Buscar

Biossegurança Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autora: Profa. Nádia Fátima Gibrim
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Prof. Flávio Buratti Gonçalves
 Profa. Christiane Mazur Doi
Biossegurança
Professora conteudista: Nádia Fátima Gibrim
Nutricionista e docente titular da Universidade Paulista (UNIP) Jundiaí-SP, ministrando disciplinas para os cursos da 
área da saúde. Graduação em Nutrição pela UNIP e em Economia Doméstica (Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG). 
Mestrado em Tecnologia de Alimentos (UFV-MG) e doutorado em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de 
Campinas (Unicamp-SP). Especialista em Qualidade e Segurança Alimentar pelo Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial (Senai-SP) e especialista em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul-SP). 
Foi consultora do Senai-SP em segurança alimentar e implantação de sistemas de qualidade. Nutricionista da Atenção 
Básica na Prefeitura de Jundiaí.
 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G447b Gibrim, Nádia Fátima.
Biossegurança / Nádia Fátima Gibrim. – São Paulo: Editora Sol, 
2022.
120 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Legislação. 2. Equipamentos. 3. Processos. I. Título.
CDU 614.4
U514.42 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Vitor Andrade
Sumário
Biossegurança
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 BIOSSEGURANÇA ...............................................................................................................................................9
1.1 Níveis de biossegurança ................................................................................................................... 10
2 PERIGOS .............................................................................................................................................................. 15
2.1 Perigos físicos ........................................................................................................................................ 19
2.2 Perigos químicos ................................................................................................................................... 22
2.3 Perigos biológicos ................................................................................................................................. 25
2.4 Perigos ergonômicos ........................................................................................................................... 28
3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ................................................................................................................. 33
3.1 Equipamentos de proteção individual (EPI)............................................................................... 33
3.2 Equipamentos de proteção coletiva (EPCs) ............................................................................... 38
4 LEGISLAÇÃO EM BIOSSEGURANÇA .......................................................................................................... 42
4.1 Histórico ................................................................................................................................................... 43
4.2 Lei n. 11.105/2005 ................................................................................................................................ 44
4.3 Engenharia genética ........................................................................................................................... 45
4.4 Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) ........................................................................... 46
4.5 Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ...................................................... 47
4.6 Qualidade em biossegurança ........................................................................................................... 51
4.7 Boas Práticas de Laboratório (BPL) e Procedimento Operacional Padrão (POPs) ..........51
Unidade II
5 SEGURANÇA COM RADIOISÓTOPOS ........................................................................................................ 60
5.1 Radioisótopos mais utilizados na medicina (CARDOSO, s.d.) ............................................. 60
5.2 Efeitos biológicos das radiações ionizantes .............................................................................. 63
5.3 Eliminação de rejeitos ........................................................................................................................ 64
6 BIOTERISMO ...................................................................................................................................................... 64
6.1 Necessidades básicas de um biotério ........................................................................................... 66
6.2 Biossegurança em biotérios de experimentação ..................................................................... 70
7 LEVANTAMENTO DE RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO ........................................................... 72
7.1 Avaliação qualitativa .......................................................................................................................... 73
7.2 Avaliação quantitativa ....................................................................................................................... 74
7.3 Limites de tolerância ........................................................................................................................... 74
7.4 Mapa de riscos ....................................................................................................................................... 74
7.5 Risco ocupacional – acidentes com materiais perfurocortantes ..................................... 76
7.6 Gerenciamento de resíduos em serviços de saúde ................................................................. 78
8 PROCEDIMENTOS GERAIS DE DESCONTAMINAÇÃO ......................................................................... 82
8.1 Graus de descontaminação .............................................................................................................. 83
8.2 Processos físicos de desinfecção .................................................................................................... 83
8.3 Processos químicos de desinfecção .............................................................................................. 85
8.4 Esterilização ............................................................................................................................................86
8.5 Classificação dos artigos médico-hospitalares ........................................................................ 89
8.6 Recolhimento e desativação de resíduos do laboratório ..................................................... 90
8.7 Rotulagem de resíduos de laboratório ........................................................................................ 92
8.8 Prevenção de incêndios ..................................................................................................................... 99
7
APRESENTAÇÃO
A disciplina Biossegurança tem como objetivo oferecer subsídios para o profissional da área da saúde 
analisar sua conduta no que diz respeito às questões de segurança durante sua atuação profissional. 
Essa segurança é em relação a si mesmo, à comunidade, ao meio ambiente e ao seu próprio objeto 
de trabalho, seja ele um paciente, um animal ou um organismo geneticamente modificado, tanto na 
prática clínica e hospitalar quanto na pesquisa.
A partir das informações apresentadas, o profissional terá condição de diferenciar perigos aos quais 
está exposto bem como a probabilidade de sua ocorrência. Aprenderá sobre o sistema APPCC (Análise 
de Perigos e Pontos Críticos de Controle), que utiliza muito esses conceitos. 
Apresentamos as legislações importantes para avaliação e controle das exposições ocupacionais 
a agentes físicos, químicos e biológicos, bem como o programa de gerenciamento de riscos, a fim de 
elaborar o mapa de riscos. 
O profissional da área da saúde se capacitará a identificar os principais agentes físicos, químicos, 
biológicos e ergonômicos que causam risco tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente. Essa 
análise é a base de todo o conhecimento em biossegurança e é aplicável a qualquer ambiente de trabalho.
O profissional também conhecerá a simbologia de risco e o uso de equipamentos de proteção 
individual e coletiva a fim de realizar práticas laboratoriais e clínicas adequadas em relação à segurança 
da saúde humana.
Além disso, aprenderá sobre a Lei de Biossegurança no que diz respeito à manipulação de organismos 
geneticamente modificados, e terá noções sobre infecções hospitalares e níveis de biossegurança 
laboratorial, com suas aplicações e requisitos.
A disciplina também inclui dados sobre procedimentos de descontaminação e como aplicá-los a 
artigos médico-hospitalares, bem como sobre o manejo de resíduos de serviços de saúde.
INTRODUÇÃO
Esta disciplina abordará conteúdos importantes para a biossegurança, apresentados em duas unidades.
Na unidade I, são abordados conceitos de biossegurança, os níveis de classificação, bem como ações 
e barreiras necessárias. Apresentamos os perigos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos associados 
às atividades laborais exercidas por profissionais da área da saúde. A seguir, estão os conceitos de 
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).
São também abordados, nessa unidade, os equipamentos de proteção individual (EPIs) e de proteção 
coletiva (EPCs); boas práticas de laboratório e os procedimentos operacionais padronizados (POPs).
8
Na unidade II, são abordados os seguintes temas: segurança de radioisótopos, seu uso em medicina, 
os efeitos biológicos e cuidados na eliminação de rejeitos; bioterismo e biossegurança em biotérios de 
experimentação; levantamento de riscos no ambiente de trabalho, avaliações qualitativas e quantitativas 
dos riscos, limites de tolerância e mapa de riscos. Além desses tópicos, são apresentados o gerenciamento 
de resíduos dos serviços de saúde; os procedimentos e graus de descontaminação, bem como seu 
monitoramento. Os artigos médico-hospitalares são apresentados considerando sua classificação, forma 
de recolhimento e desativação, quando pertinente. São abordados, também, rotulagem adequada dos 
resíduos de laboratório, símbolos de risco químico e, por fim, tópicos importantes associados à prevenção 
de incêndios.
Toda e qualquer atividade humana expõe os indivíduos a esforços físicos e riscos de acidentes. 
Assim, se considerarmos que passamos mais tempo no ambiente de trabalho que em qualquer outro, 
precisaremos pensar nos efeitos que a atividade profissional causa à saúde.
Dependendo da atividade profissional e considerando características inerentes ao tipo de trabalho, 
há exposição do trabalhador a produtos químicos, radiações, doenças e solicitações físicas repetitivas 
em níveis acima do aceitável, podendo provocar desgastes ao corpo em curto, médio e longo prazos, 
muitas vezes, incapacitando o indivíduo ao exercício da profissão. Desse modo, nas ciências da saúde, 
os profissionais estão expostos a condições especiais para as quais há que se ter conhecimento dos 
requisitos de biossegurança.
A biossegurança é uma área interdisciplinar da ciência cujo objetivo é proteger tanto o trabalhador 
como o objeto de trabalho dos riscos inerentes à atividade do profissional. São objetos de trabalho 
o paciente, o material de pesquisa, o alimento processado, os animais e plantas tratados, bem como o 
meio ambiente.
Como pretende a proteção de indivíduos, em alguns momentos, a biossegurança também esbarra 
em questões relacionadas à bioética, segundo Goldim (1997). A Lei n. 11.105/2005, mais conhecida 
como Lei da Biossegurança, deixa essa característica muito clara.
O estudo da biossegurança visa, sempre, à prevenção de riscos ou, se não for possível, à contenção 
dos agentes perigosos. A partir do estudo dos mecanismos de ação desses agentes, são estabelecidos os 
procedimentos seguros de ação.
Antes de prosseguirmos no estudo da biossegurança, vale a pena ressaltar que a maioria dos 
acidentes de trabalho é decorrente de imperícia, negligência e, até mesmo, imprudência dos operadores, 
portanto, a regra de ouro na prevenção de acidentes é atenção e bom senso. 
9
BIOSSEGURANÇA
Unidade I
1 BIOSSEGURANÇA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (BRASIL, 2010) define biossegurança como 
condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir 
ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o 
meio ambiente.
Compreende um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos 
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de 
serviços, visando a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos 
resultados (TEIXEIRA; VALLE, 1996).
As “boas práticas”, expressão muito citada por profissionais, referem-se aos procedimentos seguros 
de trabalho. Esses procedimentos são estabelecidos com antecedência, baseando-se em normas técnicas, 
na legislação vigente, no histórico da atividade ou, simplesmente, na prática e no bom senso.
É muito importante que o estabelecimento de regras de boas práticas seja feito com antecedência, 
pois a função principal de qualquer procedimento de segurança é evitar o acidente. Qualquer atividade 
após o acidente serve somente para a redução de danos.
As atividades desempenhadas por profissionais na área da saúde apresentam riscos associados ao 
próprio trabalho, com exposição a microrganismos patogênicos, materiais perfurocortantes, produtos 
químicos e farmacêuticos, entre outros. Trabalhar seguindo os procedimentos estabelecidos pelas boas 
práticas é fundamental para a segurança do profissional e para a qualidade da atividade desempenhada, 
reduzindo os desvios e a variabilidade dos resultados.
O conceito de “boas práticas” vale para qualquer ramo de atividade, ajustando-se conforme os 
requisitos específicos: boas práticas de fabricação, boas práticas de laboratório, boas práticas de 
preparação etc. Todos os procedimentos são descritos no Manual de Boas Práticas, em que também 
estão os Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs).
 Lembrete 
Biossegurança é uma área multidisciplinar da ciência. Envolve 
conhecimentos de física, química, microbiologia, antropometria, fisiologia, 
legislaçãotrabalhista e qualquer outra disciplina que se faça necessária. 
10
Unidade I
 Saiba mais
O capítulo 1 do livro indicado a seguir trata de biossegurança e boas 
práticas laboratoriais: 
BORBA, C. M. et al. Biossegurança e boas práticas laboratoriais. In: 
MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOEIRA, M. R. R. (orgs.). Conceitos 
e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de saúde. Rio 
de Janeiro: EPSJV, 2009. p. 21-66. (v. 1). Disponível em: https://rb.gy/tqdriu. 
Acesso em: 17 jan. 2022.
1.1 Níveis de biossegurança 
Existem quatro níveis de biossegurança: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4. São apresentados em ordem 
crescente, considerando o maior grau de contenção e complexidade do nível de proteção. Cada um 
desses níveis requer ações e técnicas aliadas às barreiras físicas nos espaços de manipulação, pesquisa e 
ensino, de forma a garantir proteção integral para as pessoas e para o ambiente.
Consistem em combinações de práticas e técnicas de laboratório, instalações e equipamentos de 
segurança, adequados às atividades realizadas, considerando as vias de transmissões documentadas ou 
suspeitas de agentes infecciosos, bem como a dinâmica das atividades desempenhadas no local.
A cada nova informação que possa sugerir a virulência, a patogenicidade, bem como os padrões de 
resistência a antibióticos, as práticas usuais deverão ser ajustadas com maior ou menor rigidez, visando 
a qualidade do processo de trabalho e a redução dos riscos de contaminação. 
 Observação
Aqui serão apresentadas algumas características para diferenciar cada 
nível de biossegurança. Caso seja preciso projetar um laboratório completo, 
é necessário consultar normas específicas para isso.
Nível de Biossegurança 1 (NB-1)
Nesse nível, estão dispensadas as indicações de barreiras de tipo primárias ou secundárias, com 
exceção de uma pia para higienizar antebraços e mãos. É considerado um nível básico de contenção, 
sendo priorizadas as medidas padrões de microbiologia.
Os laboratórios classificados como NB-1 são projetados para trabalhos com agentes biológicos 
de classe de risco 1. São locais apropriados para o treinamento educacional ou para o treinamento de 
técnicos e de professores nas técnicas laboratoriais. 
11
BIOSSEGURANÇA
As boas práticas de laboratório consistem na principal contenção para esses laboratórios, incluindo 
a especificação adequada do uso de equipamento de proteção individual (EPI), como aventais de manga 
comprida e luvas descartáveis. As cabines de segurança biológica (CSB) e fluxo laminar não são exigidas 
nesse nível de biossegurança. O Manual de Boas Práticas deve conter a especificação dos desinfetantes 
e produtos de limpeza, com a respectiva concentração de uso.
As salas devem ser separadas da área de passagem de pessoas por portas simples, com revestimentos 
feitos com materiais que facilitem a limpeza, laváveis e não podem ser porosos. O esgoto do laboratório 
pode ser descartado na rede pública.
Ainda considerando as instalações, devem existir pias para limpeza das mãos, lava-olhos e um 
chuveiro de emergência. As bancadas não podem ter emendas na superfície e devem ser resistentes ao 
ataque de produtos químicos. Deve existir um local para armazenamento de produtos de uso imediato, 
e o espaço entre as bancadas deve permitir a circulação de pessoas. Os funcionários devem ter local 
específico para guardar objetos pessoais e aventais.
O símbolo de risco biológico deve ser colocado na porta do laboratório, conforme apresentado na 
figura seguinte:
Risco Biológico
Entrada permitida somente para pessoal autorizado
Nível de segurança biológica: ..........1
Profissional responsável: ..................1
Em caso de emergência, chamar por: 
Telefone interno:
Telefone residencial:
A permissão para entrar no laboratório deve ser solicitada 
ao responsável acima citado
Figura 1 – Símbolo de risco biológico colocado em portas de laboratório
Adaptada de: http://tiny.cc/8emnuz. Acesso em: 17 jan. 2022.
12
Unidade I
Nível de Biossegurança 2 (NB-2)
Estão presentes nesse nível agentes de risco moderado que podem estar associados a patologias de 
gravidade variável em humanos. Sangue e demais líquidos corporais estão presentes. Utilizam-se os EPIs 
indicados no NB-1 e barreiras primárias e secundárias.
É aplicável aos laboratórios clínicos, de diagnóstico e outros laboratórios onde o trabalho é realizado 
com maior espectro de agentes nativos de risco moderado, presentes na comunidade e que estejam 
associados a uma patologia humana de gravidade variável. Os laboratórios NB-2 são projetados para 
trabalhar com agentes biológicos de classe de risco 2.
Com boas técnicas de microbiologia, esses agentes podem ser usados de maneira segura em atividades 
conduzidas sobre uma bancada aberta, uma vez que o potencial para a produção de borrifos e aerossóis 
é baixo. Também deve ser dada atenção especial para procedimentos que envolvam a manipulação de 
objetos perfurocortantes.
Os procedimentos envolvendo alto potencial para a produção de salpicos ou aerossóis que possam 
aumentar o risco de exposição desses funcionários devem ser conduzidos com a CSB. Outras barreiras 
primárias, como escudos para borrifos, proteção facial, aventais e luvas, devem ser utilizadas de 
maneira adequada.
O laboratório de NB-2 deve atender a todos os requisitos indicados para o NB-1, com mais algumas 
exigências. Deve ser instalado longe da área de passagem pública e suas portas devem ter fechamento 
automático. O acesso de pessoas deve ser restrito, e os indivíduos que têm acesso devem ter um controle 
maior sobre sua saúde, por meio do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Os cantos entre paredes, piso e teto devem ser arredondados, e os revestimentos devem ser não 
porosos e resistentes ao uso de desinfetantes. É permitido que exista recirculação de ar no sistema 
de ventilação e ar-condicionado, entretanto, esse ar deve ser filtrado e descartado longe de prédios 
habitados e de locais de circulação de pessoas.
Devem ser evitadas as tubulações aparentes, todavia, caso isso não seja possível, os suportes de 
tubulação devem garantir espaço suficiente para a limpeza de todas as superfícies.
As bancadas de trabalho devem estar engastadas na parede, de modo a não ser possível o acúmulo 
de sujidades entre ambas. As pias e os lavatórios devem possuir sistema automático de acionamento.
A CSB deve ser de classe II e é necessário que se mantenha o registro de seu uso. Assim, toda 
manipulação que tenha a possibilidade de geração de aerossol, como o uso de centrífuga, moinho 
e a manipulação de frascos pressurizados, deve ser feita dentro da CBS.
Os técnicos que trabalham nesses laboratórios passam por treinamento específico no manejo de 
patógenos e são supervisionados por profissionais qualificados para a função. Durante os procedimentos 
ali realizados, o acesso ao laboratório é limitado. 
13
BIOSSEGURANÇA
Nível de Biossegurança 3 (NB-3)
Os laboratórios NB-3, ou de contenção, destinam-se ao trabalho com agentes de risco biológico da 
classe 3. São microrganismos que acarretam elevado risco individual e baixo risco para a comunidade. 
É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnósticos, de pesquisa ou de produção. Apresenta requisitos 
de controle e segurança mais rígidos em relação aos níveis 1 e 2. 
Nesses laboratórios só devem ser admitidos funcionários com experiência em NB-2. A equipe 
profissional deve ser treinada para manejo de agentes patogênicos, além de ser supervisionada por 
profissional altamente qualificado, com grande experiência com esses agentes. Outra questão muito 
importante refere-se à manutenção do laboratório, a ser feita por empresas especializadas e com o 
acompanhamento dos funcionários.
Nesses locais, são realizados trabalhos com agentes nativos ou exóticos, com potencial de transmissão 
por via respiratória e que podem causar infecções sérias e potencialmente fatais. Os riscos primários 
causados aos trabalhadores que lidamcom esses agentes incluem a autoinoculação, a ingestão e a 
exposição aos aerossóis infecciosos.
Esse nível de contenção exige a intensificação dos programas de boas práticas laboratoriais e de 
segurança, além da existência obrigatória de dispositivos de segurança e de sistema de pressão negativa 
para a exaustão e filtração do ar do interior do laboratório. 
Considerando que envolve o risco de infecções graves e potencialmente fatais, que podem ser 
contraídas pelas vias respiratórias, todas as manipulações devem ser conduzidas com barreiras 
primárias e secundárias. Os pesquisadores devem usar roupas de proteção específicas para essa área e 
equipamentos de proteção individual. Todos os envolvidos no processo de manipulação devem passar 
por exames sorológicos periódicos.
Todas as manipulações laboratoriais deverão ser realizadas em uma CSB ou em outro equipamento 
de contenção, como uma câmara hermética de geração de aerossóis. As barreiras secundárias para esse 
nível incluem acesso controlado ao laboratório e sistemas de ventilação que minimizem a liberação de 
aerossóis infecciosos do laboratório.
O laboratório NB-3 deve ser posicionado em uma área isolada do edifício, com uma antessala com portas 
duplas, com acesso controlado por fechaduras de segurança. Deve ser incluída no projeto uma sala específica 
para troca de roupas. O sistema de ventilação e ar-condicionado é projetado de modo a permitir seu isolamento 
e as janelas devem ser herméticas para que seja possível uma desinfecção gasosa, se necessário.
Nos acessos ao laboratório, são necessárias pias para lavagem das mãos, providas de torneiras de 
acionamento automático. Os sistemas de água e esgoto apresentam válvulas antirrefluxo. O esgoto deve 
ser tratado com desinfetante antes de ser lançado no sistema público.
Nesses laboratórios, a autoclave deve ser instalada dentro do laboratório, e as centrífugas e bombas 
de vácuo devem ser equipadas com filtros de ar de alta capacidade.
14
Unidade I
Vale ressaltar a importância da existência de planos de emergência, formalizando procedimentos 
contra derramamentos e escapes, sendo esses acidentes de notificação obrigatória.
Nível de Biossegurança 4 (NB-4)
Esses laboratórios são projetados para manipular agentes biológicos com classe de risco 4. Trata-se 
de alto risco e de mais difícil tratamento em caso de contágio. O isolamento do ambiente e dos 
trabalhadores em relação aos organismos infecciosos deve ser completo.
O planejamento e a construção das dependências, bem como as práticas e os equipamentos de 
segurança, são aqueles aplicáveis às atividades que envolvam agentes exóticos perigosos com alto risco 
de provocarem doenças fatais em indivíduos. Vale lembrar que esses agentes podem ser transmitidos 
via aerossóis e que para alguns deles ainda não existem vacinas ou terapia disponível até o momento.
Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes do NB-4 incluem exposição respiratória 
aos aerossóis infecciosos, exposição da membrana mucosa ou da pele com algum tipo de lesão às 
gotículas infecciosas e à autoinoculação. 
Todas as manipulações de materiais potencialmente infecciosos utilizados para efetuar diagnósticos, 
substâncias isoladas e animais natural ou experimentalmente infectados apresentam alto risco de 
exposição e infecção aos funcionários de laboratório, à comunidade e ao meio ambiente. 
O completo isolamento dos trabalhadores de laboratórios em relação aos materiais infecciosos 
contidos nos aerossóis é realizado em CSB ou com um macacão individual suprido com pressão de ar 
positivo, conforme apresentado a seguir.
Figura 2 – Procedimento efetuado em cabine de segurança biológica em laboratório de nível de 
biossegurança 4 (NB-4)
Disponível em: http://tiny.cc/aemnuz. Acesso em: 17 jan. 2022.
15
BIOSSEGURANÇA
Instalações de nível de biossegurança 4 são construídas em um prédio separado ou em uma área 
completamente isolada, contando com ventilação e sistemas de gerenciamento de lixo que evitem a 
liberação de agentes viáveis no meio ambiente. 
Os sistemas de ar-condicionado devem oferecer pressão do ar negativa dentro do prédio, o que visa 
garantir, em caso de vazamento, que o ar interno não saia do edifício. O acesso às áreas controladas 
deve ser feito por portas duplas e antessala com controle da pressurização do ambiente.
 Saiba mais
Microrganismos de classe de risco 4 ou instalações com procedimentos 
de segurança semelhantes ao NB-4 sempre foram inspiração para filmes. 
Vale assistir:
CONTÁGIO. Direção: Steven Soderbergh. Estados Unidos: Warner Bros, 
2011. 116 min.
EPIDEMIA. Direção: Wolfgang Petersen. Estados Unidos: Warner Bros, 
1995. 127 min.
2 PERIGOS
Antes do estabelecimento das normas de boas práticas, é muito importante conhecer os perigos 
associados ao tipo de atividade laboral a serem prevenidos com a adoção dessas práticas. 
Para exemplificar, é de conhecimento de todos a importância de lavar as mãos, embora o bom 
senso indique que o procedimento de lavar as mãos, usado por um mecânico, seja diferente daquele 
executado por um médico antes de iniciar uma cirurgia. 
Isso parece óbvio, considerando as atividades executadas pelos dois profissionais. Se o médico 
não lavar as mãos adequadamente, vai expor o paciente a risco aumentado de infecção durante 
e após a cirurgia, até mesmo com possibilidade de complicações e óbito. No caso do mecânico, o 
fato de não lavá-las adequadamente poderá, na pior das hipóteses, deixá-las sujas de graxa. Assim, 
o procedimento para higienização das mãos executado pelo médico deve ser bem mais rigoroso do 
que o utilizado pelo mecânico.
Ainda considerando a lavagem das mãos, esse procedimento foi relembrado continuamente 
durante a pandemia do coronavírus (Covid-19) como forma de prevenção do contágio. É um 
procedimento de fácil execução e uma maneira efetiva de prevenir a disseminação de doenças, 
tendo em vista que pode interromper a disseminação de pessoa a pessoa, bem como para a 
comunidade etc.
16
Unidade I
O Michaelis – Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa online (PERIGO, 2022) define o verbete 
perigo como “situação que ameaça a existência ou integridade de uma pessoa ou coisa; risco”. Para 
melhor entendimento, faremos uma diferenciação entre perigo e risco:
• Perigo: qualquer agente que cause danos à saúde ou à integridade física das pessoas, podendo 
ser classificado, quanto à severidade, em baixo, médio ou alto.
• Risco: refere-se à probabilidade de ocorrência do perigo, podendo também ser classificado em 
baixo, médio ou alto.
Considerando perigo e risco, veja a situação a seguir: ao atravessar a rua, existe o perigo do 
atropelamento. Se for uma rua com pouco movimento (probabilidade baixa), na qual os carros passam 
em baixa velocidade (severidade do atropelamento baixa), o risco de atravessar a rua é baixo. Porém, 
se for uma rodovia muito movimentada, com carros em alta velocidade, o risco da travessia é alto, e a 
severidade também.
Essa diferenciação entre perigo e risco é útil particularmente para quem trabalha com alimentos. 
Na área de alimentos, existe um sistema de controle de higiene e segurança alimentar chamado APPCC 
(Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), que utiliza muito esses conceitos. 
Trata-se de uma ferramenta de gestão da qualidade com caráter preventivo, com abordagem 
sistemática que visa identificar pontos críticos de controle dos perigos biológicos, químicos e físicos 
durante as etapas de produção de alimentos, para os quais existem medidas corretivas a serem aplicadas 
em caso de desvio dos parâmetros esperados de segurança.
Os princípios do sistema APPCC são aceitos e reconhecidos internacionalmente. Todos os perigos 
associados ao processo produtivo são analisados considerando risco de ocorrência e severidade. Para 
cada ponto crítico de controle identificado, existem ações corretivas a serem aplicadas em caso de desvios 
do que seria a situação adequada, possibilitando o retorno aos padrões de qualidadeestabelecidos e a 
garantia de segurança do alimento produzido. 
Existem sistemas adaptados para diferentes linhas produtivas: APPCC Mesa, para produção de 
refeições; o APPCC Indústria, aplicável às indústrias de alimentos e o APPCC Campo, para o controle das 
atividades agrícolas de produção. Para o seguimento Mesa, o plano é feito por conjunto de preparações 
com características similares, enquanto no seguimento Indústria de Alimentos existe um plano para 
cada tipo de alimento produzido.
Vale ressaltar que os sete princípios do sistema APPCC são os mesmos para os diferentes setores 
produtivos e são executados de modo sequencial, conforme apresentado a seguir:
• Análise de perigos e medidas preventivas.
• Identificação dos pontos críticos de controle.
17
BIOSSEGURANÇA
• Estabelecimento dos limites críticos.
• Estabelecimento dos procedimentos de monitoração.
• Estabelecimento das ações corretivas.
• Estabelecimento dos procedimentos de verificação.
• Estabelecimento dos procedimentos de registro.
O sistema APPCC é uma ferramenta muito importante utilizada no gerenciamento de riscos de 
segurança de alimentos. Permite identificar riscos e implantar controles para gerenciá-los em toda a 
sua cadeia de suprimentos durante a produção. Atende aos requisitos do Codex Alimentarius, comissão 
estabelecida pela Organização Mundial da Saúde e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação 
e Agricultura, reunindo normas, diretivas e códigos de práticas alimentares internacionais para garantir 
o comércio justo. 
Considerando que o sistema APPCC fornece ferramentas de gestão de riscos, ele pode ser utilizado 
para atender aos requisitos da ISO 22000, norma para Gestão de Segurança de Alimentos.
A Portaria n. 6.735, de 10 de março de 2020 aprova a nova redação da Norma Regulamentadora n. 9 
(NR-9) para Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, 
conforme segue: 
 
Art. 1º A Norma Regulamentadora n. 09 (NR-09) – Avaliação e Controle das 
Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos passa a 
vigorar com a redação constante do Anexo I desta Portaria.
Art. 2º Determinar que a Norma Regulamentadora n. 09 seja interpretada 
com a tipificação de NR Geral.
Art. 3º Na data da entrada em vigor desta Portaria, fica revogado o art. 1º da 
Portaria SSST n. 25, de 29 de dezembro de 1994 (BRASIL, 2020b).
A NR-9 do Ministério do Trabalho estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais 
a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento de 
Riscos (PGR), previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais. 
Para efeito dessa NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos 
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e 
tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
18
Unidade I
Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os 
trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
Os agentes químicos são substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo 
pela via respiratória, como poeiras, fumaças, névoas, neblinas, gases e vapores, ou, a depender da 
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo através 
da pele ou por ingestão.
Ainda, para efeito dessa norma, consideram-se agentes biológicos bactérias, fungos, bacilos, 
parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Já a Portaria n. 25/1994, do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1994), ao regulamentar a elaboração do 
mapa de riscos, considera a existência de cinco categorias de riscos: agentes físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e de acidentes (mecânicos).
Já os agentes ergonômicos são caracterizados pela falta de adaptação das condições de trabalho às 
características psicofisiológicas do trabalhador.
Os agentes de acidentes são os arranjos físicos inadequados ou deficientes, máquinas e equipamentos, 
ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes, eletricidade, sinalização, perigo de incêndio ou 
explosão, transporte de materiais, edificações, armazenamento inadequado etc.
A maior parte dos autores apresenta os perigos e os classifica sem dar maiores explicações sobre os 
critérios utilizados para sua classificação. Além disso, dependendo da área de trabalho, os perigos são 
considerados de maneira diferente. Exemplificando, um biólogo não considera um inseto da mesma 
forma que um nutricionista, o que pode gerar divergências quanto à classificação de alguns perigos. 
Vale ressaltar que essa classificação é didática e existe para facilitar o raciocínio sobre a execução da 
atividade profissional. Identificar a presença do perigo é muito mais importante do que classificá-lo. 
Para este estudo, consideraremos os perigos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Nos critérios 
de classificação foram consideradas as medidas preventivas.
 Saiba mais
Você aprenderá mais sobre a utilização de APPCC na indústria de 
alimentos conhecendo o artigo:
RIBEIRO-FURTINI, L. G.; ABREU, L. R. Utilização de APPCC na indústria de 
alimentos. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 30, n. 2, p. 358-363, mar./abr. 
2006. Disponível em: https://bit.ly/33oxHGr. Acesso em: 17 jan. 2022.
19
BIOSSEGURANÇA
2.1 Perigos físicos
São considerados perigos físicos:
• Qualquer sólido estranho à atividade exercida, encontrado em níveis e dimensões inaceitáveis.
• Objetos e ferramentas perfurocortantes.
• Ruídos intensos, radiações ionizantes, temperaturas excessivas, pressão e ambiente anormal.
• Insetos e outros.
Essa classe de perigos possui como característica principal provocar a ruptura da pele e de tecidos. 
A pele é a principal barreira de proteção do corpo humano, sendo impermeável tanto a fluidos quanto 
a microrganismos. Com a sua ruptura, existe a possibilidade de contaminações por esses perigos, que 
costumam ser muito mais graves. 
Os perigos físicos podem ser prevenidos por meio de barreiras físicas que impedem a ação do agente 
como apresentado a seguir: telas nas janelas impedem a entrada de insetos; tampas de panela impedem 
a queda de fragmentos na comida; superfícies espelhadas impedem a propagação da radiação; luvas 
grossas impedem que as mãos se queimem, entre outras.
O que normalmente causa estranheza a quem está iniciando o estudo da biossegurança é a 
classificação de insetos como perigos físicos, e não como perigos biológicos. Para melhor esclarecer, os 
insetos podem representar perigo de três formas: 
• Como vetores de doenças, sendo considerado como perigo o microrganismo causador da doença, 
e não o inseto que provoca a ruptura da pele.
• Como agente transmissor, no momento da picada, de substâncias irritantes ou venenosas.
• Quando está presente no alimento pode, na maior parte dos casos, provocar uma engasgadura.
Vale lembrar que o principal perigo provocado por um animal é a ruptura da pele provocada pela 
mordida ou por arranhões, o que permitirá a entrada de veneno ou de microrganismos. 
Os perigos físicos têm diversas origens. Vamos apresentar algumas delas a seguir: 
Pedaços de vidro
São gerados por quebra de utensílios de cozinha ou vidraria de laboratório. Como maneira de 
prevenir esse perigo, é necessário sempre verificar a existência de trincas, principalmente em vidrarias 
que sofrerão choques térmicos por variações bruscas de temperatura. No caso, o vidro sofrerá variações 
dimensionais não uniformes, podendo provocar estilhaçamento. Os fragmentos de borosilicato, material 
20
Unidade I
muito utilizado na confecção de vidraria de laboratório, são muito cortantes e devem ser manuseados 
com muito cuidado. 
Joias, objetos de adorno, fios de cabelo e esmalte
Esse perigo é típico da manipulação de alimentos. Em algumas operações,os trabalhadores 
dependem do tato e não podem usar luvas, por exemplo, na determinação do ponto de corte 
durante a fabricação de queijos. Nesse tipo de operação, o esmalte pode soltar fragmentos no 
alimento, e anéis, brincos ou colares podem se soltar sobre o alimento, representando um perigo para 
quem for consumi-lo. 
A Resolução n. 216/2004 (ANVISA, 2004) e a Portaria CVS 5 (SÃO PAULO, 2013) proíbem que 
manipuladores de alimentos utilizem qualquer tipo de adornos no trabalho. O trabalhador não deve 
fazer uso desses adornos no ambiente de trabalho, além disso, pelos, fios de cabelo ou de bigode devem 
ser contidos com o uso de toucas e máscaras faciais, também conhecidas como bigodeiras, e aventais 
com mangas compridas. Para homens com muitos pelos no braço, recomenda-se o uso de mangotes.
Fragmentos metálicos, parafusos, porcas
Os parafusos foram criados para permitir a desmontagem dos equipamentos. Assim, é bom lembrar 
que nenhum parafuso fica apertado para sempre. É muito importante que todos os equipamentos 
passem por manutenções preventivas para verificação do aperto de parafusos. Esse perigo pode 
estar associado a vários tipos de equipamentos, tendo em vista os sucessivos ciclos de aquecimento 
e resfriamento, com dilatação e retração das peças, levando ao afrouxamento de parafusos. 
Pragas
Incluem-se nesse grupo os insetos, roedores, parasitas externos (pulgas e carrapatos), pássaros e 
morcegos. Os programas de controles de pragas, sob responsabilidade de empresas qualificadas, previnem 
a presença de pragas. Além disso, são bastante efetivas as barreiras físicas como telas de proteção nas 
janelas, ralos sifonados e telas entre as telhas e as paredes. Essas últimas para impedir que pombos e 
morcegos se alojem sob os telhados das edificações.
Superfícies aquecidas e geradores de chama
A presença de fornos e chapas aquecidas é comum, tanto em laboratórios quanto em cozinhas. 
Tendo em vista que é fácil para pessoas desavisadas se queimarem em superfícies aquecidas, tais 
equipamentos devem ser isolados termicamente e serem instalados em áreas de pouca circulação de 
pessoas, ventiladas e livres de materiais voláteis ou termossensíveis. 
Para fogões e bicos de Bunsen, é muito importante também a manutenção preventiva, com 
verificação constante da integridade das válvulas e mangueiras de gás. O sistema de tubulações que 
alimentam esses equipamentos deve ser dotado de diversas válvulas de bloqueio nos ramais, bem como 
21
BIOSSEGURANÇA
de válvula geral para isolar o fornecimento de gás, caso necessário. Na operação desse sistema, as 
válvulas devem ser abertas, em sequência, a partir do ponto fornecedor até o ponto consumidor e 
depois devem serem fechadas na ordem inversa. Torna-se necessário ter atenção redobrada para nunca 
inverter esse procedimento. 
Superfícies refrigeradas, trabalhos com nitrogênio líquido ou com despressurização rápida 
de gases
A identificação visual dessas superfícies é facilitada pelo acúmulo de condensado e por formação 
de neve, o que não diminui o perigo de acidentes graves. O congelamento da água contida dentro das 
células provoca a formação de cristais de gelo que rompem a parede celular, provocando a destruição 
do tecido. A manipulação dessas superfícies deve ser feita com muito cuidado, utilizando-se luvas 
específicas e pinças.
Radiação ionizante
Considera-se radiação ionizante toda forma de radiação com energia suficiente para arrancar os 
elétrons dos átomos, como as radiações alfa, beta, gama e os raios X. As reações do indivíduo à exposição 
de radiação são dependentes de vários fatores, entre os quais, estão a quantidade de radiação recebida, 
os efeitos cumulativos de várias exposições, do estado geral do indivíduo, bem como do dano físico 
provocado, como as queimaduras.
É bom lembrar que as radiações ionizantes podem provocar alterações no DNA ou em substâncias 
associadas ao metabolismo. Caso essa alteração não leve à morte celular ou não possa ser reparada 
pelos sistemas celulares, será propagada para as próximas gerações de células. Nos locais onde se 
trabalha com esse tipo de radiação, as portas e paredes devem ser revestidas de materiais que absorvem 
a radiação, enquanto os operadores devem utilizar aventais específicos para essa finalidade. Os acessos a 
essas áreas devem ser adequadamente sinalizados. Vale ressaltar que gestantes não podem trabalhar 
nesse tipo de atividade. 
Laser
O laser está se disseminando em diversas áreas, entre as quais, estão a medicina e os procedimentos 
estéticos. Mesmo sabendo que o feixe de laser é bastante direcionado, é preciso considerar algumas 
questões importantes para a segurança de todos os envolvidos em sua utilização. Devido ao espalhamento 
da luz quando passa por coloides, efeito Tyndall, ou pelo reflexo da luz em superfícies polidas, parte da 
luz pode chegar aos olhos do trabalhador. A principal proteção contra os efeitos do laser é o uso 
de óculos de proteção coloridos para bloquear comprimentos de onda específicos.
Perfurocortantes
A manipulação desses materiais só deve ser feita por pessoas capacitadas, equipadas com 
proteções adequadas, como é o caso da luva cota de malha de aço. A superfície cortante ou a ponta do 
22
Unidade I
instrumento nunca deve ser apontada na direção do trabalhador, e sua atenção não deve ser desviada 
durante a operação. Como material clínico, os perfurocortantes devem ser descartados em recipientes 
exclusivamente destinados a esse fim.
2.2 Perigos químicos
Considerando-se apenas o descrito na NR-9 e na Portaria n. 25/1994, para ser considerada um 
perigo químico, a substância deve penetrar no organismo. Porém, serão incluídos nessa análise os riscos 
de explosão e incêndios provocados pela má manipulação dos produtos químicos.
Se os perigos químicos são originados de manipulação errada de produtos químicos, então, para 
prevenir-se dessa classe de perigos, é muito importante que o trabalhador conheça as características 
dos produtos manipulados.
Segundo a Chemical Abstract Service (ACS, 2022), uma divisão da American Chemical Association 
responsável por coletar informações sobre produtos químicos, existem cerca de 70 milhões de substâncias 
químicas diferentes e, por melhor que o profissional esteja preparado, é impossível conhecer todos os 
detalhes sobre a manipulação de todos esses produtos.
A Lei n. 6.514/1977, no art. 197, estabelece que:
 
Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos 
locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no 
rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de 
perigo correspondente, segundo a padronização internacional (BRASIL, 1977).
Essa padronização foi fixada pela ABNT na norma NBR 14725 (ABNT, 2012a; 2012b). Nas partes 3 e 4 
desta norma, estão estabelecidas as informações que devem constar no rótulo e na Ficha de Informações 
de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). A FISPQ é um documento que traz as informações necessárias 
para a criação de procedimentos adequados de manipulação de produtos químicos, em outras 
palavras, para boas práticas de laboratório.
Os perigos químicos são avaliados de acordo com suas características físico-químicas, reatividade, 
toxidade, condições de manipulação, possibilidade de exposição e vias de penetração no organismo. 
Trata-se de uma análise bem completa e complexa (BINSFELD, 2004). Nesse estudo, chamaremos a atenção 
para quatro dessas características: a difusividade no ar, a inflamabilidade, a toxidade e a ecotoxidade.
A difusividade no ar é a capacidade de uma substância de se espalhar pelo ar. Se o produto químico 
se espalhar facilmente pelo ar, ele se torna muito difícil de ser contido, e um incêndio ou uma nuvem 
tóxica pode tomar grandes dimensões. Dois parâmetros dão uma indicação de como um produto vai se 
difundir pelo ar:
• Pressão de vapor: é a pressão que o vapor faz quando está em equilíbrio com o líquido em uma 
evaporação. Quanto maior a pressãode vapor, mais volátil o produto e maior é a difusão.
23
BIOSSEGURANÇA
• Densidade relativa do vapor: refere-se à densidade da substância em relação à densidade do ar, 
na mesma temperatura. Vapores menos densos que o ar são facilmente carregados por correntes 
de ar e se dissipam na atmosfera. Vapores mais densos tendem a ficar concentrados no ambiente 
e apresentam maior risco.
A inflamabilidade é a capacidade de o produto químico incendiar-se. Essa capacidade pode ser 
avaliada baseando-se em três parâmetros:
• Inflamabilidade no ar: refere-se aos limites superior e inferior de concentração (porcentagem 
em massa) dentro dos quais o produto torna-se inflamável. Fora desses limites, o produto não se 
incendeia; dentro deles, qualquer fonte de calor é suficiente para provocar um incêndio.
• Ponto de fulgor: é a temperatura na qual um produto químico liberta vapor suficiente para 
entrar em combustão com a ajuda de uma fonte de calor externa. Sem essa fonte, a chama se 
extingue. Quanto mais baixo o ponto de fulgor, maior o risco de combustão.
• Temperatura de ignição: é a temperatura na qual o produto químico entra em combustão 
sem o auxílio de uma fonte de ignição. Quanto mais baixo o ponto de fulgor, maior o risco de 
combustão espontânea.
A toxidade é a capacidade de um produto químico produzir efeitos nocivos, tanto no meio ambiente 
quanto nos organismos vivos. A ABNT, na norma NBR 14725, diferencia as informações sobre a toxidade 
entre informações toxicológicas e informações ecológicas.
A FISQP pode fornecer diversos parâmetros de informações toxicológicas, sendo os mais comuns:
• Toxidade aguda: faz referência a exposições de curta duração, na ordem de segundos, minutos 
ou horas. Normalmente, é apresentada a DL50, por via oral, para ratos. Esse parâmetro indica 
a dose mínima necessária para matar 50% de uma população de cobaias. A DL50 não fornece 
detalhes sobre os mecanismos de ação do produto em humanos, mas serve como comparativo 
entre os diversos produtos químicos. Quanto menor a DL50, mais letal é o produto.
• Toxidade crônica: refere-se a exposições de longo prazo, com duração de dias, meses ou anos. 
São indicados os sintomas provocados pela longa exposição ao produto.
• Limite de exposição ocupacional: concentração máxima de um produto químico no meio 
ambiente sem que ocorram prejuízos à saúde do trabalhador. Existem várias definições em relação 
ao tempo de exposição do trabalhador, resultando em diversos parâmetros. O mais comum é o 
TLV-TWA (Threshold Limit Value – Time Weighted Average), parâmetro de origem americana que 
indica a concentração para uma jornada de 8 horas diárias e 40 horas semanais. 
A ecotoxidade é a ação dos produtos químicos quando liberados no meio ambiente, sobre os 
constituintes vivos dos ecossistemas. O Ibama, na Portaria n. 84 de 1996, indica os seguintes parâmetros 
para avaliação do potencial de dano ao meio ambiente (IBAMA, 1996):
24
Unidade I
• Bioacumulação: descreve a capacidade de um produto apresentar concentrações nos 
organismos mais elevadas do que no meio. Isso significa que os organismos estão acumulando o 
produto químico.
• Persistência: está relacionada à degradabilidade do produto no ambiente. Essa degradação pode 
se dar pela ação de microrganismos (biótica) ou por processos químicos de oxidação, hidrólise ou 
outros (abiótica).
• Transporte: refere-se aos processos físicos de transporte de massa. A difusão no solo e na água e 
a solubilidade influenciam esse parâmetro.
• Toxidade a diversos organismos: DL50 aplicada a organismos típicos de cada meio, por exemplo, 
de organismos aquáticos.
• Potencial mutagênico: capacidade de um produto químico causar no DNA danos que não se 
conseguem reparar no momento da replicação celular, portanto, a alteração é transmitida para as 
gerações seguintes. 
• Potencial teratogênico: capacidade de um produto químico provocar danos em fetos em 
desenvolvimento. Esses danos podem ser malformações, alterações neurológicas ou mesmo a 
perda da gravidez.
• Potencial carcinogênico: capacidade de um produto químico causar câncer.
No trabalho rotineiro no laboratório, conhecem-se os produtos químicos que serão manipulados. 
Esses produtos são adquiridos junto aos fabricantes ou distribuidores, que são obrigados a fornecer a 
FISPQ. Já na produção de alimentos, a bioacumulação e a persistência são parâmetros fundamentais, e 
nem o manipulador nem o consumidor final do alimento tem controle sobre isso.
Quem for analisar os perigos químicos associados à produção de alimentos deve considerar toda a 
cadeia produtiva, conforme apresentado a seguir. Por exemplo, a produção de um iogurte com frutas 
pode ser contaminada por várias fontes: 
• Se o leite vier de um produtor que não isola as vacas que estão passando por tratamento 
veterinário, aquele vai conter traços de antibiótico.
• Se a geleia de frutas adicionada ao iogurte contiver uma quantidade grande de sorbato de 
potássio, o iogurte terá uma quantidade deste fungicida acima do limite de tolerância legal. 
• Se os lubrificantes da máquina de envase não forem adequados para o uso alimentício, o iogurte 
terá traços de hidrocarbonetos.
Não adianta executar ações preventivas apenas na manipulação do alimento, sendo também muito 
importante considerar a seleção do fornecedor. O fornecedor deve ter qualidade assegurada e ser 
auditado pelo contratante, com frequência determinada conforme a necessidade. 
25
BIOSSEGURANÇA
No caso de alimentos, os perigos químicos podem ser introduzidos ainda no campo por meio de 
práticas inadequadas na aplicação, acondicionamento e descarte de agrotóxicos e antibióticos ou no 
desrespeito à legislação que regulamenta o uso desses produtos. Além disso, considerando o processo 
produtivo dos alimentos, se acontecerem falhas na limpeza e sanitização dos equipamentos utilizados, 
restarão resíduos que se tornarão contaminantes do processo seguinte que utilizarão a mesma linha 
de produção.
São considerados perigos químicos associados à produção e manipulação de alimentos: 
• metais pesados (chumbo, cobre, cádmio, mercúrio, entre outros), que podem ser incorporados aos 
alimentos por meio da água de irrigação; 
• fertilizantes inadequados ou em excesso;
• lubrificantes e aditivos de caldeiras;
• conservantes em excesso;
• traços de produtos de limpeza e sanitização de utensílios;
• antibióticos;
• pesticidas.
É importante ressaltar que as toxinas geradas por microrganismos presentes nos alimentos podem 
ser consideradas perigos biológicos. Apesar de serem substâncias químicas, sua prevenção depende da 
prevenção dos microrganismos geradores. 
2.3 Perigos biológicos
Os perigos biológicos são aqueles que causam infecções, caracterizadas pela invasão e multiplicação 
de organismos indesejáveis no objeto de trabalho ou no próprio trabalhador.
 Lembrete
Os perigos biológicos têm de ser conhecidos na mesma proporção que 
as medidas de prevenção de sua ocorrência devem ser implantadas. 
Para a identificação correta de uma infecção, vários fatores precisam ser avaliados:
• o tipo de agente infeccioso;
• a quantidade inoculada desse agente;
26
Unidade I
• a resistência natural do ambiente a esse agente;
• o estado de saúde do sujeito contaminado.
Note que somente a presença do organismo indesejável não é suficiente para caracterizar uma 
infecção. O problema maior é a multiplicação desse organismo. 
Isso vale tanto para microrganismos quanto para parasitas internos e em qualquer objeto de 
trabalho, mas, para facilitar o entendimento, vamos analisar essa questão para microrganismos no 
corpo humano saudável.
Existem duas razões para que a multiplicação dos microrganismos seja considerada o maior problema:
• O corpo humano possui uma capacidade de combate a essas infecções, então, uma inoculação 
pequena não representaria risco.
• Alguns microrganismos produzem toxinas que são termorresistentes. Essas toxinas vão se 
acumulando e não podem ser eliminadas de alimentos ou meiosde cultura por processos térmicos.
O processamento de higienização de materiais e equipamentos inclui a limpeza, desinfecção e 
esterilização, sendo fundamental conhecer e saber classificar os materiais a serem higienizados, bem 
como os desinfetantes químicos e seus potenciais de ação. Vale lembrar que para o bom processamento 
dos artigos utilizados, a limpeza é fundamental (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002; MASTROENI, 2005).
Em alguns procedimentos biotecnológicos industriais, a eliminação parcial dos microrganismos de 
equipamentos e do ambiente garante, sem nenhum prejuízo, a qualidade do produto. 
Por melhor que seja o processo de descontaminação, existe sempre uma probabilidade de 
sobrevivência de microrganismos. Esse tema será mais bem analisado quando forem apresentadas as 
técnicas de descontaminação.
A prevenção dos perigos biológicos é fundamental para evitar a multiplicação dos microrganismos 
e a inoculação. 
Na área de alimentos, também podem ser considerados como perigos biológicos os parasitas 
internos e as toxinas produzidas por alguns tipos de fungos e bactérias.
Um dos parâmetros mais importantes no estabelecimento da vida útil de um alimento é o 
binômio tempo/temperatura de processamento. Os alimentos com pH acima de 4,5 e atividade 
de água superior a 0,85, chamados alimentos de baixa acidez, normalmente, exigem tratamentos 
térmicos muito mais rigorosos do que para alimentos com pH menor do que 4,5, nos quais não 
ocorre desenvolvimento de patógenos. 
27
BIOSSEGURANÇA
Em pH maior que 4,5, pode ocorrer crescimento do Clostridium botulinum, bactéria esporulada 
que produz uma neurotoxina de elevada letalidade ao homem, quando encontra condições ideais 
no alimento processado. Essas condições são pH maior do que 4,5, ambiente anaeróbico, presença 
de umidade e nutrientes. As características de resistência térmica dos esporos desse microrganismo 
são bem conhecidas e são utilizadas para o cálculo do processo de esterilização na indústria de 
alimentos. Vale ressaltar que as toxinas produzidas por todos os subgrupos são destruídas nas 
seguintes utilizando-se aquecimento a 80 ºC durante 20 a 30 minutos, 85 ºC durante 5 minutos, 
ou 90 ºC durante alguns segundos. As células vegetativas, os esporos e as toxinas de C. botulinum 
não são destruídos pela congelação.
A ocorrência desses perigos é evitada criando condições no alimento ou ambiente para que 
o microrganismo gerador da toxina não se desenvolva. Então, por facilidade, considera-se esse 
perigo como sendo biológico.
O Manual de Segurança em Laboratório, da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), sugere 
que sejam considerados os seguintes parâmetros na avaliação dos perigos biológicos:
• Patogenicidade do agente: capacidade de o microrganismo causar doenças. Outro parâmetro 
semelhante a ser considerado é a virulência, associada à mortalidade causada por esse agente.
• Dose infecciosa: quantidade mínima inoculada de um microrganismo capaz de provocar 
uma doença. 
• Via de exposição: os mecanismos mais comuns são a inoculação direta (por acidentes com 
agulhas), a inalação de aerossóis (quando alguém espirra ou tosse), o contato com membranas ou 
mucosas e a ingestão. 
• Concentração do agente: uma grande quantidade de material contaminado a ser manipulado 
significa uma grande concentração do agente infeccioso e, portanto, maior risco de contaminação.
• Informação disponível: agentes infecciosos exóticos ou pouco conhecidos implicam 
riscos maiores.
• Tipo de atividade executada: se a atividade executada, por exemplo, o uso de ultrassom, gerar 
aerossóis, o risco de contaminação e o raio de ação do agente são maiores.
• Disponibilidade de profilaxia: agentes infecciosos cujas doenças possuem algum tipo de 
tratamento ou vacina apresentam menores riscos que os microrganismos cujas doenças não 
possuem tratamento.
28
Unidade I
Os microrganismos também são classificados de acordo com o potencial de risco que apresentam:
• Classe 1: os microrganismos que não apresentam nenhum risco de causar doenças. Contudo, isso 
não significa que eles não apresentam riscos, pois, no caso de alimentos, por exemplo, eles podem 
ser deteriorantes.
• Classe 2: agentes patogênicos que não causam doenças graves em humanos ou animais. Essas 
doenças possuem um tratamento eficaz, e o risco de a infecção se alastrar é pequeno.
• Classe 3: microrganismos que causam doenças graves que podem levar à morte tanto em homens 
como em animais, mas cuja propagação é limitada. Existem tratamentos e medidas de prevenção.
• Classe 4: agentes patogênicos que causam doenças graves, com risco de morte para humanos ou 
animais, e que são transmitidos facilmente, principalmente por via aérea. 
2.4 Perigos ergonômicos
A medicina do trabalho foi criada no século XVII com os trabalhos do médico italiano Bernardino 
Ramazzini, que descreveu as primeiras doenças de origem profissional em uma série de monografias que 
tratavam de problemas oculares, auditivos e de postura.
No final do século XIX, Frederick W. Taylor introduziu o conceito de administração científica, 
preocupando-se com a forma mais eficiente de execução do trabalho, demonstrando a importância da 
antropometria no projeto do ambiente de trabalho.
Em 1914, o francês Jules Amar publica o livro O motor humano, a primeira obra a fornecer as bases 
fisiológicas do trabalho muscular e sua relação com as atividades profissionais. Esse livro é considerado 
a primeira obra sobre ergonomia.
A definição da Associação Internacional de Ergonomia (IEA) para ergonomia é, conforme tradução 
retirada do site da Abergo (Associação Brasileira de Ergonomia): 
[...] uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações 
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de 
teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar 
humano e o desempenho global do sistema (ABERGO, s.d.).
Atividade profissional é uma série de relações, estímulos e respostas que o trabalhador estabelece 
com o objeto de seu trabalho. Essas relações ocorrem tanto no âmbito mental quanto no físico; quando 
essas solicitações ultrapassam a capacidade do trabalhador, aumenta-se o risco de acidente ou de 
danos na saúde. 
Portanto, a análise ergonômica não pode ser restrita apenas a um aspecto. Ela tem que ser 
multidisciplinar e deve incluir as características pessoais de cada trabalhador.
29
BIOSSEGURANÇA
A atividade sensorial e mental não é tão óbvia quanto a atividade física, mas existe em toda ação 
humana, por mais simples que pareça. Na atividade mental, a psicofisiologia e a psicologia do trabalho 
forneceram parâmetros para a análise do trabalho a serem avaliados:
• Detecção da informação: a informação deve ser fornecida acima do limiar de percepção do 
trabalhador e deve permanecer por tempo suficiente para que se torne um estímulo.
• Interpretação da informação: a informação deve ser clara, não pode dar margem a ambiguidades 
e deve satisfazer a expectativa do trabalhador.
• Frequência de decisões: em um trabalho monótono, o nível de atenção do trabalhador cai 
drasticamente, resultando em omissões; por outro lado, em um trabalho que exige muitas 
decisões, a capacidade de o trabalhador reconhecer informações e resolver problemas decai ao 
longo do tempo.
• Tempo de resposta: um ser humano não consegue memorizar muitas informações simultâneas, 
correndo o risco de esquecimentos ou de alterações na resposta.
Já para a análise da atividade física, precisam ser considerados:
• O limiar de força do trabalhador: os músculos executam trabalhos dinâmicos (estendendo ou 
flexionando) ou estáticos (imobilizando segmentos ósseos). Para cada tipo de esforço, o músculo 
tem uma capacidade máxima. Utilizam-se, durante o trabalho, apenas 15 a 20% da força máxima. 
Quando esse limiar é ultrapassado, surge a fadiga, caracterizada por dores, tremores ou dificuldades 
na precisão dos movimentos.
• O ritmo de trabalho: pausas curtas e frequentes são mais eficientesque pausas longas e mais 
raras na recuperação física.
• A postura de trabalho: significa imobilização de partes do corpo para a execução da atividade 
física. Algumas posturas resultam em um esforço físico maior, porém são necessárias para viabilizar 
o trabalho devido à exigência de força física, precisão de movimentos, ritmo de execução ou 
disponibilidade de espaço.
• As condições de conforto ambiental: o trabalhador só pode conservar sua integridade física se 
seu organismo suportar as condições impostas pelo ambiente. Temperatura, umidade e velocidade 
do ar afetam diretamente a sudorese e a regulagem de temperatura do corpo. O nível de ruídos 
pode provocar danos ao sistema auditivo (risco físico), mas também interfere na execução de 
tarefas mentais mais complexas. A luminosidade também interfere na quantidade de informações 
obtidas pelo olho. Sob vibrações, o equilíbrio é perturbado e a acuidade visual diminui.
A NR-17, do Ministério do Trabalho, trata da ergonomia no ambiente de trabalho, mas se concentra 
apenas em seu aspecto físico. O objetivo dessa norma é “estabelecer parâmetros que permitam a 
30
Unidade I
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a 
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente” (BRASIL, 2021).
Essa norma apresenta parâmetros de controle para:
• levantamento, transporte e descarga de materiais pesados: o trabalhador deve receber 
treinamento adequado, a carga especificada para mulheres e menores deve ser menor que a carga 
especificada para homens, e a carga deve ser compatível com a força do trabalhador;
• mobiliário: o local de trabalho deve ser planejado para garantir as distâncias recomendadas de 
mãos, pés, pernas, olhos e ser compatível com a movimentação necessária ao trabalho;
• equipamentos: os equipamentos que formam um posto de trabalho devem ser adequados às 
condições psicofisiológicas do trabalhador e à natureza do trabalho;
• organização do trabalho: nos locais onde haja trabalhos que exijam concentração e atividade 
intelectual, como salas de controle, laboratórios e escritórios, recomenda-se o controle do ruído e 
das condições de conforto térmico. 
Desde a sua publicação, a norma passou por uma ampla revisão em 1990, e, posteriormente, 
por quatro alterações pontuais.
A primeira revisão foi publicada pela Portaria MTPS n. 3.751, de 23 de novembro de 1990, que 
conferiu nova redação à norma. 
A última alteração da norma foi realizada por meio da Portaria MTB n. 876, de 24 de outubro 
de 2018, para ajuste do subitem 17.5.3.3, referente à disposição sobre iluminância, em função do 
cancelamento da norma técnica ABNT NBR 5413 (BRASIL, 2021). A partir dessa publicação, a 
norma passou a referenciar a Norma de Higiene Ocupacional n. 11 (NHO 11) – Avaliação dos Níveis 
de Iluminamento em Ambientes de Trabalho Internos.
Conforme agenda regulatória definida, a NR-17 foi atualizada, com sua nova redação válida a 
partir de 3 de janeiro de 2022.
LER/Dort
A expressão LER (Lesões por Esforços Repetitivos) surgiu oficialmente no Brasil em 1997, com a 
publicação da Portaria n. 4.062/1987, que reconheceu a tenossinovite como uma doença relacionada 
ao trabalho. A tenossinovite é uma inflamação dos tendões e das membranas que recobrem os tendões, 
provocando dor, falta de força e inchaço no local. Essa doença foi chamada, muitas vezes, de tenossinovite 
do digitador (BRASIL, 2001a).
31
BIOSSEGURANÇA
Aqui, vale fazer uma diferenciação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (apud BRASIL, 
2001a), os distúrbios de saúde relacionados à atividade laboral se dividem em duas categorias: doença 
profissional e doença relacionada ao trabalho.
As doenças profissionais são aquelas inerentes à atividade profissional, pois não há como o 
trabalhador atuar sem estar exposto ao agente causador da doença. Um exemplo disso é o cantor de 
rock: não é possível cantar em uma apresentação sem estar exposto a um som extremamente alto, o que 
ocasiona perdas auditivas. Aqui, há uma relação direta entre causa e efeito.
No caso das doenças relacionadas ao trabalho, não é possível identificar um agente específico 
entre os que estão relacionados à atividade profissional. É o caso do professor, que usa a voz como 
instrumento de trabalho. A utilização da voz está condicionada ao comportamento da classe, à matéria 
dada, à hidratação da garganta, à umidade relativa do ar, ao seu período de descanso, enfim, a uma 
gama enorme de fatores.
A expressão LER passou a ser usada indiscriminadamente, abrangendo os distúrbios ou doenças do 
sistema músculo-esquelético-ligamentar, relacionadas ou não ao trabalho. Nesse panorama, a expressão 
se tornou imprecisa, e os diagnósticos muitas vezes deixaram de ser tendinite ou bursite e passaram a 
ser LER (BARBOSA, 2009).
Em 1998, por meio da Ordem de Serviço INSS/DSS n. 606, foi adotada a terminologia Doença 
Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (Dort), equiparando-a à LER, para respeitar a literatura já 
existente na época. A partir daí, as expressões LER e Dort aparecem juntas, na forma LER/Dort.
Apesar dessa equiparação, para efeito de continuidade histórica da literatura publicada, a Ordem de 
serviço DSS n. 606/1998 justifica a mudança de terminologia afirmando que
 
[...] o termo LER é genérico, e o médico deve sempre procurar determinar 
o diagnóstico específico. Como se refere a diversas patologias distintas, 
torna-se difícil estabelecer o tempo necessário para uma lesão persistente 
passar a ser considerada como crônica. Além disso, até a mesma patologia pode 
se instalar e evoluir de forma diferente, dependendo dos fatores etiológicos.
Com todas essas limitações, o que se pode dizer é que as Lesões causadas 
por Esforços Repetitivos são patologias, manifestações ou síndromes 
patológicas que se instalam insidiosamente em determinados segmentos 
do corpo, em consequência de trabalho realizado de forma inadequada. 
Assim, o nexo é parte indissociável do diagnóstico que se fundamenta numa 
boa anamnese ocupacional e em relatórios de profissionais que conhecem 
a situação de trabalho, permitindo a correlação do quadro clínico com a 
atividade ocupacional efetivamente desempenhada pelo trabalhador, donde 
a proposta da nova terminologia Distúrbios Osteomusculares Relacionados 
ao Trabalho – Dort (BRASIL, 1998).
32
Unidade I
As doenças enquadradas nesse grupo compreendem uma heterogeneidade de distúrbios funcionais 
e/ou orgânicos, que manifestam em seu portador sintomas comuns, muitas vezes, inespecíficos, como:
• fadiga muscular;
• dor;
• parestesia;
• sensação de peso;
• mal-estar;
• processos inflamatórios em tendões, ligamentos e bursas sinoviais;
• contraturas musculares etc.
O desenvolvimento da LER/Dort está relacionado a diversas causas. Então, é muito importante 
analisar cada caso e determinar quais os fatores de risco envolvidos de forma direta ou indireta 
na ocorrência. 
Esses fatores de riscos são determinados por meio de anamnese feita pelo médico do trabalho, 
procurando identificar as interações entre os possíveis fatores de riscos e se essa interação é capaz de 
ultrapassar a capacidade de regeneração do tecido muscular, mesmo se o funcionamento deste esteja 
parcialmente mantido.
Nesta caracterização, é importante observar alguns elementos, como: 
• a região anatômica e a biomecânica associada a ela;
• a intensidade do esforço;
• a organização temporal do trabalho (a duração do ciclo de trabalho e a distribuição das pausas);
• a adequação do posto de trabalho;
• o conforto ambiental;
• a carga estática;
• a invariabilidade da tarefa;
33
BIOSSEGURANÇA
• as exigências de atenção, provocando aumento de tensão muscular ou reação mais generalizada 
de estresse;
• os fatores psicossociais ligados ao trabalho, como percepções relativas à carreira, à carga e ao 
ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. 
As LER/Dort são doenças de notificação obrigatória. Quando o médico dotrabalho suspeitar de 
uma LER/Dort, deve emitir uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para o INSS, mesmo que a 
doença não provoque a incapacitação do trabalhador ou gere o seu afastamento.
A CAT é um documento utilizado pelo INSS para a obtenção de dados relativos aos acidentes 
do trabalho e às doenças ocupacionais. O objetivo dessa captação é fornecer informações para o 
enquadramento das empresas segundo os graus de risco no ambiente do trabalho para o cálculo da 
contribuição da empresa ao INSS, destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão 
do grau de incidência dos acidentes e subsidiar políticas de prevenção e fiscalização das empresas.
 Observação
A sigla Dort foi introduzida para substituir a sigla LER por dois motivos: 
primeiro porque a maioria dos trabalhadores com sintomas no sistema 
musculoesquelético não apresenta evidências de lesão em qualquer 
estrutura; a segunda razão é que além do esforço repetitivo, outros tipos 
de sobrecargas podem ser nocivas para o trabalhador.
3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
3.1 Equipamentos de proteção individual (EPI)
A CLT surgiu como necessidade institucional após a criação da Justiça do Trabalho em 1939. Ela é 
chamada de Consolidação das Leis Trabalhistas, em vez de Código das Leis Trabalhistas, porque seu objetivo 
foi apenas reunir a esparsa legislação trabalhista já existente na época, consolidando-a. A assinatura do 
documento foi em 1º de maio de 1943.
Os equipamentos de proteção individual (EPIs) e de proteção coletiva (EPCs) para laboratórios são 
de uso obrigatório. O uso de EPIs no Brasil é regulamentado pela NR-6 da Portaria n. 3.214/1978, 
do Ministério do Trabalho e Emprego. No universo das NRs, quem regulamenta os equipamentos de 
proteção individual é a NR-6.
A empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empregados EPIs adequados ao risco e em 
perfeito estado de conservação e funcionamento. Cabe ao empregador orientar e treinar o trabalhador 
sobre o uso adequado, a guarda e conservação e, principalmente, exigir seu uso. 
34
Unidade I
Um EPI é um dispositivo de uso individual do trabalhador. Seu objetivo é proteger a saúde e manter 
a segurança dos colaboradores de todas as áreas do laboratório. Constitui medida contra substâncias 
irritantes e tóxicas, agentes infecciosos, materiais perfurocortantes e materiais submetidos a aquecimento 
ou congelamento. O uso de EPIs é um direito do profissional de saúde e seu uso de maneira correta deve 
ser orientado.
Esses equipamentos podem ser descartáveis ou não e devem estar à disposição dos profissionais 
em número suficiente, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. Os itens 
obrigatórios para os colaboradores de laboratórios de análises clínicas são jalecos, luvas, máscaras ou 
respiradores, óculos de segurança ou protetores faciais. Se houver ruídos além dos níveis permitidos, 
deve haver também protetores de ouvido para trabalhos muito demorados.
Uma situação que ocorre constantemente em estabelecimentos de saúde, e que expõe outras pessoas 
a riscos desnecessários, é o uso dos equipamentos de proteção individual fora do ambiente para o qual o 
seu uso está previsto. Essa situação vai contra a NR-6, que indica a importância de usá-los apenas para 
a finalidade a que se destinam e responsabilizar-se por sua guarda e conservação. Os EPIs não devem 
ser utilizados fora da área técnica.
Os EPIs devem apresentar o Certificado de Aprovação (CA) comprovando que esse equipamento 
foi devidamente testado e está apto para comércio e uso. Antes de ser destinado à comercialização, 
todo o equipamento de proteção deve passar por testes de conforto, resistência, durabilidade etc. É um 
processo que deve ser realizado pelas empresas fabricantes e/ou importadoras de EPIs.
Após ser aprovado nesses testes por laboratórios credenciados, o EPI recebe o Certificado de 
Aprovação (CA), o que garante que o equipamento fornecido aos trabalhadores é de qualidade e será 
efetivo na hora de protegê-los.
Vale ressaltar que só podem ser comercializados no Brasil aqueles que possuam um CA; o fabricante 
só obtém esse certificado se tiver um laudo fornecido por um laboratório credenciado pelo Inmetro para 
sua avaliação.
Equipamentos de proteção à cabeça
A touca de proteção serve tanto para proteger o usuário quanto o produto manuseado. Protege o 
usuário por evitar o contato do cabelo com máquinas que possam colocar em perigo o trabalhador ao ter 
contato e, eventualmente, sugar, puxar ou enroscar-se nos cabelos. Já no caso de proteção de produto, 
a touca capilar evita que cabelos caiam no produto manuseado, o que gera o risco de contaminação.
35
BIOSSEGURANÇA
Figura 3 – Touca descartável
Disponível em: https://bit.ly/3IHanTl. Acesso em: 17 jan. 2022.
Os protetores faciais protegem o rosto do trabalhador contra impactos, respingos, substâncias 
nocivas, fagulhas e outros materiais biológicos. Também podem proteger contra radiações, dependendo 
do material, espessura e cor do visor.
A) B)
Figura 4 – Protetor facial
Disponível em: A) http://tiny.cc/eemnuz; B) http://tiny.cc/gemnuz. Acesso em: 17 jan. 2022.
Os óculos de segurança servem para proteger o trabalhador em atividades que possam causar 
ferimentos nos olhos provenientes de impacto de partículas, respingos; em trabalhos que possam 
causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos e da ação de 
radiações perigosas.
A figura a seguir mostra um modelo de óculos de segurança. Vale ressaltar que a diversidade de 
formas dos óculos corresponde à diversidade de aplicações de segurança. A aplicação dos óculos 
de segurança é específica, e a utilização de um modelo em uma aplicação para o qual ele não tenha sido 
projetado não garante a segurança. 
36
Unidade I
Figura 5 – Óculos de segurança
Disponível em: http://tiny.cc/iemnuz. 
Acesso em: 17 jan. 2022.
As máscaras são proteções para as vias respiratórias. Da mesma forma que os óculos de proteção, 
as máscaras são específicas para o tipo de contaminante. Elas também apresentam diversas formas 
construtivas, e sua especificação depende de diversos fatores.
Quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol nos pacientes com 
infecção suspeita ou confirmada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2019), deve utilizar a máscara de 
proteção respiratória (respirador particulado) com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas 
de até 0,3 (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3) (BRASIL, 2020d).
A máscara deverá estar bem ajustada à face e nunca deve ser compartilhada entre profissionais. 
Acentua-se que forma de uso, manipulação e armazenamento deve seguir as recomendações 
do fabricante.
A) B) 
Figura 6 – Máscara cirúrgica (A) e KN-95 (B)
Disponível em: A) https://bit.ly/3fKfkOI; B) http://tiny.cc/kemnuz. 
Acesso em: 17 jan. 2022.
37
BIOSSEGURANÇA
Alguns tipos de máscaras trabalham filtrando o ar exterior, conforme os modelos mostrados nas 
figuras a seguir.
Figura 7 – Máscara filtrante
Disponível em: https://bit.ly/3rFv23f. Acesso em: 17 jan. 2022.
Equipamentos de proteção para o tronco
Aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em que haja perigo de 
lesões provocadas por riscos de origem radioativa, biológica ou química.
Figura 8 – Avental para proteção contra radiação
Disponível em: Avental RX Panorâmico para Paciente Adulto - CSR (dentalcremer.com.br). 
Acesso em: ?
38
Unidade I
 
Figura 9 – Jaleco descartável para uso em laboratórios e serviços de saúde 
3.2 Equipamentos de proteção coletiva (EPCs)
É importante ressaltar que a responsabilidade coletiva é um conceito que todos os colaboradores 
de um laboratório precisam respeitar, independentemente dos tipos de produtos manipulados no local. 
Todos os participantes do grupo são igualmente responsáveis pelo uso dos equipamentos de proteção 
coletiva, quando necessário.
Os profissionais não podem renunciar aos equipamentos de proteção individual. Como o próprio

Outros materiais

Outros materiais