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Noções sobre Direitos Humanos na Constituição Brasileira

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Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 1 
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 2 
NOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOSNOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOSNOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOSNOÇÕES SOBRE DIREITOS HUMANOS
Direitos e Deveres Individuais e coletivos. Considerações sobre a polícia e os Direitos Humanos.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 3 
Na constituição brasileira os artigos referentes a esse assunto podem ser encontrados no Capítulo I, Artigo
5º que trata Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. 
Vejamos a lei e depois analisaremos cada princípio.
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
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XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente
de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
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XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicaráo direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
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c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
 LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei; (Regulamento).
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
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a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
 LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
 LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania.
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LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na
forma deste parágrafo)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Analisando cada artigo temos:Analisando cada artigo temos:Analisando cada artigo temos:Analisando cada artigo temos:
1. Princípio da Igualdade ( art. 5º caput e I)
Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. 
*Igualdade material. A lei deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais , na medida de suas
desigualdades. Ex: condições às presidiárias para que possam permanecer com seus filhos durante o período
de amamentação; licença à maternidade e licença à paternidade; serviço militar obrigatório; 
* Esse princípio não proíbe tratamento diferenciado entre pessoas, desde que haja razoabilidade para o
discrímen.
* AÇÕES AFIRMATIVAS - tenta-se proteger certos grupos que merecem tratamento diverso, com medidas
de proteção. Ex: cota para negros em universidades. 
2. Princípio da Legalidade (artigo 5º II)
Ninguém será obrigado a fazer o u deixar de fazer nada senão em virtude de lei Mencionado princípio deve
ser lido de forma diferente para o particular e para a Administração.
Nas relações particulares, pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da
vontade. Já em relação á Administração, só pode fazer o que a lei permite; 
3. Liberdade de manifestação de pensamento (art.5º, IV e V)
A Constituição assegurou a liberdade de manifestação de pensamento, VEDANDO O ANONIMATO. Caso
durante a manifestação do pensamento se cause dano material, moral ou à imagem, assegura-se o direito de
resposta, proporcional ao agravo. 
4. Liberdade de consciência, crença e culto ( art. 5º, VI a VIII)
*Assegura-se a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na formada lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias. 
* Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
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salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta (como o serviço militar obrigatório) e
recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei.
- O Brasil é um país LAICO ou LEIGO, ou seja, não tem uma religião oficial.
5. Inviolabilidade domiciliar
:Hipóteses constitucionais de violação de domicílio:
-Por determinação judicial: SOMENTE DURANTE O DIA.
-Flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro: durante o dia ou à noite, não necessitando de
determinação judicial. 
6. Sigilo de Correspondência e Comunicações ( art 5º , XII)
È inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
* Sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas:em regra, inviolável. É possível, no entanto, sua
violação nas hipóteses de decretação de estado de defesa e estado de sítio. É possível também em
determinadas circunstâncias observado o princípio da razoabilidade.
* Sigilo de dados: sigilo bancário e fiscal. Pode ser realizada a quebra por autorização judicial, determinação
de CPI ou requisição do MP.
* Segundo o STF, o MP só pode quebrar diretamente o sigilo quando se tratar de verbas públicas.
* Sigilo das comunicações telefônicas . Interceptação telefônica. Trata-se da captação da conversa.
1. Cláusula de Reserva de Jurisdição. SOMENTE O JUIZ PODE DETERMINAR.
2. Somente é possível na forma estabelecida em na lei 9296/96. Apenas para crimes apenados com
RECLUSÃO (sob pena de constituir prova ilícita).
3.Somente para fins de investigação criminal e instrução processual penal. Não ocorre nos processo
administrativos ou cíveis.
4. Estende-se às comunicações telemáticas e de informática. Ex: e-mails. 
7. Provas ilícitas (art. 5º, LVI)
As provas obtidas por meio ilícitos são inadmissíveis no processo. 
1. A presença de provas ilícitas não invalida necessariamente todo o processo.
2. A prova ilícita contamina todas as provas levantadas a partir dela –
 Teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the poisonous tree). 
*Princípio da Razoabilidade e Ilicitude da prova*Princípio da Razoabilidade e Ilicitude da prova*Princípio da Razoabilidade e Ilicitude da prova*Princípio da Razoabilidade e Ilicitude da prova
*Gravação da conversa por um dos interlocutores (gravação clandestina) gravando está sendo vítima de
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proposta criminosa do outro (HC 80949/RJ, Min. Sepúlveda Pertence, 30.10.2001)
*Gravação de conversa realizada por terceiros sem o consentimento de um dos interlocutores (escuta
telefônica). É lícita quando feita com autorização de um dos interlocutores, desde que para ser utilizada em
legítima defesa. 
8. Direito de reunião ( art. 5º, XVI)
Garante-se o direito de reunião
1. De forma pacífica, sem armas e em locais abertos ao público
2. Independentemente de prévia autorização do Poder Público
3. Desde que não frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local
4. Exigido, apenas, o prévio aviso à autoridade competente. 
9. Direito de associação ( art. 5º, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI)
* Liberdade de associação, vedada a de caráter paramilitar
*A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento,
*SUSPENSÃO: sentença judicial.
*DISSOLUÇÃO: sentença judicial transitada em julgado. 
10. Direito de Propriedade (art. 5º, XXII, XXIII, XXIV, XXV e XXVI)
1.Assegura-se o direito de propriedade que deverá atender à sua FUNÇÃO SOCIAL.
2. Este direito NÃO É ABSOLUTO. 
Hipóteses de restrição a esse direito:
2.1. DESAPROPRIAÇÃO
a. Necessidade, utilidade pública ou interesse social.
b. Regra: justa e prévia indenização em dinheiro.
c. Ressalvados os casos previsto na Constituição
Exceções:
*Desapropriação-sanção: pelo Município, com pagamentos em títulos da dívida pública, ou com títulos da
dívida agrária, pela União, para fins de reforma agrária.* 
*Plantação de drogas ou substâncias afins: expropriação das terras, sem indenização alguma, destinada ao
assentamento de colonos. 
2.2. REQUISIÇÃO:
a- Iminente perigo público
b- Podendo a autoridade competente usar da propriedade particular
c- Indenização ulterior
d- Se houver dano.
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11. Direito de herança e estatuto sucessório (art. 5º, XXX e XXXI):
*Os herdeiros só respondem pelas dívidas de seu sucessor nas forças da herança.
A sucessão de estrangeiro domiciliado no Brasil reger-se-á pela lei brasileira, mas se a lei do país do falecido
for mais favorável ao cônjuge sobrevivente ouaos filhos brasileiros, aplicar-se-á a lei estrangeira.
12. Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição ( art. 5º, XXXV)
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
* Para se ingressar no Judiciário não é necessário o prévio esgotamento das vias administrativas. Exceção:
Justiça desportiva e habeas data. 
13. Limites à retroatividade da lei (art. 5º, XXXVI)
Visando a garantir estabilidade às relações jurídicas, o constituinte originário estabeleceu que a lei não
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
*Direito adquirido: é aquele que já possui todos os requisitos para o seu exercício.
*Ato jurídico perfeito: é um “plus” do direito adquirido, ou seja, já preencheu os requisitos e já exercitou.
*Coisa julgada: decisão judicial da qual não caiba mais recursos. 
14. Princípio do juiz natural ou legal ( art. 5º, XXXVII e LIII)
Proibição de juízo ou tribunal de exceção, não podendo ninguém ser processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente. 
15.Tribunal do Júri.
Competência: Crimes DOLOSOS contra a vida.
* A competência do Tribunal do Júri é afastada em face do foro especial previsto na CF. Ex: Homicídio
►cometido pelo Presidente da República em razão do cargo STF. 
16.Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia e crimes inafiançáveis e imprescritíveis (art. 5º
XLII, XLIII, XLIV) 
Inafiançáveis e imprescritíveis Inafiançáveis e
insuscetíveis de graça e
anistia
Racismo Tortura
Ação de grupos armados contra o Estado Democrático de
Direito 
Terrorismo
 Tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas
afins
 Crimes hediondos
 
17. Sobre as penas (art. 5º, XLVI, XLVII) 
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Penas permitidas Penas vedadas
Privação ou restrição de liberdade Morte, salvo guerra declarada
Perda de bens Caráter perpétuo
Prestação social alternativa Trabalhos forçados
Multa Banimento 
Suspensão ou interdição de direitos Cruéis
 
18. Presunção de inocência (art.5º, LVII)
Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Ou seja, a
inocência é presumida.
Esse princípio:
1. Não afasta a possibilidade de prisões cautelares (temporárias, preventivas, flagrante, por pronúncia, por
sentença sem trânsito em julgado).
2.Tem sua principal aplicação na esfera penal, podendo ser aplicada de forma atenuada na esfera
administrativa.
3.Impede o lançamento do nome do réu no rol dos culpados antes do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória. 
19. Regras sobre prisão
1.Hipóteses:
a. Flagrante delito
b. Ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente
c. Salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei (art. 5º, LXI).
2. Prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (art.5º, LXV)
3.Ninguém será levado ou mantido na prisão quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança
(art.5º, LXVI)
4.Prisão civil: Não é admitida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel (LXVII). 
20. Regras sobre extradição (art. 5º, LI e LII)
* Brasileiro nato: Nunca será extraditado
* Brasileiro naturalizado: Será extraditado:
a- em caso de crime comum, praticado antes da naturalização.
b- comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, praticado antes ou depois
da naturalização.
* Estrangeiro – poderão ser extraditados, exceto em caso de crime político ou de opinião. 
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21. Devido processo legal, contraditório e ampla defesa ( art. 5º, LIV e LV)
* Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
* Assegura-se aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral o contraditório
e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
22. Assistência jurídica gratuita
O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita AOS QUE COMPROVAREM INSUFICIÊNCIA DE
RECURSOS. 
23. Gratuidade das certidões de nascimento e de óbito
Nos termos do art. 5º, LXXVI, são gratuitos aos reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a- registro civil de nascimento
b-certidão de óbito
Atenção!!! Segundo o STF, a gratuidade desses documentos independe da condição econômica do
indivíduo. 
24. Razoável duração do processo. 
A todos no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de suas tramitação. 
 
Remédios ConstitucionaisRemédios ConstitucionaisRemédios ConstitucionaisRemédios Constitucionais 
A. Remédios Administrativos (artigo 5º XXXIV). São gratuitos e não necessita de advogado.
A.1 .Direito de petição. Defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
A.2. Obtenção de certidões. Defesa de direito ou esclarecimento de situações pessoais. 
B. Remédios Judiciais 
B.1. Habeas Corpus ( art. 5º, LXVIII)
1.Proteção – Direito de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.
2.Pode ser preventivo ou repressivo
3. Legitimação
3.1. Ativa: universal
3.2. Passiva: Agente público ou privado
4. Gratuito
5. Não necessita de advogado
6. Cabível por ofensa indireta ou reflexa ao direito de locomoção 
B.2. Habeas Data ( art. 5º, LXXII)
1. Proteção
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 14 
1.1. Assegurar o conhecimento de informações RELATIVAS À PESSOA DO IMPETRANTE
1.2. Retificação de dados 
2. Legitimação
2.1. Ativa: pessoa natural ou jurídica a quem interesse,
2.2. Passiva: Entidades governamentais e privadas
3. ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA
4. Gratuito
5. Necessidade de advogado 
B.3.Mandado de Segurança ( art.5º, LXIX e LXX)
1. Proteção: Natureza subsidiária. Proteção de direito líquido e certo não amparado por HC ou HD
2. Legitimação
2.1 Ativa: Pessoa natural ou jurídica; órgãos públicos na defesa de suas atribuições e prerrogativas.
2.2.Passiva: Autoridades públicas e agentes privados desde que no exercício de atribuições delegadas pelo
Poder público
3. Prazo decadencial: 120 dias
4.MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
4.1 Partido político com representação no Congresso Nacional
4.2 Organização sindical
4.3 Entidade de classe 
4.4. Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
5. Não se exige autorização específica das referidas entidades para impetração da ação ( caso de substituição
processual)
6. A exigência de constituição e funcionamento de pelo menos um ano é só para as associações. 
B.4. Mandado de Injunção ( art. 5º, LXXI)
1.Proteção: Conferir maior efetividade a DIREITO PREVISTO NA CONSTITUIÇÃO cujo exercício
dependa de norma regulamentadora.
2. Legitimação:
2.1. Ativa: o titular do direito constitucional cujo exercício esteja impedido por falta de norma
regulamentadora.
2.2. Passiva: órgão público omisso.
3. Requisitos do mandado de Injunção
3.1. Falta de norma regulamentadora de direito previsto na Constituição e eficácia limitada;
3.2.Impedimento ao exercício do direitopertencente à pessoa do impetrante.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 15 
4. Mandado de Injunção coletivo
4.1 Legitimação
4.1.1. Partido político com representação no Congresso Nacional
4.1.2. Organização sindical
4.1.3. Entidade de classe 
4.2.4. Associação legalmente constituída há pelo menos um ano. 
B.5. Ação Popular ( art. 5º, LXXIII)
1.Proteção: anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.
2.Legitimação
2.1. Ativa: CIDADÃO
2.2. passiva: entes públicos e privados
3. Requisito: Ilegalidade. O STF entende dispensável o dano efetivo.
4. Isenção de custas e ônus de sucumbência
 Será afastada a isenção em caso de comprovada má-fé.
5. Necessidade de advogado. 
ATENÇÃO: As ações de natureza cível (ação popular, ação civil pública, ação de improbidade
administrativa) não contemplam foro especial. 
 
 
 
 
ExercíciosExercíciosExercíciosExercícios
Marque certo ou errado nas seguintes questões:Marque certo ou errado nas seguintes questões:Marque certo ou errado nas seguintes questões:Marque certo ou errado nas seguintes questões:
 
* Noções gerais 
1. São considerados direitos fundamentais de primeira geração os direitos civis e políticos, que
correspondem, em um quadro histórico, à fase inicial do constitucionalismo no ocidente.
2. Historicamente, os direitos que hoje se conhecem como fundamentais surgiram como limitações à
ingerência abusiva do Estado na esfera da vida individual; esses direitos , essencialmente ligados à defesa da
liberdade, são os que atualmente se denominam de direitos de primeira geração (ou de primeira dimensão).
3. Os direitos de primeira geração consagram a titularidade no indivíduo, porém não podem ser traduzidos
em forma de oposição ao Estado, uma vez que são atributos da pessoa humana e não se enquadram na
categoria de status negativus.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 16 
4. O direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente e o direito de propriedade ao
patrimônio comum da humanidade podem ser considerados como direitos de segunda geração ou dimensão.
5. O direito de comunicação pode ser enquadrado no rol dos direitos de terceira dimensão ou geração.
6.Não existem direitos nem garantias absolutos, o que implica a possibilidade de limites constitucionais e
infraconstitucionais a eles, inclusive no que tange aos direitos e garantias fundamentais. Essas limitações,
contudo, também devem observar certos parâmetros, como a preservação do núcleo daqueles direitos e
garantias e o princípio da proporcionalidade.
7. Os direitos e garantias individuais previstos na Constituição dependem invariavelmente, de lei ordinária
que os desenvolva, para que possam produzir todos os seus efeitos.
8. No sistema constitucional brasileiro, os direitos fundamentais apenas podem ser argüidos em face dos
poderes públicos, não podendo ser invocados nas relações entre particulares.
9. Todas as normas que tratem de direitos fundamentais na Constituição são auto-executáveis, tendo
aplicação imediata.
10. Uma lei não pode contrariar norma definidora de direito fundamental e nem uma emenda à
Constituição pode revogar direito individual fundamental instituído pelo poder constituinte originário.
11. Na Constituição brasileira, consideram-se direitos fundamentais os direitos e garantias individuais e
coletivos enumerados no Texto Magno, os direitos sociais, porém, não são considerados direitos
fundamentais.
12. Consideram-se direitos fundamentais apenas aqueles expressamente enumerados no título da
Constituição relativo aos direitos e garantias fundamentais. 
* Direitos e deveres individuais em espécie 
13. O direito constitucional à vida, no Brasil, abrange apenas sua forma extra-uterina.
14. Uma associação pode ser compulsoriamente dissolvida, por meio de ato administrativo devidamente
fundamentado, desde que atendidos os requisitos do devido processo legal e da ampla defesa.
15. O direito fundamental à inviolabilidade do domicílio se estende ao cidadão que resida em quarto de
hotel. 
16. A casa é asilo inviolável do indivíduo. Ninguém pode ingressar em residência alheia sem o
consentimento do morador, salvo flagrante delito ou determinação judicial, independentemente do horário
do dia ou da noite. 
17. A duração prolongada, abusiva e não-razoável do processo penal, embora gere transtorno à vida do
acusado, não chega a atingir qualquer norma constitucional.
18. O princípio constitucional da igualdade não veda que a lei estabeleça tratamento diferenciado entre
pessoas que guardem distinções de grupo social, de sexo, de profissão, de condição econômica ou de idade,
entre outras; não se admite é que o parâmetro diferenciador seja arbitrário, desprovido de razoabilidade, ou
deixe de atender a alguma relevante razão de interesse público.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 17 
19. A Constituição garante o funcionamento do tribunal do júri para o julgamento das causas cíveis e
criminais, nos temos definidos em lei.
20. A ação penal quando demasiadamente genérica, impossibilita ao cidadão o exercício do direito de defesa
– um postulado básico do Estado de Direito e pode atingir a própria dignidade humana.
21. A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada sempre pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, independentemente da lei pessoal do de cujus.
22. Toda prisão anterior ao trânsito em julgado de sentença penal condenatória é inconstitucional, por ferir
o princípio da presunção de inocência. 
23. O Estado deve prestar assistência jurídica integral e gratuita a todos.
24. Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais.
25. A prática do racismo constitui crime inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça ou anistia, sujeito
à pena de detenção, nos termos da lei.
26. A garantia de que nenhuma pena ultrapassará a pessoa do condenado impede que a obrigação de reparar
o dano e a decretação do perdimento dos bens em decorrência de ilícito penal sejam estendidas aos
sucessores e contra eles executadas.
27. A vedação à identificação criminal do cidadão civilmente identificado tem caráter absoluto também em
relação ao legislador, a quem a Constituição não conferiu qualquer ressalva.
28. Salvo exceções, a CF proscreve a prisão por dívidas.
29. Segundo o STF, a lei pode estender a gratuidade do registro civil de nascimento e da certidão de óbito a
todos, independentemente da condição econômica do requerente, o que significa dizer que os cartórios, na
qualidade de delegados do poder público, não têm direito absoluto à percepção de emolumentos por todos
os serviços prestados.
30. O STF, em sua mais nova composição, reavaliando a constitucionalidade da prisão civil no ordenamento
jurídico pátrio, ratificou a posição até então adotada pela corte no sentido de ser a constrição plenamente
cabível à luz da Constituição Federal — seja em decorrência de inadimplemento da prestação alimentícia,
seja em razão do depósitoinfiel e até mesmo da alienação fiduciária convertida em depósito — porque o
Pacto de San José tem status de legislação ordinária, inábil, pois, para reformar o paradigma constitucional.
31. O direito de greve de servidor público ainda não foi devidamente regulamentado. Sendo assim, segundo
entendimento do STF, aos casos de greve desses servidores devem ser aplicadas, no que couber, as mesmas
normas do exercício do direito de greve da iniciativa privada.
32. A gravação de conversa entre duas pessoas, feita por uma delas sem o consentimento da outra,
registrando o fato para prevenir uma negação futura, é considerada ilícita, não sendo possível a utilização do
registro como meio de defesa. 
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 18 
* Remédios constitucionais 
33. Mediante o pagamento da respectiva taxa, fica assegurado a todos o direito à obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
34. De acordo com a jurisprudência do STF, a utilização de habeas data como remédio jurídico
constitucional processual destinado a garantir o direito de acesso a registros públicos e de retificação destes
independe de condições prévias.
35. São gratuitas as ações de habeas corpus, habeas data e o mandado de injunção.
36.Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, ação que pode ter caráter preventivo ou repressivo
37.Os chamados remédios constitucionais, ou remédios do direito constitucional, consistem em meios à
disposição do indivíduo para provocar a atuação das autoridades competentes, com o fim de evitar ou sanar
ilegalidade e abuso de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais e coletivos.
38. Se Armando, simples cidadão, tomar conhecimento de que, na Superintendência Regional do
Departamento de Polícia Federal de algum estado da Federação, estão sendo praticados atos ilícitos pelo
respectivo superintendente, poderá, por meio de simples petição, dirigir-se ao Diretor-Geral do DPF para
apontar as ilegalidades, estando esta autoridade a despachar a petição.
39. Se o caso é de habeas corpus, não cabe mandado de segurança.
40. São legitimados a impetrar o mandado de segurança coletivo os partidos políticos e as organizações ou
entidades legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano.
41. Se Lúcia, adversária política de Ana, governadora de um estado, ajuizar ação popular contra atos
praticados por Ana, e o pedido da ação for julgado improcedente, deverá haver condenação da autora às
custas judiciais e ao ônus da sucumbência, desde que se tenha alegado, na contestação, má-fé da autora.
42. Apenas as ações judiciais foram previstas na Constituição de 1988 como remédios constitucionais
garantidores dos direitos fundamentais.
43. A ação de habeas corpus destina-se a evitar qualquer ilegalidade praticada contra direito do cidadão no
curso do processo penal.
44. O mandando de segurança pode ser impetrado, em certos casos, mesmo que se necessário for o exame de
provas.
45. Qualquer direito previsto no ordenamento jurídico e não-regulamentado pode ser satisfeito por meio de
mandado de injunção.
46. O mandado de injunção é instrumento a ser utilizado para viabilização de direito assegurado em lei, mas
sem a regulamentação das autoridades competentes. 
GabaritoGabaritoGabaritoGabarito
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 19 
1-C; 2-C; 3-E; 4-E; 5-C; 6-C; 7-E; 8-E; 9-E; 10-C; 11-E; 12-E; 13-E; 14-E; 15-C; 16-E; 17-E; 18-C; 19-E; 20-
C; 21-E; 22-E; 23-E; 24-C; 25-E; 26-E; 27-E; 28-C; 29-C; 30-E; 31-C; 32-E; 33-E; 34-E; 35-E; 36-C; 37-C; 38-
C; 39-C; 40-E; 41-E; 42-E; 43-E; 44-C; 45-E; 46-E 
 
Questões de ConcursoQuestões de ConcursoQuestões de ConcursoQuestões de Concurso
 1 - ( CESPE - 2009 - TRE-MG - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas / Direito Constitucional /
Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança e Ação Popular; )
Suponha que, por falta de norma regulamentadora, Joaquim, brasileiro nato, residente e domiciliado no
Brasil, depare-se com a inviabilidade de exercer prerrogativas inerentes à cidadania. Nessa hipótese,
Joaquim deve ajuizar
 * a) mandado de segurança.
 * b) habeas corpus.
 * c) habeas data.
 * d) mandado de injunção.
 * e) ação popular.
2 - ( FCC - 2009 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Administrativa / Direito Constitucional / Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos; )
No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, considere as seguintes assertivas:
I. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, permitida a de caráter paramilitar.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 20 
II. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização.
III. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa.
IV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
V. São assegurados, nos termos da lei, a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.
Está correto o que se afirma APENAS em
 * a) I e II.
 * b) I, II e III.
 * c) I, IV e V.
 * d) II, III e IV.
 * e) IV e V.
3 - ( FCC - 2009 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Técnico Judiciário - Área Administrativa / Direito
Constitucional / Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; )
Em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos, pode-se afirmar que
 * a) é livre a manifestação do pensamento, sendo permitido, em qualquer caso, o anonimato.
 * b) a expressão da atividade científica depende de censura ou licença.
 * c) é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação
coletiva, vedada nas militares.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 21 
 * d) homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.
 * e) é plena a liberdade de associação, inclusive a de caráter paramilitar.
4 - ( FCC - 2006 - DPE - SP - Defensor Público / Direito Processual Penal / Revisão Criminal; )
O direito a justa indenização no caso de prejuízos sofridos pelo acusado e reconhecidos em condenação
rescindida por revisão criminal tem o seguinte fundamento:
 * a) o Código de Processo Penal no título relativo à ação civil ex delicto.
 * b) a necessidade de prova exclusivamente de dolo dos representantes ou agentes do Estado.
 * c) a necessidade de prova de dolo ou culpa dos representantes ou agentes do Estado.
 * d) a Constituição Federal no capítulo dos direitos e deveres individuais e coletivos.
 * e) a Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004 que trata da reforma do Poder Judiciário.
5 - ( FCC - 2006 - PGE-RR - Procurador de Estado / Direito Constitucional / Direitos e Deveres Individuais
e Coletivos; )
Dentre os direitos e deveres individuais e coletivos, a Constituição Federal assegura o direito
 * a)à moradia.
 * b) ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
 * c) de herança.
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 * d) à educação.
 * e) de proteção em face da automação.
6 - ( FCC - 2009 - TRE-AM - Técnico Judiciário - Programação de Sistemas / Direito Constitucional /
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; )
Com relação aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que o mandado de injunção
será concedido
 * a) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
 * b) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
 * c) para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.
 * d) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
 * e) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
7 - ( OFFICIUM - 2003 - TJ-RS - Oficial de Justiça / Direito Constitucional / Direitos e Deveres Individuais
e Coletivos; )
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, assinale a assertiva correta sobre direitos e
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deveres individuais e coletivos.
 * a) Aos estrangeiros residentes no Brasil não é garantida a inviolabilidade do direito à igualdade.
 * b) Assegura-se aos presos o respeito à integridade física e moral, embora não tenham eles direito à
identificação dos responsáveis por sua prisão.
 * c) O sigilo das comunicações telefônicas é inviolável, salvo em caso de ordem emanada do Poder
Executivo, independentemente de autorização judicial.
 * d) Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
 * e) O direito de petição aos poderes públicos e a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defender direitos, dependerão do pagamento de taxas.
8 - ( OFFICIUM - 2005 - TJ-RS - Auxiliar Judiciário / Direito Constitucional / Direitos e Deveres
Individuais e Coletivos; )
O art. 5o da Constituição Federal estabeleceu o elenco de direitos e deveres individuais e coletivos, dentro
do campo dos Direitos e Garantias Fundamentais. Que regra, dentre as propostas abaixo, não está ali
estabelecida?
 * a) O amplo e livre exercício de qualquer trabalho, ofí- cio ou profissão não está mais sujeito a disposi-
ções legais restritivas.
 * b) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial trânsita em julgado.
 * c) A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciá- rio lesão ou ameaça a direito.
 * d) A lei considerará crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 24 
 * e) No processo judicial ou administrativo, as provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis.
9 - ( FCC - 2010 - TRE-AM - Técnico Judiciário - Enfermagem / Direito Constitucional / Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos; )
Com relação aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que o mandado de injunção
será concedido
 * a) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de lo-
comoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
 * b) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
 * c) para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.
 * d) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
 * e) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
10 - ( FCC - 2010 - TRE-AL - Técnico Judiciário - Área Administrativa / Direito Constitucional / Direitos e
Deveres Individuais e Coletivos; )
No tocante aos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, é correto afirmar que:
 * a) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 25 
 * b) Constitui crime afiançável e prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático.
 * c) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados ao juiz competente após
cinco dias de sua prisão.
 * d) É proibida a prestação de assistência religiosa nas entidades militares de internação coletiva.
 * e) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, sendo lícito invocá-las para eximir-se de obrigação legal a todos imposta.
GABARITO:
1 - D 2 - E 3 - D 4 - D 5 - C 6 - B 7 - D 8 - A 9 - B 10 - A 
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 26 
Considerações sobre a polícia e os Direitos Humanos. Considerações sobre a polícia e os Direitos Humanos. Considerações sobre a polícia e os Direitos Humanos. Considerações sobre a polícia e os Direitos Humanos. 
Antes de considerarmos os temas, devemos saber como são classificados as palavras polícia e direitos
humanos.
* Polícia é a denominação das corporações governamentais incumbidas da aplicação de determinadas leis
destinadas a garantir a segurança de uma coletividade, a ordem pública e a prevenção e elucidação de
crimes.
* Direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos. Normalmente o
conceito de direitos humanos tem a ideia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade
perante a lei.
Durante muitos anos o tema “Direitos Humanos” foi considerado antagônico ao de Segurança Pública.
Produto do autoritarismo vigente no país entre 1964 e 1984 e da manipulação, por ele, dos aparelhos
policiais, esse velho paradigma maniqueísta cindiu sociedade e polícia, como se a última não fizesse parte
da primeira.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitosreservados 27 
Polícia, então, foi uma atividade caracterizada pelos segmentos progressistas da sociedade, de forma
equivocadamente conceitual, como necessariamente afeta à repressão anti-democrática, à truculência, ao
conservadorismo. “Direitos Humanos” como militância, na outra ponta, passaram a ser vistos como
ideologicamente filiados à esquerda, durante toda a vigência da Guerra Fria (estranhamente, nos países do
“socialismo real”, eram vistos como uma arma retórica e organizacional do capitalismo). No Brasil, em
momento posterior da história, à partir da rearticulação democrática, agregou-se a seus ativistas a pecha de
“defensores de bandidos” e da impunidade.
Evidentemente, ambas visões estão fortemente equivocadas e prejudicadas pelo preconceito.
Aproximar a policia das ONGs que atuam com Direitos Humanos, e vice-versa, é tarefa impostergável para
que possamos viver, a médio prazo, em uma nação que respire “cultura de cidadania”. Para que isso ocorra,
é necessário que todos desarmemos as “minas ideológicas” das quais nos cercamos, em um primeiro
momento, justificável .
Podemos aprender muito uns com os outros, ao atuarmos como agentes defensores da mesma democracia.
CIDADANIA, DIMENSÃO PRIMEIRA
O policial é, antes de tudo um cidadão, e na cidadania deve nutrir sua razão de ser. Irmana-se, assim, a
todos os membros da comunidade em direitos e deveres. Sua condição de cidadania é, portanto, condição
primeira, tornando-se bizarra qualquer reflexão fundada sobre suposta dualidade ou antagonismo entre uma
“sociedade civil” e outra “sociedade policial”. Essa afirmação é plenamente válida mesmo quando se trata da
Polícia Militar, que é um serviço público realizado na perspectiva de uma sociedade única, da qual todos os
segmentos estatais são derivados. Portanto não há, igualmente, uma “sociedade civil” e outra “sociedade
militar”. A “lógica” da Guerra Fria, aliada aos “anos de chumbo”, no Brasil, é que se encarregou de
solidificar esses equívocos, tentando transformar a polícia, de um serviço à cidadania, em ferramenta para
enfrentamento do “inimigo interno”. Mesmo após o encerramento desses anos de paranóia, seqüelas
ideológicas persistem indevidamente, obstaculizando, em algumas áreas, a elucidação da real função
policial.
POLICIAL: CIDADÃO QUALIFICADO
O agente de Segurança Pública é, contudo, um cidadão qualificado: emblematiza o Estado, em seu contato
mais imediato com a população. Sendo a autoridade mais comumente encontrada tem, portanto, a missão de
ser uma espécie de “porta voz” popular do conjunto de autoridades das diversas áreas do poder. Além disso,
porta a singular permissão para o uso da força e das armas, no âmbito da lei, o que lhe confere natural e
destacada autoridade para a construção social ou para sua devastação. O impacto sobre a vida de indivíduos
e comunidades, exercido por esse cidadão qualificado é, pois, sempre um impacto extremado e
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 28 
simbolicamente referencial para o bem ou para o mal-estar da sociedade.
POLICIAL: PEDAGOGO DA CIDADANIA
Há, assim, uma dimensão pedagógica no agir policial que, como em outras profissões de suporte público,
antecede as próprias especificidades de sua especialidade.
Os paradigmas contemporâneos na área da educação nos obrigam a repensar o agente educacional de forma
mais includente. No passado, esse papel estava reservado únicamente aos pais, professores e especialistas em
educação. Hoje é preciso incluir com primazia no rol pedagógico também outras profissões
irrecusavelmente formadoras de opinião: médicos, advogados, jornalistas e policiais, por exemplo.
O policial, assim, à luz desses paradigmas educacionais mais abrangentes, é um pleno e legitimo educador.
Essa dimensão é inabdicável e reveste de profunda nobreza a função policial, quando conscientemente
explicitada através de comportamentos e atitudes.
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ESTIMA PESSOAL E INSTITUCIONAL
 O reconhecimento dessa “dimensão pedagógica” é, seguramente, o caminho mais rápido e eficaz para a
reconquista da abalada auto-estima policial. Note-se que os vínculos de respeito e solidariedade só podem
constituir-se sobre uma boa base de auto-estima. A experiência primária do “querer-se bem” é fundamental
para possibilitar o conhecimento de como chegar a “querer bem o outro”. Não podemos viver para fora o
que não vivemos para dentro.
Em nível pessoal, é fundamental que o cidadão policial sinta-se motivado e orgulhoso de sua profissão. Isso
só é alcançável à partir de um patamar de “sentido existen-cial”. Se a função policial for esvaziada desse
sentido, transformando o homem e a mulher que a exercem em meros cumpridores de ordens sem um
significado pessoalmente assumido como ideário, o resultado será uma auto-imagem denegrida e uma baixa
auto-estima.
Resgatar, pois, o pedagogo que há em cada policial, é permitir a ressignificação da importância social da
polícia, com a conseqüente consciência da nobreza e da dignidade dessa missão.
A elevação dos padrões de auto-estima pode ser o caminho mais seguro para uma boa prestação de serviços.
Só respeita o outro aquele que se dá respeito a si mesmo.
POLÍCIA E ‘SUPEREGO’ SOCIAL
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados 29 
Essa “dimensão pedagógica”, evidentemente, não se confunde com “dimensão demagógica” e, portanto, não
exime a polícia de sua função técnica de intervir preventivamente no cotidiano e repressivamente em
momentos de crise, uma vez que democracia nenhuma se sustenta sem a contenção do crime, sempre
fundado sobre uma moralidade mal constituída e hedonista, resultante de uma com-plexidade causal que
vai do social ao psicológico.
Assim como nas famílias é preciso, em “ocasiões extremas”, que o adulto sustente, sem vacilar, limites que
possam balizar moralmente a conduta de crianças e jovens, também em nível macro é necessário que
alguma instituição se encarregue da contenção da sociopatia.
A polícia é, portanto, uma espécie de superego social indispensável em culturas urbanas, complexas e de
interesses conflitantes, contenedora do óbvio caos a que estaríamos expostos na absurda hipótese de sua
inexistência. Possivelmente por isso não se conheça nenhuma sociedade contemporânea que não tenha
assentamento, entre outros, no poder da polícia. Zelar, pois, diligentemente, pela segurança pública, pelo
direito do cidadão de ir e vir, de não ser molestado, de não ser saqueado, de ter respeitada sua integridade
física e moral, é dever da polícia, um compromisso com o rol mais básico dos direitos humanos que devem
ser garantidos à imensa maioria de cidadãos hones-tos e trabalhadores.
Para isso é que a polícia recebe desses mesmos cidadãos a unção para o uso da força, quando necessário.
RIGOR versus VIOLÊNCIA
O uso legítimo da força não se confunde, contudo, com truculência.
 A fronteira entre a força e a violência é delimi-tada, no campo formal, pela lei, no campo racional pela
necessidade técnica e, no campo moral, pelo antagonismo que deve reger a metodologia de policiais e
criminosos.
POLICIAL versus CRIMINOSO:
METODOLOGIAS ANTAGÔNICAS
 Dessa forma, mesmo ao reprimir, o policial oferece uma visualização pedagógica, ao antagonizar-se aos
procedimentos do crime.
Apostilas Aprendizado Urbano – Todos os direitos reservados30 
Em termos de inconsciente coletivo, o policial exerce função educativa arquetípica: deve ser “o mocinho”,
com procedimentos e atitudes coerentes com a “firmeza moralmente reta”, oposta radicalmente aos desvios
perversos do outro arquétipo que se lhe contrapõe: o bandido.
Ao olhar para uns e outros, é preciso que a sociedade perceba claramente as diferenças metodológicas ou a
“confusão arquetípica” intensificará sua crise de moralidade, incrementando a ciranda da violência. Isso
significa que a violência policial é geradora de mais violência da qual, mui comumente, o próprio policial
torna-se a vítima.
Ao policial, portanto, não cabe ser cruel com os cruéis, vingativo contra os anti-sociais, hediondo com os
hediondos. Apenas estaria com isso, liberando, licenciando a sociedade para fazer o mesmo, à partir de seu
patamar de visibilidade moral. Não se ensina a respeitar desrespeitando, não se pode educar para preservar a
vida matando, não importa quem seja. O policial jamais pode esquecer que também o observa o
inconsciente coletivo.
A ‘VISIBILIDADE MORAL’ DA POLÍCIA: IMPORTÂNCIA DO EXEMPLO
Essa dimensão “testemunhal”, exemplar, peda-gógica, que o policial carrega irrecusavelmente é, possivel-
mente, mais marcante na vida da população do que a pró-pria intervenção do educador por ofício, o
professor.
Esse fenômeno ocorre devido à gravidade do mo-mento em que normalmente o policial encontra o cidadão.
À polícia recorre-se, como regra, em horas de fragilidade emocional, que deixam os indivíduos ou a
comunidade fortemente “abertos” ao impacto psicológico e moral da ação realizada.
Por essa razão é que uma intervenção incorreta funda marcas traumáticas por anos ou até pela vida inteira,
assim como a ação do “bom policial” será sempre lembrada com satisfação e conforto.
Curiosamente, um significativo número de policiais não consegue perceber com clareza a enorme
importância que têm para a sociedade, talvez por não haverem refletido suficientemente a respeito dessa
peculiaridade do impacto emocional do seu agir sobre a clientela. Justamente aí reside a maior força
pedagógica da polícia, a grande chave para a redescoberta de seu valor e o resgate de sua auto-estima.
É essa mesma “visibilidade moral” da polícia o mais forte argumento para convencê-la de sua
“responsabilidade paternal” (ainda que não paternalista) sobre a comunidade. Zelar pela ordem pública é,
assim, acima de tudo, dar exemplo de conduta fortemente baseada em princípios. Não há exceção quando
tratamos de princípios, mesmo quando está em questão a prisão, guarda e condução de malfeitores. Se o
policial é capaz de transigir nos seus princípios de civilidade, quando no contato com os sociopatas, abona a
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violência, contamina-se com o que nega, conspurca a normalidade, confunde o imaginário popular e
rebaixa-se à igualdade de procedimentos com aqueles que combate.
Note-se que a perspectiva, aqui, não é refletir do ponto de vista da “defesa do bandido”, mas da defesa da
dignidade do policial.
A violência desequilibra e desumaniza o sujeito, não importa com que fins seja cometida, e não restringe-se
a áreas isoladas, mas, fatalmente, acaba por dominar-lhe toda a conduta. O violento se dá uma perigosa
permissão de exercício de pulsões negativas, que vazam gravemente sua censura moral e que,
inevitavelmente, vão alastrando-se em todas as direções de sua vida, de maneira incontrolável.
“ÉTICA” CORPORATIVA versus ÉTICA CIDADÃ
Essa consciência da auto-importância obriga o policial a abdicar de qualquer lógica corporativista.
Ter identidade com a polícia, amar a corporação da qual participa, coisas essas desejáveis, não se podem
confundir, em momento algum, com acobertar práticas abomináveis. Ao contrário, a verdadeira identidade
policial exige do sujeito um permanente zelo pela “limpeza” da instituição da qual participa.
Um verdadeiro policial, ciente de seu valor social, será o primeiro interessado no “expurgo” dos maus
profissionais, dos corruptos, dos torturadores, dos psicopatas. Sabe que o lugar deles não é polícia, pois, além
do dano social que causam, prejudicam o equilíbrio psicológico de todo o conjunto da corporação e
inundam os meios de co-municação social com um marketing que denigre o esforço heróico de todos
aqueles outros que cumprem corretamente sua espinhosa missão. Por esse motivo, não está disposto a
conceder-lhes qualquer tipo de espaço.
Aqui, se antagoniza a “ética da corporação” (que na verdade é a negação de qualquer possibilidade ética)
com a ética da cidadania (aquela voltada à missão da polícia junto a seu cliente, o cidadão).
O acobertamento de práticas espúrias demonstra, ao contrário do que muitas vezes parece, o mais absoluto
desprezo pelas instituições policiais. Quem acoberta o espúrio permite que ele enxovalhe a imagem do
conjunto da instituição e mostra, dessa forma, não ter qualquer respeito pelo ambiente do qual faz parte.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO, PERMANÊNCIA E ACOMPANHAMENTO
Essa preocupação deve crescer à medida em que tenhamos clara a preferência da psicopatia pelas profissões
de poder. Política profissional, Forças Armadas, Comunicação Social, Direito, Medicina, Magistério e
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Polícia são algumas das profissões de encantada predileção para os psicopatas, sempre em busca do exercício
livre e sem culpas de seu poder sobre outrem.
Profissões magníficas, de grande amplitude social, que agregam heróis e mesmo santos, são as mesmas que
atraem a escória, pelo alcance que têm, pelo poder que representam.
A permissão para o uso da força, das armas, do direito a decidir sobre a vida e a morte, exercem irresistível
atração à perversidade, ao delírio onipotente, à loucura articulada.
Os processos de seleção de policiais devem tornar-se cada vez mais rígidos no bloqueio à entrada desse tipo
de gente. Igualmente, é nefasta a falta de um maior acompanhamento psicológico aos policiais já na ativa.
A polícia é chamada a cuidar dos piores dramas da população e nisso reside um componente
desequilibrador. Quem cuida da polícia?
Os governos, de maneira geral, estruturam pobremente os serviços de atendimento psicológico aos policiais
e aproveitam muito mal os policiais diplomados nas áreas de saúde mental.
Evidentemente, se os critérios de seleção e permanência devem tornar-se cada vez mais exigentes, espera-se
que o Estado cuide também de retribuir com salários cada vez mais dignos.
De qualquer forma, o zelo pelo respeito e a decência dos quadros policiais não cabe apenas ao Estado mas
aos próprios policiais, os maiores interessados em participarem de instituições livres de vícios, valorizadas
socialmente e detentoras de credibilidade histórica.
DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS —HUMILHAÇÃO versus HIERARQUIA
O equilíbrio psicológico, tão indispensável na ação da polícia, passa também pela saúde emocional da
própria instituição. Mesmo que isso não se justifique, sabe-mos que policiais maltratados internamente
tendem a descontar sua agressividade sobre o cidadão.
Evidentemente, polícia não funciona sem hierarquia. Há, contudo, clara distinção entre hierarquia e
humilhação, entre ordem e perversidade.
Em muitas academias de polícia (é claro que não em todas) os policiais parecem ainda ser “adestrados” para
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alguma suposta “guerra de guerrilhas”, sendo submetidos a toda ordem de maus-tratos (beber sangue no
pescoço da galinha, ficar em pé sobre formigueiro, ser “afogado” na lama por superior hierárquico, comer
fezes, são só alguns dos recentes exemplos que tenho colecionado à partir da narrativa de amigos policiais,
em diversas partes do Brasil).
Por uma contaminação da ideologia militar (diga-se de passagem, presente não apenas nas PMs mas
também em muitas polícias civis), os futuros policiais são, muitas vezes, submetidos a violento estresse
psicológico, a fim de atiçar-lhes a raiva contra o “inimigo” (será, nesse caso, o cidadão?).
Essa permissividade na violação interna dos Direitos Humanos dos policiais pode dar guarida à ação de
personalidades sádicas e depravadas, que usam sua autoridade superior como cobertura para o exercício de
suas doenças.
Além disso, como os policiais não vão lutar na extinta guerra do Vietnã, mas atuar nas ruas das cidades, esse
tipo de “formação” (deformadora) representa uma perda de tempo, geradora apenas de brutalidade, atraso
técnico e incompetência.
A verdadeira hierarquia só pode ser exercida com base na lei e na lógica, longe, portanto, do personalismo e
do autoritarismo doentios.
 O respeito aos superiores não pode ser imposto na base da humilhação e do medo. Não pode haver respeito
unilateral, como não pode haver respeito sem admiração. Não podemos respeitar aqueles a quem odiamos.
A hierarquia é fundamental para o bom funciona-mento da polícia, mas ela só pode ser verdadeiramente al-
cançada através do exercício da liderança dos superiores, o que pressupõe práticas bilaterais de respeito,
competência e seguimento de regras lógicas e suprapessoais.
DIREITOS HUMANOS DOS POLICIAIS —HUMILHAÇÃO versus HIERARQUIA
No extremo oposto, a debilidade hierárquica é também um mal. Pode passar uma imagem de descaso e
desordem no serviço público, além de enredar na malha confusa da burocracia toda a prática policial.
A falta de uma Lei Orgânica Nacional para a polícia civil, por exemplo, pode propiciar um desvio
fragmentador dessa instituição, amparando uma tendência de definição de conduta, em alguns casos, pela
mera junção, em “colcha de retalhos”, do conjunto das práticas de suas delegacias.
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Enquanto um melhor direcionamento não ocorre em plano nacional, é fundamental que os estados e
instituições da polícia civil direcionem estrategicamente o processo de maneira a unificar sob regras claras
a conduta do conjunto de seus agentes, transcendendo a mera predisposição dos delegados localmente
responsáveis (e superando, assim, a “ordem” fragmentada, baseada na personificação). Além do conjunto da
sociedade, a própria polícia civil será altamente beneficiada, uma vez que regras objetivas para todos
(incluídas aí as condutas internas) só podem dar maior segurança e credibilidade aos que precisam executar
tão importante e ao mesmo tempo tão intrincado e difícil trabalho.
A FORMAÇÃO DOS POLICIAIS
A superação desses desvios poderia dar-se, ao menos em parte, pelo estabelecimento de um “núcleo
comum”, de conteúdos e metodologias na formação de ambas as polícias, que privilegiasse a formação do
juízo moral, as ciências humanísticas e a tecnologia como contraponto de eficácia à incompetência da força
bruta.
Aqui, deve-se ressaltar a importância das academias de Polícia Civil, das escolas formativas de oficiais e
soldados e dos institutos superiores de ensino e pesquisa, como bases para a construção da Polícia Cidadã,
seja através de suas intervenções junto aos policiais ingressantes, seja na qualificação daqueles que se
encontram há mais tempo na ativa. Um bom currículo e professores habilitados não apenas nos
conhecimentos técnicos, mas igualmente nas artes didáticas e no relacionamento interpessoal, são
fundamentais para a geração de policiais que atuem com base na lei e na ordem hierárquica, mas também na
autonomia moral e intelectual. Do policial contem-porâneo, mesmo o de mais simples escalão, se exigirá,
cada vez mais, discernimento de valores éticos e condução rápi-da de processos de raciocínio na tomada de
decisões.
FINALIZANDO
O policial, pela natural autoridade moral que porta, tem o potencial de ser o mais marcante promotor dos
Direitos Humanos, revertendo o quadro de descrédito social e qualificando-se como um personagem central
da democracia. 
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