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Teoria Política

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Maria Elaynne, 3º período-2020 
Teoria Política 
UNIDADE 1
Apresentação da disciplina 
 Vamos analisar as formas de governo mais 
conhecidas entre os grupamentos sociais ao longo da 
História: a Monarquia, a Aristocracia e a Democracia. 
Estudaremos o sentido de República em suas diversas 
formas históricas. Também trataremos dos principais 
aspectos da história do poder na Idade Média, período 
marcado pela subordinação da política à religião, pela 
ausência de um Estado soberano e pela preponderância 
de poderes locais. Estudaremos o Pensamento Político 
Moderno e o Estado Moderno, a partir das ideias de 
Maquiavel sobre a autonomia política e sobre a moral 
própria daqueles que ocupam o poder. E refletiremos 
sobre a contribuição do pensamento de Thomas Hobbes 
e o papel do Estado, que ele chamou de Leviatã. 
Introdução dos estudos 
 O profissional de Serviço Social, ao longo de sua 
carreira, estabelece diálogo permanente com a 
sociedade e com os gestores públicos. Assim, o 
conhecimento sobre política ajuda o profissional de 
Serviço Social a compreender, analisar e tomar decisões 
corretas. Dessa forma, é fundamental estar preparado 
para o exercício da cidadania ativa, aquela que não se 
esgota no voto obrigatório para escolha de cargos 
eletivos. Nesse sentido, é necessário a obtenção de visão 
crítica. Visão crítica é aquela que se pode obter a partir 
da análise de conceitos, de fatos históricos, de impactos 
sociais de decisões adotadas por lideranças políticas em 
diversos momentos da história, de ideias e teorias que 
formam a herança política da Humanidade. 
A sociedade humana e o exercício do poder 
 O Homem sempre viveu em grupos mais ou 
menos organizados e isso se deu por uma razão de 
grande importância: a sobrevivência. Só em grupo o 
Homem conseguia dar conta de todos os muitos tipos 
de ameaças naturais. Ocorre que a organização de poder 
nesses grupos é um problema nas diversas sociedades 
organizadas que temos em todo o planeta, pois não 
existe uma forma de sistematização de poder que 
agrade a todos e que não suscite críticas. Vários 
estudiosos de política se dedicaram a tentar sistematizar 
as diversas formas de governo que o mundo já vivenciou 
e aprofundar o conhecimento sobre como elas se 
desenvolveram. Por esse motivo, vamos estudar a 
classificação de governo construída por três célebres 
estudiosos: Aristóteles, Maquiavel e Montesquieu. 
A sociedade segundo o pensamento de Aristóteles 
 Aristóteles nasceu na Grécia. Foi discípulo de 
Platão, tutor de Alexandre, o Grande, e é considerado o 
pai da Ciência Política Ocidental. Também foi o fundador, 
em Atenas, de uma escola que desenvolveu pesquisas 
em várias áreas do conhecimento. Contudo, o grande 
destaque de Aristóteles foram os estudos de política e 
de filosofia. Para Aristóteles, a sociedade é o eixo do 
indivíduo e o Homem só desenvolverá plenamente seu 
potencial se inserido em uma sociedade. Como Platão, 
Aristóteles acreditava que todas as coisas tinham uma 
finalidade, e que a do ser humano era ser bom. Assim, 
pretendia organizar a sociedade de maneira que as 
pessoas fossem capazes de realizar com sucesso seu 
pleno potencial. 
As formas de governo segundo Aristóteles 
 Em sua obra “Política”, Aristóteles distingue 
regimes políticos e formas ou modos de governo. O 
primeiro termo refere-se ao critério que separa quem 
governa e o número de governantes, no qual teremos 
três regimes políticos: a monarquia (poder de um só), a 
oligarquia (poder de alguns poucos) e a democracia 
(poder de todos). O segundo termo trata das formas de 
governo, ou seja, refere-se a em vista de que eles 
governam, ou seja, com qual finalidade. Para ele, a tirania 
era a monarquia voltada para a utilidade do monarca, a 
oligarquia para a utilidade dos ricos e a democracia para 
a utilidade dos pobres. E nenhuma delas agradava o 
filósofo, porque a finalidade essencial deveria ser o 
interesse público. 
As finalidades dos governos segundo Aristóteles 
 Para o filósofo, os governos devem governar em 
vista do que é justo, de interesse geral, o bem comum. 
Sendo assim, são classificadas seis formas de governo: 
aquele que é um só para todos (realeza), de alguns para 
todos (aristocracia) e de todos para todos (regime 
constitucional). Os outros três modos (tirania, oligarquia e 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
democracia) são, para Aristóteles, deturpações, 
degenerações dos anteriores, ou seja, não governam em 
vista do bem comum. Para Aristóteles, o governo 
somente será considerado soberano quando tiver em 
vista exclusivamente o interesse comum. O contrário 
disso é considerado governo impuro, no qual prevalece 
o interesse pessoal contra o interesse geral da 
coletividade. 
As ideias de Aristóteles sobre a escravidão 
 As ideias de Aristóteles devem ser 
compreendidas no contexto da realidade de sua época. 
Ele entendia que a relação entre senhor e escravo era 
uma relação privada, o que permitia ao senhor o 
exercício despótico do poder. Tinha a convicção de que 
a justiça devia ser realizada entre os cidadãos e, como 
os escravos não eram cidadãos e não participavam da 
política, então para eles não valeriam as mesmas regras. 
Ele considerava natural que o escravo que nascera nessa 
condição assim se mantivesse, o que impediria qualquer 
reflexão sobre a transformação dessa condição. Além de 
não inserir escravos e mulheres entre aqueles que 
podiam participar da política, também não deveriam ser 
incluídos os artesãos, ou seja, aqueles que vivessem do 
seu trabalho. 
A noção de interesse político para Aristóteles 
 A noção de interesse público no pensamento 
aristotélico é infinitamente menor do que aquela que 
temos na atualidade. Contudo, é possível reconhecer que 
muitas das preocupações do filósofo sobre as práticas 
políticas nas formas de governo são preocupações que 
temos até os dias de hoje, como governos demagógicos 
que parecem querer agradar a todos quando, na 
verdade, visam exclusivamente ao interesse pessoal do 
próprio governante. Ou, ainda, governos tirânicos que 
fazem aprovar apenas leis que interessam aos objetivos 
dos próprios governantes. Dessa forma, conhecer o 
pensamento de Aristóteles nos auxilia na formação do 
conhecimento crítico, capaz de pensar em ideias para 
mudanças na sociedade em que vivemos. 
A definição de aristocracia 
É importante destacar que temos três ideias 
fundamentais quando se trata de entender formas de 
governo: monarquia, aristocracia e democracia. 
Aristocracia significa nobreza. É a classe social superior. O 
termo aristocracia tem origem no grego “aristokrateia”, 
que significa “governo dos melhores”. Aristocracia é uma 
forma de organização social e política em que o governo 
é monopolizado por uma classe privilegiada. Para 
Aristóteles, a aristocracia era o governo de poucos, dos 
melhores cidadãos no sentido de possuírem melhor 
formação moral e intelectual para atender aos interesses 
do povo. 
A definição de monarquia 
 Entende-se comumente por monarquia aquele 
sistema de dirigir a res publica, que se centraliza 
estavelmente numa só pessoa investida de poderes 
especialíssimos, exatamente monárquicos, que a colocam 
claramente em todo o conjunto dos governados. É um 
sistema político que tem um monarca como líder do 
Estado. A monarquia hereditária é o sistema mais comum 
de escolha de um monarca. Segundo a tradição 
aristotélica, monarquia é a forma política em que o poder 
supremo do estado se concentra na vontade de uma só 
pessoa. Quando a legitimidade era considerada como 
provinda de um direito divino sobrenatural, a soberania 
era exercida como um direito próprio. 
Características da Monarquia 
 A monarquia quase sempre possui três 
características fundamentais: 
• Vitaliciedade: O monarca não governa por um tempo 
certo e limitado, podendo governar enquanto viver 
ou enquanto tiver condições para continuar 
governando. 
• Hereditariedade:A escolha do monarca se faz pela 
simples verificação da linha de sucessão. 
• Irresponsabilidade: O monarca não tem 
responsabilidade política, isto é, não deve explicações 
ao povo ou a qualquer órgão sobre os motivos pelos 
quais adotou certa posição política. 
A definição de democracia 
 Democracia é a forma de governo em que a 
soberania é exercida pelo povo. Neste sistema político, o 
poder é exercido pelo povo através do sufrágio universal. 
É um regime de governo que pode existir no sistema 
presidencialista, no qual o presidente é o maior 
representante do povo, ou no sistema parlamentarista, 
no qual existe o presidente eleito pelo povo e o primeiro 
ministro que toma as principais decisões políticas. A 
democracia é invenção porque, longe de ser mera 
conservação de direitos, é a criação ininterrupta de 
novos direitos, a subversão contínua dos estabelecidos, a 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
reinstituição permanente do social e do político. Assim, 
uma sociedade justa não é uma sociedade que adotou, 
de uma vez para sempre, as leis justas. Uma sociedade 
justa é uma sociedade na qual a questão da justiça 
permanece constantemente aberta. 
Democracia, um conceito em construção 
 Existe a ideia de que democracia é um conceito 
em construção, que não está pronta e acabada e que 
deve ser sistematicamente repensada e pesquisada, de 
forma que possamos ter a melhor democracia possível 
em cada diferente época da história de uma nação. 
Assim, os autores nos convidam a pensar de que forma 
podemos contribuir para que a democracia não se torne 
ultrapassada para os valores e objetivos de uma 
determinada sociedade. Nas sociedades democráticas, 
indivíduos e grupos organizam-se criando um 
contrapoder social que, direta ou indiretamente, limita o 
poder do Estado. Dessa forma, a democracia é a 
sociedade verdadeiramente histórica, isto é, aberta ao 
tempo, ao possível, às transformações e ao novo. 
Estado democrático de direito 
 Democracia, portanto, não é uma forma de 
governo em que todos pensam da mesma maneira, mas 
em que os conflitos são tratados de maneira organizada, 
em locais próprios, como o Poder Judiciário e o Poder 
Legislativo, ou seja, e uma forma de governo na qual a 
sociedade tem amplo direito de se manifestar. Assim, na 
democracia, o conflito não apenas é bem-vindo, como 
também é parte integrante do sistema, porque, depois 
de certo tempo, pode transformar-se em direito; e a 
democracia agrega o novo e as transformações como 
essenciais, ou seja, não pode recusar as novas ideias e 
propostas sob alegação de que causariam instabilidade. 
Porém, na atualidade, o conceito de democracia está 
mais próximo da ideia de liberdade para escolher os 
representantes que vão decidir o que é bom para a 
sociedade. 
A democracia direta 
 Para os gregos, democracia era a participação 
direta dos cidadãos, que opinavam sobre os problemas e 
destinos da sociedade. Na atualidade a democracia é 
classificada em democracia direta, semidireta e 
representativa. A democracia direta é aquela exercida 
pelos cidadãos por meio de manifestações diretas em 
uma assembleia. Evidentemente, isso só seria possível em 
lugares com pequeno número de habitantes, o que na 
atualidade é inviável, em especial em países como o Brasil. 
No futuro, contudo, podemos pensar que a participação 
política dos cidadãos poderá ser ampliada em razão dos 
recursos tecnológicos existentes. 
A democracia semidireta 
 A democracia semidireta tem características 
semelhantes à democracia que vivemos no Brasil na 
atualidade. Nela, o povo se manifesta pelo voto direto 
para todos os cargos do Legislativo, do Executivo e 
também por instrumentos criados pela lei para opinar em 
situações específicas. Nesse tipo de democracia o povo 
participa diretamente, propondo, aprovando ou 
autorizando a elaboração de uma lei ou a tomada de uma 
decisão relevante pelo Estado. A atuação do povo não é 
exclusiva, pois age em conjunto com os representantes 
eleitos, que vão discutir, elaborar ou aprovar a lei. É 
utilizada atualmente em combinação com a democracia 
representativa, que ainda prevalece. 
Instrumentos da democracia semidireta 
• Plebiscito: É um instituto que tem suas raízes na 
Roma Antiga. É uma consulta ao povo pelo qual este 
aprova ou não a elaboração de uma lei, uma emenda 
constitucional ou uma decisão governamental. Se 
houver aprovação, cabe ao poder competente a 
elaboração da medida. Portanto, é anterior à decisão 
governamental. 
• Referendo: É uma consulta feita ao povo sobre uma 
lei, emenda constitucional ou decisão governamental 
já elaborada pelo poder competente, mas ainda não 
vigente. Se houver aprovação, a medida entra em 
vigor. Dessa forma, é posterior à elaboração da 
medida. 
Iniciativa popular, veto popular e recall são outros 
instrumentos que a Constituição dos países inclui para 
permitir a participação semidireta do povo. 
• Iniciativa popular: É a possibilidade dos cidadãos de 
apresentarem propostas legislativas para serem 
votadas no Congresso Nacional. 
• Veto popular: É uma consulta à população sobre um 
texto de lei já aprovado no Legislativo para saber se 
os cidadãos aprovam a lei que não entrará em vigor 
antes da consulta. 
• Recall: É uma criação norte-americana que permite 
revogar a eleição de um legislador ou funcionário 
eletivo ou reformar a decisão judicial sobre a 
constitucionalidade de uma lei. Em todos esses casos, 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
a democracia será classificada como semidireta 
porque situações específicas são levadas ao cidadão 
para que ele manifeste sua aprovação ou 
discordância. 
A democracia representativa 
 Na democracia representativa, o povo vota para 
escolher representantes que governarão durante um 
determinado período de tempo obedecendo a regras 
prefixadas pela lei. Assim, o povo concede um mandato 
a alguns cidadãos, para, na condição de representantes, 
externarem a vontade popular e tomarem decisões em 
seu nome, como se o próprio povo estivesse 
governando. Porém, o representante do povo não faz o 
que deseja, mas apenas aquilo que a lei permite que ele 
faça e também não fica no poder durante o tempo que 
desejar, mas somente durante um intervalo de tempo. 
No Brasil, a democracia tem sido muito mais 
representativa do que direta, até porque a ausência de 
maior interesse da população por política contribui para 
que não haja pressão popular no sentido de que sejam 
criadas situações de maior participação. 
A Democracia participativa na Constituição Federal do 
Brasil 
 Todo cidadão possui direitos políticos garantidos 
na CF/88. O principal direito político e o mais exercido 
por todos é o direito de votar e ser votado. Mas a 
participação da população não se limita ao voto para a 
escolha de seus representantes no Poder Executivo e 
no Poder Legislativo. Estão previstos no artigo 14 da 
Constituição Federal o plebiscito, o referendo e a 
iniciativa popular, também como direitos políticos. Dessa 
forma, a maturidade política brasileira poderá, no futuro, 
contribuir para que sejam utilizados com maior frequência 
os espaços de participação que já existem na legislação 
e que precisam apenas ser colocados em prática. 
A democracia na Constituição Federal de 1988 
 A CF/88 institui o Estado Democrático de Direito 
assegurando o exercício dos direitos sociais e individuais, 
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores 
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social. Estabelece a 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, declara seus princípios fundamentais, a soberania 
popular e a democracia participativa. Assim, com a 
premissa de que todo o poder emana do povo prevista 
na Constituição Federal de 1988, a nação brasileira 
enquadra-se na categoria de Estado Democrático de 
Direito. Suas principaiscaracterísticas são soberania 
popular; da democracia representativa e participativa; um 
Estado Constitucional, ou seja, que possui uma 
constituição que emanou da vontade do povo; e um 
sistema de garantia dos direitos humanos. 
República 
 A palavra tem origem no latim e significa “aquilo 
que pertence ao povo”. Em sentido lato, significa 
exatamente “coisa(res)pública”. O sentido mais completo, 
portanto, é “tudo o que é próprio da sociedade, que 
interessa a ela”, ou ainda, “interesse público”. A república 
é a forma de governo típica da coletividade, em que o 
poder e o exercício da soberania são atribuídos não mais 
à uma pessoa física, mas ao povo. A palavra está 
presente no nome do Brasil, que é República Federativa 
do Brasil. Portanto, compreender o conceito e o sentido 
de República é fundamental. 
República e monarquia 
 A república, que é a forma de governo que se 
opõe à monarquia, tem um sentido muito próximo do 
significado de democracia, uma vez que indica a 
possibilidade de participação do povo no governo. O 
desenvolvimento da ideia republicana se deu através das 
lutas contra a monarquia absoluta e pela afirmação da 
soberania popular. A república surge, portanto, como 
proposta de governo em contraposição à monarquia. 
Dessa forma, a república, no entendimento significa uma 
comunidade política, isto é, uma unidade coletiva de 
indivíduos que se autodetermina politicamente através da 
criação e da manutenção de instituições políticas 
próprias, legitimadas na tomada de decisões e na 
participação dos cidadãos no governo. 
A teoria republicana 
 Segundo a teoria republicana, a política é uma 
dimensão constitutiva da formação da vontade 
democrática e por isso: 
• Assume a forma de um compromisso ético-político, 
referente a uma identidade coletiva no seio da 
comunidade; 
• Não existe espaço social fora do espaço político, ao 
traduzir-se a política numa forma de reflexão de 
interesse público; 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
• A democracia é, desta forma, a auto-organização 
política da comunidade no seu conjunto. 
 Dessa forma, República é uma ideia que se 
sustenta na coletividade, na expressão da vontade do 
conjunto de pessoas que reside em um determinado 
território e possui objetivos comuns a serem alcançados. 
Características do modelo republicano de governo 
• Temporariedade: Os governantes são eleitos por 
um determinado período de tempo, denominado 
mandato. 
• Eletividade: O chefe do governo é eleito pelo povo, 
sem qualquer chance de hereditariedade ou alguma 
outra forma que suplante a escolha pelo povo. 
• Responsabilidade: O chefe de governo é responsável 
por seus atos, seja no âmbito político, seja no âmbito 
econômico. 
 Ele deverá prestar contas de suas decisões e 
poderá ser fiscalizado sistematicamente. Essas 
características são essenciais para garantir que o 
governo republicano seja confiável no sentido de colocar 
sempre em primeiro lugar o interesse público. 
O poder na Idade Média 
 A Idade Média teve início na Europa com o 
esfacelamento do Império Romano, após as invasões dos 
bárbaros, no século V. Esse período é comumente 
caracterizado pela ausência de um poder central, pela 
economia ruralizada, pela supremacia do pensamento da 
Igreja Católica e pelo enfraquecimento da atividade 
comercial. A expressão Idade Média foi usada pelos 
humanistas no século XV e XVI para designar o período 
compreendido entre a Antiguidade Clássica e a época de 
profundas modificações que foi o Renascimento. Nesse 
período histórico o poder político tinha uma ligação 
estreita com a religião e as organizações religiosas. E o 
Estado estava atrelado ao poder da Igreja, deixando de 
ser soberano, sendo exercido em prol dos interesses 
próprios dos governantes. 
O feudalismo na Idade Média 
 O regime feudal era um sistema de suserania e 
vassalagem baseado na concessão e posse de feudos. 
Todo o poder político, jurídico, econômico e social se 
concentrava nos senhores feudais, que eram donos das 
propriedades de terra onde moravam os vassalos, terras 
onde eram produzidos os alimentos e produtos 
necessários à subsistência. O direito de governar era um 
privilégio pertencente a todo proprietário de um feudo. 
O feudo era um benefício que se tornava hereditário e 
que normalmente era materializado em terras, mas 
poderia se consubstanciar em algum outro benefício, por 
exemplo, o direito de cobrar tributos em uma ponte, de 
cunhar moedas, de criar um mercado de troca de 
mercadorias ou de obter algum outro tipo de forma de 
subsistência. 
As leis no período feudal 
 As leis adotadas eram humanas e divinas e 
deveriam ser cumpridas com justiça e rigor. A igreja tinha 
enorme poder porque a ela cabia dizer o que era a 
vontade de Deus. O governo feudal tinha traços de um 
governo de lei e não de homens, ou seja, era uma 
soberania limitada que se opunha à autoridade absoluta. 
Nenhum governante podia impor sua vontade. A 
concessão de imunidades aos nobres também foi 
característica do feudalismo. O feudalismo não foi igual 
em todos os países da Europa ocidental. As 
características universais foram próprias da França; em 
países como a Itália e a Alemanha, foram outras as 
formas de feudalismo. 
O final do feudalismo 
 Vários fatores contribuíram para o fim desse 
sistema, entre eles: 
• A volta do comércio com o Oriente próximo, o 
desenvolvimento das cidades pela procura de 
produtos agrícolas, a expansão do comércio e da 
indústria. 
• O surgimento de empregos, a abertura de novas 
terras para trabalho de cultivo (em troca do qual os 
camponeses teriam liberdade). 
• O surgimento de exércitos profissionais e o 
fortalecimento das monarquias nacionais. 
• Uma característica desse período histórico foi a 
ausência de um poder central, caracterizado como 
temos atualmente no Estado, a irradiar suas 
determinações para serem cumpridas por todos. 
O pensamento político de São Tomas de Aquino 
 Era um dominicano italiano, nascido em 1225 e 
falecido em 1274. Escreveu a importante obra 
denominada Do Governo dos Príncipes, na qual defendia 
que a monarquia era a melhor forma de governo, desde 
que não fosse absolutista como a dos césares romanos 
e sim limitada pelo poder da Igreja, da corte dos nobres, 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
das universidades e também das corporações de ofícios 
dos artesãos. Defendia que as leis para limitar o poder do 
rei deveriam ser leis emanadas do poder legislativo do 
Estado, do poder natural, ou seja, da razão dos homens 
e também das leis divinas. Sua influência no pensamento 
ocidental é considerável e muito da filosofia moderna foi 
concebida como desenvolvimento ou oposição de suas 
ideias, particularmente na ética, lei natural, metafísica e 
teoria política. 
O pensamento político de John de Salisbury 
 Nasceu na Inglaterra entre 1115 e 1120 e faleceu na 
França, em 1180. Este pensador ocupou importantes 
cargos na hierarquia da Igreja Católica ao longo de sua 
vida. Destacou-se pelo pensamento construído em sua 
obra Policraticus, na qual defendeu a limitação de poderes 
do rei, por meio de leis. Foram as ideias de John de 
Salisbury que serviram de inspiração para a elaboração 
do documento denominado Magna Carta, datado de 1215, 
que, até a atualidade, é considerado o precursor dos 
direitos humanos de primeira dimensão, aqueles direitos 
que restringem o poder do rei e o obrigam a respeitar 
a vida e a liberdade dos súditos. 
Causas da Revolução Comercial (1400) 
 O final da Idade Média marcou o surgimento 
gradual dos estados dinásticos de governo absoluto. Para 
alguns historiadores, no entanto, o fator mais relevante 
foi a chamada Revolução Comercial. A Revolução 
Comercial ocorreu por volta de 1400 e teve várias causas. 
O monopólio comercial do Mediterrâneo pelas cidades 
italianas; O desenvolvimento de um comércio lucrativo 
entre as cidades italianas e Liga Hanseática do norte da 
Europa;A introdução de moedas de circulação geral e a 
acumulação de capitais excedentes, fruto de 
especulação comercial, marítima e de mineração; O 
estímulo dos novos monarcas ao comércio para criar 
mais riquezas tributáveis e as viagens ultramarinas. 
A revolução comercial e a expansão dos negócios 
 Com o fim do sistema de corporações de ofício, 
a prática de atividades pelos artesãos passava a ser livre. 
As grandes casas comerciais italianas deram impulso ao 
surgimento dos bancos, que eram utilizados para 
empréstimo de dinheiro a juros. Foram criados os títulos 
de crédito, que viabilizaram o comércio entre cidades 
distantes porque não se corria mais o risco de assalto, já 
que os valores eram representados por papéis emitidos 
pelos bancos, como as letras de câmbio. As viagens 
marítimas também deram ao comércio proporções de 
empreendimento globalizado, porque o centro comercial 
do mundo se deslocou de Gênova, Pisa e Veneza para 
Lisboa, Liverpool, Bristol e Amsterdã. 
A Revolução Comercial e a necessidade de um Governo 
forte 
 As consequências da Revolução Comercial 
foram: o afluxo de metais para a Europa; alta nos preços 
europeus; ascensão da burguesia; retomada da 
escravidão e a mudança do eixo comercial do 
Mediterrâneo para o Atlântico. A Revolução Comercial 
permitiu a expansão dos negócios de uma forma tão 
expressiva que, em consequência, passou a exigir um 
governo forte que apoiasse os mercadores, os 
banqueiros e os industriais em suas atividades. Só um 
governo forte teria condições de garantir a segurança 
dos comerciantes contra ataques de piratas e bandidos, 
que se avolumaram com o aumento das riquezas em 
circulação. Assim, seriam mais seguras as relações 
comerciais e, por isso, foi uma ideia apoiada pelo poder 
econômico da época. 
O absolutismo como fundamento do Governo forte 
 O absolutismo utiliza a ideia de que o poder 
humano é derivado do poder divino. Essa teoria, que já 
tinha servido de fundamento para o poder feudal, é 
retomada para servir de base para o poder dos reis. 
Dessa forma, a autoridade do monarca vem de Deus e 
a obrigação suprema do povo é obedecer de forma 
passiva. O soberano tem autoridade perpétua e ilimitada 
para fazer leis e impô-las aos seus súditos. Nesse sentido, 
qualquer rebelião do povo deve ser evitada porque 
contraria a paz, que é fundamental para a estabilidade e 
o progresso social. 
O pensamento político de Nicolau Maquiavel 
 Nicolau Maquiavel nasceu em Florença em 1469 
e faleceu em 1527. Na obra “O príncipe” (1513), o 
pensamento político de Maquiavel teve como marco 
fundamental a separação entre a virtude política e a 
virtude moral. Ela é lida e estudada até os dias atuais e é 
obrigatória em cursos de Ciências Sociais e Direito. Ele é 
o principal responsável pela ruptura com as ideias da 
ação política orientada pelo sentido divino e, 
consequentemente, por trazer a política para o campo 
exclusivo da ação humana. Essa ruptura com o poder 
oriundo da Igreja custou caro para Maquiavel, porque foi 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
da Igreja o uso do termo maquiavélico associado a tudo que é ruim ou perverso. 
Ideias centrais no pensamento de Maquiavel 
Uma das ideias centrais no pensamento de Maquiavel é a virtú. A “virtú”, termo empregado para indicar um conjunto de 
qualidades e a coragem de desprender-se da moralidade vigente, se for necessário, e aptidão para se adaptar às diferentes 
situações. Esse conjunto de virtudes é que fariam de um homem um grande governante, com capacidade de se impor 
e realizar seus objetivos. A virtú está associada com a capacidade, qualidade e empreendimentos que determinam o 
encaminhamento da sociedade, ou seja, a ação política. 
Formas de conquistar o poder segundo Maquiavel 
• Pela virtú e com as próprias armas, quando o príncipe afirma suas qualidades pessoais e seu valor; 
• Pela fortuna (sorte) e com as armas alheias, quando o príncipe chega ao poder por acaso; 
• Pelo crime, quando o príncipe alcança o poder com o uso de grande violência, desrespeitando as leis humanas e 
divinas; e 
• Pelo consentimento, quando um cidadão se torna príncipe com o consentimento de seus conterrâneos. 
 Para Maquiavel, quem possuir sorte ou proteção divina nem sempre estará habilitado para o exercício do poder, 
mas aquele que possuir virtú conseguirá dominar o indeterminado e construir um governo ancorado em suas qualidades. 
Maquiavel e as virtudes do príncipe 
 Para Maquiavel, o conjunto de virtudes do príncipe que haviam sido respeitadas até aquele momento histórico, 
tais como honestidade, bondade e piedade, entre outras, não eram adequadas para o campo da ação política. Para ele a 
capacidade fundamental do príncipe é manter o poder. Assim, o príncipe deve ser um bom simulador, aparentando possuir 
as qualidades que seus súditos consideram adequadas e, ao mesmo tempo, disfarçar as práticas não adequadas. Dessa 
forma, as principais bases que os Estados têm são as boas leis e as boas armas. E para Maquiavel, a segurança do Estado 
depende da formação de um exército próprio, constituído de cidadãos que lutem por amor à pátria. 
O pensamento político de Thomas Hobbes 
 Thomas Hobbes era inglês, nasceu em 1588 e faleceu em 1679. Sua principal obra é “Leviatã”, escrita em 1651. 
Hobbes contesta o pensamento de Aristóteles porque entende que é necessário rever o princípio político vigente até 
aquele momento histórico. Para ele, o Homem não nasce apto a viver em sociedade, mas pode tornar-se pela disciplina, 
ou seja, a vida social é uma forma de viver adquirida e não natural. A sociedade, então, é produto artificial da vontade 
humana, é fruto de uma escolha e não obra da natureza. Um conceito fundamental para compreender o pensamento de 
Hobbes é o de estado de natureza. Para Hobbes, no estado de natureza, todo homem tem direito a tudo. 
Hobbes e a instituição de um poder comum 
 Para Hobbes o Estado é constituído para exercer poder coercitivo, para punir os que infringirem as leis. O Estado 
fará com que as leis da razão, aquelas que motivaram os homens a viver em sociedade para se protegerem, se tornem 
leis civis que deverão ser cumpridas por todos. Ele propõe um poder soberano como vontade única da sociedade. Hobbes 
é adepto do absolutismo que existia na sociedade de sua época. Mas inova quando afirma que a origem do poder absoluto 
não é divina, mas um contrato social. Os homens se submetem voluntariamente ao poder do Estado porque, sem ele, a 
vida seria de medo e conflito.
UNIDADE 11
O pensamento político contemporâneo –John Locke 
 John Locke, que nasceu em Bristol, Inglaterra, 
em 1632 e faleceu em 1704. Ele escreveu sobre política, 
religião e economia. Suas principais obras são: Cartas 
sobre a Intolerância, Ensaio sobre o Entendimento 
Humano e os Dois Tratados sobre o Governo Civil. Para 
Locke, assim como para Hobbes, o homem sai do estado 
de natureza para a vida em sociedade ancorado em um 
contrato social, ou seja, em um acordo não escrito, mas 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
que deve ser integralmente respeitado, em que todas as 
pessoas terão direitos e obrigações, sem privilégios. 
Diferenças entre Locke e Hobbes 
 A diferença no pensamento dos dois é que, para 
Locke, o indivíduo existe antes do surgimento da 
sociedade e do Estado e vive em um estágio pré-social 
e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade 
e igualdade. O estado de natureza para Locke não era o 
espaço de conflitos e de medo de Hobbes; ao contrário, 
era uma situação de relativa paz, concórdia e harmonia. 
Locke define a propriedade como um direito amplo, que 
inclui a vida, a liberdade e os bens. Para eliminar o estado 
potencial de guerra que vigora no estado de natureza, 
os homens passam a viver em sociedade, organizam um 
poder central para governá-los e escolhem juízes para 
dirimir seus eventuais conflitos. 
Locke e o direto de propriedade 
 Para Locke, o direito mais essencial e natural dohomem é o direito de propriedade. Para ele, a 
propriedade vem antes do Estado e é um direito natural 
do indivíduo. Contra a propriedade o Estado não tem 
poder algum e deve respeitá-la. Locke acredita que não 
é a sociedade que cria a propriedade privada, ela já e um 
direito que os homens possuem pelo simples fato de 
existirem. E esse direito deve ser respeitado, na medida 
em que cada um possui por natureza. Para Locke, a vida 
política após o contrato social tem por meta principal 
resguardar o direito natural que é, fundamentalmente, o 
direito de propriedade. Essas ideias agradaram muito à 
burguesia, que tinha o desejo de que sua propriedade 
fosse respeitada por todos, inclusive pelo Estado. 
Jean Jacques Rousseau 
 Ele nasceu em Genebra, uma república 
protestante, em 1712 e faleceu em 1778 em Paris. Suas 
obras mais importantes são: Emílioe Do Contrato Social. 
O século XVIII, no qual Rousseau nasceu e viveu, ficou 
conhecido como “século das luzes” por ter sido o período 
em que ocorreu um movimento intelectual caracterizado 
pelo profundo otimismo sobre a capacidade do ser 
humano de se orientar pelo uso da razão e, com isso, a 
humanidade conseguiria alcançar o progresso. Rousseau 
constrói suas reflexões a partir da crítica a esse 
movimento. Os filósofos do chamado “século das luzes” 
defendiam que a difusão do saber era o meio mais eficaz 
para colocar fim às superstições e à ignorância. 
A visão de Rousseau sobre o homem na natureza 
 Rousseau entende que o homem na natureza 
tem liberdade para se aperfeiçoar, tanto quanto a tem 
para se conduzir por seus instintos e, desse modo, 
rebaixar-se a ponto de se parecer com os animais. No 
entanto, ele também luta para sua conservação e se 
identifica com o sofrimento de outros homens. O Homem 
natural de Rousseau é o bom selvagem, enquanto o 
Homem natural de Hobbes é o lobo do próprio homem. 
Ele defende a ideia de que o Homem no estado de 
natureza não utiliza meios artificiais para sobreviver, o que 
é contrário ao que se vê na vida em sociedade. 
Rousseau e a obra O Contrato Social 
 Na obra ele reflete sobre a possibilidade de 
construção de outra ordem jurídica, política e social. 
Dedica-se à ideia de transformação da sociedade 
existente naquela época. Essa sociedade que Rousseau 
idealiza é radicalmente democrática, ou seja, ele propõe 
a cidadania ativa. O elemento fundamental da teoria do 
contrato social é a vontade geral, que é a única vontade 
legítima. As vontades individuais não são legítimas. A 
função da sociedade é a consecução do bem comum. 
Rousseau e a educação 
 Rousseau já apontava a educação como o 
caminho capaz para que os indivíduos abandonassem 
seus interesses individuais em favor dos interesses gerais. 
Ele apresenta essa ideia na obra Emílio, que é dedicada 
a reflexões sobre educação. Ele também acredita que as 
leis deverão ser impessoais, gerais e universais e terão 
de ter dois objetivos fundamentais: a liberdade e a 
igualdade. Com essas ideias, ele influenciou todos aqueles 
que mais tarde seriam os pensadores da Revolução 
Francesa. Para Rousseau, o Estado é resultado de uma 
associação de membros que conservam sua participação 
ativa e que obedecem somente às leis que a própria 
sociedade criou. 
Montesquieu e a teoria da separação de poderes 
 Era um nobre francês nascido em 1689 e falecido 
em 1755. Do Espírito das Leis, sua principal obra, foi 
publicada em 1748. Montesquieu propõe a separação dos 
poderes, ou seja, que exista um Poder Legislativo para 
elaborar leis para toda a sociedade e para serem 
cumpridas, em especial, pelos governantes. Um Poder 
Executivo para representar o Estado e fazer cumprir as 
leis em benefício de todos; e, finalmente, o Poder 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
Judiciário, que dá ao governante o poder de punir os 
crimes ou julgar os conflitos de ordem civil. A separação 
dos poderes proposta por Montesquieu é bastante 
conhecida porque, com algumas modificações 
determinadas pelo tempo, permanece semelhante até 
hoje em muitos países do mundo. 
Montesquieu e a liberdade política 
 A teoria da separação de poderes foi concebida 
como um sistema em que se conjugam um Legislativo, 
um Executivo e um Judiciário, harmônicos e 
independentes entre si, tomando, praticamente, a 
configuração que iria aparecer na maioria das 
Constituições. Assim, a liberdade política exprimirá 
sempre o sentimento de segurança, de garantia e de 
certeza que o ordenamento jurídico proporcione às 
relações de indivíduo para indivíduo, sob a égide da 
autoridade corporativa. Liberdade de pensamento, 
expressão e associação, além da eliminação da 
escravidão, seriam os elementos fundamentais deste 
conjunto. Montesquieu incluía, ainda, o direito a um 
julgamento justo, a presunção da inocência e a 
proporcionalidade na severidade das penas. 
A separação dos poderes na CF/88 
 O Princípio da separação ou divisão dos poderes 
ou funções foi sempre um Princípio fundamental do 
ordenamento constitucional brasileiro. A CF/88, entre 
muitas outras em todo o mundo, estabelece no artigo 
2º, que: “São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. Além de independentes e harmônicos, os 
poderes da União são dinâmicos, o que permite que, por 
vezes, eles entrem em conflito sobre a realização de 
determinadas funções. No entanto, esses conflitos 
eventuais não subtraem do sistema de tripartição de 
poderes proposto por Montesquieu. 
A 1ª Revolução Liberal ou Revolução Burguesa 
 A primeira foi a revolução ocorrida na Inglaterra 
entre 1640 e 1688. Ela marcou o momento em que o 
poder estatal passou para as mãos de uma nova classe 
social, que se enxergava como sujeito de sua própria 
história, a burguesia. A luta foi pela construção de uma 
nova sociedade, tanto nos aspectos socioeconômicos 
como também nos político-culturais. Os setores liberais e 
burgueses impuseram seus valores: valorização do 
trabalho e da vida econômica racional sem desperdício. 
Foi considerada a primeira das grandes revoluções 
burguesas, isto é, as revoluções encabeçadas por 
lideranças da burguesia europeia, que havia se tornado 
expressivamente forte, do ponto de vista econômico, ao 
longo dos séculos XVI e XVII, e que precisava alcançar 
legitimidade política. 
A 2ª Revolução Liberal ou Revolução Burguesa 
 A segunda importante revolução liberal é a de 
Independência dos Estados Unidos, que aconteceu entre 
1775 e 1783. Em 1776, os colonos se reuniram em um 
congresso com o objetivo de declarar as razões que os 
levavam à independência. Durante o congresso, Thomas 
Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos 
Estados Unidos da América. A Guerra de Independência, 
que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados 
Unidos com forte apoio da França. A liberdade foi um 
fator não apenas de integração dos Estados Unidos da 
América do Norte, como também essencial para a 
criação do novo país. 
A Constituição Norte-Americana de 1787 
 A primeira Constituição dos EUA adotou o 
sistema de república federativa, garantiu a propriedade 
privada, mas principalmente estabeleceu como linha 
mestra do país a defesa dos direitos individuais dos 
cidadãos, em especial a liberdade de manifestação do 
pensamento, a liberdade de ir e vir e a de escolha de 
governantes. O governo criado pelos norte-americanos 
após a Independência caracteriza-se pelo limite do poder 
político interno, ou seja, o fiel cumprimento das leis em 
vigor. A influência protestante era muito forte nessa 
época nos Estados Unidos e enfatizava, principalmente, a 
participação dos indivíduos na vida da sociedade e a 
relação individual com Deus, sem que fosse preciso 
intermediários como na Igreja Católica. 
A última grande Revolução Liberal 
 A Revolução Francesa (1789) começa com a 
Queda da Bastilha (uma prisão). O desejo de mudança 
que resultou na Revolução Francesa foi o pouco caso 
com oqual os reis governavam, tornando a França um 
país desorganizado, excessivamente burocrático e 
profundamente injusto. A burguesia francesa que 
controlava o comércio, a indústria e a atividade bancária 
desejavam um governo organizado, justo, que permitisse 
que seus negócios se desenvolvessem em paz. O 
Homem toma consciência de sua situação de fruto da 
história e, ao mesmo tempo, as classes sociais dedicadas 
à produção começam a se aperceber de sua 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
importância, não apenas econômica, mas também 
política e social. 
A Revolução Francesa–Liberdade, Igualdade e 
Fraternidade 
 A Revolução Francesa, a exemplo da 
Independência Norte-Americana, é marcada por uma 
declaração de direitos que começa afirmando que os 
homens nascem e permanecem livres e iguais em 
direitos, e que esses direitos são naturais e imprescritíveis 
(não deixam de existir com o tempo). Os principais 
valores dessa declaração de direitos são: liberdade e o 
direito de fazer tudo o que não prejudique os outros; 
todos têm direito à propriedade, à segurança e à 
resistência contra a opressão. Os grandes intelectuais que 
inspiraram o movimento conhecido como Revolução 
Francesa foram John Locke, Rousseau, Voltaire e 
Montesquieu. Eles condenavam o absolutismo e 
acreditavam que, para viver em sociedade, era preciso 
estabelecer um pacto (contrato social) para abrir mão de 
direitos absolutos, mas garantir que todos tivessem os 
mesmos direitos. 
Karl Marx e O Capital 
 Karl Marx nasceu em Treves, na Alemanha, em 
1818 e morreu na Inglaterra, em 1883. Friedrich Engels e 
Karl Marx, juntos, refletiram sobre a apreensão coletiva 
dos meios de produção e, com isso, criaram o famoso 
Manifesto do Partido Comunista, escrito em 1848. Marx 
escreveu muitos textos de economia e política, mas O 
Capital foi sua obra mais famosa. Marx publicou apenas o 
primeiro volume. Os outros dois volumes foram 
publicados por Engels, após a sua morte, a partir das 
anotações de Marx. Para Marx, o modo de produção 
econômica condiciona as demais relações sociais dos 
homens. 
Marx e o materialismo histórico 
 O pensamento de Marx substitui a reflexão 
subjetiva pela concretude, ou seja, o homem agora é 
pensado a partir de suas relações de trabalho e, 
consequentemente, de suas relações sociais. Nessa 
forma de pensar estão as bases do que foi chamado de 
materialismo histórico, que está fundado nas relações 
sociais, pois, para Marx, o homem só pode ser 
compreendido nessas relações, e também nas relações 
históricas e produtivas em que ele vive. Para Marx, o 
modo de produção da vida material condiciona o 
processo da vida social, política e espiritual em geral. Não 
é a consciência do homem que determina o seu ser, 
mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a 
sua consciência. 
Marx e o capitalismo 
 Para Marx, o capitalismo, por meio da circulação 
mercantil, do trabalho, das forças produtivas e das 
relações de produção, domina tudo. Por isso, ele se 
dedica à reflexão sobre a exploração da força de 
trabalho e as consequências para toda a sociedade. Marx 
argumenta que o capitalista reúne em seu benefício 
vários saberes e com isso produz e acumula riquezas. 
Parte da riqueza produzida é paga para o trabalhador e 
a outra parte é acumulada pelo capitalista. A diferença 
entre o excedente acumulado e aquilo que é pago ao 
trabalhador é a mais-valia. 
O conceito de mais-valia 
 Para Marx os capitalistas compram a força de 
trabalho dos homens para tentar obter sempre a maior 
quantidade possível de excedente. Por isso, ele entende 
que a lógica do capital é a da exploração do trabalho 
assalariado que, ao mesmo tempo, permite a circulação 
de pessoas como mercadorias. A vida em sociedade é 
marcada pela luta de classes, que se dá nas relações de 
produção e da mais-valia. Marx modificou o pensamento 
da sua época por ter ligado a política às condições 
materiais concretas, ao econômico, e por ter denunciado 
a exploração do capital pelo trabalho, que até então era 
considerada quase normal, ou ainda necessária para 
garantir a produção. 
Karl Marx e o Direito 
 Marx conclui que o Direito é apenas um 
instrumento para revestir a força de legalidade e, nessa 
medida, dar suporte para a exploração do homem pelo 
homem. A igualdade das leis é meramente formal porque, 
na prática social, o que se percebe são homens 
detentores de meios de produção que utilizam a força 
de trabalho de outros e a remuneram de forma injusta. 
Ele conclui que as relações jurídicas são um meio de 
oficializar a exploração e fazê-la parecer justa. Por isso é 
que Marx defende uma revolução que supere as formas 
políticas e jurídicas do capitalismo e dê às classes 
trabalhadoras o direito de organizar a sociedade. 
A Revolução Russa 
 A Rússia, antes de 1917, vivia o regime dos czares 
e enfrentava um momento de crise econômica com 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
forte repercussão social. Os principais protagonistas da 
Revolução Russa de 1917 foram: Vladimir Lênin e Leon 
Trotsky. A Revolução Russa exigiu do povo o 
devotamento ao trabalho, respeito pela autoridade 
pública, disposição para o sacrifício pessoal no interesse 
da sociedade e lealdade à pátria soviética e ao regime 
socialista. Essas eram as premissas fundamentais do 
cidadão russo. O lema que motivou os revolucionários foi 
bastante significativo: paz, terra e pão. 
Mikhail Gorbatchev e o fim da União Soviética 
 Gorbatchev, entre suas maiores metas 
governamentais, empreendeu duas medidas: A 
perestroika(reestruturação) visava modernizar a 
economia russa com a adoção de medidas que 
diminuíam a participação do Estado na economia. A 
glasnost(transparência) tinha como objetivo abrandar o 
poder de intromissão do governo nas questões civis. No 
dia 29 de agosto de 1991, o Partido Comunista Soviético 
foi colocado na ilegalidade. 
O Estado Nacional-Socialista 
 O Estado Nacional-Socialista aconteceu na 
Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial, tendo o 
nacionalismo como componente essencial. Nessa 
concepção de organização política, o Estado é um meio 
e não um fim, ou seja, um meio para garantir o 
aprimoramento da comunidade. O nazifascismo adotou 
a lógica totalitária da mobilização de todos os recursos 
para, de forma hierarquizada, expandir a produção, 
favorecer a concentração produtiva e manter o controle 
de tudo nas mãos do Estado. A doutrina nacional-socialista 
adotada na Alemanha e com variação no fascismo italiano 
é contrária aos pressupostos da democracia liberal. A 
origem de todo o direito é o povo e o Estado é 
considerado uma emanação direta dele. 
A Alemanha do período da Segunda Guerra Mundial 
 O povo é conduzido e guiado pelo governo, e 
este se encontra a serviço da comunidade. O indivíduo 
não tem esfera de liberdade individual que deva ser 
respeitada pelo Estado porque seus direitos são como 
membros de uma comunidade. Acrescentou a essa 
situação a doutrina nazista, que exigia a raça pura e 
negava totalmente os direitos daqueles que não fossem 
arianos. O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores 
Alemães foi o principal responsável por constituir na 
Alemanha o III Reich, comandado pelo austríaco Adolf 
Hitler, que protagonizou enorme violência em toda a 
Alemanha e, mais tarde, na Europa durante a Segunda 
Guerra Mundial. 
A situação da Europa após a Segunda Guerra Mundial 
 O final da Segunda Guerra Mundial deixou a 
Europa destruída. As ideias liberais não davam mais conta 
de organizar o Estado para um cidadão que, naquele 
momento, precisava de maior proteção. A experiência 
histórica mostrou que a concepção liberal do Estado 
Mínimo era incapaz de assegurar vida digna à maioria das 
pessoas. O Estado Liberal havia abdicado da intervenção 
no sistema econômico, de forma que a liberdade dos 
agentes econômicos era garantida para que pudessem 
agir como entendessem. A experiência histórica mostrou 
que a concepção liberaldo Estado Mínimo era incapaz 
de assegurar vida digna à maioria das pessoas. 
O Estado do Bem-estar Social 
 Surge então a ideia de que o Estado é quem 
tem o papel de garantir acesso da população a um 
mínimo de segurança social, assegurado ao cidadão, não 
como uma forma de caridade, mas como direito político, 
previsto na Constituição Federal. A ideia fundamental é 
que todo cidadão tem direito de ser protegido tanto 
contra situações de curta duração, como de longa 
duração, que o impeçam de, por sua própria conta, 
garantir seu bem-estar. Assim, o Estado atuará nesses 
momentos de vulnerabilidade do cidadão para ajudá-lo a 
ter uma vida digna. 
A Doutrina social da Igreja 
 Em 1891, a encíclica Rerum Novarum, do papa 
Leão XIII, retomou o pensamento de Santo Tomás de 
Aquino no sentido da justiça social. No documento o papa 
apelou para os empregadores, que respeitassem a 
dignidade de seus trabalhadores e não os tratassem 
como instrumentos de fazer dinheiro. Recomendou a 
formação de uniões de trabalhadores, o aumento do 
número de pequenos proprietários agrários e a limitação 
de horas de trabalho. Condenou o individualismo da 
sociedade liberal burguesa e defendeu a intervenção do 
Estado, quando exigida pelo bem comum, para 
salvaguardar os direitos da pessoa humana. Em 15 de maio 
1961, ao completar 70 anos da encíclica Rerum Novarum, 
o papa João XXIII escreveu a encíclica Mater et Magistra, 
que determinou a prioridade do trabalho sobre o capital. 
O Estado do bem-estar social no Brasil 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
 Os estudiosos são firmes em apontar que ainda 
não construímos um modelo de estado social que 
garantisse aos cidadãos acesso a seus direitos sociais. 
Porém, uma importante reflexão pode ser realizada 
sobre o Estado brasileiro pós-regime militar e a 
perspectiva de construção de um Estado do bem-estar 
a partir das normativas da CF/88. Os direitos estão 
garantidos pela lei, mas, na prática, o cidadão brasileiro 
comum ainda enfrenta enormes dificuldades para ter 
acesso aos direitos sociais com qualidade. Dessa forma, o 
Estado do Bem-estar Social no Brasil não chegou a ser 
uma realidade. 
O Estado do bem-estar social no Brasil 
 Os estudiosos são firmes em apontar que ainda 
não construímos um modelo de estado social que 
garantisse aos cidadãos acesso a seus direitos sociais. 
Porém, uma importante reflexão pode ser realizada 
sobre o Estado brasileiro pós-regime militar e a 
perspectiva de construção de um Estado do bem-estar 
a partir das normativas da CF/88. Os direitos estão 
garantidos pela lei, mas, na prática, o cidadão brasileiro 
comum ainda enfrenta enormes dificuldades para ter 
acesso aos direitos sociais com qualidade. Dessa forma, o 
Estado do Bem-estar Social no Brasil não chegou a ser 
uma realidade. 
A promessa do Estado de bem-estar social na CF/88 
 Na medida em que a CF/88 retoma as 
promessas não cumpridas do Estado de bem-estar social, 
torna-se necessário empreender os esforços na 
consecução de tal ideal. A exigência de políticas públicas 
e prestações sociais efetivas determina ao Estado, além 
de planejamento, a intervenção em setores específicos 
da sociedade. Porém, existe um descompasso entre o 
texto e a realidade, tornando-se premente a necessidade 
de identificar o que obsta a implementação de tal modelo 
estatal no Brasil. Por isso, é preciso reconhecer que a 
implantação desse projeto político e social ainda não se 
completou no Brasil e que, nesse sentido, há muito a ser 
feito, em especial no tocante à maior participação da 
população brasileira na construção da chamada cidadania 
ativa. 
Concepções de Estado no mundo contemporâneo 
 A partir da década de 1980 o liberalismo 
econômico ganha nova vitalidade e ressurge como 
neoliberalismo, trazendo com ele um outro fenômeno, a 
globalização. As ideias originalmente expostas por 
Friedrich Hayek, logo após a Segunda Guerra Mundial, 
ressurgiram na Universidade de Chicago, em torno de 
Milton Friedman, cunhando-se, para caracterizá-las, a 
denominação neoliberalismo. A nova ideologia passou a 
contar, desde logo, com o apoio político dos Estados 
Unidos e do Reino Unido. Em 1979, Margareth Thatcher 
inicia o desmonte do Estado de Bem-estar Social, sob 
alegação de que o Estado não possuía mais recursos 
para garantir tantos direitos sociais para os cidadãos. 
Assim, ela dá início a um movimento que se alastra por 
outros países e que, a bem da verdade, ainda não se 
encerrou totalmente. 
As recomendações principais da doutrina neoliberal 
 Redução acentuada dos poderes do Estado na 
regulação da vida econômica e também dos direitos 
sociais, a fim de assegurar, segundo se garantia, maior 
eficiência na atividade empresarial. Privatizações em 
massa de empresas, mesmo nos setores de 
infraestrutura, bem como no setor de serviços públicos. 
Generalizada abolição dos regulamentos administrativos 
em matéria econômica, mesmo nos setores em que 
tradicionalmente tais regulamentos sempre existiram. 
Assim, o liberalismo econômico ganha nova vitalidade e 
ressurge como neoliberalismo, trazendo com ele um 
outro fenômeno ainda hoje muito estudado, a 
globalização. Mudanças na política financeira estatal, com 
a eliminação dos déficits públicos, a redução da carga 
tributária (substituída em grande parte pela emissão de 
empréstimos públicos) e a supressão de subsídios 
estatais a certas atividades econômicas. A mais grave 
consequência da política neoliberal, estendida em pouco 
tempo ao mundo inteiro foi, sem dúvida, a precarização 
do conjunto de direitos da classe trabalhadora. Desse 
modo, embora a Constituição Federal brasileira tenha um 
extenso rol de direitos sociais previstos para serem 
disponibilizados pelo Estado para os cidadãos, a realidade 
social brasileira ainda é bastante precária na efetividade 
desses direitos. 
Friedrich Hayek 
 Economista, ganhador do Prêmio Nobel de 
Economia em 1974. Para Hayek, a economia pode ser 
considerada como um sistema muito complexo para ser 
planejada apenas por uma instituição central, a economia 
deve ser evoluída espontaneamente, a partir do livre-
mercado, não havendo nenhuma intervenção do Estado. 
As economias de planejamento central impõem a visão 
de uma pessoa, restringindo sua liberdade individual de se 
 Maria Elaynne, 3º período-2020 
comunicar e também a capacidade das empresas de 
fazer comércio. O papel central do governo, disse Hayek, 
deveria ser a manutenção do “Estado de direito”, com o 
mínimo possível de intervenção na vida das pessoas. 
Neoliberalismo no Brasil 
 O “neoliberalismo” foi introduzido associado ao 
discurso da necessidade de modernização do país, com 
o governo Collor, em 1989, e se aprofundou nas décadas 
de 1990 e 2000. Inicialmente com ênfase nas reformas 
econômicas, na privatização e nas políticas sociais. Em 
seguida, modificando substancialmente a estrutura do 
Estado por meio de ampla reforma, consubstanciada em 
documento denominado Plano Diretor de Reforma do 
Aparelho do Estado (1995). No referido documento foram 
definidas as diretrizes da reforma e a nova configuração 
que o Estado brasileiro deveria assumir a partir de então. 
Funções do Estado neoliberal 
 O novo Estado, denominado “social liberal”, teria 
como principal função a regulação, a representatividade 
política, a justiça e a solidariedade, devendo-se afastar do 
campo da produção e se concentrar na função 
reguladora e na oferta de alguns serviços básicos, não 
realizados pelo mercado. A implementação de reformas 
administrativas e gerenciais permitiria a focalização da 
ação estatal no atendimento das necessidades sociais 
básicas, reduzindo a área de atuação do Estado. Para 
proceder às mudanças apregoadas no âmbito do projeto 
neoliberal, deveriam ser removidos os constrangimentos 
jurídico-legais, notadamente de ordem constitucional, que 
impediam a adoção de uma administração ágil, com 
maior grau de autonomia, capazde enfrentar os desafios 
do Estado moderno. 
Mecanismo de redução do Estado neoliberal 
• A privatização: Venda de empresas públicas. 
• A publicização: Transferência da gestão de serviços 
e atividades para o setor público não estatal. 
• A terceirização: Compra de serviços de terceiros. 
 As políticas sociais, para o pensamento neoliberal, 
não são compreendidas como direitos, mas como forma 
de assistir aos mais necessitados. Assim, as ONGs e o 
voluntariado devem ser estimulados a assumir 
responsabilidades. Todos esses elementos permitem 
afirmar que vivemos em um mundo globalizado, sob 
influência desse fenômeno altamente complexo. 
 
A globalização 
 A globalização é associada a processos 
econômicos como a circulação de capitais, a ampliação 
dos mercados ou a integração produtiva em escala 
mundial. Mas descreve também fenômenos da esfera 
social, como a criação e expansão de instituições 
supranacionais, a universalização de padrões culturais e o 
equacionamento de questões concernentes à totalidade 
do planeta. O termo tem designado a crescente 
transnacionalização das relações econômicas, sociais, 
políticas e culturais que ocorrem no mundo. A 
globalização implica uma nova configuração espacial da 
economia mundial como resultado geral de velhos e 
novos elementos de internacionalização e integração. 
Aspectos positivos da globalização 
 Aspectos econômicos: numa economia 
globalizada as empresas podem diminuir os custos de 
produção de seus produtos. Geração de empregos em 
países em desenvolvimento. 
• Aspectos científicos: A globalização faz circular de 
forma mais rápida e eficiente conhecimentos 
científicos e troca de experiências. 
• Aspectos culturais: Com a globalização ocorreu um 
aumento do intercâmbio cultural entre pessoas de 
diversos países do mundo. 
 As principais transformações acarretadas pela 
globalização situam-se no âmbito da organização 
econômica, das relações sociais, dos padrões de vida e 
cultura, das transformações do Estado e da política. Em 
linhas gerais, é possível afirmar que a globalização tem 
aspectos positivos e negativos e que ambos devem ser 
analisados com cuidado e com muita profundidade 
teórico-metodológica. A forte contaminação de vários 
países em caso de crise econômica em um país ou bloco 
econômico de grande importância. A globalização 
favorece a transferência de empresas e empregos. A 
globalização pode provocar distorções cambiais, 
principalmente alta valorização de moedas locais de 
países em desenvolvimento. Facilidade de especulações 
financeiras, causando problemas para as finanças, 
principalmente dos países em desenvolvimento.

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