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1. conceito e tiPos OPERAÇÕEs FINANCEIRAs são todas as operações que envolvam a variação do dinheiro em função da passagem do tempo, havendo assim sempre três variáveis: tempo, capital e taxa de juro. Entre os diversos tipos de operações financeiras, os mais conhecidos são: Aplicações Financeiras Empréstimos e Financiamentos Descontos de Duplicatas 2. Juro A razão essencial do cálculo financeiro está focada num único conceito: o valor do dinheiro ao longo do tempo. Em outras palavras, o tempo é o fator essencial em qualquer análise que envolva capitais. Desta forma, no cálculo financeiro é necessário atribuir um valor ao tempo e esse valor denominamos JURO. Em geral, o JURO corresponde à remuneração recebida na aplicação de dinheiro no mer- cado financeiro ou cobrada pelo empréstimo de dinheiro ou venda a prazo de algum bem (financiamento de bens). Pode-se concluir, desta forma, que o JURO é equivalente a uma espécie de “aluguel do di- nheiro”, ou seja, dá o direito ao tomador do empréstimo ou receptor da aplicação financeira de usar o dinheiro recebido até o dia de sua devolução ao dono original do capital cedido (credor). Ao mesmo tempo, o JURO representa a compensação recebida pelo credor, em função deste não poder usar o dinheiro até o dia do recebimento e também em razão do mesmo correr o risco de inadimplência do devedor. Resumidamente, podemos concluir que a existência do JURO se justifica por três razões: Capítulo 11 Operações Financeiras Book 1_Cont Geral_11ª.indb 445 01/04/2011 16:20:19 446 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari PERDA DA LIQUIDEZ – Ao ceder um capital ao devedor, o credor perde a opção de escolher o que fazer com o dinheiro (aplicação do dinheiro ou compra de bens). PERDA DO PODER DE COMPRA – A inflação é a causa da perda de valor do di- nheiro ao longo do tempo. RIsCO – Há sempre a possibilidade do devedor não pagar ao credor. 3. taxa de Juro Representa a percentagem incidente em cada período (mês, trimestre, semestre, ano etc.) sobre o dinheiro emprestado ou aplicado no mercado financeiro. Normalmente é representada pela letra “i”, tendo em vista a origem da expressão inglesa “Interest Rate”. 4. taxa básica de Juro É a MENOR taxa de juro vigente numa economia, funcionando, assim, como a taxa de referência para todos os contratos. No brasil, por exemplo, essa taxa corresponde à TAXA sELIC, a qual é estabelecida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) do bACEN, sendo utilizada, por exemplo, em empréstimos de dinheiro de um banco para outro. A taxa sELIC é também utilizada pela Receita Federal para parcelamento de débitos de contribuintes do IR e CsLL, ou para remunerar os títulos de dívida pública, representando assim um instrumento essencial de política fiscal e monetária. 5. taxa PreFerencial de Juro (em inGlês: “Prime rate”) Equivale à taxa de juro bancária cobrada dos clientes preferenciais, ou seja, os que têm as melhores avaliações de crédito, tendendo, portanto, a ser a melhor taxa do mercado, consi- derando todos as instituições financeiras. sua determinação é complexa, pois envolve diversos fatores, como expectativas inflacionárias, custos bancários, conjuntura econômica do mercado etc. Apesar disso tudo, a taxa preferencial de juro, em geral, é maior que a taxa básica de juro, com algumas exceções, como, por exemplo, nos países cuja moeda é o euro (Eurozona), não havendo nos mesmos diferença em relação à taxa básica de juro, isto é, tal taxa é utilizada nas operações interbancárias, feitas em euro, na Eurozona, e recebe o nome de EURIbOR (Euro Interbank Offered Rate). 6. Juro simPles O juro simples cresce ao longo do tempo de forma linear, ou seja, é diretamente proporcio- nal ao tempo transcorrido, tendo em vista que a taxa de juro incide o tempo todo sobre o principal (valor original emprestado). Book 1_Cont Geral_11ª.indb 446 01/04/2011 16:20:19 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 447 Assim, por exemplo, se alguém emprestasse R$ 1.000,00 com juro simples a uma taxa de 10% ao ano, após 1 ano o juro cobrado seria de R$ 100,00; após 2 anos, o juro cobrado seria de R$ 200,00; após 3 anos, o juro cobrado seria de R$ 300,00, e assim por diante. se pusermos isso num gráfico, teremos uma função linear, pois a função é representada por uma reta: Admitindo que “J” são os juros totais, “C” é o capital inicial emprestado ou aplicado, que é o mesmo que principal; “i” é a taxa unitária de juro (ex.: taxa percentual de 24% corresponde à taxa unitária de 0,24; taxa percentual de 9% corresponde à taxa unitária de 0,09); “n” é o número de períodos (ou tempo transcorrido); e “M” é o montante, que é a soma do principal com os juros (M = C + J), teremos as seguintes fórmulas: No exemplo acima, supondo que o devedor só pagasse o empréstimo de R$ 1.000,00 após 8 anos, teríamos: C = R$ 1.000,00 i = 10% = 0,1 n = 8 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - J = R$ 1.000,00 × 0,1 × 8 = R$ 800,00 M = C + J = R$ 1.000,00 + R$ 800,00 = R$ 1.800,00 (= total a pagar ao credor) ou M = R$ 1.000,00 (1 + 0,1 × 8) = R$ 1.000,00 × 1,8 = R$ 1.800,00 7. Juro comPosto De forma diferente do regime de juro simples, onde a taxa de juro incide o tempo todo somente sobre o principal, tendo em vista que o juro não pago não é capitalizado (unido ao principal), no regime de juro composto a taxa de juro incide em cada período sobre o Book 1_Cont Geral_11ª.indb 447 01/04/2011 16:20:20 448 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari montante do período anterior, ou seja, há incidência cumulativa de juro sobre juro (capita- lização dos juros), razão pela qual esse tipo de juro é considerado exponencial (não linear). Cabe ressaltar que todas as normas impostas pelos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) no que se refere a empréstimos e financiamentos são baseadas em juros compostos. Além disso, normalmente, todas as operações nos bancos em geral e no mercado financeiro também são realizadas em regime de juro composto. No entanto, alguns exercícios e algumas questões de concursos “ainda” fazem referência à solução considerando regime de juro simples apenas por simplificação dos cálculos, visto que no regime de juro composto, os cálculos podem ser tão complexos que somente através do uso de planilhas ou de máquinas financeiras de calcular é que podem ser realizados. Também, no caso específico do tratamento contábil das aplicações financeiras, analogamente ao caso dos empréstimos e financiamentos, a apropriação dos juros deve, em geral, ser feita de forma exponencial (juros compostos). No entanto, por questões de simplicidade e conveniência, é possível que em alguns exercícios e questões de concursos públicos ainda se utilize a apropriação linear (juros simples), apesar de na prática este tipo de apropriação ser cada vez menos utilizada, principalmente com o advento das novas normas de contabilidade impostas pelo CPC. Desta forma, se uma empresa aplicasse R$ 12.000,00 ao final de outubro de X1 no merca- do financeiro de forma que irá resgatar R$ 13.500,00 ao final de 3 meses, se a apropriação dos R$ 1.500,00 de receita de juros fosse feita de forma linear (juros simples), geraria uma receita mensal de juros de R$ 500,00 (R$ 1.500,00 ÷ 3). Neste caso, teríamos as seguintes contabilizações: Final de outubro de X1 – contabilização da aplicação: D – Aplicações Financeiras ................................................................... 12.000,00 C – bancos ............................................................................................. 12.000,00 Final de novembro de X1 – apropriação da receita de juros: D – Aplicações Financeiras ...................................................................... 500,00 C – Juros Ativos ....................................................................................... 500,00 Final de dezembro de X1 – apropriaçãoda receita de juros: D – Aplicações Financeiras ...................................................................... 500,00 C – Juros Ativos ....................................................................................... 500,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras ........................................................................... 13.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Book 1_Cont Geral_11ª.indb 448 01/04/2011 16:20:20 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 449 Final de janeiro de X2 – apropriação da receita de juros: D – Aplicações Financeiras ...................................................................... 500,00 C – Juros Ativos ....................................................................................... 500,00 Final de janeiro de X2 – Resgate da aplicação, supondo o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) com alíquota de 22,5%: D – bancos .............................................................................................. 13.162,50 D – IRRF a Compensar ........................................................................... 337,50 C – Aplicações Financeiras ...................................................................... 13.500,00 Obs. 1: 22,5% × R$ 1.500,00 (alíquota para aplicações financeiras com prazo de até 180 dias – Lei no 11.033/2004, art. 1o, inciso I). Obs. 2: O IRRF a Compensar será compensado com o IR a Pagar referente ao lucro da empresa. Obs. 3: Evidentemente não estaria incorreta a apropriação da receita de juros acima de forma não linear. No entanto, num exercício ou questão de concurso teria que ser explicitamente informado no enunciado que os juros são compostos, visto que se nada for informado, pre- sumimos que se trata de juros simples. Obs. 4: Uma outra opção de contabilização do exemplo acima é a seguinte: Final de outubro de X1 – contabilização da aplicação: D – Aplicações Financeiras ...................................................................... 13.500,00 C – Juros Ativos a Vencer (ou a Apropriar) .............................................. 1.500,00 C – bancos ............................................................................................... 12.000,00 Final de novembro de X1 – apropriação da receita de juros: D – Juros Ativos a Vencer ......................................................................... 500,00 C – Juros Ativos ....................................................................................... 500,00 Final de dezembro de X1 – apropriação da receita de juros: D – Juros Ativos a Vencer ......................................................................... 500,00 C – Juros Ativos ....................................................................................... 500,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras ............................................................................ 13.500,00 Juros Ativos a Vencer (ou Receitas Financeiras a Vencer) ........................ (500,00) 13.000,00 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 449 01/04/2011 16:20:20 450 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Final de janeiro de X2 – apropriação da receita de juros: D – Juros Ativos a Vencer ......................................................................... 500,00 C – Juros Ativos ....................................................................................... 500,00 Final de janeiro de X2 – Resgate da aplicação, supondo o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) com alíquota de 22,5%: D – bancos .............................................................................................. 13.162,50 D – IRRF a Compensar ........................................................................... 337,50 C – Aplicações Financeiras ....................................................................... 13.500,00 Notemos que nas duas opções de contabilização, os resultados finais são os mesmos. Apenas, na segunda opção, foi criada uma conta adicional (Juros Ativos a Vencer), a qual é retificadora do ativo circulante. Obs. 5: se a apropriação dos juros neste último exemplo fosse feita de forma exponencial (juros compostos), em vez de apropriarmos nos três meses R$ 500,00 em cada mês de receita de juros, teríamos que apropriar R$ 480,50 ao final do 1o mês; R$ 499,74 ao final do 2o mês; e R$ 519,76 ao final do 3o mês (os cálculos dos juros simples e dos juros compostos nesse exemplo serão explicados após às contabilizações a seguir). Assim, nesta hipótese teríamos as seguintes contabilizações: Final de outubro de X1 – contabilização da aplicação: D – Aplicações Financeiras ..................................................................... 12.000,00 C – bancos ............................................................................................. 12.000,00 Final de novembro de X1 – apropriação da receita de juros: D – Aplicações Financeiras ........................................................................... 480,50 C – Juros Ativos ........................................................................................... 480,50 Final de dezembro de X1 – apropriação da receita de juros: D – Aplicações Financeiras ........................................................................... 499,74 C – Juros Ativos ........................................................................................... 499,74 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras ........................................................................... 12.980,24 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Final de janeiro de X2 – apropriação da receita de juros: D – Aplicações Financeiras ...................................................................... 519,76 C – Juros Ativos ....................................................................................... 519,76 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 450 01/04/2011 16:20:20 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 451 Final de janeiro de X2 – Resgate da aplicação, supondo o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) com alíquota de 22,5%: D – bancos (12.980,24 + 519,76 – 337,50) ............................................. 13.162,50 D – IRRF a Compensar (1.500,00 × 22,5%) ........................................... 337,50 C – Aplicações Financeiras (12.980,24 + 519,76) ..................................... 13.500,00 Abaixo, temos a explicação desses cálculos, onde a taxa de juro é a primeira coisa a ser calculada: JURO SIMPLES: M = C (1 + in) 1 + in = M in = M – 1 i = M C nC C C - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - i = 13.500,00 – 12.000,00 = 1.500,00 = 0,041666 ou 4,1666% 3 × 12.000,00 36.000,00 Tempo JUROS SIMPLES 1o mês 2o mês 3o mês Cálculo Valor 4,1666% × R$ 12.000,00 4,1666% × R$ 12.000,00 4,1666% × R$ 12.000,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Total ////////////////////////////////////////////////////////////////////R$ 1.500,00 Obs. 6: No caso específico de JURO sIMPLEs, os cálculos acima poderiam ser simplificados. Para acharmos o valor da despesa ou receita financeira a ser apropriado mensalmente, basta dividirmos os juros totais de R$ 1.500,00 (= R$ 13.500,00 – R$ 12.000,00) pela quantidade de períodos (3 meses), isto é, R$ 1.500,00 ÷ 3 = R$ 500,00, coisa esta impossível de fazer no sistema de juros compostos. JURO COMPOSTO: M = C (1 + i) n (1 + i) n = M i = M C n 1 C - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - i = 3 13.500,00 – 1 = 3 1,125 – 1 = 1,040042 – 1 = 4,0042% 12.000,00 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 451 01/04/2011 16:20:21 452 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Tempo JUROS COMPOSTOS 1o mês 2o mês 3o mês Cálculo Valor 4,0042% × R$ 12.000,00 4,0042% × (R$ 12.000,00 + R$ 480,50) 4,0042% × (R$ 12.000,00 + R$ 480,50 + R$ 499,74) R$ 480,50 R$ 499,74 R$ 519,76 Total ///////////////////////////////////////////////////////////////// R$ 1.500,00 Considerando também o exemplo dado no item 6, onde o principal era de R$ 1.000,00 e taxa de 10% ao ano, temos a seguinte tabela comparando os dois casos do cálculo dos juros referente a cada ano: Tempo JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 0,1 × 1.000 = 100 0,1 × 1.000 = 100 0,1 × 1.000 = 100 0,1 × 1.000 = 100 0,1 × 1.000 = 100 0,1 × 1.100 = 110 0,1 × 1.210 = 121 0,1 × 1.331 = 133,10 sendo assim, temos a seguinte fórmula para o cálculo do montante: M = C (1 + i) n Na tabela acima, os juros totais no 3o ano seriam de R$ 100,00 + R$ 110,00 + R$ 121,00 ou seja, R$ 331,00. Desta forma, o montante no 3o ano, que é a soma do principal (R$ 1.000,00) com os juros totais (R$ 331,00), seria de R$ 1.331,00. Utilizando a fórmula, teríamos: M = R$ 1.000,00 × (1 + 0,1) 3 = R$ 1.000,00 × 1,331 = R$ 1.331,00 Obs. 7: É comum a fórmula anterior ser apresentada da seguinte forma: FV = PV (1 + i) n Book 1_Cont Geral_11ª.indb 452 01/04/2011 16:20:21 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 453 Onde, o montante estaria fazendo o papel de “FV” (Future Value – Valor Futuro) e o principal estaria fazendo o papel de “PV” (Present Value – Valor Presente), de forma que se quisermos calcular o valor presente de determinado montante, utilizamos a seguinte expressão: PV = FV (1 + i) n Obs. 8: sabendo o valor de “PV”, “FV” e de “n”, podemos determinar a taxa de juros da seguinte forma: i = n FV – 1 PV Assim, no 3o ano, por exemplo, teríamos PV = 1.000,00, FV = 1.331,00 e n = 3. Então: i = 3 1.331 – 1 = 1,1 – 1 = 0,1 ou 10% 1.000 Obs. 8: Antes da existência de máquinas financeiras ou científicas, o cálculo da raiz cúbica, quádrupla, quíntupla etc. era feito com o uso de logaritmos. Atualmente, esse cálculo é feito com o uso das referidas máquinas. 8. aPlicações Financeiras É comum o fato das empresas que possuem folgas de caixa aplicarem esse excesso no mercado financeiro de renda fixa (aplicações financeiras de renda fixa) ou de renda variável (aplicações financeiras de renda variável). Os impostos incidentes sobre os rendimentos das aplicações financeiras são: IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) – Também chamado de Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e seguros, sendo que, no caso das aplicações financeiras (operações de crédito), esse imposto só incide nos rendimentos dessas aplicações quando sacadas até 29 dias, contando-se o 1o dia da aplicação, onde as alíquotas vão decrescendo no decorrer desses 29 dias, tendo em vista que a maioria dos fundos de aplicação no mercado têm liquidez diária. A partir do 30o dia NÃO há incidência de IOF sobre os rendimentos das aplicações sacadas. Assim, por exemplo, se a aplicação for sacada no 2o dia, o IOF incide com alíquota de 93% sobre o rendimento. se o saque for no 25o dia, a alíquota será de 16%. se o saque for no 29o dia, a alíquota será de 3%. A partir do 30o dia, a alíquota é zero. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 453 01/04/2011 16:20:22 454 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) – Incide sobre os rendimentos das aplicações financeiras sacadas, de acordo com a Lei no 11.033/2004, a partir de janeiro de 2005, com as seguintes alíquotas sobre as aplicações de renda fixa: 22,5% - para aplicações com prazo de até 180 dias; 20,0% - para aplicações com prazo de 181 até 360 dias; 17,5% - para aplicações com prazo de 361 até 720 dias; 15,0% - para aplicações com prazo acima de 720 dias. Exemplo: Uma empresa aplicou em 1o de março de 2009 R$ 500.000,00 num fundo de renda fixa. Em 25 de março do mesmo ano sacou a aplicação e o rendimento no total de R$ 540.000,00. Assim, teremos: IOF = R$ 40.000,00 × 16% = R$ 6.400,00 IRRF = (R$ 40.000,00 – R$ 6.400,00) × 22,5% = R$ 7.560,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Contabilização do resgate: D – bancos ............................................................................................... 526.040,00 D – IOF (conta de despesa) ...................................................................... 6.400,00 D – IRRF a Compensar (conta do ativo) .................................................. 7.560,00 C – Aplicações Financeiras ........................................................................ 540.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - No entanto, se sacasse, por exemplo, após 60 dias o mesmo valor, não haveria IOF, visto que a partir de 30 dias a alíquota é zero. Neste caso teria-se: IRRF = R$ 40.000,00 × 22,5% = R$ 9.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Contabilização do resgate: D – bancos ............................................................................................... 531.000,00 D – IRRF a Compensar (conta do ativo) .................................................. 9.000,00 C – Aplicações Financeiras ........................................................................ 540.000,00 Obs. 1: Os rendimentos obtidos em caderneta de poupança pela pessoa física estão isentos do imposto de renda (RIR/1999, art. 39, VIII; IN sRF no 25, de 2001, art. 20). No caso do IOF, também não há incidência sobre rendimentos da poupança, visto que esta só rende após 30 dias, ou seja, se o investidor retirar antes de 30 dias, não haverá rendimento algum e, consequentemente, IOF zero, mesmo que a alíquota desse imposto não fosse zero. Obs. 2: A alíquota do IRRF sobre aplicações em fundo de ações é de 15% e sobre os rendi- mentos de aplicações de renda variável é de 0,005%. 8.1. Aplicações Financeiras De Renda Variável Quando a remuneração, que é o retorno do capital investido, não pode ser dimensionada no momento da aplicação. Ex.: aplicação em ações, aplicações em ouro etc. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 454 01/04/2011 16:20:22 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 455 8.2. Aplicações Financeiras De Renda Fixa Quando o retorno do capital investido pode ser dimensionado no momento da aplicação. Tais aplicações em títulos de crédito e valores mobiliários podem ser feitas em títulos pú- blicos ou títulos privados, podendo ser aplicações com liquidez imediata, aplicações com rendimentos prefixados e aplicações com correção pós-fixada. Como títulos de renda fixa públicos, citam-se: NTN – Notas do Tesouro Nacional; bbC – bônus do banco Central; TDA – Títulos da Dívida Agrária; Títulos emitidos pelos Estados e Municípios etc. Como títulos de rendafixa privados, citam-se: Debêntures; CDb – Certificados de Depósito bancário; RDb – Recibos de Depósito bancário etc. 8.2.1. Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata são aquelas com prazo máximo para resgate em 3 meses, onde a característica básica é que o dinheiro pode ser resgatado em qualquer dia dentro desse prazo máximo. Ex.: aplicações em títulos do Governo; aplicações em caderneta de poupança etc. 8.2.2. Aplicações Com Rendimentos Prefixados Quando o investidor já sabe o valor do rendimento no próprio dia da aplicação, podendo ou não tais aplicações serem de liquidez imediata. Neste caso, o valor das Receitas Financeiras será apropriado observando-se o regime de com- petência, e proporcionalmente ao número de dias da aplicação de forma linear (juros simples) ou de forma exponencial (juros compostos), excluindo o primeiro dia e incluindo o último, ressaltando que na prática a regra geral é a apropriação exponencial, analogamente ao caso dos empréstimos e financiamentos, tendo em vista as normas internacionais de contabilidade. Assim, por exemplo, se uma empresa efetuar uma aplicação no dia 17 de dezembro para resgate em 20 de janeiro do ano seguinte, o tempo total de apropriação dos rendimentos será de 34 dias, independentemente de ser essa apropriação linear ou exponencial. Exemplo 1: A Cia. Horizonte, a qual é atuante no mercado imobiliário, em 20/10/X1 fez uma aplicação financeira de R$ 2.000.000,00 em títulos de crédito resgatável em 90 dias com taxa mensal de juro composto de 1%, sendo o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) de 22,5%, incidente sobre o rendimento, o qual será compensável com o IR devido sobre o lucro apurado no período fiscal. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 455 01/04/2011 16:20:22 456 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Contabilização em 20/10/X1: D – Aplicações Financeiras ................................................................... 2.000.000,00 C – bancos ........................................................................................... 2.000.000,00 Apropriação da receita de juros em 31/10/X1 (11 dias): sendo a taxa de juro mensal de 1%, devemos interpretar que a cada 30 dias o juro será de 1%. Desta forma, se no mês de outubro fossem apropriados exatamente os 30 dias, os juros desse mês seriam calculados da seguinte forma: 2.000.000,00 × (1,01)30/30 – 2.000.000,00 = 2.000.000 × 1,01 – 2.000.000,00 = 20.000,00, valor este que é simplesmente 1% de 2.000.000,00. No entanto, em outubro serão apropriados apenas 11 dias. Desta forma, a receita de juros desse mês será calculada da seguinte forma: 2.000.000,00 × (1,01)11/30 – 2.000.000,00 = 7.310,24 Assim, teremos a seguinte contabilização: D – Aplicações Financeiras ................................................................ 7.310,24 C – Juros Ativos ................................................................................. 7.310,24 Apropriação da receita de juros em 30/11/X1 (30 dias): O montante no início desse mês será igual à soma do montante no início do mês anterior somado ao juro do mês anterior, ou seja, 2.007.310,24. sendo o tempo de apropriação de novembro exatamente de 30 dias, o juro desse mês pode ser calculado aplicando simplesmente a taxa de 1% sobre 2.007.310,24, encontrando assim 20.073,10. Desta forma, teremos a seguinte contabilização desse juro: D – Aplicações Financeiras ................................................................ 20.073,10 C – Juros Ativos ................................................................................ 20.073,10 Apropriação da receita de juros em 31/12/X1 (31 dias): O montante no início desse mês será igual à soma do montante do início do mês anterior com o respectivo juro, ou seja, 2.007.310,24 + 20.073,10 = 2.027.383,34. Assim, o juro de dezembro será de 2.027.383,34 × (1,01)31/30 – 2.027.383,34 = 20.953,11. Desta forma, teremos a seguinte contabilização desse juro: D – Aplicações Financeiras ................................................................. 20.953,11 C – Juros Ativos .................................................................................. 20.953,11 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras ........................................................................ 2.048.336,45 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apropriação da receita de juros em 18/01/X2 (18 dias): O montante no início desse mês será igual à soma do montante do início do mês anterior com o respectivo juro, ou seja, 2.027.383,34 + 20.953,11 = 2.048.336,45. Assim, o juro de Book 1_Cont Geral_11ª.indb 456 01/04/2011 16:20:22 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 457 dezembro será de 2.048.336,45 × (1,01)18/30 – 2.048.336,45 = 12.265,55. Assim, teremos a seguinte contabilização desse juro: D – Aplicações Financeiras .................................................................. 12.265,55 C – Juros Ativos ................................................................................... 12.265,55 Resgate em 18/01/X2: D – bancos (2.060.602,00 – 22,5% 60.602,00) .................................. 2.046.966,55 D – IRRF a Compensar ....................................................................... 13.635,45 C – Aplicações Financeiras (2.048.336,45 + 12.265,55)....................... 2.060.602,00 Obs. 1: Podemos obter este último valor (2.060.602,00) diretamente através da fórmula M = C (1 + i)n, pois os 90 dias da aplicação equivalem a 3 meses de 30 dias, ou seja, n = 3, i = 0,01 (= 1%) e C = 2.000.000,00: M = 2.000.000,00 × (1,01)3 = 2.060.602,00. Essa também seria uma forma de tirarmos a “prova real” de todos os valores calculados anteriormente, visto que há grande probabilidade de erro nos cálculos, dada a relativa complexidade dos mesmos. Obs. 2: se em vez de juros compostos os rendimentos da aplicação financeira desse último exemplo fosse em regime de juros simples, os cálculos seriam bem mais simples. Neste caso, os juros totais nos 3 meses (90 dias) seriam de 2.000.000,00 × 0,01 × 3, ou seja, 60.000,00. Desta forma, o valor proporcional a cada dia transcorrido seria de 60.000,00 ÷ 90, isto, é 666,66667 (é recomendável manter o máximo número de casas decimais possíveis, a fim de reduzir os erros de arredondamento). sendo assim, teríamos as seguintes contabilizações de apropriação dos juros mensais: Apropriação da receita de juros em 31/10/X1 (11 dias): D – Aplicações Financeiras .................................................................. 7.333,33 C – Juros Ativos (11 × 666,66667)....................................................... 7.333,33 Apropriação da receita de juros em 30/11/X1 (30 dias): D – Aplicações Financeiras ................................................................... 20.000,00 C – Juros Ativos (30× 666,66667)........................................................ 20.000,00 Apropriação da receita de juros em 31/12/X1 (31 dias): D – Aplicações Financeiras .................................................................. 20.666,67 C – Juros Ativos (31× 666,66667)........................................................ 20.666,67 Apropriação da receita de juros em 18/01/X2 (18 dias): D – Aplicações Financeiras .................................................................. 12.000,00 C – Juros Ativos (18× 666,66667) ....................................................... 12.000,00 Exemplo 2: suponhamos que a comercial Celta s/A aplicasse R$ 5.000.000,00 no dia 1o de dezembro de X1 num CDb (Certificado de Depósito bancário), com taxa prefixada de 9% e prazo de 18 meses, com resgate programado para 31/05/X3. Observemos que nesse tipo Book 1_Cont Geral_11ª.indb 457 01/04/201116:20:22 458 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari de problema a instituição financeira se preocupou apenas em pagar 9% sobre o valor total aplicado (9% de R$ 5.000.000,00) pelo prazo de 18 meses, ou seja, não houve a preocupação se foi em regime de juros simples ou em regime de juros compostos, tendo em vista que o rendimento total será o mesmo (R$ 450.000,00), independentemente do regime de capitali- zação, coisa esta não verificada no exemplo anterior, visto que em regime de juros compostos o rendimento total foi de R$ 60.602,00 e em regime de juros simples seria de R$ 60.000,00. Desta forma, tendo em vista que a apropriação linear é bem mais simples e dispensa o uso de máquinas financeiras ou científicas, em questões de concursos públicos com problemas desse tipo “provavelmente” a solução se dará através de apropriação linear, a qual iremos optar nas contabilizações a seguir, ressaltando que na prática tal apropriação deve ser feita, preferen- cialmente, de forma exponencial, tendo em vista as normas internacionais de contabilidade. Além disso, nesse tipo de problema podemos optar pela contabilização do valor da aplicação financeira pelo seu valor total de resgate (R$ 5.450.000,00) e utilizar a conta “Juros Ativos a Apropriar” (ou “Juros Ativos a Vencer” ou “Juros Ativos a Transcorrer” ou “Receita Antecipada de Juros” ou “Receita Diferida de Juros” ou “Receitas Financeiras a Apropriar” etc), ou optar pela contabilização do valor da aplicação pelo seu valor inicial (R$ 5.000.000,00) e não utili- zarmos a conta “Juros Ativos a Vencer”, visto que as receitas mensais de juros seriam as mesmas nessas duas hipóteses e o saldo líquido de “Aplicações Financeiras” no balanço seria o mesmo. Também, é conveniente nesse tipo de problema trabalharmos com a hipótese de que todos os meses tenham 30 dias, visto que o erro em relação ao número exato de dias é mínimo e não compensa complicarmos os cálculos em função de diferenças irrelevantes. sendo assim, teremos: 1ª OPÇÃO – Contabilização da aplicação pelo valor final (R$ 5.450.000,00): Contabilização da aplicação (01/12/X1): D – Aplicações Financeiras .................................................................. 5.450.000,00 C – Juros Ativos a Apropriar ................................................................ 450.000,00 C – bancos ......................................................................................... 5.000.000,00 Apropriação dos juros em 31/12/X1: D – Juros Ativos a Apropriar (450.000,00 ÷ 18) .................................. 25.000,00 C – Juros Ativos ................................................................................... 25.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras ......................................................................... 5.450.000,00 Juros Ativos a Apropriar ...................................................................... (425.000,00) 5.025.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Book 1_Cont Geral_11ª.indb 458 01/04/2011 16:20:22 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 459 Obs.: Nos dezessete meses restantes (jan. de X2 a maio de X3), seriam feitos 17 lançamentos contábeis exatamente iguais do tipo: D – Juros Ativos a Apropriar (450.000,00 ÷ 18) ................................... 25.000,00 C – Juros Ativos ................................................................................... 25.000,00 Resgate da aplicação ao final de 18 meses, admitindo o IRRF com alíquota de 17,5%: D – bancos (5.450.000,00 – 17,5% 450.000,00) ............................... 5.371.250,00 D – IRRF a Compensar ...................................................................... 78.750,00 C – Aplicações Financeiras ................................................................. 5.450.000,00 2ª OPÇÃO – Contabilização da aplicação pelo valor inicial (R$ 5.000.000,00): Contabilização da aplicação (01/12/X1): D – Aplicações Financeiras .................................................................. 5.000.000,00 C – bancos ........................................................................................... 5.000.000,00 Apropriação dos juros em 31/12/X1: D – Aplicações Financeiras ................................................................. 25.000,00 C – Juros Ativos ................................................................................... 25.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras ......................................................................... 5.025.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Resgate da aplicação ao final de 18 meses, admitindo o IRRF com alíquota de 17,5% (não muda nada em relação à opção anterior): D – bancos (5.450.000,00 – 17,5% 450.000,00) ............................... 5.371.250,00 D – IRRF a Compensar ...................................................................... 78.750,00 C – Aplicações Financeiras ................................................................. 5.450.000,00 8.2.3. Aplicações Financeiras Com Correção Pós-Fixada são aquelas em que o investidor, em geral, sabe a taxa de juro, mas não sabe o valor total do rendimento, pois há correção monetária posterior em função da inflação do período. Exemplo: A Cia. Alvorada fez uma aplicação em CDb no valor de R$ 200.000,00 no dia 1o de novembro de X1 a uma taxa de juro composto de 0,6% ao mês com correção pós-fixada, para resgate em 90 dias. Admitindo que as taxas de inflação de nov. de X1, dez. de X1 e jan. de X2 foram, respectivamente, de 1%, 0,8% e 1,2%, teremos: Contabilização da aplicação (01/11/X1): D – Aplicações Financeiras ................................................................... 200.000,00 C – bancos ........................................................................................... 200.000,00 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 459 01/04/2011 16:20:22 460 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Apropriação da correção pós-fixada e dos juros (30/11/X1): D – Aplicações Financeiras ................................................................... 3.212,00 C – Variações Monetárias Ativas (1% × 200.000,00) ............................ 2.000,00 C – Juros Ativos (0,6% × 202.000,00) .................................................. 1.212,00 Apropriação da correção pós-fixada e dos juros (31/12/X1): D – Aplicações Financeiras ................................................................... 2.854,73 C – Variações Monetárias Ativas (0,8% × 203.212,00) ......................... 1.625,70 C – Juros Ativos (0,6% × 204.837,70) .................................................. 1.229,03 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: ATIVO CIRCULANTE Aplicações Financeiras .......................................................................... 206.066,73 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Nota: A conta “Variações Monetárias Ativas” é uma conta que representa um tipo de receita financeira e se traduz na correção monetária pós-fixada de um crédito da empresa. 9. rendas certas ou anuidades 9.1. Renda Postecipada se alguém, por exemplo, contrai um empréstimo no valor de R$ 200.000,00 a ser pago em 10 prestações mensais “iguais” (se não fossem iguais, não seriarendas “certas” ou “anuidades”), vencendo-se a primeira 1 mês após o início do negócio (renda postecipada), a uma taxa de 2% ao mês, o valor de cada prestação (R) poderia ser obtido resolvendo-se a seguinte equação: 200.000 = R + R + R + ... + R . (1 + 0,02) (1 + 0,02) 2 (1 + 0,02) 3 (1 + 0,02) 10 Desta forma, podemos generalizar, estabelecendo a seguinte fórmula: A = R + R + R + ... + R . (1 + i) (1 + i) 2 (1 + i) 3 (1 + i) n Onde: “A” = valor atual da renda, também pode ser representado por “NPV” (Net Present Value – Valor Presente Líquido) “R” = valor de cada prestação Book 1_Cont Geral_11ª.indb 460 01/04/2011 16:20:23 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 461 “i” = taxa de juros “n” = número de prestações Nota: Com o uso de somatório (Σ), podemos abreviar a expressão anterior: n A = Σ R . k = 1 (1 + i)k No entanto, não é recomendável que resolvamos o problema utilizando essa fórmula, tendo em vista o trabalho desnecessário. Observando que a expressão acima representa a soma dos termos de uma progressão geo- métrica de razão 1/(1 + i), podemos desenvolver algebricamente e finalmente chegarmos às seguintes expressões: A = R × (1 + i) n – 1 i × (1 + i) n R = A × i × (1 + i) n (1 + i) n – 1 ou Assim, resolvendo o problema acima por esta última fórmula, teremos: R = R$ 200.000,00 × 0,02 × (1 + 0,02) 10 = R$ 22.265,31 (1 + 0,02) 10 – 1 Porém, o fator (1 + i) n – 1 é chamado de FATOR DE VALOR ATUAL i × (1 + i) n sendo TAbELADO sob a notação sendo assim, a resolução do problema anterior pode ser mais simplificada ainda com a obtenção do fator de valor atual a 10/ 0,02 na tabela financeira, o qual acharemos 8,982585: A = R × a n/ i ou R = A = R$ 200.000,00 = R$ 22.265,31 a n/ i 8,982585 9.2. Renda Antecipada supondo no exemplo do item 7.1. que o primeiro pagamento das 10 parcelas ocorresse no ato da realização do negócio, teríamos a seguinte expressão: Book 1_Cont Geral_11ª.indb 461 01/04/2011 16:20:24 462 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari 200.000 = R + R + R + ... + R . (1 + 0,02) (1 + 0,02) 2 (1 + 0,02) 9 Generalizando: A = R + R + R + ... + R . (1 + i) (1 + i) (1 + i) n - 12 Que desenvolvida algebricamente, chegaremos às seguintes fórmulas: A = R × (1 + i) n – 1 – 1 + 1 i × (1 + i) n – 1 R = A . (1 + i) n – 1 – 1 + 1 i × (1 + i) n – 1 ou Assim, no problema acima, teríamos: R = R$ 200.000,00 = R$ 200.000,00 = R$ 21.828,73 (1 + 0,02) 10 – 1 – 1 + 1 9,162236849 0,02 × (1 + 0,02) 10 – 1 No entanto, de forma análoga às rendas postecipadas, também podemos simplificar esse cálculo mediante o uso do fator de valor atual a n – 1 / i da seguinte forma: A = R × ( a n – 1 / i + 1) R = A . (a n – 1 / i + 1) 10. Fluxo de caixa Também designado em inglês por “Cash Flow” (CF), o FLUXO DE CAIXA se refere, essencialmente, ao dinheiro recebido e gasto por uma entidade ao longo de determinado período de tempo. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 462 01/04/2011 16:20:24 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 463 Há duas espécies de fluxos de caixa: o de saída (outflow), representando as saídas de dinheiro, e o de entrada (inflow), o qual representa as entradas de dinheiro. Contabilmente, uma projeção de fluxo de caixa evidencia todos os recebimentos e pagamentos numa empresa em esperado período de tempo. Para esse controle de fluxo de caixa, é necessária uma visão geral de todas as operações da empresa, tais como compras, vendas, pagamentos a fornecedores, recebimento de clientes, pagamentos de empréstimos e financiamentos, recebimentos de aplicações financeiras, com- pras de imobilizações, pagamentos de despesas administrativas etc. Além de uso nas empresas, o fluxo de caixa também pode ser utilizado por pessoas físicas, a fim de que possam gerenciar melhor suas finanças pessoais. Assim, por exemplo, se uma pessoa recebe mensalmente um salário de R$ 3.000,00 e gasta com suas despesas mensais algo em torno de R$ 2.500,00, terá uma economia anual de R$ 500 × 12, ou seja, R$ 6.000,00. se aplicasse essa sobra mensalmente em caderneta de pou- pança, sua economia anual seria maior que R$ 6.000,00. Com esse fluxo de caixa poderia comprar um imóvel mediante financiamento de longo prazo, de forma que a soma anual das parcelas pagas teria que ser inferior a R$ 6.000,00, a fim de que não ficasse inadimplente. 11. emPréstimos e Financiamentos Apesar da semelhança, há diferença entre EMPRÉsTIMO e FINANCIAMENTO. EMPRÉsTIMOs representam operações financeiras sem comprovação de aplicações de recursos, isto é, obtenção de dinheiro sem o compromisso de destinação específica e NÃO estão sujeitos ao Ajuste a Valor Presente, pois, conforme veremos ainda neste capítulo, esse tipo de ajuste está diretamente relacionado a compras ou vendas de bens através de finan- ciamentos, conforme o segundo exemplo a seguir. Exemplo 1 (Empréstimo com juros compostos): Uma empresa contrai um empréstimo bancário, ao final de novembro de X1, captando um total de R$ 1.000.000,00 em dinheiro, a ser pago em uma única prestação, ao final de quatro meses, a uma taxa de juros compostos de 2% ao mês. Assim, teremos: Cálculo do montante e dos juros totais: M = C (1 + i) n = R$ 1.000.000,00 × (1 + 0,02) 4 = R$ 1.082.432,16 Juros = R$ 1.082.432,16 – R$ 1.000.000,00 = R$ 82.432,16 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Cálculo da despesa de juros de dezembro de X1: 2% × R$ 1.000.000,00 = R$ 20.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Contabilização da obtenção do empréstimo (final de novembro de X1): D – bancos ........................................................................................ 1.000.000,00 C – Empréstimos a Pagar ................................................................... 1.000.000,00 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 463 01/04/2011 16:20:25 464 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apropriação das despesas de juros de dezembro de X1: D – Juros Passivos ............................................................................. 20.000,00 C – Empréstimos a Pagar .................................................................. 20.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: PAssIVO CIRCULANTE Empréstimos a Pagar .........................................................................1.020.000,00 No caso dos FINANCIAMENTOs, estes representam operações financeiras direcionadas a recursos específicos aplicados no ativo das empresas, como é o caso, por exemplo, de financia- mentos para obtenção de bens imobilizados (imóveis, máquinas, equipamentos, veículos etc.). Desta forma, os títulos de crédito utilizados para tais financiamentos (duplicatas, promissórias etc.) estão sujeitos ao Ajuste a Valor Presente. Exemplo 2 (Financiamentos com ajuste a valor presente): Uma empresa adquire um ter- reno mediante a emissão de uma nota promissória de R$ 1.000.000,00, a ser paga ao final de quatro meses, sendo a taxa mensal de juros compostos de 2%. Assim, teremos: Cálculo do valor presente do imóvel: PV = FV (1 + i) n Onde: PV (Present Value) é o Valor Presente do bem adquirido, o qual nem sempre coincide com o Valor Justo (Fair Value) desse bem, mas “tende”, na maioria dos casos, a ser igual a esse valor; FV (Future Value) é o Valor Futuro, ou seja, o valor presente do imóvel mais os juros. PV = R$ 1.000.000,00 = R$ 923.845,43 (1 + 0,02) 4 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Cálculo da despesa de juros de dezembro de X1: 2% × R$ 923.845,43 = R$ 18.476,91 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Contabilização ao fim de novembro de X1 (aquisição do terreno): D – Terrenos ......................................................................................... 923.845,43 D – Juros a Vencer (ou Juros a Apropriar ou Juros a Transcorrer) ...... 76.154,57 C – Promissórias a Pagar ..................................................................... 1.000.000,00 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Book 1_Cont Geral_11ª.indb 464 01/04/2011 16:20:25 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 465 Apropriação dos juros ao final de dezembro de X1: D – Juros Passivos ................................................................................ 18.476,91 C – Juros a Vencer ................................................................................ 18.476,91 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: PAssIVO CIRCULANTE Promissórias a Pagar ............................................................................ 1.000.000,00 Juros a Vencer ..................................................................................... (57.677,66) 942.322,34 Obs. 1: A conta “Juros a Vencer”, que é retificadora do passivo, na situação acima poderá também ser substituída pela conta “Ajuste a Valor Presente”. Obs. 2: Nesse último exemplo, a empresa vendedora do terreno faria a seguinte contabilização pela venda do mesmo, supondo que este possuía valor contábil na data da venda de R$ 870.000,00: D – Promissórias a Receber ................................................................. 1.000.000,00 C – Juros Ativos a Vencer .................................................................... 76.154,57 C – Receita de Venda de Terrenos ....................................................... 923.845,43 D – Custo de Terreno Vendido ........................................................... 870.000,00 C – Terrenos ....................................................................................... 870.000,00 Ou, também: D – Promissórias a Receber ................................................................. 1.000.000,00 C – Juros Ativos a Vencer .................................................................... 76.154,57 C – Outras Receitas (Resultado na Venda de Terreno) ......................... 53.845,43 C – Terrenos ....................................................................................... 870.000,00 Obs. 3: VALOR JUsTO (fair value) é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. Em outras palavras, é o valor “normal” de mercado. Desta forma, com base nos Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o valor justo tem como objetivo principal demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo; na impossibilidade disso, demonstrar o provável valor que seria o de mercado por comparação a outros ativos ou passivos que tenham valor de mercado; na impossibilidade dessa alternativa também, demonstrar o provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor presente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo; finalmente, na impossibilidade dessas alternativas, pela utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado. Obs. 4: VALOR PREsENTE (present value) é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal da entidade. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 465 01/04/2011 16:20:25 466 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Exemplo 3 (Financiamento em moeda estrangeira sem taxa de juro): Dados de um fi- nanciamento externo obtido pela Exportadora Fast s/A, cujo exercício social coincide com o ano-calendário: Valor do financiamento: U$ 100.000,00 Data da operação: 15/10/X0 Taxas de câmbio (hipotéticas): 15/10/X0 – U$ 1.00 = R$ 0,90 31/12/X0 – U$ 1.00 = R$ 1,00 15/02/X1 – U$ 1.00 = R$ 1,20 15/06/X1 – U$ 1.00 = R$ 1,50 15/10/X1 – U$ 1.00 = R$ 1,70 Amortizações efetuadas: 15/02/X1 – U$ 25.000 15/06/X1 – U$ 25.000 15/10/X1 – U$ 35.000 Com base nas informações anteriores, marque a opção que indica, respectivamente, em 15/10/X1, os saldos das contas Variações Cambiais Passivas e Financiamentos a Pagar, após as atualizações e os pagamentos: a) R$ 62.500 e R$ 25.500; b) R$ 42.500 e R$ 31.000; c) R$ 62.500 e R$ 34.000; d) R$ 52.500 e R$ 25.500; e) R$ 52.500 e R$ 85.000. (SOLUÇÃO) Notemos que não há qualquer tipo de juro no problema. Só há variação cambial , a qual será tratada de forma semelhante à correção pós-fixada. Devemos também tomar cuidado quando o exercício pergunta qual o saldo da conta “Varia- ções Cambiais Passivas” (perda cambial), em 15/10/X1, pois não devemos contabilizar como parte desse saldo a perda cambial ocorrida entre 15/10/X0 e 31/12/X0, tendo em vista que a Variação Cambial Passiva correspondente a essa perda foi zerada (encerrada) em 31/12/X0. Desta forma, devemos considerar como integrante do saldo da conta Variações Cambiais Passivas a perda cambial ocorrida entre 01/01/X1 e 15/10/X1. Assim: Book 1_Cont Geral_11ª.indb 466 01/04/2011 16:20:25 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 467 saldo = (1,2 – 1) × (100.000) + (1,5 – 1,2) × (100.000 – 25.000) + (1,7 – 1,5) × (75.000 – 25.000) = R$ 52.500 – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – O saldo da conta “Financiamentos a Pagar”, em 15/10/X1, será a quantidade devida em dólares pela empresa, multiplicada pelo câmbio em moeda nacional, na referida data, ou seja: Fin. a Pagar. = (100.000 – 25.000 – 25.000 – 35.000) × 1,70 = R$ 25.500 (Opção d) Exemplo 4 (Empréstimo em moeda estrangeira com taxa de juro simples): A Indústria santos s/A, no ano de X0, contratou um empréstimo de U$ 300.000, nas seguintes condições: Data da liberação: 20/05/X0 Taxa de juros simples: 12% a.a. Forma de pagamento do principal acrescido dos juros: cinco parcelas semestrais, iguais e sucessivas, nas seguintes datas: 20/11/X0 20/05/X1 20/11/X1 20/05/X2 20/11/X2 Data Taxas de Câmbio (R$/U$) 20/05/X0 1,00 20/11/X0 1,50 30/12/X02,00 supondo unicamente esta operação e considerando o mês com 30 dias e o ano com 360 dias, pode-se afirmar que os saldos das contas referentes a bCM (bancos Conta Movimento) e a Despesas Financeiras, em 30/12/X0, em reais, são, respectivamente: a) 300.000 e 276.400; b) 273.000 e 353.400; c) 183.000 e 276.400; d) 183.000 e 303.400; e) 176.600 e 297.000. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 467 01/04/2011 16:20:25 468 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari (sOLUÇÃO) Esta questão envolve, ao mesmo tempo, variação cambial e juros. Assim: 20/05/X0 a 20/11/X0: 6 meses Taxa de Juros = 12% × 2 = 6% 20/11/X0 a 30/12/X0: (1/3 + 1) me = 4/3 me Taxa de Juros = 4/3 × 1% = 4/3% – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – bCM = (300.000 × 1) – (300.000 × 1,5) × 5 – (6% × 300.000 × 1,5) = R$ 183.000 saldo inicial 1a parcela das 5 juros de 6 meses Logo, o saldo de bCM em 30/12/X0 também será o mesmo que o saldo de 20/11/X0, isto é, R$ 183.000, visto que, no período compreendido por estas duas datas, não houve movi- mentação na conta bCM – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – Var. Camb. Pas. = 300.000 × (1,5 – 1) + (300.000 × 4/5) × (2 – 1,5) = R$ 270.000 pois já pagou 1/5 Juros Passivos = (6% × 300.000 × 1,5) + (4/3% × 300.000 × 4/5 × 2) = R$ 33.400 Despesas Fin. = Variações Mon. Pas. + Juros Passivos = R$ 303.400 (Opção d) 12. custos de transação 12.1. Conceito Com base no Pronunciamento Técnico CPC 08, Custos de Transação são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis às atividades necessárias exclusivamente à consecução de transações tais como: Distribuição primária de ações; Distribuição primária de bônus de subscrição; Aquisição ou alienação de ações próprias (ações em tesouraria); Captação de recursos por meio de empréstimos ou financiamentos, emissão de títulos de dívida da companhia (ex.: debêntures). Tais custos são, por natureza, gastos incrementais, já que não existiriam ou teriam sido evi- tados se essas transações não ocorressem. Exemplos de custos das transações: Book 1_Cont Geral_11ª.indb 468 01/04/2011 16:20:26 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 469 Gastos com elaboração de prospectos e relatórios; Remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.); Gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows); Taxas e comissões; Custos de transferência; Custos de registro etc. Obs.: Custos de Transação NÃO incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento. 12.2. Despesas Financeiras são os custos ou as despesas que representam o ônus pago ou a pagar como remuneração direta do recurso tomado emprestado do financiador derivado dos fatores tempo, risco, inflação, câmbio, índice específico de variação de preços e assemelhados; incluem, portanto, os juros, a atualização monetária, a variação cambial etc., mas NÃO INCLUEM taxas, descontos, prêmios, despesas administrativas, honorários etc. 12.3. Encargos Financeiros são a sOMA das despesas financeiras, dos custos de transação, prêmios, descontos, ágios, deságios e assemelhados, a qual representa a diferença entre os valores recebidos e os valores pagos (ou a pagar) a terceiros. 12.4. Debêntures Debêntures são títulos de crédito com valor nominal (= valor de face do título) emitidos por sociedades anônimas, os quais dão aos seus titulares (debenturistas) participação nos lucros da companhia, juros e correção monetária. sob a ótica da companhia emissora, as debêntures representam uma espécie de empréstimo de dinheiro, onde os credores são os próprios debenturistas. Existem três formas de emissão de debêntures: Emissão ao par – é aquela onde não há ágio ou deságio, visto que o valor bruto capitado (valor do dinheiro recebido sem os custos de transação) é igual ao valor nominal. Assim, a contabilização da emissão nesse caso pode ser feita da seguinte forma (sem contar com a existência de custos de transação): D – Caixa C – Debêntures (conta do passivo exigível) Book 1_Cont Geral_11ª.indb 469 01/04/2011 16:20:26 470 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Caso sejam levados em consideração os custos de transação, a contabilização seria a seguinte: D – Caixa D – Custos a Amortizar (conta retificadora do passivo exigível) C – Debêntures Emissão abaixo do par – é aquela com deságio, ou seja, o valor de emissão é inferior ao valor nominal. Neste caso, a contabilização da emissão pode ser feita da seguinte forma (sem contar com os custos de transação): D – Caixa D – Deságio a Amortizar (conta retificadora do passivo exigível) C – Debêntures Caso sejam levados em consideração os custos de transação, a contabilização seria a seguinte: D – Caixa D – Custos a Amortizar (conta retificadora do passivo exigível) D – Deságio a Amortizar (conta retificadora do passivo exigível) C – Debêntures Emissão acima do par – quando o valor de emissão for superior ao valor nominal, ou seja, emissão com ágio, onde este pode ser chamado de PRÊMIO. Nesta hipótese, a contabilização da emissão, considerando a existência dos custos de transação, pode ser feita da seguinte forma: D – Caixa D – Custos a Amortizar (conta retificadora do passivo exigível) C – Debêntures C – Prêmio a Amortizar EXERCÍCIO RESOLVIDO 1: (Analista de Planejamento, Orçamento e Finanças Públi- cas – sP/Fundação Carlos Chagas) A empresa Gama s.A. emitiu 1.000 debêntures a R$ 10,00 cada, com taxa de juros compostos de 6% ao ano, com prazo de 5 anos e pagamentos anuais de R$ 2.374,00. Os custos de transação incorridos e pagos foram de R$ 100,00 e houve prêmio na emissão desses títulos, no valor de R$ 278,00. Na data da emissão das debêntures, a empresa: a) debitou na conta Disponível o valor de R$ 10.000; b) debitou na conta Despesa Financeira o valor de R$ 100,00; c) creditou no Passivo o valor de R$ 10.000,00; d) creditou na conta Receita Financeira o valor de R$ 278,00; e) creditou no Passivo o valor de R$ 10.178,00. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 470 01/04/2011 16:20:26 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 471 (SOLUÇÃO) Contabilização da emissão: D – Caixa/Bancos (Disponível) .............................................................. 10.178,00 D – Custos a Apropriar ......................................................................... 100,00 C – Prêmios a Apropriar ......................................................................... 278,00 C – Debêntures ...................................................................................... 10.000,00 Apresentação no balanço na data da emissão: PASSIVO EXIGÍVEL Debêntures ............................................................................................. 10.000,00 Prêmios a Apropriar (ou “a Amortizar”, “a Vencer” etc.)............................. 278,00 Custos a Apropriar (ou “a Amortizar”, “a Vencer” etc.).............................. (100,00) 10.178,00 Conclusão: O Passivo foi aumentado em 10.178,00, que é equivalente a dizer que o Passivo foi creditado nesse valor. (Resposta: opção e) 13. taxa interna de retorno (tir) A TIR, também designada em inglês por IRR (Internal Rate of Return), é a taxa efetiva de juros que iguala o valor da captação líquida, que pode ser designada por NPV (Net Present Value – Valor Presente Líquido) (= entrada de dinheiro – custos de transação para que o dinheiro entre) ao valor presente (ou valor atual) dos pagamentos futuros. De acordo com o item 3 doPronunciamento Técnico CPC 08 – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, a TIR é a taxa efetiva de juros que iguala o valor presente dos fluxos de entrada de recursos ao valor presente dos fluxos de saída. Em outros, termos, é a taxa efetiva de juros que faz com que, por exemplo, o valor presente líquido dos fluxos de caixa de determinado título de dívida ou empréstimo seja igual a zero, considerando-se, necessariamente, a captação inicial líquida dos custos de transação. Exemplo 1: A Cia. Alfa obteve em 30 de novembro de X1 um empréstimo bancário no valor de $ 450.000,00, o qual será liquidado em um único pagamento ao fim de cinco meses. Para a captação do referido valor, a empresa incorreu em despesas bancárias de $ 6.000,00 e gastos com consultores no valor de $ 14.000,00. A taxa de juros mensal contratada é de 3%. Assim, teremos os seguintes cálculos: A) Cálculo do montante a pagar em 5 meses, onde “CB” é o valor da Capitação Bruta M = Cb (1 + i) n = $ 450.000,00 × (1 + 0,03) 5 = $ 521.673,33 B) Capitação Líquida (CL) = Capitação Bruta – Custos de Transação Book 1_Cont Geral_11ª.indb 471 01/04/2011 16:20:26 472 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari CL = $ 450.000,00 – $ 20.000,00 = $ 430.000,00 C) Cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR) No caso, é a taxa que faz o valor da Capitação Líquida ($ 430.000,00) ser igual ao Montante ($ 521.673,33) nos 5 meses. Assim, podemos estabelecer as seguintes igualdades: M = CL (1 + TIR) n TIR = n M – 1 CL TIR = 5 521.673,33 – 1 = 5 1,213193791 – 1 = 1,039407954 – 1 430.000 TIR = 0,039407954 ou 3,9407954% Nota: Atualmente, o cálculo da raiz quíntupla de qualquer número é feito com o uso de máquina de calcular científica. Antes da existência dessas máquinas, esse cálculo era feito com o uso de logaritmos. Manualmente ... nem pensar!!! D) Planilha de amortização (ou apropriação) dos juros: Mês Pagamentos Despesa com Juros (mensal) 1 (dez. X1) - 3% × 450.000,00 13.500,00 2 (jan. X2) - 3% × (450.000,00 + 13.500,00) = 3% × 463.500,00 13.905,00 3 (fev. X2) - 3% × (463.500,00 + 13.905,00) = 3% × 477.405,00 14.322,15 4 (março X2) - 3% × (477.405,00 + 14.322,15) = 3% × 491.727,15 14.751,8145 5 (abril X2) 521.673,33 3% × (491.727,15 + 14.751,8145) = 3% × 506.478,9645 15.194,3689 Total 521.673,33 //////////////////////////////////////// 71.673,33 Nota: Observemos que a diferença entre o total pago ($ 521.673,33) e o total dos juros apropriados nos cinco meses ($ 71.673,33) é exatamente igual ao valor da capitação bruta ($ 450.000,00), como já havia de se esperar. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 472 01/04/2011 16:20:27 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 473 E) Planilha indicando os Encargos Financeiros, (= despesa com juros + despesa com amortização dos custos de transação) no total de 3,9407954% (TIR) sobre o valor da Capitação Líquida de $ 430.000,00: Mês Encargos Financeiros (mensal) 1 (dez. X1) 3,9407954% × 430.000,00 16.945,4202 2 (jan. X2) 3,9407954% × (430.000,00 + 16.945,4202) = 3,9407954% × 446.945,4202 17.613,2046 3 (fev. X2) 3,9407954% × (446.945,4202 + 17.613,2046) = 3,9407954% × 464.558,6248 18.307,3049 4 (março X2) 3,9407954% × (464.558,6248 + 18.307,3049) = 3,9407954% × 482.865,9297 19.028,7584 5 (abril X2) 3,9407954% × (482.865,9297 + 19.028,7584) = 3,9407954% × 501.894,6881 19.778,6428 Total //////////////////////////////////////////////////////////////////// 91.673,33 F) Planilha com a indicação da despesa mensal dos custos de transação a serem apro- priadas: Mês Encargos Fi-nanceiros (EF) Despesa com Juros (DJ) Despesa com Amortização dos Cus- tos de Transação = EF - DJ 1 (dez. X1) 16.945,4202 13.500,00 3.445,4202 2 (jan. X2) 17.613,2046 13.905,00 3.708,2046 3 (fev. X2) 18.307,3049 14.322,15 3.985,1549 4 (março X2) 19.028,7584 14.751,8145 4.276,9439 5 (abril X2) 19.778,6428 15.194,3689 4.584,2739 Total 91.673,33 71.673,33 20.000,00 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 473 01/04/2011 16:20:27 474 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Lançamentos contábeis em X1: Captação dos empréstimo em 30/11/X1: D – bancos (pela captação líquida) ........................................................ 430.000,00 D – Custos de Transação a Amortizar .................................................... 20.000,00 C – Empréstimos a Pagar ....................................................................... 450.000,00 Final de dezembro de X1 – Apropriação dos Encargos Financeiros (Custos de Transação e Despesas de Juros): D – Encargos Financeiros Juros Passivos .............................................. 13.500,00 Custos de Transação .................................... 3.445,4202 .......... 16.945,4202 C – Empréstimos a Pagar ....................................................................... 13.500,00 C – Custos de Transação a Amortizar .................................................... 3.445,4202 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Apresentação no balanço de 31/12/X1: PAssIVO CIRCULANTE Empréstimos a Pagar (450.000,00 + 13.500,00) ................................... 463.500,00 Custos de Transação a Amortizar (20.000,00 – 3.445,4202) ............ (16.554,5798) 446.945,4202 Nota: Os valores não foram arredondados a fim de evitar diferenças nos resultados finais. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Lançamentos contábeis em X2: Final de janeiro de X2 – Apropriação dos Encargos Financeiros: D – Encargos Financeiros Juros Passivos .............................................. 13.905,00 Custos de Transação .................................... 3.708,2046 ............ 17.613,20 C – Empréstimos a Pagar ....................................................................... 13.905,00 C – Custos de Transação a Amortizar .................................................. 3.708,2046 Final de fevereiro de X2 – Apropriação dos Encargos Financeiros: D – Encargos Financeiros Juros Passivos .............................................. 14.322,15 Custos de Transação .................................... 3.985,1549 ........ 18.307,3049 C – Empréstimos a Pagar ....................................................................... 14.322,15 C – Custos de Transação a Amortizar ................................................... 3.985,1549 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 474 01/04/2011 16:20:27 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 475 Final de março de X2 – Apropriação dos Encargos Financeiros: D – Encargos Financeiros Juros Passivos .............................................. 14.751,8145 Custos de Transação .................................... 4.276,9439 ........ 19.028,7584 C – Empréstimos a Pagar .................................................................... 14.751,8145 C – Custos de Transação a Amortizar ................................................. 4.276,9439 Final de abril de X2 – Apropriação dos Encargos Financeiros: D – Encargos Financeiros Juros Passivos .............................................. 15.194,3689 Custos de Transação .................................... 4.584,2739........ 19.778,6428 C – Empréstimos a Pagar .................................................................... 14.751,8145 C – Custos de Transação a Amortizar ................................................. 4.584,2739 Final de abril de X2 – Pagamento do empréstimo: D – Empréstimos a Pagar ..................................................................... 521.673,33 C – bancos........................................................................................... 521.673,33 Exemplo 2: Uma empresa contraiu um empréstimo bancário de R$ 300.000,00, com uma taxa de juros anual contratada de 10%, por um prazo de três anos com pagamentos iguais e anuais durante esse período. Na obtenção desse empréstimo a empresa incorreu em custos de transação, pagando R$ 1.000,00 de despesas bancárias e R$ 12.000,00 de gastos com consultores. Desta forma, teremos os seguintes cálculos: A) Valor de cada prestação anual (R): R + R + R = R$ 300.000,00 (× 1,13) (1 + 0,1) (1 + 0,1) 2 (1 + 0,1) 3 1,21R + 1,1R + R = R$ 300.000,00 × 1,331 3,31R = R$ 399.300,00 R = R$ 120.634,44 Book 1_Cont Geral_11ª.indb 475 01/04/2011 16:20:27 476 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Obs. 1: Outra forma de calcularmos a prestação anual é utilizando a seguinte fórmula: R = A × i × (1 + i) n = R$ 300.000,00 × 0,1 × 1,1 3 = R$ 120.634,44 (1 + i) n – 1 1,13 – 1 Obs. 2: Outra forma de calcularmos a prestação anual é utilizarmos o Fator de Valor Atu- al (a n/ i), o qual é obtido de tabela financeira: R = A = R$ 300.000,00 = R$ 300.000,00 = R$ 120.634,44 a n/ i a 3/ 0,1 2,486852 B) Valor da capitação líquida = Dinheiro recebido – Custos de transação = R$ 300.000,00 – R$ 13.000,00 = R$ 287.000,00 C) Taxa Interna de Retorno (TIR) Em princípio, para calcularmos a TIR devemos resolver a seguinte equação: 120.634,44 + 120.634,44 + 120.634,44 = 287.000,00 (÷ 120.634,44) (1 + TIR) (1 + TIR) 2 (1 + TIR) 3 1 + 1 + 1 = 2,38 (1 + TIR) (1 + TIR) 2 (1 + TIR) 3 Agora, façamos a seguinte substituição algébrica: 1 = x 1 + TIR Desta forma, a nova equação ficará: x3 + x2 + x – 2,38 = 0 E caímos numa equação completa do 3o grau (ou equação cúbica). Apesar de existirem as fórmulas de resolução por radicais de equações até 4o grau, é total- mente impraticável resolver o problema com o uso dessas fórmulas, visto o extremo trabalho que daria. Não só por isso, mas para períodos iguais ou maiores que cinco, teríamos que resolver equações completas do 5o grau, 6o grau, 20o grau etc., sendo que NÃO existem fórmulas para resolução dessas equações, tornando impossível a resolução com o uso de fórmulas envolvendo radicais. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 476 01/04/2011 16:20:28 Capítulo 11 — Operações Financeiras ■ 477 Assim, a solução mais recomendável é utilizarmos máquinas de calcular financeiras, as quais possuem programas que nos fornecem instantaneamente o valor da TIR. Utilizando, por exemplo, a máquina financeira HP12C, podemos obter a TIR seguindo os seguinte passos: 1o) Apertar a tecla “ON” para ligar a máquina; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2o) Apertar a tecla laranja “f ”, a qual acionará as funções escritas nas teclas em laranja; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3o) Apertar a tecla “CLEAR REG” escrita em laranja para apagar todos os registros anteriores; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4o) Digitar o valor da Captação Líquida (287.000,00); - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5o) Apertar a tecla “CHs”, a fim de pôr o sinal negativo nos 287.000,00, tendo em vista que a máquina resolve a equação pela seguinte ótica: – 287.000,00 + 120.634,44 + 120.634,44 + 120.634,44 = 0 (1 + TIR) (1 + TIR) 2 (1 + TIR) 3 Generalizando: – PV + PMT + PMT + ... + PMT = 0 (1 + TIR) (1 + TIR) 2 (1 + TIR) j - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6o) Apertar a tecla “PV” (Present Value), a fim de incluir os 287.000,00 como valor presente. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 7o) Digitar o valor da prestação anual (120.634,44); - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8o) Apertar a tecla “PMT”, a fim de incluir os 120.634,44 como valor de cada prestação; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9o) Digitar o número 3, que é o número de prestações de 120.634,44; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10o) Apertar a tecla da função “n”, a fim de incluir o 3 como número de prestações; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 11o) Por fim, apertar a tecla “i”, a qual fornecerá a TIR de 12,555503%, ou, arredondando, 12,56%. Book 1_Cont Geral_11ª.indb 477 01/04/2011 16:20:28 478 ■ Contabilidade Geral — Ed Luiz Ferrari Exemplo 3: Considere-se que no fim do ano 0 tenha havido captação de $ 1.000.000,00, com taxa de juros anual contratada de 6,0%, com prazo de oito anos com pagamentos anuais e consecutivos. Também se considere que a empresa que obteve o empréstimo incorreu em custos de transação no montante de $ 108.695,18. Assim, teremos: A) Cálculo das prestações anuais (R) – Faremos esses cálculos de três formas, onde “A” é o valor da capitação “bruta”, ou seja, $ 1.000.000,00; “n” é o número de prestações (n = 8); e “i” é a taxa de juros anual contratada (i = 6,0% = 0,06): 1ª FORMA (com o uso de fórmula matemática): R = A × i × (1 + i) n = $ 1.000.000,00 × 0,06 × 1,06 8 = $ 161.035,94 (1 + i) n – 1 1,06 8 – 1 2ª FORMA (com o uso de tabela financeira, a qual fornecerá o Fator de Valor Atual “a n/ i ” ): R = A = $ 1.000.000,00 = $ 1.000.000,00 = $ 161.035,94 a n/ i a 8/ 0,06 6,209794 3ª FORMA (com o uso da máquina financeira HP 12C): 1o) Apertar a tecla “ON” para ligar a máquina; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2o) Apertar a tecla laranja “f ”, a qual acionará as funções escritas nas teclas em laranja; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3o) Apertar a tecla “CLEAR REG” (escrita em laranja) para apagar todos os registros ante- riores; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 4o) Digitar o número de pagamentos (n = 8); - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5o) Apertar a tecla “n” - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 6o) Digitar a taxa percentual de juros (6,00); - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 7o) Apertar a tecla “i” para incluir o último registro (6,00) como taxa de juros; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 8o) Digitar o valor da capitação bruta ($ 1.000.000,00); - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
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