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Psicologia das Emergências e Desastres Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Ksdy Maiara Moura Sousa Prof.ª Dr.ª Larisse Helena Gomes Macêdo Barbosa Revisão Técnica: Prof.ª Me. Cássia Souza Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática • Apresentar as intervenções realizadas por profissionais da saúde, nos casos da barragem de Brumadinho, no massacre na escola em Suzano, no atendimento às vítimas do acidente com o voo da Chapecoense e o incêndio da boate Kiss. A escolha por esses eventos se deu pelo fato de cada um apresentar causas diferentes em suas ocorrências, como desastres naturais, acidentes aéreos, entre outros. OBJETIVO DE APRENDIZADO • Introdução; • O Caso da Barragem em Brumadinho e Mariana; • Massacre na Escola em Suzano; • Incêndio na Boate Kiss; • Acidente com o Voo da Chapecoense. UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Introdução Os casos apresentados serão baseados em estudos e intervenções que foram rea- lizados com essa população, considerando as várias fases para esse processo. A apresentação dos casos se dará da seguinte maneira: contextualização do evento, problemática e intervenções. O Caso da Barragem em Brumadinho e Mariana O Brasil, em um intervalo de menos de 5 anos, protagonizou dois desastres de enormes consequências e proporções. Os efeitos catastróficos na área ambiental, social e econômica dos frequentes rompimentos de barragens de rejeitos dão impor- tância à discussão sobre a psicologia das emergências e desastres na área ambiental. Os impactos dos desastres ocorridos em Brumadinho e Mariana geraram enorme indignação por causa da quantidade de morte de trabalhadores das mineradoras e pessoas que moravam ou estavam por perto na hora em que aconteceu a ruptura (PEREIRA et al., 2019). Importante! A atividade de extração de minério de ferro é feita através da separação do material que tem valor comercial do que não é valioso (nãos e vende). Durante esse processo de separação, todo o material que não será aproveitado, denominado de rejeito, de acordo com as leis ambientais precisa ser guardado em reservatório para evitar danos. Essas estruturas que têm a função de reservatórios são feitas de terra compactada e são cha- madas de barragem. Em 25 de janeiro de 2019, ocorreu um desastre: o rompimento da barragem localizada na região do Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, cerca de 65 km de Belo Horizonte em Minas gerais (PEREIRA, 2019). Por falta de precaução e prevenção, apesar de indicativos de risco em lau- dos, a mineradora Vale S.A foi responsável pelo maior desastre do trabalho do Brasil, segundo a Organização Internacional do Trabalho-OIT[1], com mais de 320 vítimas fatais, entre mortos e desaparecidos, somando 138 desabrigados. (PEREIRA, 2019, p. 2) Segundo o Felix (2020), esse desastre não se trata de desastre ambiental, mas sim de acontecimento social. Ao não se preocupar com o estado da barragem, focando muito mais na redução das responsabilidades civis e criminais e garantir seus ganhos 8 9 pela valorização no mercado global, a empresa responsável levou a inúmeros impactos ambientais e danos à saúde da população. Com o rompimento da barragem, foram formadas ondas gigantescas de rejeitos, que avançaram com uma velocidade inicial de 80 km por hora, em direção a carros, árvores, animais, casa e pessoas. As sirenes de segurança que deveriam tocar para fazer o alerta aos residentes das proximidades da barragem e os trabalhadores não foram acionadas. O Corpo de Bombeiro realizou as buscas pelas vítimas, foram utilizados helicópteros na realização das buscas nas margens. Equipes de apoio e humanização foram acionadas para trabalhar com os sobreviventes e familiares das vítimas (FELIX, 2020). É importante salientar que esse desastre poderia ser sido evitado, pois a empresa responsável pela barragem em Brumadinho-MG teve um alerta alguns anos antes: um desastre semelhante ocorrido em 2015, no município de Mariana-MG, mais pre- cisamente no dia 5 de novembro de 2015. No distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, teve início um grande desastre que mudou a vida e o destino de milhares de pessoas em uma extensão de 663 quilômetros, desde o dis- trito de Bento Rodrigues, em Mariana -MG, passando pelo Estado do Espírito Santo, até atingir o mar territorial brasileiro (MPF, 2015). A barragem de Fundão veio abaixo ocasionando o um dos maiores desastres ambiental, social e econômico do mundo e o maior já vivenciado no Brasil. Como consequência do rompimento da barragem, foram alastrados mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério na bacia do rio Doce. O potencial destrutivo da lama foi enorme, destruindo tudo que estava no seu caminho (MPF, 2015). Figura 1 Fonte: observatoriosocioambiental.org 9 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Em 2018, foi realizada uma pesquisa com os sobreviventes da tragédia em Mariana- -MG, que evidenciou que 23% dos participantes desenvolveram algum transtorno, como o transtorno de ansiedade, estresse e depressão (VORMITTAG; OLIVEIRA; GLERIANO, 2018). Foi verificado, ainda, em outro estudo, que no município vizi- nho, Barra Longa, foi detectado pelos pesquisadores o risco de suicídio em 16,4% dos participantes (GLOBO, 2019). Sobre a repercussão psicossocial da tragédia da Vale na população de Brumadinho - -MG, Felix et al. (2020) desenvolveram uma pesquisa com objetivo de analisar as notificações de transtornos psicossociais na população de Brumadinho-MG no perí- odo de 2018-2019. Como resultados, os autores encontraram um registro em 2018 de 529 casos de transtornos psicossociais, enquanto, em 2019, esse número aumen- tou 7X, chegando a 3967 notificações. No que se refere ao transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), foram observados em 68 casos notificados em 2018, ao passo que, em 2019, tiveram 933 casos. Além disso, os autores identificaram seis transtornos psicossociais que, no ano de 2018, não tinham nenhum caso registrado e que, no ano de 2019, passa- ram a apresentar números significativos. Diante disso, salienta-se a necessidade de desenvolvimento de estratégias governamentais voltadas ao fornecimento de suporte psicológico à população atingida (FELIX et al., 2020). Diante disso, podemos observar que os desastres impactam de forma imensurável nas comunidades e nas pessoas afetadas. Tendo consequências tanto no plano imediato como em longo prazo, como o sofrimento psíquico e emocional, que persistem muitas vezes mesmo com o passar do tempo. Assim, além das respostas rápidas na prestação de socorro e no restabelecimento da ordem, é de suma importância um aparo à saúde mental das pessoas envolvidas e de algum modo afetadas (FELIX et al., 2019). Por que uma barragem se rompe? Existem duas principais razões para uma barragem de rejeitos se romper. A primeira delas diz respeito a fenômenos ambientais e que, em teoria, não temos controle sobre. Um exemplo de fenômeno ambiental que poderia gerar esse desastre seria um tsunami ou mesmo uma grande tempestade. Quando isso acontece, chamamos de desastre misto (por ser a junção de erros humanos + força da natureza). A segunda razão é a falha humana durante seu planejamento, que chamamos de desastre tecnológico. Essa é a principal causa de rompimentos de barragens ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Dessa forma, medidas como relatórios de segurança, planos de ações emergenciais, re- gistro de dados e constantes revisões na segurança dessas barragens são fundamentais para garantir a segurança do meio ambiente e de quem vive e trabalha no entorno dessas grandes estruturas. 10 11 Estratégias de Saúde Mental e Atenção Psicossocial: Relatos e Experiências Assim, em desastres como o de Marianae Brumadinho, as pessoas sofrem gran- des perdas (casa, trabalho, animais, dentre outros) que provocam uma mudança em suas vidas, mudando sua forma existir. Dessa forma, um dos aspectos mais valoriza- dos em relação à psicologia é a sua contribuição nesses cenários de emergências e desastres, atuando sempre de forma protagonista na orientação de ações de mudança (ANTUNES, 2019). Um dos agravantes à saúde mental dos afetados de acordo com Noel et al. (2019) foi devido à maioria dos óbitos ter sido de trabalhadores da mineradora onde a bar- ragem rompeu, fazendo com que os sobreviventes tivessem que lidar com perda de vários amigos, colegas de trabalho e do trabalho. Essas questões são importantes por causar alterações nas relações socioafetivas da comunidade, acarretando grande possibilidade para o desenvolvimento de transtornos psicopatológicos em médio e longo prazos. No que se refere às reações imediatas, a Figura 2 mostra as reações mais esperadas. REAÇÕES PRIMEIRO ACOLHIMENTO PÓS-DESASTRES IMEDIATA Aguda PÓS-IMEDIATA Assimilação CRÔNICA Potencial traumático 72h Até 3 meses Mais de 3 meses Estresse normal • Reação imediata de alarme; • Reações �siológicas, motoras e cognitivas: taquicardia, sudorese, hiperatividade, a�ição, agressividade; • Agitação desordenada; • Fuga; • Pânico; • Crise emocional; • Incapacidade de reagir, paralisia. Estresse agudo • Reviver; • Evitar; • Reação ansiosa; • Sintoma de dissociação; • Paralisia. Estresse pós-traumático • Reviver; • Evitar; • Atividade neurovegetativa. Problemas associados • Ansiedade e depressão; • Transtorno de comportamento; • Transtornos somáticos; • Transtorno psicótico; • Estresse pós-traumático. Figura 2 Fonte: Adaptado de NOAL et al. , 2019 Já em relação ao impacto psicossocial e de saúde mental nos trabalhadores de saúde, vale salientar que grande parcela desses trabalhadores da rede municipal de saúde perdeu pessoas próximas ou mantinha relações socioafetivas com pessoas que tiveram perdas diretas. Assim, mesmo vivendo o luto, ocasionado pelas perdas humanas e materiais, esses trabalhadores se depararam com uma carga horária maior, o que desencadeou reações de estresse agudo, irritabilidade, humor depressi- vo, envolvimento excessivo ou comportamento improdutivo, ou, ainda, manifestan- do reações cognitivas como: dificuldade de concentração e na tomada de decisões mais estressante que o normal, longos períodos de trabalho e ausência prolongada (NOAL et al., 2019). 11 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Diante disso, aos psicólogos cabe oportunizar às vítimas o apoio da família e da comunidade, prestar esclarecimento sobre perspectivas futuras e proporcionar um alicerce, com intuito de se organizarem psiquicamente perante o evento. Dessa forma, as intervenções psicológicas objetivam a diminuição do estresse agudo dando pos- sibilidade de as pessoas aprenderem a dominar suas reações emocionais e também proporcionar o reconhecimento racional do evento ocorrido. Cabe, também, uma atuação junto à equipe (de saúde ou segurança) em virtude das possíveis reações ne- gativas, assim como o próprio profissional da psicologia. Assim, é importante que o psicólogo tenha um preparo específico para lidar com situações de extrema tensão, da melhor forma possível (ANTUNES, 2019). Com intuito de aderir a uma estratégia de saúde mental e atenção psicossocial pós-desastre, foi utilizado como público-alvo dessa estratégia o treinamento das equi- pes de saúde do SUS, focando em uma sensibilização sobre como elaborar estra- tégias psicossociais e de saúde mental para atender à população de Brumadinho. Capacitaram-se também socorristas, voluntários e trabalhadores que estiveram em contato direto com a lama (NOAL et al., 2019). Posteriormente, mapearam-se todos os dispositivos de saúde pública do mu- nicípio. Após esse mapeamento, uma das primeiras estratégias na atuação do psicó- logo foi incialmente organizada pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) – passando posteriormente a ser autogerida por psicólogos voluntários. Os psicólogos atuavam no auxílio à Secretaria de Impacto Social no levantamento das demandas urgentes das famílias e da comunidade através de entrevista para o preen- chimento de formulário inicial de demandas das famílias atingidas (CRP-MG, 2019). A partir desse preenchimento, foi possível mapear as demandas e as urgências da população com um maior grau de precisão e individualização. Como a população se apresentava extremamente fragilizada e muitas vezes começando a assimilar o ocorrido, a presença do profissional de psicologia foi fundamental no processo de amenizar, através de uma escuta empática e qualificada, possíveis efeitos colaterais dessa coleta, os psicólogos atuaram de forma não invasiva e buscando ao máximo a não revitimização da população. A escuta qualificada permitiu identificar outras demandas que não se apresentavam de forma tão óbvia (CRP-MG, 2019). Ação em Brumadinho realça a atuação plural da Psicologia: https://bit.ly/33CMPMs Como estratégia de cuidado à saúde mental em Brumadinho, a prefeitura orga- nizou um centro de operações de emergência em saúde (COES) para uma atuação junto à população, tendo a função de atender às demandas psicossociais da popula- ção, por meio da disponibilização de psicólogos e psiquiatras que ficaram de plantão nas unidades de atendimento da região (ROSA, 2019). Foram disponibilizados para o atendimento de vítimas em torno de 400 profissio- nais, dentre eles, médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Esses pro- fissionais locais atuaram junto a voluntários do grupo Médicos Sem Fronteiras 12 13 compostas de psicólogos e psiquiatras na realização de uma ação emergencial de ajuda psicossocial (ROSA, 2019). As equipes foram orientadas a prestar a auxílio no processo de luto e ritos de passagem (reconhecimento de corpos, funerais e enterros), realizar psicoedicação coletiva sobre as reações psíquicas mais frequentes, realizar divulgação sobre locais e horários de atendimento, identificação, ferramentas socioculturais de enfrentamento possíveis e disponíveis ao evento, e realizar o cuidado tendo em conta as redes socioafetivas tradicionais de solidariedade (NOEL, el al., 2020). Foram realizadas algumas intervenções que objetivaram construir ações de pro- moção e prevenção de saúde, evitando a cronificação e patologização em médio e longo prazos do sofrimento psíquico dos trabalhadores. Nesse âmbito, foram realiza- das capacitações específicas sobre saúde mental e atenção psicossocial pós-desastres, abarcando temáticas como o fortalecimento das redes de apoio com proposta de construção de estratégias comunitárias para lidar com o sofrimento psicológico apre- sentado pela comunidade. Realizaram-se ainda atividades de capacitação e supervi- são de equipes, e foi proporcionado a espaços coletivos para troca de experiências e análise das atividades realizadas para auxiliar na ressignificação do processo de trabalho após o desastre. Foi realizado um suporte ofertado pelo NUPIC (Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde) nos locais de trabalho das equipes do SUS e o acompanhamento do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador. Massacre na Escola em Suzano No dia 13 de março de 2019, o Brasil se deparava com notícias chocantes sobre um ataque terrorista. De acordo com o Governo do Estado, dois antigos alunos (um adolescente e um homem encapuzado) entraram em uma escola estadual em Suzano- -SP – Escola Estadual Raul Brasil – mataram oito pessoas e feriram pelo menos onze. Em seguida, um dos assassinos atirou no comparsa e, depois, cometeu suicídio (G1, 2019; R7, 2019). O trauma ocasionado por esse massacre deixou sequelas emocionais, no entanto, é possível lidar através da ajuda de especialistas, familiares e a comunidade escolar. Em situações como essa, o estresse pós-traumático é a reação mais comum, podendo desencadearuma série de outros problemas como ansiedade, síndrome do pânico e crises de angústia. Dentre os principais pontos para atuar para superação do trauma, segundo espe- cialistas que deram entrevista ao G1 (2019), são: • Trabalho coletivo: é importante que a comunidade escolar faça um trabalho coletivo com os estudantes oportunizando a eles a possibilidade de falarem sobre o que estão sentindo; • Psicoeducação com os familiares: para que fiquem atentos a sinais como mudança de comportamento, insônia, crises de angústia; 13 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática • Escuta psicológica: não se deve forçar ninguém a falar, mas estar aberto para escutar, caso seja necessário. No dia 18 de março, professores e funcionários voltam à Escola Professor Raul para planejamento de atividades de apoio, preparação psicológica da comunidade e retomada das aulas. O planejamento contou com apoio de uma força-tarefa do Governo Estadual e também da Prefeitura de Suzano, além de profissionais do Instituto de Psicologia da USP, Unicamp e Centros de Atenção Psicossocial (Capes) da Prefeitura, entre outras instituições. Foi formada uma rede de apoio, por instituições públicas e privadas, que atuou no fim de semana logo após o massacre, prestando atendimento psicológico e especia- lizado na Diretoria Regional de Ensino de Suzano e no Capes do município, além de visitas domiciliares às famílias das vítimas (IG, 2019). A escola foi aberta para os alunos no dia 26 de março. No primeiro momento, os estudantes foram chamados para participar de atividades de acolhimento, com apoio psicológico, oficinas, terapia em grupo, rodas de conversa, depoimentos e compar- tilhamento de boas práticas (IG, 2019). Os atendimentos individuais e coletivos foram realizados por técnicos do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), da Secretaria Estadual de Justiça. Os acolhi- mentos de saúde mental foram feitos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em quatro Centros de Apoio Psicossocial da prefeitura de Suzano, bem como por diversas instituições que se disponibilizaram para colaborar tanto no âmbito pedagógico quanto no suporte psicológico de alunos e funcionário, dentre elas a Universidade Cruzeiro do Sul (JORNAL CRUZEIRO DO SUL, 2019). Apesar dessa mobilização inicial, segundo reportagem do G1 (2019), mais de 1,3 mil pacientes ligados ao massacre em Suzano esperam atendimento psicológico. Nesse grupo, estão os núcleos familiares das vítimas que morreram e dos sobrevi- ventes Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) têm recebido entre 10 e 20 novos pedidos de acompanhamento psicológico por dia, de pacientes ligados de alguma forma ao massacre. Nos 39 dias que se sucederam o massacre, 185 pessoas atingidas diretamente pelo atentado foram atendidas. No entanto, muitas outras esperam para fazer agen- damento da triagem, primeira fase do atendimento que seleciona os casos mais graves. A cidade contava apenas com 14 psicólogos que se desdobravam para dar conta da nova demanda, bem como de 1090 pacientes que já estavam em tratamento por outros transtornos (FOLHAPRESS, 2019). Como estão as vítimas do massacre de Suzano, um ano após o ataque? Disponível em: https://bit.ly/2FLkCe6 14 15 Vamos exercitar? Pensando nas faltas de estratégias publicadas por profissionais psicólogos em relação às intervenções nesse caso, propomos, nesta unidade, que você realize em duplas, um modelo de intervenção possível, levando em consideração todo embasamento apresentado até o momento. Seja criativo(a): o que você precisaria considerar para implementação de um pla- no de ação psicossocial? Incêndio na Boate Kiss O incêndio da boate Kiss ocorreu em 27 de Janeiro de 2013, na cidade Santa Maria-RS, no qual deixou 242 pessoas mortas por asfixia devido à inalação de uma fumaça tóxica. As vítimas do acidente tinham entre 18 e 21 anos de idade e eram estudantes universitários. O acidente foi causado por um incêndio provocado por fogos de artifícios e pirotéc- nicos durante a apresentação de uma banda que se apresentava no local. Esses fogos utilizados durante o evento não eram adequados ou propícios de serem utilizados em locais fechados, apenas em locais abertos. “O teto da boate pegou fogo e, em decorrên- cia do mau funcionamento do extintor de incêndios, as chamas rapidamente se espalha- ram por toda a boate lotada, liberando uma fumaça espessa e tóxica” (ATIYEH, 2013). Além disso, o forro do teto da boate tinha em sua composição material inflamável, e outro agravante era que a boate não contava com sistema de segurança contra incêndios, como alarme ou sistema de aspersão adequados. Além disso, o local de entrada e saída da boate era estreito e estava bloqueado para saídas, por esse motivo, o fluxo de saída e escapes das pessoas foi dificultado, tendo os bombeiros que abrir uma parede externa para permitir a saída das pessoas. Esse acidente também deixou cerca de mil pessoas feridas, com queimaduras graves e problemas respiratórios importantes, algumas em estado crítico até hoje. Figura 3 Fonte: Wikimedia Commons 15 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Segundo o Sistema Nacional de proteção e defesa civil, o acidente na Boate Kiss foi classificado como um desastre, no qual foi decretado situação de emergência no Estado (Brasil, 2013a; Prefeitura de Santa Maria, 2013 apud NOAL et al., 2016). Estratégias de Saúde Mental e Atenção Psicossocial: Relatos e Experiências As intervenções e estratégias utilizadas em eventos como esses, considerados eventos críticos, são de extrarrelevância para a comunidade e familiares das vítimas. Abaixo, apresentaremos os relatos de experiências de psicólogos voluntários que atu- aram diretamente com essa população, foram selecionados 3 artigos para compor essa análise. O primeiro relato de experiência é baseado no artigo de Débora da Silva Noal et al. Estratégia de Saúde Mental e Atenção Psicossocial para Afetados da Boate Kiss, publicado na revista Psicologia Ciência e profissional no ano de 2016. O objetivo desse estudo foi analisar os primeiros três meses da estratégia de Atenção Psicosso- cial (AP) e Saúde Mental (SM) criada em resposta ao incêndio ocorrido na Boate Kiss. Essa análise é baseada na experiência de seis psicólogas voluntárias (autoras desse artigo), membros da equipe que conformou a primeira resposta ao evento na estra- tégia de Saúde Mental. Para melhor compreensão do processo de intervenção, as autoras dividiram a intervenção em três momentos: • Pré-evento crítico: onde foram contextualizadas informações importantes sobre o local pertinentes sobre o local onde aconteceu o evento crítico, na cidade de Santa Maria e sua rede de atenção psicossocial antes do evento; • Durante o evento: contextualizando o momento do incêndio até o primeiro mês após; • Pós-evento: descrevendo a conjuntura e intervenções nos meses subsequentes ao evento em questão. As estratégias serão descritas abaixo: Pré-Evento • Levantamento do panorama geral da cidade antes do incêndio, como dados sociodemográficos; • Durante o período do evento, a cidade passava por uma transição em relação à equipe de gestão em saúde, bem como quanto ao planejamento, preparação e prontidão das políticas públicas para atuar nas situações de desastres; • Município também contava com um ambulatório de saúde mental que não man- tinham articulação em rede com os demais serviços, sem oferta de dispositivos terapêuticos para além do atendimento individual e sem um trabalho georrefe- renciado do território; 16 17 • Apresentava um sistema de saúde frágil quanto à composição da rede de aten- ção básica, da gestão das políticas e de articulação intra e interinstitucional, mas tal fragilidade não impediu com que processo de construção e implantação de uma estratégia de oferta de cuidado psicossocial e de saúde mental para os sobreviventes e familiares fosse realizado. Durante o Evento• Foi realizada uma reunião na manhã seguinte ao evento, que contava com a presença dos membros da gestão municipal, estadual e federal de saúde, onde o objetivo foi compartilhar o quadro específico de cada uma das áreas prioritárias para a saúde; • Foram mapeadas as estruturas e serviços que poderiam ser acionadas como apoio. Esse mapeamento teve como intuito contemplar os primeiros cuidados psicossociais; • Estruturar rede de apoio com a presença tanto de intuições governamentais e não governamentais, bem como voluntários e diversos profissionais, para aten- dimento às pessoas afetadas (in)diretamente pelo evento; • Foram definidos e pactuados eixos de cuidado e equipes de trabalho para con- formação dessa rede, os quais deveriam funcionar de acordo com os princípios estruturantes do SUS; • Definição dos eixos de atuação: núcleo de gestão da estratégia de saúde mental; educação permanente; regulação de saúde mental; seis eixos de apoio psicossocial: » Núcleo de Gestão: esse eixo foi responsável por definir as ações na elabora- ção de boletins informativos para o Gabinete de Crise. Também contava como atribuição desse eixo, o alinhamento dos fluxos de trabalho, bem como a reali- zação de reuniões diárias com o integrante responsável de cada eixo, no intuito de melhor compreensão das reais demandas e necessárias diárias da emergên- cia. Esse eixo tinha também como função, auxiliar na produção de indicadores e dados que possibilitassem ao Gabinete de Crise compreender a problemática da demanda psicossocial e dos possíveis encaminhamentos institucionais ; » Educação Permanente: esta etapa teve como objetivo contribuir para a for- mação básica dos profissionais e voluntários que estavam atuando na resposta direta ao evento. Essa formação no primeiro momento contemplava as estra- tégias utilizadas em cada eixo, bem como realização de diagnostico situacional das estruturas, das demandas apresentadas, considerando a importância da articulação em rede. Nesta etapa, também foram organizados grupos de su- pervisão presencial, apoio institucional e matricial, por meio de discussões de casos realizados por mídias e telefone. Tais supervisões visavam o alinhamento das estratégias de suporte as vítimas (sobreviventes e familiares) ; » Regulação de Saúde Mental: esse eixo contava com uma equipe de profissio- nais do município e profissionais que foram contratados para atuarem no fluxo de encaminhamentos e auxílio das pessoas que buscavam informações e cuidados ; 17 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Segundo as autoras, este eixo funcionou a partir de princípios similares aos da regulação em saúde pública, no qual a equipe buscava garantir o acesso dos usu- ários aos serviços de saúde de acordo com as necessidades singulares; » Apoio Psicossocial: de acordo com as autoras, este eixo foi dividido em seis subeixos: » Nos territórios dos ritos de despedida: onde foi oferecido suporte psicos- social aos familiares e amigos das vítimas no decurso dos velórios, missas e atos públicos; » Nas UPAS e SAMU: onde grupos de psicólogos e outros profissionais de saúde voluntários estavam responsáveis por prestarem apoio qualificado aos profissionais das unidades de atendimentos emergenciais, bem como aos fami- liares e afetados, amigos e outras pessoas demandantes de apoio nestes locais; » Nos hospitais: onde havia uma equipe de psicólogas(os) voluntárias (os) com o objetivo de prover um suporte aos cuidadores e familiares dos pacientes internados, visto que a maior parte desses pacientes encontrava-se em estado grave. Neste eixo, os psicólogos também ficaram responsáveis por dar suporte aos profissionais de saúde que apresentasse alguma demanda de apoio relacionada a este tipo de atendimento; » Serviço de acolhimento 24 horas: este eixo foi criado pela necessidade de acolher e atender especificamente os casos que apresentassem “queixas de sofrimento agudo relacionado ao evento, por meio de uma equipe multipro- fissional, inicialmente formada por alguns profissionais”; » Apoio às equipes de resposta ao evento: este eixo foi elaborado para dar suporte aos profissionais e voluntários que nunca haviam atuado em situa- ções como esta. Dessa forma, foram promovidas ações de sensibilização e informação específica para essas pessoas, acerca do cuidado em situação de crise. Neste grupo também foi realizado acolhimento às equipes (bombeiros, policiais, motoristas, maqueiros, equipes de saúde...) envolvidas nos atendi- mentos aos afetados. Pós-Evento Crítico: Acompanhamento e Reestruturação Essa etapa ocorreu dois meses após a ocorrência do evento apresentado. Durante esse período, foram realizados levantamentos referentes ao número de municípios com casos registrados de vítimas e sobreviventes. Também foram elaboradas dire- trizes técnicas para o acompanhamento psicossocial às vítimas e aos familiares do evento e gestão de casos específicos. Nessa etapa de intervenção, também foi realizada uma análise dos prontuários de atendimento realizados aos pacientes durante o período de intervenção inicial, com o objetivo de compreender quais as principais reações e dificuldades encontradas. Outro ponto avaliado nessa etapa foi mapear a necessidade dos pacientes que precisa- vam ser recontatados para dar seguimento aos processos iniciais, caso fosse necessário. 18 19 Durante essa fase da intervenção, várias medidas foram realizadas, dentre elas, a contratação de profissionais da saúde como médicos, psicólogos, enfermeiros, entre outros, bem como formação de uma nova equipe de profissionais, no qual foi neces- sária a realização de um nivelamento da equipe atual, pois ela não acompanhou o processo de resposta desde o início. Por fim, durante esse período, aumentaram os acolhimentos realizados por telefone (de 345 em março para 446 em abril), diminuindo os atendimentos domiciliares, bem como houve redução importante quanto aos atendimentos emergências em saúde mental. Conclusão Nota-se que esse relato de experiência em atendimento psicossocial a vítimas e familiares do acidente na Boate Kiss apresentou uma estrutura de atendimento pautada nas diretrizes referentes às intervenções em situações de emergências, bem como estabeleceu protocolos próprios, mas com rigor e sistematização muito coe- rentes e eficazes. Como já mencionado, as intervenções psicossociais não só atuam nas consequên- cias emocionais das vítimas, mas articula de forma direta ou indireta suporte social importante e fundamental. Nota-se que o trabalho em rede e em equipe é imprescin- dível para que o fluxo programado seja realizado com êxito. Acidente com o Voo da Chapecoense Acidentes aéreos são sempre motivos de muita comoção social, pelo fato de ocor- rerem de forma inesperada, provocando a morte de centenas de pessoas ao mes- mo tempo, com pouquíssima possibilidade de sobreviventes. Segundo Pereira (2012 apud ROOS, 2015), “os acidentes aeronáuticos são produtos de uma combinação particular entre várias ameaças riscos e vulnerabilidades, levando a grandes conse- quências psicológicas”. No Brasil, houve a ocorrência de diversos acidentes nesse contexto, no entanto, alguns tiveram grande repercussão nacional pela mídia, provo- cando imensa dor e sofrimento social. Um desses eventos foi o acidente com o voo do time de futebol da Chapecoense. O Contexto do Acidente O acidente ocorreu em 29 de novembro de 2016 em Medelin, na Colombia, o qual deixou 71 pessoas mortas e 6 feridos. O avião contava com a delegação do time de futebol da Chapecoence, que iria realizar um jogo na cidade colombiana. 19 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Figura 4 Fonte: elderhsquill.org De acordo com a Aeronáutica Civil, o acidente foi causado pela falta de combustí- vel da aeronave. Foi acionado o sistema de emergência cerca de 40 minutos antes da queda, naquele momento, o controle de tráfego aéreo desconhecia a situaçãodo voo. A empresa Lamia foi a responsável pela causa do acidente (nsctotal.com.br, 2019). Avião com equipe da Chapecoense cai na Colômbia e deixa mortos: https://glo.bo/3iJp3oe Em relação aos sobreviventes, é interessante comentar que, geralmente, em um acidente como esse, as vítimas são fatais, mas, nesse caso, foram 6 pessoas que sobreviveram ao evento; dentre eles, tivemos 3 jogadores do time da Chapecoence, um profissional da imprensa e dois tripulantes da aeronave um técnico e uma tripulante. No caso de intervenções nesse acidente, houve raríssimas publicações científicas. Abaixo, apresentaremos algumas ações realizadas por voluntários, pela cruz verme- lha e por profissionais e estudantes do curso de psicologia da Universidade Estadual de Santa Catarina (UNESC), juntamente com a Socape (Sociedade Catarinense de Psicologia do Esporte). Segundo informações do portal Veneza, o grupo de voluntários da Unesc reali- zou a intervenção baseado em três etapas, em que foram realizados: grupo de estu- dos em intervenção psicológica em situação de desastre, grupos para atendimento on-line aos familiares e outro grupo de apoio para o clube da Chapecoence. Segundo a psicóloga Francielli Galli, professora de Psicologia das Emergências e Desastres da UniRitter, universidade em Porto Alegre que integra a Rede Internacio- nal de Universidades Laureate, em entrevista à revista Istoé, há algumas estratégias importantes a serem consideradas em situações de emergências por desastres aéreos. Segundo a psicóloga que atuou na equipe de apoio as vítimas desse acidente, é importante considerar que tragédias como essas atingem pelo menos quadro grupo, tais como: sobrevivente, familiares e amigos próximos, comunidade, profissionais de 20 21 saúde/assistência social, sendo a abordagem psicológica realizada de forma distinta em cada grupo, levando em consideração a demanda e o perfil de cada um, como apresentado abaixo no quadro abaixo: Quadro 1 – Abordagem psicológica realizada em cada grupo Sobreviventes • O psicólogo contextualiza o sobrevivente sobre: • o local onde está e por que; • seu estado de saúde; • sobre sua família. • Responde às perguntas dos pacientes; • O acompanhamento dever ser de longo prazo. Familiares e amigos próximos • Apresentação do profissional e rapport; • Respeito ao momento de cada um, acolhimento e orientações; • Apoio para articular auxílio na solução de questões práticas, como a organização do velório. Comunidade • Instalação de rede de apoio emergencial que atenda demanda espontânea; • Acolhimento à comunidade, principalmente às pessoas que apresentarem sintomas de ansiedade (medo constante) ou de luto complicado; • Estabelecer apoio social de longo prazo. Equipe de saúde/ assistência social • Suporte psicológico aos profissionais de saúde e de linha de frente, com o objetivo em estabelecer um atendimento de qualidade, eficiência e necessário às vítimas. Outras equipes também se envolveram nas intervenções com as vítimas do aci- dente com o avião da Chapecoense, dentre elas, a instituição de ajuda humanitária brasileira, que, desde os primeiros momentos após o acidente, manteve contato com a Cruz Vermelha Colombiana, buscando atualizar as informações. Voluntários da Filial de Chapecó atuaram no acolhimento das famílias das vítimas. Todo o trabalho foi realizado em conjunto com as secretarias de Saúde do Estado de Santa Catarina e do Município de Chapecó, e órgãos competentes (VELOSO 2016). Vamos exercitar? Pens ando nas faltas de estratégias publicadas por profissionais psicólogos em relação às intervenções nesse caso, propomos nesta unidade que você realize em duplas, um modelo de intervenção possível, levando em consideração todo embasamento apresentado até o momento. Seja criativo, o que você precisaria considerar para implementação de um plano de ação psicossocial? 21 UNIDADE Intervenções Psicológicas em Emergências: Análise da Prática Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Desastres naturais: contribuições para atuação do psicólogo nos desastres hidrológicos DÁRIO, P. P.; MALAGUTTI, W. Desastres naturais: contribuições para atuação do psicólogo nos desastres hidrológicos. JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750, v 10, 2019. https://bit.ly/3iWueBv O impacto na saúde mental dos afetados após o rompimento da barragem da Vale NOAL, D. da S.; RABELO, I. V. M.; CHACHAMOVICH, E. O impacto na saúde mental dos afetados após o rompimento da barragem da Vale. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, n. 5, p. e00048419, 2019. https://bit.ly/2FOBuRa Primeiros Socorros Psicológicos: relato de intervenção em crise em Santa Maria SILVA, T. L. G; MELLO, P. G.; SILVEIRA, K. A. L. et al. Primeiros Socorros Psicológicos: relato de intervenção em crise em Santa Maria. Rev. bras. psicoter. 2013;15(1):93-104 https://bit.ly/3hM7J0q Nota da Cruz Vermelha Brasileira sobre acidente aéreo na Colômbia VELOSO. J. Nota da Cruz Vermelha Brasileira sobre acidente aéreo na Colômbia. 2016. https://bit.ly/33JuXj3 22 23 Referências ATIYEH, B. Desastre na boate kiss, Brasil. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 27, n. 4, p. 502-502, 2013. BRUNA, A. 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