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TSJ - Seminario I

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica
SEMINÁRIO I - DIREITO TRIBUTÁRIO E CONCEITO DE “TRIBUTO”
Questões
1. Que é Direito? Há diferença entre direito positivo e Ciência do Direito? Explique.
Como resposta da primeira questão, entendo ser necessário se realizar um recorte entre aquilo que se trata do conceito de direito, e aquilo que vem a ser a sua definição. Isso porque, direito é uma palavra que admite diversos significados distintos e por isso, pode ser utilizada em diversos contextos linguísticos diferentes com fins de designar significações distintas. 
Logo, definir “direito” não é assim tão simples. As possibilidades de suas formas de uso e estruturação frásica são muitas. Seu conceito é amplo, os vários modos de recortá-lo demonstram a infinidade de definições possíveis e, em cada uma, a constituição de diferentes realidades jurídicas.
Todavia, como recorte científico, inspirado na Teoria Pura do Direito, idealizada por Hans Kelsen, pode se afirmar o Direito como “manifestação linguística pela qual se concretiza o complexo de normas jurídicas válidas num dado país, constituído pelo homem com a finalidade de regular condutas intersubjetivas, canalizando-as em direção a certos valores que a sociedade deseja ver realizados”.
 Essas características dispostas na sentença acima, são decisivas para o cientista, pois isolam o Direito daquelas outras significações que, com ele dialogam, mas que com ele não se confundem, tais como a moral – que, por sua feita, catapulta a discussão para um ambiente vago, impreciso e contaminado de carga emotiva. 
Sobre a resposta da segunda questão, pode se afirmar que o Direito Positivo e a Ciência do Direito são mundos que não se confundem, pois, de um lado o direito positivo, é o complexo de normas jurídicas válidas num dado país, i.e, trata-se de um feixe de proposições prescritivas acerca do comportamento humano cujo próprio Direito pretende ver implementado no mundo prático.
De outro, a Ciência do Direito, é o local onde se incumbe de descrever esse enredo normativo, ordenando-o hierarquicamente, tracejando sua lógica interna, entrelaçando as várias unidades do sistema, de modo a exibir com a maior concretude possível o conteúdo das significações normativas, ou seja, é onde se realiza um estudo acerca desse feixe de proposições, fazendo-o de maneira descritiva. 
Em linhas finais, cabe dizer que, diante da imprecisão linguística adotada pelo legislador, é possível que ocorram ambiguidades e contradições quando analisados os elementos dispostos no Sistema do Direito Positivo (que somente desaparecerão com a existência de novas normas que resolvam a pendenga), todavia, o sistema da Ciência do Direito é (ou deve ser) isento de contradições, pois seu escopo é justamente em estabelecer um método descritivo acerca do objeto analisado, de modo que sempre haverá harmonia em sua lógica interna. 
2. Que é tributo (vide anexo I)? Com base na sua definição de tributo, quais dessas hipóteses são consideradas tributos? Fundamente sua resposta: (i) valor cobrado pela União a título de ressarcimento de despesas com selos de controle de IPI fabricado pela Casa da Moeda (anexo II); (ii) contribuição sindical (considerar as alterações da lei 13.467/17) (anexo III); (iii) tributo instituído por meio de decreto (inconstitucional – vide anexo IV); (iv) o tributo inserido na base de cálculo de outro tributo.
Em primeiro, cabe destaque para o fato de que o Tributo é uma classe de objetos constituídos conceitualmente pelo direito positivo, na forma delineada pelo art. 3º do CTN, sendo irrelevante a denominação ou a destinação de valores arrecadados[footnoteRef:1]. [1: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
        I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
        II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
] 
Pela redação do artigo acima mencionado, podemos ver que as principais características dos tributos são: a compulsoriedade, o caráter pecuniário da prestação e o traço de que o tributo não se constitui como sanção de ato ilícito, em uma relação jurídica estabelecida entre o contribuinte, no polo passivo (pessoa física ou jurídica, de direito publico ou privado), e a pessoa política que se apresenta como titular da receita que se pretende a exação.
À título de argumentação, vale o destaque de CARVALHO afirma que, diante das prescrições normativas, para fins de identificação da natureza jurídica do tributo, importam à espécie, a identificação do critério material e do critério quantitativo (base de cálculo) da RMIT, sendo esses os traços de enunciação que foram elegidos pelo legislador para que possa ocorrer o acontecimento, tido, por tributado. 
Sobre as hipóteses descritas no enunciado, se configuram tributo ou não, entendo que: 
i) Em que pese a ilegalidade reconhecida acerca da matéria por conta do veículo introdutor da norma no ordenamento, entendo que, em tese, se trata de tributo, eis que parece evidente se tratar de uma taxa, na forma delineada pelo art. 77 do CTN[footnoteRef:2], decorrente do exercício do poder de polícia ao qual pode lançar mão a administração. [2: Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas.
] 
ii) Entendo não ser o caso de tratar a contribuição sindical como tributo, pois, em primeiro, é destinada a uma instituição privada sindicato, de modo que ele não pode ser confundido como agente competente para instituição de tributos, de outro lado, entendo que não pode ser equiparada a tributo, pois não se insere em nenhuma das suas espécies: imposto, taxa ou contribuição social (corrente tricotômica, a qual me filio), além do mais, com a perda do caráter compulsório, após a reforma trabalhista, entendo ainda mais que não há como enquadrá-la nesse tipo legal..
iii) Em que pese a presunção de legalidade e constitucionalidade dos diplomas legais, a partir do momento em que determinado dispositivo é declarado inconstitucional, há alteração na relação jurídica sustentada, de modo que, após a edição norma individual e concreta que retira o dispositivo do ordenamento, seus efeitos são estancados como se nunca tivessem existido (efeitos ex nunc da declaração de inconstitucionalidade).
Ademais, entendo que sequer o imposto poderia ser editado por meio de decreto, padecendo, então, o veículo introdutor da norma de substrato legal necessário quanto ao seu rito de criação.
iv) Sobre a última questão, entendo ser polêmica a resposta, eis que, como regra, o tributo incide sobre a manifestação de riqueza eleita pelo legislador como fato apto a ensejar a incidência da norma tributária, de modo que, a partir do momento em que, um imposto vem a ser incluído na base de cálculo de outro, está se tributando algo que não é receita (muito menos lucro), mas sim, despesa corrente. 
Na guisa de tais pressupostos lógicos, a exclusão do valor do tributo da base de cálculo de outro tributo, na hipótese de configuração de fato gerador de ambos ou mais tributos, configura um imperativo de justiça fiscal.
Nessa perspectiva, entendo ser importante reprisar os traços de enunciação adotados por CARVALHO para identificação do que vem a ser tributo, onde o critério material e o critério quantitativo (base de cálculo) assumem especial relevância para a correta identificação datipologia tributária, na medida em que a base de cálculo deve corresponder à grandeza do fato descrito no antecedente normativo, motivo pela qual exerce função comparativa, de modo a infirmar, ou afirmar o correto elemento material do antecedente normativo. 
Com espeque nessa lição, ainda que o critério quantitativo prevaleça sobre o critério material à fim de mensurar o fato tributário, entendo que a hipótese descrita na hipótese não se enquadra como “tributo”, pois, do contrário estar-se-ia legitimando o arbítrio, através da criação de verdadeira ficção jurídica firmada em uma presunção de riqueza que logicamente não subsiste.
Logo, de maneira crua, à luz do CTN até se poderia entender que tal inclusão configura-se ia como imposto, todavia, olhando o regime jurídico de tributário de maneira sistêmica, sobretudo naquilo que diz respeito aos moldes constitucionais, verifica-se que tal intento, levaria, invariavelmente a uma prática onde o legislador estaria elegendo fato jurídico (valor) que não corresponde àquilo que a constituição fixou em sem regime de competência. 
3. Que é norma jurídica? E norma jurídica completa? Há que se falar em norma jurídica sem sanção? Justifique.
Conforme lição de LOURIVA VILANOVA, a norma jurídica é a expressão mínima e irredutível de manifestação do deôntico. Isso porque, se adota como ponto de corte de que ao se falar de normas jurídicas, estamos tratando das normas jurídicas strictu sensu, i.e., aquelas decorrentes da composição articulada das significações, construídas na forma de juízo hipotético-condicionais, capaz de apresentarem o sentido completo do dever-ser prescrito nos planos s3 e s4 do percurso gerador de sentido. 
A norma jurídica completa, por vez, é formada em sua completude por i) uma norma primária; ii) uma norma secundária. A norma primária veicula a eleição, pelo legislador, de um fato ocorrido no mundo fenomênico, vinculando-o a uma consequência igualmente determinada pela atividade legiferante. 
Já a norma secundária, conectada à primeira, prescreve uma sanção (de cunho coercitivo) dirigida ao Estado-Juíz, caso se verifique que no plano da prática, que o sujeito passivo não adimpliu com a conduta prevista pela norma primária. Assim, seu fato fundante é o não cumprimento da obrigação da obrigação vinculada à norma primária, o que legitima o reclame perante a autoridade estatal para que se exija seu cumprimento. 
Sobre a última questão, entendo que norma jurídica sem sanção é mero aconselhamento, de modo que a sanção implementada pela norma é o elemento que lhe confere juridicidade, e por isso, está presente em todas as normas jurídicas. 
Importa destacar que, a coercitividade tem a ver com a relação de autoridade institucionalizada, performando como sucetibilidade de aplicação de coação. Entretanto, não há uma sanção para cada norma. A sanção é elemento, muitas vezes, ínsito, nem sempre prescrito nas normas jurídicas.
Dessa forma, mesmo nas normas jurídicas de estrutura (não só as de conduta) há sanção, qual seja, a decretação da nulidade do ato que lhe afronte por meio de atividade da autoridade judicial. 
4. Há diferença entre documento normativo, enunciado prescritivo, proposição e norma jurídica? Explique estabelecendo a diferença entre o conceito de norma em sentido amplo e norma em sentido estrito. 
Entendo que tal questão possua como elemento central o percurso gerador de sentido das normas jurídicas, de maneira que passo a afirmar que, o i) o enunciado prescritivo e documento normativo dizem respeito ao plano físico que comporta a linguagem da qual será formada a norma jurídica. Nesse desenho, o documento normativo é o diploma onde os enunciados estão dispostos; ii) a proposição é decorrência do plano de significação S2, onde se apresentam as significações propositivas isoladamente consideradas; iii) já as normas jurídicas propriamente ditas (em sentido estrito), delineadas pelos planos S3 e S4, é o resultado da composição articulada das significações, construídas a partir dos enunciados do direito positivo na forma hipotético-condicional, permitindo que a mensagem legislada possua conteúdo deôntico completo, ainda que para tanto, o intérprete necessite adentrar em outros subdomínios do Direito para formar em seu intelecto o sentido completo da norma. 
Por fim, valendo-se da lição de CARVALHO, é possível se fazer o recorte entre normas jurídicas em “sentido amplo” pra designar tanto as frases, quanto suporte físico do direito posto, quanto o conteúdo significativo de tais enquanto analisados de maneira isolada, já as normas jurídicas “ em sentido estrito” é o termo utilizado cientificamente para aludir à composição articulada das significações, decorrente da relação das relações de subordinação e coordenação existente entre os enunciados (que são organizados de maneira sistemática).
5.	Com base em sua resposta dada na questão 2, responda: 
	a) O desconto de IPVA concedido para contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito é uma utilização do tributo como “sanção de ato ilícito”? 
Ao que tudo parece tal hipótese parece encartar a possibilidade de constituição de um desconto em razão da boa conduta da contribuinte, o que por si, cria uma segunda regra matriz na análise do imposto, pois de um lado, termo a norma tributária strictu sensu, e de outro, tem-se uma uma nova regra que incidirá no critério quantitativo, auterando a alíquota – não como sanção do ilícito -, mas como prêmio à licitude. 
Nesse desenho, em se considerando que o art. 3º do CTN vaticina que os tributos não podem se constituir como sanção de ato ilícito, ao meu ver, equivocado é permitir que ele permita premiações sobre a licitude do contribuinte (que nada mais é que a sanção pelo ato ilícito, so que às avessas). 
	b) E a progressividade do IPTU e do ITR em razão da função social da propriedade? Responda fundamentadamente e considere para sua resposta as seguintes afirmações do autor Fernando Favacho: “a definição conotativa do art. 3º do CTN conflita com a definição denotativa do art. 182 da CF. Em suma, a Constituição traz um tributo (IPTU sancionatório progressivo) que, para o CTN, não é tributo”[footnoteRef:3] e “o IPTU sancionatório progressivo é tributo, a par do mandamento do CTN”[footnoteRef:4]. [3: . FAVACHO, Fernando Gomes. Definição do conceito de tributo. São Paulo, 2010. p. 33.
] [4: . Idem. Loc. cit.
] 
Como bem preceitua CARVALHO, todos os tributos são dotados, em certa dose, de caráter extrafiscal, de modo que é inerente à sua espécie o atendimento à uma política publica que lhe dê azo, e por ele seja sustentada. Nessa senda, ao se analisar o IPTU, resta bastante presente a figura da função social da propriedade, delineada no art. 182 da CF. 
Dessa forma, em se analisando o art. 156,§4º da CF, indentidfico duas regra matrizes distintas, sendo i) a norma primaria dispositiva que regula a incidência do IPTU; ii) uma norma sencundária sancionadora que regula o aumento da alíquota em razão do descumprimento da política urbana do município (função social da propriedade), possuindo, então, caráter de sanção. 
Por esse desenho, se percebe então tal hipótese serve como verdeira exceção à regra constitucional (prevista em seu próprio texto) de que o tributo não pode servir como sanção de ato ilícito, e por isso, válida em meu sentir.
5. Que é direito tributário? Sob as luzes da matéria estudada, efetuar crítica à seguinte sentença: “Direito tributário é o ramo do Direito público positivo que estuda as relações jurídicas entre o Fisco e os contribuintes, concernentes à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”, e propor definição para “direito tributário”.
Para resposta mais acurada acerca da questão, entendo ser necessário decompor a conceituação realizada no enunciada em seus fragmentos de definição. Pois bem, é dito que o Direito Tributário é i) ramo do Direito Público positivo; ii) que estuda as relações entre fisco e contribuintes; iii) concernente à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.
Nesse sentido, entendoque a primeira premissa já padece de uma mácula insuperável, pois aparentemente o enunciado segrega o Direito Positivo, decompondo em ramos – o que é errado ao meu ver, na medida em que o Direito Positivo é uno e indecomponível, estando as unidades normativas sempre em relação de entrelaçamento, pois organizadas de maneira sistêmica. Logo, essa premissa acaba por corroer a própria noção sistêmica do próprio direito. 
Seguindo as premissas fundadas, vê-se até mesmo que o segundo elemento de definição apresente incongruência com o primeiro, como já dito acima, o Direito Positivo é prescritivo, cabendo à Ciência do Direito descrever o objeto, logo é a ciência do Direito quem o estuda.
Feitas as críticas, e partindo para definição do que vem a ser o direito tributário, entendo que o Direito tributário é um ramo didaticamente autônomo da Ciência do Direito, que estuda o surgimento, as modificações e a extinção da relação jurídica do tributo, através da análise das proposições jurídico-normativas existentes no Direito Positivo. 
7.	Dada a seguinte lei (exemplo fictício):
	Estado de Minas Gerais, Lei Estadual nº 2.017, de 10/10/2017
	A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais Decretou e eu sanciono a seguinte lei:
	Art. 1º Esta Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização de Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos, que tem como fato gerador o exercício do poder de polícia do Estado sobre estas atividades.
	Art. 2º A base de cálculo dessa taxa é a receita bruta obtida com a comercialização de mercadorias ou de serviços que utilizem recursos hídricos.
	Art. 3o. A alíquota é de 3%.
	Art. 4º Contribuinte é Pessoa, física ou jurídica, que utilize recursos hídricos com a finalidade de exploração ou aproveitamento econômico.
	Art. 5º A taxa será apurada mensalmente e recolhida, mediante preenchimento da guia de recolhimento, até o último dia útil do mês seguinte ao da exploração ou do aproveitamento do recurso hídrico, sob pena de multa de 10% sobre o valor do tributo devido.
	Art. 6º Na ausência de apuração e recolhimento da taxa pelo contribuinte,a autoridade fiscal competente deverá lavrar “Auto de Infração e Imposição de Multa”, aplicando multa de 50% sobre o valor da taxa devida.
	Art. 7º É isenta do pagamento da taxa a utilização de recurso hídrico na captação e consumo destinados à atividade agropecuária
	(...)
Pergunta-se:
a) Quantas normas há nessa lei? Identifique-as. 
Em uma análise acurada do texto, identifico 6 normas, quais sejam: 
a) - A regra-matriz de incidência da Taxa, prevista nos arts. 1º a 4º, que configura-se como obrigação tributária principal, constituindo a obrigação de pagar a taxa em razão do fato gerador ser o exercício depoder de polícia do Estado sobre as atividades de Pesquisa, Lavra,Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos
b) - A regra que institui a obrigação acessória acerca do preenchimento da guia de recolhimento até o último dia útil do mês seguinte ao da exploração ou do aproveitamento do recurso hídrico (art. 5º primeira parte)
c) - A norma sancionadora, que implica na multa de 10% sobre o valor do tributo devido, em caso de descumprimento da obrigação acessória (art. 5º segunda parte); 
d) - Norma que impõe dever à Administração lavrar “Auto de Infração e Imposição de Multa”, em caso de ausência de apuração e recolhimento da taxa pelo contribuinte (art. 6º primeira parte)
e) – Norma sancionadora, que impõe cláusula penal, em caso de deflagração do item d), para aplicação de multa de 50% sobre o valor da taxa devida (art. 6º, segunda parte);
f) Norma jurídica que regula a isenção em caso de utilização de recurso hídrico na captação e consumo destinados à atividade agropecuária (art. 7º)
b) Qual dessas normas institui tributo?
A norma que institui tributo é aquela descrita no item a), qual seja aquela que institui obrigação de pagar a taxa em razão do fato gerador ser o exercício de poder de polícia do Estado sobre as atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos
c) Qual dessas normas é estudada pela Ciência do Direito Tributário? Justificar.
Todas são, pois todas estão simbioticamente ligadas à instituição, arrecadação e fiscalização do tributo instituído pela Lei, podendo ser analisadas de maneira descritiva e analítica pelo intérprete, através de linguagem alética, buscando o sentido ôntico do objeto analisado. 
d) O texto legal, acima transcrito, é Ciência do Direito? Justificar.
Não. Pois se revela como um conjunto de proposições jurídico-normativas de caráter prescritivo, de cunho deôntico e dotada de linguagem puramente técnica.

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