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AO JUÍZO DA _____ VARA DO TRABALHO DE CIDADE-ESTADO MARIA ANTÔNIA LIMA SILVA, brasileira, solteira, vendedora, portadora do RG nº XXXXXXXXXXX, CPF sob o nº XXXXXXXX-XX, com endereço na Rua XX, Bairro XX, São Luís/MA, CEP: XXXXXX, vem por meio de seu advogado infra-assinado e devidamente constituído, conforme instrumento probatório juntado, com endereço profissional na Rua XXX, Bairro XXXX, Cidade XXX, onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840, I da CLT propor a presente: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO ORDINÁRIO em face da sociedade empresária SPORTS SHOP, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXXXXX, com sede na Rua vinte mil, Bairro XX, CEP XXXX-XXX, Vitória/ES, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I-PRELIMINAR DE MÉRIO a) DA JUSTIÇA GRATUITA Requer a reclamante a benesse da Justiça Gratuita, em virtude de ser hipossuficiente, não podendo arcas assim com as custas processuais assim de usufruir do manejo do Poder Judiciário em caso denegatório. Diante disso, a reclamante requer o gozo desse benefício para pleitear seus direitos, com respaldo nos Art. 5°, LXXIV, da Constituição Federal e art. 98 do Código de Processo Civil e art. 790, §§ 3° e 4° da Consolidação das Leis Trabalho. II-DOS FATOS Ocorre que, Márcia Antônia Lima Silva, ora reclamante, durante o período de 21/08/2017 a 19/12/2021 LABOROU para a sociedade empresária Sports Shop, ora reclamada, sendo, contudo, dispensada sem justa causa. É válido elucidar que a duração do trabalho da reclamante era de oito horas e trinta minutos diários, tendo 1 (uma) hora de intervalo de segunda a sábado. Ato contínuo esclarece-se ainda que a reclamante nunca gozou de férias, além de que até a data em apreço não recebeu as verbas rescisórias. Destaca-se ainda que no último ano de trabalho a remuneração a ser recebida pela reclamante seria a quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) como é estabelecido pela Convenção coletiva em que a reclamante fazia parte. Entretanto a reclamada realizou acordo coletivo que entabulou o piso salarial de um salário mínimo equivalendo este ao importe de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais). E da maneira supracitada ficou durante os quatro anos que trabalhou, recebendo mensalmente a quantia mencionada, sendo subordinado, tendo horário fixo, assim preenchendo todos os requisitos para se configurar como um funcionário comum. Perante todo o exposto e em vista dos argumentos jurídicos a seguir delineados, é que se propõe a presente Reclamação trabalhista visando a satisfação plena de todos os direitos da reclamante, pelos fundamentos que passa a expor. III-DAS FÉRIAS A reclamante prestou serviços para a empresa reclamada, de 28/08/2017 à 19/12/2021, no entanto, sem ter gozado de férias anuais, no qual quando ocorre a rescisão de contrato independente do motivo, o profissional vai ter direito às férias indenizadas — o valor proporcional aos meses trabalhados e ainda o adicional de 1/3, como dispõe o artigo 130 da CLT, vejamos: Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias. Nesse mesmo sentido, corrobora a súmula n° 450 do Tribunal Superior do Trabalho, a qual dispõe sobre as férias dobradas: Súmula n° 450 do TST: É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal. Conforme demonstrado, a Reclamante possui direito de receber o pagamento referente as férias, no qual durante toda sua jornada de trabalho, para com a empresa, não teve gozo de nenhuma, tendo assim que receber duas férias dobradas, pois ocorre quando o colaborador já estourou o limite para tirar as suas férias, portanto ele recebe as férias em dobro da empresa, uma férias simples, no qual o colaborador tem direito a usufruir das férias, mas não gozou delas antes da demissão, e uma proporcional que refere-se ao período trabalhado e que não chegou a completar um ano de empresa. Assim, o colaborador vai receber as férias indenizadas proporcionais à quantidade de meses trabalhados. Desta feita requer a condenação da reclamada, ao pagamento das férias não gozadas vencidas em dobro, referente aos períodos de PERÍODO INICIAL PERÍODO FINAL 21/08/2017 21/08/2018 21/08/2018 21/08/2019 21/08/2019 21/08/2020 Ora, o início do seu contrato como anexado no autos foi em 21/08/2017, em conformidade com a súmula 450 do Tribunal Superior do Trabalho, mais uma simples de 21/08/2020 a 19/12/2021, proporcional atinente aos meses trabalhados depois do último período concessivo de 21/08/2019 a 21/08/2020, e 30 dias de aviso prévio e mais 3 dias a cada ano trabalhado, de 21/08/2017 à 19/12/2021, resultando em 39 dias, conforme estabelece o art. 137, §1° da CLT, consistindo em 4/12 meses de férias proporcionais, todas com adicional de 1/3 constitucional, conforme art. 7ª, XVII da CF, considerando-se como base legal para cálculo o salário mínimo de R$ xxxxxx, já com os reflexos das horas extras, com fulcro na Súmula 376, II do TST. A reclamante requer que a reclamada seja condenada ao pagamento das férias NÃO GOZADAS em dobro nos períodos de 21/08/2017 à 21/08/2018, 21/08/2018 à 21/08/2019, 21/08/2019 à 21/08/2020, nos termos do art. 137 da CLT. IV-DA MULTA PELO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS Diante do descumprimento da norma trabalhista pela Reclamada, exclusivamente por culpa desta, incide a previsão do art. 477, §§6 e 8°, da CLT, que fixa a multa equivalente ao salário Da mesma forma, multa do art. 467, da CLT, se não pagas as verbas rescisórias em primeira audiência, entre outras, como os devidos reflexos legais, vejamos: Art. 467 - CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento a Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento. Como resta incontroverso o inadimplemento parcial das verbas rescisórias acima mencionadas, e a reclamada não satisfaça o valor incontroverso por ocasião da audiência inaugural/una, requer, desde já, a aplicação da multa do art. 467 da CLT, no momento de 50% sobre o valor total a ser calculado para as verbas rescisórias. A reclamante requer a condenação da reclamada no pagamento de todas as verbas rescisórias as quais a reclamante faz jus com fulcro e na CONDENAÇÃO DA MULTA no art. 477, §6 e 8°, da CLT; V-DAS HORAS EXRAS A reclamante laborava de segunda a sábado, das 7:30 às 17h, com intervalo de uma hora para almoço, logo, ultrapassando a jornada de 44h semanais e 8horas diárias sendo este quantitativo de 30minutos. Ou seja, indo além do limite previsto no art. 7, XIII da CRFB/88 e o art. 58 da CLT, em razão disso, as horas extraordinárias devem ser pagas com adicional de 50% reflexos. O TST já firmou entendimento em caso de extrapolação da jornada de trabalho, vejamos: RECURSO DE REVISTA. INTERVALO INTRAJORNADA. RECONHECIMENTO DE HORAS EXTRAS EXCEDENTES DA SEXTA HORA DIÁRIA. APLICAÇÃO DO INCISO IV DA SÚMULA N.° 437 DOTST. Reconhecido que foi extrapolada a jornada de seis horas diárias, em virtude da realização de horas extras, resta caracterizada a alegada contrariedade ao disposto no inciso IV da Súmula n.° 437 do TST para determinar o pagamento do intervalo intrajornada de uma horarelativamente aos dias em que houve trabalho em sobre labor, a ser paga nos termos da referida Súmula, conforme apurado em liquidação . Recurso de Revista. Conhecido e provido. (TST – RR: 113864820145180054, Relator: Maria de Assis Calsing. Data de Julgamento: 16/05/2018, 4ª Trabalho da 10ª Regia Turma, Data de Publicação: DEJT 18/05/2018) Ora, é de direito à reclamante em receber pelas horas extras trabalhadas pela extrapolação. A jurisprudência, a doutrina e os tribunais superiores entendem da possibilidade por ser firmado em LEI e protegido por norma de natureza constitucional, VEJAMOS: CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Art. 58 DA CLT: A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Diane do exposto, é precioso salientar que na CLT a duração máxima do trabalho em conformidade com a CONSTITUIÇÃO FEDERAL é de 44H/semanais. O não reconhecimento das horas extras laboradas incide na violação material da magna carta. Portanto a RECLAMADA requer o condigno deferimento do reconhecimento desta bem como a necessária aplicação da porcentagem de 50% sobre as horas extraordinárias. A Reclamante Requer a condenação da reclamada no pagamento de todas extras de direito com adicional de 50% nos termos do art. 59 da CLT; VI-DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO Tratando-se da inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho, é incontestável o direito ao aviso prévio para a reclamante, tendo em vista que o parágrafo 1º do Art. 487 da CLT, estabelece que a não concessão do aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos salários dos respetivos períodos, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos os fins legais, VEJAMOS: Art. 487 da CLT: Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato, deverá avisar a outra da sua resolução, com a antecedência mínima de: I – oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior; II – trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. Sendo assim, o período do aviso prévio indenizado correspondem a 42 dias que incidiram nas demais verbas rescisórias. Portanto, a reclamante faz jus ao recebimento do aviso prévio indenizado. O próprio TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, firmou entendimento ao julgar o agravo de instrumento do RECURSO DE REVISTA, vejamos: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DA PARTE RÉ. LEI Nº 13.467/2017 . PRESCRIÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. PROJEÇÃO DO AVISO-PRÉVIO INDENIZADO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 83 DO TST. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. PRECEDENTES. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE VEÍCULO. TESE RECURSAL QUE DEMANDA O REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. INCIDÊNCIA DO ÓBICE DA SÚMULA Nº 126 DO TST. AUSÊNCIA DE TRANSCENDÊNCIA DA CAUSA. Não se constata a transcendência da causa, no aspecto econômico, político, jurídico ou social. Agravo de instrumento conhecido e não provido, por ausência de transcendência da causa . VIII) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBÊNCIAIS Nos termos do Art. 791-A da CLT, incluído pela lei 13.467/2017, ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, vejamos: Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. §1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. §2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: I - O grau de zelo do profissional; II - O lugar de prestação do serviço; III - A natureza e a importância da causa; IV - O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. §3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. Além disso, nos termos do Art. 133 da Constituição Federal, o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Portanto, é devido o pagamento, pelo réu, dos honorários advocatícios. Diante do exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento dos honorários advocatícios em 15%, observando o mencionado artigo 791-A da CLT, em sua integralidade. IX - DA INDENIZAÇÃO Conforme o que fora exposto, a reclamante trabalhou por 4 anos e 4 meses pela empresa reclamada, razão pela qual requer o recebimento das devidas verbas indenizatórias por ano trabalhado. No entanto, conforme demonstrado, a reclamante possui direito de receber R$ xxxxxx de indenização por cada ano de trabalho, com exceção do primeiro, de acordo com o que regula o art. 478, § 1° da CLT, vejamos: Art. 478 DA CLT. A indenização devida pela rescisão de contrato por prazo indeterminado será de 1 (um) mês de remuneração por ano de serviço efetivo, ou por ano e fração igual ou superior a 6 (seis) meses. Diante o exposto, considerando os fatos e fundamentos apresentados na presente reclamação, resta configurado o direito da reclamante ao recebimento da devida indenização no valor de R$ XXXX pelo tempo trabalhado (4 anos e 4 meses). X-DOS DANOS MORAIS A CRFB/88 no Art. 5ª, IX assegura a todos os cidadãos a reparaçãopelos danos morais sofridos. Na seara laboral, o instituto encontra-se na CLT no Título II-A no âmbito do artigo 223-A. CRFB/88 – ART. 5, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Art. 223-A DA CLT. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título. A reclamante laborava mais que teto mínimo permitido de 44 horas semanais sem receber qualquer hora-extra o que lesa seu direito protegido por norma constitucional, configurando-se na indenização, instituto que é protegido por norma constitucional. X - DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer: A) A Concessão da justiça gratuita na forma do art. 319 do CPC; B) A notificação da reclamada para comparecer à audiência e apresentar resposta à presente reclamação trabalhista sob pena de revelia; C) Que a reclamada seja condenada ao pagamento das férias NÃO GOZADAS em dobro nos períodos de 21/08/2017 à 21/08/2018, 21/08/2018 à 21/08/2019, 21/08/2019 à 21/08/2020, nos termos do art. 137 da CLT, devidamente atualizado pela TAXA SELIC; D) A condenação da reclamada no pagamento de todas as verbas rescisórias as quais a reclamante faz jus com fulcro e na CONDENAÇÃO DA MULTA no art. 477, §6 e 8°, da CLT, devidamente atualizado pela TAXA SELIC; E) A condenação da reclamada no pagamento de todas extras de direito com adicional de 50% nos termos do art. 59 da CLT, devidamente atualizado pela TAXA SELIC; G) Que a reclamada seja condenada em 18 salários mínimos devidamente atualizado pela TAXA SELIC como indenização por danos morais na forma do art. 223 da CLT; g) A condenação da reclamada em 15% nos honorários de sucumbência conforme o artigo 791-A da CLT; i) A juntada de documentos nos moldes do artigo 787 e o 845 da CLT. Protesta pela produção de todos os meios de provas admitidas em direito na forma do art. 319, VI CPC; Dá-se à causa o valor de .........., para fins do art. 291 do CPC. Nestes termos, Pede e espera deferimento. Cidade xxxx, local xxxx ADVOGADO XXXXXXXX OAB XXXXXX
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