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DIREITO DO TRABALHO PROFESSORA: GIANNE BASTIANI PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Prevalência da Condição mais benéfica ao trabalhador Princípio da Inalterabilidade Contratual in Pejus Princípio do In dubio pro Misero Princípio da Continuidade da Relação de Emprego Princípio da Primazia da Realidade PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Princípio da Estabilidade Princípio da Irrenunciabilidade de direitos Princípio da Irredutibilidade Salarial Princípio da Função Social da empresa Princípio do Poder Diretivo do Empregador PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema Contrato de trabalho estabelece labor de 8 às 17 horas, de segunda a sexta- feira, com uma hora de refeição e das 8 às 12 horas aos sábados, com descanso aos domingos, respeitando o limite legal de 44 horas semanais. Todavia, o empregador permitiu, nos últimos três anos de contrato, que o empregado Manoel da Silva cumprisse, de segunda a sexta-feira, a jornada de seis horas, concedendo folga todos os sábados e domingos. No caso apresentado, qual princípio deve ser aplicado? PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema • PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA AO TRABALHADOR Para se aplicar o princípio da condição mais benéfica ao trabalhador é necessário: - existência de uma condição concreta anterior ou de uma norma anterior aplicável àquela situação concreta; - situação ou norma nova, distinta da anterior, e aplicada voluntariamente, de forma habitual pela empresa, e que seja mais vantajosa que aquela, desde que inexista lei proibindo a incorporação da benesse ou que não contrarie norma de ordem pública. A partir daí podemos sintetizar quatro elementos fundamentais: - condição mais favorável que a legal ou a contratual; - habitualidade na concessão da benesse, salvo quando o benefício for concedido de forma expressa (oral ou escrito); - concessão voluntária e incondicional; - não haver impedimento legal para sua incorporação ao contrato. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema ATENÇÃO: • Uma das modificações trazidas pela “Reforma Trabalhista” foi o fim da ultratividade das normas coletivas, como se constata da nova redação do § 3º do art. 614 da CLT. Com isso, consagra-se o princípio da não incorporação definitiva das benesses normativas ao contrato de trabalho, permitindo-se a supressão, alteração ou manutenção das vantagens anteriores; • Além disso, o § 2º do art. 468 da CLT autoriza a supressão da gratificação de função de confiança quando o empregado é revertido ao cargo efetivo, mesmo que tenha exercido a função de confiança por dez ou mais anos, contrariando o inciso I da Súmula 372 do TST, que deverá ser modulado. Mais uma vez não prevalece o tratamento mais benéfico ao trabalhador; • O § 2º do art. 457 da CLT autoriza indiretamente a supressão do auxílio alimentação, dos prêmios, das diárias de viagem e abonos, mesmo que antes concedidos habitualmente por liberalidade do empregador, pois expressamente afirma que tais benefícios não se incorporam ao contrato de trabalho. PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema A CLT determina que a hora noturna seja paga com acréscimo de 20% sobre a hora diurna. O Regulamento Interno do empregador dispõe que a hora noturna deverá ser acrescida de 40%. No caso apresentado, qual princípio deve ser aplicado? PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema • PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR Teoria Atomista é o critério de interpretação e integração de normas que leva em conta os benefícios isolados contidos em cada uma, aglutinando-os, acumulando-os numa só; Teoria do Congoblamento se preocupa com a norma como um todo, respeitando seu conjunto. Aplica exclusivamente, após o confronto, aquela norma mais favorável ao trabalhador, em seu bloco, ignorando a outra; A teoria intermediária, por sua vez, não faz a interpretação somando os benefícios isolados de ambas as normas, nem ignorando uma norma em prol da outra, em seu conjunto. Seleciona os institutos existentes entre as duas normas para cotejá-los e, a partir daí, escolher exclusivamente o capítulo mais benéfico de cada norma para aplicá-lo ao trabalhador e soma as normas por grupos e categorias; PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema Certo empregador oferece ao empregado a seguinte oportunidade: deixa de assinar a CTPS, de depositar o FGTS e de pagar o adicional de periculosidade, sob o argumento de que a norma coletiva garante ao empregado maiores benefícios que os previstos na CLT, como salário de R$ 20.000,00 e estabilidade no emprego. No caso apresentado, qual princípio deve ser aplicado? PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema • PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDAD DE DIREITO / PRINCIPIO DA APLICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR Mesmo que, hipoteticamente, uma norma coletiva contenha benefícios tão valiosos, não se pode deixar de aplicar a CLT que decorre de imposição estatal. Aqui a única forma de interpretação, benéfica, é a da soma das duas normas: CLT + norma coletiva, garantindo ao empregado o salário de R$ 20.000,00 + a estabilidade + a anotação da CTPS + o pagamento do FGTS, bem como o adicional de periculosidade. Mesmo que a norma seja mais favorável ao empregado, se violar dispositivo expresso na lei ou for inconstitucional, não poderá ser aplicada. É o que ocorre, por exemplo, quando uma norma coletiva concede aumento coletivo que contrarie lei de política salarial – art. 623 da CLT; Nula cláusula de convenção e acordo coletivo que tenha vigência superior à legal – OJ 322 da SDI-I do TST; Prevalência do acordo coletivo sobre a convenção coletiva – art. 620 da CLT; PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema Cartões de ponto não noticiam labor extra, apesar de assinados pelo empregado. Entretanto, o trabalhador sempre trabalhou duas horas extras por dia. No caso apresentado, qual princípio deve ser aplicado? Empregado recebe R$ 1.800,00 mensais. Todavia, de seus contracheques consta apenas o valor do salário mínimo, sendo a diferença paga “por fora”. No caso apresentado, qual princípio deve ser aplicado? PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO – Situações Problema • PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA Considerar os feriados trabalhados como compensados nas jornadas de 12x36 horas é prevalecer a lei sobre a realidade, pois de fato não são compensados, pois trabalham o mesmo número de dias que nos meses que não têm feriado – art. 59-A da CLT; Prevalência do termo de quitação da parcela feito com a chancela no sindicato mesmo que não tenha havido pagamento da parcela – art. 507-B da CLT; O contrato de trabalho que indique que o empregado é um teletrabalhador. Mesmo que controlado e fiscalizado não terá direito às horas extras, noturnas e intervalo intrajornada. Neste caso, não prevalece a realidade (controle, fiscalização e labor extra comprovado). Mesmo sendo uma espécie de trabalhador externo, o art. 75-B da CLT informa que o teletrabalhador que executa seus serviços fora do estabelecimento do patrão não é considerado empregado externo. Uma inversão da realidade e da lógica; Relação de Trabalho ≠ Relação de Emprego • Relação de trabalho é gênero, do qual relação de emprego é espécie. • Trabalho: conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim. • Assim, o termo “trabalho” diz respeito não só às atividades remuneradas que realizamos, mas também a outros tipos de atividades, como o trabalho voluntário, ou que também não implicam necessariamente a existência de um empregador, como o trabalhador autônomo, por exemplo. • O que identifica a relação de emprego é o vínculo jurídico estabelecido entre as partes, de um lado empregado, pessoa física, e de outro o empregador, que pode ser pessoa física ou jurídica. Para a existência desse vínculo, que une o empregado ao empregador na execução de uma obra ouprestação de serviços, deve haver a presença de alguns requisitos ou elementos, sem os quais não se configura o vínculo de emprego. • Toda Relação de Emprego é uma Relação de Trabalho, mas nem toda Relação de Trabalho é uma Relação de Emprego. Relação de Trabalho ≠ Relação de Emprego • Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. • Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. • Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. • Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. • Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Relação de Trabalho ≠ Relação de Emprego Relação de emprego e seus Requisitos TIPOS DE TRABALHADORES • TRABALHADOR EVENTUAL • Doutrina e jurisprudência acatam a teoria dos fins da empresa para caracterizar tal trabalhador, sendo este caracterizado pela natureza do serviço prestado a empresa. • Para caracterizar tal trabalhador, destaca-se a figura da natureza do serviço em relação a atividade empresarial exercida. Ou seja, é aquele trabalhador que depende de acontecimento incerto, casual, fortuito, em relação a atividade essencial da empresa. • TRABALHADOR AUTÔNOMO • É o trabalhador que explora seu ofício ou profissão com habitualidade, por sua conta e risco próprio. • Importante ressaltar que a habitualidade do trabalho é em relação ao ofício e não ao tomador, pois normalmente executa seu serviço para diversos tomadores, sem exclusividade, com independência no ajuste, nas condições, no prazo e na forma de execução do contrato. TIPOS DE TRABALHADORES • PROFISSIONAIS LIBERAIS • São aquele que exploram sua própria profissão como autônomos ou empregados. Normalmente, são aqueles que exercem sua profissão com habitualidade, sendo este portador de curso técnico ou superior. • Qual diferença entre Autônomos e Profissionais Liberais? • TRABALHADOR AVULSO • É aquele trabalhador intermediado pelo sindicato ou pelo OGMO, para prestar serviços a diversos tomadores, sem pessoalidade, em sistema de rodízio. • Outra peculiaridade desse trabalhador é o pagamento na forma de rateio, procedido pelo sindicato ou pelo OGMO. • O trabalhador avulso poderá ser portuário ou não portuário; • Possuem os mesmos direitos dos trabalhadores com vínculos de emprego. TIPOS DE TRABALHADORES Caso Problema • Cadmo é corretor de imóveis. Trabalha na Xulio Bogorizim Imóveis e, com registro na sua entidade de classe, atua no mercado de imóveis do Rio de Janeiro. Faz-se mister observar que a Xulio Bogorizim Imóveis considera Cadmo autônomo. Sua remuneração é feita por RPA (recibo de pagamento de autônomo), conquanto ele utilize o espaço da filial Tijuca para comercializar imóveis. Entretanto, Cadmo só podia vender imóveis na Zona Norte do Rio de Janeiro (Tijuca, Grajaú, Lins, Vila Isabel e redondezas). Aos domingos e feriados a imobiliária promovia “plantão de vendas”, das 8 às 23 horas, do qual Cadmo participava em escala de revezamento com outros corretores que lá trabalhavam. Todas as vendas necessariamente precisavam ser encaminhadas à Gerência da loja, e só depois de concretizadas, os corretores recebiam suas comissões. Cadmo resolveu ajuizar reclamação trabalhista em face de Xulio Bogorizim Imóveis pleiteando, dentre outros títulos contratuais, as horas extraordinárias por ter laborado em domingos e feriados (DSR), bem como adicional noturno, comissões e FGTS. Cadmo poderia ser reconhecido como empregado de Xulio Bogorizim Imóveis pela Justiça do Trabalho e, consequentemente, ter assegurados os seus direitos trabalhistas? Caso Problema • Agamenon é prestador de serviço autônomo, que atende à manutenção de equipamentos de informática da empresa Bataprev. Semestralmente, ou melhor, nos meses de janeiro e julho de cada ano, Agamenon comparece à Bataprev para manutenção preventiva e completa dos equipamentos que servem à referida empresa. É certo e sabido que a presença daquele profissional se faz mister. Na empresa, todos conhecem Agamenon e, quando quebra algum equipamento, já sabem que Agamenon virá consertar em janeiro ou julho — somente nestas épocas. Agamenon, a pedido da Bataprev, emite Notas Fiscais em nome da sua Microempresa (ME) para Bataprev que — na verdade — é sua única cliente, fora os “bicos” que realiza para um ou outro sem maiores compromissos. Agamenon resolve ajuizar reclamação trabalhista em face da empresa Bataprev, requerendo vínculo de emprego e alegando habitualidade. • Tal reclamação trabalhista será considerada procedente pela Justiça do Trabalho? TIPOS DE TRABALHADORES • TRABALHADOR TEMPORÁRIO • É aquele trabalhador contratado por uma empresa prestadora de mão de obra para executar seus serviços para um tomador, sem que isto importe em vínculo empregatício. • O trabalhador é empregado da empresa, que é uma pessoa jurídica, registrada no TEM, responsável pela colocação de trabalhadores a disposição de outros, de forma temporário. • Regras: contrato escrito entre empregado e empresa intermediadora de mão de obra, contrato civil escrito entre a empresa prestadora e a tomadora, contendo o motivo da contratação, e, duração máxima de 180 dias, prorrogáveis por mais 90 dias. TIPOS DE TRABALHADORES • EMPREGADO DE CONFIANÇA • São aqueles empregados que detém poderes delegados pelo empregador, em maior ou menor grau, para em seu nome agir. Gerente Art 499, CLT Artigo 468, §1, CLT Artigo 469, §1, CLT Artigo 224,§ 2, CLT Gerentão Artigo 499, CLT Artigo 468,p.u, CLT Artigo 469, §1, CLT Artigo 62, II, CLT Diretor S.A Sumula 269, TST TIPOS DE TRABALHADORES • TRABALHO EM DOMICÍLIO • É aquele realizado na moradia do empregado. Entende-se como domicílio da pessoa natural o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo (CC, art. 70). • Apesar do trabalho em domicílio do empregado ser executado fora da fiscalização instantânea e imediata do empregador, haverá subordinação, pois o empregador controlará a produção, a data de entrega, a qualidade do produto confeccionado etc. • No trabalho em domicílio, o vínculo se estabelece diretamente com o empregado contratado, salvo se contratados vários membros da família para trabalharem em sua residência para o mesmo empregador. • "Art. 6. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego." TIPOS DE TRABALHADORES • TELETRABALHO • Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. • É importante destacar que o comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho, e que tais empregados, de acordo com o art. 62, III, da CLT, não possuem jornada de trabalho. • Tal modalidade deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado, podendo ser realizada por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivocontratual. TIPOS DE TRABALHADORES • EMPREGADO RURAL • É o empregado que presta serviços na atividade da agricultura e pecuária, a empregador rural, em propriedade rural ou prédio rústico. • O trabalhador rural, após a promulgação da CF/1988, passou a ter os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos, conforme acentua o caput do art. 7 da CF. • A CLT não se aplica aos trabalhadores rurais, conforme dispõe o art. 7 consolidado, sendo os mesmos regidos pela Lei 5.889/1973 e pelo Decreto 73.626/1974. Todavia, embora não contemplados pelo diploma consolidado, para a configuração do vínculo empregatício do rural, também será necessária a presença dos requisitos caracterizadores do Liame empregatício (trabalho prestado por pessoa física, pessoalidade, subordinação, não eventualidade, onerosidade e alteridade). TIPOS DE TRABALHADORES • EMPREGADO DOMÉSTICO • É aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial desta, em pelo menos três vezes por semana. • O empregado doméstico é regido pela Lei Complementar 150/15, aplicando-se a ele a CLT de forma subsidiária. O trabalhador doméstico não exerce atividade econômica, sendo seus serviços desenvolvidos à pessoa ou à família, sem o intuito de lucro. • O empregado doméstico tem todos os direitos assegurados na CLT aos demais trabalhadores, porém, alguns podem conter certas condições específicas. TIPOS DE TRABALHADORES • APRENDIZ • É o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. • O prazo determinado para duração do contrato de aprendizagem não pode ser superior a dois anos, salvo se o aprendiz for portador de necessidades especiais (art. 428, § 3°, da CLT). • Para que o contrato de aprendizagem seja válido, é necessário haver (art. 428, § 1°, da CLT): anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social; matrícula e frequência do aprendiz na escola; inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica. TIPOS DE TRABALHADORES • APRENDIZ • Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário-mínimo/hora. A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada (art. 432 da CLT). • O limite poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. • O aprendiz tem direito ao FGTS, mas em valor de 2% sobre a remuneração, e não de 8%, como aos demais. TIPOS DE TRABALHADORES • ESTAGIÁRIO • Regido pela Lei 11.788/2008, considera-se estagiário o estudante que, sem vínculo de emprego, presta serviços a uma pessoa jurídica, que lhe oferece um procedimento didático-profissional, que envolve atividades sociais, profissionais e culturais, através da participação em situações reais de vida e de trabalho, sob a coordenação da instituição de ensino. • Requisitos de validade: aluno regularmente matriculado e frequentando curso vinculado a sua área de atuação; o trabalho deve propiciar uma experiencia pratica na linha de formação e complementar o ensino e aprendizagem; termo de compromisso entre o estudante e a parte concedente, com intervenção obrigatória da instituição de ensino (sempre escrito); parte concedente deve supervisionar o estágio e emitir relatórios para a instituição de ensino contendo um professor orientador para acompanhar os relatório, duração máxima de 2 anos. Contrato de Trabalho • REQUISITOS DE FORMAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Na formação de um contrato de trabalho são necessários: a) capacidade dos contratantes: empregado e empregador devem ter capacidade para contratar, isto é, não ser declarados, por lei, como incapazes. É capaz para firmar contrato de trabalho aquele que tenha 16 anos. b) manifestação da vontade: os contratantes devem manifestar livremente sua vontade, isto é, ela deve estar livre de qualquer artifício que a possa influenciar, como, por exemplo, o erro, a má-fé, a coação, a simulação ou fraude. c) objeto lícito: a prestação de serviço deve ter por fim a realização de um objetivo legal, permitido em Direito. d) forma prescrita em lei: os contratos de trabalho, para serem válidos, independem da forma, podem ser acordados verbalmente, por escrito e, até tacitamente. Exceções: contratos de trabalho por prazo determinado (escrito). Caso Problema • Poseidon trabalhava como apontador de “jogo do bicho” no Rio de Janeiro. Seu posto de atuação era em frente ao Tribunal do Trabalho, onde até os funcionários daquele órgão promoviam suas apostas. Local de intensa circulação de pessoas, não havia como negar ou esconder a existência daquela situação irregular, integrada à rotina de qualquer grande cidade do País. Certo dia, indignado com a jornada de trabalho excessiva a que era submetido e sem perceber o que lhe havia sido prometido, Poseidon resolveu ajuizar uma reclamação trabalhista em face das empresas do Sr. Lastor de Andrade, “banqueiro do bicho” que dominava o jogo na região supracitada. • É possível recorrer ao Judiciário para ver assegurado direitos oriundos dessa relação? Tipos de Contrato de Trabalho • A regra geral é que o contrato de trabalho tenha prazo indeterminado, salvo ajuste expresso em contrário; • O contrato a termo, ou contrato por prazo determinado, é considerado prejudicial ao trabalhador, seja por impedir sua inserção na empresa de forma permanente, seja por discriminá-lo diante dos demais empregados “efetivos”; • Prazo máximo: 2 anos, podendo este ser prorrogado por igual tempo, desde que nas mesmas condições anteriormente ajustadas; • O contrato de trabalho pode ser contínuo ou intermitente. Contínuo é o contrato que o tempo de serviço efetivo ou aquele em que o empregado está à disposição é computado como trabalho e remunerado pelo patrão. E intermitente aquele que alterna períodos de atividade (trabalho) e inatividade (não trabalho), sendo que este não é computado e nem computado. Contrato de Trabalho Intermitente • O conceito de contrato intermitente está no § 3º do art. 443 da CLT: • Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. • O período de inatividade será considerado como suspensão do contrato de trabalho e, na forma do § 2º do art. 452-C da CLT, não será computado como tempo à disposição, podendo o trabalhador prestar serviços a outros tomadores. Aliás, poderá o prestador de serviços recusar as convocações ao trabalho, pois não será considerado como ato de insubordinação. Contrato de Trabalho Intermitente • A formalidade exigida pelo caput do art. 452-A da CLT (contrato escrito) é essencial para validade da cláusula de “intermitência”; • De acordo com o art. 452-A da CLT, o contrato de trabalho intermitente deve garantir ao empregado o valor da hora de serviço nunca inferior ao salário mínimo, além do adicional noturno, se houver trabalho noturno; • Para a execução do serviço, basta que o empregador convoque o empregado intermitente, por qualquer meio eficaz, para a prestação de serviços, noticiando a jornada, que não poderá ser superior à legal, sempre com a antecedência mínima de três dias corridos (§ 1º do art. 452-A da CLT); • Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de vinte e quatro horas para responder, presumindo o silênciocomo recusa. De acordo com o § 3º do mesmo artigo, a recusa não descaracteriza a subordinação inerente ao vínculo de emprego. O contrato poderá prever cláusula penal ou alguma forma de reparação recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados, como autoriza o inciso IV do art. 452-B da CLT. Contrato de Trabalho Intermitente • Consumido o trabalho o empregador fará o pagamento na data acordada (§ 6º do art. 452-A da CLT). De acordo com o § 11 do art. 452-A da CLT, na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas a que se referem o § 6º não poderá ser estipulado por período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço”; • O art. 452-A, CLT também prevê a obrigatoriedade do empregador em fornecer ao empregado intermitente o comprovante do recolhimento do FGTS e da Previdência Social; • O empregador deverá conceder férias de um mês, isto é, não deverá convocar o “intermitente” para trabalhar no período concessivo das férias. Mediante prévio acordo com o empregador, poderá usufruir suas férias em até três períodos, nos termos do § 1º do art. 134 da CLT; Contrato de Trabalho Intermitente • Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I – remuneração; II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; III - décimo terceiro salário proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais. QUESTÃO (OAB 2018) Paula trabalha na residência de Sílvia três vezes na semana como passadeira. Em geral, comparece às segundas, quartas e sextas, mas, se necessário, mediante comunicação prévia, comparece em outro dia da semana, exceto sábados, domingos e feriados. A CTPS não foi assinada e o pagamento é por dia de trabalho. Quando Paula não comparece, não recebe o pagamento e não sofre punição, mas Sílvia costuma sempre pedir que a ausência seja previamente comunicada. Paula procura você, como advogado(a), com dúvida acerca da sua situação jurídica. À luz da legislação específica em vigor, assinale a opção que contempla a situação de Paula. a) Paula é diarista, pois trabalha apenas 3 vezes na semana. b) Paula é autônoma, porque gerencia seu próprio trabalho, dias e horários. c) Paula é empregada eventual. d) Paula é empregada doméstica. QUESTÃO (OAB 2018) Paulo é policial militar da ativa da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Como policial militar, trabalha em regime de escala 24h x 72h.Nos dias em que não tem plantão no quartel, atua como segurança em uma joalheria de um shopping center, onde tem que trabalhar três dias por semana, não pode se fazer substituir por ninguém, recebe remuneração fixa mensal e tem que cumprir uma rotina de 8 horas a cada dia laborado. Os comandos do trabalho lhe são repassados pelo gerente-geral da loja, sendo que ainda ajuda nas arrumações de estoque, na conferência de mercadorias e em algumas outras funções internas. Paulo não teve a CTPS anotada pela joalheria. Diante dessa situação, à luz das normas da CLT e da jurisprudência consolidada do TST, assinale a afirmativa correta a) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, razão pela qual Paulo tem vínculo empregatício com a joalheria, independentemente do fato de ser policial militar da ativa, e de sofrer eventual punição disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial Militar. b)Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, mas Paulo não poderá ter vínculo empregatício com a joalheria, em razão da punição disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial Militar. c)Não estão presentes os requisitos da relação de emprego, uma vez que Paulo poderá ser requisitado pela Brigada Militar e não poderá trabalhar nesse dia para a joalheria. d) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, sendo indiferente à relação de emprego uma eventual punição disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial Militar, mas Paulo não pode ter vínculo empregatício com a joalheria tendo em vista que a função pública exige dedicação exclusiva. QUESTÃO (OAB 2015) Determinado empregado foi contratado para criar e desenvolver programas de software, criando novas soluções para as demandas dos clientes do seu empregador. Em sua atividade normal, esse empregado inventou um programa original, muito útil e prático, para que os empresários controlassem à distância seus estoques, o que possibilitou um aumento nas vendas. Diante da situação retratada, assinale a afirmativa correta. a) O empregado terá direito, conforme a Lei, a uma participação sobre o lucro obtido nessas vendas. b) A Lei é omissa a esse respeito, de modo que, caso não haja consenso entre as partes, será necessário o ajuizamento de ação trabalhista para resolver o impasse. c) Todo o lucro obtido pelo invento será do empregado. d) O empregado terá direito apenas ao seu salário normal, exceto se o seu contrato de trabalho tiver previsão de participação no lucro do seu invento. QUESTÃO (OAB 2017) O restaurante Prato Cheio Ltda. resolveu contratar Gustavo para atuar como garçom. Gustavo receberá, como contraprestação, o valor de dois salários mínimos e as gorjetas cobradas na nota dos clientes que atender. Em relação à carteira profissional de Gustavo, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. a) O empregador deverá anotar a CTPS em 24 horas, não havendo necessidade de anotar as gorjetas, mesmo porque elas variam a cada mês. b) A CTPS do empregado deverá ser anotada em 48 horas e nela deverá ser anotado o salário e a estimativa das gorjetas. c) O empregador tem 30 dias para anotar a carteira profissional e, na hipótese, deve anotar apenas a parte fixa da remuneração. d) A CTPS, na ausência de prazo legal, deve ser anotada em 5 dias com o valor da média das gorjetas. IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL - CTPS • O empregador tem o prazo de 5 dias úteis para anotar a carteira de trabalho do empregado, conforme dispõe o artigo 29 da CLT. Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia. § 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja êle em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta. IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL - CTPS • Dentro do sistema salarial brasileiro, a gorjeta compõe a remuneração do empregado (art. 457, CLT). ART 2 §8 lei 13.419 - §8º As empresas deverão anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referente aos últimos doze meses. DURAÇÃO DO TRABALHO • Duração do trabalho é gênero do qual é espécie a jornada, o horário de trabalho e os repousos. Abrange o lapso temporal de labor ou disponibilidade do empregado perante seu empregador em virtude do contrato realizado. • Jornada é o período, durante o dia, em que o empregado permanece à disposição do empregador, trabalhando ou aguardando ordens (artigo 4 da CLT). Já o horário de trabalho abrange o período que vai do início ao término da jornada de trabalho, incluindo os intervalos que existem durante seu cumprimento. DURAÇÃO DO TRABALHO • A limitação do tempo de trabalho, as pausas durante o trabalho, e os repousos semanais e anuais são garantidos por lei e constituem-se em normas de medicina e segurança do trabalho, isto é, em regras imperativas que estabelecem direitos de ordem pública, impedindo as partesde renunciar, transacionar ou dispor de qualquer benesse que a lei tenha concedido ao empregado. A limitação do tempo de duração do trabalho tem como fundamento três aspectos importantes: biológicos, sociais e econômicos. • Existem também as horas em que o empregado permanece em sua residência à disposição do empregador, aguardando ser chamado a qualquer momento para o serviço, são as chamadas horas de sobreaviso. Ex: ferroviários. DURAÇÃO DO TRABALHO - INTERVALOS • Os intervalos ou períodos de descanso são lapsos temporais, remunerados ou não, dentro ou fora da jornada, que têm a finalidade de permitir a reposição das energias gastas durante o trabalho, proporcionar maior convívio familiar, social, e, em alguns casos, para outros fins específicos determinados pela lei. • O descanso pode ser dentro da jornada de trabalho, entre dois dias de trabalho, semanal, em feriados e até anual. • Intervalos intrajornada ocorrem dentro do expediente de trabalho e podem ser computados ou não como tempo de trabalho efetivo, apesar do descanso de fato. • Intervalos interjornada são os descansos existentes entre um dia e outro de trabalho. INTERVALOS PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO INTERVALOS PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO • Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, CUJA DURAÇÃO EXCEDA DE 6 (SEIS) HORAS, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. • § 1º - NÃO EXCEDENDO DE 6 (SEIS) HORAS O TRABALHO, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. • § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. • § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. INTERVALOS PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO • A Lei autorizou a prorrogação do intervalo máximo de duas horas por acordo individual entre empregado e empregador ou por norma coletiva. Logo, a única exigência é que esse ajuste seja da forma escrita, chamado de acordo de prorrogação de intervalo. • Os intervalos concedidos pelo empregador não previstos em lei e nem convencionados entre as partes representam tempo a disposição do empregador e, caso ultrapasse a jornada contratual, será considerado hora extra. • Súmula nº 118 do TST • JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 • Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada. INTERVALO ENTRE DOIS DIAS DE TRABALHO • Art. 66 - ENTRE 2 (DUAS) JORNADAS DE TRABALHO haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. • Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. DSR • Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. INTERVALO ENTRE DOIS DIAS DE TRABALHO • Para aquisição do direito à remuneração do descanso semanal remunerado de 24 horas consecutivas é necessário a cumulação de dois requisitos: FREQUÊNCIA E PONTUALIDADE, na semana que antecede o repouso. • Assim, perderá direito a remuneração, mas não ao descanso, o trabalhador que na semana que antecedeu o repouso, faltar ou se atrasar. • Importante salientar que o descanso deve coincidir com o domingo, apenas por motivos de conveniência publica, necessidade imperiosa, exigência técnica ou força maior este pode ser realizado aos domingos, mediante autorização ministerial ou justificativa à autoridade regional. • Para estabelecimentos em que é possível o trabalho aos domingos, este será trabalhado e o empregador concederá outro dia de descanso, devendo haver uma escala de trabalho sob a forma de revezamento, de modo a assegurar a continuidade da empresa e a folga do empregado. INTERVALOS PARA JORNADAS DIFERENCIADAS • Não há lei que garanta jornada privilegiada ou intervalos especiais para os operadores de telemarketing, teleatendimento ou televendas. • Entretanto a NR 17, anexo II, estabelece que o tempo de trabalho em efetiva atividade é de, no máximo, 6 horas diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração; e a duração do intervalo para repouso e alimentação é de 20 minutos (sendo este não computado na jornada); • O intervalo para amamentação está previsto no artigo 396 da CLT, e concede dois intervalos especiais, de meia hora cada um, a mães que amamentam filhos de até 6 meses de idade. Cumpre ressaltar que esse intervalo é computado na jornada, ou seja, a mulher recebe como se estivesse trabalhando. DURAÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO EXTRAORDINÁRIO • A concessão do intervalo para repouso e alimentação previsto no art. 71 da CLT é norma de medicina e segurança do trabalho (salvo para fins de flexibilização por norma coletiva, na forma do art. 611-A da CLT) e, por isso, é direito de ordem pública. Como regra, o empregador não pode suprimir unilateral ou bilateralmente o período de descanso previsto em lei. • Após a Reforma Trabalhista, a norma coletiva poderá reduzir o intervalo intrajornada para 30 minutos, mesmo que a empresa não possua refeitório. Antes da Lei 13.467/17, nem a norma coletiva poderia suprimir o intervalo, pois a pausa era considerada pela jurisprudência como indispensável para reposição de energia, alimentação e descanso. DURAÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO EXTRAORDINÁRIO • A hora extra com o respectivo adicional de 50% é devida quando o empregado labora além da jornada legal ou contratual. Também é devida quando não é concedido o intervalo intrajornada (art. 71, § 4º, da CLT) ou intervalo entre jornadas (Súmula 110 do TST). Todavia, se a hora já está paga, só resta remunerar o adicional. O tempo à disposição também pode ser considerado como trabalho extra e, se assim o for, terá o acréscimo de 50% (art. 4º da CLT). • Intervalo não concedido significa tempo à disposição ou trabalho realizado em período de descanso, logo, tem que ser remunerado como tal. DURAÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO EXTRAORDINÁRIO • Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. • § 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. • § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. • Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. • § 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. DURAÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO EXTRAORDINÁRIO • O limite máximo de labor de duas horas extras por dia, previsto no art. 59 da CLT, dirige-se ao empregador, que está proibido de exigir do empregado trabalho além deste parâmetro. Isto se explica porque o excessode trabalho traz fadiga, estresse e segrega laços íntimos e sociais. • Se, todavia, o empregado de fato trabalhou mais horas extras, tem direito à remuneração de todas, sem qualquer limitação – Súmula 376 do TST. • Os minutos que antecedem e sucedem a jornada devem ser desprezados se não ultrapassarem 5 minutos por entrada (início do expediente e início do segundo turno, após o intervalo de refeição) e por saída (saída para refeição e fim do expediente), desde que a soma diária não seja superior de 10 minutos. DURAÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO EXTRAORDINÁRIO • Não será computado no tempo de serviço, a partir da Lei 13.467/2017, o tempo que o empregado gasta com a higiene, lanche, descanso ou troca de uniforme, salvo se obrigatória a troca no ambiente de trabalho e for ultrapassado o limite de tolerância diário (art. 4º, § 2º, da CLT). Portanto, superada a Súmula 366 do TST. DURAÇÃO DO TRABALHO – TRABALHO EXTRAORDINÁRIO • INTERVALO CONCEDIDO PARCIALMENTE • Anteriormente a Reforma Trabalhista, a Súmula 437 do TST determinava o pagamento integral, sem descontar o tempo de fato descansado, quando inferior ao mínimo legal. • Após Reforma, Lei 13.467/2017, o intervalo concedido parcialmente dá ao empregado o direito de receber apenas o período não gozado, salvo se irrisório, pois não seria justo pagar ao trabalhador mais do que ele tem direito. (§ 4º do art. 71 da CLT) DURAÇÃO DO TRABALHO – TEMPO A DISPOSIÇÃO • O legislador considerou tempo a disposição aquele que o empregado fica à disposição do empregador aguardando ordens, sendo considerado serviço prestado. • Assim, todo tempo em que o empregado permanece à disposição do empregador, ou da empresa, deverá ser computado na jornada de trabalho, salvo quando a própria lei excepcionar. • Entretanto, é necessário verificar o caso concreto, pois somente assim poderá avaliar se deverá ou não ser atenuado a regra do artigo 4, da CLT, pagando 1/3 ou 2/3 da hora normal, ou quando não irão receber nenhum valor. DURAÇÃO DO TRABALHO – TEMPO A DISPOSIÇÃO • Horas in itinere: Considera-se como jornada de trabalho + tempo a disposição + tempo de percurso de ida e volta ao trabalho, desde que: • TRATANDO-SE LOCAL DE DIFÍCIL ACESSO OU NÃO SERVIDO POR TRANSPORTE PÚBLICO; • O EMPREGADOR FORNECER A CONDUÇÃO, GRATUITA OU ONEROSAMENTE. • Horas de sobreaviso: trabalho realizado na residência do empregado, depois do seu horário normal de trabalho, em sistema de plantão de, no máximo 24hrs, com remuneração de 1/3 do valor normal da hora de trabalho • Empregado doméstico que dorme na residência do patrão para acompanhar idoso ou criança, para destinar cuidados, terá direito ao sobreaviso, devido aplicação por analogia da norma do artigo 4 e 244 da CLT. DURAÇÃO DO TRABALHO – TEMPO A DISPOSIÇÃO • Tempo de prontidão: ocorre quando o empregado fica a disposição do empregador aguardando ordens na estrada de ferro, de plantão de no máximo 24hrs, com remuneração de 2/3 do valor normal da hora. • Tempo de Espera: é considerado as horas em que o motorista profissional empregado ficar aguardando carga ou descarga do veículo nas dependências do embarcador ou do destinatário, bem como o período gasto com a fiscalização da mercadoria nas barreiras fiscais. • O legislador entendeu que tais horas não podem ser remuneradas como extras, porém serão indenizadas com base no salário-hora normal acrescidos de 30%, e esse tempo de espera NÃO tem natureza salarial. DURAÇÃO DO TRABALHO – TEMPO A DISPOSIÇÃO - RESUMO • Tal duração limitada a 8 horas diárias e 44 horas semanais está disposta no artigo 7, XIII, da CRFB. Todo labor realizado acima desse limite é considerado extraordinário. • O limite máximo exigido no artigo 59 da CLT, limitado a duas horas diárias, dirige-se ao empregador, que não pode exigir mais do isso do seu empregado. • Porém, se de fato o empregado trabalhou mais que duas horas extras diárias, tem direito a remuneração de todas, sem qualquer limitação. • Súmula nº 376 do TST • HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 • I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. (ex-OJ nº 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997) • II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ nº 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997) DURAÇÃO DO TRABALHO – TEMPO A DISPOSIÇÃO - RESUMO • Os minutos que sucedem e antecedem a jornada devem ser desprezados se ultrapassarem 5 minutos por entrada e saída, desde que a soma diária não ultrapasse 10 minutos – artigo 58, §1° da CLT. • O tempo gasto com a colocação e retirada do uniforme só será computado na jornada se for obrigatória a troca na empresa e, mesmo assim, se ultrapassar 5 minutos por troca, limitado a 10 minutos por dia (artigo 4, §2°, VIII, da CLT). • A lei menciona que a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas extras mediante acordo individual entre empregado e empregador ou quando prevista em norma coletiva (artigo 59, CLT). • Cumpre ressaltar que o limite de dez horas por dia é aplicável para os trabalhadores cuja jornada é de 8 horas diárias. QUESTÃO (OAB 2018) Lúcio foi dispensado do emprego, no qual trabalhou de 17/11/2017 a 20/03/2018, por seu empregador. Na sociedade empresária em que trabalhou, Lúcio batia o cartão de ponto apenas no início e no fim da jornada efetiva de trabalho, sem considerar o tempo de café da manhã, de troca de uniforme (que consistia em vestir um jaleco branco e tênis comum, que ficavam na posse do empregado) e o tempo em que jogava pingue-pongue após almoçar, já que o fazia em 15 minutos, e poderia ficar jogando até o término do intervalo integral. Você foi procurado por Lúcio para, como advogado, ingressar com ação pleiteando horas extras pelo tempo indicado no enunciado não constante dos controles de horário. Sobre o caso, à luz da CLT, assinale a afirmativa correta. a) Lúcio não faz jus às horas extras pelas atividades indicadas, pois as mesmas não constituem tempo à disposição do empregador. b) Lúcio faz jus às horas extras pelas atividades indicadas, pois as mesmas constituem tempo à disposição do empregador, já que Lúcio estava nas dependências da empresa. c) Apenas o tempo de alimentação e café da manhã devem ser considerados como tempo à disposição, já que o outro representa lazer do empregado. d) Apenas o tempo em que ficava jogando poderá ser pretendido como hora extra, pois Lúcio não desfrutava integralmente da pausa alimentar. DURAÇÃO DO TRABALHO – REGIME DE TEMPO PARCIAL • Existe a possibilidade de ser convencionado um contrato de trabalho que pague valor a menor que o salário mínimo, desde que respeitado valor hora, valor dia e valor mensal do salário. • Nestes casos, o salário mínimo pago no final do mês será inferior ao mensal estabelecido por lei, mas igual ou superior ao salário-hora estabelecido pela mesma lei. Da mesma forma a OJ 358 da SDI-I do TST. • O legislador adotava, antes da Lei 13.467/2017, o critério de nominar de regime de tempo parcial aquele cuja duração não excedia 25 horas semanais. • Depois da Lei 13.467/2017, o regime por tempo parcial não poderá exceder 26 horas, com possibilidade de execução de até 6 horas extras1 ou até 30 horas semanais, sem horas extras. DURAÇÃO DO TRABALHO – REGIME DE TEMPO PARCIAL • Art. 58-A. Considera-se TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. • § 1o O SALÁRIO a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempointegral. • § 2o Para os ATUAIS EMPREGADOS, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. • § 3º As HORAS SUPLEMENTARES À DURAÇÃO DO TRABALHO SEMANAL NORMAL serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. DURAÇÃO DO TRABALHO – COMPENSAÇÃO DE JORNADA • O regime de compensação de jornada ocorre quando houver aumento da jornada em um dia pelo correspondente diminuição em outro, de forma a garanti o módulo semanal de 44 horas. • Essa compensação poderá ser realizada mediante as formas TRADICIONAIS e BANCO DE HORAS. • A compensação de jornada tradicional é aquela em que o empregado tem ciência prévia do dia do labor extra e da correspondente compensação e normalmente respeita o módulo semanal ou mensal, mas nada impede que seja trimestral, semestral ou até anual. • O banco de horas foi criado inicialmente pela MP 1.709/98 para compensações de até 120 dias e, mais tarde, com nova redação, para compensações de até um ano, portanto, compensações anuais (vide art. 59, § 2º, da CLT). DURAÇÃO DO TRABALHO – COMPENSAÇÃO DE JORNADA • O § 2º do art. 59 da CLT estabelece o limite de 10 horas de trabalho por dia quando a compensação for ajustada (8 horas + 2 horas). • A compensação, para ser válida, deve ser ajustada de forma escrita entre empregado e empregador ou por norma coletiva e, excepcionalmente, também se admite a forma tácita ou oral. • A forma tácita ou verbal só é permitida se a compensação ocorrer dentro do mesmo mês, salvo para a compensação 12x36 e para o banco de horas, pois nestes casos a lei foi expressa em exigir a forma escrita e/ou norma coletiva. • A compensação fixa ou tradicional prevista em acordo individual entre patrão e empregado, assim como o banco de horas previsto em norma coletiva, pode ocorrer até um ano (art. 59, § 2º, da CLT e art. 611-A, II, da CLT), enquanto no banco de horas ajustado por acordo individual, a compensação deve ocorrer no semestre. DURAÇÃO DO TRABALHO – COMPENSAÇÃO DE JORNADA • Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. • § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. • § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão. • § 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses. • § 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. DURAÇÃO DO TRABALHO – EXCLUÍDOS • Estão excluídos do Capítulo II, “Da Duração do Trabalho”, os empregados de confiança, alguns tipos de trabalhadores externos e os teletrabalhadores na forma do art. 62 da CLT. • Estes trabalhadores também não têm direito a receber pagamento extra pelo tempo que permanecerem à disposição, em sobreaviso, prontidão, por supressão ou labor nos intervalos intra e interjornadas hora noturna e adicional noturno. • 1) Empregados de confiança que tenha padrão mais elevado de vencimentos - exercício de função de confiança e percepção de gratificação de, no mínimo, 40% ou majoração salarial correspondente a 40% (art. 62, parágrafo único, da CLT). • 2) Função de confiança – cargos de gerência (da mais simples a mais complexa) • 3) Empregados externos – desempenho da função fora das dependências da empresa DURAÇÃO DO TRABALHO – EXCLUÍDOS • Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: • I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; • II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. • III - os empregados em regime de teletrabalho. • Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). DURAÇÃO DO TRABALHO – ÔNUS DA PROVA • De acordo com artigo 818 da CLT, bem como inciso I do artigo 373 do NCPC, em regra, é ônus do empregado a prova de realização de horas extras por se tratar de fato constitutivo do seu direito de receber o pagamento das horas extras. • Art. 818. O ônus da prova incumbe: • I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; • II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. • § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. • § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido. • § 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. QUESTÃO (OAB 2018) Jorge trabalhou para a Sapataria Bico Fino Ltda., de 16/11/2017 a 20/03/2018. Na ocasião realizava jornada das 9h às 18h, com 15 minutos de intervalo. Ao ser dispensado ajuizou ação trabalhista, reclamando o pagamento de uma hora integral pela ausência do intervalo, além dos reflexos disso nas demais parcelas intercorrentes do contrato de trabalho. Diante disso, e considerando o texto da CLT, assinale a afirmativa correta. a) Jorge faz jus a 45 minutos acrescidos de 50%, porém sem os reflexos, dada a natureza jurídica indenizatória da parcela. b) Jorge faz jus a 45 minutos acrescidos de 50%, além dos reflexos, dada a natureza jurídica salarial da parcela. c) Jorge faz jus a uma hora integral acrescida de 50%, porém sem os reflexos, dada a natureza jurídica indenizatória da parcela. d) Jorge faz jus a uma hora integral acrescida de 50%, porém sem os reflexos, dada a natureza jurídica salarial da parcela. QUESTÃO (OAB 2017) Suely trabalha na casa de Rogério como cuidadora de seu pai, pessoa de idade avançada e enferma, comparecendo de segunda a sexta-feira, das 8:00 às 17:00 h, com intervalo de uma hora para refeição. De acordo com o caso narrado e a legislação de regência, assinale a afirmativa correta. a) O controle escrito não é necessário, porque menos de 10 empregados trabalham na residência de Rogério. b) A lei de regência prevê que as partes podem acertar, por escrito, a isenção de marcação da jornada normal, assinalando apenas a eventual hora extra. c) A Lei é omissa a respeito, daí por que a existência de controle deve ser acertado entre as partes envolvidas no momento da contratação. d) Rogério deve, por força de Lei, manter controle escrito dos horários de entrada e saídada empregada doméstica. QUESTÃO (OAB 2017) Um empresário explora o ramo de farmácias e drogarias, possuindo 18 filiais divididas por dois estados da Federação. Cada filial tem 5 empregados, todos com CTPS assinada. O empresário, desejando saber se precisa manter controle escrito dos horários de entrada e saída dos empregados, procura você para, como advogado, orientá-lo. Diante da situação retratada e com base na CLT, assinale a afirmativa correta. a) O controle de ponto deverá ser mantido, porque a empresa possui mais de 10 empregados. b) A análise deverá ser feita por cada estado da Federação, sendo obrigatório o ponto se houver mais de 10 empregados no espaço geográfico do estado. c) O empresário não precisará manter controle escrito, porque tem menos de 10 empregados por estabelecimento. d) A Lei é omissa a respeito, daí porque, a título de cautela, é recomendável que seja marcado o controle, podendo haver a pré-assinalação da pausa alimentar. FÉRIAS • Direito irrenunciável assegurado pela Constituição tanto a aqueles empregados regidos pela CLT, como aqueles regidos por lei subsidiária ou até mesmo regime próprio. • Corresponde ao descanso anual remunerado que o trabalhador tem direito a usufruir, desde que tenha adquirido o direito (Período Aquisitivo e Período Concessivo). • Tem como objetivo eliminar as toxinas originadas pela fadiga e que não foram liberadas com os repousos semanais e descansos entre e intrajornadas. • Período de férias são 30 dias corridos, independente se o mês tem 28 ou 31 dias. • O período aquisitivo é estabelecido nos 12 meses subsequentes ao ajuste contratual, seja este por prazo determinado ou indeterminado. • Ao completar os 12 meses do período aquisitivo, inicia-se os 12 meses do período concessivo, subsequentes ao período aquisitivo. Logo, todo período concessivo de férias é computado para o próximo período aquisitivo. FÉRIAS • Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. • § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. • § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. • Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. FÉRIAS • A remuneração das férias será aquela da época da concessão (valor do salário do mês + 1/3) ou da extinção do contrato, quando indenizadas, salvo para o empregado intermitente. • Cabe ressaltar que o terço constitucional incide tanto sobre as férias vencidas como nas vincendas, quanto nas proporcionais, independentemente se gozadas, indenizadas, devidas em dobro ou de forma simples (súmula 328 do TST); • No que tange ao fracionamento, a Reforma permite o fracionamento em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um; • No período das férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato preexistente. • No que tange a comunicação das férias, esta deve ser feita por escrita ao trabalhador com antecedência mínima de 30 dias, conforme artigo 135, caput, da CLT. FÉRIAS • As férias poderão ser concedidas a todos os empregados de uma mesma empresa ou de determinado estabelecimento ou de alguns setores da empresa. Poderão ser concedidas em uma só vez, ou em dois períodos, nenhum deles inferior a 10 dias corridos, conforme artigo 139 da CLT; • É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em dinheiro, desde que seja requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo, conforme artigo 143 da CLT; • Havendo despedida imotivada, despedida indireta, pedido de demissão, extinção normal do contrato, morte do trabalhador, aposentadoria com extinção do contrato, fechamento da empresa ou término de um período de trabalho intermitente, o trabalhador terá direito a receber todas as férias vencidas, simples e dobradas, bem como as proporcionais, todas acrescidas de 1/3, que serão pagas na quitação das direitos resilitórios; • O prazo prescricional das férias (cinco anos durante a vigência) conta-se apartir do ultimo mês para a concessão de cada período e não de cada mês que completou o período aquisitivo, já que o prazo flui da lesão e não do direito em si (artigo 149 da CLT). FÉRIAS PROPORCIONAIS • Para cada mês ou fração superior a 14 dias de trabalho, o empregado tem direito a 1/12 de férias. Se o contrato encerrar e não tiver completado os 12/12, surgirá o direito a férias proporcionais; • As férias proporcionais não são devidas para os empregados demitidos com justa causa (Súmula 171, TST), bem como também não são devidas aquele empregado que pede demissão e conta com menos de 1 ano de serviço (Súmula 261 do TST) • Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. • Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. FALTAS INJUSTIFICADAS • As faltas injustificadas ocorridas no período aquisitivo reduzem quantitativamente o período de descanso, sendo vedado a permuta dos dias de faltas pelos dias correspondentes dias de repouso, isto é, um dia de falta por um dia de diminuição de descanso. • Se o empregado tiver mais de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo, mesmo que descontínuas, perderá o direito ao gozo de férias (artigo 130, IV, da CLT). • Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: • I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; • II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; • III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; • IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. • § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço. • § 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço. QUESTÃO (OAB 2015) Jorge, Luiz e Pedro trabalham na mesma empresa. Na época designada para o gozo das férias, eles foram informados pelo empregador que Jorge não teria direito às férias porque havia faltado, injustificadamente, 34 dias ao longo do período aquisitivo; que Luiz teria que fracionar as férias em três períodos de 10 dias e que Pedro deveria converter 2/3 das férias em abono pecuniário, podendo gozar de apenas 1/3 destas, em razão da necessidade de serviço do setor de ambos. Diante disso, assinale a afirmativa correta. a) A informação do empregador foi correta nos três casos. b) Apenas no caso de Jorge o empregador está correto. c) O empregador agiu corretamente nos casos de Jorge e de Luiz, mas não no de Pedro. d) O empregador está errado nas três hipóteses. QUESTÃO (OAB 2019) Rita de Cássia é enfermeira em um hospital desde 10/01/2018, no qual trabalha em regime de escala de 12x36 horas, no horário das 7.00 às 19.00 horas. Tal escala encontra-se prevista na convenção coletiva da categoria da empregada. Alguns plantões cumpridos por Rita de Cássia coincidiram comdomingos e outros, com feriados. Em razão disso, a empregada solicitou ao seu gestor que as horas cumpridas nesses plantões fossem pagas em dobro. Sobre a pretensão da empregada, diante do que preconiza a CLT, assinale a afirmativa correta. A) Ela fará jus ao pagamento com adicional de 100% apenas nos feriados. B) Ela não terá direito ao pagamento em dobro nem nos domingos nem nos feriados. C) Ela terá direito ao pagamento em dobro da escala que coincidir com o domingo. D) Ela receberá em dobro as horas trabalhadas nos domingos e feriados. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO REMUNERAÇÃO E SALÁRIO QUESTÃO (OAB 2017) Um grupo econômico é formado pelas sociedades empresárias X, Y e Z. Com a crise econômica que assolou o país, todas as empresas do grupo procuraram formas de reduzir o custo de mão de obra. Para evitar dispensas, a sociedade empresária X acertou a redução de 10% dos salários dos seus empregados por convenção coletiva; Y acertou a mesma redução em acordo coletivo; e Z fez a mesma redução, por acordo individual escrito com os empregados. Diante da situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta. a) As empresas estão erradas, porque o salário é irredutível, conforme previsto na Constituição da República. b) Não se pode acertar redução de salário por acordo coletivo nem por acordo individual, razão pela qual as empresas Y e Z estão erradas. c) A empresa Z não acertou a redução salarial na forma da lei, tornando-a inválida. d) As reduções salariais em todas as empresas do grupo foram negociadas e, em razão disso, são válidas. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO • Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. • § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. • § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, NÃO se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. • § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. • § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO • O § 1º do art. 457 da CLT retira do texto legal as seguintes parcelas: abonos, diárias de viagem, percentagens e substitui a expressão “gratificações ajustadas” por “gratificações legais”. • A partir da Lei 13.467/2017, as diárias de viagem, mesmo que superiores a 50% do salário do empregado, deixam de ter natureza salarial. • Ainda que recebidos todos os meses ou habitualmente, também não têm natureza salarial o auxílio-alimentação, prêmios e abonos. Dessa forma, não será mais necessária a adesão da empresa ao PAT para retirar a natureza salarial da alimentação, seja ela concedida in natura, como tíquete ou como vale-refeição. GORJETAS • A gorjeta não é obrigação do empregador, e sim concessão espontânea de terceiro. Portanto, não tem as mesmas tutelas do salário, tais como a impenhorabilidade e a irredutibilidade. É protegida apenas pela integralidade, já que é espécie de doação (natureza jurídica) de terceiro ao empregado. • Nesse sentido, são concedidas por um terceiro com a finalidade de estimular, agradar ou obter vantagens com o trabalho prestado pelo empregado. Por isso, não poderá o empregador reter qualquer percentagem da gorjeta ou da paga de terceiro, salvo para os encargos trabalhistas e impostos e taxa de cartão de crédito, quando o cliente opta por incluí-las no cartão. • Existem as gorjetas compulsórias, fixadas nas notas, cobradas do cliente para distribuição entre os empregados. Por sua vez, existem as gorjetas espontâneas, que ficam a livre- arbítrio do cliente em concedê-las ou não. SALÁRIO-UTILIDADE • Utilidade é tudo que não é dinheiro, pecúnia. • Para que uma utilidade fornecida pelo empregador tenha natureza salarial é necessário sua concessão de forma habitual, gratuita para o empregado e que seja fornecida pelos serviços prestados (e não para a realização dos serviços), isto é, como forma de contraprestação destes. Necessário também que essa utilidade seja benéfica ao trabalhador, e que ainda não tenha lei em contrário que a proíba. • O artigo 81 da CLT determina que, no mínimo, 30% do salário seja pago em dinheiro, impedindo o empregador de descontar 100% do salário e, por outro lado, permitindo ao empregado a livre utilização desta parte do salário. • Tipos de utilidades: alimentação, habitação, transporte, vestuário, higiene, previdência, saúde, educação, lazer e cultura. GRATIFICAÇÕES • É o plus salarial pago pelo empregador para remunerar ou estimular o exercício de determinada situação, função, época especial ou para incentivo. • É parcela espontânea, pois não prevista ou imposta por lei, podenda esta ser criada por contratos, normas coletivas ou internas. • Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. • § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. GRATIFICAÇÕES • A Reforma Trabalhista autorizou a integração das gratificações legais ao salário para fazer de base de cálculo para outras verbas. Mas por outro lado, impediu a integração de outras parcelas contratuais. • A gratificação de função é criada espontaneamente, isto é, nenhum empregador é obrigado a pagá-la, salvo se assim ajustou por norma coletiva, interna ou por contrato. • Ressalta-se que o parágrafo 2, do artigo 224, da CLT, não obriga os bancos a realizar o pagamento de gratificação de função de 1/3, apenas menciona que se houver o pagamento e o exercício simultâneo de cargo de confiança, o bancário estará enquadrado na jornada de 8 horas e não na regra geral dos bancários (seis horas). GRATIFICAÇÕES • A gratificação de função é condicionada ao exercício da função, enquanto exercê-la, receberá o benefício. Já a gratificação de função de confiança, percebida por 10 ou mais anos de serviço, antes era incorporada e não poderia ser suprimida. Com a Reforma tal gratificação poderá ser suprimida, mesmo após os 10 anos de efetivo exercício. • No que tange aos reflexos, a gratificação possui natureza salarial e serve também de cálculo para as horas extras, porém, a norma coletiva poderá retirar tal natureza. • Gratificação semestral é paga duas vezes ao ano, com valores fixos, não dependendo nem do lucro e nem da produção. COMISSÕES E PRÊMIO • Comissão é forma de contraprestação, exclusiva ou não, que leva em conta o resultado ou o desempenho dos trabalhadores que exercem serviços vinculados à sua produção ou a do grupo. Ou seja, é a percentagem ajustada sobre o valor do serviço ou negócio. Tais valores integram o salário para qualquer fim. • Algumas comissões pagas como contraprestação de maior produtividade não terão natureza salarial, pois equipara-se ao prêmio. • Vendedor pracista/Representante comercial são remunerados apenas sob a forma de compensação, havendo lei específica que regula seus direitos. COMISSÕES E PRÊMIO • Prêmio tem a finalidade de recompensar, estimular, agradar, presentear o empregado. É instituído em caráter de liberalidade, não sendo obrigado o empregador a repeti-lo, salvo ajuste em contrário. • Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, alémdo salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. • § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. • Após a Reforma, fora retirado sua natureza salarial. AJUDAS DE CUSTO E VIAGEM • As ajudas de custo destinam-se a ressarcir as despesas efetuadas pelo empregado em virtude de sua transferência (artigo 469 e 470, da CLT). São pagas em uma única vez e em nenhuma hipótese terá natureza salarial, mesmo ultrapassando o salário do empregado no mês. • As diárias de viagem se destinam ao ressarcimento das despesas decorrentes de viagem que o empregado realiza durante a execução do contrato. Anteriormente, se tais diárias fossem pagas de forma habitual e excedendo 50% do salário base mensal tinham natureza salarial. • Após a Reforma, não possuem natureza salarial, sendo caracterizadas como parcela indenizatória, conforme artigo 457, §2° da CLT. ADICIONAIS • Constitui sobressalário e possui natureza salarial apesar da finalidade precípua de indenizar a nocividade causada pela situação ao qual o empregado estava exposto ou submetido. • Cessada a sua nocividade, cessa também a obrigação legal do empregador em pagar o respectivo adicional, mas uma vez pago tem natureza salarial. • O trabalho em local insalubre, perigoso, noturno, extraordinário e a transferência do empregado para outra localidade são situações que acarretam pagamento de adicionais. • Tais adicionais são compulsórios, ou seja, obrigatórios em virtude de lei e não dependem apenas da mera liberalidade do empregador. ADICIONAIS ADICIONAIS • De acordo com artigo 193, §2° da CLT, o empregado que trabalhar ao mesmo tempo em local insalubre e perigoso deverá optar por apenas um adicional, pois é vedado o acúmulo dos dois. • Adicional de transferência, por sua vez, é devido e apenas enquanto perdurar a transferência do empregado para localidade diversa da contratada e desenvolvida, desde que importe necessariamente em mudança de domicílio e de localidade. (Artigo 469, CLT). ADICIONAIS ADICIONAIS QUESTÃO (OAB 2017) Na convenção coletiva de determinada categoria, ficou estipulado que o adicional de periculosidade seria pago na razão de 15% sobre o salário-base, pois, comprovadamente, os trabalhadores permaneciam em situação de risco durante metade da jornada cumprida. Sobre a cláusula em questão, assinale a afirmativa correta. a) A cláusula não é válida, pois se trata de norma de ordem pública. b) A validade da cláusula depende de homologação judicial. c) A cláusula é válida, porque a Constituição da República garante eficácia aos acordos e às convenções coletivas. d) A legalidade da cláusula será avaliada pelo juiz, porque a Lei e o TST são silentes a respeito. QUESTÃO (OAB 2017) Solange é comissária de bordo em uma grande empresa de transporte aéreo e ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional de periculosidade, alegando que permanecia em área de risco durante o abastecimento das aeronaves porque ele era feito com a tripulação a bordo. Iracema, vizinha de Solange, trabalha em uma unidade fabril recebendo adicional de insalubridade, mas, após cinco anos, sua atividade foi retirada da lista de atividades insalubres, por ato da autoridade competente. Sobre as duas situações, segundo a norma de regência e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. a) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema perderá o direito ao adicional de insalubridade. b) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema manterá o adicional de insalubridade por ter direito adquirido. c) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema manterá o direito ao adicional de insalubridade. d) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema perderá o direito ao adicional de insalubridade. QUESTÃO (OAB 2015) Hugo, José e Luiz são colegas de trabalho na mesma empresa. Hugo trabalha diretamente com o transporte de material inflamável, de modo permanente, nas dependências da empresa. José faz a rendição de Hugo durante o intervalo para alimentação e, no restante do tempo, exerce a função de teleoperador. Luiz também exerce a função de teleoperador. Acontece que, no intervalo para a alimentação, Luiz pega carona com José no transporte de inflamáveis, cujo trajeto dura cerca de dois minutos. Diante dessa situação, assinale a afirmativa correta. a) Como Hugo, José e Luiz têm contato com inflamáveis, os três têm direito ao adicional de periculosidade. b) Apenas Hugo, que lida diretamente com os inflamáveis em toda a jornada, tem direito ao adicional de periculosidade. c) Hugo faz jus ao adicional de periculosidade integral; José, ao proporcional ao tempo de exposição ao inflamável; e Luiz não tem direito ao adicional, sendo certo que a empresa não exerce qualquer atividade na área de eletricidade. d) Hugo e José têm direito ao adicional de periculosidade. Luiz não faz jus ao direito respectivo. QUESTÃO Justificativa: Súmula nº 364 do TST ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE (inserido o item II) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2003. I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003) QUESTÃO (OAB 2015) Maria trabalha para a sociedade empresária Alfa S.A. como chefe de departamento. Então, é informada pelo empregador que será transferida de forma definitiva para uma nova unidade da empresa, localizada em outro estado da Federação. Para tanto, Maria, obrigatoriamente, terá de alterar o seu domicílio. Diante da situação retratada e do entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. a) Maria receberá adicional de, no mínimo, 25%, mas tal valor, por ter natureza indenizatória, não será integrado ao salário para fim algum. b) A empregada não fará jus ao adicional de transferência porque a transferência é definitiva, o que afasta o direito. c) A obreira terá direito ao adicional de transferência, mas não à ajuda de custo, haja vista o caráter permanente da alteração. d) Maria receberá adicional de transferência de 25% do seu salário enquanto permanecer na outra localidade QUESTÃO JUSTIFICATIVA: Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio . § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.
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