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Introdução à engenharia de segurança do trabalho

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1ª Edição |Março| 2014
Impressão em São Paulo/SP
Introdução
à engenharia
do trabalho
Jéferson Cabrelon
Coordenação Geral 
Nelson Boni
Professor Responsável
Jéferson Cabrelon
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
Projeto Gráfico, Dia-
gramação e Capa
Ana Flávia Marcheti
1º Edição: Março de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Introdução à engenharia 
do trabalho
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
 CDD – 363.11
C117i Cabrelon, Jéferson.
 
 Introdução a engenharia do trabalho. / Jéferson Cabrelon
 – São Paulo : Know How, 2014.
 154 p. : 21 cm.
	 	 Inclui	bibliografia
 ISBN : 978-85-8065-244-4
 1. Segurança do trabalho. 2. Engenharia de segurança do 
															trabalho.		3.	Classificação	de	acidentes.		I.	Título.	
Sumário
Capítulo 1. A evolução da engenharia de segurança 
do trabalho
1.1	A	evolução	da	Engenharia	de	Segurança	do	Trabalho
1.2	Aspectos	econômicos,	políticos	e	sociais
1.3 A história do prevencionismo. 
Capítulo	2.	Contexto	capital	-	Trabalho
2.1 Entidades públicas e privadas
2.2	A	Engenharia	de	Segurança	do	Trabalho	no	con-
texto	capital-trabalho.	
2.3 O papel e as responsabilidades do Engenheiro 
de	Segurança	do	Trabalho
Capítulo 3.	Conceituação	e	classificação	de	acidentes
3.1	Acidentes:	conceituação	e	classificação.	
3.2 Causas de acidentes: fator pessoal de inseguran-
ça, ato inseguro, condição ambiental de insegurança.
Capítulo 4. Conceitos, agentes e riscos das atividades.
4.1 Consequências do acidente: lesão pessoal e pre-
juízo	material.
.7
.73
.89
.113
4.2 Agentes do acidente e fonte de lesão. 
4.3 Riscos das principais atividades laborais.
Gabarito
Referências Bibliográficas
.137
.151
7
Apresentação
Quando resolvemos contar a história da Enge-
nharia	de	Segurança	do	Trabalho,	estávamos	moti-
vados	a	demonstrar	o	quão	árdua	é	esta	profissão	e	
como são tortuosos os caminhos já percorridos. 
Dentro deste campo, tanto aqueles que são 
aprendizes,	como	os	pioneiros,	percebem	que	Segu-
rança	do	Trabalho	sempre	esteve	intimamente	ligada	
às	condições	financeiras	das	empresas.	
Nos	 capítulos	 a	 seguir,	 procuramos	 abranger	
exemplos	tirados	da	própria	história	da	evolução	do	
seguimento	da	Segurança	do	Trabalho.	
Seguimos a lógica do ditado: “Por não saber 
que	 era	 difícil,	 foi	 lá	 e	 fez”;	 demonstrando,	 desta	
forma, que sempre convivemos com situações desta 
natureza,	em	que	as	condições	novas	assustam	e	nos	
trazem	uma	realidade	diferente.	
Em	cada	um	dos	quatro	capítulos,	reforçamos	
a origem da área da Segurança e como caminhamos 
a	cada	nova	etapa.	A	vivência	dos	profissionais	de	
cada área é muito importante e deve ser levada em 
consideração,	para	definirmos	a	melhor	estratégia	de	
solução dos problemas. 
	 Nossa	esperança	é	que	ao	final	deste	estudo,	
o	profissional	sinta-se	mais	confiante	para	aplicar	as	
técnicas	e	saiba	como	conduzir	as	questões	preventi-
vas dentro de sua atividade. 
8
9
Capitulo 1
A Evolução da engenharia 
de segurança do trabalho
1.1 A evolução da engenharia de seguran-
ça do trabalho
Para que possamos falar em EVOLUÇÃO DA 
ENGENHARIA	DE	SEGURANÇA	DO	TRABA-
LHO, devemos, primeiramente, entender a própria 
história	da	Segurança	do	Trabalho.	No	século	X	a.c,	
foi	criada	a	lei	“dente	por	dente,	olho	por	olho”;	esta	
lei	tinha	a	finalidade	de	fazer	com	que	a	pessoa	que	
cometesse uma penalidade fosse obrigada a pagá-la 
da mesma forma, ou seja:
10
No aspecto de segurança, se uma pessoa fosse contrata-
da para construir uma casa, e essa, durante a sua fase de 
construção ou mesmo após o término, caísse e causasse 
a morte do filho do dono da casa, este teria o direito de 
matar o filho mais velho da pessoa que a construiu (Essa 
é famosa lei dente por dente, olho por olho). 
Apesar de muito radical, era a forma que, na 
época, os governantes acharam para que as pessoas 
tivessem o comprometimento e responsabilidade ao 
construir qualquer equipamento ou estabelecimento. 
 Os anos foram passando e os senhores da 
época medieval foram adquirindo fórmulas de se 
proteger	quanto	 aos	 riscos	 existentes	nas	batalhas;	
e, mesmo sem saber, inventaram os primeiros equi-
pamentos	que	seriam	utilizados	como	modelos	para	
proteção individual, tais como: Luvas de malha de 
aço, armaduras, perneiras de aço, coletes de ferro, o 
que, atualmente, chamamos de EPIs – Equipamen-
tos de Proteção Individual.
Mas, com a intenção de administrar as condições 
de	trabalho,	entendendo	todos	os	aspectos	de	influ-
ência do meio ambiente e processos produtivos à saú-
de	do	trabalho,	foi	no	século	XVI	que	George	Bauer	
apresentou um levantamento sobre doenças e aciden-
tes em trabalhadores de minas de ouro e prata (1556). 
Porém,	com	certeza,	o	trabalho	mais	reconhecido	na	
11
época da evolução da Segurança foi, sem dúvida, o do 
Pai	 da	Medicina	do	Trabalho,	Bernardino	Ramazzi-
ni, que, em 1717, relatou os primeiros movimentos 
violentos e irregulares, que resultavam em lesões pelo 
corpo.	A	primeira	profissão	alvo	de	pesquisa	foi	a	dos	
escribas,	que	trabalhavam	fazendo	escritas	em	livros,	
e, apesar de usarem penas para elaborar as escritas e 
estas serem bem leves, a quantidade de atividade diá-
ria resultava em lesões nas mãos. Porém, por conta 
do tamanho da classe dos escribas, essas doenças fo-
ram tratadas como fatos isolados. 
Assim,	outros	profissionais	da	área	médica	fize-
ram diversos estudos, tais como:
Em	1891	–	Fritz	de	Quervain	descreve	a	Tenos-
sinovite do músculo abdutor, conhecido como en-
torse	das	lavadeiras;	assim	como	na	Suíça,	em	1918,	
os datilógrafos, mecanógrafos e telefonistas tiveram 
sintomas semelhantes e foram diagnosticados com o 
que foi chamado de doenças laborais. 
No Brasil, as evoluções dos estudos em relação 
à segurança do trabalho foram acontecendo confor-
me	o	crescimento	e	mobilização	da	classe	trabalhis-
ta, conforme demonstrado:
•	Século	XIX	-	engenhos	de	açúcar	e	café.	
•	1889	-	630	-	fábricas	e	54.000	empregados.	
•	 1907	 –	 3.200	 fábricas	 –	 150.000	 empregados.	 (1	
Rio de Janeiro, 2 São Paulo). 
12
•	1907,	1912,	1917,	1920	-	greves	por	melhores	con-
dições de trabalho. 
•	1918	-	Primeira	lei	sobre	acidentes	no	trabalho.	DL	
N.º 3.724, de 15/01/1918. 
•	 1919	 -	Marca	 presença	 nas	 primeiras	 	 indústrias	
americanas. As greves culminam no código sanitário 
de São Paulo. Lei 13.493, de 05/03/1919 - alterações 
no DL 3724. 
•	1923	-	Inspetoria	de	higiene	industrial	e	profissio-
nal - Ministério do Interior e Justiça (DL. 16300). 
•	 1934	 -	 Inspetoria	 de	higiene	 e	 segurança	do	 tra-
balho	 -	MTIC	 (Ministério	do	Trabalho,	 indústria	e	
comércio) – Segunda lei de acidentes do trabalho. 
Lei 24.637 de 10/07/1934 - alterações no DL 3724. 
•	1941	-	Surge	a	ABPA	-	Associação	Brasileira	para	
Prevenção de Acidentes. 
•	1942	-	Divisão	de	higiene	e	segurança	do	trabalho.	
•	1943	-	CLT	-	DL.	5452	de	01/05/43	-	capítulo	V	
- higiene e segurança do trabalho. - Guerra Mundial 
influencia	na	Industrialização	(CSN,	Petrobrás)	
•	1944	-	DL.	7036/	M.T.	de	10/11/44	-	lei	de	aci-
dentes - SESI. Revoga a lei 3724 
•	1949	-	Standart	Oil	(fábrica)	-	cria	o	primeiro	Ser-
viço de Previdência de Acidentes. 
Porém, é durante a Segunda Grande Guerra 
Mundial que o movimento prevencionista realmente 
toma forma, pois, foi quando se pôde perceber que a 
13
capacidade	industrial	dos	países	em	luta	seria	o	pon-
to crucial para determinar o vencedor, capacidade 
esta mais facilmente adquirida com um maior núme-
ro de trabalhadores em produção ativa. 
Neste	momento,	a	Segurança	do	Trabalho	trans-
formou-se,	definitivamente,	numa	função	importante	
nos	processos	produtivos	e,	enquanto	nos	países	de-
senvolvidos	este	conceito	já	é	popularizado,	os	países	
em desenvolvimento lutam para implantá-lo. 
Nos	países	da	América	Latina,a	exemplo	da	Re-
volução Industrial, a preocupação com os acidentes 
do trabalho e doenças ocupacionais também ocorreu 
tardiamente, sendo que no Brasil os primeiros passos 
surgem	no	início	da	década	de	30,	sem	grandes	resul-
tados, tendo sido, inclusive, apontado na década de 70 
como o campeão em acidentes do trabalho. Apesar 
disso,	pode-se	dizer	que,	atualmente,	nós,	latino-ame-
ricanos,	evoluímos	muito	neste	campo.
As problemáticas econômica, socioeconômi-
ca, humana e psicológica têm tanta magnitude que 
pode-se	 afirmar	 que	 um	país	 em	desenvolvimento	
só sairá deste estágio, com sucesso, se os acidentes e 
doenças do trabalho estiverem sob controle. 
• Década de 50: 
-	II	Congresso	Pan-americano	de	Medicina	do	Tra-
balho. 
- I Congresso Nacional de CIPAS. 
14
- 1953 - Portaria 155 - regulamenta CIPAS - Comis-
são Interna de Prevenção de Acidentes. 
• Década de 60: 
-	CONPAT	-	Congresso	Nacional	de	Prevenção	de	
Acidentes. 
- 1963 - Fundacentro - subordinado à Secretaria de 
Segurança	e	Medicina	do	Trabalho	do	M.T.	
- 1967 - nova lei de acidentes do trabalho. Lei 293 
de 28/02/67 revoga o DL 7036 (1944). Lei 5316 de 
14/09/67 - Seguro de acidentes não permanecerá só 
no campo privado. 
- 1968 - Portaria 32 - CIPAs.
• Década de 70: 
- 1972 - Portaria 3237 - Segurança, Higiene e Medi-
cina	do	Trabalho.	
- 1975 - Portaria 3460 - Segurança e Medicina 
do	Trabalho.	
- 1976 - Lei de Acidentes n.º 6367 de 19/10/76 (DL. 
79037 de 24/12/76). Revoga a lei 5316. O seguro é 
feito obrigatoriamente pelo INPS. 
-	1977	-	Lei	6514	-	revisão	do	capítulo	V,	título	II	da	
CLT.	(DL	5452)	
- 1978 - Lei n.º 83080 - Substitui e cancela 79037 
(24/12/76) 
- 1978 - Regulamentada a Lei 6514 - Portaria 3214 
/	MTb	/78		
15
•	Década	de	80:	
-	1983	-	Portaria	n.°	6	de	09/03/83	SSMT	-	MT	-	
Alterações da 3214. Alterações da NRs 1, 2, 3 e 6. 
-	1988	-	Portaria	n.°	3067	de	12/04/88	-	MT	-	Apro-
vação das normas regulamentadoras rurais - Segu-
rança e Higiene do trabalho rural (art. 13 da lei 5889 
de 08/06/73). 
•	 Década	de	90:		
- 1991 - Lei 8213 - determina que o INSS cobre de 
empresas culpadas por acidentes de trabalho os be-
nefícios	pagos	aos	acidentados.	
-	1992	–	Criação	da	FENATEST	–	Federação	Na-
cional	dos	Técnicos	de	Segurança	do	Trabalho.	
•	 Anos	2000:	
Criação de normas relativas ao uso das empresas do 
Perfil	Profissiográfico	Previdenciário	(PPP).	
Obs.: A empresa deverá elaborar e manter 
atualizado	 o	 perfil	 profissiográfico	 previdenciá-
rio, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo 
trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão 
do contrato de trabalho ou do desligamento do 
cooperado, cópia autêntica deste documento, sob 
pena	 de	 multa	 prevista	 no	 art.	 283.	 Para	 fins	 de	
concessão	de	benefícios	por	incapacidade,	a	partir	
de	01/11/2003,	a	Perícia	Médica	do	INSS	poderá	
solicitar à empresa o PPP.
16
Quando da emissão do PPP, levar em conside-
ração	 todas	 as	 situações	 das	 características	 do	 tra-
balho a ser adotado. Na emissão deste documento, 
sempre possuir a assinatura de um responsável, e 
suas avaliações.
Deve-se	introduzir	 informações	do	PCMSO	e	
do PPRA num único documento, permitindo análi-
ses médico-periciais.
Figura 1- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
17
Figura 2- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
Fonte: http://menta2.dataprev.gov.br/prevfacil/prevform/benef/pg_
internet/ifben_visuform.asp?id_form=2639
18
Figura 3- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
19
20
Figura 4- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
21
Figura 5- PPP – PERFIL PROFISSIOGRAFICO PREVIDENCIARIO
Figura 6- PPP – PERFIL PROFISSIOGRAFICO PREVIDENCIARIO
Fonte: http://www.previdencia.gov.br/informaes-2/perfil-profissiogr-
fico-previdencirio-ppp/
22
Ao longo dos anos, diversos programas foram 
adotados	 com	 características	 diferenciadas,	 sendo	
que,	em	cada	época,	existia	um	programa	mais	eficaz	
para aquele momento, conforme detalhado:
•	 PROGRAMA	 SOL	 –	 SEGURANÇA,	ORDEM	
E LIMPEZA
•	PROGRAMA	5	S	
•	PROGRAMA	STOP
•	PROGRAMA	CONTROLE	TOTAL	DE	PERDAS
•	PROGRAMA	SQP=	SEGURANÇA	QUALIDA-
DE	E	PRODUTIVIDADE
As	características	de	cada	programa	foram	mui-
to	importantes,	mas	o	início	da	grande	evolução	da	
segurança no Brasil foi a partir de 1970, quando o 
país	foi	considerado	o	campeão	mundial	de	aciden-
tes de trabalho.
A	partir	de	então,	começou	a	mobilização	para	
diminuir o custo de acidente do trabalho junto ao 
INSS.	Em	1972,	foi	instituída	a	figura	do	Inspetor	de	
Segurança,	que	tinha	o	objetivo	de	fazer	a	função	do	
Técnico	de	Segurança;	porém,	esta	ação	não	surtiu	
muito efeito, e, em 1978, ocorreu a edição das nor-
mas regulamentadoras, pela portaria 3214, Norma 4, 
na	qual	era	exigida	a	contratação	de	profissionais	da	
área	de	Segurança	do	Trabalho.	Com	estas	normas	
e	outras	que	foram	instituídas,	deu-se	 início	a	uma	
23
nova	Segurança	do	Trabalho	no	Brasil.
Neste	contexto,	a	CIPA	–	COMISSÃO	INTE-
RA	DE	PREVENÇÃO	DE	ACIDENTES,	que	teve	
a sua base elaborada na década de 40, foi uma peça 
importante na evolução e na cobrança das condições 
de melhorias de trabalho. Naturalmente, toda essa 
participação ocorreu gradativamente, ao passo que 
classe trabalhadora ganhava força com suas reivindi-
cações,	mas	aparecia	a	figura	do	Cipeiro.	No	final	da	
década	de	70	e	início	de	80,	com	as	greves	que	ocor-
reram	por	 toda	 extensão	do	Brasil,	 as	questões	de	
segurança foram tomando corpo, conforme acon-
teciam	as	negociações	entre	Patrões	x	Empregados.	
Muitas	 vezes,	 ocorriam	 impasses	 no	 momento	 de	
firmar	 acordos	 trabalhistas,	 justamente	 pelas	 par-
tes não se entenderem com relação às condições de 
melhorias de trabalho que as empresas deveriam se 
comprometer. A região do Grande ABC e a Grande 
São	Paulo	foram	muito	importantes	neste	contexto,	
pois ali foi o berço das primeiras e melhores nego-
ciações entre empregados e patrões. 
Muitas empresas tiveram que mudar o seu per-
fil	e	exigir	uma	atuação	mais	rígida	do	profissional	
de	Segurança	do	Trabalho,	com	intuito	de	eliminar	
condições	de	riscos	de	acidentes	e	também	ter	a	fle-
xibilidade	 ao	 fazer	 exigências	no	 comprometimen-
to de normas e regulamentos de segurança. Nesta 
condição clara de evolução, a área de Segurança do 
24
Trabalho	ganhou	expressão	no	final	da	década	de	80	
com a chegada da ISO-9000, que inicialmente tinha 
seu	foco	em	definir	padrões	de	qualidade	de	fabrica-
ção de produtos. 
Porém, os empresários logo se deram conta de 
que	não	seria	possível	falar	de	qualidade	de	produto	
se não fosse levada em conta a qualidade de vida dos 
trabalhadores.	Aos	poucos,	os	órgãos	certificadores	
da	ISO-9000	foram	aderindo	às	exigências	voltadas	
para as condições de trabalho. 
Nos	dias	de	hoje,	é	impossível	na	sobrevivência	
de uma empresa não levar em conta o tripé básico de 
sustentação, conforme demostra seguir:
25
A posição dos itens pode ser invertida, a segu-
rança não precisa, necessariamente, vir em primeiro 
plano, o importante é respeitar que estes três itens 
existam,	para	que	a	empresa	tenha	sustentabilidade;	
seja ela pequena, média ou de grande porte. 
É	 impossível	 falarmos	 em	 evolução,	 de	 qual-
quer segmento, sem que tenhamos esta pirâmide 
como base para progresso e evolução da empresa. 
Não esquecendo que no item segurança devemos in-
serir como agregada a área de Meio Ambiente.
Neste	 cenário,	 o	 profissional	 da	 área	 de	 Se-
gurança	 do	Trabalho	 passou	 a	 ser	mais	 exigido,	 e,	
também,	 mais	 valorizado.	 Gradativamente,	 a	 área	
assumiu posição de destaque em empresas que têm 
como	 compromisso	 a	 saúde	 e	 a	 integridade	 física	
dos trabalhadores. 
Existem	muitas	empresas	em	que	a	área	de	se-
gurança responde ao Diretor Geral, ou, se for Multi-
nacional,	à	Diretoria	da	Matriz,	em	outro	país;	dan-
do	mais	entusiasmo	e	credibilidade	ao	profissional.	
Com a reformulação da Norma Regulamentadora 
12 - Segurança em Máquinas e Equipamentos, essa 
posição do Departamento de Segurança estáse per-
petuando	cada	vez	mais.	A	maioria	dos	projetos	ela-
borados	em	empresas	exige	que	o	profissional	de	Se-
gurança se posicione e oriente quanto aos aspectos 
legais	e	de	riscos;	situação	esta	que	até	pouco	tempo	
atrás não acontecia, e o Engenheiro de Segurança 
26
somente era lembrando no momento de acidentes, 
fiscalizações	ou	processos	trabalhistas.
A legislação brasileira é bem conceituada na 
quantidade	de	exigências	legais	trabalhistas,	porém,	
demanda	uma	fiscalização	mais	efetiva.	Para	que	esta	
situação	fique	clara,	é	só	verificar	que,	ainda	hoje,	a	
composição	do	SESMT	não	 é	 respeitada	 em	algu-
mas empresas.
27
Descrição	 do	 Cargo	 de	 cada	 profissional	 do	
SESMT	-	SERVIÇO	ESPECIALIZADO	EM	SE-
GURANÇA	E	MEDICINA	DO	TRABALHO:	
Função: Engenheiro de segurança do trabalho 
- CBO: 214915
•	 Assessorar	 os	 diversos	 órgãos	 da	 Instituição	 em	
assuntos de segurança do trabalho. 
•	 Propor	 normas	 e	 regulamentos	 de	 segurança	
do trabalho. 
•	Estudar	 as	 condições	de	 segurança	dos	 locais	de	
trabalho e das instalações e equipamentos. 
•	Examinar	projetos	de	obras	e	equipamentos,	opi-
nando do ponto de vista da segurança do trabalho. 
•	 Indicar	 e	 verificar	 a	qualidade	dos	 equipamentos	
de segurança. 
•	Estudar	e	implantar	sistema	de	proteção	contra	in-
cêndios e elaborar planos de controle de catástrofe. 
•	Delimitar	as	áreas	de	periculosidade,	insalubridade	
e outras, de acordo com a legislação vigente, emitir 
parecer, laudos técnicos e indicar mediação de con-
trole	sobre	grau	de	exposição	a	agentes	agressivos	de	
riscos	físicos,	químicos	e	biológicos.	
•	Analisar	 acidentes,	 investigando	 as	 causas	 e	 pro-
pondo medidas corretivas e preventivas. 
•	Opinar	e	participar	da	especificação	para	aquisição	
de substâncias e equipamentos cuja manipulação, 
28
armazenamento,	transporte	ou	funcionamento	pos-
sam apresentar riscos, acompanhando o controle do 
recebimento	e	da	expedição.
•	Colaborar	na	fixação	de	requisitos	de	aptidão	para	
o	exercício	de	funções,	apontando	os	riscos	decor-
rentes	desses	exercícios.	
•	Manter	cadastro	e	analisar	estatísticas	dos	aciden-
tes,	a	fim	de	orientar	a	prevenção	e	calcular	o	custo.	
•	Realizar	a	divulgação	de	assuntos	de	segurança	
do trabalho. 
•	Participar	de	programa	de	treinamento,	quan-
do convocado. 
•	Elaborar	e	executar	programas	de	treinamento	geral	
e	específico	no	que	concerne	à	segurança	do	trabalho.	
•	 Planejar	 e	 executar	 campanhas	 educativas	 sobre	
prevenção de acidentes. 
•	Participar,	conforme	a	política	interna	da	Institui-
ção, de projetos, cursos, eventos, convênios e pro-
gramas	de	ensino,	pesquisa	e	extensão.	
•	Trabalhar	segundo	normas	técnicas	de	segurança,	qua-
lidade, produtividade, higiene e preservação ambiental. 
•	Executar	tarefas	pertinentes	à	área	de	atuação,	utili-
zando-se	de	equipamentos	e	programas	de	informática.	
•	Executar	outras	tarefas	compatíveis	com	as	exigên-
cias	para	o	exercício	da	função.
29
Função: Mésico do trabalho CBO: 223118
•	Realizar	 consulta	e	 atendimento	médico,	 exames,	
levantar	 hipóteses	 diagnósticas,	 solicitar	 exames	
complementares,	 interpretar	dados	de	 exame	 clíni-
co e complementares, diagnosticar estado de saúde 
de clientes, discutir diagnóstico, prognóstico e trata-
mento com clientes, responsáveis e familiares.
•	Realizar	atendimentos	de	urgência	e	emergência	e	
visitas domiciliares. 
•	 Planejar	 e	 prescrever	 tratamento	 aos	 clientes,	
praticar intervenções, receitar drogas, medica-
mentos	e	fitoterápicos.	
•	Realizar	exames	para	admissão,	retorno	ao	traba-
lho, periódicos, e demissão dos servidores em espe-
cial	daqueles	expostos	a	maior	risco	de	acidentes	de	
trabalho	ou	de	doenças	profissionais.	
•	Implementar	medidas	de	segurança	e	proteção	do	
trabalhador, promover campanhas de saúde e ações 
de	controle	de	vetores	e	zoonoses.	
•	Elaborar	e	executar	ações	para	promoção	da	saúde,	
prescrever medidas higiênico-dietéticas e ministrar 
tratamentos preventivos. 
•	Realizar	os	procedimentos	de	readaptação	funcio-
nal instruindo a administração da Instituição para 
mudança de atividade do servidor. 
•	Participar	juntamente	com	outros	profissionais,	da	
elaboração	e	execução	de	programas	de	proteção	à	
30
saúde do trabalhador, analisando em conjunto os ris-
cos, as condições de trabalho, os fatores de insalubri-
dade, de fadiga e outros.
•	Participar,	conforme	a	política	interna	da	Institui-
ção, de projetos, cursos, eventos, comissões, convê-
nios	e	programas	de	ensino,	pesquisa	e	extensão.	
•	Elaborar	relatórios	e	laudos	técnicos	em	sua	área	
de especialidade. 
•	Participar	de	programa	de	treinamento,	quan-
do convocado. 
•	Executar	 tarefas	 pertinentes	 à	 área	 de	 atua-
ção,	 utilizando-se	 de	 equipamentos	 e	 progra-
mas de informática. 
•	Executar	outras	tarefas	compatíveis	com	as	exigên-
cias	para	o	exercício	da	função.
Função: Técnico em segurança do trabalho 
CBO: 351605
•	Orientar	 e	 coordenar	 o	 sistema	de	 segurança	do	
trabalho, investigando riscos e causas de acidentes, 
analisando	política	de	prevenção.	
•	Inspecionar	locais,	instalações	e	equipamentos	da	
Instituição e determinar fatores de riscos e de aci-
dentes.
•	Propor	normas	e	dispositivos	de	segurança,	suge-
rindo	 eventuais	 modificações	 nos	 equipamentos	 e	
instalações	e	verificando	sua	observância,	para	pre-
31
venir acidentes. 
•	Inspecionar	os	sistemas	de	combate	a	incêndios	e	
demais equipamentos de proteção. 
•	 Elaborar	 relatórios	 de	 inspeções	 qualitativas	 e	
quantitativas, conforme o caso. 
•	Registrar	em	documento	próprio	a	ocorrência	do	
acidente de trabalho. 
•	Manter	contato	junto	aos	serviços	médico	e	social	
da Instituição para o atendimento necessário aos aci-
dentados.
•	Investigar	acidentes	ocorridos,	examinar	as	condi-
ções,	identificar	suas	causas	e	propor	as	providências	
cabíveis.	
•	Elaborar	relatórios	técnicos,	periciais	e	de	estatísti-
cas de acidentes. 
•	Orientar	os	funcionários	da	Instituição	no	que	se	
refere à observância das normas de segurança.
•	Promover	e	ministrar	treinamentos	sobre	seguran-
ça e qualidade de vida no trabalho.
•	Promover	campanhas	e	coordenar	a	publicação	de	
material educativo sobre segurança e medicina do 
trabalho. 
•	 Participar	 de	 programa	 de	 treinamento,	 quando	
convocado. 
•	Participar	de	 reuniões	de	 trabalho	 relativas	 à	 sua	
área de atuação. 
•	Executar	tarefas	pertinentes	à	área	de	atuação,	uti-
lizando-se	de	equipamentos	de	medição	e	de	progra-
32
mas de informática. 
•	Executar	outras	tarefas	compatíveis	com	as	exigên-
cias	para	o	exercício	da	função.
Função: Técnico em enfermagem do trabalho 
CBO: 322215
•	Auxiliar	na	observação	sistemática	do	estado	de	saúde	
dos servidores, nos levantamentos de doenças ocupa-
cionais, lesões traumáticas, doenças epidemiológicas. 
•	Fazer	visitas	domiciliares	e	hospitalares	nos	casos	
de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais.
•	Auxiliar	o	Médico	e/ou	Enfermeiro	do	Trabalho	
nas atividades relacionadas à medicina ocupacional. 
•	 Organizar	 e	 manter	 atualizados	 os	 prontuários	
dos servidores.
•	Participar	dos	programas	de	prevenção	de	aciden-
tes, de saúde e de medidas reabilitativas.
•	 Desempenhar	 tarefas	 relativas	 a	 campanhas	 de	
educação sanitária. 
•	Preencher	os	relatórios	de	atividades	do	ambu-
latório dos serviços de médico e de enfermagem 
do trabalho.
•	Auxiliar	na	realização	de	inspeção	sanitária	nos	lo-
cais de trabalho.
•	Auxiliar	na	realização	de	exames	pré-admissionais,	
periódicos, demissionais e outros determinados pe-
las normas da Instituição. 
33
•	Atender	as	necessidades	dos	servidores	portadores	
de doenças ou lesões ocupacionais de pouca gravi-
dade, sob supervisão. 
•	 Participar	 de	 programa	 de	 treinamento,	 quando	
convocado. 
•	 Zelar	 pela	 manutenção,	 limpeza,	 conservação,	
guarda e controle de todo o material, aparelhos, 
equipamentos e de seu local de trabalho. 
•	Executar	tarefas	pertinentes	à	área	de	atuação,	utili-
zando-se	de	equipamentos	e	programas	de	informática.•	Executar	outras	tarefas	compatíveis	com	as	exigên-
cias	para	o	exercício	da	função.
Função: Auxiliar de enfermagem CBO: 322230
•	Participar	da	prestação	de	assistência	de	enferma-
gem	segura,	humanizada	e	individualizada	aos	usuá-
rios dos serviços, assim como colaborar nas ativida-
des de ensino e pesquisa desenvolvidas na Institui-
ção, sob a supervisão do Enfermeiro. 
•	Preparar	clientes	para	consultas	e	exames,	orientan-
do-os	sobre	as	condições	de	realização	dos	mesmos.	
•	Colher	e	ou	auxiliar	cliente	na	coleta	de	material	
para	exames	de	laboratório,	segundo	orientação.	
•	Realizar	exames	de	eletrodiagnósticos	e	registrar	os	
eletrocardiogramas efetuados, segundo instruções 
médicas ou de enfermagem. 
•	Orientar	 e	 auxiliar	 clientes,	 prestando	 informações	
34
relativas	 à	higiene,	 alimentação,	utilização	de	medica-
mentos	e	cuidados	específicos	em	tratamento	de	saúde.	
•	Verificar	os	 sinais	vitais	 e	 as	 condições	gerais	dos	
clientes, segundo prescrição médica e de enfermagem. 
•	 Cumprir	 prescrições	 de	 assistência	 médica	 e	
de enfermagem. 
•	Realizar	a	movimentação	e	o	transporte	de	clientes	
de maneira segura. 
•	Preparar	e	administrar	medicações	por	via	oral,	tó-
pica, intradérmica, subcutânea, intramuscular, endo-
venosa e retal, segundo prescrição médica. 
•	Realizar	registros	da	assistência	de	enfermagem	pres-
tada ao cliente e outras ocorrências a ele relacionadas. 
•	Circular	e	instrumentar	em	salas	cirúrgicas	e	obsté-
tricas, preparando-as conforme o necessário. 
•	Efetuar	o	controle	diário	do	material	utilizado,	bem	
como requisitar, conforme as normas da Instituição, 
o material necessário à prestação da assistência à 
saúde do cliente. 
•	Executar	atividades	de	limpeza,	desinfecção,	este-
rilização	do	material	e	equipamento,	bem	como	sua	
conservação,	 preparo,	 armazenamento	 e	 distribui-
ção, comunicando ao superior eventuais problemas. 
•	Propor	a	aquisição	de	novos	instrumentos	para	re-
posição daqueles que estão avariados ou desgastados. 
•	Coletar	leite	materno	no	lactário	ou	no	domicílio.	
Realizar	controles	e	registros	das	atividades	do	setor	
35
e	outros	que	se	fizerem	necessários	para	a	realização	
de	relatórios	e	controle	estatístico.	
•	Auxiliar	na	preparação	do	corpo	após	o	óbito.	
•	Cumprir	 as	medidas	 de	 prevenção	 e	 controle	 de	
infecção hospitalar. 19. Participar de programa de 
treinamento, quando convocado. 
•	Executar	tarefas	pertinentes	à	área	de	atuação,	utili-
zando-se	de	equipamentos	e	programas	de	informática.
A	partir	da	introdução	do	SESMT	como	exigên-
cia, conforme Quadro II da NR-04, as empresas, no 
primeiro momento, se viram obrigadas a constituir es-
tes	profissionais,	o	que	acabou	levando	muitas	a	contra-
tarem, porém, desviava a função para outras atividades, 
e	muitas	vezes	até	englobando	a	responsabilidade	por	
outras áreas da empresa, tais como: Segurança Patrimo-
nial,	Limpeza,	Manutenção	e	Almoxarifado.
1.2 Aspectos econômicos, políticos e sociais
Conforme descrito anteriormente, nas décadas de 
70	e	80,	a	área	de	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho	apre-
sentou	índices	alarmantes	de	acidentes	de	trabalho.	Nos	
anos	70,	o	país	contabilizou	em	um	único	ano	mais	de	
1.700.000 acidentes de trabalho, sendo considerado o 
“Campeão	Mundial	de	Acidente	de	Trabalho”,	mais	de	
18% de trabalhadores. Diante desse quadro alarmante, 
o	Brasil	 foi	compelido	a	definir	ações	que	pudessem	
36
reduzir	tais	 indicadores.	Em	1977,	pela	Lei	6.514,	foi	
alterado	o	Capítulo	V	do	Título	 II	da	CLT,	que	 tra-
ta da segurança e saúde dos trabalhadores nos locais 
de	trabalho,	com	importantes	modificações	nas	regras	
básicas	então	estabelecidas,	a	fim	de	garantir	a	efetiva	
melhoria dos ambientes e das condições de trabalho.
Nos anos 60, começaram a se sobressair os con-
ceitos de prevenção e higiene ocupacional, que ganha-
ram	um	impulso	maior	com	a	classificação	do	Brasil	
como	“Campeão	Mundial	de	Acidentes	de	Trabalho”,	
no	início	dos	anos	70,	em	plena	Ditadura	Militar.	As-
sim	mesmo,	o	país	só	veio	a	ter	uma	legislação	ampla	e	
articulada,	voltada	para	a	prevenção,	no	final	dos	anos	
70,	 após	 forte	desgaste	da	 imagem	do	país	 em	nível	
internacional e da opinião pública nacional.
Desta forma, durante todos esses anos, a questão 
da	prevenção	dos	acidentes	(e,	em	raríssimas	situações,	
das	 doenças	 profissionais),	 foi	 tratada	 no	 âmbito	 do	
Ministério	do	Trabalho,	já	que	a	lógica	predominante	
era	a	do	desenvolvimento	do	capitalismo	no	país,	ba-
seado	na	 industrialização	crescente	e	nos	paradigmas	
conceituais	do	Fordismo	e	do	Taylorismo.
Na década de 1970, o Brasil registrava uma mé-
dia de 3.604 óbitos para 12.428.826 trabalhadores. Em 
1972,	o	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego	(MTB)	ini-
ciou o programa de formação de especialistas e técni-
cos em medicina e segurança do trabalho, tendo sido 
publicada uma portaria que obrigava as empresas a 
37
criar serviços médicos para os empregados, dependen-
do do tamanho e do risco da empresa. Essa portaria 
ministerial tinha como base a recomendação n.º 112 
da	OIT,	de	1959,	que	foi	o	primeiro	instrumento	inter-
nacional	em	que	foram	definidos	de	maneira	precisa	e	
objetiva	as	funções,	a	organização	e	os	meios	de	ação	
dos serviços de medicina do trabalho, servindo como 
base	para	as	diretrizes	de	outras	instituições	científicas.	
Em	1978,	o	MTB	aprovou	as	Normas	Regulamentado-
ras (NR) relativas à segurança e à medicina do trabalho. 
Através dessas Normas, estabeleceu-se, segundo crité-
rios de risco e número de empregados das empresas, a 
obrigatoriedade de serviços e programas responsáveis 
pelas questões relativas à saúde e segurança no ambien-
te de trabalho.
Os	Serviços	Especializados	em	Engenharia	de	Se-
gurança	e	em	Medicina	do	Trabalho	(SESMT),	segundo	
a NR-04, são responsáveis por aplicar os conhecimen-
tos	específicos	de	engenharia	de	segurança	e	medicina	
do	trabalho,	de	forma	a	reduzir	ou	até	eliminar	os	riscos	
à saúde do trabalhador. Além disso, são responsáveis 
tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento 
das normas regulamentadoras de segurança e medici-
na do trabalho. As Comissões Internas de Prevenção 
de Acidentes (CIPA) têm os objetivos de conhecer as 
condições de risco nos ambientes de trabalho, solicitar 
medidas	para	reduzir	e	até	eliminar	os	riscos	existentes	
e promover as normas de segurança e saúde dos traba-
38
lhadores, conforme descrito na NR-05.
Ainda	nos	anos	70,	surge	a	figura	do	Engenheiro	
de	Segurança	do	Trabalho	nas	 empresas,	devido	exi-
gência	de	lei	governamental,	objetivando	reduzir	o	nú-
mero	de	acidentes.	Porém,	este	profissional	atuou	mais	
como	um	fiscal	dentro	da	empresa,	e	 sua	visão	com	
relação aos acidentes de trabalho era apenas corretiva.
Em 08 de junho de 1978, é criada a Portaria n.° 
3.214, que aprova as Normas Regulamentadoras – NRs 
referentes	 à	 Segurança	 e	Medicina	 do	 Trabalho,	 que	
obriga	oficialmente	as	Empresas	o	seu	cumprimento.	
Essas normas abordam vários problemas relacionados 
ao ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador. O 
papel	do	Engenheiro	de	Segurança	do	Trabalho	deixa	
de	ser	fiscal	dentro	da	empresa	e,	dentre	as	atribuições	
que lhes são conferidas, podemos destacar as de plane-
jar e desenvolver a implantação de técnicas relativas ao 
gerenciamento e controle de riscos, ou seja, sua atuação 
deixa	de	ser	apenas	corretiva,	passa	a	ser	preventiva.
Hoje,	podemos	dizer	que	as	Normas	Regulamen-
tadoras	são	modernas	bem	articuladas	entre	si,	e	fazem	
contexto	mais	claro	na	sua	aplicação	dia	a	dia.	
•	NR	1	-	DISPOSIÇÕES	GERAIS;
•	NR	2	-	INSPEÇÃO	PRÉVIA;
•	NR	3	-	EMBARGO	OU	INTERDIÇÃO;
•	NR	4	-	SERVIÇOS	ESPECIALIZADOS	EM	EN-
GENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICI-
39
NA	DO	TRABALHO;
•	 NR	 5	 -	 COMISSÃO	 INTERNA	DE	 PREVEN-
ÇÃO	DE	ACIDENTES;
•	NR	6	–	EQUIPAMENTO	DE	PROTEÇÃO	INDI-
VIDUAL	–	EPI;
•	NR	7	-	PROGRAMA	DE	CONTROLE	MÉDICO	
DE	SAÚDE	OCUPACIONAL;
•	NR	8	–	EDIFICAÇÕES;
•	NR	9	-	PROGRAMA	DE	PREVENÇÃO	DE	RIS-
COS	AMBIENTAIS;
•	NR	 10	 -	 SEGURANÇA	EM	 INSTALAÇÕES	E	
SERVIÇOSEM	ELETRICIDADE;
•	NR	11	-	TRANSPORTE,	MOVIMENTAÇÃO,	AR-
MAZENAGEM	E	MANUSEIO	DE	MATERIAIS;
•	 NR-12	 -	 SEGURANÇA	 NO	 TRABALHO	 EM	
MÁQUINAS	E	EQUIPAMENTOS;
•	NR-13	CALDEIRAS	E	VASOS	DE	PRESSÃO;
•	NR-14	FORNOS;
•	NR	15	-	ATIVIDADES	E	OPERAÇÕES	INSALU-
BRES;
•	NR	 16	 -	ATIVIDADES	E	OPERAÇÕES	PERI-
GOSAS;
•	NR	17	–	ERGONOMIA;
•	NR	18	-	CONDIÇÕES	E	MEIO	AMBIENTE	DE	
TRABALHO	 NA	 INDÚSTRIA	 DA	 CONSTRU-
ÇÃO;
•	NR	19	–	EXPLOSIVOS;
•	NR	20	-	SEGURANÇA	E	SAÚDE	NO	TRABA-
40
LHO	COM	INFLAMÁVEIS	E	COMBUSTÍVEIS;
•	NR	21	–	TRABALHOS	À	CEÚ	ABERTO;	
•	NR	22	–	SEGURANÇA	E	SAÚDE	OCUPACIO-
NAL	NA	MINERAÇÃO;	
•	NR	23	–	PROTEÇÃO	CONTRA	INCÊNDIOS;
•	NR	24	–	CONDIÇÕES	SANITÁRIAS	E	DE	CON-
FORTO	NOS	LOCAIS	DE	TRABALHO;	
•	NR	25	–	RESÍDUOS	INDUSTRIAIS;	
•	NR	26	–	SINALIZAÇÃO	DE	SEGURANÇA;	
•	NR	27	–	REGISTRO	PROFISSIONAL	DO	TÉC-
NICO	DE	SEGURANÇA	DO	TRABALHO;
•	NR	28	-	FISCALIZAÇÃO	E	PENALIDADES;
•	NR	29	–	NORMA	REGULAMENTADORA	DE	
SEGURANÇA	E	SAÚDE	NO	TRABALHO	POR-
TUÁRIO;	
•	NR	30	–	SEGURANÇA	E	SAÚDE	NO	TRABA-
LHO	AQUAVIÁRIO;
•	 NR	 31	 -	 SEGURANÇA	 E	 SAÚDE	 NO	 TRA-
BALHO	 NA	 AGRICULTURA,	 PECUÁRIA	 SIL-
VICULTURA,	 EXPLORAÇÃO	 FLORESTAL	 E	
AQUICULTURA;	
•	NR	32	-	SEGURANÇA	E	SAÚDE	NO	TRABA-
LHO	EM	SERVIÇOS	DE	SAÚDE;	
•	NR-33	SEGURANÇA	E	SAÚDE	NOS	TRABA-
LHOS	EM	ESPAÇOS	CONFINADOS;
•	NR	34	-	CONDIÇÕES	E	MEIO	AMBIENTE	DE	
TRABALHO	 NA	 INDÚSTRIA	 DA	 CONSTRU-
ÇÃO	E	REPARAÇÃO	NAVAL;	
41
•	NR-35	TRABALHO	EM	ALTURA;	
•	NR-36	-	SEGURANÇA	E	SAÚDE	NO	TRABA-
LHO	EM	EMPRESAS	DE	ABATE	E	PROCESSA-
MENTO	DE	CARNES	E	DERIVADOS.	
Difundem-se, então, os estudos e os centros de 
pesquisa sobre qualidade de vida no trabalho nos Es-
tados	Unidos.	Tantos	os	estudos	quanto	os	centros	de	
pesquisa obtiveram apoio das empresas, do governo e 
dos	sindicatos.	Durante	essa	época	são	constituídos	o	
National Comission on Productivity e diversos centros 
de	pesquisa	em	QVT.
Concomitantemente ao desenvolvimento dos es-
tudos	sobre	QVT	e	produtividade,	viam-se,	no	contex-
to americano, fortes sinais de crise no sistema de pro-
dução	em	massa	(MATTOSO,	1995).	Aos	poucos,	se	
instaura	uma	crise	caracterizada	pelo	estagflação,	pela	
instabilidade	financeira	e	pela	queda	de	produtividade,	
sendo agravada na década de 70 pela crise do petróleo.
Durante a crise do petróleo os investimentos em 
estudos	de	qualidade	de	vida	no	trabalho	são	reduzidos,	
tanto pelo governo quanto pelas empresas que passa-
ram	a	 focar	na	 sobrevivência,	deixando	os	 interesses	
dos funcionários para um segundo plano (VIEIRA, 
1996).	Os	estudos	que	QVT	são	retomados	no	final	da	
década de 70, perdurando até os dias atuais.
Até	o	início	da	década	de	80,	muitas	pesquisas	e	
grupos de pesquisadores se destacaram no panorama 
42
internacional dentro do que se pode considerar como 
pertencentes	formalmente	ao	movimento	de	QVT,	tais	
como:	HACKMAN	&	LAWLER	(1971),	WALTON	
(1973),	 HACKMAN	 &	 OLDHAN	 (1975),	 LIPPT	
(1978)	e	WESTLEY	(1979)	que	 se	preocuparam	em	
desenvolver e pesquisar, dentro de uma perspectiva 
funcionalista,	variáveis	que	pudessem	significar	a	me-
lhoria das condições de trabalho.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe29gAA/evolu-
cao-seguranca-trabalho
43
44
Conforme demonstrado na tabela, podemos 
verificar	que,	em	1970,	um	percentual	de	0,03%	da	
população entrou em obtido por conta de acidentes 
de	trabalho,	sendo	que,	após	38	anos,	este	índice	caiu	
para 0,006%, demonstrando uma clara evolução das 
ações prevencionistas. O número pode até parecer 
muito pequeno, porém, quando se fala em mortes, 
ainda devemos considerar o número bem alto. 
O	Profissional	da	área	de	Segurança	ainda	tem	
um longo caminho a percorrer, para que se possam 
alcançar as condições ideias de trabalhos. 
Não	podemos	deixar	 obscuros	neste	número,	
que muitos acidentes nas atividades informais, tam-
bém	não	foram	contabilizados	nem	da	década	de	70,	
e nem na década atual. 
O INSS ainda tem boa parte de sua receita destina-
da	a	pagamento	de	pensões	por	mortes,	invalidez	e	pro-
cessos trabalhistas decorrentes de acidentes do trabalho. 
1.3 A história do prevencionismo
Estudos de H.W Heinrich e R.P Blak - 
(Ideia de acidentes com danos à propriedade - aci-
dentes sem lesão) 
Os estudos de Heinrich e R.P Blake foram os 
primeiros a demonstrar que apenas a reparação de 
danos	 não	 era	 suficiente,	 e	 sim	 a	 necessidade	 de	
ações tão ou mais importantes, que, além de assegu-
45
rar o risco de acidentes (pela abordagem tradicional 
acidente	=	lesão),	tendessem	a	preveni-los.	
O Sr. Heinrich pertencia a uma companhia de 
seguros dos Estados Unidos e, em 1926, a partir da 
análise de acidentes do trabalho liquidados por sua 
companhia, iniciou uma investigação nas empresas 
em que os acidentes haviam ocorrido, tentando ob-
ter informações sobre os gastos adicionais que ha-
viam	tido,	além	das	indenizações	pagas	pelo	seguro.	
Os dados demonstravam a média da indústria ameri-
cana,	não	sendo	sua	intenção,	no	entanto,	generalizar	
esta estimativa para todos os casos de levantamento 
de custos de acidentes nas empresas. 
Sendo assim, o Sr. Heinrich chamou de custos 
diretos os gastos da companhia seguradora com a li-
quidação de acidentes e de custos indiretos as perdas 
sofridas pelas empresas em termos de danos mate-
riais e de interferências na produção. Com relação a 
estes custos, em 1931, Heinich revelou em sua pes-
quisa a relação 4:1 (custos indiretos: custos diretos) 
entre os custos dos acidentes, ou seja, os custos indi-
retos	eram	quase	quatro	vezes	maiores	que	os	custos	
diretos, para a indústria como um todo. 
Conforme DE CICCO (1984), a consistência e 
o	significado	da	proporção	de	4	para	1	são	extrema-
mente	fracos,	e	o	fato	de	não	terem	sido	utilizados	
modelos	padronizados	para	o	cálculo	dos	referidos	
custos, torna o emprego desta proporção totalmen-
46
te	inviável,	além	do	que	a	necessidade	da	realização	
de	estudos	específicos	e	da	não	generalização	deriva	
também do fato de que esta relação poder variar de 
2,3:1 até 100:1, não sendo objetivo do autor aplicar 
tal	proporção	em	casos	individuais	e	específicos.	
Sendo que em 1947, a partir dos estudos de ou-
tro norte-americano R.H. Simonds apud DE CIC-
CO (1984), os termos custo direto e custo indireto 
de	 Heinrich	 foram	 substituídos,	 respectivamente,	
por custo segurado e custo não segurado. O método 
proposto por Simonds, para o cálculo dos custos de 
acidentes,	enfatiza	a	realização	de	estudos-piloto	em	
cada empresa, dos custos associados a quatro tipos 
básicos de acidentes: lesões incapacitantes, casos de 
assistência médica, casos de primeiros socorros e 
acidentes sem lesão. 
Foi	 o	 Sr.	 Heinrich	 quem	 introduziu	 pela	 pri-
meira	vez	a	ideia	de	acidentes	sem	lesão,	ou	seja,	os	
acidentes com danos à propriedade. Sob este enfo-
que são considerados todos aqueles acidentes que, 
de uma forma ou de outra, comprometem o anda-
mento normal de uma atividade, provocando danos 
materiais. 
As proporções obtidas entre os diversos tipos 
de acidentes: com lesão incapacitante, com lesões 
não incapacitantes e acidentes sem lesão, obtidos 
pelos estudos de Sr. Heinrich, são os representados 
na	figura	9.
47
De acordo com a pirâmide de Sr. Heinrich, ob-
serva-se que para 1 acidente com lesão incapacitante, 
correspondiam 29 acidentes com lesões menores e 
outros 300 acidentes sem lesão. Esta grande parcela 
de acidentes sem lesão não vinha sendo considerada, 
até	então,	em	nenhum	aspecto,	nem	no	financeiro	e	
nem no que tange aos riscos potenciais que implica 
à saúde e vida do trabalhador caso algum fator con-
tribuinte (ato ou condição insegura) os transformas-
sem em acidentes com perigo de lesão.
Figura 9. – Pirâmide de Heinrich (1931)
O	Sr.	Heinrich	apud	HEMÉRITAS	(1981),	em	
sua obra "Industrial Accident Prevention", aponta 
que os acidentes de trabalho, com ou sem lesão, são 
devidos à personalidade do trabalhador, à prática de 
atos	inseguros	e	à	existência	de	condições	inseguras	
nos locais de trabalho. Supõe-se, desta forma, que 
as medidas preventivasdevem ater-se ao controle 
48
destes três fatores causais. Neste ponto, pode-se ter 
uma ideia da importância e do não esquecimento 
dos mecanismos tradicionais, pois o reconhecimen-
to	 e	 identificação	das	 causas	 podem	 ser	 realizados	
através da coleta de dados durante a investigação dos 
acidentes.	O	uso	dos	quadros	estatísticos	baseados	
nesta coleta podem ser fundamentais para elabora-
ção e programação da prevenção de acidentes. 
Com o passar dos anos, o Sr. R. P. Blake, ana-
lisando o assunto sob o mesmo ponto de vista de 
Sr.	Heinrich,	chegou	a	formular	afirmativas	e	suges-
tões, visando à diminuição da perda por acidentes. 
Do ponto de vista destes autores, as empresas, mais 
do que promover medidas de proteção social a seus 
empregados, deveriam, efetivamente, preocupar-se 
em evitar os acidentes, sendo eles de qualquer natu-
reza.	Esta	sugestão	estava	calcada	no	pressuposto	de	
que, segundo suas observações, apesar das empresas 
direcionarem esforços na proteção social de seu em-
pregado, as perdas materiais com acidentes continu-
avam a ser de grande magnitude, sendo que, muitas 
vezes,	os	acidentes	com	danos	à	propriedade	tinham	
as mesmas causas ou, pelo menos, causas semelhan-
tes às dos acidentes pessoais. 
Apesar de já haver sido alertado por Heinrich 
duas décadas antes, foi somente na década de 50 que 
tomou forma nos EUA um movimento de grande 
valorização	dos	programas	de	prevenção	de	 riscos	
49
de danos materiais. 
Conforme	 levantamentos	 realizados,	 o	 Con-
selho Nacional de Segurança dos EUA, em 1965, 
concluiu	que	em	dois	anos	o	país	havia	perdido	em	
acidentes materiais uma parcela que se igualava ao 
montante de perdas em acidentes pessoais, chegan-
do a uma cifra de US$ 7,2 e US$ 7,1 bilhões para 
danos materiais e pessoais respectivamente. E mais, 
em 1965 os acidentes com danos materiais nas em-
presas	 superavam,	 quase	 em	duas	 vezes,	 as	 perdas	
com danos materiais em acidentes de trânsito no ano 
de	1964,	totalizando	uma	perda	no	valor	de	US$	1,5	
bilhão para estes e de US$ 2,8 bilhões para aqueles. 
Nesta mesma época, estimativas semelhantes come-
çaram	a	ser	realizadas	pelas	empresas.
Foi descoberto um levantamento em 1915 da 
Luckens	Steel,	empresa	siderúrgica	da	Filadélfia,	que		
havia nomeado um Diretor de Segurança e Bem-
-Estar	 conseguindo,	 com	 isto,	 reduzir,	 até	 1954,	 o	
coeficiente	de	freqüência	de	90	para	2	acidentes	pes-
soais por milhão de homens-hora trabalhados. Igual 
sucesso, porém, não obteve na redução dos aciden-
tes graves com danos à propriedade sofridos pela 
empresa neste mesmo ano. Os controles de medição 
de	custos	e	programas	executados	durante	os	5	anos	
subsequentes serviram para mostrar à gerência os 
grandes danos incorridos na empresa por decorrên-
cia de acidentes materiais. Em 1956, reconhecendo a 
50
importância do problema, os acidentes com danos à 
propriedade eram, então, incorporados aos progra-
mas	de	prevenção	de	lesões	já	existentes	na	empresa.	
Sendo assim, e de acordo com os resultados sa-
tisfatórios obtidos, o ano de 1959 foi adotado como 
base para o futuro, sendo o custo dos danos à pro-
priedade observado neste ano-base de US$ 325.545 
por milhão de horas-homem trabalhadas. Em 1965, 
o mesmo custo era estimado em US$ 137.832 por 
milhão de horas-homem trabalhadas, com uma re-
dução, durante estes 7 anos, de US$ 187.713. 
Na empresa Luckens Steel, Bird desenvolveu 
seus estudos e iniciou um programa de Controle de 
Danos, que sem descuidar dos acidentes com danos 
pessoais - o homem é o fator preponderante em 
qualquer programa de engenharia de segurança -, 
tinha	o	objetivo	principal	de	reduzir	as	perdas	oriun-
das de danos materiais. A motivação inicial para seu 
trabalho foram os acidentes pessoais e a consciência 
dos	 acidentes	 ocorridos	 durante	 este	 período	 com	
ele e seus companheiros de trabalho, já que o pró-
prio Bird fora operário da Luckens Steel. Estes dois 
fatores aliados levaram-no a se preocupar com a área 
de segurança. Os quatro aspectos básicos do progra-
ma por ele elaborado foram: informação, investiga-
ção, análise e revisão do processo. 
Porém, em 1966, baseando sua teoria de Con-
trole de Danos em uma análise de 90.000 acidentes 
51
ocorridos	na	Luckens	Steel,	durante	um	período	de	
mais de 7 anos, observou que, do total, 145 acidentes 
foram incapacitantes, 15.000 acidentes com lesão e 
75.000 foram acidentes com danos à propriedade. As-
sim, Bird chegou a proporção entre acidentes pesso-
ais	e	com	danos	à	propriedade	mostrada	na	figura	10.	
Conforme demonstrado na pirâmide de Bird, 
na	figura	10,	a	seguir,	observa-se	que	para	cada	aci-
dente com lesão incapacitante, ocorriam 100 peque-
nos acidentes com lesões não incapacitantes e ou-
tros 500 acidentes com danos à propriedade. 
O Sr. Bird, em seu trabalho, também estabele-
ceu a proporção entre os custos indiretos (não segu-
rados) e os diretos (segurados), obtendo a proporção 
6,1:1. O objetivo do estabelecimento de tais custos 
foi o de mostrar como cada empresa pode estimar 
os seus individuais. Vale ressaltar que a proporção 
de	Bird	(6,1:1)	não	é	mais	significativa	do	que	a	pro-
posta,	por	exemplo,	por	Heinrich	(4:1),	e	que	cada	
empresa	deve,	na	verdade,	fazer	inferências	sobre	os	
resultados dos próprios dados levantados. 
Figura 10. – Pirâmide de Bird (1966)
52
Em	vez	de	simples	slogans,	como	era	comum	na	
época, o trabalho de Bird teve o mérito de apresentar 
dados	 com	projeções	 estatísticas	 e	financeiras,	 além	
das perdas materiais e pessoais sofridas pela empresa. 
Os resultados foram aparecendo ao longo do 
tempo e, apesar disso, nos últimos 10 anos não hou-
ve	diminuição	significativa	na	taxa	de	frequência	de	
acidentes, havendo, isso sim, uma diminuição de cer-
ca	de	50%	na	taxa	de	gravidade	dos	mesmos.	
Segundo Bird apud OLIVEIRA (1991), a for-
ma	 de	 se	 fazer	 segurança	 é	 através	 do	 combate	 a	
qualquer tipo de acidente e que a redução das perdas 
materiais liberará novos recursos para a segurança. 
Mais tarde, os estudos de Bird foram denomi-
nados de Controle de Perdas e os programas geren-
ciais como Administração do Controle de Perdas, 
cuja visão, anos mais tarde, foi bastante ampliada 
pelos estudos de Fletcher, que incorpora outros fa-
tores, como: proteção ao meio ambiente, qualidade, 
projeto,	confiabilidade,	etc.	
Estudos da insurance company pf north ameri-
ca (ICNA) - (Dados estatísticos sobre acidentes 
pessoais e materiais) 
Demonstrando que os estudos de Sr. Bird têm 
fundamentação, em 1969 a ICNA analisou e publi-
cou	um	resumo	estatístico	de	dados	levantados	junto	
53
a 297 empresas que empregavam cerca de 1.750.000 
pessoas, onde foram obtidos 1.753.498 relatos de 
ocorrências. Esta amostra, consideravelmente maior, 
propiciou chegar-se a uma relação mais precisa que a 
de Bird e Heinrich quanto à proporção de acidentes, 
além de incluir um fato novo - os quase acidentes. 
Vamos notar que na Figura 11, as proporções ob-
tidas pela ICNA demonstram que, para cada acidente 
com lesão grave associam-se 10 acidentes com lesão 
leve, 30 acidentes com danos à propriedade e 600 aci-
dentes	sem	lesão	ou	danos	visíveis	-	os	quase	acidentes.	
Cabe aqui ressaltar a importância da inclusão 
dos	acidentes	sem	lesão	ou	danos	visíveis,	pois,	por	
serem quase-acidentes os mesmos nos revelam po-
tenciais enormes de acidentes, ou seja, situações com 
risco potencial de ocorrência sem que tenha havido, 
ainda, a perda pessoal ou não pessoal.
Figura 11 – Pirâmide da ICNA (1969)
54
A	 ICNA	 tinha	 como	 objetivo	 exclusivamente	
econômico-financeiro,	 os	 resultados	 apresentados	
são de grande importância não só para evitar as per-
das materiais, mas também para evitar as perdas pes-
soais, já que se o acidente "quase ocorreu", a perda 
também "quase aconteceu" e se realmente ocorres-
se, poderia ser tanto material como pessoal.
Estudos de John A. Fletcher e H.M Douglas 
(Controle Total de Perdas) 
Pegando carona, os estudos de Fletcher e Dou-
glasvieram aprofundar os trabalhos de Bird. 
Sendo que, em 1970, Fletcher propôs o estabe-
lecimento	de	programas	de	Controle	Total	de	Perdas,	
ou	seja,	a	aplicação	dos	princípios	do	Controle	de	Da-
nos de Bird a todos os acidentes com máquinas, ma-
teriais, instalações, meio ambiente, etc., sem, contudo, 
deixar	de	lado	ações	de	prevenção	de	lesões.	
Objetivando	 reduzir	 e	 eliminar	 todos	 os	 aci-
dentes que pudessem interferir ou paralisar o sis-
tema,	 os	 programas	 de	 Controle	 Total	 de	 Perdas	
preocupam-se com todo e qualquer tipo de evento 
que	interfira	negativamente	no	processo	produtivo,	
prejudicando	a	utilização	plena	do	pessoal,	máqui-
nas, materiais e instalações. 
A	filosofia	de	Fletcher	é	a	que	mais	se	aproxima	
dos modernos programas de segurança. Cabe ressal-
55
tar	que	apesar	de	generalizar	as	atividades	para	ou-
tros campos não pessoais, os acidentes pessoais são 
obrigatoriamente parte integrante dos programas de 
segurança	que	seguem	esta	filosofia.	
Estudos de Willie Hammer (Engenharia de Se-
gurança de Sistemas) 
Apesar	do	grande	avanço	ocorrido	com	as	fi-
losofias	de	Controle	de	Danos	de	Bird	e	Controle	
Total	 de	 Perdas	 de	 Fletcher,	 as	 mesmas	 incluíam	
somente práticas administrativas, quando os proble-
mas	de	prevenção	de	perdas	também	exigiam	e	exi-
gem soluções de ordem técnica. 
A partir de 1972, criou-se uma nova mentalida-
de, fundamentada nos trabalhos de Willie Hammer, 
atentando-se para a necessidade de dar um enfoque 
sob o ponto de vista de engenharia às abordagens de 
administração e de controle de resultados preconi-
zados	por	Heinrich,	Bird,	Fletcher	e	outros.	Segun-
do ele, as atividades administrativas eram muito im-
portantes,	porém,	existiam	problemas	técnicos	que	
obrigatoriamente teriam que ter soluções técnicas. 
A	experiência	na	 área	de	projetos	 e	participa-
ção na força aérea e nos programas espaciais norte-
-americanos permitiu ao engenheiro e especialista na 
área de Engenharia de Segurança de Sistemas, Willie 
56
Hammer,	 reunir	 as	 diversas	 técnicas	 utilizadas	 na	
força aérea e aplicá-las, após adaptação, na indústria. 
Estas técnicas, com alto grau de integração com a 
Engenharia	de	Confiabilidade,	demonstraram	ser	de	
grande valia na preservação dos recursos humanos e 
materiais dos sistemas de produção. 
Os estudos de Hammer vieram ajudar a com-
preender melhor os erros humanos. Muitos desses 
erros	são	provocados	por	projetos	ou	materiais	defi-
cientes e, por este mesmo motivo, devem ser debita-
dos	à	organização	e	não	ao	executante	-	o	operário.	
A	 partir	 dos	 estudos	 realizados,	 grande	 desen-
volvimento ocorreu na área de segurança. Passando 
de um enfoque puramente informativo para correti-
vo, preventivo e, por último, um enfoque que, englo-
bando todos os demais, procura integrar toda a or-
ganização	num	esforço	conjunto	de	dar	proteção	ao	
empregado, resguardando sua saúde e sua vida e pro-
piciando	o	progresso	da	organização	como	empresa.	
Como conclusões e resultados dos enfoques 
abordados, pode-se citar vários pontos: 
a) Os enfoques tradicionais e os programas de segu-
rança dirigidos apenas à prevenção de lesões estão 
corretamente	 sendo	 substituídos	 por	 outros,	 onde	
todas	 as	 ocorrências	 que	 interfiram	 na	 produção	 e	
na	plena	utilização	dos	recursos,	além	da	proteção	ao	
57
meio ambiente, são consideradas em conjunto, isto 
sem colocar a proteção pessoal em segundo plano. 
Muito pelo contrário, ao abranger um número maior 
de situações, maior atenção e proteção se dá ao ho-
mem,	objetivo	primeiro	de	todo	e	qualquer	programa;	
b) Os estudos de Bird e seus antecessores, que deram 
forma à sistemática de Controle de Danos, fornecem 
métodos	para	aferir,	controlar	e	projetar	as	possíveis	
perdas dos sistemas produtivos, por isso não devem 
ser	preteridas;	
c) Os preceitos formulados por Bird e a complemen-
tação dada por Fletcher e Douglas permitiram a cria-
ção de uma doutrina administrativa, permitindo às 
empresas estabelecer programas gerais de segurança, 
que, além de considerar os danos pessoais, também 
considera outros danos, como os danos à proprieda-
de e ainda os quase-acidentes. As técnicas de recursos 
humanos, de motivação, treinamento, dinâmica de 
grupo, que são conceitos consagrados de administra-
ção de empresas, com outras técnicas sistemáticas de 
cálculos, correlações e projeções de custos são utili-
zadas	 por	 estas	 doutrinas,	 aplicando-as	 às	 possíveis	
perdas advindas de acidentes com danos pessoais e 
materiais. Além destas técnicas, outras já aplicadas na 
segurança tradicional foram adaptadas, ampliando seu 
enfoque para programas mais participativos e respon-
58
sáveis do ponto de vista das gerências, em todos os 
níveis	e	mais	abrangentes	quanto	às	áreas	envolvidas;	
d)	Tornou-se	necessária	uma	visão	mais	 técnica	para	
complementar os estudos de Bird e Fletcher, pois os 
problemas relacionados com o processo produtivo, a 
manutenção e o projeto tinham, até então, soluções es-
pecíficas	no	plano	filosófico.	Conforme	preconizado	
por Hammer, a visão técnica aliada à doutrina admi-
nistrativa permite o conhecimento dos riscos de uma 
atividade	através	de	custos	mais	baixos.	Embora	possa-
-se pensar que estes programas esqueçam o homem e 
fixam-se	nos	 resultados	econômico-financeiros,	 a	ex-
periência	tem	mostrado	que	estes	programas	são	efi-
cazes	 tanto	para	 redução	de	perdas	materiais	 quanto	
de pessoais. Quando corretamente aplicados, estes pro-
gramas poderão melhorar a segurança de forma direta, 
como	 também	na	 aplicação	dos	 recursos	financeiros	
advindos	da	redução	das	perdas	dos	acidentes;	
e) O trabalhador, ao participar de um programa mais 
amplo, poderá conhecer melhor os riscos aos quais 
está	exposto	e	quais	as	medidas	eficazes	para	sua	re-
dução ou eliminação, pois, através de educação e trei-
namento, ele será mais preciso nas suas atividades, já 
que possuirá um maior conhecimento da tecnologia 
que	opera	reduzindo,	por	sua	iniciativa	ou	exigindo	de	
terceiros, os efeitos da mesma sobre si. 
59
1.3 – A histórtia do prevencionismo
1.3.1 – Introdução 
Na década de 60, os trabalhos de diversos auto-
res	de	renome	mundial	apontavam	para	a	ineficácia	e	
pobreza	dos	enfoques	dos	programas	de	engenharia	
de segurança tradicional. 
Dado o seu enfoque limitado e calcado basica-
mente	sobre	algumas	estatísticas	que	não	refletiam	a	
gravidade real do problema, o que ocorria era uma 
estagnação	de	resultados,	não	havendo	suficiente	en-
gajamento por parte de empregados e empregadores. 
Os estudiosos do problema analisaram aspectos 
concernentes à engenharia de segurança e lançaram as 
"doutrinas preventivas de segurança". 
Estas doutrinas formam hoje o que chamamos 
de "Prevenção e Controle de Perdas", concebidas 
como	um	conjunto	de	diretrizes	administrativas,	onde	
os acidentes são vistos como fatos indesejáveis, cujas 
causas podem ser evitadas. 
As doutrinas possuem visões diferenciadas sobre 
os acidentes, suas causas e consequências, como tam-
bém sobre as medidas preventivas a adotar. Porém, 
embora diferentes, elas têm como ponto em comum 
o	princípio	de	que	a	atividade	de	segurança	só	é	eficaz	
quando,	conhecidas	as	causas	dos	acidentes,	fixa-se	a	
atuação sobre as mesmas, buscando a sua eliminação 
60
e necessitando, para isso, o envolvimento de toda a 
estrutura	organizacional.	
Nesta	 abordagem	 considera-se	 que	 existem	
perdas empresariais como: produtos fora de especi-
ficação,	agressão	ao	meio-ambiente,	perdas	com	ma-
teriais,	desperdícios	e	paradas	de	produção,	que	são	
provocadas por causas semelhantes às perdas provo-
cadas por acidentes com lesões pessoais. 
Dentro da metodologia de Prevenção e Contro-
le de Perdas, a teoria de Controle de Danos de Bird, 
ampliada	pelo	Controle	Total	de	Perdas	de	Fletcher,	
e, aliados aos conceitos tradicionais de segurança, en-
fatizam	a	ação	administrativa	na	tarefa	de	prevenção	e	
controle das perdas. Já a Engenharia de Segurança de 
Sistemas ampliando talpostura, defende que proble-
mas técnicos prescindem de soluções técnicas. 
Modernamente, a divulgação e aplicação das 
metodologias de Análise de Segurança de Sistemas, 
com	o	auxílio	da	Teoria	da	Confiabilidade,	vêm	con-
solidando o conceito de que a Prevenção e Controle 
de	Perdas	é	uma	diretriz	de	posturas	administrativas,	
com o objetivo principal de conhecer os riscos de 
uma atividade e promover medidas tanto administra-
tivas quanto técnicas para seu controle e prevenção.
1.3.2 - A evolução do prevencionismo
O	 início	 da	 Revolução	 Industrial,	 em	 1780,	 a	
61
invenção da máquina a vapor, por James Watts, em 
1776, e do regulador automático de velocidade, em 
1785, marcaram profundas alterações tecnológicas 
em todo o mundo. 
Foi este avanço tecnológico que permitiu a orga-
nização	das	primeiras	 fábricas	modernas,	a	extinção	
das	fábricas	artesanais	e	o	fim	da	escravatura,	signifi-
cando uma revolução econômica, social e moral. 
Porém, foi com o surgimento das primeiras in-
dústrias que os acidentes de trabalho e as doenças 
profissionais	 se	 alastraram,	 tomando	 proporções	
alarmantes. Os acidentes de trabalho e as doenças 
eram, em grande parte, provocados por substâncias 
e ambientes inadequados, dadas as condições sub-
-humanas em que as atividades fabris se desenvol-
viam, e grande era o número de doentes e mutilados. 
Apesar de apresentar algumas melhoras com o 
surgimento	dos	trabalhadores	especializados	e	mais	
treinados	para	manusear	equipamentos	complexos,	
que necessitavam cuidados especiais para garantir 
maior proteção e melhor qualidade, esta situação 
ainda perdurou até a Primeira Guerra Mundial. Até 
esta data apenas algumas tentativas isoladas para 
controlar os acidentes e doenças ocupacionais ha-
viam sido feitos. A partir de sua real constatação sur-
gem	 as	 primeiras	 tentativas	 científicas	 de	 proteção	
ao trabalhador, com esforços voltados ao estudo das 
doenças, das condições ambientais, do layout de má-
62
quinas, equipamentos e instalações, bem como das 
proteções necessárias para evitar a ocorrência de aci-
dentes e incapacidades. 
Sob o aspecto humano, a preservação da inte-
gridade	 física	 é	 um	 direito	 de	 todo	 o	 trabalhador,	
pois, a incapacidade permanente para o trabalho po-
derá transformá-lo num inválido, com a consequen-
te perda para a Nação. 
Segundo	HEMÉRITAS	(1981),	a	Segurança	do	
Trabalho,	para	ser	entendida	como	prevenção	de	aci-
dentes na indústria, deve preocupar-se com a preser-
vação	da	integridade	física	do	trabalhador	e	também	
precisa ser considerada como fator de produção. Os 
acidentes, provocando ou não lesão no trabalhador, 
influenciam	negativamente	na	produção	através	da	
perda	de	tempo	e	de	outras	conseqüências	que	pro-
vocam,	 como:	 eventuais	perdas	materiais;	 diminui-
ção	da	 eficiência	 do	 trabalhador	 acidentado	 ao	 re-
tornar ao trabalho e de seus companheiros, devido 
ao	 impacto	 provocado	 pelo	 acidente;	 aumento	 da	
renovação	de	mão	de	obra;	elevação	dos	prêmios	de	
seguro	de	acidente;	moral	dos	trabalhadores	afetada;	
qualidade	dos	produtos	sacrificada.	
De	acordo	com	SOTO	(1978),	as	cifras	corres-
pondentes aos acidentes do trabalho representam 
um entrave ao plano de desenvolvimento socioeco-
nômico	de	qualquer	país,	cifras	estas	que	se	avolu-
mam sob a forma de gastos com assistência médica 
63
e reabilitação dos trabalhadores incapacitados, inde-
nizações	 e	 pensões	 pagas	 aos	 acidentados	 ou	 suas	
famílias,	prejuízos	financeiros	decorrentes	de	para-
das na produção, danos materiais aos equipamentos, 
perdas de materiais, atrasos na entrega de produtos 
e outros imprevistos que prejudicam o andamento 
normal do processo produtivo. 
Desta forma, de algumas décadas passadas até 
nossos dias, estudiosos dedicaram-se ao estudo de 
novas e melhores formas de se preservar a integrida-
de	física	do	homem	e	do	meio	em	que	atua,	através	
do controle e, o que é mais importante, da preven-
ção dos riscos potenciais de acidentes. 
Assim,	em	diversos	países,	surgiram	e	evoluíram	
ações voltadas, inicialmente, à prevenção de danos 
causados às pessoas advindos de atividades laborais. 
Foram elaboradas normas e disposições legais com 
o	fim	social	de	reparação	de	danos	às	lesões	pessoais.	
Surge	o	seguro	social,	realizando,	até	hoje,	ações	asse-
gurando o risco de acidentes, ou seja, o risco de lesões. 
Entretanto, à medida que a preocupação quanto 
à reparação das lesões se avolumava, estudiosos como 
H.W. Heinrich e Roland P. Blake apontavam com ou-
tro enfoque, onde, além de assegurar o risco de lesões, 
indicavam a importância de ações que tendessem a 
prevenir os acidentes antes de se tornarem concretos. 
Com o seguro social, estudos começaram a ser 
desenvolvidos e criaram-se técnicas que propiciaram 
64
a evolução do prevencionismo. 
Um	dos	primeiros	 e	 significativos	 avanços	no	
controle e prevenção de acidentes foi a teoria de 
Controle	de	Danos	concretizada	nos	estudos	de	Bird	
e	complementada	pela	 teoria	de	Controle	Total	de	
Perdas de Fletcher. Com a Engenharia de Seguran-
ça	de	Sistemas	introduzida	por	Hammer,	surgem	as	
técnicas de análise de riscos com o que hoje se tem 
de melhor em prevenção. A visão do acidente sobe 
a um patamar onde o homem é o ponto central, ro-
deado de todos os outros componentes que compõe 
um sistema: equipamentos, materiais, instalações 
e hoje, numa visão mais moderna de qualidade, o 
meio	ambiente	e	a	preservação	à	natureza.	Cabe	res-
saltar que ao buscar-se o objetivo abrangente da pre-
venção e controle de perdas, quer pelo Controle de 
Danos,	Controle	Total	de	Perdas	ou	Engenharia	de	
Segurança de Sistemas, se está buscando mais inten-
samente a proteção do homem. 
Antes de iniciarmos o estudo das teorias de 
controle e prevenção de perdas e das técnicas por 
elas	 utilizadas,	 e	 facilitar	 seu	 entendimento,	 é	 ne-
cessário	 introduzir	 algumas	 definições	 básicas	 dos	
termos fundamentais em gerenciamento de riscos 
como: ato inseguro, condição insegura, perigo, risco, 
acidente, etc., que veremos a seguir. 
65
1.3.3 - Definições básicas 
"Acidentes ocorrem desde os tempos imemo-
riais, e as pessoas têm se preocupado igualmente 
com sua prevenção há tanto tempo. Lamentavel-
mente, apesar de o assunto ser discutido com fre-
quência, a terminologia relacionada ainda carece de 
clareza	e	precisão.	Do	ponto	de	vista	técnico,	isto	é	
particularmente	frustrante,	pois	gera	desvios	e	vícios	
de comunicação e compreensão, que podem aumen-
tar	 as	 dificuldades	 para	 a	 resolução	 de	 problemas.	
Qualquer discussão sobre riscos deve ser precedida 
de	uma	explicação	da	terminologia,	seu	sentido	pre-
ciso e inter-relacionamento." 
De acordo com a assertiva de Hammer apud 
DE	CICCO	e	FANTAZZINI	(1994),	é	importante	
que antes de prosseguir o estudo quanto à evolução 
do prevencionismo e gerenciamento de riscos em 
geral,	sejam	definidos	alguns	termos	básicos.	
Incidente	Crítico	 (ou	quase-acidente):	É	qual-
quer evento ou fato negativo com potencialidade 
para	provocar	dano.	Também	chamados	quase-aci-
dentes,	 caracterizam	 uma	 situação	 em	 que	 não	 há	
danos	macroscópicos	ou	visíveis.	Dentro	dos	 inci-
dentes	críticos,	estabelece-se	uma	hierarquização	na	
qual basear-se-ão as ações prioritárias de controle. 
Na escala hierárquica, receberão prioridade aqueles 
incidentes	críticos	que,	por	sua	ocorrência,	possam	
66
afetar	a	integridade	física	dos	recursos	humanos	do	
sistema de produção. 
Risco: - Como	sinônimo	de	Hazard:	Uma	ou	
mais condições de uma variável com potencial ne-
cessário para causar danos, como: lesões pessoais, 
danos a equipamentos e instalações, danos ao meio-
-ambiente, perda de material em processo ou redu-
ção	da	capacidade	de	produção.	A	existência	do	ris-
co	implica	na	possibilidade	de	existência	de	efeitos	
adversos. - Como sinônimo de Risk: valores monetá-
rios, vidas ou unidades operacionais. Risco pode ain-
da	Expressa	uma	probabilidade	de	possíveis	danos	
dentro	de	um	período	específico	detempo	ou	nú-
mero de ciclos operacionais, podendo ser indicado 
pela probabilidade de um acidente multiplicada pelo 
dano	em	significar:	-	incerteza	quanto	à	ocorrência	
de	um	determinado	evento	 (acidente);	 -	 chance	de	
perda que uma empresa pode sofrer por causa de 
um acidente ou série de acidentes. 
Perigo: Como	sinônimo	de	Danger,	 expressa	
uma	exposição	relativa	a	um	risco	que	favorece	a	sua	
materialização	em	danos.	Se	existe	um	risco,	face	às	
precauções	tomadas,	o	nível	de	perigo	pode	ser	bai-
xo	ou	alto,	e	ainda,	para	riscos	iguais	podem-se	ter	
diferentes tipos de perigo. 
67
Dano: É a gravidade da perda, seja ela humana, 
material,	ambiental	ou	financeira,	que	pode	ocorrer	
caso não se tenha controle sobre um risco. O risco 
(possibilidade)	e	o	perigo	(exposição)	podem	man-
ter-se	inalterados	e	mesmo	assim	existir	diferença	na	
gravidade do dano. 
Causa: É a origem de caráter humano ou mate-
rial	relacionada	com	o	evento	catastrófico	(acidente	
ou	 falta)	 resultante	 da	materialização	 de	 um	 risco,	
provocando danos. 
Perda: É	o	prejuízo	sofrido	por	uma	organiza-
ção sem garantia de ressarcimento através de segu-
ros ou por outros meios. 
Sinistro:	É	o	prejuízo	 sofrido	por	uma	orga-
nização,	 com	 garantia	 de	 ressarcimento	 através	 de	
seguros ou por outros meios. 
Segurança: É a situação em que haja isenção 
de riscos. Como a eliminação completa de todos os 
riscos	é	praticamente	impossível,	a	segurança	passa	
a ser um compromisso acerca de uma relativa prote-
ção	da	exposição	a	riscos.	É	o	antônimo	de	perigo.	
Ato inseguro: São comportamentos emitidos 
pelo trabalhador que podem levá-lo a sofrer um aci-
68
dente. Os atos inseguros são praticados por traba-
lhadores que desrespeitam regras de segurança, que 
não as conhecem devidamente, ou ainda, que têm 
um comportamento contrário à prevenção. 
Condição Insegura: São	deficiências,	defeitos	
ou irregularidades técnicas na empresa que consti-
tuem	riscos	para	a	integridade	física	do	trabalhador,	
para sua saúde e para os bens materiais da empre-
sa.	As	 condições	 inseguras	 são	 deficiências,	 como:	
defeitos de instalações ou de equipamentos, falta 
de	proteção	 em	máquinas,	má	 iluminação,	 excesso	
de calor ou frio, umidade, gases, vapores e poeiras 
nocivos e muitas outras condições insatisfatórias do 
próprio ambiente de trabalho. 
Acidente: É uma ocorrência, uma perturbação no 
sistema de trabalho, que ocasionando danos pessoais ou 
materiais, impede o alcance do objetivo do trabalho. 
Enquanto	 o	 termo	 Prevenção	 significa	 traba-
lhar as causas de um acidente acontecido, visando 
criar mecanismos e procedimentos que impossibi-
litem o acontecimento de novos e futuros acidentes 
vinculados às causas do anterior, prevencionismo, 
por	 sua	 vez,	 significa	 o	 estudo	 dos	 ambientes	 de	
trabalho e comportamento humano respectivos de 
cada atividade, tendo como objetivo, a eliminação da 
potencialidade de acontecimento de incidentes e aci-
69
dentes,	ou	seja,	colocar	em	prática	a	expressão	que	
preceitua	a	profissão	do	Especialista	em	Higiene	e	
Segurança	do	Trabalho:	“o	desafio	é	impedir	que	o	
suor	de	um	trabalhador	se	transforme	em	sangue”.	
O prevencionismo, em seu mais amplo sentido, evo-
luiu de uma maneira crescente, englobando um nú-
mero	cada	vez	maior	de	fatores	e	atividades,	desde	
as precoces ações de reparação de danos (lesões) até 
uma conceituação bastante ampla, onde se buscou a 
prevenção de todas as situações geradoras de efeitos 
indesejados ao trabalho. De todo modo, embora as 
abordagens modernas assemelham-se em seus obje-
tivos de controle e prevenção de danos, elas diferem 
em	 aspectos	 básicos,	 existindo	 algumas	 correntes	
que	explicam	tais	diferenças.
Enquanto uma corrente, como é o caso do 
Controle	de	Danos	e	do	Controle	Total	de	Perdas,	
baseada em aspectos administrativos da prevenção e 
aliada às técnicas tradicionais e outras mais recentes, 
enfatiza	 a	 ação	 administrativa	 de	 controle,	 a	 outra	
corrente procura dar um enfoque mais técnico da 
infortunística,	buscando	soluções	técnicas	para	pro-
blemas técnicos.
Esta última corrente é o que foi denominado de 
Engenharia de Segurança, sendo uma metodologia 
para o reconhecimento, avaliação e controle dos ris-
cos ocupacionais, com ferramentas fornecidas pelos 
diversos ramos da engenharia e oferecendo novas 
70
técnicas e ações para preservação dos recursos hu-
manos e materiais dos sistemas de produção.
Ao analisar mais a fundo as abordagens de 
Controle	de	Danos	 e	Controle	Total	 de	Perdas	de	
Bird	e	Fletcher	(1974	apud	ALBERTON,	1996),	res-
pectivamente, chega-se à conclusão que os mesmos 
estão baseados unicamente em práticas administrati-
vas, carecendo de estudos e soluções técnicas, como 
o	é	exigido	pelos	problemas	 inerentes	à	Prevenção	
de	Perdas	na	Segurança	do	Trabalho.
A mentalidade de dar um enfoque técnico à 
Engenharia de Segurança fundamentou-se em 1972 
pelos trabalhos de um especialista em Segurança, o 
engenheiro Willie Hammer. Seus trabalhos foram 
embasados	nas	 técnicas	 utilizadas	na	 força	 aérea	 e	
nos programas espaciais norte-americanos onde atu-
ava. Foi da reunião destas técnicas, que sem dúvida 
oferecem	valiosos	subsídios	na	preservação	dos	re-
cursos humanos e materiais dos sistemas de produ-
ção, que nasceu a Engenharia de Segurança.
Desta forma, a maioria das técnicas hoje em-
pregadas na Engenharia de Segurança surgiu ligada 
ao campo aeroespacial, vinda dos norte-americanos, 
o que é bastante lógico devido à necessidade impres-
cindível	de	 segurança	 total	 em	uma	área	onde	não	
podem ser admitidos riscos. Estas técnicas, inicial-
mente desenvolvidas e dirigidas ao campo aeroespa-
cial,	 automotivo,	militar	 (indústria	de	mísseis)	 e	de	
71
apoio, puderam ser levadas a outras áreas, com adap-
tações,	podendo	 ter	 grandes	 e	 significativas	 aplica-
ções em situações da vida em geral.
As técnicas de Segurança começaram a to-
mar forma ainda na década de 60, sendo criadas e 
apresentadas paulatinamente ao prevencionismo na 
década de 70. Desde esta época um leque de dife-
rentes	técnicas	vem	buscando	sua	infiltração,	sendo	
utilizadas	como	uma	ferramenta	eficaz	no	combate	
à	infortunística,	embora	ainda	hoje,	passadas	mais	de	
três	décadas,	existe	pouca	literatura	a	respeito,	prin-
cipalmente quanto a sua aplicação na prevenção do 
dia a dia ou na adaptação destas para aplicação nas 
empresas, projetos e segurança em geral.
Segundo	De	Cicco	e	Fantazzini	 (1994),	 a	En-
genharia	 de	 Segurança	 foi	 introduzida	 na	América	
Latina	pelo	engenheiro	Hernán	Henriquez	Bastias,	
sob a denominação de Engenharia de Prevenção de 
Perdas,	e	pode	ser	definida	como:	
uma	ciência	que	se	utiliza	de	todos	os	recursos	que	a	
engenharia oferece, preocupando-se em detectar toda 
a	probabilidade	de	incidentes	críticos	que	possam	ini-
bir ou degradar um sistema de produção, com o obje-
tivo	 de	 identificar	 esses	 incidentes	 críticos,	 controlar	
ou	minimizar	sua	ocorrência	e	seus	possíveis	efeitos.
72
73
Exercícios porpostos
1) Cite pelo menos três atribuições do Engenheiro 
de	Segurança	do	Trabalho.
2)	Qual	o	nome	do	pai	da	Medicina	do	Trabalho?
3) Em que ano o Brasil foi considerado campeão 
mundial	de	acidente	de	trabalho?
4) Qual é o tripé de sustentação para sobrevivência 
de	 uma	 empresa?	Explique	 a	 importância	 de	 cada	
uma delas. 
5) Qual a importância do Sr. Franck Brid para segu-
rança	do	trabalho?
74
75
Capitulo 2
Contexto capital - trabalho
2.1 - Entidades públicas e privadas
As empresas privadas e públicas, os órgãos pú-
blicos da administração direta e indireta e dos po-
deres Legislativo e Judiciário, que possuam empre-
gados	 regidos	 pela	 Consolidação	 das	 Leis	 do	Tra-
balho	–	CLT,	manterão,	obrigatoriamente,	Serviços	
Especializados	 em	Engenharia	 de	 Segurança	 e	 em	
Medicina	do	Trabalho,	com	a	finalidade	de	promo-
ver a saúde e proteger a integridade do trabalhador 
no	local	de	trabalho.	(Alterado	pela	Portaria	SSMTn.º 33, de 27 de outubro de 1983).
76
Em	se	tratando	da	área	de	Segurança	do	Traba-
lho,	temos	os	órgãos	e	suas	competências:	À	Secre-
taria	de	Inspeção	do	Trabalho	(SIT)	compete:
I - formular	e	propor	as	diretrizes	da	 inspeção	do	
trabalho,	inclusive	do	trabalho	portuário,	priorizan-
do	o	estabelecimento	de	política	de	combate	ao	tra-
balho forçado e infantil, bem como a todas as for-
mas	de	trabalho	degradante;	
II –	formular	e	propor	as	diretrizes	e	normas	de	atu-
ação	da	área	de	segurança	e	saúde	do	trabalhador;	
III - participar, em conjunto com as demais Secreta-
rias, da elaboração de programas especiais de prote-
ção	ao	trabalho;	(...)	
VIII -	formular	e	propor	as	diretrizes	para	o	aperfei-
çoamento	técnico-profissional	e	gerência	do	pessoal	
da	inspeção	do	trabalho;	
IX - promover estudos da legislação trabalhista e 
correlata, no âmbito de sua competência, propondo 
o	seu	aperfeiçoamento;	(...)	
XI – acompanhar o cumprimento, em âmbito na-
cional,	dos	acordos	e	convenções	ratificados	pelo	
Governo brasileiro junto a organismos interna-
cionais,	 em	 especial	 à	OIT,	 nos	 assuntos	 de	 sua	
área	de	competência;	(...)	
XIII -	baixar	normas	relacionadas	com	a	sua	área	
de competência.
77
Ao Departamento de Segurança e Saúde no 
Trabalho	(DSST)	Subordinado	a	SIT,	cabe:
I - subsidiar a formulação e proposição das diretri-
zes	e	normas	de	atuação	da	área	de	segurança	e	saú-
de	no	trabalho;	
II - planejar, supervisionar, orientar, coordenar e 
controlar	a	execução	das	atividades	relacionadas	com	
a	inspeção	dos	ambientes	e	condições	de	trabalho;
III - planejar,	 coordenar	 e	 orientar	 a	 execução	do	
Programa	 de	 Alimentação	 do	 Trabalhador	 e	 da	
Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho;	IV	-	planejar,	supervisionar,	orientar,	co-
ordenar e controlar as ações e atividades de inspeção 
do	trabalho	na	área	de	segurança	e	saúde;	
V - subsidiar a formulação e proposição das dire-
trizes	para	o	aperfeiçoamento	técnico-profissional	e	
gerência do pessoal da inspeção do trabalho, na área 
de	segurança	e	saúde;	(...)	
VII - supervisionar, no âmbito de sua competência, 
a remessa da legislação e atos administrativos de in-
teresse	da	fiscalização	do	trabalho	às	Delegacias	Re-
gionais	do	Trabalho.
As Delegacias Regionais do Trabalho:
Tem	como	objetivo	principal	coordenar	e	con-
trolar,	na	área	de	sua	jurisdição,	a	execução	das	ati-
78
vidades	 relacionadas	 à	 fiscalização	 do	 trabalho,	 à	
inspeção das condições ambientais de trabalho e à 
orientação ao trabalhador. A Fundação Jorge Duprat 
Figueiredo	de	Segurança	e	Medicina	do	Trabalho	–
FUNDACENTRO tem como objetivo:
Produzir	e	difundir	conhecimento	sobre	Segu-
rança	e	Saúde	no	Trabalho	e	Meio	Ambiente,	para	
fomentar, entre os parceiros sociais, a incorporação 
do	tema	na	elaboração	e	gestão	de	políticas	que	vi-
sem o desenvolvimento sustentável com crescimen-
to econômico, promoção da equidade social e prote-
ção do meio ambiente.
Pode-se	dizer	que	esta	fundação	é	o	braço	téc-
nico	do	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego	com	atri-
buições	bastante	definidas	no	campo	da	pesquisa	e	
assessoramento técnico.
O Instituto Nacional de Metrologia, Nor-
malização e Qualidade Industrial
(INMETRO):
É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do 
Desenvolvimento,	 Indústria	 e	Comércio	Exterior,	 que	
atua	como	Secretaria	Executiva	do	Conselho	Nacional	de	
Metrologia,	Normalização	e	Qualidade	Industrial	(Con-
metro), colegiadointerministerial, que é o órgão norma-
tivo	do	Sistema	Nacional	de	Metrologia,Normalização	e	
79
Qualidade Industrial (Sinmetro).
O	INMETRO	tem	como	missão	prover	con-
fiança	 à	 sociedade	 brasileira	 nas	 medições	 e	 nos	
produtos, através da metrologia e da avaliação da 
conformidade,	 promovendo	 a	 harmonização	 das	
relações de consumo, a inovação e a competitivi-
dade	do	País.
A Associação Brasileira de Normas Técni-
cas – ABNT:
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de 
Normas	Técnicas	(ABNT)	é	o	órgão	responsável	pela	
normalização	técnica	no	país,	fornecendo	a	base	ne-
cessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
É	uma	entidade	privada,	sem	fins	lucrativos,	re-
conhecida como único Foro Nacional de Normali-
zação	através	da	Resolução	n.º	07	do	CONMETRO,	
de 24.08.1992.
São	objetivos	da	normalização:
•	Economia	–	proporcionar	a	redução	da	crescente	
variedade	de	produtos	e	procedimentos;
•	Comunicação	–	proporcionar	meios	mais	eficien-
tes na troca de informação entre o fabricante e o 
cliente,	melhorando	a	confiabilidade	das	relações	co-
merciais	e	de	serviços;
•	Segurança	–	proteger	a	vida	humana	e	a	saúde;
80
•	Proteção	do	Consumidor	–	prover	a	sociedade	de	
meios	eficazes	para	aferir	a	qualidade	dos	produtos;
•	Eliminação	de	Barreiras	Técnicas	e	Comerciais	–	
evitar	a	existência	de	regulamentos	conflitantes	sobre	
produtos	e	serviços	em	diferentes	países,	facilitando	
assim,	o	intercâmbio	comercial	(ABNT,	2012).
Encontramos na Norma Regulamentadora NR 
4- SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGE-
NHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA 
DO	TRABALHO	as	especificações	em	seus	míni-
mos detalhes do papel das empresas, quer sejam pú-
blicas ou privadas.
2.2 Capitulo II – A engenharia de segurança do 
trabalho no contexto capital e trabalho
O papel e as responsabilidades do Engenhei-
ro	de	Segurança	do	Trabalho	de	uma	maneira	nor-
mativa e prescritiva, os engenheiros de segurança 
são especialistas que têm como objetivo prevenir a 
ocorrência de acidentes e doenças dentro da empre-
sa.	Externos	às	situações	de	trabalho,	agem	sobre	as	
máquinas e sistemas (projeto de sistemas de prote-
ção), sobre os trabalhadores (treinamentos) e sobre 
as normas e procedimentos.
As responsabilidades do Engenheiro de Segu-
rança	do	Trabalho,	enquanto	integrante	do	Serviço	
81
Especializado	em	Segurança	e	Medicina	do	Trabalho	
–	 SESMT,	 também	 estão	 estabelecidas	 na	 Norma	
Regulamentadora n.º 4, dentre as quais, destacam-se:
•	aplicar	os	conhecimentos	de	engenharia	de	segu-
rança do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos 
os seus componentes, inclusive máquinas e equipa-
mentos,	de	modo	a	reduzir	até	eliminar	os	riscos	ali	
existentes	à	saúde	do	trabalhador;
•	colaborar,	quando	solicitado,	nos	projetos	e	na	im-
plantação	de	novas	instalações	físicas	e	tecnológicas	
da	empresa;
•	 responsabilizar-se	 tecnicamente	 pela	 orientação	
quanto ao cumprimento do disposto nas NR apli-
cáveis	às	atividades	executadas	pela	empresa	e/ou	
seus	estabelecimentos;
•	promover	a	realização	de	atividades	de	conscienti-
zação,	educação	e	orientação	dos	trabalhadores;
•	esclarecer	e	conscientizar	os	empregadores	sobre	
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, esti-
mulando-os	em	favor	da	prevenção;
•	analisar	e	registrar	em	documento(s)	específico(s)	
todos os acidentes e doenças ocupacionais ocorridos 
na empresa ou estabelecimento.
82
Se tomarmos como parâmetro a crise econômi-
ca	que	vem	se	tornando	crescente	em	vários	países,	
podemos considerar que o momento é de muita re-
flexão	e	ponderação,	e,	para	o	Engenheiro	de	Segu-
rança	do	Trabalho,	é	momento	de	perceber	que	sua	
atuação vai além das normas e prescrições da pro-
fissão.	O	ambiente	de	trabalho	está	sofrendo	pres-
sões,	existem	casos	específicos	que	ele	precisa	ficar	
atento, pois, nesses momentos de crise, as relações 
entre	capital	e	trabalho	acabam	ficando	discrepantes	
e,	muitas	vezes,	insatisfatórias	para	ambos	os	lados.	
Amenizar	conflitos	deve	ser,	então,	uma	das	habili-
dades	a	ser	desenvolvida	por	esse	profissional.
Embora pareça, ao contrário de outras enge-
nharias,	a	Engenharia	de	Segurança	do	Trabalho	não	
é	uma	ciência	exata.	Sobre	ela	existem	vários	olhares.
Ela relaciona um leque abrangente de ideias 
multifuncionais, com diversos setores. Lida com 
pessoas, equipamentos, gerenciamento, liderança e 
acaba por ser um elo entre empregados e emprega-
dores, devendo ser coerente e equilibrado em suas 
ações e atitudes.
Enfim,	as	organizações	empresariais,	por	meio	
de seu Engenheiro de Segurança, têm como respon-

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