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DID 05

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DIDÁTICA
Aula 05: Trabalho docente: teoria e prática
Profa. Therezinha Conde
Trabalho docente: teoria e prática – Aula 05 
DIDÁTICA
Pedagogia Libertadora de Paulo Freire
Currículo obrigatório X currículo real
Multiculturalismo/Pluralidade cultural
Transposição Didática
Interdisciplinaridade
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PAULO FREIRE
(Paulo Freire – 1921 - 1997)
A escola é ... 
O lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, 
salas, quadros, programas, horários, conceitos. A escola é, 
sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se 
alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente, cada funcionário é gente. E a escola 
será cada vez melhor na medida em que cada um se 
comporte como colega, amigo, irmão.
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Nada de ilha cercada de gente por todos os lados.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que
não tem amizade a ninguém, nada de ser como o tijolo que
forma a parede, indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só
trabalhar, é também criar laços de amizade, e criar
ambiente de camaradamente, é conviver, é se amarrar
nela.
Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser
feliz.
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Defende uma prática educativa transformadora, fundada
na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia
do educando.
Nas condições de verdadeira aprendizagem, os
educandos vão se transformando em reais sujeitos da
construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado
do educador, igualmente, sujeito do processo.
Defende a ideia de que os pais devem tomar parte das
discussões com os filhos para orientá-los quanto ao
futuro.
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A prática pedagógica deve ser problematizadora e
dialógica; levar o sujeito à reflexão sobre o mundo, a
reconstrução crítica do mundo. É um ato de criação que
se estabelece entre aluno e professor. O diálogo deve ser
autêntico.
Paulo Freire é adepto do método da conscientização, da
humanização, da politização. Acredita que a educação é
uma prática libertadora. Através da educação, o homem
pode criar sua possibilidade de ser livre, de romper com o
estabelecido, com a ordem atual.
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Sem um trabalho pedagógico libertador, sem o
reconhecimento do outro, encontramos homens
oprimidos na luta para serem opressores e não para
reverter uma situação histórica, de dominados e
dominantes. Ex: Reforma agrária: camponeses que se
tornam capatazes passam a ser mais duros que seus
antigos opressores. Isso significa dizer que a situação
concreta vigente de opressão não foi transformada. O
oprimido passa a ser assim porque tem introjetado
nele o opressor. Um homem novo deve se libertar
desse ciclo vicioso de opressor e oprimido.
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O oprimido acomodado, adaptado, conformado teme a
liberdade, enquanto não se sentem capazes de correr
o risco de assumi-la.
Porém, ninguém se liberta sozinho. Os homens se
libertam em comunhão.
Problematizar é exercer uma análise crítica sobre a
realidade.
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“Uma das grandes, se não a maior tragédia do homem
moderno, está em quem é hoje dominado pela força
dos mitos e comandado pela publicidade organizada,
ideológica ou não, e por isso vem renunciando cada
vez, sem saber, à sua capacidade de decidir [...] e,
quando julga que se salva seguindo as prescrições,
afoga-se no anonimato nivelador da massificação, sem
esperança e sem fé, domesticado e acomodado... Já
não é mais sujeito. Rebaixa-se a puro objeto” (P. 43).
FREIRE, P. EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE.
RIO DE JANEIRO: PAZ E TERRA, 1976.
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DE OLHO NA IMAGEM
VÍDEO
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CURRÍCULO OBRIGATÓRIO
X
CURRÍCULO REAL
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ALVES, N. & GARCIA, R.L. (Orgs.). O sentido da
escola. Rio de Janeiro: DP&A,2004.
Se o mundo é cheio de conhecimentos de toda ordem e
origem e que nos aparece sob múltiplas formas, nem todos
eles estão na escola, quer dizer, alguém (aqueles que têm
poder) faz a escolha dos conhecimentos que vão estar na
escola e que nela devem ser ensinados. Ou seja, há a seleção
daqueles conhecimentos que na escola serão chamados
conteúdos pedagógicos e que todos deverão aprender. Isto
nos leva a reconhecer que outros conhecimentos tiveram a
sua entrada proibida na escola... pelo menos oficialmente.
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Em geral, a escolha para o que podia/devia entrar na
escola como conhecimento a ser aprendido, era feita
buscando o que era conveniente ou não aos que iam
aprender, decidido a partir de critérios exteriores a
eles próprios e a partir da autoridade de alguém que
se considerava e era reconhecido em posição de
fazer escolha. Escolha que privilegiava aspectos
morais que levassem à manutenção da autoridade
nas mãos de quem sempre a teve, servindo para
formar pessoas subordinadas a ordens sociais
prescritas.
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Dessa maneira, eram deixados de fora aqueles
conhecimentos que pudessem enfraquecer a
“alma” dos educandos, bem como, os saberes
“inúteis”, como eram entendidos os saberes
cotidianos. Além da seleção, foi necessária a
fragmentação dos saberes. Estes, ao serem
escolhidos e incorporados à escola, eram retirados
de seu contexto, o que obrigava ao fracionamento,
já que nem tudo podia ser dado no espaço tempo
escolar.
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CONTEÚDO ESCOLAR: CORPO HUMANO, REPRODUÇÃO E
SEXUALIDADE
Situação do cotidiano escolar: Os alunos de 4o. Ano/EF
estão estudando o corpo humano, quando um aluno
comenta: “Professora, como eu nasci?” Como entrei na
barriga da minha mãe?”
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SABER POPULAR:
“A prima da minha amiga ficou grávida porque
beijava muito o namorado” (aluna 1)
“O casal não pode abraçar porque a mulher
engravida” (aluno 2)
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SABER CIENTÍFICO:
“O homem tem o espermatozoide e a mulher o óvulo.
Durante o ato sexual vai ocorrer a fecundação, onde o
pai vai colocar dentro do útero da mãe o esperma para
fecundar o óvulo. Assim, nós começamos a ser
formados” (professora).
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MULTICULTURALISMO/PLURALIDADE CULTURAL:
Para Sacristàn (1995), o currículo obrigatório, oficial
deve ser articulado ao currículo real, à cultura vivida
e, nestes termos, o autor propõe que o currículo se
fundamente no multiculturalismo, no qual os
interesses de todos sejam representados
democraticamente. Mas, para torná-lo possível, é
necessária uma estrutura curricular diferente da
dominante e uma mentalidade diferente por parte dos
sujeitos envolvidos no processo educativo: alunos,
professores reflexivos e culturalmente
comprometidos, além da direção e comunidade.
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Essa mentalidade, essa estrutura e esse currículo têm
de ser elaborados e desenvolvidos de modo que a
escola seja considerada um projeto aberto, no qual
caiba uma cultura que respeite a heterogeneidade e
seja um espaço de diálogo e de comunicação entre
grupos sociais diversos. Trata-se de criar um contexto
democrático de decisão sobre os conteúdos de ensino,
configurando uma ideia mais ampla e real de
escolarização. Na visão de Moreira e Santos (1995) os
conteúdos têm de ser vistos como algo a ser
questionado, analisado e negociado e não divorciado
do significado humano.
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TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA
GUIOMARNAMO DE MELLO
A passagem do saber científico para o saber 
escolar
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Recursos importantes para instrumentalizar a 
transposição didática são chamados de:
contextualização do ensino e interdisciplinaridade
X 
fragmentação do conhecimento
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O ensino interdisciplinar nasce da proposição de novos
objetivos, de novos métodos, de uma nova pedagogia, cuja
tônica primeira é a supressão do monólogo e a instauração de
uma prática dialógica. Para tanto, faz-se necessário a
eliminação das barreiras entre as pessoas que pretendem
desenvolvê-las.
Não significa desrespeitar a ‘verdade’ de cada disciplina; é
uma relação dialógica em que a posição é de construção do
conhecimento.
A atitude interdisciplinar nos ajuda a viver o drama da
incerteza e da insegurança. Possibilita-nos dar um passo no
processo de libertação do mito do porto seguro (JAPIASSU
citado por FAZENDA, 1991, p.35).

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