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Aula 1 Gestão Financeira

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CEDERJ - CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO IMPRESSO 
 
 
CURSO: Administração DISCIPLINA: Gestão Financeira 
 
 
CONTEUDISTAS: Fabrícia de Farias da Silva e Kátia de Almeida 
 
 
 
AULA 01 
 
O Modelo Dinâmico (Parte 1) 
 
 
METAS DA AULA: 
 
Apresentar o Modelo Dinâmico de gestão financeira de empresas; 
Mostrar como surgiu o modelo; 
Mostrar como podem ser reclassificados o Balanço Patrimonial e a Demonstração de 
Resultado do Exercício, de acordo com o modelo. 
 
OBJETIVOS: 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de: 
Identificar como surgiu e quais são os objetivos do modelo dinâmico; 
Descrever os conceitos inerentes ao modelo; 
Reclassificar as contas do Balanço Patrimonial e da DRE, de acordo com o modelo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Você viu na primeira aula que vamos estudar nesta disciplina a Administração Financeira 
de Curto Prazo. Ao estudar a disciplina Fundamentos de Finanças você deve ter percebido a 
importância do administrador financeiro em estudar a relação entre o risco e o retorno de 
determinado investimento. Pois bem, na disciplina de Gestão Financeira a análise de risco e 
retorno também estará presente e você entenderá que é muito importante perceber esta relação 
também no curto prazo. 
A atenção aqui estará o tempo todo voltada para o risco da empresa não conseguir pagar suas 
dívidas na data de vencimento e no retorno que seu capital circulante está proporcionando. 
Falaremos, portanto da liquidez empresarial. 
Um importante indicador dessa liquidez é o volume de capital circulante líquido (CCL), que é 
medido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante (você deve ter estudado 
nas disciplinas de Contabilidade Geral e Análise das Demonstrações Contábeis). 
 CCL = AC – PC 
Em princípio, quanto maior for o valor do CCL melhor será a posição de liquidez de curto 
prazo da empresa, ou seja, melhor a sua capacidade de pagamento neste período. Porém, na 
prática, o CCL não fornece base totalmente adequada para conclusões a respeito de liquidez 
de uma empresa. É importante que a análise seja complementada com os índices financeiros 
de liquidez (você estudou esses índices nas aulas 07 e 08 de Análise das Demonstrações 
Contábeis). 
 
LEMBRANDO: 
Liquidez Imediata 
Circulante Passivo
idadesDisponibil
 
Liquidez Seca 
Circulante Passivo
Estoques - Circulante Ativo
 
Liquidez Corrente 
Circulante Passivo
Circulante Ativo
 
Liquidez Geral 
Prazo Longo a Exigível Circulante Passivo
Prazo Longo a Realizável Circulante Ativo
+
+
 
 
Esta abordagem, tida como tradicional, implica que a empresa terá capacidade de saldar suas 
dívidas caso venha a vender o seu ativo. Por isso o conceito “estático” de operação, já que o 
nível de solvência é medido em função da pressuposição do encerramento das atividades da 
empresa. 
Embora tais indicadores tenham a sua importância, não costumam fornecer informações mais 
conclusivas a respeito de determinada evolução na posição financeira corrente e esperada da 
empresa, omitindo principalmente as efetivas necessidades de investimento em capital de 
giro. 
O Modelo Dinâmico, que iremos estudar nesta aula e na próxima, é uma metodologia de 
estudo que tenta suprir essas informações, proporcionando uma avaliação mais analítica da 
posição financeira da empresa, permitindo que se identifiquem as necessidades de capital de 
giro efetivas da empresa, ou seja, o volume de investimento operacional em giro adequado a 
seu equilíbrio financeiro. 
 
 
UM BREVE HISTÓRICO - O MODELO DINÂMICO 
 
Para você entender melhor o modelo que será visto nesta aula, será feito um breve histórico de 
como o mesmo surgiu. 
O Modelo Dinâmico é o resultado de um trabalho desenvolvido na década de 70 junto a 
empresas brasileiras pelo francês Michel Fleuriet. A partir da experiência francesa em gestão 
financeira de empresas, Michael Fleuriet, juntamente com Ricardo Kehdy e Georges Blanc, 
desenvolveu e adaptou, à realidade brasileira, o Modelo Dinâmico de Gestão Financeira de 
Empresas, também conhecido como Modelo Fleuriet. 
 
FIGURA 1 – Michael Fleuriet 
Fonte: www.fdc.org.br 
 
O objetivo do trabalho era pesquisar empresas brasileiras para o levantamento do perfil de 
suas carências na área financeira e, a partir disso, elaborar de um modelo de análise financeira 
que considerasse as características da realidade econômica do Brasil na época que era de 
crescimento rápido e altas taxas de inflação. 
Elaborou-se, então, um modelo tipicamente brasileiro, inspirado em técnicas de gestão 
desenvolvidas na França. Essa nova abordagem tinha como objetivo ser sintética e 
globalizante, de forma a permitir a tomada rápida de decisão, exigida pelo nosso ambiente, 
sujeito a rápidas mudanças; incorporar os parâmetros de uma inflação com taxas elevadas; 
considerar uma economia em crescimento permanente. 
O trabalho resultou na obra A Dinâmica Financeira das Empresas Brasileiras: um novo 
método de análise, orçamento e planejamento financeiro, publicada em 1978. E esse modelo 
veio a contribuir com uma mudança de enfoque da análise contábil tradicional, que está 
centrada em uma visão estática da empresa, para um enfoque dinâmico. 
 
 
O BALANÇO PATRIMONIAL E O CICLO FINANCEIRO 
 
Você lembra bem das aulas de Contabilidade Geral I e II, em que aprendeu sobre o Balanço 
Patrimonial, não é mesmo? O Balanço Patrimonial é um relatório preparado com o objetivo 
de registrar (“fotografar”) os principais fatos que afetaram o patrimônio, mostrando um 
levantamento de tudo o que se tem em bens, direitos e obrigações da empresa. Você deve 
lembrar que, de uma forma geral, o Ativo representa as aplicações de recursos e o Passivo as 
origens de recursos. 
Além disso, sabemos que o Balanço Patrimonial trata-se de uma demonstração estática, e, 
embora esta apresentação tradicional ofereça uma série de vantagens, se mostra inadequada 
para uma análise dinâmica da situação econômico-financeira das empresas. Isso porque, em 
geral, certas contas do ativo e do passivo renovam-se constantemente na medida em que se 
desenvolvem as operações da empresa. 
Para uma melhor compreensão do modelo de análise financeira que estamos estudando, as 
contas do ativo e passivo devem ser consideradas em relação à realidade dinâmica das 
empresas, em que as contas relacionam-se ao tempo, que lhes confere estado de permanente 
movimentação. 
Isso quer dizer que algumas contas apresentam uma movimentação lenta, quando analisadas 
isoladamente ou em relação ao conjunto de outras contas, que, em uma análise de curto prazo 
podem ser consideradas como “permanentes” ou “não cíclicas” (realizável a longo prazo; 
investimentos; reservas de lucros etc.). Outras contas estão relacionadas com o ciclo 
operacional do negócio e apresentam um movimento “contínuo e cíclico” (estoques; clientes; 
fornecedores etc.). E existem as contas que não estão diretamente relacionadas com a 
operação da empresa apresentando movimento “descontínuo e errático” (disponível; títulos 
negociáveis; duplicatas descontadas etc.). 
Portanto, em termos de implementação, o referido modelo pressupõe a mensuração de 
variáveis características da gestão financeira das empresas. Para isso, faz-se necessária a 
reclassificação das demonstrações financeiras segundo a Lei 6.404/76, para um modelo 
funcional, cuja preocupação básica consiste em relacionar as diversas contas não somente pela 
dimensão temporal, como também pelo relacionamento dessas com a atividade operacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOX DE ATENÇÃO 
 
 
No processo de implementação do referidomodelo, a análise do ciclo financeiro assume papel 
fundamental. O ciclo financeiro é o curso de tempo compreendido entre o momento do 
desembolso, pelo pagamento dos insumos e demais itens necessários ao exercício da atividade 
produtiva, até o recebimento das vendas a crédito da empresa. 
Representa, portanto, a parcela de investimentos no giro das operações (clientes, estoques etc) 
que não é financiada espontaneamente por recursos decorrentes do desenvolvimento do ciclo 
operacional (fornecedores, contas a pagar etc). Percebe-se, então, que um ciclo financeiro 
positivo indica a necessidade de recursos adicionais para o financiamento das atividades 
Você sabia que a Lei nº 6.404/76, a Lei das Sociedades por ações, sofreu alterações 
recentemente? 
Pois bem, foi aprovada pelo Congresso e sancionado pelo Presidente da República, a Lei 11.638 
de 28.12.07, que altera, revoga e introduz novos dispositivos à lei 6.404/76 (lei das sociedades 
por ações) e à lei 6.385/76, principalmente no que diz respeito a elaboração e divulgação das 
demonstrações financeiras. Após sua implementação, foi aprovada a Medida Provisória 449 de 
03.12.2008, que introduz mais algumas mudanças na nova Lei. 
Os principais objetivos das mudanças foram: proporcionar maior transparência e qualidade às 
informações contábeis; e harmonizar a lei com as melhores práticas contábeis internacionais 
(IASB) International Accounting Standards Board. 
Segue abaixo o texto do Artigo 178 da Lei nº 6.404/76 modificado pela Lei nº 11.638/2007 e pela 
Medida Provisória 449/2008: 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que 
registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da 
companhia. 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: I) ativo circulante; II) ativo não-
circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e 
intangível. 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I) passivo circulante; II) 
passivo não-circulante; e III) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados. 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão 
classificados separadamente. 
operacionais. Por outro lado, quando negativo, revela a disponibilidade de fundos para 
aplicações em outros itens de ativo e/ou passivo, conforme políticas da Administração da 
empresa. Isso conforme será demonstrado nas figuras abaixo: 
 
Compra Pagamento a Fornecedores Venda Recebimento de Clientes 
 
 tempo 
 Ciclo Operacional 
 
 
 Ciclo Financeiro 
 
 
FIGURA 2 - Ciclo operacional e ciclo financeiro positivo 
Fonte: Amaral, 2006. 
A figura 2 apresenta uma empresa com ciclo financeiro positivo, nessas condições, apresenta 
necessidade de recursos para o financiamento de suas atividades operacionais, uma vez que 
os créditos espontâneos são suficientes para financiar apenas parte de seu ciclo operacional. 
 
 Compra Venda Recebimento Pagamento a 
 de Clientes Fornecedores 
 
 tempo 
 Ciclo Operacional 
 
 
 Ciclo Financeiro 
 
 
FIGURA 3 - Ciclo operacional e ciclo financeiro negativo 
Fonte: Amaral, 2006. 
Já a figura 3 apresenta uma empresa com ciclo financeiro negativo, mostrando que a mesma 
dispõe de uma fonte de recursos. Ou seja, os recursos espontâneos ou automáticos são 
suficientes para bancar os investimentos referentes ao atual ciclo operacional, bem como 
ainda o início do ciclo seguinte, segundo a ótica da continuidade. Trata-se de uma situação 
rara, sendo verificada basicamente em supermercados, empresas de transporte, etc. 
Dentro desta perspectiva, pode-se dizer ainda que a necessidade de financiamento de capital 
de giro reside basicamente na falta de uniformidade entre a produção e as vendas (ciclo 
operacional) de uma empresa o que, por conseqüência, ocasiona uma não sincronização entre 
seus fluxos de entradas e saídas de recursos. 
 
 
RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Conforme dito anteriormente, a implementação do Modelo Dinâmico pressupõe a 
reclassificação das demonstrações financeiras elaboradas e divulgadas pelas empresas. A 
reclassificação do Balanço Patrimonial deve ser feita de acordo com o inter-relacionamento 
das diversas contas que o compõem segundo o fator tempo (curto e longo prazos) e 
simultaneamente aos diferentes níveis de decisão empresarial (estratégico, operacional e 
financeiro). 
 
Portanto os ativos e passivos circulantes são divididos em dois subgrupos: 
Contas erráticas (ou financeiras): são aquelas de curto e curtíssimo prazo, não 
necessariamente renováveis e que não guardam relação direta com a atividade operacional da 
empresa, mas sim com decisões tipicamente financeiras (tesouraria). 
Contas cíclicas (ou operacionais): são aquelas que mantêm relação direta com o exercício da 
atividade operacional da empresa, na medida em que se renovam periodicamente, de acordo 
com o ritmo dos negócios. São as contas tipicamente operacionais, decorrentes do ciclo de 
exploração. 
Já os demais ativos e passivos no seguinte subgrupo: 
Contas permanentes (ou estratégicas ou não cíclicas): são aquelas que não variam em 
função do ritmo dos negócios da empresa, sendo o longo prazo o denominador comum de 
todas essas contas. São as contas de natureza estratégica. 
O quadro 1 apresenta a reclassificação de algumas contas (as mais utilizadas a fim de 
exemplificação), porém, você como analista encontrará outras contas para reclassificar, e 
deverá buscar informações sobre a natureza da conta sempre que necessário para reclassificá-
la da forma correta. 
 
Diante desta reclassificação é possível mensurar as principais variáveis do modelo funcional e 
dinâmico do balanço patrimonial, que são: a necessidade de capital de giro (NCG), o capital 
de giro (CDG) e o saldo de tesouraria (T), as quais se constituem nas variáveis-chave para a 
gestão financeira das empresas. Estas variáveis serão estudadas detalhadamente na próxima 
aula. 
 
 
 
QUADRO 1 – Reclassificação do Balanço Patrimonial 
ATIVO (APLICAÇÕES) PASSIVO (ORIGENS) 
 
Ativo Errático (ou Financeiro) Passivo Errático (ou Financeiro) 
Disponibilidades Duplicatas Descontadas 
Aplicações Financeiras Dividendos a Pagar 
Títulos Negociáveis 
Títulos a Receber 
Empréstimos e Financiamentos Bancários 
Imposto de Renda a Pagar 
Créditos Contra EmpresasLigadas Dívidas para com Coligadas 
Outras Contas Outras Contas 
 
Ativo Cíclico (ou Operacional) Passivo Cíclico (ou Operacional) 
Duplicatas a Receber Duplicatas a Pagar 
Adiantamento a Fornecedores 
Despesas Pagas Antecipadamente 
Salários, Encargos e Impostos Produtivos 
Adiantamento de Clientes 
Impostos Produtivos a Recuperar Participações de Empregados a Pagar 
Estoques Provisão para Devedores Duvidosos 
Outras Contas Operacionais Outras Contas Operacionais 
 
Ativo Permanente (ou Não Cíclico) Passivo Permanente (ou Não Cíclico) 
Empréstimos a Longo Prazo de Terceiros Empréstimos Bancários a Longo Prazo 
Aplicações Financeiras a Longo Prazo Financiamentos a Longo Prazo 
Títulos a Receber a Longo Prazo Resultado de Exercícios Futuros 
Investimentos Capital Social 
Imobilizado Reservas de Lucros 
Intangíveis Reservas de Capital 
Outras Contas Permanentes Outras Contas Permanentes 
Fonte: Adaptado de Amaral, 2006 e Fleuriet et. al., (2003) 
 
 
 
 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
Você estudou a respeito da Demonstração do Resultado do Exercício em Contabilidade Geral 
I e II. A DRE é uma demonstração contábil obrigatória, cuja finalidade é mostrar o resultado 
(lucro ou prejuízo) de uma empresa durante o período de exercício. 
A reclassificação da demonstração do resultado do exercício tem por objetivo definir os 
diferentes níveis de lucros gerados pela empresa, quais sejam o lucro operacional bruto, a 
capacidade de autofinanciamento e o autofinanciamento, com vistas à identificação e análise 
do potencial de geração de recursos próprios para o financiamento dos investimentos. 
Dentro desta perspectiva, o modelo básico de reclassificação da DRE é apresentado no quadro 
2 a seguir. 
 
QUADRO 2 – Reclassificação da DRE 
RECLASSIFICAÇÃO DA DRE 
Receita Líquida de Vendas 
(-) Custo dos Produtos Vendidos - afetados da depreciação 
(-) Despesas Administrativas 
(-) Despesas de Vendas 
(+) Depreciações 
= LUCRO BRUTO OPERACIONAL- 1º Nível 
(-) Despesas Financeiras Líquidas * 
(+/-) Receitas e Despesas não-operacionais 
(-) Imposto de Renda do Exercício 
= CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO- 2º Nível 
(-) Dividendos Distribuídos no Exercício 
= AUTOFINANCIAMENTO- 3º Nível 
 *’ Podem se constituir em item de ajuste 
 Fonte: Adaptado de Amaral, 2006. 
O primeiro nível de lucros refere-se à produtividade da atividade principal desenvolvida por 
uma empresa (atividade operacional). O lucro bruto operacional deve vir classificado antes 
das despesas financeiras, pois assim permite uma comparação válida para empresas similares, 
além disso, a empresa obterá informações a respeito do recurso obtido por meio de sua 
atividade base. 
Já os outros dois níveis referem-se às atividades de distribuição ou repartição do lucro 
operacional entre os principais parceiros da atividade empresarial, podendo ser o governo, os 
banqueiros e os acionistas. 
Uma vez liquidadas as operações de repartição (terceiros, governo e acionistas), o saldo 
remanescente, mantido pela empresa, constitui-se no seu autofinanciamento. “O 
autofinanciamento representa assim, o montante de recursos gerados pela empresa e que são 
conservados para seu financiamento interno” (FLEURIET, KEHDY e BLANC, 1978:31). Ou 
seja: 
 
Autofinanciamento = Lucro Retido + Depreciações e Amortizações 
 
 
CONCLUSÃO 
 
A gestão financeira de curto prazo tem se mostrado muito importante para a administração 
financeira das empresas. Podemos, então, perceber a importância dos estudos científicos e 
aplicados nesta área. 
Na presente aula aprendemos sobre o Modelo Dinâmico de gestão financeira de empresas, 
que surgiu por meio de estudos aplicados na referida área. O modelo apresenta-se como uma 
ferramenta na análise de liquidez da empresa. 
O bom administrador deve estar sempre de olho na liquidez da empresa para que não encontre 
os riscos de não conseguir pagar suas contas em dia e encontre sempre bons retornos de suas 
decisões financeiras de curto prazo. 
 
 
INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA 
 
Na próxima aula você aprenderá um pouco mais sobre este modelo e suas principais variáveis. 
Por enquanto, veja se apreendeu o conteúdo desta aula fazendo as atividades finais. 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES FINAIS: 
 
1. Os primeiros modelos de análise dinâmica do capital de giro foram desenvolvidos no Brasil 
no final dos anos 70, sendo o mais conhecido aquele elaborado por Michel Fleuriet, que 
forneceram novos parâmetros na avaliação de desempenho de longo prazo das organizações, 
até então estruturada com base nos indicadores de rentabilidade extraídos do balanço. 
 
( ) certo ( ) errado 
 
Resposta comentada: 
Errado. Estamos tratando do curto prazo e não do longo prazo. Fique atento! 
 
2. Considere as seguintes Demonstrações Financeiras da Empresa Amaral & Silva S.A. 
ATIVO 2001 2002 2003 PASSIVO 2001 2002 2003
CIRCULANTE 99.475 157.722 163.279 CIRCULANTE 56.285 84.047 50.979 
Disponibilidades 10.719 16.560 23.184 Fornecedores 29.705 35.470 15.576 
Clientes 62.967 104.219 107.269 Instituições Financeiras 11.657 27.583 12.096 
Estoques 22.680 32.337 24.431 Contribuição Social 3.993 5.735 8.826 
Outros Direitos Operacionais 3.109 4.606 8.395 Receitas Exercícios Futuros 1.963 3.277 3.055 
Outros 8.967 11.982 11.426 
REALIZAVEL LONGO PRAZO 2.789 4.129 3.974 EXIGÍVEL LONGO PRAZO 265 (50) 2.821 
Imóveis para Revenda 2.789 4.129 3.974 Instituições Financeiras 265 - 2.525 
Outros Direitos - - - Outros - (50) 296 
PERMANENTE 34.886 49.949 69.253 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 80.600 127.803 182.706 
Investimentos 18.089 31.182 44.386 Capital Social 56.000 80.000 127.000 
Imobilizado 16.797 18.766 24.868 Reservas de Capital 11.867 - - 
Reservas de Lucros 584 1.824 2.745 
Lucros acumulados 12.149 45.979 52.961 
TOTAL DO ATIVO 137.150 211.800 236.506 TOTAL DO PASSIVO 137.150 211.800 236.506 
RESULTADOS 2001 2002 2003
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 213.261 286.819 259.093 
Custo de Mercadorias Vendidas (140.063) (185.995) (212.205) 
LUCRO BRUTO 73.198 100.824 46.888 
Despesas Comerciais (1.994) (9.207) (1.723) 
Despesas Administrativas e Gerais (33.490) (51.100) (53.659) 
Despesas Financeiras (21.553) - - 
Outras Receitas/Despesas Operacionais 2.302 16.567 26.019 
LUCRO OPERACIONAL 18.463 57.084 17.525 
Despesas não operacionais - (8) - 
Receitas não operacionais - - 76 
LAIR 18.463 57.076 17.601 
Provisão do IR (7.628) (9.873) (5.118) 
Lucro Líquido antes Participação 10.835 47.203 12.483 
Dividendos - - - 
LUCRO LÍQUIDO 10.835 47.203 12.483 
DEMONTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
BALANÇO PATRIMONIAL
 
De acordo com o que você aprendeu nesta aula, reclassifique o BP e a DRE da Empresa 
Amaral & Silva S.A. 
Resposta comentada: 
CONTAS 2001 2002 2003 CONTAS 2001 2002 2003
ATIVO PASSIVO
Ativos Financeiros ou Erráticos 10.719 16.560 23.184 Passivos Financeiros ou Erráticos 11.657 27.583 12.096
Disponibilidade 10.719 16.560 23.184 Instituições Financeiras 11.657 27.583 12.096 
Ativos Operacionais 88.756 141.162 140.095 Passivos Operacionais 44.628 56.464 38.883
Clientes 62.967 104.219 107.269 Fornecedores 29.705 35.470 15.576 
Estoques 22.680 32.337 24.431 Contribuição Social 3.993 5.735 8.826 
Outros Direitos Operacionais 3.109 4.606 8.395 Receitas Exercícios Futuros 1.9633.277 3.055 
Outros 8.967 11.982 11.426 
Ativos Estratégicos 37.675 54.078 73.227
Imóveis para Revenda 2.789 4.129 3.974 Passivos Estratégicos 80.865 127.753 185.527
Outros Direitos - - - Instituições Financeiras 265 - 2.525 
Investimentos 18.089 31.182 44.386 Outros - (50) 296 
Imobilizado 16.797 18.766 24.868 Capital Social 56.000 80.000 127.000 
Reservas de Capital 11.867 - - 
Reservas de Lucros 584 1.824 2.745 
Lucros acumulados 12.149 45.979 52.961 
TOTAL 137.150 211.800 236.506 TOTAL 137.150 211.800 236.506
RESULTADOS 2001 2002 2003
1º Nível: Eficiência Operacional
RECEITAS OPERACIONAIS 213.261 286.819 259.093 
Custo de Mercadorias Vendidas (140.063) (185.995) (212.205) 
Despesas Comerciais (1.994) (9.207) (1.723) 
Despesas Administrativas e Gerais (33.490) (51.100) (53.659) 
Outras Receitas/Despesas Operacionais 2.302 16.567 26.019 
LUCRO BRUTO OPERACIONAL 40.016 57.084 17.525 
2º Nível: Capacidade de Autofinanciamento
Lucro Bruto Operacional 40.016 57.084 17.525 
Despesas Financeiras (21.553) - - 
Despesas não operacionais - (8) - 
Receitas não operacionais - - 76 
Provisão do IR (7.628) (9.873) (5.118) 
CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO 10.835 47.203 12.483 
3º Nível: Autofinanciamento
Capacidade de autofinanciamento 10.835 47.203 12.483 
Dividendos - - - 
AUTOFINANCIAMENTO 10.835 47.203 12.483 
RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO
RECLASSIFICAÇÃO DA DRE
 
Espero que você tenha conseguido reclassificar corretamente. 
Perceba que “Receita de Exercícios Futuros” não é a mesma coisa que “Resultado de 
Exercícios Futuros”, neste exercício a receita de exercícios futuros corresponde a 
adiantamento de clientes. 
Caso tenha ficado com alguma dúvida, volte e estude novamente. 
 
 
RESUMO 
 
Nesta aula aprendemos sobre o Modelo Dinâmico e sua importância na administração 
financeira de curto prazo. Além disso, demos início ao aprendizado da aplicação do método 
por meio da reclassificação do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do 
Exercício. 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA: 
 
AMARAL, Hudson Fernandes. Notas de aula. Belo Horizonte, 2006. 
 
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de 
Giro. 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
FLEURIET, Michel; KEHDY, Ricardo; BLANC, Georges. O Modelo Fleuriet: a dinâmica 
financeira das empresas brasileiras. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

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