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Introdução ao Direito Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Silvano Alves Alcantara 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
No tema de hoje, início de nossos estudos, abordaremos o Estado e 
seus poderes, assim como a teoria da Constituição. Faremos uma introdução 
sobre o conceito de constituição, suas classificações e seus fundamentos. 
Em relação às normas constitucionais, estudaremos sua aplicabilidade 
por meio do exame de suas eficácias. 
 
TEMA 1 – O ESTADO 
O Estado é criado pela sociedade, para administrá-la e gerir seus 
interesses. 
Portanto, e no entendimento de Hack (2012, p. 20): 
O Estado é uma decorrência da sociedade, que o cria como um ente 
que tem a função de manter a ordem. Para cumprir com seus 
objetivos, o Estado recebe uma serie de prerrogativas, dentre as 
quais a mais importante é o monopólio da força. 
O Estado determina, pois, o Direito, iniciando pela elaboração de uma 
constituição, e em seguida pela definição de todo o ordenamento jurídico que a 
ela deverá obediência. 
Para que possa desempenhar seu poder, que é uno, o Estado o divide 
em três funções, que são a função executiva, a legislativa e a judiciária, 
funções estas também denominadas de poderes, assim afirmados em nossa 
Constituição Federal de 1988 (Brasil, 1988): “Art. 2º. São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, 
aplicando ao mesmo tempo o princípio da separação dos poderes e o sistema 
de pesos e contrapesos checks and balances. Assim, por mais que cada poder 
seja independente, ele não é absoluto, pois os demais têm a prerrogativa de 
conter os abusos que eventualmente sejam cometidos pelo outro. 
As funções desses poderes do Estado são assim definidas por Silva 
(2017, p. 71): 
- A legislativa consiste na edição de regras gerais (leis), abstratas, 
impessoais e inovadoras da ordem pública; 
- A executiva resolve os problemas concretos e individualizados, de 
acordo com as leis; 
- A jurisdicional tem por objeto aplicar o direito aos casos concretos a 
fim de dirimir conflitos de interesse. 
É bem verdade que estas são as funções precípuas desses poderes, 
existindo outras de caráter secundário, mas de igual importância. 
 
 
3 
TEMA 2 – CONSTITUIÇÃO E DIREITO CONSTITUCIONAL 
Dentro do ordenamento jurídico de um Estado Democrático de Direito, a 
Constituição é seu diploma mais importante, sendo ela escrita ou não. 
Normalmente, ela é conhecida e chamada por vários nomes, como Carta 
Magna, Lei Maior, Lei das Leis, Lei Fundamental, entre outros. Mas, a bem da 
verdade, não se trata de uma lei, propriamente dita. Ela simplesmente 
determina as normas de base para todo o direito, dispondo sobre o Estado e 
sua organização política e jurídica, como também sobre as garantias e direitos 
individuais do cidadão, e sobre todos os demais assuntos que considere 
importantes e relevantes para aquela determinada coletividade sobre a qual 
tem abrangência e onde deverá ser aplicada. 
Para corroborar com esse entendimento, trazemos o ensinamento de 
José Afonso da Silva (2017, p. 39): 
A constituição do Estado, considerada sua lei fundamental, seria, 
então, a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de 
normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do 
Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício 
do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, 
os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em 
síntese, é o conjunto de normas que organiza os elementos 
constitutivos do Estado. 
O direito constitucional, por sua vez, é o ramo do Direito Público que 
estuda as normas constitucionais, interpretando e explicando-as. 
TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Para facilitar o estudo das constituições, os renomados autores que 
escrevem sobre o Direito Constitucional dividem as constituições de diversas 
maneiras. 
Vamos nos ater à classificação adotada pelo mestre José Afonso da 
Silva (2017, p. 40), que assim as classifica: 
 quanto ao conteúdo: materiais e formais; 
 quanto à forma: escritas e não escritas; 
 quanto ao modo de elaboração: dogmáticas e históricas; 
 quanto à origem: populares (democráticas) ou outorgadas; 
 quanto à estabilidade: rígidas, flexíveis e semirrígidas. 
A seguir, algumas características de cada uma delas. 
 
 
4 
A constituição material está ligada à organização do Estado, ao regime 
político e aos direitos fundamentais, podendo ser com as normas escritas (não 
necessariamente codificadas em um documento) ou baseadas nos costumes. 
Já a constituição formal é escrita e em um único documento, elaborado 
solenemente pelo poder constituinte. Suas alterações ou modificações estão 
atreladas a formalidades por ela mesma estabelecidas. 
A constituição escrita é aquela elaborada em texto único, pelo poder 
constituinte, determinando toda a estrutura e organização do Estado, com seus 
poderes e limites de atuação, como também, definindo os direitos e garantias 
fundamentais dos cidadãos. Já na constituição não escrita, não existe um 
documento, pois suas normas são baseadas nos costumes da sociedade e do 
Estado, na jurisprudência, nas convenções e em outros diplomas legais 
esparsos. 
A constituição dogmática é a elaborada pela Assembleia Constituinte, 
composta por dogmas, que são doutrinas políticas ou filosófica dominantes no 
momento de sua criação, que a princípio são indiscutíveis. 
A constituição histórica, também chamada de costumeira, tem a própria 
história e os costumes daquela sociedade e daquele Estado como base para a 
sua criação, baseando-se em suas tradições e em acontecimentos sócio- 
-políticos. 
A constituição é popular quando é elaborada por um poder constituinte 
devidamente eleito, que representa aquela determinada sociedade. 
Já a constituição outorgada é imposta pelo poder dominante, sem que a 
sociedade possa dela participar. 
A constituição rígida é aquela cujas modificações ou alterações somente 
podem acontecer por meio de processos especiais. 
Por sua vez, a constituição flexível pode ser modificada pelo legislador 
com mais facilidade, utilizando-se do mesmo processo para a elaboração de 
leis ordinárias. 
A constituição semirrígida é aquela que possui uma parte rígida e uma 
parte flexível. 
TEMA 4 – APLICABILIDADE E EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Será que todas as normas constantes da Constituição poderão ser 
aplicadas de imediato, assim que ela for promulgada? 
 
 
5 
Na atual Constituição vigente no Brasil, todas as normas são 
autoaplicáveis? 
A depender da norma, para que ela possa ser aplicada, dependerá de 
outros processos ou procedimentos, como uma lei infraconstitucional que 
venha a regulamentá-la. 
Estamos falando da eficácia da norma constitucional. 
Segundo Hack (2012), as normas constitucionais podem ser de eficácia 
plena, contida ou limitada, pelo menos sob a ótica mais clássica. 
As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas que podem ser 
aplicadas de imediato, desde a entrada em vigor da Constituição. 
As normas de eficácia contida já possuem uma determinada 
regulamentação imposta pela Constituição, mas mesmo assim necessitam de 
outros requisitos para que possam ser aplicadas. 
Já as normas de eficácia limitada precisam, necessária e 
obrigatoriamente, de uma lei que as regulamente para que possam ser 
aplicadas. 
TEMA 5 – PODER CONSTITUINTE 
A própria Constituição determina quem tem a competência de elaborá-la 
e de alterá-la. Aquele que pode elaborar uma constituição detém o chamado 
Poder Constituinte Originário e quem pode alterar uma Constituição detém o 
Poder Constituinte Derivado, também chamado de Poder Reformador. 
Na Constituição vigente no Brasil, a Constituição Federal de 1988 
(Brasil, 1988), o Poder Constituinte Originário vem já do parágrafo único, de 
seu art. 1º, quando afirma que: “Todoo poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição”. 
Exercendo este poder, o povo brasileiro elege uma Assembleia Nacional 
Constituinte para elaborar e promulgar uma nova Constituição, que pode ser o 
Congresso Nacional, composto do Senado e da Câmara Federal, como foi para 
a criação da Constituição Federal de 1988. 
Esta Assembleia Nacional Constituinte se desfaz após a promulgação da 
nova Constituição. 
Já a Constituição em vigor pode ser alterada, por meio de emendas 
constitucionais, não mais por quem possui o Poder Constituinte Originário, mas 
 
 
6 
por quem detém o Poder Constituinte Derivado, que também pelo povo é eleito. 
No caso da Constituição de 1988, quem o exerce é o próprio Congresso 
Nacional, com poderes dados pela Constituição. 
Nos ensina Jose Afonso da Silva (2017, p. 49), que: 
[...] a Constituição conferiu ao Congresso Nacional a competência 
para elaborar emendas a ela; o próprio poder constituinte originário, 
ao estabelecer a CF, instituiu um poder constituinte reformador; no 
fundo, o agente ou sujeito da reforma, é o poder constituinte 
originário, que, por esse método, atua em segundo grau, de modo 
indireto, pela outorga de competência à um órgão constituído para, 
em seu lugar, proceder às modificações na Constituição [...]. 
 
Assim dispõe a Constituição Federal de 1988 em seu art. 60 (Brasil, 
1988): 
[...] 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem. 
[...] 
É verdade que nem todas as normas existentes na Constituição podem 
ser modificadas pelo Poder Constituinte Derivado; são as “cláusulas pétreas”, 
como a determinação do mesmo art. 60, em seu parágrafo 4º (Brasil, 1988): 
[...] 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
[...] 
São estas as principais características do Poder Constituinte. 
NA PRÁTICA 
A Constituição do Brasil vigente desde 1988, chamada de Constituição 
Cidadã, tem como um de seus objetivos fundamentais, de acordo com o art. 3º, 
inciso III (Brasil, 1988), erradicar a pobreza e a marginalização. 
Como você define e caracteriza esse tipo de norma constitucional; será 
uma norma de eficácia plena, contida ou limitada? 
 
 
7 
FINALIZANDO 
Estudamos nesta aula o Estado e seus poderes constituídos. 
Pudemos também abordar a Constituição, suas classificações e sua 
aplicabilidade por meio do estudo das eficácias das normas constitucionais, 
bem como, de que maneira ela pode ser elaborada e posteriormente 
modificada. 
 
 
 
8 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 
1988. 
HACK, É. Direito constitucional: conceito, fundamentos e princípios básicos. 
Curitiba: InterSaberes, 2012. 
SILVA, J. A. da. Curso de direito constitucional positivo. 40 ed. São Paulo: 
Malheiros, 2017.

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