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AULA 6 CONTABILIDADE GERENCIAL Profª Neusa Higa 02 CONVERSA INICIAL Nossa exposição hoje será sobre o orçamento, que utilizamos não só nas empresas, mas também na vida pessoal de cada um de nós, pois trabalhamos com recursos disponíveis limitados, o que exige a necessidade de um controle mais acirrado para a maximização dessas disponibilidades, para que não tenhamos dificuldades na administração financeira, visto que o orçamento é uma ferramenta importante que podemos usar ao nosso favor, para que não sejamos surpreendidos. Sabemos que o orçamento, além de ser uma ferramenta de controle na administração pública, é de cunho obrigatório, legalmente definido, uma vez que a administração é de dinheiro público, ou seja, a população é o investidor dos recursos disponibilizados, logo necessita da prestação de contas. Por outro lado, nas empresas comerciais, não há essa obrigatoriedade, tendo em vista que são poucos os investidores, logo uma maneira mais simples de orçamento, porém com maior facilidade de elaboração e entendimento, pode ser adotada. O orçamento considera a receita e a despesa como base da sua elaboração, independentemente do quão grande seja a organização, seja ela pública ou privada. Os temas desta aula serão: Tema 1 – Orçamentos Tema 2 – Tipos de orçamentos Tema 3 – Estrutura do plano orçamentário Tema 4 – Projeções dos demonstrativos contábeis Tema 5 – Análise financeira das projeções. CONTEXTUALIZANDO Um instrumento eficiente de planejamento e controle é o orçamento. Na administração pública, esse instrumento é uma ferramenta legal que o executivo não pode dispensar. Já nas empresas privadas, esse processo não é obrigatório, porém essencial para orientação da empresa onde são delineados seus planos sob os aspectos financeiros. Na administração pública, a contabilidade passa por um processo chamado de ciclo orçamentário, ou seja, tamanha é sua importância que o processo inicia pelo plano plurianual (planejamento para 4 anos), passando para 03 a Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO (planejamento para 1 ano) que deve estar em consonância ao plano plurianual – PPA e, por fim, a Lei Orçamentária Anual – LOA, que é o detalhamento do planejamento no PPA e na LDO. Vale salientar que sem a Lei Orçamentária Anual devidamente aprovada e sancionada, não há como efetuar nenhum dos processos, seja de realização de receita, seja de pagamento das despesas. Mas aqui o foco será no orçamento do ramo empresarial. Conforme Warren, Reeve e Fees (2008, p. 188), Se você fosse viajar de carro pelo país, poderia planejar sua viagem com um mapa rodoviário. Com ele, você traçaria sua rota pelo país, identificaria as paradas e reduziria a possibilidade de se perder. Da mesma maneira, um orçamento traça um curso para uma empresa, delineando seus planos, em termos financeiros. Como o mapa rodoviário, o orçamento pode ajudar uma empresa a operar durante o ano e a reduzir os resultados negativos. O orçamento empresarial deve ser iniciado num período de três meses que antecede a sua implementação. Requer discussões acerca dos objetivos integrando todos os níveis hierárquicos da organização. Saiba mais Acesse nossa biblioteca virtual e usufrua dos diversos livros colocados à sua disposição para o enriquecimento do seu conhecimento. Não se restrinja apenas aos assuntos abordados na aula, pois eles são apenas os fios condutores para a busca de um imenso conhecimento que você poderá ter por meio das pesquisas nos livros, na internet, em jornais e revistas. O conhecimento depende da busca de cada um no seu aprofundamento, uma vez que ele nunca se esgota, pois quanto mais pesquisamos, mais incentivados ficamos para aprofundá-lo. Além de todas as opções descritas acima, procure ler os artigos mais recentes sobre esses assuntos. TEMA 1 – ORÇAMENTOS A prática orçamentária no Brasil iniciou-se na administração pública, porém hoje em dia também é uma prática constante nas empresas privadas e também nos controles de contas pessoais. O orçamento é um plano de ação para a execução de atividades operacionais ou financeiras. De forma resumida, o operacional compreende, entre outros, o orçamento de vendas (quantidade a ser vendida), orçamento de produção (orçamento de matérias-primas, mão de obra direta etc.) e orçamento 04 operacional (despesas administrativas, com vendas etc.). Já o orçamento financeiro compreende a previsão de receitas e despesas para um determinado período de tempo estabelecido pela organização, por exemplo, orçamento de caixa, de investimentos, de financiamentos, projeções das demonstrações financeiras e análise de indicadores econômico-financeiros. Geralmente nas empresas os orçamentos são anuais e o seu controle deve ser contínuo durante a sua execução. De acordo com Warren, Reeve e Fees (2008; p. 188), o orçamento envolve: 1. Estabelecimento de metas específicas; 2. A execução de planos para atingir suas metas; 3. A comparação periódica dos resultados efetivos com as metas – que abrangem todas as metas da empresa, incluindo as específicas para cada unidade operacional. Função Administrativa do Planejamento – Estabelece metas específicas para futuras operações. Função Administrativa de Direção – Ações executadas para atingir as metas. Função Administrativa de Controle – Faz a comparação periódica dos resultados reais com as metas. De acordo com Jiambalvo (2007, p. 280): Em negócios, orçamentos são documentos formais que mensuram os planos de uma empresa para que ela possa alcançar seus objetivos. O processo de planejamento e controle de muitas empresas se constrói em torno dos orçamentos. Figura 1 – Objetivos do orçamento segundo o ciclo administrativo Fonte: Lunkes, 2007, p. 29. 05 1.1 Planejamento Envolve a preparação, organização e estruturação dos objetivos. O planejamento intensifica a comunicação e a coordenação e leva os gerentes a uma reflexão minuciosa dos objetivos que pretendem alcançar. Os orçamentos são o veículo de comunicação e informação da direção que a empresa está tomando. O planejamento motiva os funcionários no alcance das metas e também melhora o processo de tomada de decisão. 1.2 Controle É a comparação do planejamento com os resultados das ações. Os orçamentos fornecem para o controle uma base para a avaliação de desempenho. Jiambalvo (2007, p. 281) descreve as causas dos desvios de desempenho planejado: 1. É possível que o plano ou orçamento tenha sido mal concebido; 2. É possível que, embora o orçamento tenha sido cuidadosamente desenvolvido, as condições tenham mudado; 3. É possível que os gerentes tenham feito um trabalho realmente bom ou ruim na administração das operações. Essa comparação de resultados ajuda a evitar despesas não planejadas, podendo estabelecer prioridade nos gastos. 1.3 Desenvolvimento de um orçamento O orçamento deve ser desenvolvido para a empresa como um todo. Existem empresas que têm um departamento ou comitê responsável pelos orçamentos, seja na elaboração, seja na aprovação dos orçamentos. De acordo com Padoveze (2010, p. 518), O orçamento pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na busca da expressão do plano e controle de resultados. Portanto, convém ressaltar que o plano orçamentário não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. Ponto fundamental é o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros. O orçamento não deve ser limitado ao histórico ocorrido e deve levar em consideração as previsões. Padoveze (2010, p. 518) esclarece que: 06 Todos os envolvidos no processo orçamentário devem ser ouvidos. Esse envolvimento permitirá uma gestão participativa, consistente com a estrutura de delegação de responsabilidades,e permitirá o comprometimento de todos os gestores dos setores específicos. Só assim será possível a gestão adequada da etapa final do plano orçamentário, que é o controle orçamentário, com a análise do desempenho individual dos gestores. Ainda de acordo com o autor acima citado, a sua elaboração deve ser um processo interativo, coordenando os objetivos gerais com os específicos, não sendo um processo imposto ou ditado com uma só direção, ou seja, de cima para baixo. TEMA 2 – TIPOS DE ORÇAMENTOS A finalidade do orçamento é o de garantir às empresas a maximização do lucro e a minimização dos custos. Vejamos alguns tipos de orçamento. 2.1 Orçamento de tendências Utiliza dados passados para a projeção do futuro. De acordo com Padoveze (2010, p. 521), Uma prática orçamentária muito comum tem sido a de utilizar dados passados para projeções de situações futuras. Tal prática tem dado bons resultados, pois, de modo geral, os eventos passados são decorrentes de estruturas organizacionais já existentes, e, por conseguinte, há forte tendência de tais eventos se reproduzirem, considerando, contudo, a introdução dos novos elementos componentes do planejamento operacional da empresa. Neste tipo de orçamento sempre existirão eventos passados da empresa que não se repetirão, logo não serão reproduzidos no orçamento. Também existirão eventos futuros que não ocorreram no passado para que se possa basear novas estimativas, logo deverão ser orçados de outras formas. 2.2 Orçamento base zero O orçamento é feito como se hão houvesse operações do passado, ou seja, como se as operações tivessem começando do zero. Tem como vantagem a consideração de outra visão de operações, a cada ano. Warren, Reeve e Fees (2008, p. 188) asseveram que Orçamento de base zero, exige que os gerentes estimem as vendas, a produção e outros dados operacionais, como se as 07 operações estivessem começando da estaca zero. Essa abordagem tem a vantagem de considerar outra visão das operações, a cada ano. Uma abordagem mais comum é iniciar com base no orçamento do último ano e atualizá-lo com resultados atuais e mudanças esperadas para o ano seguinte. Os dois principais orçamentos que usam essa abordagem são o orçamento estático e o orçamento flexível. Assim, a proposta do orçamento base zero está em rediscutir toda a empresa, toda vez que se elabora o orçamento. 2.3 Orçamento estático Como o próprio nome já revela, este orçamento não pode ter alterações. Uma vez estabelecidas as metas para um departamento e se houver a necessidade de uma avaliação sobre os valores e quantidades, não é possível fazê-lo. Padoveze, (2010, p. 522) revela que: É o orçamento mais comum. Elaboram-se todas as peças orçamentárias a partir da fixação de determinado volume de produção ou vendas. Os volumes, por sua vez, também determinarão o volume das demais atividades e setores da empresa. O orçamento é considerado estático quando a administração do sistema não permite nenhuma alteração nas peças orçamentárias. Fazendo jus ao seu nome, ele é inflexível, o que não interfere na sua utilização, principalmente por empresas que possuem diversas unidades em locais diferentes e que elabora um orçamento para todas as unidades. Tabela 1 – Modelo de orçamento estático Fonte: Warren; Reeve; Fees, 2008, p. 193. 2.4 Orçamento flexível A flexibilidade desse orçamento está na possibilidade de ajuste de acordo com a atividade executada. Padoveze, (2010, p. 523) ensina que: 08 A base para a elaboração do orçamento flexível é a perfeita distinção entre custos fixos e variáveis. Os custos variáveis seguirão o volume de atividade, enquanto os custos fixos terão o tratamento tradicional. Esses orçamentos são úteis para controlar os custos de fabricação e as despesas operacionais Tabela 2 – Modelo de orçamento flexível Fonte: Warren; Reeve; Fees, 2008, p. 194. TEMA 3 – ESTRUTURA DOS PLANOS ORÇAMENTÁRIOS O orçamento é estruturado dentro das necessidades da empresa. Deve incorporar as receitas, os gastos e também os investimentos. De acordo com Padoveze (2010, p. 530), o plano orçamentário contempla três grandes segmentos: Orçamento Operacional Orçamento de Investimentos A projeção dos demonstrativos contábeis (também chamado de orçamento de caixa). 3.1 Orçamento operacional De acordo com Padoveze (2010, p. 531), Contém a maior parte das peças orçamentárias pois inclui as áreas administrativa, comercial e de produção, áreas que também estão contidas na evidenciação do lucro operacional da empresa. 09 Os orçamentos operacionais compreendem as seguintes peças orçamentárias: a. Orçamento de vendas; b. Orçamento de produção; c. Orçamento de compras de materiais e estoques; d. Orçamento de despesas departamentais. Pode ser apresentado no seguinte organograma: Figura 2 – Orçamentos que geram a demonstração de resultados projetada Fonte: Warren; Reeve; Fess, 2008, p. 196. 3.1 Orçamento de investimentos e financiamentos O orçamento de investimento agrupa o planejamento dos investimentos da empresa e também a forma de como a empresa financiará esses investimentos. De acordo Padoveze (2010, p. 531), Este segmento do plano orçamentário contém as seguintes peças orçamentárias: a. Orçamento de investimentos (aquisições de investimentos, imobilizados e diferidos); b. Orçamento de financiamentos e amortizações; c. Orçamento de despesas financeiras Este segmento do plano orçamentário fica restrito, normalmente da direção, o responsável pela tesouraria e o controller. 010 TEMA 4 – PROJEÇÕES DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS De acordo com Warren, Reeve e Fess (2008, p. 203), “os orçamentos para projetar o balanço patrimonial são utilizados para planejar as metas de financiamentos, investimentos e caixa da empresa.” Isso engloba todos os orçamentos da empresa. Após os setores elaborarem seus orçamentos de acordo com suas necessidades, é realizada a consolidação de todos para a sua execução. Trata-se de uma consolidação do orçamento operacional e o orçamento de investimentos e financiamentos. Padoveze (2010, p. 531) nos esclarece sobre a metodologia das projeções: A metodologia básica a ser utilizada deve fundamentar-se na estrutura do lançamento contábil pelo método das partidas dobradas, e, no inter- relacionamento dos demonstrativos contábeis básicos, o balanço patrimonial e a demonstração de resultados. Assim, para a execução de um dos trabalhos mais nobres da contabilidade gerencial que é a projeção dos demonstrativos contábeis, voltamos à origem da estrutura da contabilidade como ciência e sistema de informação. Ainda conforme Padoveze (2010), isso compreende as seguintes peças orçamentárias: a. Projeção de outras receitas operacionais e não operacionais e despesas não operacionais; b. Projeção das receitas financeiras c. Projeção da Demonstração de Resultados do período do orçamento. d. Projeção do Balanço Patrimonial ao fim do período orçamentário. e. Projeção do Fluxo de Caixa; f. Projeção da Demonstração das origens e Aplicações de Recursos; g. Análise Financeira dos demonstrativos projetados 4.1 Projeção da demonstração de resultados De acordo Warren, Reeve e Fess (2008, p. 202), Os orçamentos de vendas, custos de produtos vendidos, despesas de vendas e administrativas, combinados com dados sobre o lucro, outras despesas e imposto de renda, são utilizados para preparar a demonstração projetada de resultados. Vamos conferir um exemplo de demonstração projetada de resultados. Com os dados apresentados nos orçamentos apresentados pelos setores da empresa no exercício de 2018, veja como fica estruturada a projeção da demonstração do resultado do exercício: 011 Tabela 3 – Síntese dos orçamentos da empresa Fictícia Ltda. Projeção da receita de vendas R$ 13.336.000 Projeçãodo CPV R$ 9.047.780 Projeção das despesas com vendas R$ 1.190.000 Projeção das despesas administrativas R$ 695.000 Projeção das receitas de juros R$ 98.000,00 Projeção das despesas de juros R$ 90.000 ESTRUTURA DA DRE DA EMPRESA FICTÍCIA LTDA. Tabela 4 – Demonstração projetada da DRE – 2018 Receita de vendas 13.336.000,00 Custo do produtos vendidos 9.047.780,00 Lucro Bruto 4.288.220,00 Despesas de vendas e administrativas Despesas de vendas 1.190.000,00 Despesas administrativas 695.000,00 Total - despesas de vendas e administrativas 1.885.000,00 Lucro Operacional 2.403.220,00 Outras receitas Receitas de juros 98.000,00 Outas despesas Despesas de juros 90.000,00 8.000,00 Lucro antes do imposto de renda 2.411.220,00 Imposto de renda 600.000,00 Lucro líquido 1.811.220,00 Fonte: adaptado de Warren; Reeve; Fees, 2008, p. 202. Observe que, se tivermos todos os dados necessários para a elaboração do DRE, ou de outros demonstrativos contábeis, podemos demonstrá-los, sem problemas. Vale lembrar que todos esses valores são todos fictícios, apenas para demonstrar a elaboração da DRE projetada. Conforme explicamos no decorrer da aula, os valores são aproveitados de orçamentos produzidos por cada um dos setores que compõem a empresa. TEMA 5 – ANÁLISE FINANCEIRA DAS PROJEÇÕES A decisão tomada pelos gestores financeiros tem por base as projeções, por exemplo: o orçamento de caixa é muito útil para que os gestores identifiquem a necessidade de levantamento de recursos por meio de empréstimos e investimentos a curto prazo, pois cada item do caixa representa por si só uma projeção. 012 De acordo com Padoveze (2010, p. 572), as análises financeiras das projeções compreendem: a. Análise do balanço tradicional b. Análise da margem de segurança c. Análise da geração de lucros d. Análise do retorno do investimento e. Análise da criação de valor da empresa f. Análise da variação do risco empresarial g. Análise do valor da empresa. Segundo Crepaldi, (2012, p. 408), Concluída a elaboração do orçamento, os valores apresentados pela demonstração dos resultados e pelo balanço projetado devem ser objeto de análise que vise otimizar os resultados ou detectar possíveis distorções geradas por premissas e objetivos considerados em sua elaboração. 5.1 Orçamento de caixa O saldo de caixa é o resultado após todas as transações operacionais de investimentos e financiamentos a serem projetadas e refletidas no balanço patrimonial. De acordo com Warren, Reeve e Fees (2008, p. 203), “O orçamento de caixa é um dos mais importantes elementos do balanço patrimonial projetado, pois ele demonstra os recebimentos e os pagamentos esperados para um determinado período”. As operações que afetam o caixa são aquelas que reduzem o volume dos recursos financeiros e essas operações englobam: orçamento operacional, orçamento de dispêndio de capital etc. 5.2 Orçamento de dispêndio de capital De acordo com Warren, Reeve e Fees (2008; p. 206), o orçamento de dispêndio de capital Resume os planos de aquisição de ativos fixos. Esses dispêndios são necessários quando o maquinário e outros ativos fixos desgastam-se, tornam-se obsoletos ou, por outras razoes precisam ser substituídos. O orçamento operacional deve contemplar também o que é previsto no dispêndio de capital que pode afetar o orçamento de caixa, por exemplo, a depreciação estimada do novo equipamento afeta o orçamento dos custos indiretos de fabricação e o orçamento das despesas de vendas e administrativas. 013 TROCANDO IDEIAS Conforme Warren, Reeve e Fees (2008, p. 188), Você provavelmente tem metas financeiras para sua vida. Para atingi- las, é necessário planejar despesas futuras. Por exemplo: você pode levar em consideração um trabalho de meio período para economizar dinheiro para as despesas da faculdade no próximo ano. Quanto dinheiro você precisaria ganhar e economizar para pagar essas despesas? Uma maneira de responder a essa pergunta seria preparar um orçamento. Um orçamento mostraria, por exemplo, uma estimativa das despesas da faculdade, como matrícula, mensalidades e livros. Além disso, você teria despesas no dia a dia, como aluguel, alimentação e vestuário. Você também pode ter despesas com viagens e entretenimento. Quando as aulas começarem, você pode utilizar o orçamento como ferramenta para orientar seus gastos prioritários durante o ano. O orçamento é utilizado nos negócios de maneira muito semelhante àquela que você utiliza na vida particular. Por exemplo: a Daimler Chrysler utiliza o orçamento para determinar o número de carros a serem produzidos, o número de turnos a operar, o número de pessoas a serem empregadas e a quantidade de material a ser comprado. O orçamento propicia à empresa um “plano de jogo” para o ano. O orçamento pode ser utilizado para o planejamento e controle financeiro. Ainda segundo Warren, Reeve e Fees (2008, p. 208), Orçamento – objetivos e como deve ser: Objetivos: a. estabelecimento de metas específicas; b. execução de planos para atingir as metas; c. comparação periódica de resultados com as metas; Como deve ser: As metas orçadas devem ser estabelecidas para evitar problemas de comportamento humano, portanto, não deve ser muito rígido nem muito folgados ou ter meta conflitante. Preparar o balanço patrimonial projetado para uma empresa industrial Os orçamentos de caixa e de dispêndios de capital podem ser utilizados na preparação do balanço patrimonial projetado. O orçamento de caixa consiste em entradas e saídas estimadas de recursos. O orçamento de dispêndio de capital é uma importante ferramenta para planejar dispêndios com ativos fixos. Descrever os elementos básicos do processo orçamentário, os dois tipos principais de orçamento e o uso de computadores em orçamento O processo orçamentário é iniciado pelo comitê de orçamento. As estimativas anuais recebidas pelo comitê de orçamento devem ser cuidadosamente estudadas, analisadas e, finalmente, integradas ao orçamento. Os dois tipos principais de orçamentos são: o estático e o flexível. O estático não se ajusta às mudanças nas atividades, enquanto o orçamento flexível ajusta-se a elas. Os computadores podem ser úteis na agilização do processo orçamentário e na preparação dos relatórios de desempenho orçamentário oportunos. Além disso podem ser utilizados modelos de simulação para determinar o impacto das alternativas operacionais sobre vários orçamentos. 014 FINALIZANDO Nesta aula, vimos apenas um exemplo da demonstração do resultado do exercício. De acordo com Warren, Reeve e Fees (2008, p. 206), o balanço patrimonial projetado estima as condições financeiras ao fim do período orçamentário e assume que todos os orçamentos operacionais e os planos de financiamentos serão atingidos. Ele é similar ao balanço patrimonial baseado nos dados contido nas contas. Se o balanço patrimonial projetado indicar uma posição financeira debilitada, será necessário revisar os planos de financiamento ou outros planos. Por exemplo: uma grande quantia de exigível de longo prazo em relação ao Patrimônio Líquido pode requerer uma revisão da política de financiamento de dispêndios de capital. Essas revisões podem incluir a emissão de ações em vez de obrigações. Vale lembrar que esperamos que a abordagem de todos os assuntos aqui tratados ao longo de nossas aulas estimule nossos alunos à pesquisa para a complementação dos conhecimentos, uma vez que o estudo não esgota o assunto; pelo contrário, cada vez mais percebe-se a necessidade do seu aprofundamento 015 REFERÊNCIAS ANTHONY, R. N. Contabilidade gerencial: introdução à contabilidade. São Paulo: Atlas, 1974. AQUINO, A. C. B. de; CARDOSO R. L.; MARIO, P. do C. Contabilidade gerencial, mensuração, monitoramento e incentivos.São Paulo: Atlas, 2007. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17. Dez. 1976. _____. Lei n. 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 dez. 2007. _____. Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 maio 2009. CREPALDI, S. A.; Contabilidade gerencial – teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2012. 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