Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução A função fisiológica do sistema imunológico é basicamente a defesa do organismo contra agentes agressores. Pode ser distinguida em imunidade natural e adquirida: Natural: inata, não são discriminadas entre a maioria dos antígenos e a resposta possui sempre a mesma intensidade. Adquirida: vai ser modificada, adaptativa. Se adapta a depender do que aconteça em relação ao agente infeccioso. Comparação entre as respostas do sistema imune: Natural Adquirida Barreiras fisicoquímicas Pele, membranas, mucosas Linfócitos nos epitélios. Anticorpos e secreção de mucosa Moléculas circulantes Sistema complemento Anticorpos (linfócitos B) Células Fagócitos (macrófagos, neutrófilos, células dentríticas) e células NK. Linfócitos Mediadores solúveis Citocinas derivadas de macrófagos (IFN-α/β, TFN-α) Citocinas derivadas de linfócitos (IFN- γ) No primeiro momento da infecção tem-se a ação da imunidade inata, tentando impedir a invasão do microrganismo. Se este vencer essa primeira barreira, a imunidade adaptativa é ativada, com diferentes linfócitos e anticorpos adaptado ao microrganismo. Por isso, leva um tempo, até mesmo dias (entre 15-21 dias). Acontece basicamente da seguinte forma: Primeiramente, há o reconhecimento do antígeno pela célula apresentadora de antígeno; A partir dessa apresentação há uma expansão e diferenciação dessas células; É gerada uma resposta que elimina o antígeno formando uma memória imunológica, ou seja, se o indivíduo for exposto novamente ao agente infeccioso, a imunidade adaptativa já vai está pronta para combate-lo. Imunidade natural Primeira linha de defesa do organismo contra agentes invasores (microrganismos, vírus). Caso esses microrganismos invadam o corpo, devem ser reconhecidos e destruídos antes que possam superar as defesas. O tempo é essencial e atrasos podem ser fatais. O corpo deve, portanto, empregar mecanismos de reação rápida como sua primeira linha de defesa contra os invasores. Esses mecanismos precisam estar sempre prontos e responder imediatamente aos primeiros Imunidade Inata e Adaptativa sinais de invasão microbiana. Tais mecanismos constituem o sistema imune inato. Componentes: barreira química, leucócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos), células NK, proteínas – sangue, citocinas. Fagócitos mononucleares: macrófagos e monócitos - Atuam na fagocitose, produção de moléculas microbicidas e produção de citocinas. Além disso são células apresentadoras de antígenos (APC), ou seja, elas agarram aquela célula invasora para si e apresentam à outra célula do sistema imunológico. Células dendríticas: células apresentadoras de antígeno; atuam na produção de citocinas e liberação de grânulos. Neutrófilos: fagocitose, produção de moléculas microbicidas, produção de citocinas e também pode apresentar antígeno. Eosinófilo: presença de grânulos, atua principalmente na eliminação de helmintos, lesão tecidual, quadros alérgicos e apresenta receptor de anticorpos IgE. A liberação de grânulos promove a lesão tecidual. Basófilos: bastante grânulos em seu interior (mediadores químicos) que promovem hipersensibilidade imediata. Também há receptor para IgE, diretamente relacionado a quadros alérgicos. Células NK: “linfócito matador natural” (natural killer – NK). Tem a capacidade de destruir células invasoras que podem causar sérios problemas ao indivíduo. Imunidade adquirida ou adaptativa A inflamação e os outros subsistemas do sistema imune inato são essenciais à defesa do organismo. Os animais que não forem capazes de estabelecer respostas inatas eficazes morrerão devido à sobrecarga de processos infecciosos. Contudo, esses mecanismos inatos não são a solução final para a defesa do organismo. O que é mesmo necessário é um sistema de defesa capaz de reconhecer e destruir os patógenos e, posteriormente, aprender com todo esse processo; assim, caso haja uma nova infecção pelos mesmos patógenos, estes serão destruídos de forma mais eficaz. Esse tipo de resposta é a função do sistema imune adaptativo, assim chamado por se adaptar às necessidades do animal. São respostas estimuladas pela exposição a agentes infecciosos, cuja magnitude e capacidade defensiva aumentam com exposições posteriores a um determinado antígeno – se prepara para uma resposta posterior. Características: Especificidade e diversidade Memória Especialização Auto-regulação Tolerância Especificidade: responde de forma específica, ou seja, um determinado agente vai ser reconhecido por uma determinada molécula produzida especificamente para ele. A resposta montada para um, não vai reconhecer outro tipo de agente. Memória: o organismo cria uma memória sobre o agente que o contaminou, ou seja, em uma infecção posterior desse mesmo agente, a resposta será mais rápida e eficiente. Auto-regulação: é a eliminação do antígeno e do estímulo do linfócito, parando a resposta imunológica. Tolerância: é a capacidade de tolerar determinados antígenos, ou seja, se é ou não agressivo. A deficiência dessa tolerância faz com que o organismo desenvolva respostas imunológicas contra antígenos próprios do indivíduo, ocorrendo infecções auto-imunes como: pênfigus foliáceo, lúpus e pênfigus vulgaris. Tipos de imunidade específica Imunidade humoral: resposta mediada por proteínas, responsáveis pelo reconhecimento especifico e eliminação de antígenos no sangue ou nas mucosas. Essa proteína é chamada de anticorpo. Imunidade celular: é mediada por linfócitos (linfócitos T) que se comunicam com os outros componentes sistema imune através da secreção de citocinas. Imunidade adquirida ativa Pode ser dita natural ou artificial. Significa dizer que o indivíduo participa ativamente do processo de resposta, havendo memória imunológica daquele agente infeccioso. Natural: o próprio organismo faz a defesa contra determinado agente infeccioso. Artificial: aplicação de vacinas que geram memória imunológica. Imunidade adquirida passiva Também se divide em natural e artificial, porém o organismo não terá atividade ativa, a imunidade é feita por suporte externo e não haverá memória imunológica. É basicamente feita por meio da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um não-imunizado. Natural: quando acontece, por exemplo, através da transferência de anticorpos maternais para o feto; Artificial: quando há a passagem de anticorpos prontos, como num soro antiofídico. Componentes Linfócitos T: produção de citocinas (resposta celular) e liberação de grânulos. Linfócitos T – auxiliar: produz substâncias que vão auxiliar outras células em responder aquele antígeno. Linfócitos T - citolítico: vai liberar substâncias capazes de destruir a célula infectada. Linfócitos T - regulador: promove a regulação; parada de resposta, uma vez que já foi solucionado o problema. - Linfócitos B: promove a produção dos anticorpos (resposta humoral). - Células apresentadoras de antígenos (APC) - Células efetoras - Células T. ativadas - Outros leucócitos e células mononucleares Sistema ABO Na superfície das hemácias podem existir algumas proteínas chamadas de aglutinogênio (antígenos). Existem dois tipos de aglutinogênio: tipo A e tipo B. - Indivíduos que possuem em suas hemácias aglutinogênio A, são do tipo A. Já indivíduos que possuem aglutinogênio tipo B, são do tipo B. Há também indivíduos que possuem aglutinogênios tanto do tipo A quanto do tipo B, constituindo o tipo AB. Entretanto, existem também pessoas que não dispõem dessas proteínas A ou B, sendo o seu sangue do tipo O. Antes desse sistema ser descoberto, as transfusões sanguíneas obtiveram diversos erros, pelo fato de que essas proteínas são específicaspara o seu tipo de antígeno. - Indivíduos do grupo A, por exemplo, só podem receber aglutinogênios do tipo A, o que irá induzir a produção de anticorpos Anti-B. - O tipo AB, por possuírem os dois tipos de aglutinogênios nas suas hemácias, não terá anticorpos, ou seja, não haverá problemas em receber sangue do tipo A ou B. Por isso ele é caracterizado como receptor universal. - Na mesma linha de raciocínio, o sangue tipo O não possui nenhuma proteína, portanto, ele pode ser doado para qualquer um dos tipos sanguíneos, sendo considerado um doador universal. Em contrapartida, o tipo O não pode receber de nenhum tipo sanguíneo, pois já que não possui as proteínas, isso faz com que se produza anticorpos Anti-A e Anti-B. Se houver a interação de sangues incompatíveis, é causada uma reação imunológica chamada aglutinação, formando no sangue diversos grânulos, obstruindo a passagem do fluxo sanguíneo. Imunohematologia Anatomia e função dos tecidos linfoides Embora os antígenos sejam capturados e processados pelas células dendríticas, pelos macrófagos ou linfócitos B, as respostas imunes adaptativas são, na verdade, montadas por células denominadas linfócitos. Os linfócitos são pequenas células arredondadas presentes em grande número em órgãos linfoides como o baço, os linfonodos e o timo. Os órgãos linfoides possuem a função de concentrar linfócitos e células apresentadoras de antígenos, bem como o seu transporte. Podem ser divididos em: - Primários ou geradores - Secundários ou periféricos Órgãos linfoides primários Os linfócitos são classificados em duas populações denominadas linfócitos T e linfócitos B, dependendo do local de maturação. Assim, os linfócitos T são aqueles que sofrem maturação no timo e os linfócitos B na medula óssea, podendo também ser em diferentes órgãos dependendo da espécie. São locais onde os linfócitos capazes de reconhecer auto-antígenos são suprimidos ou inativados. Medula óssea Realiza a hematopoiese – geração de todas as células do sangue. Não há um local específico para o desenvolvimento dos linfócitos B, embora se acredite que os precursores desses linfócitos se desenvolvam na parte mais externa da medula e migrem para o centro durante a multiplicação e a maturação. Além disso, nos fetos, a atividade desenvolvida pela medula óssea ocorre nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino. Timo O timo localiza-se na cavidade torácica, estando à frente, porém mais abaixo, do coração. Em equinos, bovinos, ovinos, suínos e galinhas, ele se estende do pescoço até a tireoide. O tamanho do timo varia, se apresentando maior no animal recém-nascido e ao decorrer do tempo esse tamanho sofre regressão. É o local de desenvolvimento das células T. Essas células são produzidas pela medula óssea que migram para o timo e são maturadas. - Córtex: Linfócito T - Medula: esparsa, menos quantidade de linfócitos T. Obs: à medida que os linfócitos presentes no córtex são apresentados a antígenos próprios, estes são eliminados e, por isso, a medula se apresenta com menor quantidade de linfócitos. O timo possui vários vasos, permitindo a drenagem para linfonodos do mediastino. Componentes do Sistema Imunológico Órgãos linfoides periféricos/secundários São locais onde os linfócitos maduros respondem aos antígenos. É especialmente importante que linfócitos antígeno-específicos sejam capazes de encontrar seus alvos antigênicos. Para maximizar a probabilidade desses encontros, o organismo utiliza os órgãos linfoides secundários. Sendo assim, os órgãos linfoides primários vão enviar suas células, para que sejam armazenadas e executadas no momento certo. Ex: linfonodos, baço, tecidos linfoides associados a mucosa (MALT) e sistema cutâneo. Sistema linfático - Transporte dos antígenos por todo corpo - Drenagem do líquido entre as células (Linfa) - Coleta de antígenos e entrega aos linfonodos, podendo ser então aferente ou eferente. - Ducto torácico: onde chega o líquido provindo dos vasos linfáticos que serão direcionados para o sistema sanguíneo. Linfonodos Os linfonodos são “filtros” arredondados ou em forma de feijão estrategicamente posicionados no sistema linfático para que interceptem os antígenos presentes na linfa. Esses órgãos consistem em uma rede reticular repleta de linfócitos, macrófagos e células dendríticas (DCs) pela qual penetram seios linfáticos. Estrutura A parte interior do linfonodo está dividida em um córtex (periférico), uma medula (central) e uma região intermediária pouco definida, chamada de paracórtex. No córtex, há uma predominância de linfócitos B (células B naive) dispostos em agregados que recebem o nome de folículos. Nos linfonodos ativados por antígenos, algumas dessas células se expandem para formar focos de células em multiplicação denominados centros germinativos (local de maturação dos linfócitos B). Cordões paracorticais (paracórtex): Células T (70% de linfócitos T CD4, mas pode haver variações durante infecções virais). HEV (células da vênula do endotélio alto): locais de chegada para células naive (linfócitos B), onde interagem com um antígeno e há liberação de quimiocinas, levando a segregação da resposta. Funções A principal função de um órgão linfoide secundário como o linfonodo é facilitar a interação entre as células apresentadoras de antígenos e as células sensíveis aos antígenos (linfócitos B e T). Essas células geralmente percorrem grandes distâncias, sendo conduzidas até seu contato preciso. Uma complexa mistura de pequenas proteínas, as quimiocinas, orientam essas células. Essas quimiocinas direcionam o deslocamento dos linfócitos por meio das HEVs para o linfonodo. No interior do linfonodo, os linfócitos B e T são conduzidos para suas respectivas regiões com auxílio das quimiocinas secretadas pelas células do estroma do linfonodo e das DCs dos folículos. As DCs imaturas, quando entram em contato com o antígeno, são conduzidas para os linfonodos pelas quimiocinas. As DCs são, então, atraídas para o paracórtex do órgão, no qual vão apresentar o antígeno aos linfócitos T. Após essa apresentação, as DCs alteram o fenótipo de seus receptores para quimiocinas e deixam o linfonodo. Baço É o principal local de resposta imunológica a antígenos sanguíneos. A artéria esplênica possui ramificações e ao seu redor, terá uma polpa branca, que apresenta uma estrutura semelhante ao linfonodo – com zona de células T e B. Funções: Polpa branca: resposta imune adquirida Polpa vermelha: filtração do sangue, retirar microrganismos e hemácias lesadas (hemocaterese - é o processo no qual as hemácias envelhecidas são destruídas por fagocitose e o ferro contido nas partículas de hemoglobina são liberadas de volta ao organismo), além de promover a fagocitose de microrganismos que estão com anticorpos – opsonização. Sistema imunológico cutâneo - Há uma grande quantidade de linfócitos e células apresentadoras de antígeno - Queratinócitos agindo na produção de citocinas - Células de Langerhans, que são células dendríticas imaturas - Linfócitos T CD8+ - No tecido conjuntivo: Linfócito T CD4+ e macrófago; há também presença de vasos sanguíneo e linfático. Sistema imunológico associado a mucosas Haverá linfócitos e células apresentadoras de antígeno. No TGI, divide-se em três camadas: - Camada epitelial: linfócitos T CD8+ - Lâmina própria: terá uma população mista (grande quantidade linfócitos T CD4+, linfócitos B ativos e plasmócitos. Além disso, há presença de macrófago, células dendríticas, eosinófilo e mastócito. - Placa de Peyer: tecido organizado como os linfonodos e baço. Seu centro é rico em células B. Todo esse conteúdoserá encaminhado para o linfonodo mais próximo. As placas de Peyer, inclusive serão de grande importância nesse processo para que a resposta imunológica seja feita de forma mais rápida. Resumo: os órgãos linfoides primários farão a maturação de linfócitos B (medula óssea) e linfócitos T (timo). Após a produção e maturação dessas células, estas serão enviadas aos órgãos linfoides secundários (linfonodos e baço), se preparando para o momento de haver algum problema. No caso de uma infecção ocorrer, os antígenos serão drenados pelos vasos linfáticos e direcionados aos órgãos linfoides secundários. Lá sofrerão uma resposta imunológica induzida pelos órgãos e consequentemente haverá a liberação daquela resposta por todo organismo. Foi um dos primeiros testes a serem desenvolvidos, realizados em meio líquido. Exigem uma alta quantidade de anticorpos e antígenos para sua realização. - As reações de precipitação envolvem a combinação de antígeno solúvel com anticorpo solúvel para produzir complexos insolúveis que são visíveis. Quando as quantidades de antígeno e anticorpo são equivalentes (zona de equivalência) há a formação máxima de precipitado, decrescendo à medida em que um dos dois reagentes está em excesso. Imunodifusão radial simples: interação Ag/Ac realizada em meio sólido (gel de ágar). Utiliza-se uma placa de gel de ágar. O anticorpo (soro do paciente) é uniformemente distribuído no gel e o antígeno (amostra teste) é aplicado em um orifício. Se o soro do paciente houver anticorpos contra tal agente infeccioso, o antígeno difunde radialmente no gel, formando um halo de precipitação circular em torno do orifício da amostra, havendo a chamada reação de precipitação, pelo complexo antígeno-anticorpo. Esta técnica pode ser utilizada principalmente na quantificação de proteínas como imunoglobulinas, fatores do complemento, proteínas de fase aguda, cadeias leves e proteínas de transporte. Vantagens: método de fácil execução, tempo curto de realização, baixo custo, não necessita de aparato sofisticado. Desvantagens: baixa sensibilidade e especificidade, difícil preservação do gel, não aplicável a alguns isotipos de imunoglobulinas. Pouco utilizado atualmente como ferramenta de imunodiagnóstico. Empregado como controle em produção de policlonais (quando se quer constatar a especificidade do anticorpo). Imunoprecipitação Antígenos Qualquer substância que pode ser especificamente reconhecida por componentes do sistema imune anticorpos, receptor de células T, etc. Imunógeno: capaz de induzir a resposta imunológica de células B. Muitos imunógenos não são capazes de estimular essa resposta sozinhos, necessitando de serem unidos a uma proteína, contendo: um hapteno e um carreador (normalmente uma proteína). Este hapteno vai estimular a resposta imunológica junto a uma proteína. Determinantes antigênicos ou epítopos: pequenas porções das macromoléculas (antígenos) especificamente reconhecidas por células e proteínas do sistema imune. Esses epítopos podem apresentar polivalência ou multivalência. Os epítopos podem ser: - Lineares: aminoácidos do peptídeo em sequência e cada sequência dessa for reconhecida pelo sistema imune. - Conformacionais: só obterá reconhecimento após a aproximação ou uma determinada conformação exata dos aminoácidos. Ou seja, os aminoácidos não estão dispostos em sequência. Se essa conformação for alterada por desnaturação, por exemplo, este determinante não pode ser reconhecido. - Neoantigênicos: formados após a alteração ou quebra da estrutura. Anticorpos São proteínas circulantes produzidas em exposição a antígenos. Tem a capacidade de circular no organismo ou podem estar conectadas a membranas de determinadas células, como por exemplo as células B. Não são enzimas, ou seja, não modificam a estrutura covalente dos antígenos e são produzidos pelos linfócitos B, constituindo os receptores de superfície destas células. O reconhecimento de um antígeno pelo anticorpo de superfície é responsável pela ativação da célula B. Distribuição dos anticorpos - Podem ser encontrados principalmente em líquidos biológicos como o plasma, mucosas e líquido intersticial dos tecidos. - Também são encontrados em células efetoras: células NK, mastócitos e fagócitos mononucleares. O anticorpo se liga a receptores dessas células, fazendo com que sejam ativadas e assim produzir uma resposta imunológica contra determinado antígeno (um alérgeno, por exemplo). Estrutura dos anticorpos As moléculas de anticorpos são muito semelhantes em sua estrutura global, conferindo características físico-químicas comuns, como a solubilidade. Os anticorpos têm uma estrutura central comum, duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. Nas duas cadeias são encontrados domínios constantes e domínios variáveis. O número de domínios constantes na cadeia pesada pode variar, o que diferencia os tipos de anticorpos. Além disso, é possível identificar uma região de dobradiça, o que permite a mobilidade das partes superiores da cadeia leve e pesada (os domínios variáveis da porção Fab) Possuem duas porções: porção Fc e porção Fab. - A porção Fab é responsável pela ligação ao antígeno. Possui a região Antígeno - Anticorpo hipervariável (extensões dos domínios variáveis) que é exatamente o local específico de ligação pelos antígenos. Nessa região são encontrados CDRs (regiões determinantes de complementaridade), garantindo uma alta variabilidade naquela região, para que haja uma modificação do anticorpo e ele consiga se ligar a diversos antígenos. - A porção Fc faz a ligação com as células. Também chamadas de porção cristalizável. Classes ou isotipos de Anticorpos - IgA (1-2 de acordo a resposta imunológica): diretamente relacionado a secreções. Dispostos em dois anticorpos presos a uma cadeia J. Possuem 3 domínios constantes em sua cadeia pesada. - IgG (1-4 de acordo a resposta imunológica): anticorpo mais abundante. Possuem 3 domínios constantes em sua cadeia pesada. - IgE: está relacionado a reações alérgicas. Possuem 4 domínios constantes em sua cadeia pesada. - IgD: se encontra preso a superfícies de determinadas células, como os linfócitos B. Possuem 3 domínios constantes em sua cadeia pesada. - IgM: primeira linha de resposta de qualquer antígeno. Estão dispostos em 5 anticorpos presos a cadeia J. Essa expansão de anticorpos é importante para ampliar o reconhecimento de substâncias estranhas como primeira linha de defesa. Possuem 4 domínios constantes em sua cadeia pesada. Obs: todos esses anticorpos podem estar ancorados em membranas ou livres. Processo de maturação A célula B é produzida a partir da medula óssea, como um precursor de célula totipotente, que irá derivar a um precursor linfoide, a célula pré B. Essa célula então sofrerá uma maturação com a com a chegada de moléculas de superfície. E a partir disso, após a sua ativação, haverá a proliferação dessas células e produção de plasmócitos, que irão produzir os anticorpos. Base estrutural de ligação antígeno – anticorpo - Os anticorpos reconhecem os antígenos através dos domínios variáveis das cadeias leves e pesadas na região Fab. - Pela alta variabilidade presente na região hipervariável dos anticorpos, é possível que seja determinada uma especificidade no reconhecimento de diferentes antígenos. Ou seja, o anticorpo é produzido especificamente para um antígeno, por isso, se houver mudança de antígeno, muda-se também o anticorpo, exatamente pela alta variação de aminoácidos presentes nessa região hipervariável. - Antígenos multivalentes e polivantes: a possibilidade de ligação do anticorpoao antígeno é bastante expansiva, visto que os antígenos possuem diversos determinantes antigênicos (epítopos). Obs: as regiões hipervariáveis serão especificas para cada determinante antigênico. Grau de interação entre antígeno – anticorpo Monovalente: baixa avidez Bivalente: alta Polivalente: muito alta Zona de equivalência É basicamente a equidade entre antígenos e anticorpos. Se o número de antígenos e anticorpos são semelhantes, há formação de um grande complexo imune. Esses grandes complexos, são fáceis de serem retirados do organismo. Entretanto, se essa quantidade de antígeno e anticorpo for alterada (se houver mais anticorpos que antígenos ou vice-versa), tem-se a formação de complexos menores, que são difíceis de serem expelidos pelo organismo, o que consequentemente pode gerar problemas. Características dos anticorpos - Há mais de 109 moléculas de Anticorpos estruturalmente diferentes em todos os indivíduos. - Essa grande quantidade de anticorpos é devida as diversas combinações de aminoácidos que se pode realizar nas regiões hipervariáveis. Ou seja, essa diversidade contribui para a especificidade dos anticorpos com os antígenos, já que a mudança de um aminoácido pode garantir a ligação daquele anticorpo a outro antígeno. Em contrapartida, nos casos de mudanças de antígenos, a capacidade de gerar novos anticorpos é ainda maior e simplificada, exatamente pela grande diversidade em relação a modificação de um aminoácido. Funções dos anticorpos A função de um anticorpo é desencadeada pela ligação ao seu antígeno específico. - Anticorpo de membrana como receptor antigênico de linfócitos B: Na superfície do linfócito B pode haver anticorpos que quando reconhecem outras moléculas, promovem proliferação. Ao proliferar, tem-se a produção de várias células: células de memória e células efetivas. A partir dessa proliferação, a produção de plasmócitos é iniciada e poderá gerar diferentes tipos de anticorpos, como IgM, IgG ou células B de memória. - Neutralização do antígeno por anticorpos secretados: os anticorpos podem se ligar a toxinas, drogas, vírus, bactérias e outros agentes impedindo esterioquimicamente a ação destes no organismo. Em outras palavras, o anticorpo consegue facilitar a fagocitose e destruição daquela molécula. - Ativação do sistema complemento: consiste de uma família de proteínas do soro que podem ser ativadas em uma cascata proteolítica, gerando moléculas efetoras. Essa ativação pode ser iniciada a partir dos anticorpos IgG ou IgM. - Opsonização por IgG para potencialização da fagocitose: os fagócitos mononucleares e os neutrófilos expressam receptores para a porção Fc da IgG. Quando a IgG se liga ao antígeno e o reveste (processo chamado opsonização) passa a ser reconhecida pelos receptores destas células, servindo para potencializar a eficiência da fagocitose. - Citotoxicidade mediada por células e dependentes de anticorpos dirigidas por IgA, IgE e IgG (ADCC): o anticorpo se liga as células tumorais e sinalizam células como linfócitos T citolíticos, neutrófilos, eosinófilos, fagócitos mononucleares e linfócitos matadores naturais – células NK, que são capazes de lisar vários tipos de células alvo. - Hipersensibilidade imediata desencadeada por IgE: mastócitos e basófilos possuem receptores de alta afinidade para a porção Fc de moléculas de IgE. Com a interação do IgE a um alérgeno, há liberação de todos os grânulos (mediadores inflamatórios) dos mastócitos/basófilos. Porém, essas moléculas podem causar problemas ao organismo pelo acúmulo de liberação dos grânulos. - Imunidade de mucosas mediada por IgA: moléculas de IgA podem ser seletivamente transportadas através de barreiras mucosas para os lúmens dos respectivos órgãos, fazendo a defesa contra agentes nocivos em mucosas. - Imunidade neonatal mediada por IgG materna: A IgG materna é o único anticorpo transportado através da barreira placentária, sendo então secretados no leite materno, onde é possível neutralizar microrganismos patogênicos que tentam colonizar o intestino da criança (IgA). Características gerais Definição: é um conjunto de 30 proteínas séricas e de superfícies celulares que podem ser ativadas através de uma reação em cascata, isto é, cada componente ativado é capaz de ativar o outro componente do sistema complemento. Maneira altamente regulada para gerar produtor que eliminam microrganismos. Pode-se dizer que o sistema complemento faz parte da imunidade inata, visto que não faz diferença entre o patógeno que o organismo possui memória contra ou patógeno que a infecção está ocorrendo pela primeira vez, pois ele ataca todos igualmente. Porém, as vezes a imunidade adaptativa será necessária, com a reação antígeno-anticorpo para que seja ativado. Histórico: experimento de Jules Bordet. - Envolvimento de proteólise sequencial - Seus produtos se tornam ligados covalentemente a superfície de células, anticorpos ligados a microrganismos ou antígenos. - Inibida por proteínas reguladoras (do hospedeiro). - Não é definido como uma célula fagocítica, mas suas reações são capazes de promover a lise de células infectadas e microrganismos (patógenos), potencializando a resposta inflamatória. Como funciona? Uma cascata de reações que leva ao MAC (complexo de ataque a membrana): furo na membrana celular do patógeno, entrando água dentro do microrganismo, o que leva a lise osmótica. Algumas proteínas são utilizadas na formação do MAC e podem ser descartadas. Entretanto, no sistema complemento, tudo é reaproveitado: o que não é usado diretamente no MAC, é utilizado para opsonizar o patógeno e fazer quimiotaxia. Ativação do sistema complemento Via clássica complexo Ag/Ac Via lectina ligação de lectinas a superfície de patógenos Via alternativa superfície de patógenos Todas essas vias levam a ativação do sistema complemento, ocasionando o recrutamento de células inflamatórias, opsonização de patógenos ou lise de patógenos. Via clássica A via clássica precisa de interação dos anticorpos aos antígenos, sendo necessariamente os anticorpos IgG ou IgM, visto que são os primeiros a serem produzidos para uma resposta imune. - É iniciado pelo fragmento C1, em que: C1q possui 6 moléculas, C1s possui 2 moléculas e C1r possui 2 moléculas. - O anticorpo se liga ao antígeno acoplado ao patógeno - A C1q se liga à fração constante do anticorpo (IgM ou IgG) - Isso gera a ativação dos fragmentos C1r e C1s o que dá início a cascata de reações. Mais especificamente, o C1 irá clivar outras proteínas do sistema complemento provenientes do plasma: C2 e C4. - C2 entra em contato com C1 e é clivado em duas partes: C2b e C2a. - C4 também entra em contato com C1 e é clivado em C4b e C4a. - Na maioria das vezes, proteínas com “a” no final são direcionadas a corrente sanguínea, porém, no caso da via clássica, há uma exceção: as proteínas C2b e C4a são descartadas. - C4b e C2a se agrupam na membrana plasmática do patógeno, formando a C3 convertase (converte proteínas C3 do sistema complemento). - A C3 aparece e é então convertida pela C3 convertase em C3b e C3a. - O C3a volta para corrente sanguínea enquanto o C3b se agrupa à C3 convertase (C4b e C2a) formando a C5 convertase. - A C5 proveniente do plasma entra em contato a C5 convertase. Sistema complemento - C5 convertase cliva C5 em C5a (que vai para o plasma) e C5b, que permanece na membrana, mas não se associa à C5 convertase. Fase tardia: A função do C5b será de atrair outras proteínas para então iniciar a formação do MAC. - Com isso, a C5b irá se unir as moléculas de C6, C7 e C8, formando um complexo. - Em seguida, o complexo ativa a formação de um sítio de ligaçãopara as moléculas de C9, que irão se polimerizar na membrana plasmática, formando finalmente o MAC. - Assim, a lise osmótica é iniciada, onde o microrganismo perde seus materiais, o que ocasiona sua morte. Via alternativa - Ocorre na ausência de interação antígeno- anticorpo e não há participação de C1. Sendo assim, é iniciado pela proteína C3. - A C3 é clivada naturalmente na circulação, sem precisar de toda interação que ocorre na via clássica. - Quando a C3 é clivada e não há necessidade para ser usada, ou seja, quando não há infecção, ela sofre hidrólise e é rapidamente destruída. Entretanto, quando há presença de um patógeno, terá a ligação do C3 ao fator B, que é também uma substância do sistema complemento. - O C3 então é convertido em C3b e C3a espontaneamente. - C3a volta para corrente sanguínea e o C3b se associa ao fator B. - O fator B é clivado pelo fator D, sendo convertido em Bb e Ba. O Ba volta para o plasma. - O Bb se associa ao C3b, formando o complexo C3bBb, que é a C3 convertase da via alternativa. A C3 convertase quebra as moléculas de C3 de uma maneira mais eficiente formando várias moléculas de C3b e C3a. - Quando mais uma molécula de C3b se associa à C3 convertase, forma-se a C5 convertase da via alternativa, onde as reações seguintes serão iguais às demais. Via lectina - Semelhante à via clássica. - É iniciada pela exposição de manoses, que se encontram na superfície de fungos e bactérias. - As manoses permitem a ligação da molécula de C1, onde as proteínas MASP 1 e MASP 2 irão permitir a clivagem de C4 e C2. - As reações seguintes são iguais às da via clássica (cliva C4, C2, etc). Regulação da Ativação do Complemento Via clássica - Inibição das proteínas C1r e C1s (da via clássica), por uma proteína chamada C1INH. Essa inibição acontece quando não há mais utilidade para C1r e C1s, impedindo assim que haja clivagem de C2 e C4. - Impossibilitar a ligação entre C4b e C2b por meio de uma molécula de superfície (DAF/CR1). Com isso, impede a formação de C3 convertase da via clássica. Via alternativa - Na via alternativa a molécula de DAF/CR1 também será útil, já que impossibilita a ligação entre C3b e Bb. A molécula de MCP/CR1 é bastante semelhante, porém, além de se ligar ao sítio de ligação, cliva a molécula de C3b, garantindo que Bb não se ligue mais a C3b, já que sua estrutura fora modificada. Fase tardia - Na fase tardia do sistema complemento, pode haver a interação da molécula CD59, na qual se liga onde as moléculas de C9 iriam se polimerizar e assim, impede a formação da MAC. - A proteína S também exerce ação sobre a fase tardia impedindo que o complexo C5b, C6, C7 e C8 sejam aderidos a membrana plasmática. Funções do sistema complemento - Opsonização do patógeno; - Morte do patógeno por meio de lise osmótica; - Aumento da fagocitose: a bactéria recoberta por complemento é fagocitada e as membranas dos macrófagos fusionam-se criando uma vesícula, o fagossomo. Os lipossomos fusionam-se a essa vesícula, liberando enzimas que degradam as bactérias; - Facilitam a remoção de complexos imunes; - Aumento das respostas locais inflamatórias: todas as moléculas não utilizadas no sistema complemento irão promover a quimiotaxia de células, aumentando a permeabilidade e a migração de células do local; O C3a, por exemplo, é uma anafilotoxina, ou seja, é uma substância que atrai mastócitos e basófilos para o local, fazendo-os liberarem histamina. A histamina promove a vasodilatação, fazendo com que mais células cheguem ao local da inflamação. O C5a também é uma anafilotoxina (inclusive a mais potente do organismo) e promove quimiotaxia, que é a atração de mais células do sistema imune para o local. Introdução É um complexo de genes localizados em uma região do cromossoma 6 que codifica uma variedade de moléculas envolvidas na apresentação de antígenos (peptídeos) aos linfócitos T. Em humanos é chamado de HLA (Antígeno Leucocitário Humano), que está diretamente relacionado aos transplantes. Para que haja efetivamente a apresentação de antígeno ao linfócito T, é necessário que ocorra por meio do MHC. Obs: no timo, durante a maturação, existe a destruição de linfócitos T que reconhecem antígenos próprios. Além disso, há morte por negligência, ou seja, linfócitos T sem reconhecimento de MHC-peptídeo. Importância fisiológica Moléculas de MHC são associadas à membrana. Os linfócitos T podem reconhecer antígenos somente quando ligados a moléculas de MHC na superfície de outras células. Portanto, os linfócitos T interagem somente com outras células que carregam antígenos associados ao MHC e não com antígenos solúveis. Os padrões de associação a moléculas de classe I ou II do MHC determinam os tipos de linfócitos T que são estimulados por diferentes formas de antígenos. Linfócitos T CD4+ : classe II, auxiliar; Linfócitos T CD8+ : classe I, citotóxico. As células APC (Apresentadoras profissionais de antígenos) são: células dendríticas, macrófago e célula B (formando anticorpo) que capturam o antígeno e apresentam ao linfócito via MHC. As células dendríticas, por exemplo, apresentam um menor tempo de meia vida do MHC se estiverem em situação de repouso. Já quando são ativadas, a meia vida do MHC aumenta e a célula executa sua ação. Importância: defesa contra microrganismos intracelulares e ativação de outras células. Função: apresentação de antígenos a linfócitos T. Estrutura A molécula de MHC de classe I terá duas cadeias polipeptídicas: uma alfa ou pesada e uma cadeia beta-microglobulina. A cadeia alfa apresenta 3 domínios, enquanto a cadeia beta apresenta apenas 1 domínio. O sítio de ligação com o antígeno, vai ser formado apenas pela cadeia alfa, entre os domínios alfa 1 e alfa 2. Complexo de Histocompatibilidade Principal (MHC) O MHC de classe II, apresenta duas cadeias polipeptídicas de estrutura semelhante associadas sem covalência. É formado por uma cadeia alfa com dois domínios e uma cadeia beta também com dois domínios. O sítio de ligação é composto pelas duas cadeias. Processamento e apresentação de antígenos A captação, o processamento e apresentação do antígeno são feitos pelas células APCs, via MHC, onde os linfócitos T reconhecem especificamente apenas peptídeos ligados restritamente ao MHC próprio. Interação entre MHC I e receptores dos linfócitos T - É expresso em todas as células nucleadas do organismo, com exceção dos neurônios. - Apresenta antígenos para linfócitos T CD8+, que são citotóxicos. - Apresenta antígenos citósolicos (que estão dentro do citoplasma), onde células infectadas por vírus ou tumorais processam uma parte do agente invasor soltos no citoplasma. Ou seja, é realizada primeiramente a biossíntese do MHC e a sua união ao peptídeo, que é feita a nível de retículo endoplasmático. Por conseguinte, o complexo é direcionado a membrana plasmática por meio de vesículas e finalmente é liberada, obtendo o reconhecimento aos linfócitos T. - Após ativação nos nódulos linfáticos, os linfócitos T migram para tecidos infectados. - Os linfócitos T CD8+ ativados liberam grânulos em células-alvo. Interação entre MHC II e receptores dos linfócitos T - Expressos apenas pelas células apresentadoras de antígenos (macrófagos, células dendríticas e linfócitos B). - Apresenta antígenos para linfócitos CD4+ (linfócitos T auxiliares). - Apresenta antígenos que foram captados pelas células, ou seja, patógenos processados em compartimentos o antígeno é capturado do espaço extracelular por fagocitose e é processado em vesículas intracelulares. - Para que se realize a união do MCH II ao peptídeo, é preciso que umaoutra molécula se aproxime induzindo uma ligação forte. Essa molécula é denominada HLADM. - Os linfócitos T CD4+ ativados, liberam citocinas, que ativam outras células apresentadoras de antígenos para matar os patógenos. Resumindo: MHC I processamento no citoplasma, liberação citotóxica (CD8+); MHC II processamento em vesículas intracelulares, liberação de citocinas (CD4+). Visão geral dos linfócitos - Importantes na resposta adaptativa - Expressão de receptores antigênicos - Cada clone possui especificidade única - Imunidade adaptativa expansão clonal dos linfócitos. A presença de milhões de clones de linfócitos no corpo do individuo dá a ele capacidade de reconhecer e responder a milhões de antígenos, combatendo de forma mais eficiente as infeccções. Descobertas posteriores: - Diferentes tipos: T, B e suas variações; - Local de origem e maturação (linfócitos T são maturados no Timo; linfócitos B em aves são maturados na Bursa de Fabricius e nos mamíferos na medula óssea). - Essas células possuem capacidade única em produzir receptores antígeno-especificos com alta distribuição e diversificação. - Recombinação de segmentos de DNA – aleatório (consiste em alelos com caracteristicas especificas para produção de anticorpos. Esses alelos são combinados de forma aleatoria pela recombinase e produzem um RNAm, que na maquinaria da célula consegue sintetizar anticorpos que possuem diferentes receptores antigênicos, com um reconhecimento diferente em suas regiões variáveis) Papel da imunidade adaptativa Estudos em humanos, na imunodeficiência congênita e adquirida, houve um número reduzido de linfócitos na circulação periférica e nos tecidos linfoides. Em ratos e camundongos, os pesquisadores fizeram uma depleção de linfócitos, ou seja, esses animais foram geneticamente modificados para que não produzissem linfócitos. Com isso, foi constado que eles não eram capazes de responder a imunizantes. Os linfócitos então foram mostrados como o único tipo celular capaz de transferir imunidade específica. Dessa forma, esses animais não foram capazes de obter resposta imunológica às vacinas. Nos experimentos in vitro, utilizando cultura de linfócitos, foi demonstrado que a exposição dessa cultura a antígenos apresentavam a mesma caracteristica imune observada in vivo. Classes Linfócitos B - Produção de anticorpos; - Local maturação: bursa de fabricius em aves (onde foi inicialmente descoberto) e medula óssea em mamíferos. Linfócitos T - Mediadores da resposta imune celular; - Migração e amadurecimento no timo. - Três tipos: auxiliar, citolítico e regulador. Subpopulação de linfócitos B A célula Pró-B dará origem a três tipos de células B: Células B foliculares - São mais numerosas; - Encontradas nos tecidos linfoides e no sangue; - Anticorpos altamente diversificados e clonalmente distribuídos; - Possui receptores antigênicos de superfície celular; - São reconhecidos como moléculas efetoras- chave; - Originam a maioria dos anticorpos de alta afinidade – células B de memória. Células B da zona marginal - Encontrados na região do baço. Células B-1 - Encontradas na mucosa e cavidades peritoneal e pleural. Células do Sistema Imune: Linfócitos T e B Obs: as células B da zona marginal e B-1 representam a minoria das células B, com uma diversidade limitada de anticorpos. Subpopulação de linfócitos T Linfócitos T auxiliares – CD4+ - Liberam citocinas, afetando vários tipos celulares, havendo um estímulo para que ocorra a diferenciação e ativação de algumas células, inicio das cascatas inflamatórias e expansão clonal. Linfócitos T citotóxicos – CD8+ - Reconhecimento e eliminação de células infectadas. Linfócitos T reguladores – CD4+ - Expressão de αβ – Inibição das respostas imunes Linfócitos T limitantes no organismo: - Linfócitos T – natural Killer (NKT) - Linfócitos T invariantes – MAIT - Linfócitos T γδ Desenvolvimento dos linfócitos - Originam-se de células-tronco multipotentes - Todos os linfócitos passam por um estágio de maturação complexo em seus respectivos órgãos linfoides, onde vai haver a expressão de receptores e irá alcançar suas características fenotípicas e funcional, tornando-se células maduras. - Esses órgãos linfoides geradores são divididos em primários ou centrais, sendo representados pela medula óssea e timo. População e exposição aos antígenos Células B ou T que são maduras, porém ainda não encontraram o antígeno invasor são denominadas de Linfócitos naive, ou seja, são considerados linfócitos inexperientes. Migram da medula óssea para os órgãos linfoides secundários. - Fazem o ciclo de recirculação na linfa e sangue a procura de microrganismos ou peptídeos; - São capazes de sintetizar novas proteínas, receptores e citocinas; - Também fazem a expansão clonal e quando isso ocorre será antígeno-específica; - Quando esses linfócitos são estimulados, são chamados de linfócitos de memória ou linfócitos efetores; - Não possuem distinção com base na morfologia; - Sobrevida de 1 a 3 meses; - Dependente de sinais/receptores antigênicos e citocinas; - Quando são ativados, ocorre uma proliferação homeostática. Linfócitos efetores Possuem a capacidade de eliminar os antígenos. Linfócitos T efetores Linfócitos T auxiliar – CD4+ : fator ligante CD40 (CD154) para que ocorra a liberação de citocinas. Linfócitos CTLs – CD8+ : possuem grânulos citoplasmáticos que serão liberados no intuito de destruir a célula alvo. Linfócitos B efetores Quando são capazes de produzir anticorpos são chamados de plasmoblastos e posteriormente plasmócitos. Essa diferenciação pode ocorrer a nível de órgãos linfoides, sítio de infecção e medula óssea. Produzem em maior escala a secreção de IgA e IgG. Linfócitos de memória - Possuem uma sobrevida de meses a anos; - Os linfócitos T possuem uma peculiaridade, que é que eles são capazes de migrarem para sítios de infecção em qualquer parte do corpo. - O aumento das células de memória é alcançado conforme a idade do indivíduo. Quanto maior a idade que for alcançada, menos células naives são encontradas e mais células de memória se fazem presentes. Células B naive – são capazes de produzir IgM e IgD; Células B de memória – capazes de produzir IgG, IgE ou IgA. Definição São proteínas secretadas pelas células da imunidade natural e adquirida que medeiam e regulam muitas funções dessas células. Características Produzidas em resposta a microrganismos e a antígenos; Citocinas diferentes estimulam respostas diferentes, ocorrendo na imunidade e inflamação; Imunidade adquirida – estimula o crescimento e diferenciação de linfócitos; Ativam diferentes células efetoras – eliminação dos microrganismos ou antígenos (na imunidade adquirida e natural); Estimula o desenvolvimento de célula hematopoiética Importantes agentes terapêuticos Obs: as interleucinas são citocinas produzidas que agem sobre leucócitos. Propriedades Evento breve e autolimitado – a citocina será produzida e rapidamente será consumida. Ações pleiotrópicas: uma mesma citocina agindo sobre células diferentes e ações diferentes nestas células. Ações redundantes: duas citocinas diferentes agindo sobre uma mesma célula resultando em um mesmo efeito. Sinergismo: duas citocinas produzidas por células diferentes vão possuir uma mesma ação. Antagonismo: uma citocina ativa macrófagos, enquanto a outra citocina inibe essa ativação. A depender da necessidade do organismo isso será controlado. Efeito cascata na ativação de outras citocinas. Da mesma forma, pode haver ação inibitória dessas citocinas. Ação local ou sistêmica – autócrina,parácrina, endócrina Precisam de receptores específicos de membrana – um receptor para cada citocina Alguns sinais externos (citocinas) levam a regulação de receptores das células T e B Mecanismo inibitório por feedback – regulação. Classificação quanto a ação biológica Mediadoras e reguladoras da imunidade natural: a grande maioria atua em células endoteliais e em leucócitos para estimular reações inflamatórias. Mediadoras e reguladoras da imunidade adquirida: agem mais sobre linfócitos T (CD4+), Citocinas regulando o crescimento e diferenciação de linfócitos, podendo ativar, regular e recrutar fagócitos, neutrófilos e eosinófilos. Estimuladoras da hematopoiése: estimulam o crescimento e diferenciação de linfócitos imaturos. Receptores de citocinas Tipo I: vão receber sinais de várias citocinas Tipo II Família IL-1 Receptor de TNF Receptor transmembrana de sete alfa hélices Obs: quando a TNF é produzida em baixas quantidades no plasma, ela irá promover a inflamação local, produzindo citocinas para promover ativação de outras células. Quando é produzida de forma moderada, há produção de proteínas de fase aguda no fígado, produção de leucócitos na medula óssea e febre. Já quando este TNF é produzido em altas quantidades, se tem o choque séptico, causando trombose e esgotamento do organismo Imunidade natural: a maioria das citocinas são produzidas por macrófagos. Imunidade adquirida: a maioria das citocinas são produzidas pelas células T. Introdução O sistema imunológico possui a habilidade discriminar o que é próprio x estranho. Portanto a tolerância imunológica é a não responsividade a um antígeno próprio induzido por uma apresentação prévia dos linfócitos a este antígeno. Ou seja, no individuo saudável, vai existir a tolerância a seus próprios antígenos, já que um linfócito que reconhece seu próprio antígeno, será levado a destruição. Obs: Esses linfócitos que reconhecem antígenos próprios, podem desencadear doenças autoimunes. Entretanto, a ativação de linfócitos auto reativos não é necessariamente sinônimo de doença autoimune. Ag próprios: podem ser chamados de tolerogênicos, visto que induzem o mecanismo de tolerância no organismo. Ag estranhos: são chamados de imunogênicos, já que desencadeiam uma resposta imunológica. Potencial terapêutico A tolerância possui grande importância na Medicina/Medicina Veterinária quanto ao seu potencial terapêutico de induzir a tolerância e prevenir respostas imunológicas indesejadas, como: - Rejeição de órgãos - Doenças autoimunes - Doenças alérgicas - Transplantes A autoimunidade representa a falha entre os mecanismos de auto tolerância de autoimunidade no organismo. No entanto, para que uma doença autoimune se estabeleça, é necessário que haja uma combinação de fatores: Fatores genéticos: o organismo do indivíduo produz em quantidades exacerbadas de linfócitos auto reativos, visto que o nível baixo de auto reatividade é fisiológico e essencial pro funcionamento do organismo. Fatores ambientais: infecção, trauma, dano tecidual. Prevenção à autoimunidade “Check points” da auto tolerância: tolerância central e tolerância periférica. - Quando um não funciona, outros mecanismos vão tentar evitar esse dano, que são causados por linfócitos auto reativos, evitando que se inicie uma resposta autoimune. Tolerância central: órgãos linfoides primários/geradores (medula óssea, timo). Vão abrigar linfócitos imaturos ou que estão em desenvolvimento. Tolerância periférica: órgãos linfoides secundários (baço, linfonodos). Ocorre na periferia, quando os linfócitos já se encontram maduros e estão circulando nos tecidos periféricos. Se a tolerância central deixa passar um auto antígeno despercebido, eles ainda irão passar pela seleção da tolerância periférica. Tolerância central É o mecanismo primário de deleção dos clones de linfócitos auto reativos. Existe um mecanismo principal, que é a chamada seleção negativa, em que esses linfócitos T ou B, serão selecionados de acordo a reatividade a antígenos próprios e são encaminhados a deleção. Esses linfócitos possuem receptores fortemente auto reativos, com bastante avidez. Contudo, também existe outro mecanismo chamado seleção positiva, em que os linfócitos não são excluídos pelo organismo e possuem receptores de baixa auto reatividade. Autoimunidade e Tolerância Tolerância periférica São linfócitos maduros auto reativos nos tecidos periféricos, que irão passar por um novo processo de tolerância, agindo como um “back up”. Os mecanismos podem ser: deleção, anergia e supressão. Tolerância de células T e B Tolerância central de células T Seleção negativa: acontece no timo, onde as células ainda imaturas serão avaliadas conforme a intensidade que ela interage com seus auto antígenos. Os linfócitos que respondem fracamente aos auto antígenos, irão receber um sinal positivo de que eles podem continuar sua maturação, saindo da tolerância central para a periférica. Obs: somente linfócitos que reconheçam moléculas associadas ao MHC poderão seguir para a maturação (podem reconhecer antígenos). Portanto, é possível concluir que os linfócitos T não interagem com antígenos solúveis. As células T CD4+ auxiliares no timo podem não ser eliminadas, mas podem se diferenciar em células T regulatórias. Essas células regulatórias saem do timo, concluem sua maturação e vão agir auxiliando a inibir as respostas contra antígenos próprios na periferia. Tolerância periférica da célula T Existem dois principais mecanismos: anergia e supressão por células T regulatórias. Na resposta normal, os linfócitos T necessitam de dois sinais para seguir com sua proliferação e diferenciação em células efetoras. Esse primeiro sinal é sempre dado pelo antígeno e o segundo sinal será dado por coestimuladores expressos nas células APC que farão o reconhecimento do antígeno estranho através da coestimulação do B7 ligado ao CD8. No entanto, se uma célula T reconhece um antígeno próprio sem essa coestimulação, essa célula T se torna não responsiva ou anérgica, devido ao bloqueio de sinalização. Tolerância central de células B Os linfócitos B imaturos que reagem a antígenos próprios ainda na medula óssea, serão eliminados ou passarão pelo processo de edição de receptores, que vai mudar a especificidade desses receptores e assim, não irá reconhecer mais o antígeno próprio que acionou esse processo. Na edição de receptores, quando essas células B reconhecem os antígenos próprios na medula óssea, o organismo pode começar uma reativação da maquinaria de recombinação gênica desse linfócito. Dessa forma, ele vai passar a expressar novas cadeias leves e consequentemente vai criar um receptor de célula B com uma nova especificidade, ou seja, é uma célula que não irá mais reconhecer o antígeno próprio que ela havia reconhecido antes. No entanto, quando essa edição de receptores falha, essas células B imaturas podem sofrer apoptose. Há também a possibilidade de oslinfócitos B reconhecerem fracamente os antígenos próprios e assim, ela terá sua expressão reduzida do receptor por bloqueio de sinalização, entrando em anergia. Tolerância periférica de células B Os linfócitos B maduros que encontram antígenos próprios nos tecidos linfoides periféricos, serão incapazes de responder novamente aquele antígeno, visto que eles já passaram pela edição de receptores ou vão sofrer apoptose. O linfócito B maduro que reconhece seu antígeno próprio, também não vai receber estímulos de células T auxiliares e assim, sofrerá anergia. Introdução A hipersensibilidade se define como distúrbios causados por resposta imunológica. Esses distúrbios são causados por determinados motivos, como: - Auto-imunidade - Reação contra microrganismos - Reações contra antígenos ambientais. Essas reações podem ser imediatas ou tardias, levando a mecanismos de lesão tecidual. Pode ser dividida em: Tipo I: anafilática ou imediata Tipo II: dependente de anticorpos ou citotóxica Tipo III: formada a partir de imuno-complexos Tipo IV: mediada por células, considerada tardia Hipersensibilidade tipo I Fase de pré-exposição: É dada pela sensibilização do organismo ao alérgeno (antígeno). O organismo sofre exposição a esse alérgeno às células do sistema imunológico e consequentemente irá gerar uma resposta, como a produção de IgE. Essa imunoglobulina, posteriormente, irá se ligar à superfície de mastócitos e basófilos. Fase efetora: Em uma nova exposição àquele alérgeno, haverá uma sensibilização do mastócito, fazendo com que haja a liberação de seus grânulos (mediadores químicos), resultando na produção de citocinas, aminas vasoativas e mediadores lipídicos. Casos clínicos - Hiperpigmentação e lignificação em quadro de Atopia, com malasseziose secundária. - Piodermite de superfície com intensa exsudação em cão com dermatite atópica. Observa-se edema dos dedos. Hipersensibilidade Etapas das reações alérgias atópicas tipo I 1. Ativação de linfócitos TH2 e produção de IgE específicos para o alérgeno 2. Os alérgenos se ligam aos anticorpos IgE que estão na superfície de mastócitos e basófilos 3. Ocorre ativação celular 4. Ocorre liberação de mediadores Mediadores pré-formados: histamina, heparina, proteases, fator quimiotático para eosinófilos, fator quimiotático para neutrófilos. Mediadores recém-formados: leucotrienos, fator ativador de plaquetas (PAF), prostaglandinas, tromboxanos. Reações observadas - Reações vasculares - Reações da musculatura lisa - Inflamação tardia Obs: estão relacionados ao tecido epitelial e conjuntivo. Células com papel essencial - Mastócitos - Basófilos - Eosinófilos A partir dessas células efetoras, haverá a liberação de mediadores químicos, fazendo com que ocorra todas as reações observadas nos tecidos. Trato gastrointestinal: aumento de secreção e aumento do peristaltismo, que leva a expulsão de conteúdo com microrganismos do trato por meio de vômito e diarreia. Vias aéreas: constricção e aumento de secreção do muco, levando a expulsão dos conteúdos por meio de tosse e espirro. Vasos sanguíneos: aumento de fluxo e aumento de permeabilidade celular, causando excesso de fluidos nos tecidos. Isso faz com que o local da inflamação receba de forma mais rápida suas demandas de defesa. Hipersensibilidade tipo II É mediada por anticorpos que se ligam aos antígenos. Seus mecanismos são: - Opsonização ou ativação do sistema complemento (pode acarretar alguns problemas, como a anemia hemolítica autoimune a partir de transfusões). - Recrutamento de neutrófilos e macrófagos – ativação do sistema complemento e consequentemente lesão. A partir daí, podem surgir determinadas doenças, como a Glomerulonefrite mediada por anticorpos. - Anticorpos que se ligam a receptores de células normais, ou seja, a sítios específicos (doença sem inflamação). No caso do hormônio tireoide, se estimulado exageradamente, causa o hipertireoidismo. Outro exemplo é quando o anticorpo se liga aos receptores de acetilcolina, impedindo que haja a contração muscular. Hipersensibilidade tipo III Ocorre quando existe um acúmulo de imuno- complexos (complexos antígeno-anticorpo) que não foram depurados adequadamente pelas células imunes inatas, levando a um aumento da resposta inflamatória e atraindo leucócitos. Tais reações podem dar origem a doenças mediadas por imuno-complexos. Essa hipersensibilidade tende a ser sistêmica, sendo sintetizada a partir da formação de imuno- complexos. Esses complexos são produzidos em uma defesa do organismo, que posteriormente causará problemas na retirada do imuno- complexo pequeno. Obs: a medida que os imuno-complexos são formados, lesões vasculares, renais e articulares também crescem de forma gradativa. Púrpura hemorrágica em equino Lúpus Doenças causadas pela Hipersensibilidade tipo III Hipersensibilidade tipo IV Reação tardia 36 a 48h após o contato com o agente infeccioso. Hipersensibilidade mediada por células T CD4+ e T CD8+, o que consequentemente se destaca a produção de citocinas. Ativação de macrófagos e inflamação Infiltrado granulomatoso Teste para tuberculose Bactérias extracelulares Para o combate de bactérias que estão externamente às células, há o envolvimento da imunidade inata e adaptativa: Imunidade inata: - Ativação do sistema complemento - Fagocitose - Resposta inflamatória Porém, a principal resposta às bactérias extracelulares é a imunidade humoral (adaptativa), com uma importante ação dos anticorpos. - Bloqueio da infecção, eliminação dos microrganismos, neutralização das toxinas. É possível haver choque séptico devido às citocinas TNF (Fatores de Necrose Tumoral) que recrutam células da imunidade para o local e se acumulado, resulta em choque séptico. Evasão Os microrganismos podem evadir da resposta imunológica por: - Mecanismos antifagocíticos: cápsula rica em polissacarídeos - Inativação do complemento ou seus produtos - Variação genética de Ag de superfície Bactérias intracelulares A principal imunidade é aquela mediada por uma resposta celular: Na imunidade natural há ação de fagócitos e células NK, enquanto na imunidade adquirida, os linfócitos T CD4+ e CD8+ se fazem presentes. Na resposta celular adquirida, uma célula do sistema imunológico é infeccionada internamente, onde os microrganismos se encontram em vesículas ou no próprio citoplasma. Em seguida, essa célula sofrerá uma interação com o linfócito T CD4+, que produz IFN-gama e irá sinalizar à célula sobre sua infecção. Automaticamente, a célula consegue destruir os microrganismos encontrados em seu interior. Todavia, se a célula não consegue efetuar essa ação por completo, uma outra sinalização é feita para linfócito T CD8+, que irá efetivamente liberar substâncias que destruam o macrófago, ou seja, a célula infectada. Evasão - Inibição do fagolisossomo - Escape para o citoplasma - Inativar espécies reativas do O2 Resposta imune nas infecções e infestações Fungos Utilização de mediadores naturais: Neutrófilos e Macrófagos Principal mecanismo: imunidade mediada por células (linfócitos T CD4+ e CD8+). Vírus Imunidade natural: células NK e produção de IFN Imunidade adquirida: anticorpos e linfócitos T citolíticos Imunidade natural: no momento da produção de IFN, um status antiviral é ativado, ou seja, um estado em que se considera que a célula está protegida de infecções contra vírus.Além disso, as células NK identificam a célula infectada e a destrói. Imunidade adaptativa: produção de anticorpos que vão identificar e neutralizar aquele vírus ou ativação de linfócitos T CD8+, que identificam a célula infectada e causa a sua morte. Evasão Os vírus possuem uma maior evasão da resposta imunológica, por meio de: - Variação antigênica (mudança de antígeno de superfície para que não seja reconhecido pelos anticorpos). - Inibição do processamento de Ag - Produção de homólogos de receptores de citocinas (o organismo produz citocinas que são direcionadas a resposta imunológica e que automaticamente se ligam a um receptor criado pelo próprio vírus, o que não irá surtir efeito sobre nada). - Produção de citocinas imunossupressoras (ao invés de produzir citocinas que ativem uma resposta TH1, eles podem ativar uma resposta TH2, perpetuando a quantidade de vírus no organismo). - Infecção de células imunocompetentes (infecção de linfócitos T CD4+). Parasitos Helmintos e protozoários: usualmente são agrupados como parasitos. São agentes extremamente diferentes entre si em termos de estrutura, composição antigênica, localização no hospedeiro e mecanismos patogênicos. A resposta imune, portanto, é variável (depende do tipo de parasita e de sua localização). Localização extracelular: de superfícies epiteliais e espaços intersticiais. É mediada pela resposta humoral, como por exemplo sistema complemento e anticorpos. Localização intracelular: citoplasmáticos ou vesiculares. Mediada por resposta celular, onde são atacados por células T citotóxicas ou ativação dos mecanismos antimicrobianos da célula fagocítica. Evasão - Variação antigênica - Resistência a linfócitos T citoliticos e ao complemento - Inibição da resposta imunológica - Descarte do antígeno
Compartilhar