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2015 Gerência de Projetos Profª. Simone Cristina Aléssio Copyright © UNIASSELVI 2015 Elaboração: Profª. Simone Cristina Aléssio Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: 658.404 A372g Aléssio, Simone Cristina Gerência de projetos / Simone Cristina Aléssio. Indaial : UNIASSELVI, 2015. 254 p. : il. ISBN 978-85-7830-900-8 1. Administração de projetos. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. III aPresentação Prezado acadêmico! Bem-vindo à disciplina GERÊNCIA DE PROJETOS. Este Livro de Estudos foi elaborado com o intuito de contribuir e aprimorar o seu desenvolvimento acerca da prática de gestão de projetos. O conteúdo está dividido em três unidades. Na Unidade 1, você vai encontrar uma breve revisão teórica acerca de conceitos projetos, gestão de projetos e, projetos de software. A Unidade 2 concentra os estudos nos processos de gestão de projetos, tendo como alicerce o guia PMBoK. Esta unidade está dividida em quatro tópicos, concentrando os seguintes conteúdos: Gestão da Integração, Gestão do escopo, Gestão do tempo e Gestão do Custo do projeto. A Unidade 3 finaliza a abordagem dividindo-se em seis tópicos, em que são abordados os conteúdos de: Gestão da Qualidade, Gestão de Recursos Humanos, Gestão das Comunicações, Gestão dos Riscos, Gestão das Aquisições e Gestão das Partes Interessadas. Para facilitar seu estudo e desenvolvimento das rotinas, todos os comandos, possuem exemplos que você poderá facilmente compreender e executar na base de dados. Aproveitamos esse momento para destacar que os exercícios NÃO SÃO OPCIONAIS. O objetivo de cada exercício deste livro é a fixação de determinado conceito através da prática. É aí que reside a importância da realização de todos. Sugerimos fortemente que, em caso de dúvida em algum exercício, você entre em contato com seu tutor externo ou com a tutoria da Uniasselvi e que não passe para o exercício seguinte enquanto o atual não estiver completamente compreendido. Bom estudo! Profª Simone Cristina Aléssio IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI V VI VII UNIDADE 1 – CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE ....................................................................................... 1 TÓPICO 1 – UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS .......................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 PROJETO ................................................................................................................................................ 4 3 SUBPROJETOS, PROGRAMAS E PORTFÓLIO ........................................................................... 6 4 ESCRITÓRIO DE PROJETOS – PMO .............................................................................................. 7 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 15 TÓPICO 2 – UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS................................................. 17 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17 2 HISTÓRIA DA GERÊNCIA DE PROJETO ..................................................................................... 18 3 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DA GESTÃO DE PROJETOS ............................................................ 19 4 PADRÕES DE GERÊNCIA DE PROJETOS .................................................................................... 21 5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................ 23 5.1 ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL OU HIERÁRQUICA .............................................................. 23 5.2 ORGANIZAÇÃO PROJETADA .................................................................................................... 24 5.3 ORGANIZAÇÃO MATRICIAL ..................................................................................................... 25 6 FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE .............................................................. 27 7 GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA VISÃO DO PMI ......................................................... 27 8 PROCESSOS DA GERÊNCIA DE PROJETOS ............................................................................... 31 9 METODOLOGIA DE PROJETO ....................................................................................................... 34 10 PLANO DE PROJETO ........................................................................................................................ 34 11 PARTES INTERESSADAS NO PROJETO – STAKEHOLDERS ................................................ 35 12 EQUIPE DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ..................................... 37 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 40 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 43 TÓPICO 3 – PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ........................................... 45 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45 2 AS DIFICULDADES DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE SOFTWARE ................... 47 3 A FASE DE PROJETO ..........................................................................................................................48 4 CONCEITOS BÁSICOS DE PROJETO DE SOFTWARE ............................................................. 49 5 PRINCÍPIOS DE PROJETO ................................................................................................................ 50 6 QUALIDADE DO PROJETO DE SOFTWARE ............................................................................... 50 7 TECNOLOGIA IMPERFEITA E REQUISITOS TECNOLÓGICOS ........................................... 52 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 54 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 59 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 60 sumário VIII UNIDADE 2 – PROCESSOS DE GESTÃO DE PROJETOS ............................................................ 61 TÓPICO 1 – INTEGRAÇÃO .................................................................................................................. 63 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63 2 DESENVOLVIMENTO DO TERMO DE ABERTURA ................................................................. 69 3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ...................... 72 4 ORIENTAR E GERENCIAR A EXECUÇÃO DO PROJETO ........................................................ 76 5 MONITORAR E CONTROLAR A EXECUÇÃO DO PROJETO ................................................. 79 6 REALIZAR O CONTROLE INTEGRADO DE MUDANÇAS ..................................................... 82 7 ENCERRAR O PROJETO OU FASE DO PROJETO ...................................................................... 86 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 89 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 94 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 95 TÓPICO 2 – ESCOPO ...........................................................................................................................97 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97 2 COLETAR REQUISITOS ..................................................................................................................101 3 DEFINIR O ESCOPO .........................................................................................................................104 4 CRIAR A EAP ......................................................................................................................................106 5 VERIFICAR O ESCOPO ....................................................................................................................109 6 CONTROLAR O ESCOPO ................................................................................................................111 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................114 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................115 TÓPICO 3 – TEMPO .............................................................................................................................117 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................117 2 GERENCIAR PLANEJAMENTO DO TEMPO .............................................................................120 3 DEFINIR ATIVIDADES ....................................................................................................................121 4 SEQUENCIAR ATIVIDADES ..........................................................................................................123 5 ESTIMAR RECURSOS DA ATIVIDADE ......................................................................................125 6 ESTIMAR DURAÇÃO DA ATIVIDADE .......................................................................................127 7 DESENVOLVER O CRONOGRAMA ............................................................................................129 8 CONTROLAR CRONOGRAMA .....................................................................................................132 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................135 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................136 TÓPICO 4 – CUSTO ..............................................................................................................................137 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137 2 ESTIMAR CUSTOS ............................................................................................................................140 3 DETERMINAR O ORÇAMENTO ...................................................................................................143 4 CONTROLAR CUSTOS ....................................................................................................................145 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................147 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................148 UNIDADE 3 – ÁREAS DE CONHECIMENTO PARA GESTÃO DE PROJETOS ....................149 TÓPICO 1 – GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO PROJETO .........................................151 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................151 2 PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO PROJETO .............................152 2.1 PLANEJAR A QUALIDADE ........................................................................................................153 2.1.1 Definição do processo ..........................................................................................................155 2.1.2 Entradas do processo ...........................................................................................................155 IX 2.1.3 Ferramentas e técnicas .........................................................................................................155 2.1.4 Saídas do processo ................................................................................................................155 2.2 REALIZAR A GARANTIA DA QUALIDADE ..........................................................................156 2.2.1 Definição do processo ..........................................................................................................157 2.2.2 Entradas do processo ...........................................................................................................157 2.2.3 Ferramentas e técnicas .........................................................................................................158 2.2.4 Saídas do processo ................................................................................................................158 2.3 REALIZAR O CONTROLE DA QUALIDADE .........................................................................158 2.3.1 Ciclo de controle: definição do processo ...........................................................................1602.3.2 Ciclo de controle: entradas do processo ............................................................................160 2.3.3 Ciclo de controle: ferramentas e técnicas ..........................................................................160 2.3.4 Ciclo de controle: saídas do processo ................................................................................161 RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................162 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................163 TÓPICO 2 – GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DO PROJETO ......................165 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165 2 PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DO PROJETO .........166 2.1 DESENVOLVER O PLANO DE RECURSOS HUMANOS ................................................168 2.1.1 Ciclo de planejamento: definição de processo ..................................................................169 2.1.2 Ciclo de planejamento: Entradas do processo ..................................................................169 2.1.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................170 2.1.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................170 2.2 MOBILIZAR A EQUIPE DO PROJETO ......................................................................................170 2.2.1 Ciclo de execução: definição do processo .........................................................................171 2.2.2 Ciclode execução: entradas do processo ...........................................................................172 2.2.3 Ciclo de execução: ferramentas e técnicas .........................................................................172 2.2.4 Ciclo de execução: Saídas do processo ..............................................................................172 2.3 DESENVOLVER A EQUIPE DO PROJETO ...............................................................................172 2.3.1 Ciclo de execução: definição do processo .........................................................................173 2.3.2 Ciclo de execução: entradas do processo ..........................................................................175 2.3.3 Ciclo de iniciação: ferramentas e técnicas .........................................................................175 2.3.4 Ciclo de iniciação: saídas do processo ...............................................................................175 2.4 GERENCIAR A EQUIPE DO PROJETO .....................................................................................175 2.4.1 Ciclo de execução: definição do processo .........................................................................177 2.4.2 Ciclo de execução: entradas do processo ..........................................................................177 2.4.3 Ciclo de execução: ferramentas e técnicas .........................................................................177 2.4.4 Ciclo de execução: saídas do processo ...............................................................................178 RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................179 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................181 TÓPICO 3 – GERENCIAMENTO DAS COMUNICAÇÕES ........................................................183 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................183 2 PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DAS COMUNICAÇÕES DO PROJETO .................185 2.1 IDENTIFICAR AS PARTES INTERESSADAS ...........................................................................185 2.1.1 Ciclo de iniciação: definição do processo ..........................................................................187 2.1.2 Ciclo de iniciação: entradas do processo ...........................................................................189 2.1.3 Ciclo de iniciação: ferramentas e técnicas .........................................................................189 2.1.4 Ciclo de iniciação: saídas do processo ...............................................................................189 2.2 PLANEJAR AS COMUNICAÇÕES ............................................................................................189 2.2.1 Ciclo de planejamento: definição do processo .................................................................190 2.2.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................190 X 2.2.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................... 191 2.2.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................... 191 2.3 CONTROLAR AS INFORMAÇÕES .............................................................................................. 191 2.3.1 Ciclo de execução: definição do processo ............................................................................ 192 2.3.2 Ciclo de execução: entradas do processo ............................................................................. 193 2.3.3 Ciclo de execução: ferramentas e técnicas ............................................................................ 193 2.3.4 Ciclo de execução: saídas do processo .................................................................................. 193 RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................... 194 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 196 TÓPICO 4 – GERENCIAMENTO DE RISCOS .................................................................................. 197 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 197 2 PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE RISCOS ...................................................................... 199 2.1 PLANEJAR O GERENCIAMENTO DOS RISCOS....................................................................... 199 2.1.1 Ciclo de planejamento: definição de processo ..................................................................... 200 2.1.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................... 200 2.1.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................... 201 2.1.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................... 201 2.2 IDENTIFICAR OS RISCOS .............................................................................................................. 201 2.2.1 Ciclo de planejamento: definição do processo .................................................................... 203 2.2.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................... 203 2.2.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................... 203 2.2.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................... 203 2.3 REALIZAR A ANÁLISE QUALITATIVA DOS RISCOS ............................................................. 203 2.3.1 Ciclo de planejamento: definição do processo e entradasdo processo ........................... 205 2.3.2 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................... 205 2.3.3 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................... 205 2.4 REALIZAR A ANÁLISE QUANTITATIVA DOS RISCOS .......................................................... 205 2.4.1 Ciclo de planejamento: definição do processo .................................................................... 207 2.4.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................... 207 2.4.3 Ferramentas e técnicas ............................................................................................................ 207 2.4.4 Saídas do processo ................................................................................................................... 207 2.5 PLANEJAR AS RESPOSTAS AOS RISCOS ................................................................................... 208 2.5.1 Ciclo de planejamento: definição do processo .................................................................... 209 2.5.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................... 209 2.5.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................... 209 2.5.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................... 210 2.6 MONITORAR E CONTROLAR OS RISCOS ................................................................................ 210 2.6.1 Ciclo de controle: definição do processo .............................................................................. 211 2.6.2 Ciclo de controle: entradas do processo ............................................................................... 211 2.6.3 Ciclo de controle: ferramentas e técnicas ............................................................................. 212 2.6.4 Ciclo de controle: saídas do processo ................................................................................... 212 RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................... 213 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 215 TÓPICO 5 – GERENCIAMENTO DAS AQUISIÇÕES ..................................................................... 217 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 217 2 PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DAS AQUISIÇÕES ......................................................... 219 2.1 PLANEJAR AS AQUISIÇÕES ......................................................................................................... 219 2.1.1 Ciclo de planejamento: definição do processo .................................................................... 221 2.1.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................... 221 2.1.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................... 221 XI 2.1.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................221 2.2 REALIZAR AS AQUISIÇÕES ......................................................................................................222 2.2.1 Ciclo de execução: definição do processo .........................................................................223 2.2.2 Ciclo de execução: entradas do processo ..........................................................................224 2.2.3 Ciclo de execução: ferramentas e técnicas .........................................................................224 2.2.4 Ciclo de execução: saídas do processo ...............................................................................224 2.3 CICLO DE EXECUÇÃO: CONTROLAR AS AQUISIÇÕES ....................................................224 2.3.1 Ciclo de controle: definição do processo ...........................................................................226 2.3.2 Ciclo de controle: entradas do processo ............................................................................227 2.3.3 Ciclo de controle: ferramentas e técnicas ..........................................................................227 2.3.4 Ciclo de controle: saídas do processo ................................................................................227 2.4 ENCERRAR AS AQUISIÇÕES .....................................................................................................227 2.4.1 Ciclo: encerramento ..............................................................................................................228 2.4.2 Ciclo: definição do processo ................................................................................................229 2.4.3 Ciclo: entradas do processo .................................................................................................229 2.4.4 Ciclo: ferramentas e técnicas ...............................................................................................229 2.4.5 Ciclo: saídas do processo .....................................................................................................229 RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................230 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................231 TÓPICO 6 – GERENCIAMENTO DAS PARTES INTERESSADAS NO PROJETO ................233 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................233 2 PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DAS PARTES INTERESSADAS ...............................234 2.1 IDENTIFICAR AS PARTES INTERESSADAS ...........................................................................235 2.1.1 Ciclo de planejamento: definição do processo .................................................................236 2.1.2 Ciclo de planejamento: entradas do processo ..................................................................236 2.1.3 Ciclo de planejamento: ferramentas e técnicas .................................................................237 2.1.4 Ciclo de planejamento: saídas do processo .......................................................................237 2.2 PLANEJAR O GERENCIAMENTO DAS PARTES INTERESSADAS....................................237 2.2.1 Ciclo de execução: definição do processo .........................................................................238 2.2.2 Ciclo de execução: entradas do processo ..........................................................................238 2.2.3 Ciclo de execução: ferramentas e técnicas .........................................................................239 2.2.4 Ciclo de execução: saídas do processo ...............................................................................239 2.3 Gerenciar o engajamento das partes interessadas ....................................................................239 2.3.1 Ciclo de controle: definição do processo ...........................................................................240 2.3.2 Ciclo de controle: entradas do processo ............................................................................241 2.3.3 Ciclo de controle: ferramentas e técnicas ..........................................................................241 2.3.4 Ciclo de controle: saídas do processo ................................................................................241 2.4 Controlar o engajamento das partesinteressadas .....................................................................241 2.4.1 Ciclo de encerramento: definição do processo .................................................................243 2.4.2 Ciclo de encerramento: entradas do processo ..................................................................243 2.4.3 Ciclo de encerramento: ferramentas e técnicas ................................................................243 2.4.4 Ciclo de encerramento: saídas do processo ......................................................................243 RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................244 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................245 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................247 XII 1 UNIDADE 1 CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desta unidade, você será capaz de: • conhecer as principais características de projetos e gerenciamento de projetos dentro do seu contexto e importância; • entender a diferença entre projeto, programa e portfólio; • conhecer os principais stakeholders dos projetos; • conhecer a estrutura do guia PMBOK com seus processos e áreas de conhecimento; • conhecer os tipos de estrutura organizacionais mais comuns na realidade atual das organizações; • conhecer a estrutura básica de uma equipe de desenvolvimento de software; • conhecer as dificuldades encontradas no gerenciamento de projetos de software. PLANO DE ESTUDOS Esta unidade de ensino contém três tópicos, sendo que no final de cada um, você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação dos conteúdos. TÓPICO 1 – UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS TÓPICO 2 – UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS TÓPICO 3 – PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS 1 INTRODUÇÃO Podemos pensar na aplicação da palavra “Projeto”, nas mais variadas situações. Por exemplo: um trabalho acadêmico pode ser estruturado na forma de projeto, a reforma de uma casa, um curso de especialização, uma viagem, um filho, ou qualquer atividade que tenha um objetivo, um início e um fim pré- definidos. Neste sentido, as organizações têm fundamentado a maioria de suas atividades, na estrutura de projetos. Atualmente, enfrentamos mudanças em praticamente todos os aspectos da nossa vida (no âmbito político, cultural, acadêmico e social de forma geral). É muito comum a associação da palavra mudança, ao resultado de projetos, por isso, gerenciar projetos no atual cenário é um grande desafio para executivos, que devem pensá-los de forma estruturada e organizada. Para que isso seja possível, é exigido do gestor de projetos conhecimento nos conceitos de Gestão de Projetos, bem como técnicas e ferramentas para colocar em prática uma gestão eficaz. O interesse no aprimoramento acadêmico para a Gestão de Projetos e na evolução e inovação de seus modelos de gestão cresce exponencialmente a cada ano, sendo que esta qualificação está sendo cada vez mais valorizada no âmbito organizacional, uma vez que a educação dos profissionais reflete no sucesso da organização (SENGE, 1990). Por este motivo, torna-se necessário que os gerentes de projetos primeiro conheçam e depois adotem as melhores práticas para que os objetivos sejam alcançados prevendo a máxima otimização dos recursos, obedecendo aos prazos estipulados e, principalmente, os custos estimados. Para Prado (2000) um profissional de projetos qualificado traz os seguintes benefícios para a organização: • redução no custo e prazo de desenvolvimento de novos produtos; • aumento no tempo de vida dos novos produtos; • aumento de vendas e receita; • aumento do número de clientes e de sua satisfação e, • aumento da chance de sucesso nos projetos, além de sua própria ascensão profissional. UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 4 2 PROJETO Projeto é algo temporário, com sequência de atividades com início, meio e fim. Seu Resultado final fornece um produto ou serviço único e progressivo, tangível ou intangível restrito a restrições de tempo e custo (CARVALHO, 2014). Temporário, significa que por maior que seja o tempo de seu desenvolvimento, ele terá um fim. Um projeto não dura para sempre. E, terá fim, assim que seus objetivos sejam alcançados ou quando se chegar à conclusão de que estes objetivos não serão ou não poderão mais ser atingidos. Ou também porque a necessidade do projeto não existe mais. Embora um projeto seja temporário, seu resultado tende a ser duradouro ou permanente, podendo ser classificados também como resultados tangíveis ou intangíveis (TRENTIN, 2011), conforme exemplos: • Produção de um produto, item final ou componente. • Documentos, criação de conhecimento, relatórios de auditorias, análise de mercados ou processos. • Desenvolvimento ou aquisição de um sistema (novo ou modificado). • Construção de infraestrutura, implementação de novos procedimentos ou processos de negócios. Um projeto é único, pois mesmo que já tenha sido executado em outras circunstâncias ou organizações, ao ser colocado em prática novamente, o cenário envolvido (necessidades, pessoas, tecnologias) já mudou. A realidade do projeto atual já é outra em decorrência das mudanças ocorridas. É considerado como progressivo, pois à medida que temos mais conhecimento sobre ele, vamos elaborando-o progressivamente, melhorando o seu detalhamento e as particularidades que o definem como único. Mas, podemos dizer que a característica de destaque de um projeto é o risco, pois nunca podemos ter a certeza de que o mesmo será bem-sucedido. Em contraste com os projetos, encontram-se as operações de uma organização. Estas são esforços de trabalho contínuo, que seguem padrões organizacionais em sua execução, tem caráter repetitivo e rotineiro, e são acima de tudo, permanentes (TRETIM, 2010). Principais diferenças entre projetos e operações: • Projetos têm um começo e fim definidos. Produzem um resultado ou produto único. • Operações são repetitivas e produzem os mesmos resultados cada vez que o processo é executado. Os projetos para serem lucrativos, executados no prazo e entregues com a devida qualidade, precisam de gerenciamento, cujo objetivo consiste em planejar e controlar atividades sincronizadas de diversas pessoas. TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS 5 Segundo o PMI (Project Management Institute, 2013), podemos entender gerenciamento de projetos como: “a conversão de uma necessidade, especificada por objetivos e critérios de sucesso, em um resultado alcançado”. Cada projeto possui um ciclo de vida, que ajuda a definir o início e término de cada etapa, o que deve ser realizado e por quem deve ser executado (matriz de responsabilidade do projeto). Serve para dar alicerce ao tripé de sucesso dos projetos: TEMPO/CUSTO/QUALIDADE. A entrega deve ser feita no prazo estipulado, dentro do orçamento apontado, com nível de qualidade atendendo às necessidades do cliente comprador (VARGAS, 2009). Devido à dinamicidade e competitividade do mercado, diversas empresas têm buscado alternativas tecnológicas para otimizar seus processos, diminuir custos e maximizar lucros, melhorar a qualidade de seus serviços e produtos, com o objetivo de atingir ou manter-se em um patamar importante no mercado em que atuam. Projetos de desenvolvimento de software estão vulneráveis a eventos que podem afetar negativamente o cronograma, custo, escopo do projeto, e a qualidade do produto final. Em um ambiente onde há múltiplos projetos, além de impactar nos objetivos de cada projeto, eventos adversos podem ameaçar o sucesso das metas organizacionais. O gerente de projetos é o responsávelpelo controle e bom desempenho dos mesmos. Deve ser aceito pela equipe. Não precisa ter domínio técnico, uma vez que suas habilidades devem estar mais voltadas para a área de gestão (DINSMORE; CAVALIERI, 2003). Ainda de acordo com os autores, o gerente de projetos deve ser um facilitador, não tendo falhas na liderança, nos seus processos comunicacionais, nas formas de negociação adotadas, e na condução da resolução de problemas. FONTE: <http://www.tecsi.fea.usp.br/envio/contecsi/index.php/contecsi/9contecsi/paper/ download/3508/2007>. Acesso em: 30 abr. 2015. Com a grande demanda do mercado por soluções de software, empresas de desenvolvimento de software necessitam desenvolver diversos projetos simultaneamente, onde cada um possui seus objetivos específicos. Esses projetos precisam ser gerenciados estrategicamente de forma a se alcançar os objetivos individuais dos projetos e manter-se alinhados com as metas da organização (PHILLIPS, 2003). FONTE: <http://www.tecsi.fea.usp.br/envio/contecsi/index.php/contecsi/9contecsi/paper/ download/3508/2007>. Acesso em: 30 abr. 2015. UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 6 3 SUBPROJETOS, PROGRAMAS E PORTFÓLIO Projetos grandes e de alta complexidade podem ser particionados em projetos menores ou subprojetos, facilitando assim a atividade de gerenciamento. A diferença entre os conceitos consiste no princípio de que um subprojeto não existe sem um projeto. Podemos adotar como exemplo a fabricação de um componente específico de um modelo de carro. O carro seria o projeto e a fabricação do componente, um subprojeto do projeto principal (TRENTIM, 2001). Ainda de acordo com o autor, “programas“ são grupos de projetos que são relacionados e gerenciados de forma coordenada. Podem utilizar as mesmas técnicas de gestão, além de compartilhar recursos. Projetos gerenciados coletivamente podem apresentar mais benefícios do que se fossem gerenciados de forma individual, e a escolha sob qual forma de gestão adotar é uma decisão operacional de cada organização. Portfólio, ainda na visão do autor, é um conjunto de projetos ou programas com objetivos afins para atingir uma meta organizacional. A importância é alinhar as execuções organizacionais com o planejamento estratégico, a fim de evitar desperdício de tempo, dinheiro e demais recursos em projetos que não estejam alinhados com a estratégia organizacional adotada. FIGURA 1 – DIFERENÇA ENTRE PROJETOS, PROGRAMAS E PORTFÓLIO Projetos Programas Portfólio O sucesso é medido pelo orçamento, prazo e produtos entregues dentro das especificações. O sucesso é medido em termos de retorno do investimento (ROI), novas habilidades e benefícios entregues. O sucesso é medido em termos de performance agregada dos componentes do portfólio. O sucesso é medido pelo orçamento, prazo e produtos entregues dentro das especializações. O estilo de liderança é focado na gestão dos relacionamentos e soluçãos de conflitos. O estilo de liderança é focado na adição de valor à tomada de decisão no portfólio. Gerentes de Projetos gerenciam técnicas, especialistas, etc. Gerentes de Programas gerenciam gerentes de projetos. Gerentes de Portfólio podem gerenciar ou coordenar a equipe de gerenciamento de portfólio. Gerente de Projetos conduzem planejamento detalhado para gerenciar a entrega dos produtos do projeto. Gerentes de Programas criam planos de alto nível (não detalhados) para fornecer diretrizes para os projetos, cujos planos de detalhes serão criados posteriormente. Gerentes de Portfólios criam e mantêm os processos necessários e as comunicações para agregar o portfólio. FONTE: Trentin (2011, p. 20) TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS 7 4 ESCRITÓRIO DE PROJETOS – PMO É uma estrutura organizacional centralizada que se responsabiliza pelo gerenciamento de projetos em uma organização ou departamento (CARVALHO, 2011). Existem diferentes tipos de PMO, com atribuições e responsabilidades distintas para cada tipo (TRENTIM, 2011). Dentro das principais atividades, podemos citar: • Suporte material. • Padronização de procedimentos e processos. • Criação de modelo de documentação e outros templates. • Treinamento e capacitação da equipe do projeto. • Gestão centralizada de softwares de gestão de projetos, entre outras atribuições. Através do escritório de projetos é possível obter uma visão geral e coordenada dos projetos, equipes e recursos, facilitando o feedback da equipe quanto ao desenvolvimento dos mesmos. Uma organização deve atingir um determinado nível de maturidade para possibilitar a implantação de um PMO. FIGURA 2 – MODELO DE MATURIDADE PARA A IMPLANTAÇÃO DO PMO FONTE: Adaptado de Kerzner (2002, p. 35) Processos Aprimorados Processos Controlados Processos Definidos Conhecimento Básico 3. Metodologia Singular 4. Benchmarking 2. Processos Comuns 1. Linguagem Comum 5. Melhoria Contínua Ciclo de Vida UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 8 As funções desempenhadas por um Escritório de Projetos dependem das características das organizações onde estão instalados, tornando essencial um diagnóstico organizacional antes de sua implantação para definir o grau de maturidade. O grau de maturidade de um PMO definirá a sua capacidade de agregar valor para partes envolvidas no projeto (TRENTIM, 2011). Segundo o autor, quanto maior a maturidade em Gestão de Projetos, mais consistentes serão os resultados dos projetos. Para avaliação é essencial escolher um modelo de maturidade para efetuar o diagnóstico, que é realizado com base em questionários e ferramentas de apoio. Basicamente, as pessoas deverão responder ao questionário, sabendo que o foco não é o conhecimento delas, mas sim, entender qual o nível de gerenciamento de projetos é praticado diariamente na organização (KEELLING, 2002). Cada modelo de maturidade tem seu próprio estilo de questionário, bem como ferramentas de apoio específicas. Após diagnóstico apontado pelo modelo adotado, a gerência deverá traçar planos de ação visando ao aumento da maturidade através do desenvolvimento dos pontos de melhorias identificados pelo modelo em questão. Seguem três exemplos de modelos de maturidade para seu conhecimento: • PMI OPM3 – Organizational Project Management Matutiry Model. • Kerzner PMMM – Kerzner’s Project Management Maturity Model. • Prado MMGP – Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos (Darci Prado). O modelo OPM3 é dividido em três dimensões: • Conhecimento (knowledge). • Avaliação (assessment) e. • Melhoria (improvement). Trata-se de um modelo bastante completo que parte do contexto organizacional de GP (knowledge), aplicando ferramentas e técnicas para avaliar o grau de maturidade (assessment) e então prover um plano de melhoria (improvement). Existem cinco níveis de maturidade: • Inexistente • Consistente • Integrado • Completo • Otimizado OPM3 oferece também um direcionamento para a confecção de planos de melhoria do OPM da organização. FONTE: Adaptado de: <http://blog.mundopm.com.br/2012/02/29/maturidade-em- gerenciamento-de-projetos/>. Acesso em: 30 abr. 2015. TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS 9 O modelo Kerzner apresenta cinco níveis de maturidade, sendo calculados a partir da resposta aos questionários: • Nível 1 – Linguagem Comum. • Nível 2 – Processos Comuns. • Nível 3 – Metodologia Única. • Nível 4 – Análise Comparativa. • Nível 5 – Melhoria Contínua. FIGURA 3 – VARIÁVEIS DO MODELO DE MATURIDADE FONTE: <https://brasil.pmi.org/>. Acesso em: 10 abr. 2015. NOTA No site do PMI, há maiores informações sobre OPM3 e um demo da ferramenta. Acesse: <opm3online.pmi.org/demo/default.shtml>. FONTE: <http://blog.mundopm.com.br/2012/02/29/maturidade-em-gerenciamento-de- projetos/>. Acesso em: 30 abr. 2015. Methods for evaluating Best Practices and Capabilities Organizational project management, its maturity, relevant Best Practices,adn how to use OPM3 Sequence for developing Capabilities aggregating to Best Practices UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 10 FIGURA 4 – NÍVEIS DO MODELO DE MATURIDADE PARA A IMPLANTAÇÃO DO PMO FONTE: Kerzner (2002, p. 47) Assim como o modelo Kerzner, o modelo Darci Prado apresenta cinco níveis de maturidade: • Nível 1 – Iniciante. • Nível 2 – Conhecido. • Nível 3 – Padronizado. • Nível 4 – Gerenciado. • Nível 5 – Otimizado. Cada nível de maturidade é avaliado em seis dimensões: • Alinhamento com o Negócio. • Relacionamentos Humanos. • Estrutura Organizacional. • Informatização. • Metodologia. • Conhecimento em GP. FONTE: <http://blog.mundopm.com.br/2012/02/29/maturidade-em-gerenciamento-de- projetos/>. Acesso em: 30 abr. 2015. NÍVEL 5 NÍVEL 4 NÍVEL 3 NÍVEL 2 NÍVEL 1 Linguagem Comum (80) É baseado no conhecimento dos príncipios fundamentais da gestão do projeto e da terminologia associada. A avaliação irá avaliar o seu próprio conhecimento da gestão do projeto e ao grau em que sua organização compreende os conceitos fundamentais da gestão do projeto. Processos Comuns (20) Esforço concentrado para a utilização de gestão de projetos e desenvolvimento de processos e metodologias de apoio à sua efetiva utilização. É evidente o fato de que certos comportamentos da organização e pessoais são necessários para a execução repetitiva da metodologia. Avaliação do grau de eficácia que sua organização tem conseguido em comum nos processos de gestão de projetos. Metodologia Única (42) A organização reconhece que o sinergismo e controle de processos podem ser melhor alcançados através do desenvolvimento de uma metologia única. Empresas que tenham atingido nível 3 estão totalmente comprometidas com o conceito da gestão dos projetos. Avaliação de como a sua organização está empenhada e se adotou uma metodologia única de gestão de projetos. Análise Comparativa (25) A organização utiliza aferição para comparar continuamente as práticas de gestão de projetos. Líderes reconhecidos para captação de informações e auxílio ao seu desempenho. O Bechmarking é um esforço contínuo de análise e avaliação da Gestão de Projetos. A avaliação irá determinar até que ponto a sua organização está usando uma abordagem estruturada para avaliação comparativa. Melhoria Contínua (16) A organização avalia as informações aprendidas durante a avaliação comparativa e implementa as mudanças necessárias para melhorar o processo de gestão de projetos. A organização entende que a excelência na gestão de projetos é "uma viagem sem fim". A Avaliação irá determinar se a sua organização tem abraçado a melhoria contínua e se atingiu um estado avançado de maturidade de gestão de projetos. TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS 11 FIGURA 5 – DIMENSÕES DOS NÍVEIS DO MODELO DE MATURIDADE PARA A IMPLANTAÇÃO DO PMO FONTE: <www.maturityresearch.com>. Acesso em: 10 abr. 2015. NOTA Os questionários do modelo MMGP podem ser encontrados em <www. maturityresearch.com>. Maturidade em Gerenciamento de projetos refere-se à organização, ou seja, ao grau de aplicação e estabilidade em Gestão de Projetos. A maturidade do PMO depende dos serviços prestados por ele, qualidade destes serviços e como eles são percebidos pelos principais stakeholders (TRENTIM, 2011). 2 - CONHECIDO LINGUAGEM COMUM 3 - PADRONIZADO METODOLOGIA 4 - GERENCIADO CONSOLIDADO 5 - OTIMIZADO ABEDORIA 1 - INICIAL BOA VONTADE 1. C ON HEC IME NTO S D E G ERE NC IAM ENT O 2. U SO DE ME TO DO LOG IAS 3. IN FOR MA TIZ AÇÃ O 4. R ELA CIO NA ME NTO S H UM AN OS 5. E STR UTU RA OR GA NIZ ACI ON AL 6. A LIN HA ME NTO CO M O S N EGÓ CIO S UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 12 FIGURA 6 – CUBO DE MATURIDADE DE PMO Fonte: (PINTO et al.,2010) As funções que o PMO pode desempenhar dependem principalmente da maturidade em gerenciamento de projetos da organização e dos interesses e circunstâncias que cercam a criação e evolução de tal departamento, indo desde simplesmente “monitorar” múltiplos projetos, até representar os projetos junto à direção executiva (VARGAS, 2009). FIGURA 7 – ATRIBUIÇÕES E ATIVIDADES DO PMO FONTE: Trentin (2011, p. 23) Padrões & Processos Métricas & Relatórios Treinamento & Mentoring Auditoria & Suporte PMO ES TR A TÉ G IC O TÁ TI C O O PE R A C IO N A L CORPORATIVO DEPARTAMENTAL A BO R D A G EM PROGRAMA PROJETO AMPLITUDE TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DE PROJETOS 13 De acordo com (TRENTIM, 2011), o escritório de projetos pode ser classificado em três tipos distintos: • Autônomo: criado apenas para dar suporte a um projeto ou programa devido à sua importância estratégica. Ele é extinto no final do programa ou projeto. • Setorial ou departamental: existe apenas para gerenciar projetos ou programas do setor ou departamento onde foi criado. • Corporativo: controla todos os programas e projetos da organização, orientando processos e estabelecendo padrões de gerenciamento. Tem vida organizacional longa. Ambos os tipos de PMO concentram-se na gestão ampla dos projetos e programas, vislumbrando a otimização de recursos. Há um aumento significativo na implantação de PMOs nas organizações, mas cabe ressaltar que nem todas realmente necessitam desta estrutura. A decisão pela implantação do mesmo deve ser estudada e planejada, e requer uma avaliação do nível de maturidade organizacional, inclusive da maturidade em gestão de projetos (ROCHA et al., 2001). FIGURA 8 – EXEMPLO DE ESCRITÓRIOS DE PROJETOS NA ORGANIZAÇÃO Estratégias Organizacionais Consolidação dos relatórios e controles Acompanhamento Relatório de Processo Controle de Recursos Produtos Metodologia Serviços Treinamentos Documentação Alinhamento Alta Administração Patrocinadora dos Projetos Projeto A Resultados Resultados Resultados Projeto B Projeto C Escritório de Projetos Necessidades FONTE: Trentin (2001, p. 24) 14 Neste tópico, você aprendeu que: • Projetos são frequentemente implementados como um meio de executar um plano estratégico da organização. As organizações executam trabalho. O trabalho envolve serviços continuados e/ou projetos, embora possa haver superposição entre os dois. Serviços continuados e projetos possuem muitas características comuns; por exemplo, ambos são: � Executados por pessoas. � Restringidos por recursos limitados. � Planejados, executados e controlados. • Serviços continuados e projetos diferem principalmente porque enquanto os primeiros são contínuos e repetitivos, os projetos são temporários e únicos. Assim, um projeto pode ser definido em termos de suas características distintas – um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único. Temporário significa que cada projeto tem um começo e um fim bem definidos. • Único significa que o produto ou serviço produzido é de alguma forma diferente de todos os outros produtos ou serviços semelhantes. Para muitas organizações, projetos são um meio de responder aquelas necessidades que não podem ser endereçadas dentro dos limites normais de operação da organização. • Os projetos são desenvolvidos em todos os níveis da organização. Eles podem envolver uma única pessoa ou milhares delas. Eles podem ter duração de algumas semanas o durar mais de cinco anos. Os projetos podem envolver uma unidade isolada da organização ou atravessar as fronteiras organizacionais, como ocorre com consórcios e parcerias. • Os projetos são críticos para a realização da estratégia de negócios da organização porque eles são um meio para que a estratégia seja implementada. Pode-se citar como exemplos de projetos: � Desenvolver um novo produto ou serviço. � Implementar uma mudança na estrutura, nas pessoas ou no estilo gerencial de uma organização. � Planejar um novo veículo de transporte.� Desenvolver ou adquirir um sistema de informação novo ou modificado. � Construir um prédio ou instalações. � Construir um sistema de água comunitário em um país em desenvolvimento. � Levar a cabo uma campanha política. � Implementar um novo processo ou procedimento de negócio. RESUMO DO TÓPICO 1 15 AUTOATIVIDADE 1 O que é projeto? 2 Defina Gestão de Projetos. 3 Em sua opinião o que difere um gestor de projetos dos demais gestores? 4 Sobre grupos de processos é correto afirmar que: a) ( ) Se ligam pelos resultados que produzem. b) ( ) Se sobrepõem uns aos outros. c) ( ) O encerramento de uma fase é subsídio para outra. d) ( ) Todas as anteriores. 5 A diferença entre programa e projeto é: a) ( ) Um programa é feito de múltiplos projetos. b) ( ) Programas são projetos de longa duração. c) ( ) Os programas são empreendimentos permanentes. d) ( ) Todas acima. 6 O propósito do PMBOK é identificar e descrever o conhecimento e práticas que devem ser aplicadas uniformemente aos projetos: a) ( ) Pequenos. b) ( ) Grandes. c) ( ) Que possuem o escopo bem definidos. d) ( ) A afirmação acima é falsa. 16 7 Quem determina os requisitos de um novo projeto? a) ( ) O cliente. b) ( ) Os stakeholders. c) ( ) O gerente do projeto. d) ( ) O gerente funcional. 8 _______________ asseguram que os objetivos do projeto estão sendo atingidos, por meio de monitoração regular do seu progresso para identificar variações do plano e, portanto, ações corretivas podem ser tomadas quando necessárias. a) ( ) Controles do projeto. b) ( ) Processos de controle. c) ( ) Controles de qualidade. d) ( ) Garantias da qualidade. 17 TÓPICO 2 UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO NOTA Existem muitas empresas especializadas em gerenciamento de projetos. Faça uma pesquisa na internet e verifique como estas organizações trabalham, que tipos de serviços oferecem e quem são seus clientes! Boa pesquisa! Agora que você já sabe o que é um projeto e conhece seu contexto, podemos iniciar o entendimento acerca do que é o gerenciamento de projetos. A implantação de gerenciamento de projetos nas organizações ocorre de forma gradual, trazendo como benefício a melhoria contínua na gestão e execução dos mesmos. FIGURA 9 – EVOLUÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Melhoria contínua Metodologia única Processos comuns Linguagem comum Conhecimento básico Definição de processos Padronização Controle Lições aprendidas Benchmarking FONTE: Trentin (2001, p. 25) UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 18 Para Kerzner (2002, p. 15) “gestão de projetos pode ser definida como o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas de forma a atingir seus objetivos com êxito, para benefício de todos os participantes do projeto”. O gerenciamento de projetos é a arte de coordenar atividades com o objetivo de atingir as expectativas dos stakeholders. FIGURA 10 – CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO DE PROJETOS CARACTERÍSTICAS DA GESTÃO DE PROJETOS Simplicidade de propósito: o projeto possui metas e objetivos facilmente entendidos. Clareza de propósito e escopo: o projeto pode ser descrito claramente em poucos termos: seus objetivos, escopo, limitações, recursos, administração, qualidade de resultados e assim por diante. Controle independente: o projeto pode ser protegido do mercado ou de outras flutuações que afetam operações rotineiras. Facilidade de mediação: o andamento do projeto pode ser medido por meio de sua comparação com metas e padrões definidos de desempenho. Flexidade de emprego: a administração de projeto pode empregar ou cooptar especialistas e peritos de alto padrão por períodos limitados, sem prejudicar os arranjos de longo prazo na lotação de cargos. Conduz à motivação e moral da equipe: a novidade e o interesse específico do trabalho do projeto é atraente às pessoas e leva à formação de equipes entusiásticas e automotivadas. Sensibilidade ao estilo de administração e liderança: embora às vezes capazes de autogestão, as equipes de especialistas automotivados reagem criticamente a certos estilos de liderança. Útil ao desenvolvimento individual: trabalhar com uma equipe de projeto eficiente favorece o desenvolvimento acelerado e a capacitação pessoal. Favorece a discrição e a segurança: os projetos podem ser protegidos de ação hostil ou atividade de informação para defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto ou segurança de produtos sensíveis aos mercado ou de alto valor. Mobilidade: como entidades independentes, os projetos podem ser executados em locais remotos, países estrangeiros e assim por diante. Facilidade de distrinuição: a administração ou a condução de um projeto inteiro pode ficar livroe de contrato. FONTE: Keelling (2002, p. 40) 2 HISTÓRIA DA GERÊNCIA DE PROJETO Como disciplina e área de conhecimento, a gerência de projetos foi formalizada nos anos 60 em diversos campos de aplicação, incluindo a construção, a engenharia mecânica, projetos militares etc. Nos Estados Unidos, o "pai" da gerência de projeto é Henry Gantt, chamado o pai de técnicas do planejamento e do controle, que é conhecido pelo uso do gráfico de barras como uma ferramenta de gerência do projeto. Associou o gráfico de barras às teorias de Frederick Winslow Taylor, outro pensador da administração científica. Seu trabalho é alicerce de muitas ferramentas de gerências modernas do projeto, tais como a WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) (PHILLIPS, 2003). Ambas serão abordadas nos próximos tópicos. TÓPICO 2 | UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS 19 NOTA O Instituto de Gerenciamento de Projetos (Project Management Institute PMI) é uma das maiores associações para profissionais de gerenciamento de projetos. Auxilia mais de 700.000 membros, profissionais certificados e voluntários em praticamente todos os países do mundo a aumentar o sucesso das suas empresas, evoluir em suas carreiras e tornar a profissão mais madura. Em 1981, os diretores do PMI autorizaram o desenvolvimento do que se transformou em um guia de projetos, o Project Management Body of Knowledge conhecido como PMBoK, contendo os padrões e as linhas mestras das práticas que são usados extensamente durante toda a profissão. A modernização da gerência de projetos teve início na década de 50, com o desenvolvimento dos modelos PERT e COM, utilizados também pelos Estados Unidos. • Program Evaluation and Review Technique ou o PERT, desenvolvido como uma parte do programa do míssil do submarino Polaris da marinha dos Estados Unidos (conjuntamente com a Lockheed Corporation); e • Critical Path Method (CPM) desenvolvido em conjunto por Du Pont Corporation e Remington Rand Corporation para projetos da manutenção de planta. Estas técnicas matemáticas espalharam-se rapidamente em muitas empresas. Tendo como foco os projetos espaciais na NASA, em 1969, um grupo de profissionais de Gestão de Projetos, da Philadelphia, Pensilvânia – EUA, discutiu e documentou as melhores práticas dando início ao Project Management Institute – PMI. 3 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DA GESTÃO DE PROJETOS Boa parte do tempo do gerente de projetos e sua equipe é gasta no que se chama “tripé da gestão de projetos” ou “restrição tripla de projetos”. A qualidade pode ser considerada uma quarta variável, pois é afetada por restrições relacionadas aos demais componentes do triângulo. Estas variáveis são consideradas o alicerce de qualquer projeto, sendo que qualquer mudança em uma das variáveis compromete diretamente as outras (PHILLIPS, 2003). UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 20 FIGURA 11 – TRIPÉ DA GESTÃO DE PROJETOS FONTE: A autora Reduzir o tempo, por exemplo, vai influenciar diretamente o prazo estabelecido para as atividades que compõem o projeto até o término do mesmo. O custo define o tamanho do projeto e o tempodestinado ao mesmo. Uma redução no custo afeta diretamente o tempo de execução e os prazos de entrega. Um aumento no universo do escopo, que define o que deve ser feito, vai obrigatoriamente aumentar os prazos de entrega, bem como o custo inicialmente estimado (VARGAS, 2009). Desta forma, as técnicas e padrões de gestão de projetos, permitem que o gerente e a equipe organizem as atividades a fim de não comprometer as variáveis do tripé. Para o guia PMBoK, o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, técnicas, ferramentas, conhecimentos e habilidades às atividades de um projeto a fim de atender aos seus requisitos, onde gerenciar um projeto inclui: • Identificação de requisitos. • Adaptação às diferentes necessidades e expectativas das partes interessadas. • Equilíbrio de restrições que incluem Tempo, Escopo, Custos, recursos e riscos de cada projeto. O Guia PMBoK tem seu alicerce no plano P-D-C-A (Plan-Do-Check-Act Planejar, Fazer, Checar, Agir ou Corrigir). PDCA é um ciclo e deve funcionar continuamente, ou seja, as quatro etapas devem ser executadas sempre e de modo que haja interação entre elas, para que seja possível obter a melhoria contínua dos processos envolvidos (CARVALHO, 2011). Qualidade Es co po C usto Tempo TÓPICO 2 | UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS 21 FIGURA 12 – CICLO PDCA Planejar Agir Fazer Verificar Atuar corretivamente Definir os métodos que permitirão atingir as metas propostas Executar a tarefa (coletar dados) Verificar os resultados da tarefa executada A (Action) P (Plan) C (Check) D (Do) Educar e treinar Definir as metas FONTE: Trentin (2011, p. 28) Os projetos vão sendo elaborados progressivamente e de modo iterativo entre as etapas do seu ciclo de vida, sendo que a iteratividade é um resultado natural do processo de melhoria contínua da elaboração progressiva, na medida em que os projetos vão sendo executados e posteriormente revistos para assim, adicionar mais detalhamento aos resultados obtidos (TRENTIM, 2001). 4 PADRÕES DE GERÊNCIA DE PROJETOS A cada novo projeto de implantação, clientes e os próprios escritórios de projetos buscam sempre aprimorar as suas práticas, métodos e padrões de gerenciamento. Neste contexto, dúvidas e indefinições são comuns, uma vez que existe uma variedade considerável de opções de padrões e modelos a serem utilizados (VARGAS, 2009). UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 22 Podemos destacar como principais práticas: • Project Management Body of Knowledge (PMBoK) é um padrão americano. Oferece uma base sólida de padrões de gerenciamento de projetos. Define a estrutura da gerência de projetos em função de um conjunto de áreas de conhecimento e dos processos que a compõem. Certificação como garantia do conhecimento dos padrões e nível de competência. Estabelece um padrão de comunicação em projetos da empresa. Nivelamento de expectativas pessoais e interáreas. Padrão é base que possibilita melhorias. ISO 10006: 1997, Quality management – Guidelines to quality in project management: é um guia e um padrão internacional desenvolvido pela ISO específico para gerência de projetos, não com objetivos de certificação, mas de padronização. É aplicável a projetos de complexidades variadas, pequenos ou grandes, de curta ou longa duração, em diferentes ambientes e independente do tipo de produto ou processo envolvido. Isto pode necessitar de alguma adaptação em seu gerenciamento para atender às particularidades do projeto. • PRINCE2™ (Projects IN a Controlled Environment): é uma abordagem baseada nos processos de gerenciamento de projetos. Ele fornece um método facilmente adaptável e escalável para a gestão de quaisquer tipos de projetos. O PRINCE2® é o padrão atual utilizado no gerenciamento de projetos no Reino Unido e é praticado em todo o mundo. • Referencial Brasileiro de Competências (RBC), um dos conjuntos de conhecimentos mais recentes sobre Gerenciamento de Projetos, além dos processos de gestão, aborda competências Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos (ABGP). Tem-se tornado um padrão de fato em diversas indústrias, como o caso da Siemens. • IPMA Competence Baseline (ICB), edição mais recente do corpo de conhecimento desenvolvido pelo International Project Management Association, cuja representação no Brasil é realizada pela Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos (ABGP). Trata do olho da competência em Gerenciamento de Projetos e traz à área uma visão mais holística e inovadora do Gerenciamento de Projetos. Para obter sucesso na implantação de gerenciamento de projetos é necessário: • Comprometimento e apoio explícito do alto escalão organizacional; • Habilitar e treinar gerentes para a gestão de projetos; • Existência de um Escritório de Projetos (ou PMO: Project Management Office); • Uma metodologia para dar suporte aos processos; • Ferramentas de planejamento e controle (softwares específicos para Gestão de Projetos). TÓPICO 2 | UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS 23 Internamente, o alto escalão organizacional deve evidenciar o interesse no sucesso dos projetos e suas práticas. Para isso, é necessário diferenciar as demais “gerências” da “gerência de projetos”, além de adotar um plano de carreira como incentivo para a atividade de gestão de projetos se tornar mais atrativa (VARGAS, 2009). 5 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Nas últimas décadas, os gestores têm apontado a necessidade das organizações serem mais dinâmicas, em resposta à rapidez de mudanças em praticamente todos os segmentos de negócios. Como contraponto à estrutura funcional ou tradicional, outras formas de estrutura organizacional foram tomando forma. Como exemplo, podemos citar a estrutura projetada e a estrutura matricial (KERZNER, 2002). Grande parte das empresas de desenvolvimento de software adota a estrutura “funcional”, onde analistas de sistemas, projetistas e programadores estão vinculados a um único gerente. Neste caso, os projetos são controlados por líderes, geralmente analistas de sistemas com experiência técnica avançada. Pode-se considerar como uma forma limitada, uma vez que o analista de sistemas não desenvolveu todas as aptidões necessárias para a gestão de projetos, tendo em vista o caráter extremamente técnico de sua formação (PHILLIPS, 2003). Nas empresas de desenvolvimento de médio e grande porte, que trabalham com vários projetos simultaneamente, sendo estes de alto custo e de customização mais complexa, o modelo mais adotado é o da organização projetada, onde o gestor do projeto monta a equipe e esta permanecerá em suas atividades até o término do projeto. Alguns integrantes permanecem na equipe do início ao fim do projeto. Outros, podem se desligar para incorporar a equipe de outro projeto. Não há regra definida para a alocação dos recursos humanos (VARGAS, 2009). A literatura do assunto aponta para três tipos de organizações clássicas. Porém, outras formas ou combinações podem surgir a partir destes: 5.1 ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL OU HIERÁRQUICA Os membros da equipe geralmente são bem qualificados e têm mais do que um superior. São agrupados por especialidade (ex.: engenharia, finanças, contabilidade). Reportam-se aos superiores de acordo com a especialidade de cada um. A autoridade dos superiores sobre o restante da equipe é parcial. Este modelo é inapropriado quando se trabalha com projetos onde são necessários controles sobre atividades que envolvam mais de uma área de conhecimento, e restrições de custo e tempo de customização. UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 24 FIGURA 13 – ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL FONTE: <https://brasil.pmi.org>. Acesso em: 10 abr. 2015. 5.2 ORGANIZAÇÃO PROJETADA Este formato apresenta uma forma de trabalho mais dinâmica, onde as equipes são montadas para o alcance de um objetivo específico, tendo como líder o gerente de projetos. O modelo é orientadopara as tarefas e para a equipe. O gerente de projetos tem autoridade total sobre todo o projeto, possuindo alto grau de independência e autonomia. Uma desvantagem é a alocação e realocação das pessoas que compõem as equipes, uma vez que os projetos são temporários. A orientação é vertical, ou seja, as ordens vêm de cima para baixo, contrariando projetos multiespecializados que devem ser gerenciados horizontalmente. (As caixas azuis representam equipes envolvidas em atividades do projeto.) Coordenação do projeto Funcional Gerente funcional Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Gerente funcional Gerente funcional Executivo- chefe TÓPICO 2 | UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS 25 FIGURA 14 – ORGANIZAÇÃO PROJETADA FONTE: <https://brasil.pmi.org>. Acesso em: 10 abr. 2015. 5.3 ORGANIZAÇÃO MATRICIAL É o modelo adotado por organizações que trabalham orientadas por projeto, sendo considerada a solução mais avançada em termos de gestão, pois agiliza os processos organizacionais e trabalha com recursos compartilhados. FIGURA 15 – ORGANIZAÇÃO MATRICIAL FONTE: <https://brasil.pmi.org>. Acesso em: 10 abr. 2015. (As caixas azuis representam equipes envolvidas em atividades do projeto.) Coordenação do projeto Executivo- chefe Gerente de projetos Gerente de projetos Gerente de projetos Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Coordenação do projeto (As caixas azuis representam equipes envolvidas em atividades do projeto.) Executivo- chefe Gerente de projetos Gerente de projetos Gerente de projetos Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe Equipe A organização matricial ainda pode ser dividida em: • Matricial Fraca: É uma estrutura muito similar com uma organização funcional e o papel do gerente de projetos é mais parecido com a de um coordenador ou facilitador. As prioridades das atividades do projeto são baixas tendo em vista que as equipes são subordinadas aos seus respectivos departamentos de origem. UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 26 FONTE: <http://daseuspulos.com.br/2013/12/14/entenda-os-tipos-de-estruturas- organizacionais>. Acesso em: 30 abr. 2015. FIGURA 16 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS Organização Funcional Vantagens Especialistas agrupados por departamentos Membros de equipe que se reportam a apenas uma pessoa, o gerente funcional Recursos centralizados e poca ociosidade Plano de carreira e especialização nos departamentos Desvantagens Ênfase no trabalho funcional Pouca importância dos projetos Falta de autoridade do gerente do projeto Falta de capacitação e plano de carreira em projetos Organização Projetizada Vantagens Foco em projetos Membros da equipe voltados ao projeto Comunicação eficiente dentro da equipe Autoridade do gerente do projeto Recursos direcionados ao projeto Desvantagens Dificuldade de desmobilizar o pessoal após o projeto Falta de especialização em algumas funções Ociosidade e ineficiência no uso de alguns recursos Organização Matricial Vantagens Os projetos são importantes O gerente do projeto possui autoridade (balanceada e forte) Otimização no uso dos recursos Recursos especializados Melhor coordenação e comunicação entre gerente do projeto e funcional Desvantagens Maior necessidade de controles, uma vez que as estruturas se sobrepõem em projetos e operações Dois chefes para cada membro da equipe de projeto: gerente funcional e do projeto Competição por recursos Complexidade da comunicação FONTE: Trentin (2011, p. 33) • Matriz Balanceada: Nesta estrutura já se reconhece a necessidade de um gerente de projetos, porém com pouca autonomia sobre o projeto e seu financiamento já que ainda está sob a gestão de um gerente funcional. Numa estrutura com este modelo destaca-se o aumento considerável dos conflitos em função de que o superior não é claramente definido. • Matricial Forte: É uma estrutura que se assemelha com as características de uma organização projetizada e neste caso podem ter gerentes de projetos em tempo integral com autoridade considerável e pessoal administrativo trabalhando para o projeto em tempo integral. Neste modelo, as equipes estão mais comprometidas com o projeto e a prioridade dos projetos dentro da organização é alta. TÓPICO 2 | UMA VISÃO GERAL DE GESTÃO DE PROJETOS 27 6 FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE A tecnologia da informação desempenha um papel fundamental no auxílio à gestão de projetos, desempenhando, muitas vezes, um papel estratégico. Para que nada fuja ao controle da equipe e gestores, é necessária a utilização de um bom sistema de gerenciamento de projetos. Há várias opções no mercado. Podemos citar como exemplo: MS-Project, Primavera, Artêmis, Plan, Time Line, entre outros (VARGAS, 2009). Além destes, as empresas podem desenvolver seu próprio sistema de informação para a gestão de seus projetos, incorporando às funcionalidades um aplicativo para controle de horas trabalhadas. Geralmente, o aplicativo de horas trabalhadas é integrado ao MS-Project, por exemplo. Um cadastra as atividades e seus responsáveis e o outro controla os tempos de desenvolvimento, facilitando a extração de relatórios gerenciais para controle do andamento do projeto (PHILLIPS, 2003). A forma de comunicação adotada também interfere diretamente no sucesso dos projetos. Para isso faz-se necessário o uso de uma rede de comunicação corporativa, com adoção de e-mail, WEB, intranet, extranet, e adoção de padrões para toda a documentação de projetos que circular por estes meios. 7 GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA VISÃO DO PMI A primeira publicação do PMBoK foi feita em 1983, pelo Project Management Institute (PMI). Inicialmente caracterizado como um white paper, surgiu da necessidade de documentar e padronizar práticas aceitas e aplicáveis na gestão de projetos. A primeira edição foi publicada em 1996 e a segunda, em 2000. A terceira edição teve sua publicação efetivada em 2004. A quarta edição em 2008 e mais recentemente a quinta edição revisada e disponibilizada, em 2013. O guia foi traduzido para os idiomas: árabe, chinês, francês, alemão, italiano, japonês, coreano, português, russo e espanhol. O guia oferece linguagem comum para a discussão, escrita e aplicação do gerenciamento de projetos, facilitando o entendimento das informações entre os profissionais envolvidos. Sua estrutura é baseada em processos e subprocessos e descreve de forma detalhada as atividades a serem desenvolvidas no projeto. O guia é baseado em processos e subprocessos para descrever de forma organizada o trabalho a ser realizado durante o projeto. Todos os processos se relacionam e interagem durante a execução do projeto. Os processos descritos se relacionam e interagem durante a condução do trabalho. A descrição de cada um deles é feitada seguinte forma: UNIDADE 1 | CONCEITOS GERAIS: PROJETOS, GESTÃO DE PROJETOS, PROJETOS DE SOFTWARE 28 • Entradas (documentos, planos, desenhos etc.). • Ferramentas e técnicas (que se aplicam às entradas). • Saídas (documentos, produtos etc.). A 5° Edição do Guia PMBOK aborda normas individuais para a gerência dos projetos definindo conceitos associados à gestão dos mesmos. A versão atual considera 47 processos divididos em 5 grupos de processos e 10 áreas de conhecimento que são comuns em quase todos os segmentos de negócios e seus respectivos projetos. Conjuntos de conhecimento do Guia PMBOK 4° e 5° Edição FIGURA 17 – GRUPOS DE CONHECIMENTOS Guia PMBOK 4º Edição (2008) ISO21500 (2013) Guia PMBOK 5º Edição (2013) Estágios 5 grupos de processos 5 grupos de processos 5 grupos de processos Tópicos 9 áreas de conhecimento 10 áreas de conhecimento 10 áreas de conhecimento Processos 42 processos 39 processos 47 processos FONTE: Adaptado de PMBOK (2013) As dez áreas de conhecimento do PMBOK (5ª edição) estão distribuídas da seguinte forma:
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