumenta substancialmente em resposta a 
demandas especiais, como correr para alcançar um ônibus. A diferença entre o 
DC máximo e o de repouso é chamada de reserva cardíaca. Em pessoas não-
atletas, a reserva cardíaca em geral é 4 a 5 vezes o DC (20 a 25 mL/ min), mas 
o DC em atletas treinados pode atingir 35 mL/ min (sete vezes o do repouso) 
durante a competição. (MARIEB, 2008) 
A reserva cardíaca é a diferença entre o débito cardíaco máximo de uma 
pessoa e o débito cardíaco em repouso. A pessoa média tem uma reserva 
cardíaca de quatro ou cinco vezes o valor de repouso. Os atletas de endurance 
de elite têm uma reserva cardíaca sete ou oito vezes o seu DC de repouso. As 
pessoas com cardiopatia grave podem ter pouca ou nenhuma reserva cardíaca, 
o que limita a sua capacidade de realizar até mesmo as tarefas simples da vida 
diária. (TORTORA, 2016) 
4.4 Regulação do volume sistólico 
Essencialmente, o VS representa a diferença entre o volume diastólico 
final (VDF), a quantidade de sangue que se acumula em um ventrículo durante 
a diástole, e o volume sistólico final (VSF), o volume de sangue que permanece 
em um ventrículo após ele tercontraído. O VDF, determinado pela duração da 
diástole ventricular e pela pressão venosa (um aumento em qualquer desses 
fatores eleva o VDF), normalmente é de cerca de 120 mL. O VSF, determinado 
pela pressão sanguínea arterial (quanto maior a pressão, maior o VSF) e pela 
força de contração ventricular, é de aproximadamente 50 mL. (MARIEB, 2008) 
 
38 
 
 
 
Portanto, em cada batimento, cada ventrículo bombeia cerca de 70 mL de 
sangue, o que corresponde a cerca de 60°/o do sangue presente em suas 
câmaras. (MARIEB, 2008) 
Um coração saudável bombeia o sangue que entrou em suas câmaras 
durante a diástole anterior. Em outras palavras, se mais sangue retornou ao 
coração durante a diástole, então mais sangue será ejetado na próxima sístole. 
Em repouso, o volume sistólico é de 50 a 60% do volume diastólico final, porque 
40 a 50% do sangue permanece nos ventrículos depois de cada contração 
(volume sistólico final). (TORTORA, 2016) 
Três fatores regulam o volume sistólico e garantem que os ventrículo 
esquerdo e direito bombeiem volumes iguais de sangue: pré-carga, o grau de 
estiramento no coração antes de ele se contrair; contratilidade, o vigor da 
contração das fibras musculares ventriculares individuais; e pós carga, a pressão 
que tem de ser sobrepujada antes que possa ocorrer ejeção do sangue a partir 
dos ventrículos. (TORTORA, 2016) 
Pré-carga - Efeito do alongamento 
A maior pré-carga (estiramento) nas fibras musculares cardíacas antes 
da contração aumenta a sua força de contração. A pré-carga pode ser 
comparada ao estiramento de uma faixa de borracha. Quanto mais esticada 
está a faixa de borracha, com mais força ela retornará quando liberada. Dentro 
de certos limites, quanto mais o coração se enche de sangue durante a 
diástole, maior será a força de contração durante a sístole. Esta relação é 
conhecida como a Lei de Frank-Starling do coração. A pré-carga é 
proporcional ao volume diastólico final (VDF) (o volume de sangue que enche 
os ventrículos no final da diástole). Normalmente, quanto maior é o VDF, mais 
forte é a contração seguinte. 
Contratilidade 
O segundo fator que influencia o volume sistólico é a contratilidade do 
miocárdio, a força de contração em uma dada pré-carga. As substâncias que 
aumentam a contratilidade são agentes inotrópicos positivos; aqueles que 
 
39 
 
diminuem a contratilidade são os agentes inotrópicos negativos. Assim, para 
uma pré-carga constante, o volume sistólico aumenta quando uma substância 
inotrópica positiva está presente. 
Pós-carga 
A ejeção de sangue do coração começa quando a pressão no ventrículo 
direito excede a pressão no tronco pulmonar (cerca de 20 mmHg), e quando a 
pressão no ventrículo esquerdo excede a pressão na aorta (cerca de 80 
mmHg). Nesse momento, a pressão mais elevada no sangue faz com que os 
ventrículos pressionem as válvulas semilunares a abrir. A pressão que precisa 
ser superada antes de que uma válvula semilunar possa abrir é denominada 
pós-carga. 
Um aumento da pós-carga faz com que o volume sistólico diminua, de 
modo que mais sangue permanece nos ventrículos no final da sístole. As 
condições que podem aumentar a pós-carga incluem a hipertensão (pressão 
arterial elevada) e o estreitamento das artérias pela aterosclerose. 
4.5 Regulação da frequência cardíaca 
Dado um sistema circulatório saudável, o VS tende a ser relativamente 
constante. No entanto, quando o volume de sangue diminui de forma abrupta ou 
quando o coração está seriamente enfraquecido, o VS diminui, e o DC é mantido 
pelo aumento da FC e da contratilidade. Estressares temporários também 
podem influenciar a FC - e, consequentemente, o DC - atuando por meio de 
mecanismos homeostáticos induzidos neural, química e fisicamente. Fatores 
que aumentam a FC são chamados de cronotr6picos positivos (crono = tempo); 
aqueles que diminuem a FC são fatores cronotr6picos negativos. (MARIEB, 
2008) 
 
40 
 
 
Fonte: TORTORA, 2016. 
 
41 
 
5 PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
 
Fonte: jornaldaqui.com.br 
As doenças cardiovasculares (DCVs) são distúrbios que afetam o coração 
e os vasos sanguíneos. São a principal causa de morte no Brasil e no mundo, 
sendo consideradas um importante problema de saúde pública, que gera 
grandes custos socioeconômicos aos governos. Pode-se dividir as DCVs em 
doenças que afetam o coração e as coronárias e doenças que afetam o restante 
do sistema vascular, todas com grande impacto sobre a vida das pessoas que 
são acometidas por esse tipo de condição. (RAHMEIER, 2020) 
A OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde – Brasil (2017), as 
doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais 
pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra 
causa. A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida por meio da 
abordagem de fatores comportamentais de risco – como o uso de tabaco, dietas 
não saudáveis e obesidade, falta de atividade física e uso nocivo do álcool –, 
utilizando estratégias para a população em geral. 
Além de histórico familiar de DCV, DCVs congênitas e fatores genéticos, 
a maior parte das DCVs são causadas pela influência do estilo de vida que as 
pessoas levam nos dias atuais, em que o descuido com a saúde e a alimentação 
prevalecem (FREIRE et al., 2017; LEMOS; HAYASIDA, 2018 apud RAHMEIER, 
2020). 
 
42 
 
No grupo das DCVs, existem diversas doenças e síndromes que causam 
distúrbios no funcionamento da musculatura cardíaca, das valvas, das câmaras 
(átrio e ventrículo) e dos vasos coronários (veias e artérias que irrigam o 
miocárdio). (LOSCALZO, 2014 apud RAHMEIER, 2020). 
 
 
Fonte: Adaptado de Freire et al. (2017) e Lemos e Hayasida (2018). 
5.1 Insuficiência cardíaca 
A insuficiência cardíaca é um dos principais problemas que afetam o bom 
funcionamento do coração. Ela atinge cerca de 2% da população adulta global, 
aumentando exponencialmente com o avanço da idade, chegando a afetar até 
 
43 
 
10% da população acima dos 65 anos. A insuficiência cardíaca se caracteriza 
por uma série de sinais e sintomas clínicos em decorrência de anormalidade na 
estrutura ou função cardíaca, que diminui a eficiência do coração em realizar 
contrações normais, podendo ou não apresentar redução na fração de ejeção 
(volume de sangue ejetado para fora do coração pela artéria aorta). (RAHMEIER, 
2020) 
Na insuficiência cardíaca congestiva, o coração é uma bomba que está 
falhando. Ele bombeia menos sangue e com menos eficiência, deixando mais 
sangue nos ventrículos ao fim de cada ciclo. (CORREA, 2016) 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
DIREITA 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
ESQUERDA 
Ingurgitamento jugular Dispneia aos esforços e ortopnéia 
Hepatomegalia congestiva Tosse 
Edema de membros inferiores Expectoração 
Ganho de peso Edema pulmonar 
Ascite Cianose 
Anorexia Fadiga 
Náuseas Astenia 
Fraqueza Oligúria 
 Estertores finos nas bases pulmonares 
 Cardiomegalia, taquicardia, pulso 
alternante, arritmias, baixa reserva 
 Confusão, dificuldade de concentração, 
cefaleia, insônia e ansiedade 
 
 
 
44 
 
 
Fonte: CORREA, 2016 
I. Assistência de Enfermagem (PIRES, 2019) 
 Administrar O2 para reduzir dispneia e fadiga 
 Posicionar em Fowler para facilitar a respiração e aliviar a 
congestão pulmonar 
 Registrar intolerância ao decúbito (ortopnéia) e elevá-lo além de 
30º se necessário 
 Monitorizar frequência respiratória, profundidade e facilidades 
respiratória 
 Manter um registro do que foi ingerido e eliminado 
 
45 
 
 Pesar diariamente o cliente 
 Auscultar os ruídos pulmonares pelo menos uma vez ao dia 
 Determinar o grau de distensão venosa jugular 
 Identificar e avaliar a gravidade do edema gravitacional 
 Não elevar membros inferiores, na presença de ortopnéia 
 Monitorizar a frequência de pulso e a pressão arterial 
 Examinar o turgor cutâneo e asmucosas para sinais de 
desidratação 
 Avaliar os sinais de sobrecarga hídrica e avaliar as alterações 
 Observar sinais e sintomas da diminuição da perfusão periférica: 
pele fria, palidez facial, enchimento capilar retardado 
 Administrar terapêutica prescrita e avaliar a resposta quanto ao 
alívio de sintomas 
5.2 Doença arterial coronariana 
A doença arterial coronariana (DAC) é uma das DCVs mais frequentes em 
níveis nacional e mundial e uma grande causa de morbidade e mortalidade. É 
uma doença que se caracteriza por alterações nas artérias coronárias e que 
pode causar insuficiência na irrigação cardíaca e consequente redução da 
oxigenação tecidual. Os fatores de risco gerais para DCV estão todos presentes 
no desenvolvimento de DAC, como idade avançada, hipertensão arterial, 
dislipidemia, diabetes melito, obesidade e sedentarismo. (PINHO et al., 2010; 
REISNER, 2016). 
A DAC está fortemente associada à aterosclerose, que causa um bloqueio 
do fluxo sanguíneo arterial pela presença de placas ateroscleróticas, que levam 
à estenose da artéria (estreitamento da luz arterial). Porém, qualquer outra 
alteração que prejudique a funcionalidade das células endoteliais da artéria, que 
são responsáveis pela vasoconstrição, pela vasodilatação, pela mediação da 
coagulação, pela agregação plaquetária e pelo tônus muscular vagal, também 
pode levar ao surgimento de DAC (PINHO et al., 2010; REISNER, 2016). 
 
 
 
46 
 
I. Sintomas 
Apesar de dor ou desconforto no peito ser uma das manifestações mais 
importantes da doença cardíaca, vale frisar que dor no peito pode também ser 
sintoma de outro problema, não necessariamente cardíaco. Os seguintes fatores 
caracterizam a dor no peito e, de acordo com suas características, sugerem qual 
a origem da dor: tipo e localização da dor, irradiação da dor para outras regiões 
do corpo, intensidade, duração, fatores desencadeantes e de melhora e piora da 
dor. (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020) 
A dor no peito, secundária à isquemia miocárdica, tipicamente se 
manifesta com as seguintes características (ressaltando que, em cada indivíduo, 
a angina se manifesta sem necessariamente apresentar as características 
típicas em sua totalidade): dor em aperto, opressão, pressão, peso ou 
queimação, localizada na região subesternal, ou seja, abaixo do osso esterno 
(no meio do tórax, entre as costelas). (HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, 2020) 
Contudo, a dor pode se localizar em qualquer porção do tórax, mais 
frequentemente no meio ou do lado esquerdo, e ainda nos ombros, braços, 
pescoço, mandíbula, dentes, nas costas (entre as duas escapulas) e até, menos 
frequente, na porção superior do abdome. Geralmente se inicia na porção 
anterior do tórax, pode se irradiar para os ombros, braços, pescoço, mandíbula, 
dentes e costas. (HOSPITAL ALBERT EINSTEIN, 2020) 
 
II. Assistência de Enfermagem 
 Repouso absoluto no leito, evitando movimentos bruscos 
 Oxigenioterapia (constante; umidificado) 
 Verificar sinais vitais de 2 em 2 horas (observando alterações nos 
mesmo, arritmias ou choque cardiogênico) 
 Controle hídrico rigoroso (evitar sobrecarga cardíaca) 
 Prestar cuidados de higiene no leito 
 Administrar medicamentos prescritos 
 Manter ambiente tranquilo 
 Orientar os familiares a evitarem conversas excessivas e assuntos 
que possam desencadear emoções fortes) 
 Oferecer dieta leve, hipossódica e hipolipédica 
 
47 
 
 Orientar o paciente para a alta: 
 Repouso relativo nas primeiras 8 a 12 semanas, 
retomando gradativamente à vida normal. 
 Manter tranquilidade emocional, equilíbrio entre o 
sono, repouso e atividades físicas, evitando excessos. 
 Procurar o hospital se ocorrerem sintomas de 
reincidiva. 
5.3 Arritmias cardíacas 
As arritmias cardíacas são um grupo de disfunções que decorrem do 
batimento anormal do coração e estão relacionadas a fatores etiológicos como 
tabagismo, uso de fármacos (digoxina, cimetidina, metadona, betabloqueadores, 
fenotiazínicos), cafeína, álcool, histórico de infarto ou DAC, doenças 
preexistentes (doença de Chagas, toxoplasmose), cardiopatias congênitas, 
distúrbios metabólicos (hipertireoidismo, hiperpotassemia) e condições 
inflamatórias (pericardite, miocardite).(LOSCALZO, 2014; VANPUTTE; REGAN; 
RUSSO, 2016 apud RAHMEIER, 2020) 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: RAHMEIER, 2020 
 
49 
 
I. Principais arritmias cardíacas 
Bradicardia sinusal: A bradicardia sinusal está presente quanto a 
frequência cardíaca está abaixo de 60 bpm e o ritmo cardíaco é comandado pelo 
nódulo sinusal - estrutura que normalmente comanda o ritmo do coração. 
(PIRES, 2019) 
 
 
Fonte: fisioterapiaparatodos.com 
Taquicardia sinusal: Como o próprio nome indica, os estímulos são 
provenientes do nódulo sinusal e há condução adequada dos mesmos. Estes 
estímulos nascem com uma frequência elevada, chegando a 150bpm. (PIRES, 
2019) 
 
 
50 
 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
Fibrilação Atrial: É um tipo de arritmia cardíaca em que há movimentos 
irregulares dos átrios, cujas fibras musculares individuais agem 
independentemente, não existindo a contração muscular. Os estímulos formados 
nos átrios têm uma frequência, geralmente, maior que 400bpm. A frequência 
ventricular é elevada e irregular. No ECG, as ondas aparecem com amplitudes 
irregulares, incoordenadas. (PIRES, 2019) 
A fibrilação reduz o enchimento do ventrículo esquerdo, mas não leva a 
parada cardíaca. O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e rápido 
e pode levar a desconforto ou sintomas de dispneia. Se houver colapso 
hemodinâmico (instabilidade pressórica, choque) a cardioversão elétrica é 
mandatória. (PIRES, 2019) 
 
 
51 
 
 
Fonte: minutoenfermagem.com.br 
Flutter atrial: O Flutter atrial ocorre no átrio e cria impulsos com uma 
frequência atrial entre 250 e 400 vezes por minuto. Como a frequência atrial é 
mais rápida do que o nódulo AV pode conduzir, nem todos os impulsos atriais 
são conduzidos dentro do ventrículo. As ondas têm o aspecto denteado. A 
frequência ventricular é geralmente regular. O tratamento desta arritmia pode ser 
feita com fármacos cujo índice de sucesso é baixo ou então, por meio da 
cardioversão elétrica, com taxas de sucesso maiores que 90%. (PIRES, 2019) 
 
 
Fonte: slideshare.net 
 
52 
 
Taquicardia Supraventricular: Os estímulos que dão origem à 
taquicardia supraventricular surgem de foco ectópico atrial ou juncional, numa 
frequência de 140 a 220bpm. No ECG, geralmente, observam-se complexos 
QRS semelhantes aos do ritmo sinusal e a onda P, quase sempre alterada na 
forma, é raramente identificada. (PIRES, 2019) 
 
Fonte: pt.wikipedia.org 
Fibrilação Ventricular: Consiste em um ritmo ventricular rápido, porém 
desorganizado, que causa um tremor ineficaz nos ventrículos. Não há atividade 
atrial. Desta maneira não existe uma contração efetiva, levando a uma 
consequente parada cardiorrespiratória. No ECG, observamos um traçado 
incoordenado, onde não identificamos ondas P ou complexos QRS. Seu 
tratamento é a desfibrilação. (PIRES, 2019) 
 
Fonte:medicinamitoseverdades.com.br 
 
53 
 
Assistolia: Caracteriza-se por ausência de complexos QRS. Não há 
batimento cardíaco, nenhum pulso palpável e ausência de respiração. As 
manobras de ressuscitação cardiopulmonar são necessárias para manter o 
paciente vivo. (PIRES, 2019) 
 
Fonte: minutoenfermagem.com.br 
II. Assistência de Enfermagem 
Admissão de paciente 
 Deixar preparado todo o material de urgência necessário (material de 
intubação endotraqueal, ventilador mecânico, material de oxigenação e 
aspiração, etc.); 
 Paciente deverá ser recebido em ambiente tranquilo; 
 Explicar-lhe o que será feito; 
 Realizar as anotações de enfermagem 
Cuidados imediatos 
 Avaliar o nível de consciência; 
 Proporcionar o conforto físico e ambiental 
 Assistência psicológica 
 Verificar dos sinais vitais Monitorização cardíaca 
 Realizar ECG 
 Instalar oxigenoterapia de acordo com a orientação médica 
 Providenciar exames complementares 
 Puncionar acesso venoso periférico 
 Posicionar confortavelmente o paciente 
Fonte: adaptado de Pires (2019) 
 
54 
 
III. Infarto Agudo do Miocárdio – IAM 
De acordo com Pesaro, Serrano Junior e Nicolau (2004 apud SOARES 
DE PAULA, 2019), o infarto agudo do miocárdio significa morte de cardiomiócitos 
causada por isquemia prolongada, seja por trombose e/ou vasoespasmo, 
ocorrendo, então, redução de fluxo no músculo cardíaco, apresentando áreas de 
isquemia, lesão e necrose. O tratamento se baseia no diagnostico rápido e na 
desobstrução imediata da coronária obstruída para manutenção do fluxo. 
Fisiopatologia: O infarto do miocárdio é definido como necrose 
miocárdica em uma condição clínica consistente com isquemia miocárdica. O 
diagnóstico é realizado a partir das manifestações clínicas, nas alterações 
eletrocardiográficas e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose 
(ocorre em 6 h após o início da dor). O eletrocardiograma evidenciará o supra 
desnível do segmento ST ou o bloqueio agudo de ramo esquerdo, critérios sufi 
cientes para desencadear a tentativa imediata de reperfusão em um paciente 
com história sugestiva (PESARO; SERRANO JUNIOR; NICOLAU, 2004 apud 
SOARES DE PAULA, 2019). 
 
Fonte: ojornalzinho.com.br 
De acordo com a V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre 
Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio, o infarto do miocárdio (IM) pode ser 
classificado em cinco tipos (PIEGAS et al., 2015 apud SOARES DE PAULA, 
2019): 
 
55 
 
Tipo 1: IM espontâneo causado por ruptura de placa aterosclerótica, erosão 
ou dissecção coronária. 
Tipo 2: IM secundário a isquemia devido a espasmo, embolia, taquiarritmia, 
hipertensão e anemia. 
Tipo 3: IM relacionado a morte cardíaca inesperada e súbita. 
Tipo 4a: IM associado com intervenção coronariana percutânea. 
Tipo 4b: IM associado com trombose do stent. 
Tipo 5: IM associado com revascularização do miocárdio. 
 
Fatores de risco: 
 Tabagismo 
 Hipertensão arterial 
 Colesterol alto 
 Sobrepeso e obesidade 
 Sedentarismo 
 Diabetes Mellitus 
 Idade: o risco aumenta para homens acima de 45 anos ou para 
mulheres acima de 55 anos 
 História familiar de DAC 
 
A causa habitual da morte celular é uma isquemia no músculo cardíaco, 
por oclusão de uma artéria coronária. A oclusão se dá em geral pela formação 
de um coágulo sobre uma área previamente estreitada por aterosclerose. O 
diagnóstico definitivo de um infarto depende da demonstração da morte celular. 
Este diagnóstico é feito de maneira indireta, por sintomas que a pessoa sente, 
por sinais de surgem em seu corpo, por alterações em um eletrocardiograma e 
por alterações dos marcadores de lesão miocárdica (Troponina, CK-Total, CK-
MB, Mioglobina TGO e LDH) no sangue. (PIRES, 2019) 
 
 
 
56 
 
 
Fonte: PIRES, 2019 
Manifestações clínicas: (PESARO; SERRANO JUNIOR; NICOLAU, 
2004 apud SOARES DE PAULA, 2019) 
 Dor precordial em aperto à esquerda; 
 Irradiação para o membro superior esquerdo, de grande 
intensidade e prolongada, que não melhora ou apenas tem alívio 
parcial com repouso ou nitratos sublinguais; 
 Irradiação para mandíbula, membro superior direito, dorso, ombros 
e epigástrio também é possível; 
 Dispneia e fraqueza; 
 Pele pálida, fria e pegajosa, pode ocorrer cianose; 
 Náuseas, mal-estar, dispneia, taquicardia ou até confusão mental 
 
 
57 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
Tratamento: (PIRES, 2019) 
1) Avaliação inicial: Devem ser realizados em menos de 10 minutos da 
chegada do paciente. 
 Anamnese breve; 
 Exame físico direcionado com aferição dos dados vitais, palpação 
de pulsos e identificação de sinais clínicos de gravidade; 
 Monitorização cardíaca contínua e Oximetria de pulso; 
 ECG 
 Acesso venoso periférico; 
 Exames laboratoriais: marcadores bioquímicos de lesão 
miocárdica, eletrólitos, coagulação, função renal e perfil lipídico; 
 Radiografia de tórax. 
 
2) Tratamento imediato – terapia medicamentosa: 
 Oxigênio 
 Morfina 
 Antiplaquetários: AAS; Clopidogrel 
 Nitratos: Isordil 5mg; SL Tridil EV 
 Anticoagulante (Heparina) 
 Betabloqueadores 
 
58 
 
3) Terapia de reperfusão 
 É a conduta prioritária no tratamento do IAM, principalmente nas 
primeiras 12 horas de evolução, pois possibilita a recanalização 
coronariana e a interrupção do dano ao miocárdio. 
 Pode ser realizada por angioplastia transluminal coronariana 
percutânea primária (ATCP) ou através de agentes trombolíticos 
 
4) Cirurgia de Revascularização do Miocárdio: 
É indicada a clientes com anatomia coronária favorável quando houver 
contraindicação ou falha das terapias de reperfusão e na presença de 
complicações destas. 
 
5) Assistência de Enfermagem (PIRES, 2019) 
 Manter o paciente em decúbito elevado; 
 Promover ambiente calmo e seguro; 
 Oferecer apoio emocional; 
 Monitorizar o paciente; 
 Viabilizar realização de ECG 
 Administrar oxigênio, se prescrito; 
 Assegurar a permeabilidade das vias venosas; 
 Observar e orientar quanto ao repouso absoluto; 
 Monitorar PA, FC e ritmo cardíaco continuamente; 
 Registrar SSVV de 2/2 horas; 
 Monitorar e registrar características da dor; 
 Observar alterações no estado mental; 
 Administrar medicamentos conforme prescrição médica 
observando o aparecimento de efeitos colaterais; 
 Observar presença de manchas na pele como palidez, cianose, 
sudorese e estase jugular; 
 Ficar atento ao débito urinário; 
 Anotar o volume hídrico (ingestão e excreção); 
 Manter material de urgência testado próximo ao leito. 
 
 
59 
 
IV. Angina 
Angina de peito (angina pectoris) é a descrição utilizada para caracterizar 
a dor torácica causada pela falta de sangue (isquemia) que acomete o músculo 
cardíaco. A angina é quase sempre relacionada a doenças que causam 
obstrução nas artérias responsáveis por levar sangue ao coração, as 
coronárias. A maior causa de angina é a denominada aterosclerose, ou seja, a 
deposição de placas de gordura dentro dos vasos (coronárias) responsáveis por 
levar sangue ao músculo do coração. (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT 
EINSTEIN, 2020) 
Em situações nas quais o entupimento atinge mais de 70 % do diâmetro 
do vaso, o coração, ao ser submetido a uma demanda aumentada, como esforço 
físico ou estresse emocional, tem uma oferta de oxigênio insuficiente para aquela 
demanda, levando à chamada isquemia e com isso à angina de peito. A 
aterosclerose, por sua vez, é multifatorial, sendo principalmente relacionada a 
outras doenças ou fatores de risco, como idade avançada, hipertensão, diabetes, 
hipercolesterolemia, tabagismo, histórico familiar e sedentarismo. (HOSPITAL 
ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020) 
 
 
Fonte: pinterest.com 
A angina ocorre quando há demanda de maior quantidade de oxigênio do 
que as artérias coronárias são capazes de ofertar, como numa obstrução, por 
 
60 
 
exemplo. A obstrução da artéria coronária desencadeia angina, que ocorre 
durante esforço, sendo aliviada com o repouso. A diminuição do suprimento de 
oxigênio, como na anemia grave ou na hipóxia, pode precipitar ou agravar a 
angina (WARNICA, 2016 apud SOARES DE PAULA,2019). 
A angina pode ser estável e instável. “Na angina estável, a relação entre 
carga de trabalho ou demanda e isquemia é, com frequência, relativamente 
previsível” (WARNICA, 2016, apud SOARES DE PAULA,2019). É a forma mais 
comum de angina, ocorre em situações de esforço físico, estresse emocional, 
refeições pesadas, após o cigarro e desaparece com o repouso. 
A angina instável é a angina com piora clínica (por exemplo, angina em 
repouso ou aumento da frequência e/ou intensidade dos episódios). A dor ocorre 
em repouso e surge subitamente, podendo predispor o infarto agudodo 
miocárdio. (SOARES DE PAULA,2019). 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
Assistência de Enfermagem: 
 Avaliar as características da dor no peito e sintomas associados. 
 Avaliar a respiração, a pressão sanguínea e frequência cardíaca 
em cada episódio de dor torácica. 
 Fazer um ECG, cada vez que a dor torácica surgir, para evidenciar 
infarto posterior. 
 Monitorizar a resposta ao tratamento medicamentoso. 
 Avisar o médico se a dor não diminuir. 
 Identificar junto ao paciente as atividades que provoquem dor. 
 
61 
 
 Oferecer assistência de maneira calma e eficiente de modo a 
reconfortar o cliente até que o desconforto desapareça. 
 Prover um ambiente confortável e silencioso para o cliente/família. 
 Ajudar o paciente a identificar seus próprios fatores de risco. 
 Ajudar o paciente a estabelecer um plano para modificações dos 
fatores de risco. 
 Providenciar orientação nutricional ao paciente/família. 
 Esclarecer o paciente/família acerca dos medicamentos que 
deverão ser tomados após a alta hospitalar. 
 Esclarecer o paciente acerca do plano terapêutico. 
 Explicar a relação entre a dieta, atividades físicas e a doença. 
5.4 Cardioversão e desfibrilação 
São utilizadas para liberar uma corrente elétrica que estimula uma massa 
crítica de células miocárdicas. Isso permite que o nódulo sinusal recapture sua 
função como marcapasso do coração. (PIRES, 2019) 
A cardioversão elétrica consegue reestabelecer o ritmo sinusal mais 
efetivamente nas taquicardias relacionadas à reentrada. O choque elétrico 
despolariza as fibras cardíacas excitáveis do miocárdio e possibilita o aumento 
de sua refratariedade, interrompendo os circuitos de reentrada e promovendo 
homogeneidade tissular. Entretanto, tal procedimento torna-se ineficaz quando 
a taquicardia provém de desordens na formação do impulso. Em tais casos, 
mesmo havendo sucesso após a descarga elétrica, a taquiarritmia pode se 
reestabelecer em poucos segundos. 
 
CARDIOVERSÃO DESFIBRILAÇÃO 
A cardioversão é um procedimento na 
maioria das vezes eletivo, em que se 
aplica o choque elétrico de maneira 
SINCRONIZADA para encerrar uma 
taquiarritmia. O paciente deve estar 
monitorado no cardioversor e este 
A desfibrilação consiste na aplicação 
de uma corrente elétrica contínua 
NÃO SINCRONIZADA, no músculo 
cardíaco. 
Esse choque despolariza em conjunto 
todas as fibras musculares do 
 
62 
 
deve estar com o botão de 
sincronismo ativado, pois a descarga 
elétrica é liberada na onda R. 
É indicada nas situações como a 
fibrilação atrial (FA) e flutter atrial. 
miocárdio, tornando possível a 
reversão de arritmias graves como a 
TV e a FV, permitindo ao nó sinusal 
retomar a geração e o controle do 
ritmo cardíaco. 
Fonte: PIRES, 2019. 
6 EXAME FÍSICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
Fonte: turmadeenfermagemlapa.blogspot.com 
Inclui os aspectos do exame físico geral pertinentes ao aparelho 
cardiovascular (alterações da coloração da pele e mucosas, edema, perfusão 
periférica), exame dos pulsos arteriais e venoso jugular, tomada da pressão 
arterial, inspeção palpação e ausculta do precórdio. (OLIVEIRA e SILVA, 2019) 
6.1 Dados subjetivos para o exame físico 
Os dados subjetivos compreendem informações fornecidas pelo paciente 
ou pelos familiares sobre a história pregressa, os sintomas, as queixas, as 
 
63 
 
preocupações, entre outras. De acordo com Baikie (2006 apud LANA, 2019), no 
sistema cardíaco, é essencial que as informações a seguir sejam coletadas. 
 Queixa principal: geralmente, o paciente relata queixas como dispneia 
ou tosse, dor torácica, fraqueza ou fadiga, dor ou edema de membros 
inferiores, tontura, cefaleia e palidez. 
 História atual: você deve questionar sobre os sinais e sintomas que o 
paciente vem apresentando. 
 História pregressa: atenção aos distúrbios relacionados ao coração, 
pergunte sobre hipertensão, diabete mellitus, desmaios, mau súbitos e 
defeitos congênitos do coração. Questione as clientes do sexo feminino 
sobre o uso de hormônios, hipertensão na gravidez e menopausa. 
 História familiar: muitas doenças cardiovasculares têm tendências 
hereditárias que podem sugerir um problema cardíaco, como infarto, 
doença vascular, dislipidemias, hipertensão e morte súbita. 
 História psicossocial: perguntas sobre ocupação, antecedentes 
educacionais, condições de habitação, atividades diárias e relações 
familiares, pois revelam os níveis de estresse e como são controlados os 
hábitos atuais de saúde, como atividade física e hábitos alimentares. 
 
Para avaliar especificamente o sistema vascular, pode-se investigar 
informações subjetivas para doenças arteriais ou venosas. Entre as arteriais, é 
necessário pesquisar: (LANA, 2019) 
 Dor manifestada como formigamento, queimação, constrição, 
aperto, cãibras ou fadiga; 
 Claudicação da cor da pele, como palidez, cianose, rubor e livedo 
reticular; 
 Diminuição da temperatura da pele; 
 Alterações tróficas, como atrofia da pele, diminuição do tecido 
subcutâneo, queda dos pelos, alterações ungueais, calosidades, 
lesões ulceradas, edema e gangrena seca. 
 
Para investigar as doenças venosas, devem-se questionar as seguintes 
informações (BARROS, 2017 apud LANA, 2019): 
 
64 
 
 Dor referida, como sensação de peso nas pernas, queimação, 
ardência, cansaço, cãibras, dor do tipo fincada ou ferroada; 
 Alterações tróficas, como edema, celulite, eczema, úlceras e 
dermatofibrose; 
 Hemorragia por ruptura de varizes; 
 Sudorese profunda em insuficiência venosa crônica grave. 
6.2 Exame físico 
Sintomas: 
 
DOR TORÁCICA 
 Dor origem pericárdica 
 Dor de origem aórtica 
 Dor de origem psicogênica 
 Dor de isquemia miocárdica 
 
 
 
 
PALPITAÇÕES 
Percepção incômoda dos batimentos cardíacos. 
Descritas como: 
 Paradas; 
 Tremor do coração; 
 Falhas; 
 Arrancos; 
 Batimentos mais fortes. 
Decorrentes de transtornos do ritmo e da 
frequência cardíaca 
 
 
DISPNÉIA 
 Cansaço, 
 Canseira, 
 Falta de ar, 
 Fôlego curto, 
 Fadiga ou respiração difícil 
 Sensação consciente e desagradável do 
ato de respirar 
 
65 
 
 
OUTROS 
Tosse e expectoração, roncos e sibilos, 
hemoptise, tontura e vertigem, alterações do sono, 
edema, astenia 
Fonte: adaptado de OLIVEIRA e SILVA, 2019 
I. Inspeção: 
Na inspeção geral do tórax, o paciente possui uma atitude de postura 
antálgica? Ao observar o tórax, você identifica abaulamentos, retrações, 
cicatrizes e/ou manchas? Deve-se pesquisar também o formato do tórax, como 
foi descrito na inspeção do sistema respiratório, o volume e a vascularização 
(presença de circulação colateral). (LANA, 2019) 
Especificamente em relação ao sistema cardiovascular, deve-se fazer a 
inspeção do precórdio e pescoço, observando e localizando o ictus cordis e a 
turgência de jugular patológica. Você pode ou não ver o impulso apical (ictus 
cordis), a pulsação criada conforme o ventrículo esquerdo gira contra a parede 
do tórax durante a sístole. (LANA, 2019) 
 
Fonte: slideshare.net 
Ele pode ser visível entre o quarto ou quinto espaço intercostal, bem como 
pode haver dificuldade de visualização em mulheres em razão da mama, em 
pacientes obesos ou nas pessoas com paredes torácicas espessadas, sendo 
 
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observado facilmente em indivíduos magros com cardiomegalia. Pulsações 
epigástricas e supraesternais são frequentemente visualizadas em sujeitos 
normais, mas quando forem muito acentuadas, sugerem hipertrofia ventricular 
direita (se epigástrica) ou, na região supraesternal, indicam a possibilidade de 
hipertensão arterial sistêmica ou aneurisma de aorta (JARVIS, 2012 apud LANA, 
2019) 
 
Fonte: slideshare.net 
 
II. Palpação 
Ao proceder a palpação, realize-a de forma suave para não prejudicar as 
pulsações ou os achados similares. Quando palpar a artéria carótida, pode haver 
uma hipersensibilidade no seio

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