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1 principios fundamentais

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Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
 
Princípios fundamentais da 
Constituição Federal de 1988. 
 
A material está disposta nos seguintes 
artigos da CF/88: 
 
 Art. 1.º A República 
Federativa do Brasil, 
formada pela união 
indissolúvel dos Estados 
e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em 
Estado democrático de 
direito e tem como 
fundamentos: 
 
 I - a soberania; 
 
 II - a cidadania; 
 
 III - a dignidade da 
pessoa humana; 
 
 IV - os valores sociais 
do trabalho e da livre 
iniciativa; 
 
 V - o pluralismo 
político. 
 
Dica para decoraros fundamentos: todos são 
substativos-comecam com artigo. 
 
 Parágrafo único. Todo 
o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
 
 Art. 2.º São Poderes da 
União, independentes e 
harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e 
o Judiciário. 
 
 Art. 3.º Constituem 
objetivos fundamentais da 
República Federativa do 
Brasil: 
 
 I - construir uma 
sociedade livre, justa e 
solidária; 
 
 II - garantir o 
desenvolvimento 
nacional; 
 
 III - erradicar a pobreza 
e a marginalização e 
reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
 
 IV - promover o bem de 
todos, sem preconceitos 
de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer 
outras formas de 
discriminação. 
 
Dica para decoraros os objetivos fundamentais: 
todos são verbos no infinitive - terminados em 
ar, er e ir. 
 
 Art. 4.º A República 
Federativa do Brasil rege-
se nas suas relações 
internacionais pelos 
seguintes princípios: 
 
 I - independência 
nacional; 
 
 II - prevalência dos 
direitos humanos; 
 
 III - autodeterminação 
dos povos; 
 
 IV - não-intervenção; 
 
 V - igualdade entre os 
Estados; 
 
 VI - defesa da paz; 
 
 VII - solução pacífica 
dos conflitos; 
 
 VIII - repúdio ao 
terrorismo e ao racismo; 
 
 IX - cooperação entre 
os povos para o 
progresso da 
humanidade; 
 
 X - concessão de asilo 
político. 
 
Dica para decorar os principios nas relaçoes 
internacionais: 
 
 Residual: tudo que que não for 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
fundamento nem objetivo fundamental. 
 Tem conotação com o cemário 
internacional. 
 
 Parágrafo único. A 
República Federativa do 
Brasil buscará a 
integração econômica, 
política, social e cultural 
dos povos da América 
Latina, visando à 
formação de uma 
comunidade latino-
americana de nações. 
 
OBS:(NÃO TEM 
RELIGIOSA E 
ADMINISTRATIVA) 
 
 As normas são preceitos que 
tutelam situações subjetivas de vantagem 
ou de vínculo, ou seja, reconhecem a 
pessoa ou a entidade, a faculdade de 
realizar certos interesses por ato próprio 
ou exigindo ação ou abstenção de outrem; 
vinculam elas à obrigação de submeter-se 
às exigências de realizar uma prestação. 
 Os princípios são ordenações 
que se irradiam e imantam os sistemas de 
normas; são como núcleos de 
condensações nos quais confluem valores 
e bens constitucionais. 
 
 Os princípios constitucionais 
positivos: se traduzem em normas da 
Constituição ou que delas diretamente se 
inferem; são basicamente de duas 
categorias: 
 Princípios político-
constitucionais: constituem-se daquelas 
decisões políticas fundamentais 
concretizadas em normas conformadoras 
do sistema constitucional positivo, e são 
normas-princípio. 
 Princípios jurídico-
constitucionais: são informadores da 
ordem jurídica nacional; decorrem de 
certas normas constitucionais, e 
constituem desdobramentos dos 
fundamentais. 
 
 Conceito e conteúdo dos 
princípios fundamentais: constituem-se 
dos princípios definidores da forma de 
Estado, dos princípios definidores da 
estrutura do Estado, dos princípios 
estruturantes do regime político e dos 
princípios caracterizadores da forma de 
governo e da organização política em 
geral; os da CF/88 discriminadamente são: 
 a) princípios relativos à 
existência, forma, estrutura e tipo de 
Estado: República Federativa, soberania, 
Estado democrático de direito (art. 1º); 
 b) relativos à forma de governo 
e à organização dos poderes: República e 
separação de poderes (art. 1º e 2º); 
 c) relativos à organização da 
sociedade: princípio da livre organização 
social, de convivência justa e da 
solidariedade (art 3º, I); 
 d) relativos ao regime político: 
da cidadania, da dignidade da pessoa, do 
pluralismo, da soberania popular, da 
representação política e da participação 
popular direta (art. 1º, parágrafo único); 
 e) relativos à prestação positiva 
do Estado: da independência e do 
desenvolvimento nacional, da justiça social 
e da não-discriminação (arts. 3º, II, III e 
IV); 
 f) relativos à comunidade 
internacional: da independência nacional, 
do respeito dos direitos fundamentais da 
pessoa humana, da auto determinação 
dos povos, da não-intervenção, da 
igualdade dos Estados, da solução 
pacífica dos conflitos e da defesa da paz; 
do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da 
cooperação entre os povos e o da 
integração da América Latina (art. 4º). 
 
 Princípios fundamentais e 
princípios gerais do Direito 
Constitucional: os fundamentais 
traduzem-se em normas fundamentais que 
explicitam as valorações políticas 
fundamentais do legislador constituinte, 
contêm as decisões políticas 
fundamentais; 
 Os gerais formam temas de 
uma teoria geral do Direito Constitucional, 
por envolver conceitos gerais, relações, 
objetos, que podem ter seu estudo 
destacado da dogmática jurídico-
constitucional. 
 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
 Função e relevância dos 
princípios fundamentais: a função 
ordenadora, bem como sua ação imediata, 
enquanto diretamente aplicáveis ou 
diretamente capazes de conformarem as 
relações político-constitucionais; a ação 
imediata dos princípios consiste, em 
primeiro lugar, em funcionarem como 
critério de interpretação e de integração, 
pois são eles que dão coerência geral ao 
sistema. 
 A Constituição Federal segue, 
após o preâmbulo, expondo quais os 
fundamentos do Estado, os princípios 
fundamentais que tem como principal 
função servir de matriz a todo o 
ordenamento jurídico e político que passa 
a ser instaurado com o novo Estado, 
apresentando-se como instrumentos de 
interpretação ao legislador na hora de 
elaborar as leis, e aos magistrados e 
membros do executivo quando da 
aplicação da norma, pois devem 
fundamentar a aplicação das normas 
tendo em vista os princípios fundamentais 
constitucionais. 
 Os princípios, como ressaltado 
por Canotilho, “constituem a síntese ou 
matriz de todas as restantes normas 
constitucionais”, ou seja, servem de 
interpretação ao legislador na hora de 
elaborar as leis, e aos magistrados e 
membros do executivo quando da 
aplicação da norma, pois devem 
fundamentar a aplicação das normas 
tendo em vista os princípios fundamentais 
constitucionais. 
 “Os atos e contratos 
constitutivos de pessoas jurídicas, sob 
pena de nulidade, só podem ser admitidos 
a registro, nos órgãos competentes, 
quando visados por advogados.” 
 Em relação ao § 2º do art. 1º da 
lei em questão, o Min. Gilmar Mendes, em 
voto-vista, acompanhando a divergência, 
no ponto, iniciada pelo Min. Marco Aurélio, 
julgou procedente o pedido de 
inconstitucionalidade. Entendeu que o 
dispositivo impugnado tem caráter 
eminentemente corporativista e viola o 
princípio da proporcionalidade, porquanto 
a medida interventiva nele prevista mostra-
se inadequada, haja vista a ausência de 
qualquer relação plausível entre o meio 
utilizado e objetivos pretendidos pelo 
legislador, bem como desnecessária, em 
razão da existência de inúmeras outras 
alternativas menos gravosas para os 
interessados, no que diz respeito à boa 
elaboração dos atos constitutivos das 
pessoas jurídicas. 
 
 O País e o Estado brasileiros: 
País se refere aos aspectos físicos, ao 
habitat, ao torrão nacional; manifesta a 
unidade geográfica, histórica,econômica e 
cultural das terras ocupadas pelos 
brasileiros. Estado é uma ordenação que 
tem por fim específico e essencial a 
regulamentação global das relações 
sociais entre os membros de uma dada 
população sobre um dado território; 
constitui-se de um poder soberano de um 
povo situado num território com certas 
finalidades; a constituição organiza esses 
elementos. 
 
 Território e forma de Estado: 
território é o limite espacial dentro do qual 
o Estado exerce de modo efetivo o poder 
de império sobre pessoas e bens. Forma 
de Estado é o modo de exercício do poder 
político em função do território. 
 
 O Federalismo 
 O federalismo, refere-se a uma 
forma de Estado (federação ou Estado 
Federal) caracterizada pela união de 
coletividades públicas dotadas de 
autonomia político-constitucional, 
autonomia federativa; 
 A federação consiste na união 
de coletividades regionais autônomas 
(estados federados, estados-membros ou 
estado). 
 Estado federal é o todo, 
dotado de personalidade jurídica de Direito 
Público Internacional. 
 A União é a entidade federal 
formada pela reunião das partes 
componentes, constituindo pessoa jurídica 
de Direito Público interno, autônoma em 
relação aos Estados e a que cabe exercer 
as prerrogativas da soberania do Estado 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
brasileiro. 
 A autonomia federativa 
assenta-se em dois elementos: 
 a) na existência de órgãos 
governamentais próprios; 
 b) na posse de competências 
exclusivas. O Estado federal apresenta-se 
como um Estado que, embora parecendo 
único nas relações internacionais, é 
constituído por Estados-membros dotados 
de autonomia, notadamente quanto ao 
exercício de capacidade normativa sobre 
matérias reservadas à sua competência. 
Conforme dispõe o artigo 1.º da CF, 
quanto à "forma de governo" e quanto à 
"forma de Estado" o Brasil é uma 
República Federativa, formada pela União 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
DF. 
 O Estado (Nação) é a pessoa 
jurídica soberana (não sujeita a qualquer 
outra) que tem como elementos básicos 
o povo (elemento humano), o território 
(base) e o governo (condutor). É a 
sociedade politicamente organizada dentro 
de um determinado espaço físico. 
 A "forma de Estado" (Estado 
federado, composto, ou Estado unitário, 
simples) indica a existência ou não de uma 
divisão territorial do poder. Vale dizer: o 
Estado pode ser unitário, com o poder 
concentrado em um órgão central, ou pode 
ser federado, com poderes regionais que 
gozam da autonomia que lhes confere a 
Constituição Federal e com um poder 
central soberano e aglutinador. 
Na Federação há um órgão 
Judiciário, de competência nacional, que 
dirime conflitos entre os Estados federados 
e entre esses e o poder central (STF), bem 
como um Senado com representação 
idêntica de todos os Estados-membros 
(atualmente temos 26 Estados e um DF, 
sendo que cada um elege três dos nossos 
oitenta e um senadores). 
 Atipicamente, a estrutura 
federativa brasileira prevê que também os 
municípios integram a Federação, pois 
gozam da autonomia típica dos entes que 
integram um Estado federado (conforme 
confirma o artigo 18 da CF). Ou seja, nos 
limites da CF, os Estados-membros, o DF 
e também os municípios gozam de 
autonomia política, financeira, legislativa e 
administrativa. 
 Por essa razão, alguns apontam 
nossa federação como trina e não mais 
dualista. JOSÉ AFONSO DA SILVA destaca que 
por onze vezes a CF utiliza as expressões 
Federação e Unidade Federada sem 
incluir os municípios, os quais, aliás, não 
dispõem de Poder Judiciário ou de 
representante no Senado Federal. 
 
 Elementos da Federação 
 Existência de entes autônomos– 
arts. 1.º e 18, da Constituição 
Federal. 
 Existência de uma constituição – 
que há de ser rígida. 
 Órgão que represente a vontade 
desses entes autônomos. 
 Orgão guardião da Constituição– 
art. 102, da Constituição Federal. 
 
 A República 
 
 Forma de governo é conceito 
que se refere à maneira como se dá a 
instituição do poder na sociedade e como 
se dá a relação entre governantes e 
governados. República é uma forma de 
governo que designa uma coletividade 
política com características da res pública, 
ou seja, coisa do povo e para o povo, que 
se opõe a toda forma de tirania. O 
princípio republicano (art. 1º) não 
instaura a República, recebe-a da 
evolução constitucional. Sistema de 
Governo é o modo como se relacionam os 
poderes, especialmente o Legislativo e o 
Executivo, que dá origem aos sistemas 
parlamentarista, presidencialista e 
diretorial. No Brasil é presidencialista. 
 O regime republicano foi 
assinalado no art. 1º, mesmo objeto de 
consulta popular, esta forma de governo 
foi ratificada pela vontade popular, 
estabelecendo que o Poder deve ser 
exercido por representantes temporários, 
com consultas periódicas pois toda a coisa 
(res) é pública. 
 Mandatos periódicos, eleições, 
chefia de Estado a ser legitimada por 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
eleições, são resultantes deste princípio. 
 
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
 A democracia, como realização 
de valores de convivência humana, é 
conceito mais abrangente do que o de 
Estado de Direito, que surgiu como 
expressão jurídica da democracia liberal. 
O Estado Democrático de Direito reúne os 
princípios do Estado Democrático e do 
Estado de Direito, não como simples 
reunião formal dos respectivos elemento, 
revela um conceito novo que os supera, na 
medida em que incorpora um componente 
revolucionário de transformação do status 
quo. 
 
 Estado de Direito: suas 
caracteristicas básicas foram a submissão 
do império a lei, a divisão de poderes e o 
enunciado e garantia dos direitos 
individuais. 
 
 Estado Social de Direito: 
transformação do Estado de Direito, onde 
o qualitativo social refere-se à correção do 
individualismo clássico liberal pela 
afirmação dos chamados direitos sociais e 
realização de objetivos de justiça social; 
caracteriza-se no propósito de 
compatibilizar, em um mesmo sistema, 2 
elementos: o capitalismo, como forma de 
produção, e a consecução do bem-estar 
social geral, servindo de base ao 
neocapitalismo. 
 
 Estado Democrático: se funda 
no princípio da soberania popular, que 
impõe a participação efetiva e operante do 
povo na coisa pública, participação que 
não se exaure, na simples formação das 
instituições representativas, que 
constituem em estágio da evolução do 
Estado Democrático, mas não o seu 
completo desenvolvimento; visa, assim, a 
realizar o princípio democrático como 
garantia real dos direitos fundamentais da 
pessoa humana. 
 
 Caracterização do Estado 
Democrático de Direito: não significa 
apenas u nir formalmente os conceitos de 
Estado de Democrático e Estado de 
Direito; consiste na criação de um conceito 
novo, levando em conta os conceitos dos 
elementos componentes, mas os supera 
na medida em que incorpora um 
componente revolucionário de 
transformação do status quo; é um tipo de 
Estado que tende a realizar a síntese do 
processo contraditório do mundo 
contemporâneo, superando o Estado 
capitalista para configurar um Estado 
promotor de justiça social que o 
personalismo e monismo político das 
democrácias populares sob o influxo do 
socialismo real não foram capazes de 
construir; a CF de 88 apenas abre as 
perspectivas de realização social profunda 
pela prática dos direitos sociais que ela 
inscreve e pelo exercício dos instrumentos 
que oferece à cidadania e que possibilita 
concretizar as exigências de um Estado de 
justiça social, fundado na dignidade da 
pessoa humana. 
 
 A lei no Estado Democrático 
de Direito: o princípio da legalidade é 
também um princípio basilar desse Estado; 
é da essência do seu conceito subordinar-
se à Constituição e fundar-se na 
legalidade democrática; sujeita-se ao 
império da lei, mas da lei que realize o 
princípio da igualdade e da justiça não 
pela sua generalidade,mas pela busca da 
igualização das condições dos socialmente 
desiguais. 
 
 Princípios a tarefa do Estado 
Democrático de Direito: são os 
seguintes: princípio da constitucionalidade, 
democrático, do sistema de direitos 
fundamentais, da justiça social, da 
igualdade, da divisão de poderes, da 
legalidade e da segurança jurídica; sua 
tarefa fundamental consiste em superar as 
desigualdades sociais e regionais e 
instaurar um regime democrático que 
realize a justiça social. 
 
DEMOCRACIA 
 
 Democracia: é um processo de 
convivência social em que o poder emana 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
do povo, há de ser exercido, direta ou 
indiretamente, pelo povo e em proveito do 
povo. 
 
São dois conceitos de democracia. 
O primeiro, baseado nas idéias de 
Rousseau, dita que democracia é o regime 
do povo, pelo povo e para o povo. 
O segundo, apoiado no pensamento 
de Kelsen, fundamenta-se não só no voto 
do povo, mas também na liberdade de 
consciência, de culto, de religião e de 
trabalho. No conceito trazido por Kelsen, a 
democracia é uma técnica de liberdade. É 
quem melhor define a democracia, pois um 
povo sem liberdade de informação e de 
manifestação, ainda que vote, jamais terá 
um governo verdadeiramente voltado para 
o bem-estar da maioria. 
Conforme ensina Celso Antonio 
Bandeira de Mello, “a democracia exige, 
para seu funcionamento, um minimum de 
cultura política, que é precisamente o que 
falta nos países apenas formalmente 
democráticos”. Bem leciona o mestre que, 
sem a consciência de cidadania (existente 
nos países substancialmente 
democráticos), o povo “é presa fácil das 
articulações, mobilizações e aliciamento 
da opinião pública, quando necessária sua 
adesão ou pronunciamento, graças ao 
controle que os setores dominantes detêm 
sobre a mídia, que não é senão um dos 
seus braços”. 
É certo que a regra da maioria “é o 
instrumento técnico capaz de obter o grau 
máximo da liberdade”, conforme afirma 
Celso Fernandes Campilongo. 
Há sempre que se observar, porém, 
se o objetivo da maioria não foi 
manipulado por uma minoria dominante. 
Citando Platão, o Prof. Celso Fernandes 
enriquece o debate sobre a efetiva 
legitimidade da regra da maioria com a 
indagação do objeto da escolha, nos 
seguintes termos: 
“Já na Grécia clássica, em famosa 
passagem de Protágoras, Platão 
esclarecia: ‘Quando a Assembléia se 
reúne, se a questão é de deliberar sobre 
construções a serem realizadas, são 
chamados arquitetos para deliberarem... 
Se se trata, ao contrário, de interesses 
gerais da cidade, vê-se indiferentemente 
levantarem-se para tomar a palavra 
arquitetos, ferreiros, sapateiros, 
mercadores,... e ninguém os reprova’. Em 
outras palavras: questões técnicas devem 
ser decididas por especialistas, questões 
políticas, pelos cidadãos”. 
Carmen Lúcia Antunes Rocha 
relembra que “a participação política é 
direito fundamental, ostentada na 
Declaração dos Direitos do Homem da 
Organização das Nações Unidas, de 1948, 
em cujo art. 21 se tem: 
 1.º – Todo o homem tem direito 
de tomar parte no governo do seu país, 
diretamente ou por intermédio de 
representantes livremente escolhidos. 
 2.º – Todo homem tem igual 
direito de acesso ao serviço público de seu 
país. 
 3.º – A vontade do povo será a 
base da autoridade do governo, esta 
vontade será expressa em eleições 
periódicas e legítimas, por sufrágio 
universal, por voto secreto equivalente que 
assegure a liberdade do povo”. 
Estado de Direito é aquele em que 
todos estão igualmente submetidos à força 
das leis. 
Estado Democrático de Direito é 
aquele que permite a efetiva participação 
do povo na administração da coisa pública, 
visando sobretudo alcançar uma 
sociedade livre, justa e solidária em que 
todos (inclusive os governantes) estão 
igualmente submetidos à força da lei. 
 Pressupostos da democracia: 
a democrácia não necessita de 
pressupostos especiais; basta a existência 
de uma sociedade; se seu governo emana 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
do povo, é democracia; se não, não o é; a 
Constituição estrutura um regime 
democrático consubstanciando esses 
objetivos de igualização por via dos 
direitos sociais e da universalização de 
prestações sociais; a democratização 
dessas prestações, ou seja, a estrutura de 
modos democráticos, constitui fundamento 
do Estado Democrático de Direito, 
instituído no art. 1º. 
 
 Princípios e valores da 
democracia: a doutrina afirma que a 
democracia repousa sobre três princípios 
fundamentais: o princípio da maioria, o 
princípio da igualdade e o princípio da 
liberdade; em verdade, repousa sobre dois 
princípios fundamentais, que lhe dão a 
essência conceitual: o da soberania 
popular, segundo o qual o povo é a única 
fonte do poder, que se exprime pela regra 
de que todo o poder emana do povo; a 
participação, direta e indireta, do povo 
no poder, para que este seja efetiva 
expressão da vontade popular; nos casos 
em que a participação é indireta, surge um 
princípio derivado ou secundário: o da 
representação; Igualdade e Liberdade, 
também, não são princípios, mas valores 
democráticos, no sentido que a 
democracia constitui instrumento de sua 
realização no plano prático; a igualdade é 
valor fundante da democracia, não 
igualdade formal, mas a substancial. 
 
 O poder democrático e as 
qualificações da democracia: o que dá 
essência à democracia é o fato de o poder 
residir no povo; repousa na vontade 
popular no que tange à fonte do exercício 
do poder; o conceito de democracia 
fundamenta-se na existência de um 
vínculo entre o povo e o poder; como este 
recebe qualificações na conformidade de 
seu objeto e modo de atuação; a 
democratização do poder é fenômeno 
histórico, daí o aparecimento de 
qualificações da democracia para denotar-
lhe uma nova faceta, ou seja, a 
democracia política, a social e a 
econômica. 
 
Exercício do poder democrático 
 
 - Democracia direta é aquela 
em que o povo exerce, por si, os poderes 
governamentais, fazendo leis, 
administrando e julgando; 
 - Democracia indireta, 
chamada representativa, é aquela na qual 
o povo, fonte primária do poder, não 
podendo dirigir os negócios do Estado 
diretamente, em face da extensão 
territorial, da densidade demográfica e da 
complexidade dos problemas sociais, 
outorga as funções de governo aos seus 
representantes, que elege periodicamente; 
 - Democracia semidireta é, na 
verdade, democracia representativa com 
alguns institutos de participação direta do 
povo nas funções de governo, institutos 
que, entre outros, integram a democracia 
participativa. 
 
 Democracia representativa: 
pressupõe um conjunto de instituições que 
disciplinam a participação popular no 
processo político, que vem a formar os 
direitos políticos que qualificam a 
cidadania, tais como as eleições, o 
sistema eleitoral, etc., como constam nos 
arts. 14 a 17 da CF; a participação popular 
é indireta, periódica e formal, por via das 
instituições eleitorais que visam a 
disciplinar as técnicas de escolhas do 
representantes do povo. 
 
 O mandato político 
representativo: a eleição gera, em favor 
do eleito, o mandato político 
representativo; nele se consubstanciam os 
princípios da representação e da 
autoridade legítima; o mandado se diz 
político representativo porque constitui 
uma situação jurídico-política com base na 
qual alguém, designado por via eleitoral, 
desempenha uma função política na 
democracia representativa. 
 
 Democracia participativa: o 
princípio participativo caracteriza-se pela 
participação direta e pessoal da cidadania 
na formação dos atos de governo; as 
primeiras manifestações consistiram nos 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
institutos de democracia semidireta, que 
combinam instituições de participação 
direta e indireta, tais como: a iniciativa 
popular (art. 14, III, regulado no art. 61,§ 
2º), o referendo popular (art. 14, II e 49, 
XV), o plebiscito (art. 14, I e 18, §§ 3º e 4º) 
e a ação popular (art. 5º, LXXIII). 
 Democracia pluralista: a 
CF/88 assegura os valores de uma 
sociedade pluralista (preâmbulo) e 
fundamenta-se no pluralismo político (art. 
1º, V); a Constituição opta, pois, pela 
sociedade pluralista que respeita a pessoa 
humana e sua liberdade; optar por isso 
significa acolher uma sociedade conflitiva, 
de interesses contraditórios e antinômicos; 
o papel político é inserido para satisfazer, 
pela edição de medidas adequadas o 
plurarismo social, contendo seu efeito 
dissolvente pela unidade de fundamento 
da ordem jurídica. 
 Democracia e direito 
constitucional brasileiro: o regime 
assume uma forma de democracia 
participativa, no qual encontramos 
participação por via representativa e 
participação direta por via do cidadão. A 
esse modelo, a Constituição incorpora 
princípios da justiça social e do pluralismo; 
assim, o modelo é o de uma democracia 
social, participativa e pluralista; não é 
porém, uma democracia socialista, pois o 
modelo econômico adotado é 
fundamentalmente capitalista. 
 
Espécies de Regimes Democráticos: 
Democracia Direta, Semidireta e Indireta 
O par. ún. do art. 1.º da CF reproduz 
o conceito de Rosseau de que a 
democracia é o governo do povo, pelo 
povo e para o povo, porque todo o poder 
emana do povo (primeiro titular do Poder 
Constituinte Originário), que o exerce por 
meio de representantes eleitos 
diretamente. 
 O art. 14 da CF explicita que no 
Brasil a soberania popular é exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e 
secreto, com valor igual para todos 
(democracia indireta), e, nos termos da 
lei, mediante iniciativa popular, referendo e 
plebiscito, instrumentos da democracia 
direta (também denominada participativa). 
A esse exercício misto da soberania 
popular, eleição direta dos parlamentares 
e dos chefes do executivo – democracia 
indireta ou representativa - e iniciativa 
popular, plebiscito e referendo – 
democracia participativa -, dá-se o nome 
de democracia semidireta (que é o nosso 
regime de governo). 
PODER E DIVISÃO DE PODERES 
 
 A divisão de poderes é um 
princípio fundamental da Constituição, 
consta no ser art. 2º : são poderes da 
União, independentes e harmônicos entre 
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário; 
exprimem , a um tempo, as funções 
legislativa, executiva e jurisdicional e 
indicam os respectivos órgãos, 
estabelecidos na organização dos 
poderes. 
 
 Poder político: pode ser 
definido como uma energia capaz de 
coordenar e impor decisões visando à 
realização de determinados fins; é superior 
a todos os outros poderes sociais, os quais 
reconhece, rege e domina, visando a 
ordenar as relações entre esses grupos de 
indivíduos entre si e recíprocamente, de 
maneira a manter um mínimo de ordem e 
estimular o máximo de progresso à vista 
do bem comum; possui 3 caracteristicas 
fundamentais; unidade, indivisibilidade e 
indelegabilidade. 
 
 Governo e distinção de 
funções do poder: Governo é o conjunto 
de órgãos mediante os quais a vontade do 
Estado é formulada, expressada e 
realizada, ou , o conjunto de órgãos 
supremos a quem incumbe o exercício das 
funções do poder político; a distinção das 
funções que são a legislativa, a executiva 
e a jurisdicional, fundamentalmente é: 
 - a legislativa consiste na 
edição de regras gerais(leis), abstratas, 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
impessoais e inovadoras da ordem 
pública; 
 - a executiva resolve os 
problemas concretos e individualizados, de 
acordo com as leis; - a jurisdicional tem 
por objeto aplicar o direito aos casos 
concretos a fim de dirimir conflitos de 
interesse. 
 
 Divisão dos poderes: consiste 
em confiar cada uma das funções 
governamentais a órgãos diferentes, que 
tomam os nomes das respectivas funções; 
fundamenta-se em dois elementos: a 
especialização funcional e a 
independência orgânica. 
 
 Independência e harmonia 
entre os poderes: a independência dos 
poderes significa que a investidura e a 
permanência das pessoas num dos órgãos 
não dependem da confiança nem da 
vontade dos outros, que, no exercício das 
atribuições que lhe sejam próprias, não 
precisam os titulares consultar os outros 
nem necessitam de sua autorização, que, 
na organização dos respectivos serviços, 
cada um é livre, observadas apenas as 
disposições constitucionais e legais. A 
harmonia entre os poderes verifica-se 
pelas normas de cortesia no trato 
recíproco e no respeito às prerrogativas e 
faculdades a que mutuamente todos têm 
direito; a divisão de funções entre os 
órgãos do poder nem sua independência 
são absolutas; há interferências, que 
visam ao estabelecimento de um sistema 
de freios e contrapesos, à busca do 
equilibrio necessário à realização do bem 
da coletividade. 
 
 Exceções ao princípio: a 
Constituição estabelece incompatibilidades 
relativamente ao exercício de funções e 
poderes (art. 54), e porque os limites e 
exceções ao princípio decorrem de 
normas; Exemplos de exceção ao 
princípio: arts. 56, 62 (medidas provisórias 
com força de lei) e 68 ( delegação de 
atribuições legislativas). 
 
FUNDAMENTOS DA REPUBLICA 
FEDERATIVE DO BRASIL 
 
 Soberania 
 
 Adotando-se o conceito de 
Miguel Reale soberania seria, “ O poder de 
organizar-se juridicamente e de fazer valer 
dentro de seu território a universalidade de 
suas decisões nos limites dos fins éticos 
de convivência”. 
 Segundo a doutrina tradicional, 
a soberania é manifestada sobre dois 
aspectos, a saber, sua relação, 
características e aplicabilidade (a) no 
âmbito externo, no plano internacional 
e (b) no âmbito interno, no plano 
nacional. 
 Em primeiro lugar, no plano 
internacional, ela manifesta-se como 
independência perante os outros países, 
ou seja, o Brasil não está obrigado a 
aceitar imposições de outros países, 
senão quando manifestar sua voluntária 
adesão. Por isso o art. 84, VIII diz que 
compete ao Presidente da República 
celebrar contratos e tratados 
internacionais, que posteriormente 
deverão ser referendados pelo Congresso 
Nacional (CF, art. 49, I), deste modo, o 
Brasil só se obriga perante outros países 
quando houver a celebração de um acordo 
entre eles, isto é autonomia de vontade. 
 Ainda, verifica-se o intuito do 
Constituinte em preservar a soberania 
brasileira perante outros países quando 
este veda que os partidos políticos 
recebam recursos financeiros de entidade 
ou governo estrangeiro ou de 
subordinação a estes (CF, art.17, II). 
 Por fim, merece atenção a 
norma recém incorporada na Constituição 
Federal através da Emenda Constitucional 
45 de 08 de dezembro de 2004, norma 
esta que confirma a soberania nacional ao 
prever que o Brasil só se submete à 
jurisdição de Tribunal Penal Internacional a 
cuja criação tenha manifestado adesão 
(CF, art. 5º, § 4º). O Estatuto de Roma do 
Tribunal Penal Internacional, assinado em 
17/07/1998, do qual o Brasil é signatário, 
conforme Decreto Legislativo 112/2002, 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
entrou em vigor para o nosso país a partir 
de 01/07/2002. A nossa Constituição, até 
então, era omissa quanto à submissão à 
jurisdição de Tribunal Penal Internacional. 
O Tribunal Penal Internacional tem sede 
em Haia e competência para julgar os 
crimes mais graves que afetam a 
comunidade internacional. 
 Nestes termos, tem 
competência para julgar os seguintes 
crimes, conforme disposto no 
art. 5º do Estatuto de Roma: 
 - Crime de genocídio; 
 - Crimes contra a humanidade; 
 - Crimes de guerra; 
 O segundo aspecto referente à 
soberania é a sua manifestação no 
ordenamento jurídico interno, isto é, dentro 
dos limites territoriais nacionais, sendo a 
soberania o maior poder existente, sendo 
supremo sobre todos os poderes sociais 
interiores. 
 Conforme elucida o ilustre 
Professor José Afonso da Silva, “No 
Estado Federal háque distinguir 
soberania e autonomia e seus respectivos 
titulares. Houve muita discussão sobre a 
natureza jurídica do Estado Federal, mas, 
hoje, já está definido que o Estado 
Federal, o todo, como 
pessoa reconhecida pelo Direito 
internacional, é o único titular da 
soberania, considerada poder supremo 
consistente na capacidade de 
autodeterminação. Os Estados Federados 
são titulares tão só de autonomia, 
compreendida como governo próprio 
dentro do círculo de competências 
traçadas pela Constituição Federal”. 
 Com efeito, podemos ressaltar 
que possuir soberania significa que o 
Estado, dentro de seus limites territoriais, 
detém um poder superior a todos os 
demais, e, em relação aos outros Estados 
a soberania significa independência, ou 
seja, embora haja poderes soberanos 
iguais, não há um que lhe seja superior. 
 
 Tratados internacionais e 
direito interno: 
 Em relação à incorporação dos 
tratados internacionais ao direito interno 
sempre houve vários questionamentos 
doutrinários divergentes, entretanto, face a 
finalidade desta obra apontaremos apenas 
o pensamento dominante. 
 Para um tratado internacional 
ter força obrigatória no ordenamento 
jurídico brasileiro, é 
necessário o cumprimento de três fases 
distintas: 
 • Celebração do tratado, pelo 
Presidente da República, em nome da 
República Federativa do Brasil (CF, art. 
84, VIII); 
 • Aprovação definitiva pelo 
Congresso Nacional, por decreto 
legislativo (CF, art. 49,I). 
 • Promulgação pelo Presidente 
da República, por decreto (CF, art. 84, IV). 
 Deste modo, podemos apontar 
as questões em que há grande divergência 
doutrinaria: 
 (a) com que status o tratado 
internacional é incorporado ao Direito 
brasileiro, lei ordinária, complementar ou 
com status constitucional; 
 (b) Poderá o tratado 
internacional ser ulteriormente revogado 
por lei ordinária, ou somente poderá ser 
afastado por meio de denúncia perante os 
outros Estados Soberanos pactuantes? 
 (c) há possibilidade da 
ocorrência de controle de 
constitucionalidade sobre tratados 
internacionais incorporados no 
ordenamento jurídico brasileiro. 
 Em relação ao status de 
incorporação de um tratado internacional 
temos duas teorias: 
 (a) dualista; 
 (b) monista. 
 Consoante a teoria dualista, a 
eficácia de um tratado internacional no 
âmbito do direito 
interno de determinado Estado dependeria 
da elaboração, por esse Estado, de uma 
lei interna com essa específica finalidade. 
Deste modo, os eventuais conflitos serão 
resolvidos segundo os critérios de 
resolução de conflitos internos, pois, em 
verdade, cuida-se da resolução de 
conflitos entre leis aprovadas internamente 
no País. 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
 A teoria monista divide-se em 
duas correntes doutrinárias: a que 
defende, sempre, a primazia do direito 
internacional sobre o direito interno 
(monismo radical) e a corrente que os 
equipara, dependendo a prevalência de 
uma norma sobre a outra da ordem 
cronológica de sua criação (monismo 
moderado). 
 O mais ilustre defensor da teoria 
monista radical foi Hans Kelsen, o qual 
defendia a primazia do ordenamento 
internacional sobre o ordenamento jurídico 
interno. 
 Ensinava o grande mestre 
austríaco que, Entretanto, não se pode 
determinar de forma perfeitamente unívoca 
o lugar ocupado pelo tratado internacional 
no edifício da ordem jurídica. 
 Só se pode interpretá-lo como 
norma imediatamente subordinada à 
Constituição, por ela determinada, 
supondo que essa Constituição seja o 
escalão supremo, vale dizer, adotando o 
ponto de vista da primazia do Direito 
interno. 
 Porém, se superarmos tal ponto 
de vista e adotarmos a idéia da 
superioridade do Direito internacional 
sobre as diversas ordens estatais, ou seja, 
da primazia da ordem juridical 
internacional, o tratado internacional passa 
a ser uma ordem jurídica superior aos 
Estados signatários, criada em 
conformidade com uma regra do Direito 
das gentes, por um órgão próprio da 
comunidade internacional, formado por 
representantes desses Estados. 
 Quanto à determinação dos 
membros desse órgão (chefes de Estado, 
ministros de relações exteriores, 
Parlamentos, etc.), o Direito internacional 
delega as diversas ordens estatais ou sua 
Constituição. esse aspecto, o tratado tem 
preeminência sobre a lei e, inclusive, sobre 
a Constituição, porquanto pode derrogar 
uma lei ordinária ou constitucional, sendo 
impossível o contrário. 
 Pelas regras do Direito 
internacional, um tratado só pode perder 
sua força obrigatória em virtude de outro 
tratado ou de certos fatos por ele 
definidos; não a perde em virtude de ato 
unilateral de uma das partes contratantes, 
como uma lei. 
 Se uma lei, lei constitucional 
inclusive, for contrária a um tratado, ela é 
irregular, ou seja, contrária ao Direito 
internacional. 
 Opõese imediatamente ao 
tratado e, mediatamente, ao princípio do 
pacta sunt servanda. 
 No entanto, apesar da lição do 
grande mestre, o entendimento do 
Supremo Tribunal Federal é de que: 
 (a) Os tratados internacionais 
incorporam-se ao ordenamento jurídico 
brasileiro com força de lei ordinária 
federal devendo obedecer aos parâmetros 
fixados na Constituição Federal. 
 O Supremo Tribunal Federal ao 
analisar o art. 7º do Pacto de San José da 
Costa Rica, que expressamente prevê a 
prisão civil apenas no caso de devedor 
voluntário de alimentos, decidiu que o 
tratado internacional deve se adequar as 
normas constitucionais vigentes no 
território, e, assim estabeleceu a plena 
validade da norma constitucional que 
estabelece a pena de prisão civil para o 
devedor de alimento e para o depositário 
infiel (CF, art. 5LXVII). 
 Deste modo, afirma-se pela 
superioridade das normas constitucionais 
frente aos tratados internacionais, mesmo 
que ratificados pelo CN e promulgado pelo 
PR, podendo inclusive serem sujeitos ao 
controle de constitucionalidade. 
 (b) Eventuais conflitos entre os 
dispositivos dos tratados internacionais e 
as leis ordinárias internas serão resolvidos 
pelo critério cronológico (lei posterior 
revoga lei anterior) ou, se for o caso, pelo 
critério da especialidade (lei especial 
revoga lei geral); 
 (c) Disposições de tratados 
internacionais poderão ser revogadas pela 
ulterior legislação ordinária interna (lei 
ordinária, lei complementar, lei delegada, 
medida provisória); 
 (d) Os tratados internacionais 
não poderão dispor sobre matérias 
constitucionalmente reservadas à lei 
complementar Conforme o entendimento 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
do Supremo Tribunal Federal, “O exame 
da vigente Constituição Federal permite 
constatar que a execução dos tratados 
internacionais e a sua incorporação à 
ordem jurídica interna decorrem, no 
sistema adotado pelo Brasil, de um ato 
subjetivamente complexo, resultante da 
conjugação de duas vontades 
homogêneas: a do Congresso Nacional, 
que resolve, definitivamente, mediante 
decreto legislativo, sobre tratados, acordos 
ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a 
do Presidente da República, que, além de 
poder celebrar esses atos de direito 
internacional (CF, art. 84, VIII), também 
dispõe - enquanto Chefe de Estado que é 
– da competência para promulgá-los 
mediante decreto (...) 
 
 SUBORDINAÇÃO 
 
NORMATIVA DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS À CONSTITUIÇÃO 
DA REPÚBLICA. 
 
 - No sistema jurídico brasileiro, os 
tratados ou convenções internacionais 
estão hierarquicamente subordinados à 
autoridade normativa da Constituição da 
República. Em conseqüência, nenhum 
valor jurídico terão os tratados 
internacionais, que, incorporados ao 
sistema de direito positivo interno, 
transgredirem, formal ou materialmente, o 
texto da Carta Política (...) 
 
CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE DE 
TRATADOS INTERNACIONAIS NO 
SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO: 
 
 - O Poder Judiciário - fundado 
na supremacia da Constituição da 
República - dispõe de competência, para, 
querem sede de fiscalização abstrata, 
quer no âmbito do controle difuso, efetuar 
exame de constitucionalidade dos tratados 
ou convenções internacionais já 
incorporados ao sistema de direito 
positivo interno. 
 Doutrina e Jurisprudência. 
PARIDADE NORMATIVA ENTRE ATOS 
INTERNACIONAIS E NORMAS 
INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO 
INTERNO. 
 - Os tratados ou convenções 
internacionais, uma vez regularmente 
incorporados ao direito interno, situam-se, 
no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos 
planos de validade, de eficácia e de 
autoridade em que se posicionam as leis 
ordinárias, havendo, em conseqüência, 
entre estas e os atos de direito 
internacional público, mera relação de 
paridade normativa. Precedentes. 
 No sistema jurídico brasileiro, os 
atos internacionais não dispõem de 
primazia hierárquica sobre as normas de 
direito interno. A eventual precedência dos 
tratados ou convenções internacionais 
sobre as regras infraconstitucionais de 
direito interno somente se justificará 
quando a situação de antinomia com o 
ordenamento doméstico impuser, para a 
solução do conflito, a aplicação alternativa 
do critério cronológico ("lex posterior 
derogat priori") ou, quando cabível, do 
critério da especialidade. Precedentes. 
 
TRATADO INTERNACIONAL E 
RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI 
COMPLEMENTAR 
 
 - O primado da Constituição, no 
sistema jurídico brasileiro, é oponível ao 
princípio pacta sunt servanda, inexistindo, 
por isso mesmo, no direito positive 
nacional, o problema da concorrência 
entre tratados internacionais e a Lei 
Fundamental da República, cuja suprema 
autoridade normativa deverá sempre 
prevalecer sobre os atos de direito 
internacional público. Os tratados 
internacionais celebrados pelo Brasil - ou 
aos quais o Brasil venha a aderir - não 
podem, em conseqüência, versar matéria 
posta sob reserva constitucional de lei 
complementar. É que, em tal situação, a 
própria Carta Política subordina o 
tratamento legislativo de determinado tema 
ao exclusivo domínio normativo da lei 
complementar, que não pode ser 
substituída por qualquer outra espécie 
normativa infraconstitucional, inclusive 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
pelos atos internacionais já incorporados 
ao direito positivo interno).” 
 
 (ADI 1480 MC / DF - DISTRITO 
FEDERAL –MEDIDA CAUTELAR NA 
AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE). 
 Tratados internacionais sobre 
direitos humanos: 
 Uma boa parte da doutrina 
constitucional nacional há muito entendia 
que os tratados internacionais sobre 
direitos humanos, se fossem ratificados 
pelo governo brasileiro, restariam 
incorporados imediatamente ao 
ordenamento jurídico brasileiro com status 
de norma constitucional. Este pensamento 
decorria da interpretação de que a 
Constituição Federal, em seu art. 4º, II, 
assegura como um de seus princípios 
fundamentais a prevalência dos direitos 
humanos e também prevê, em seu art. 5º, 
§ 2º, a aplicabilidade imediata dos tratados 
internacionais de que o Brasil seja parte. 
 Certo é que estes pensadores 
só pregavam esta teoria para os tratados 
internacionais sobre direitos humanos. Os 
demais tratados seguiriam a regra geral, 
ou seja, só teriam validade se fossem 
ratificados pelo Congresso Nacional, 
através de decreto legislativo, conforme 
art. 49, I, da Constituição Federal e o 
Presidente da República editasse o 
decreto que o integraria ao ordenamento 
jurídico pátrio, conforme art. 84, IV, da 
Constituição Federal. Ademais, estes 
tratados não possuiriam status 
constitucional, ou seja, seriam 
equivalentes às leis ordinárias federais. 
 Assim, abraçando a teoria 
daqueles que defendiam a 
constitucionalização das normas 
internacionais sobre direitos humanos, a 
emenda constitucional 45 de 08 de 
dezembro de 2004 estabeleceu a 
possibilidade de os tratados e convenções 
internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada casa do 
congress nacional, em dois turnos de 
votação, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serem equivalentes 
às emendas constitucionais. 
 Deste modo, após a citada 
reforma constitucional, verificamos a 
possibilidade de os tratados internacionais 
serem incorporados no ordenamento 
brasileiro com o status de norma 
constitucional, desde que cumpridos dois 
requisitos: 
 • O conteúdo do tratado 
internacional seja referente aos direitos 
humanos. 
 • A sua deliberação parlamentar 
obedeça aos limites formais estabelecidos 
para a edição das emendas 
constitucionais, quais sejam, deliberação 
em cada casa do Congresso Nacional, em 
dois turnos de votação, só sendo aprovado 
se obtiver três quintos dos votos dos 
respectivos membros parlamentares. 
 Por fim, cabe salientar que a 
opção de incorporação de tratados e 
convenções internacionais sobre direitos 
humanos com o status de lei ordinária 
(regra geral) ou com o status de norma 
constitucional (CF, art. 5, § 3º) é ato 
discricionário do Congresso Nacional e 
dependerá de seu julgamento de 
oportunidade e conveniência quando da 
análise do caso concreto, 
 
 Cidadania: 
 
 É o atributo que possuem 
aqueles que estão em gozo de seus 
direitos políticos de participar da gestão do 
estado, por isso é previsto a possibilidade 
de, se houver lesão ao patrimônio público, 
o cidadão ingressar com uma ação 
popular, art. 5, LXXIII, de participar do 
processo legislativo através da iniciativa 
popular de lei (CF, art. 61, § 2º). Assim, 
podemos concluir que a cidadania é 
prerrogativa que tem a pessoa física de 
exercer os direitos políticos. 
 
 Dignidade da pessoa humana: 
 
 É com base na definição 
formulada pelo Papa João XXIII que 
iniciaremos a definição e alcance do 
principio da dignidade da pessoa humana. 
Para o líder do poder espiritual a dignidade 
do ser humano, Consiste no conjunto de 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
todas as condições da vida social que 
consintam e favoreçam o desenvolvimento 
integral da personalidade humana. 
 A professora Flávia Piovesan 
expende em valiosa lição a função 
estruturante do principio da dignidade da 
pessoa humana, “Adotando-se a 
concepção de Ronald Dworkin, acredita-se 
que o ordenamento jurídico é um sistema 
no qual, ao lado das normas legais, 
existem princípios que incorporam as 
exigências de justiça e dos valores éticos. 
 Estes princípios constituem o 
suporte axiológico que confere coerência 
interna e estrutura harmônica a todo 
sistema jurídico. 
 O sistema jurídico define-se, 
pois, como verdadeira função ordenadora, 
na medida em que salvaguardam valores 
fundamentais. 
 A interpretação das normas 
constitucionais advém, desse modo, de 
critério valorativo extraído do próprio 
sistema constitucional. 
 À luz dessa concepção, infere-
se que o valor da dignidade da pessoa 
humana, bem como o valor dos direitos e 
garantias fundamentais, vêm a construir os 
princípios constitucionais que incorporam 
as exigências de justiça e dos valores 
éticos, conferindo suporte axiológico a 
todo sistema jurídico brasileiro.” 
 Conforme ressaltado acima, o 
princípio da dignidade da pessoa humana 
é a base dos direitos fundamentais, 
“constituindo-se um mínimo invulnerável 
que todo o estatuto jurídico deve 
assegurar, de modo que, somente 
excepcionalmente, possam ser feitas 
limitações aos direitos fundamentais”, é ele 
que veda as penas cruéis (CF, art. 5º, 
XLVII) e determina que seja dever do 
estado e da família defender os idosos 
(CF, art.230). 
 Com efeito, é com fundamento 
na dignidade da pessoa humana que o 
Constituinte originário estabeleceu 
espécies de penas inaplicáveis no direito 
brasileiro: 
 • Pena de morte, salvo em caso 
de guerra declarada, nos termos do art. 
84, XIX. 
 A vedação de pena de morte 
não é absoluta em nosso ordenamento, 
sendo possível a sua aplicação, desde que 
preenchidos os requisitos constitucionais, 
ou seja, no caso de agressão 
estrangeira, autorizado pelo Congresso 
Nacional ou referendadopor ele, quando 
ocorrida no intervalo das sessões 
legislativas. 
 Deste modo, a aplicação de 
pena de morte prevista no art. 55, I, do 
Código Penal Militar foi recepcionada pela 
Constituição Federal. 
 • Pena de Caráter Perpétuo: A 
prisão perpétua não tem a finalidade de 
ressocialização do condenado, possui a 
finalidade de exclusão do indivíduo da 
sociedade, em franca contradição ao 
princípio da dignidade da pessoa humana. 
 É este o motivo de alguns 
juristas considerarem inconstitucional a 
previsão de impossibilidade de progressão 
de regimes para os condenados pela 
prática de crimes hediondos. 
 Neste sentido, importante 
decisão do Supremo Tribunal Federal, 
onde a Primeira Turma concluiu 
julgamento de habeas corpus em que se 
pretendia a extinção de medida de 
segurança aplicada à paciente, 
diagnosticada como doente mental pela 
prática do delito de homicídio, cujo 
cumprimento, em hospital de custódia e 
tratamento, já ultrapassara trinta anos. 
 Tendo em conta a garantia 
constitucional que veda as penas de 
caráter perpétuo (CF, art. 5º, XLVII, b), 
entendeu-se extensível, às medidas de 
segurança, o limite temporal previsto no 
art. 75 do CP (“O tempo de cumprimento 
das penas privativas de liberdade não 
pode ser superior a trinta anos.”). 
 • Pena de Trabalhos forçados: 
A vedação da pena de trabalhos forçados 
tem a finalidade de evitar a imposição de 
condições análogas à situação de escravo 
ao indivíduo. 
 Todavia, as penas de trabalho 
forçado não se confundem com a previsão 
de trabalho remunerado durante a 
execução penal, previsto na lei de 
execução penal, pois estas têm a 
 Direito Constitucional: Princípios fundamentais 
finalidade de ressocialização do indivíduo 
e o preso tem o dever realizar trabalhos na 
medida de suas aptidões. 
 • Pena de banimento: A pena 
de banimento tem a finalidade de retirar 
um nacional de seu país, em virtude da 
prática de ilícitos em seu território. 
 Esta penalização é vedada pela 
legislação brasileira que não admite a 
expulsão de nacionais, natos ou 
naturalizados, só admitindo a expulsão de 
estrangeiros nas hipóteses previstas na 
lei 6.815/80. 
 • Penas cruéis: A vedação de 
penas cruéis é a concretização da 
vedação da pratica de tortura e o 
tratamento desumano e degradante (CF, 
art. 5º, III). 
 
 Valores sociais do trabalho e 
da livre iniciativa: 
 
 Em relação ao valor social do 
trabalho, verificamos que o Constituinte 
idealizou o trabalho como forma de 
redução das desigualdades sociais e meio 
de obtenção de bem estar e justiça, sendo 
o trabalho a base da ordem social, 
conforme art. 193 da Constituição Federal. 
 Verifica-se também, com base 
neste principio, a opção transparente que 
o Estado brasileiro fez de adotar o regime 
econômico capitalista, pois é fundado na 
livre iniciativa e, portanto, estabelece a 
propriedade privada, pilar do regime 
econômico capitalista, como um dos 
princípios gerais da ordem econômica (CF, 
art. 170, II). 
 No entanto, esta propriedade 
privada deve estar ordenada de modo a 
atingir a sua função social, sendo possível 
a restrição, ou até a supressão do direito 
de propriedade quando o interesse publico 
assim determinar, onde temos como 
exemplos a possibilidade de 
desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, 
mediante justa e previa indenização em 
dinheiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição (CF,art. 5º, XXIV) e também a 
possibilidade de, em caso de iminente 
perigo público, ser autorizado o uso de 
propriedade particular (CF, art. 5º, XXV). 
 
 Pluralismo político: 
 
 Nossa sociedade é pluralista, 
quer dizer aceita as divergências de 
opinião, estabelecendo a possibilidade de 
variadas correntes ideológicas, políticas, 
econômicas, sociais, culturais, sendo por 
isso que o art. 17 da Constituição Federal 
assegura o pluripartidarismo, ou seja, a 
coexistência de vários partidos políticos. 
 
 Princípio da soberania 
popular ou princípio democrático: 
 O parágrafo único do art. 1º da 
Constituição Federal, ao estabelecer que 
todo o poder deriva do povo que o exerce 
através de representantes eleitos ou 
diretamente, define que a nossa 
democracia é uma democracia 
predominantemente representativa, ou 
seja, nós elegemos representantes que 
irão gerir o nosso estado. 
 No entanto, há momentos em 
que o próprio povo exerce o poder político, 
sem intermediação de representantes 
políticos, como ocorre nos plebiscitos, 
referendos, ação popular (CF, art. 5, 
LXXIII) e iniciativa popular de lei (CF, art. 
61, § 2º). 
 Nestes casos não há 
representação, o que ocorre é o exercício 
direto da democracia. 
 Esta previsão da 
preponderância da democracia 
representativa decorre da realidade social, 
onde há a presença de colégios eleitorais 
muito numerosos, sendo inadequado se 
pensar em consultas populares constantes 
para a gestão do Estado, no entanto, o 
legislador constituinte, ao lado da 
democracia representativa criou 
instrumentos de participação popular que 
integram o conceito de democracia direta 
, também denominados por alguns de 
democracia semi direta, os quais foram 
mencionados acima e encontrarão seu 
detalhamento no capítulo dos direitos 
políticos.

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