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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE DANILO FERREIRA DE ALMEIDA CIBERCRIMINALIDADE: ESTELIONATO VIRTUAL SÃO PAULO 2021 2 DANILO FERREIRA DE ALMEIDA CIBERCRIMINALIDADE ESTELIONATO VIRTUAL MONOGRAFIA apresentada ao núcleo de trabalho da Faculdade como exigência parcial para a conclusão do curso de bacharelado em Direito. Orientador Professor Doutor: Luciano V. Schiappacassa. São Paulo 2021 3 D1 Danilo, Ferreira de Almeida / Danilo - São Paulo, 2021. 40 fls. Orientador(a): Luciano v. schiappacassa Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) () – Centro Universitário Carlos Drummond de Andrade, São Paulo, 2021. 1. CIBERCRIMINALIDADE 2. ESTELIONATO VIRTUAL CDD 4 DANILO FERREIRA DE ALMEIDA CIBERCRIMINALIDADE ESTELIONATO VIRTUAL Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Direito do centro universitário Carlos Drummond de Andrade como porte dos requisitos para aprovação Aprovado em____________ BANCA EXAMINADORA ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ São Paulo 2021 5 DEDICATÓRIA Agradeço a Deus pela graça em minha vida, pelo amor supremo que tem comigo, que tem sido meu refúgio em cada detalhe. Agradeço à minha mãe e vó, que sem medir esforços, tem me dado às condições necessárias de nunca desistir dos meus objetivos. Agradeço a minha irmã, que mesmo indiretamente, contribuiu na realização deste. Muito obrigado a minha namorada, que compartilhou comigo esse momento, pelas palavras de incentivo, apoio e ainda mais, pelos momentos de alegria que me proporciona. Agradeço os meus amigos, que torcem pelo meu sucesso e que me acompanharam nessa trajetória, na qual não é necessário citá-los, pois sabem de quais estou falando. Sou grato ao meu orientador, pelo suporte e pelas opiniões e disposição na correção do trabalho, e ainda mais por estimular minha capacidade de escrita. Agradeço a esta Instituição, ao corpo docente por cada conhecimento repassado. Aos representantes das escolas participantes envolvidas, pelo espaço e oportunidade da realização deste trabalho. Enfim, tenho muito que agradecer a cada um de vocês, que Deus abençoe a todos pela contribuição na minha carreira. Um forte abraço e muito obrigado! 6 RESUMO Com a evolução e a consequente necessidade de comunicação surgiu a internet esse meio de comunicação veio em meio a guerra fria entre o estados unidos e a união soviética, ao passar do tempo notasse que esse instrumento de comunicação poderia ser utilizado e aperfeiçoado , porém com os avanços tecnológicos também surgiram os crimes virtuais ,no chamado cyberespaço , neste trabalho será apresentando um pouco deste problema mundial, que é a criminalidade no ambiente virtual, a globalização acelerada que colabora aos avanços de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias eficiente e revolucionarias , como a internet, entretanto, neste espaço existem algum usuários que utilizam essa ferramenta para cometer seus crimes, como por exemplo o crime que será tratado neste trabalho que é o estelionato virtual ,além do crime tipificado como tema deste trabalho será abordado outro tipos de crime que são cometidos dentro do espaço cibernético crimes em geral, além de demonstrar o que foi feito através de leis para tentar coibir esses delitos e punir os infratores a margem da lei. Palavras-chave: Globalização. Cyberespaço. Crimes em geral. Estelionato virtual. Regulamentação Internet. 7 ABSTRACT With the evolution and the consequent need for communication, the internet emerged. This means of communication came in the midst of the cold war between the united states and the soviet union, over time it was noted that this instrument of communication could be used and improved, but with the Technological advances also emerged in virtual crimes, in the so-called cyberspace, this work will present a little of this global problem, which is crime in the virtual environment, accelerated globalization that contributes to advances in research and development of efficient and revolutionary technologies, such as the internet , however, in this space there are some users who use this tool to commit their crimes, such as the crime that will be dealt with in this work, which is virtual embezzlement, in addition to the crime typified as the theme of this work, other types of crime that are committed will be addressed within cyberspace crimes in general, in addition to demonstrating what was done through laws to try to curb these offenses and punish offenders outside the law. Keywords: Globalization, Cyberspace, Crimes in general, Virtual embezzlement, Regulation, Internet. 8 Sumário 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 9 2 PANORAMA HISTÓRICO E CONCEITUAL .....................................................................................10 2.1 INTERNET ..................................................................................................................................10 3 DOS CRIMES CIBERNÉTICOS .......................................................................................................14 4 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES CIBERNETICOS ..............................................................................17 5 AS PRINCIPAIS CONDUTAS CRIMINOSAS ATRAVÉS DO CYBERESPAÇO .......................................18 5.1 DOS CRIMES CONTRA A HONRA .....................................................................................................18 5.2 DO CRIME DE PORNOGRAFIA INFANTIL E PEDOFILIA ............................................................................19 5.3 DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL ...........................................................................21 5.4 DO CRIME DE INVASÃO DE PRIVACIDADE E ESPIONAGEM ELETRÔNICA ....................................................23 6 CONCEITO DE ESTELIONATO ......................................................................................................26 6.1 CONCEITO DO CRIME DE ESTELIONATO VIRTUAL ................................................................................26 7 DO CRIME DE ESTELIONATO VIRTUAL ........................................................................................31 8 DO CRIME DE ESTELIONATO VIRTUAL NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO .....................34 9 CONCIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................38 10 REFERÊNCIAS .........................................................................................................................39 9 1 INTRODUÇÃO Se tratando do início da internet podemos perceber que foi devido a guerra fria entre a Ex – União soviética e os Estados Unidos, havia a necessidade da transmissão de dados e compartilhamento de informações entre pontos com uma grande distância de um para o outro ao final da guerra, a internet ficou sendo utilizada por universidades tornando-se popular, com o decorrer do tempo a internet foi tomando popularidade e se torando um meio de comunicação fundamental para o mundo. A partir deste momento começou a notar as utilidades que poderia trazer com o uso dessa tecnologia, a internet passa ter mais ferramentas de acesso além da comunicação, os meios eletrônicos passam ter maior utilidadeno dia a dia. Porém, será visto que junto com o crescimento da internet veio os crimes cibernéticos, os problemas gerados por diversos tipos de delitos cometidos no âmbito digital, destacando se o crime com maior número de vítimas, que é o estelionato virtual, este trabalho busca demostra alguns pontos sobre este assunto, demonstrando o conceito de estelionato as leis que foram criadas para tentar coibir estas práticas delitosas no ciberespaço, e os problemas enfrentados pela legislação em acompanhar o acelerado processo de transformação da sociedade. 10 2 PANORAMA HISTÓRICO E CONCEITUAL Com os avanços das pesquisas tecnológicas trouxe o desenvolvimento e melhoria da internet, ao passar do tempo denominada de “Era da informação” “com esse marco da revolução” tecnológica transformou a internet em um meio de comunicação mais popular e instável, influenciando diretamente nas relações economias sócias e políticas, porém notasse que todo o avanço traz algumas desvantagens não poderiam ser diferente na esfera digital, acarretando inúmeros crimes conhecidos como crimes cibernéticos. Segundo a pesquisa do Âmbito jurídico (2021) Os avanços do fenômeno da globalização trouxeram consigo a internet, desenvolvida e otimizada nas últimas décadas. Um sistema com o poder de interligar computadores, celulares e, consequentemente, pessoas, fortalecendo e facilitando a comunicação. A então denominada ‘’Era da Informação’’ elevou a internet ao patamar de meio de comunicação mais popular e efetivo de todos os tempos, tendo em vista sua influência massiva nas relações sociais, econômicas e políticas. Entretanto, todo avanço traz em seu bojo algumas desvantagens, não sendo diferente com a internet: a rapidez nos meios de comunicação possibilitou a ocorrência dos chamados crimes cibernética. 2.1 Internet Percebe que a internet teve sua origem durante a guerra fria juntamente com o surgimento da NASA em torno dos anos 60, segundo a pesquisa no site Copel (2021) teve como seu principal objetivo ser um meio de comunicação rápido e seguro, e que suportasse ataques a bombardeio nuclear e que conseguisse atingir grandes distancias, A internet surgiu lá na época da Guerra Fria (1947 – 1991). Foi desenvolvida pelos norte-americanos com o intuito de se comunicarem com seu exército durante a guerra caso os meios de comunicação tradicionais da época fossem destruídos em ataque (Copel. 2021). Pesquisas do departamento de Telecomunicações dos Estados Unidos apontavam que este meio de comunicação foi eficaz em suportar todos os tipos de ataques após certo período. 11 O departamento de defesa dos EUA apoiou uma pesquisa sobre comunicações e redes que poderiam sobreviver a uma destruição parcial, em caso de guerra nuclear. A intenção era difundi-la de tal forma que, se os EUA viessem a sofrer bombardeiros, tal rede permaneceria ativa, pois não existiria um central sistema e as informações poderiam trafegar por caminhos alternativos até chegar o destinatário. Assim, em 1962, a ARPA encarregou a Randcorporatino (um conselho formado em 1948) de tal mister, que foi apresentar seu primeiro plano em 1967. Em 1969, a rede da comunicação militares foi batizada de ARPANET (rede da agencia de projetos avançados de pesquisa). No fim de 1972, Ray Tomlinson inventa o correio eletrônico, até hoje a aplicação mais utilizada na NET. Em 1973, a Inglaterra e a Noruega foram ligadas à rede, tornando-se, com isso, um fenômeno mundial. Foi quando no mesmo ano veio a público a especificação do protocolo para transferência de arquivos, o FTP, outra aplicação fundamental na internet. Portanto, nesse ano, quem tivesse ligado a ARPANET já podia se logar. Como terminal em um servidor remoto, copiar arquivos e trocar mensagens. Devido ao rápido crescimento da ARPANET, Vinton Cerf e Bob Kahn propuseram o (Transmisson Control Protocol/internet Protocol– TCO/IP), um novo sistema que utilizava uma arquitetura de comunicação em camadas, com protocolos distintos, cuidando de tarefas distintas. Ao TCP cabia quebrar mensagens. Ao IP cabia descobrir o caminho adequado entre o remetente e o destinatário e enviar os pacotes. (Âmbito jurídico 2021) Tempos depois, do surgimento da internet foi colocada à disposição de empresas, ainda que a ARPANET financiasse todo o projeto, o que ocorreu até o surgimento do World Wide Web o famoso (www), em 1989, segundo o (Tecmundo 2021) na cidade de Genebra. A partir desse marco, Tim Berbers-Lee foi o responsável por elevar a internet oficialmente como uma ferramenta mundial apta a interligar nações e minimizar as distâncias geográficas. Ao decorrer dos últimos tempos a o crescimento da internet se destacou pela discada em banda larga se difundiu e maneira expressiva, aumentando e otimizando a velocidade de navegação, possibilitando aos usuários a execução de mais ações em um período de tempo bem menor. Segundo a Copel. 2021 no começo o uso da internet era através de cabos de cobre o que deixa trazia instabilidade na conexão, além de certos serviços não serem capaz de ser utilizado ainda. Antigamente, o meio mais utilizado para fornecer internet era o cabo de cobre. Porém, esse recurso não oferece para o sinal de internet a proteção necessária contra as interferências de outras redes. Isso faz com que a conexão de internet sofra bastantes oscilações de sinal e velocidade de conexão. (Copel. 2021) De lá pra cá, com o avanço da tecnologia, as empresas que fornecem internet descobriram um novo meio para oferecer seus serviços, a fibra óptica. Esse recurso é composto por um material dielétrico, ou seja, imune a ondas eletromagnéticas de outras redes que podem causar interferências 12 no seu sinal de internet. Dessa forma, a fibra óptica oferece estabilidade e mais qualidade de conexão e velocidade para a sua internet. (Copel .2021) A denominação de internet nada mais é que uma rede de computadores, ligadas por redes menores, portanto, comunica-se entre si, assim através de um endereço IP, onde variadas informações é trocada, é quando surge o problema, existe uma quantidade enorme de informações pessoais disponíveis na rede, ficando a mercê de milhares de pessoas que possuem acesso à internet, e quando não é disponibilizada pelo próprio usuário, são procuradas por outros usuários que busquem na rede o cometimento de crimes, os denominado Crimes Cibernéticos. Nos tempos de hoje a navegação na internet pode ser compreendida como o mais abrangente sistema de comunicação global, em vista das infinidades de recursos que oferece a fim de descomplicar a vida de seus usuários. No ciberespaço, é possível realizar buscas sobre os mais variados tipos de assuntos, entretenimento, estudo, além de facilitar e aperfeiçoar o tempo das relações comerciais. O problema se dá quando usuário mal intencionado a utilizam de maneira ardia, configurando a prática dos chamados crimes cibernéticos. Nesse sentido, Rossini. (2004 p.78) ensina: O conceito de ‘delito informático’ poderia ser talhado como aquela conduta típica e ilícita, constitutiva de crime ou contravenção, dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva, praticada por pessoa física ou jurídica, com o uso da informática, em ambiente de rede ou fora dele, e que ofenda, direta ou indiretamente, a segurança informática, que tem por elementos a integridade, a disponibilidade e a confidencialidade. Com os cybercrimes, verifica-se a existência de dois sujeitos: o hacker e o cracker. Comumente, o vocábulo hacker está relacionado a crimes virtuais, mas os verdadeiros criminosos são os crackers. A distinção entre essas duas figuras reside na maneira como fazem uso do know- how tecnológico. Enquanto os primeiros são programadores detentores de grande conhecimento sobre tecnologia e internet desprovidos de intenções criminosas, os crackers, de acordo com Cassanti[7] “…derivado verbo em inglês “to crack”, que significa quebrar. Entre as ações, estão a prática de quebra de sistemas de segurança, códigos de criptografia e senhas de acesso a redes, de forma ilegal e com a intenção de invadir e sabotar para fins criminosos”. O surgimento da internet levou a humanidade a se sentir confortável diante da possibilidade de se comunicar sem fronteiras, e, nos dias de hoje, se encontra ligada às necessidades básicas de empresas, casas, escolas. (Rossini 2004. P.78) Percebesse, a Internet revolucionou os meios de comunicação e se tornou um dos principais para ser usado em grandes distâncias, e servindo como meio de 13 trabalho pesquisa informação, entretenimento e dentre outras inúmeras utilidades que se possa ser usada neste meio de navegação. Em vista doque que era a internet ao que se existe nos tempos de hoje notasse um grande avanço de informatização os meios de acesso se tornaram mais fácil e rápido a tecnologia utilizada nessa era denominada de fibra óptica tornou a velocidade de transferência de dados e recebimento primordial para o aprimoramento e desenvolvimento de meios para o uso virtual. Como destaca o autor a Internet se tornou um meio básico de comunicação, faz parte do cotidiano de grande parte da população Brasileira, é comum muitas pessoas se utilizar como meio de comunicação por exemplo aplicativos de envio e recebimento de mensagens, o uso destes meios já estão enraizados no cotidiano que quando existe uma queda de sistema muitos se desesperam, como aconteceu a pouco tempo com a queda do sistema do aplicativo WhatsApp em que milhares de usuários passaram o dia sem comunicação virtual como mostra a matéria . A instabilidade ocorrida no WhatsApp, Instagram e Facebook, registrada pelos usuários no início da tarde desta segunda-feira (4), gerou uma série de prejuízos para donos de lojas virtuais que usam as plataformas para comercialização de produtos no Ceará. Entre os principais problemas relatados pelos empreendedores ouvidos pelo g1 estão impossibilidade no acesso às páginas das lojas, falhas no envio de mensagens e no carregamento de postagens (G1.2021) Portanto, além dos prejuízos aqui destacados em um dia sem acesso a plataforma digital citada como exemplo ainda existe o medo de diversos usuários inclusive da própria empresa dona do aplicativo, de vazamentos de toda grande parte dos usuários utilizam este, meio de comunicação para trabalho, algumas pessoas correm o risco que se alguma informação seja divulgada pode causa um dano incalculável, que pode ser causado por um ataque de hacker em posse desses dados os criminosos podem vir a negociar com as próprias vítimas ou até mesmo vende-los para concorrentes 14 3 DOS CRIMES CIBERNÉTICOS Percebe-se, que com o surgimento da internet houve a criação de novos crimes, os crimes virtuais, a internet é uma janela para o mundo e ao mesmo tempo se torna uma porta para estranhos adentrarem a vida intima dos usuários segundo SPINIELI (2018), as pessoas perderam parcialmente a sua privacidade com o uso desta tecnologia. Com o advento da rede mundial de computadores a pessoa humana perdeu parcialmente sua privacidade, ficando sujeita a riscos decorrentes da exposição excessiva, ou até mesmo de danos a sua moral, embora seja inegável os pontos benéficos, como a integração cibernética, o armazenamento e coordenação de dados e a facilitação de atividades e processos. Ocorre que, a internet tem contribuído consideravelmente para o aumento do que se chama de delitos informáticos, visto que serve de instrumento para a pratica delitiva (SPINIELI, 2018). Com essa popularização da internet, o ser humano, como bem destacado pelo autor, perdeu parcialmente sua privacidade, e mesmo que tenha trago consigo uma série de benefícios, como a integração de pessoas, o armazenamento e coordenação de dados e a facilitação das atividades diárias, ela tem contribuído consideravelmente com o aumento de número de crimes, servindo como um verdadeiro instrumento da prática delitiva. A exposição dos usuários em meio a este mundo digital tem atraído muitos criminosos para a pratica de delitos se utilizando desta ferramenta, se por um lado a tecnologia dá aos usuários ampla liberdade e máxima igualdade individual, por outro lado ela lhes retira a habilidade de distinguir as pessoas com as quais se relacionavam virtualmente, além de lhes restringir a capacidade de diferenciar a sensação de segurança da ideia de segurança como realidade. O Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos, da Procuradoria da República no Estado de São Paulo (BRASIL, 2006), acrescenta que muitas coisas podem ser feitas com o auxílio da Internet, é possível pagar contas, trocar mensagens, participar de conversas em salas de bate-papo, fazer downloads de arquivos, comprar produtos, solicitar a realização de serviços, acessar informações de interesse. Mas todas essas atividades oferecem riscos ao usuário, pois em algum 15 momento podem se deparar com alguém mal-intencionado que se aproveita da velocidade e da escala em que a troca de informações ocorre para cometer crimes. Destacasse que se a internet promove facilidade praticidade em inúmeras tarefas do dia a dia, ela pode também trazer sérios problemas para quem a usa sem o devido cuidado. Complementa Maues et. al (2018) que a internet trouxe para o mundo inúmeros benéficos em todos os aspectos político econômico social e cultural, porém venho no mesmo pacote diversos crimes como por exemplo, a proliferação dos chamados crimes cibernéticos, tais como, a pornografia infantil, práticas de racismo, fraudes em contratos eletrônicos, crimes contra a honra, furtos, dentre outros crimes virtuais. Ratificam os autores que a internet tem sido o instrumento utilizado para a prática e proliferação dos chamados crimes cibernético, ou cibe crimes. Em uma busca na doutrina não é possível identificar uma nomenclatura correta acerca dos crimes praticado no âmbito cibernético, contudo, mesmo não havendo tal classificação nominal é unanime o entendimento doutrinário que os crimes relacionados ao meio virtual são praticados por meio de computadores, celulares, eletrônicos de informática e a utilização de uma rede de transmissão de dados, para pratica do delito. Não há na doutrina uma nomenclatura sedimentada acerca dos crimes cometidos na internet, contudo, independentemente do nome utilizado, há uma caracterização única, posto que para esses crimes será observado o uso de dispositivos informáticos, a utilização de rede de transmissão de dados para delinquir, e o bem jurídico lesado deverá ser uma conduta típica, antijurídica e culpável (SILVA, 2015). Embora não exista uma corrente determinante a respeito desta nomenclatura dos crimes praticados na internet, porém é unanime o entendimento de que os infratores se utilizam de meios dos meios tecnológicos para a pratica delituosa. Pensando na esfera de crimes tratasse por crime qualquer ato praticado que vai contra as normas e os bons costumes, em se tratando de crimes virtuais a simples pratica de invasão de um dispositivo eletrônico ou de dados de outrem sem o seu consentimento já se trata como uma infração penal, para Rossini (2004) trata se de crime qualquer ação ou omissão pratica por pessoa física ou jurídica, com a utilização dos meios de informática, em ambiente conectado à rede ou fora dela e 16 que ofenda direta ou indiretamente, a segurança da informática, que tem os seguintes elementos: integridade, disponibilidade e confidencialidade. É Imprescindível em razão deste crescimento desenfreado da tecnologia e nos sistemas de armazenamento de dados, grande parte dos usuários atuais a utilização dos meios de armazenamento digitais as chamadas “nuvens” para o arquivamento de dados pessoais e profissionais de extremaimportância em decorrência destes acentuado aumento da violação de dados foi necessário a criação de uma leia para garantir normas de uso e proteção de dados a conhecida lei LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que trouxe normas e parâmetros para a utilização compartilhamento e arquivamento de dados pessoais. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (Brasil.2018) Porém notasse a falta de uma punição com maior vigor dos invasores e dos que praticam os demais delitos, que ocorrem no espaço cibernético, para que garanta os direitos fundamentais que prevê a Constituição Federal. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Diante disso, é necessário que o ordenamento jurídico acompanhe a sociedade por isso houve a criação da lei LGPD e também a criação da lei de 2014 a lei 12.965 que trata do marco Civil da Internet. Essa segunda lei trata-se de ser uma lei principiológica, ou seja, tem como principal função estabelecer os princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. 17 4 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES CIBERNETICOS Em estudos ao tema notasse que os crimes cibernéticos existem inúmeras classificações, porém, existem duas classificações destacadas pela doutrina, uma faz referência a crimes cibernéticos puros, mistos e comuns, e a outra classifica as infrações em próprios e impróprios (MATSUYAMA e LIMA, 2016). Entendendo um pouco cada uma a primeira classificação os crimes cibernéticos podem ser puros ou mistos, ou seja, puro quando o objeto do infrator é invadir o sistema ou o computador da vítima ou a sua rede objetivo direto de ataque ao sistema e aos dados, exemplo uma invasão ao banco de dados de uma determinada empresa. O crime cibernético misto, por seu turno, se consolida pela ação criminosa essencialmente condicionada ao uso da Internet para atingir o intento delituoso. O agente não dirige sua conduta ao sistema computacional nem a seus componentes, mas a tecnologia é a ferramenta para atingir seu intento. Cita-se como exemplo, a retirada de valores monetários em contas bancárias via home banking. Os comuns são aqueles em que a internet é apenas o instrumento para a consumação de crimes já tipificados no Código Penal, como os crimes contra a honra praticados na internet (MATSUYAMA e LIMA, 2016). Na segunda classificação os crimes cibernéticos podem se determinar como próprios ou impróprios, os próprios são reconhecidos pela sua autonomia, e distinção das condutas já consolidadas no Código Penal, daí a dificuldade ou impossibilidade na criminalização de tais ações. Os impróprios são aqueles em que é possível a aplicação da norma penal às condutas, pois o agente se vale de recursos informáticos como instrumento para a consumação de crimes já previstos no Código Penal (Matsuyama E Lima, 2016). Podemos entender que os crimes próprios são difíceis de aplicar as penalidades legislativas, pois não existe na legislação de maneira clara a punibilidade do delito, visto que, em alguns casos não se tem a presença do agente física causando o delito de fato. Para Ramalho Terceiro (2006): Os crimes praticados neste ambiente se consumam pela ausência física do agente ativo, por isso ficaram claramente definidos como sendo crimes virtuais, ou seja, os delitos praticados por meio da internet são denominados de crimes virtuais, por motivo da ausência física de seus autores. 18 5 AS PRINCIPAIS CONDUTAS CRIMINOSAS ATRAVÉS DO CYBERESPAÇO Em vista aos crimes praticados no meio virtual podemos perceber que não é só o crime de estelionato existem outros delitos que prejudica as vítimas não só apenas na parte financeira, mas também existem crimes que atinge a honra a moralidade em alguns casos trazem danos psicológicos irreversíveis, A seguir, far- se-á uma explanação acerca dos principais tipos de crimes. 5.1 Dos Crimes Contra a Honra Ao analisar o conceito de honra em uma breve visão percebe que honra é a visão que a sociedade tem a cerca de um indivíduo, ou seja, a honra pode classificar com a identidade de uma pessoa, a sua dignidade seus princípios, em visão ao meio virtual a pratica de discriminação ou ofensas a certo indivíduo sem provas podem ser caracterizados com ofensa a sua honra. A honra, compreendida a partir de uma ótica objetiva, constitui a imagem pela qual o indivíduo é visto perante uma sociedade. Em âmbito subjetivo, pode ser entendida como o sentimento que a pessoa possui, refletido em sua dignidade. De forma geral, a honra compõe-se de atributos morais, físicos e intelectivos, determinando se um indivíduo será respeitado ou não dentro da sociedade. (Âmbito jurídico) De acordo com o Código Penal os crimes contra honra estão elencados nos artigos 138, 139 e 140, e podem ser aplicados em crime virtual quanto ao crime ocorrido em situação do cotidiano. Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (Brasil.1940) Em luz ao artigo 139 do disposto legal se ocorrer de difamar alguém ofendendo diretamente a sua reputação esta delito trata diretamente de ofensa contra a honra do indivíduo, ocorrendo por este fato a difamação da imagem da vítima no meio cibernético por um terceiro, isso pode gerar responsabilidade a todos 19 que compartilhar a mesma informação falsa, em certos casos a ofensa não necessariamente necessita ser falsa basta apenas ter o efeito de denegrir a imagem da vítima perante a sociedade ,e então a consumação se obtém a partir do momento em que o primeiro acesso as informações públicas é visualizada . O artigo 138 do Código Penal referisse ao imputa mento de falso fato determinado como um crime trata-se de calunia direta contra a honra de alguém. Já o artigo 140 trata da exposição por um terceiro de uma característica negativa de um passivo, essa exposição está relacionada em qualquer condição em que a vítima se encontra algo que interfira diretamente a sua honra. 5.2 Do Crime de Pornografia Infantil e Pedofilia Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) A pedofilia é tratada como um problema público uma doença, a pedofilia é uma perversão sexual que o indivíduo começa a apresentar a partir da puberdade, o que ocorre é atração por crianças, pode se ocorrer também antes ou depois da puberdade. A pedofilia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é uma doença; um transtorno psicológico onde o indivíduo possui atração sexual por crianças e adolescentes pré-púberes (até 13 anos). Questão que surge quando tratamos desse tema é: se pedofilia não é crime, como punir os pedófilos? Pedófilo é o sujeito (homem ou mulher) que padece de pedofilia – doença. Há de se ficar bem claro que ninguémpode ser punido criminalmente por ter alguma doença, porém, quando o pedófilo (quem tem pedofilia) exterioriza a sua patologia e sua conduta se amolda em alguma tipicidade penal, estará caracterizado o crime (da tipicidade incorrida e não de pedofilia). Não existe cura para a pedofilia e, por este motivo, o tratamento deve ser constante para que ela seja e se mantenha controlada. Deve-se ficar muito bem cristalino que nem todo pedófilo é um criminoso sexual, pois, como já dito, a pedofilia é uma doença e enquanto ela não for exteriorizada não há de se falar em crime e nem em criminoso. (jusBrasil.2021) Em um artigo da Oms no item 10 trata a pedofilia como uma perversão que o indivíduo tem uma falha em seu psicológico que o faz sentir atração por crianças O site âmbito jurídico (2021) relata alguns dos crimes em que a lei prevê sansão aos crimes praticados A legislação pátria faz previsão e tipifica uma gama de crimes que podem estar ligados à pedofilia. Vale salientar que deve ocorrer uma conduta criminosa juntamente com a doença, de modo que mera cogitação ou atos 20 preparatórios não são passiveis de punição, consoante as disposições básicas do Código Penal. O art. 234 do diploma legal supra mencionado prevê as possibilidades em que a pornografia infantil se configura quando o agente fizer, importar, exportar e adquirir ou ter sob guarda, para fim de comércio ou de exposição pública, inclusive por escrito, qualquer objeto relacionado ao assunto. A pena é de detenção, de seis meses a 2 anos, ou multa. O parágrafo único fixa a mesma pena para aquele que vender, distribuir ou expor a venda ou ao público, exibição de cinematografia de caráter obsceno, em local público Vale informar que os termos pedofilia e pornografia infantil não são sinônimos, apresentando distinções entre si. Enquanto o primeiro faz alusão à perversão de cunho sexual em que o indivíduo adulto força situações com crianças e/ou adolescentes, a pornografia infantil não exige esse contato, bastando a comercialização de materiais fotográficos e visuais com conteúdo erótico contendo em seu teor crianças e adolescentes. (Âmbito Jurídico 2021) O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/90, institui algumas penalidades para quem pratica pedofilia ou pornografia infantil, conforme se depreende a seguir: Art. 240 – Produzir ou dirigir representação teatral, televisiva ou película cinematográfica, utilizando se de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena que, nas condições referidas neste artigo, contracena com criança ou adolescente. Art. 241 – Fotografar ou publicar cena e sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Faz-se mister destacar que a norma que criminaliza o disposto no art. 241 do ECA é uma norma aberta, ao passo que o Supremo Tribunal Federal estende sua aplicabilidade a condutas ocorridas no cyberespaço. Eis o posicionamento da Primeira Turma deste Tribunal. Art. 241 – Inserção de cenas de sexo explícito em rede de computadores (Internet) – Crime caracterizado – Prova pericial necessária para apuração da autoria. “Crime de computador”; publicação de cena de sexo infanto- juvenil (E.C.A., art. 241), mediante inserção em rede BBS/Internet de computadores atribuída a menores – Tipicidade – Prova pericial necessária à demonstração da autoria – Habeas Corpus deferido em parte. 1. O tipo cogitado – na modalidade de “publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente” – ao contrário do que sucede, por exemplo, aos da Lei de Imprensa, no tocante ao processo da publicação incriminada é uma normal aberta: basta-lhe à realização do núcleo da ação punível a idoneidade técnica do veículo utilizado à difusão da imagem para número indeterminado de pessoas, que parece indiscutível na inserção de fotos obscenas em rede BBS/Internet de computador. Grande parte dos delitos deste tipo se da devido a vulnerabilidade da criança e do adolescente, a sociedade cobra as autoridades respostas mais duras contra essa pratica, porém, é necessário que para evitar que esse delito aconteça é necessário que os pais das crianças e dos adolescentes ensinem alertem sobre os riscos que existe durante o acesso ao meio virtual, além disso a presença de um 21 adulto acompanhando as crianças no âmbito cibernético é fundamental para inibir e bloquear a tempo antes que ocorra este tipo de crime, porém mesmo nos caos em que existe o crime para reconhecer e capturar o indivíduo criminoso, não é uma tarefa tão fácil para a polícia, pois em grande parte existem inúmeros IPs falsos que os criminosos se utilizam para a pratica delituosa, além disso, grande parte dos pedófilos são estrangeiros e navegam em redes socias de outros países . Outra característica visível nos crimes informáticos é que esses não delimitam fronteiras, ou seja, eles não se restringem a determinada região geográfica. Os autores do fato podem estar em um país, o objeto tutelado em outro e o resultado ser produzido em um terceiro país. Essa natureza peculiar dos crimes informáticos, são extremamente interessantes no âmbito jurídico, tendo em vista a necessidade de se delimitar fronteiras para o processamento adequado do delito (MOTEIRO, 2010). Por estes fatos que tornasse difícil a captura do criminoso, em alguns casos a investigação demora meses ou anos, pois é necessário um mapeamento virtual para determinar de onde o indivíduo está acessando a rede para a pratica delituosa. 5.3 Dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual A propriedade intelectual ou propriedade imaterial é um bem do cidadão intangível faz parte do direito da personalidade de cada um, em se tratando do meio digital o processamento de informações aceleradas e copias constante tornam-se os meios de fiscalização cada vez mais difícil, o que acaba ocorrendo a violação dos direitos do autor sobre a propriedade intelectual. O art. 184 do CP trata sobre a violação de direitos: Art. 184 – Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 1º – Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 2º – Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. 22 3º – Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Apesar de ser bastante extenso, as disposições do CP não fazem qualquer menção a programas de computadores, resguardando somente obras de cunho fonográfico e intelectual. Nesse diapasão, o art. 12 da Lei n. 9.609/98expõe: Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador: Pena – Detenção de seis meses a dois anos ou multa. 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente: Pena – Reclusão de um a quatro anos e multa. 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral. 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo: I – quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público; II – quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo. Compreende se, assim, que a propriedade intelectual possui grande valor e importância, sobretudo para o autor e, por conseguinte, deve ser devidamente protegida, em face das constantes replicações e reproduções de obras sem autorização e sequer conhecimento dos detentores dos direitos. Na tecnologia a reprodução de conteúdo em serie, passou a serem comercializados virtualmente, livros, filmes fotos, cursos, dentre outros, porém para tanto a simples cópia de um produto e comercialização do mesmo sem a devida autorização do inventor ou fabricante torna-se crime. Diante das exposições supra, resta provado que o direito de propriedade intelectual é assegurado por lei àquele que produziu uma obra de caráter intelectual, sendo direito deste o gozo das vantagens advindas dessa criação. Logo, deve-se ter em mente que, não é porque determinada obra (seja um livro, filme, vídeo ou software) está na internet que esta é pública. (âmbito jurídico.2021) Este meio de fraude ao passar do tempo estar cada vez maior o que ocorrer é um furto mediante a fraude o artigo 155 do Código Penal prevê que as fraudes no espaço cibernético geram um ato prejudicial em bancos de dados de pessoa jurídica 23 e física quem pratica este delito busca prover de benefícios financeiros ou psicológicos até mesmo materiais. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Brasil.2021). 5.4 Do Crime de Invasão de Privacidade e Espionagem Eletrônica Em razão da desenfreada evolução tecnológica em todo o mundo o aceso a internet faz a todo segundo uma enorme quantidade de dados seja em redes socias sites de pesquisa e outros, esses dados possuem valor inestimável e existem inúmeros criminosos a fim de se utilizar dessas informações indevidamente. Segundo o site Âmbito jurídico (2021) A intensa e crescente quantidade de acessos na internet ao redor do mundo inteiro gera um fluxo de informações e dados, tanto em redes sociais quanto em sites, mediante cadastros, que podem ser usurpadas e utilizadas indevidamente por criminosos. Tratar desta situação exige observância às convenções internacionais, que exigem que o acesso seja revestido de intenção ilegítima. Assim, o Brasil atribuiu um tipo penal a essa situação, com o advento da Lei n. 12.737/2012, apesar da doutrina mais conservadora defender a punição com base no art. 154-A do Código Penal, contemplando somente a invasão Independente do posicionamento, o objetivo é assegurar a proteção dos dados que os internautas disponibilizam na net e, portanto, cabe ao Estado resguardar esses direitos, bem como a identidade dos usuários. Igualmente, é dever destes cobrar e incumbir no tocante à segurança dessas informações. Em relação à espionagem eletrônica, inexista uma tipificação penal própria. No entanto, o Código Penal descreve uma situação análoga e, então, é passível de aplicação quando da ocorrência deste delito, de modo que, no final das contas, espionagem eletrônica constitui violação de segredo profissional/autoral (Âmbito Jurídico 2021) Percebesse que os artigos 154 e 184 do Código penal preveem como crime a propagação de informações sigilosas em que possa trazer dano a outrem ou a violação do autor a quem lê reserva direitos. Art. 154 – Falar a alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. Art. 184 – violar direitos de autor e os que lhe são conexos: pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. (Brasil.1940) 24 Em vista deste artigo citado que trata violação em meio profissional ou como prover o artigo 154 em pronunciar para terceiros segredos ou algo confidencial que foi confiado em segredo sem autorização de quem lhe deu ciência dos fatos. Contudo, o texto expresso da lei trata apenas em mateira de tratamento de qualquer dispositivo daí a problemática do legislador trazer essa equiparação da lei para âmbito digital. Que com tempo veio a lei de casos de invasão a dispositivos eletrônicos em 2011 por conta do famoso caso da atriz Carolina Dickmann em que na época teve o seu dispositivo invadido por um criminoso que utilizou- se de fotos intimas da modelo, para exigir a quantia de 10 Mil reais para que não publicasse as imagens. segundo o site FMP (2021) caso ocorrido com a atriz Carolina Dieckmann. Em maio de 2011, um hacker (criminoso virtual) invadiu o computador pessoal da atriz, possibilitando que ele tivesse acesso a 36 fotos pessoais de cunho íntimo. De acordo com a denúncia, o invasor exigiu R$ 10 mil para não publicar as fotos. Como a atriz recusou a exigência, acabou tendo suas fotos divulgadas na internet. Isso criou uma grande discussão popular sobre a criminalização desse tipo de prática, que ainda foi excessivamente fomentada pela mídia. Alei A Lei Nº 12.737/12 conhecida como lei Carolina Dieckmann trouxe a inclusão dos artigos 154-A e 154-B ao Código Penal, trouxe a mudança em que o texto da lei trata da invasão a qualquer dispositivo de informática, celulares, notebooks, computadores, tablets, dentre outros estando conectados a internet ou não “Invasão de dispositivo informático Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita. Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos. (Brasil.2012) Entende-se, que o dispositivo legal veio para tentar coibir os crimes de invasão de privacidade e espionagem através dos meios virtuais e eletrônicos, 25 porém os delitos desta esfera continuam sendo praticados, isso pode ser devido aos infratores não se sentirem intimados com essa lei, devido a sanção ser muito branda quase não existir. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. § 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. § 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado dodispositivo invadido: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. § 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidas. § 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: I - Presidente da República, governadores e prefeitos; II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou IV - Dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.” (Brasil.2012) Portanto, notasse que talvez o problema esteja na legislação que precisa ser altera para uma pena mais punitiva talvez assim seja capaz de coibir este tipo de crime virtual. 26 6 CONCEITO DE ESTELIONATO Apalavra estelionato tem origem do latim stellionatus (fraude enganar embuste) de uma forma mais simples toda especial de fraude ou engano introduzida nos contratos ou convenções com o intuito de realizar um determinado negócio jurídico, a que se esta incapaz, a ceder o objeto, que não possa ser cedido ou tirar ou obter proveito ou vantagem que se considere ilícita. Segundo o (Plantullo 2013 p.60) O estelionato, assim, gera- se de qualquer espécie de fraude, em virtude da qual se induza alguém em erro, que é falsa percepção da realidade, de sorte que o agente consiga a vantagem ilícita que tem em mente. Pode objetivar -se na venda de coisa alheia como própria, na venda ou hipoteca de coisa já vendida a outrem ou já hipotecada, ou de outro meio ardil, embuste, engodo ou engano a respeito de certo vetor produto ou coisa que vai ser prestação do contrato, quando é inevitável, ou quando for de outrem ou ainda quando possua qualidade que é oculta á outra pessoa tudo isto realizado de forma intencional e dolosamente, de sorte a prejudicar a vítima. (Plantullo 2013 p.60) Percebesse que pode se dar de qualquer forma em que o indivíduo tem a intenção em obter vantagem de outrem de forma ilícita, estará praticando o delito de estelionato. Porém, e isto é fundamental, distingue-se das outras fraudes ou artifícios, porque vem se qualquer violência ou coação, consistindo, por isso, no inteligente intentado para a obtenção dolosa do consentiment0 de outrem á realizar do contrato ou da convenção, bom é lembrar que a emissão de cheque sem a suficiente provisão de fundos configura também o crime de estelionato. Alei penal qualifica o estelionato como crime, e impõe penalidades a sua prática. A lei é clara ao afirmar que os condenados pelo crime de estelionato não podem ser tutores. (Plantullo 2013 p.60). 6.1 Conceito do Crime de Estelionato Virtual Para adentrar ao tema de estelionato virtual precisamos entender alguns pontos como o sujeito que pratica o crime virtual alguns fatos históricos tipos de delito algumas considerações introdutórias que leva a entender um pouco melhor sobre este delito. 27 Ao mesmo tempo em que o comercio virtual facilitou a vida de inúmeras pessoas, trouxe também a atuação de criminosos que buscam fisgar esses usuários vulneráveis. Ao mesmo tempo em que o e-commerce (comércio virtual) facilitou imensamente as transações e a vida do consumidor, abriu espaço para a atuação de criminosos. Infelizmente não há uma ferramenta que assegure proteção aos consumidores no momento da compra online. Consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a venda fraudulenta dentro do ciberespaço configura o crime de fraude, ao passo que a compra e venda revestida de fraude caracteriza estelionato. Ainda assim, não é uma tarefa fácil definir critérios exatos quando se trata de condutas criminosas virtuais, principalmente relacionadas ao comércio. (Âmbito jurídico 2021) O Código Penal, em seu art. 171, define o estelionato como “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. (Brasil 2021) Andréucci (2014) Afirma que o estelionato nada mais é que obtenção de vantagem ilícita, para si ou para outrem, decorrente da indução ou manutenção de alguém em erro, utilizando-se de artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Nessa perspectiva, o estelionatário, garante vantagem ilícita para si ou outra pessoa, mediante quaisquer atos que induzam a vítima a erro. Sabendo que a fraude é o ponto central do delito de estelionato, é possível se identificar os seguintes elementos que integram a figura típica: a conduta do agente ser direcionada a obtenção de vantagem ilícita em prejuízo de outrem; a vantagem pode ser dirigida ao autor ou a terceiro; a vítima é mantida ou colocada em erro; o agente se vale de um artificio, ardil ou qualquer outro meio fraudulento para atingir o fim pretendido (GRECO, 2011). Não há diferenças entre a fraude cível e a fraude penal, depende apenas da existência de uma fraude. Se trata de uma questão de qualidade e grau de prejuízo determinada pelas circunstancias do caso. Com a análise da dimensão avaliar-se-á se a possível vítima, passou apenas por um mal negócio ou se estão presentes os requisitos para a consumação do crime de estelionato, caso em que deverá ser punido criminalmente (GRECO, 2011). 28 Entende-se, para que se obtenha a constatação do crime não importa se é um ato da esfera civil ou penal, basta que seja confirmado que houve um fato, há apenas um dimensionamento da qualidade e grau da fraude, quesitos que serão verificados caso a caso. É por meio, da avaliação do caso concreto que se verificará, se a vítima foi prejudicada pelo fato de ter feito uma má negociação, ou se realmente foi induzida ou mantida em erro, por ato fraudulento daquele com quem negociou. O bem jurídico tutelado é a inviolabilidade do patrimônio, especialmente em relação a atentados praticados mediante fraude. Tutela-se tanto o interesse social, relacionado a confiança reciproca entre as partes, o qual deve presidir nas relações patrimoniais individuais ou comerciais, quanto o interesse público representado pela necessidade de reprimir a fraude causadora de dano a terceiro. Atente-se para o fato de que é vedado o cometimento de fraude para a obtenção de vantagem ilícita em prejuízo alheio. O estelionatário é tido como criminoso em todos os casos, mesmo que tenha cometido a fraude em relações que por sua própria natureza não precisam de proteção jurídica, porque em todo caso sua conduta é moral e juridicamente ilícita (BITENCOURT, 2012). Para o autor o bem jurídico aqui é a inviolabilidade do patrimônio, tratando se como o interesse social, em confiança entre as partes da relação jurídica, qual se tratando do interesse público é visto em foque a repressão da fraude que causou o prejuízo alheio, ressalta que o estelionatário deve ser visto como um criminoso, ainda que tenha seja simples o ato cometido não terá a proteção jurídica, pois essa ação será um crime. Em se tratando dos autores do crime, ressalta Andreucci (2014) que, o sujeito passivo é a pessoa que sofreu o prejuízo patrimonial, o sujeito ativo, é aquele que induz ou mantém determinada pessoa em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer meio fraudulento. Então o sujeito ativo será a pessoa que induz ou mantém a vítima em erro, mediante qualquer recurso fraudulento,e o sujeito passivo, será aquele que tem reduzido seu patrimônio, pela ação do sujeito ativo. O estelionato é um crime doloso que se consuma com a efetiva obtenção da vantagem ilícita pelo autor, em prejuízo da vítima. Admite-se a tentativa. Não se confunde com furto mediante fraude, pois nesse caso ocorre a subtração da coisa com o emprego de fraude que desvie a vigilância e atenção da vítima. No estelionato, por seu turno, ocorre a entrega voluntaria da coisa, em decorrência da fraude empregada pelo autor do delito. O estelionato também se difere na apropriação indébita, pois no estelionato o dolo do agente é anterior a posse ou detenção da vantagem ilícita, sendo que se utiliza de fraude para apropriar-se do bem. Na apropriação indébita 29 ocorre o contrário, o agente recebe o bem de boa-fé, e após resolve apropriar-se dela. (ANDREUCCI, 2014). Em vista ao dolo no crime de estelionato, para Campos (2016) quando o dolo no crime de estelionato se trata de fraude em contrato, a indução ou manutenção da vítima em erro, deve ser inicial, ou seja, o ato lesivo deve ter no início da execução contratual, não se caracterizando o crime de estelionato a intensão de pratica de o crime ser posterior, na busca de parâmetros, não visado anteriormente, situação em que se caracteriza mero cumprimento contratual. Da mesma maneira, só haverá crime de estelionato acaso o dolo esteja presente no ato da elaboração do contrato, porque a fraude contratual só ofende a esfera civil, passando longe da parte penal. Na verdade, a fraude penal tem por objeto o lucro ilícito e não o objeto do contrato. Percebesse que o bem jurídico qualificado pela tipificação do ato é a inviolabilidade do patrimônio. O sujeito ativo é aquele que emprega a fraude, e com isso recebe a vantagem ilícita, o sujeito passivo, a vítima por sua vez, são todos os que sofrem o prejuízo patrimonial e todos os que foram enganados pelo estelionatário. É crime doloso, pois é necessária a vontade de auferir vantagem indevida, admite tentativa e dar-se-á por consumado no local em que se deu a obtenção da vantagem ilícita. A grande mudança que ocorreu foi com a nova lei 13.964 de 2019 que inseriu o inciso §5° no artigo 171 do Código penal que agora o crime de estelionato não é mais de ação penal pública incondicionada, ou seja, até então não dependia da representação da vítima para que fosse oferecido a denúncia, passou a ser condicionada a representação da vítima o ministério público só poderá oferecer a denúncia se a vítima representar, Segundo o doutrinador Lima (2019) a representação do crime não precisa seguir todo o formalismo basta apenas que a vítima ou seu representante legal demostre a intenção em que o autor do delito seja processado. Em alguns casos foi levantada a seguinte discussão se a lei poderá retroagir em casos já julgados em favor do réu, o que houve foi que a magistratura intimou as vítimas de processos que estavam em curso para saber se havia a intenção de representação. Segundo o site Claudia seixas (2020) 30 Diante dessa nova condição de procedibilidade do procedimento criminal – e ainda sem um entendimento pacificado sobre se a representação passaria a ser exigida apenas para novos procedimentos, ou se iria retroagir para procedimentos criminais já em curso – diversos foram os casos em que Magistrados determinaram a intimação da vítima para que informassem se desejariam ou não representar contra o acusado em ações penais já iniciadas. De igual modo, após condenação em Primeira Instância pela prática do crime de estelionato, também ocorreram casos onde Desembargadores determinaram a baixa de Apelações Criminais em diligência para a origem intimar a vítima. Contudo, recentemente, a e. Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça proferiu decisão no Habeas Corpus nº. 573.093[6], onde entendeu que a regra que exige a representação da vítima como pré-requisito para o desencadeamento da ação penal pelo crime de estelionato não pode ser aplicada retroativamente com a finalidade de beneficiar réu em processo já em curso, uma vez que não fora previsto pelo legislador. Para o relator, Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, caso fosse permitido a retroatividades para casos que estavam em curso deveria estar prevista na lei que modificou o artigo o que não ocorreu, portanto não poderia ser aplicado a retroatividade em favor do réu. a regra – que exige a representação da vítima como pré-requisito para a ação penal por estelionato – não pode ser aplicada retroativamente para beneficiar o réu nos processos em curso, pois isso não foi previsto pelo legislador ao alterar a redação do artigo 171 no Pacote Anticrime. Segundo o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, relator, a Lei 13.964/2019 transformou a natureza da ação penal no crime de estelionato, de pública incondicionada para pública condicionada à representação do ofendido (salvo algumas exceções) – mudança que só pode afetar os processos ainda na fase policial. (STJ.2020) O breve conceito aqui abordado auxiliar na identificação do problema do crime de estelionato virtual, já que traçou noções introdutórias de suma importância para a compreensão futura do que se trata o estelionato virtual, que é um desdobramento do estelionato fundamental que aqui se analisou. Dito isto, o próximo capítulo pretende fazer uma observação mais aprofundada do tema. 31 7 DO CRIME DE ESTELIONATO VIRTUAL Em vista do presente trabalho restou demonstrar que objetivo de quem pratica o crime de estelionato e o momento em que se consuma quando com o intuito de obter vantagem ilícita para si ou para outrem se utilizada de artificio, ardil ou qualquer outro meio fraudulento, para induzir a vítima ou mantê-la em erro, causando-lhe prejuízo. Os crimes virtuais, por seu turno, são aqueles praticados em ambiente virtual, com a utilização de equipamentos eletrônicos e acesso à rede. Percebesse que podemos compreender que o estelionato virtual é aquele basicamente o meio que o individuou utiliza para a pratica do crime, as ferramentas tecnológicas da rede, praticando o ato no meio cibernético induzindo ou, mantendo a vítima em erro Diante do disposto, pode se entender preliminarmente que o estelionato virtual é aquele em que o indivíduo se servindo de equipamentos tecnológicos e acesso à rede, pratica em benefício próprio ou de outrem e em prejuízo alheio, o ato de induzir ou manter a vítima em erro, utilizando-se quaisquer meios fraudulentos e almejando vantagem ilícita. Desse modo alguns aspectos acerca do crime de estelionato virtual, propriamente dito, frisando especialmente a ausência de norma especifica que regulamente atualmente em 27 de maio de 2021 o presidente Jair Bolsonaro assinou a lei 14.155 que prever aumento na pena de estelionato virtual se o crime for praticado contra idosos. Estelionato contra idoso ou vulnerável § 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime for cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso. (Brasil .2021) Segundo Feitosa (2012) os estelionatários virtuais utilizam a forma mais rápida e simples para obter dados principalmente de idosos que não sabem muito bem os sites que são falos, então, os criminosos se utilizam desta fragilidade para criar links falsos e disparam em E-mails, com isso, é possível que eles obtenham acesso a todos os arquivos e dados das vítimas. 32 Uma das formas mais frequentes de estelionato virtual é a invasão do correio eletrônico da vítima, especialmente aquelas que tem o costume de consultar saldos e extratos bancários pelo computador. Nesse caso em especifico, o estelionatário encontra uma maneira de clonar a página da internet banking e fazer com que a vítima tente fazer o acesso a conta, sem saber que os danos inseridos na dita pagina serãointerceptados por um terceiro de má-fé. Outro tipo bem comum é praticado por pessoas de menor saber informático, os quais se utilizam de crenças populares ou correntes de sorte, para que ao final a vítima deposite determinada importância em dinheiro para que obtenha aquilo que foi veiculado, sendo garantido a esta que ao adquirir o almejado a importância lhe será devolvida, fato que não ocorre (FEITOZA, 2012). Notasse que a pratica deste delito em grande parte é praticada por hackers pessoas que tem um grande domino de informáticas e conhece vários meios de burlar sistemas, sites, invadir contas dentre outras artimanhas para ludibriar e conseguir obter vantagens ilícitas. A pratica do crime de estelionato em ambiente virtual é na maioria das vezes praticada por pessoas de notável conhecimento em informática, e que embora possam agir de maneira diversa, preferem se arriscar no mundo dos crimes virtuais, iludindo e prejudicando pessoas reais, de modo a obter alguma vantagem ilícita com essa técnica. A única diferença existente entre o estelionato real e o virtual consiste no modus operandi empregado, tendo em vista que o primeiro se realiza em meio físico e o segundo em ambiente virtual (FEITOZA, 2012). São os conhecidos hackers em grande parte que atuam no sub mundo da internet procurando invadir sistemas e roubar dados de computadores, em posse dessas informações eles em grande parte roubam dinheiros em contas vende os dados de vítimas buscando obter vantagem para si ou para outrem. Hacking são as atividades que procuram comprometer dispositivos digitais como computadores, smartphones, tablets e até mesmo redes inteiras. Embora o hacking possa não ser sempre malicioso, atualmente, muitas referências a hacking e hackers os caracterizam como uma atividade ilegal de criminosos cibernéticos motivados por ganhos financeiros, protestos, coleta de informações (espionagem) e, mesmo que seja apenas pela "emoção" do desafio. Muitos pensam que “hacker” é apenas um jovem prodígio autodidata ou um programador desonesto com a habilidade de modificar o hardware ou o software dos computadores para que possa usá-lo de maneira diferente da pretendida pelos desenvolvedores originais. Porém, esse é um ponto de vista limitado que não abrange uma ampla gama de razões pelas quais alguém resolver praticar hacking. (Para uma análise mais aprofundada sobre hackers, leia Under the hoodie: why money, power, and ego drive hackers to cybercrime” de Wendy Zamora), Normalmente, hacking é uma técnica comum (como criar uma propaganda maliciosa que deposita um malware para atacar um drive sem precisar de interação do usuário). Porém, os hackers também podem usar psicologia para induzir o usuário a clicar em um anexo malicioso ou fornecer dados pessoais. Essas táticas são conhecidas como “engenharia social”. (BR. WLAEBYTES. 2020) 33 Portanto, notasse que em grande maioria os criminosos do ciberespaço são pessoas que domina o meio virtual e sabem todos os mecanismos que podem usar para não serem identificados. 34 8 DO CRIME DE ESTELIONATO VIRTUAL NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO Atualmente, percebesse que com o aumento dos números de crimes virtuais houve a necessidade de ser altera algumas normas do ordenamento jurídico que diz respeito a tal fato, em fase deste tema neste capitulo será descrito algumas normas que foram alteradas. Em 27 de maio de 2021 o presidente Jair Bolsonaro assinou a lei 14.155 que modificou alguns artigos do Código Penal e Do Código De Processo Penal Brasileiro, Segundo o site Âmbito jurídico (2021) A Lei 14. 155, de 27 de maio de 2021, produziu importantes alterações no Código Penal e no Código de Processo Penal, tornando “mais graves os crimes de violação de dispositivo informático, furto e estelionato cometidos de forma eletrônica ou pela internet”. No plano processual, mudou a regra de competência para algumas modalidades do crime previsto no art. 171 do CP. A nova Lei surge em um contexto de profundas modificações da esfera pública a partir da reestruturação dos meios de comunicação e da existência de um novo processo, materializado por intermédio da proliferação das mídias sociais, potencializadas pelo avanço da tecnologia e da cultura digital. (Âmbito Jurídico 2021) Essas mudanças se fizeram essências, pois muitas pessoas acreditavam em uma cera impunidade do crime, em razão da ausência de previsão normativa, pois só a norma contida no código penal não bastava para se punir os infratores cibernéticos. maioria das vantagens econômicas indevidas obtidas mediante fraudes levadas adiante através de dispositivos eletrônicos, aplicativos ou programas de informática já caracterizavam o estelionato. Mostra-se oportuna, portanto, a tipificação específica da “fraude eletrônica”, diferentemente do que se passa com as duas alterações comentadas anteriormente, totalmente dispensáveis. Assim está redigida a previsão legal da infração:§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Âmbito Jurídico 2021) Devido ao aumento dos números de casos de crimes cibernéticos dentre eles o estelionato, e os infratores terem certa certeza de impunibilidade se fez a necessidade de aumentar a pena para os crimes desta espécie. 35 Se a tipificação específica é medida político-criminal bem-vinda, o exagero nas penas não o é. Não há qualquer justificativa plausível para que a obtenção de vantagem indevida mediante envio de um e-mail fraudulento seja considerada tão mais grave do que uma eu se processo por meio de uso de documento impresso falsificado. A sanção mínima é 400% mais elevada e quase inviabiliza a substituição das penas privativas da liberdade pelas restritivas de direito (art. 44, CP). Uma das mais louváveis alterações legislativas dos últimos tempos foi a exigência da representação criminal do ofendido para o processamento do crime de estelionato simples (art. 171, § 5º, introduzido pela Lei nº 13.964/19, apelidada de “Lei Anticrime” [sic]). O legislador brasileiro, em um show de inconstâncias, descarrega toda a fúria punitivista sobre a fraude eletrônica, que, tendo em vista a realidade empírica do mundo moderno, informatizado, cibernético, não tem nada de mais grave ou reprovável do que qualquer outra fraude que se leve adiante por meio de engodos que não envolvam internet, aplicativos ou dispositivos informáticos. Já vimos essa alternância de políticas criminais minimalistas e maximalistas acontecer antes: o hiato temporal entre a Lei de Crimes Hediondos (8.072/90) e a dos Juizados Especiais Criminais (9.099/95) é de apenas 5 anos. (Âmbito jurídico.2021) Porém, é necessário haver uma dosimetria da aplicação da pena, segundo o autor acima citado, o legislador ir aos extremos a pena não pode ser muito branda ao ponto de quase não ser uma punição e sim apenas um puxão de orelha, mas também por outro lado a pena não pode ser tão pesada ao ponto de inviabilizar a substituição da pena de restrição de liberdade. Segundo o site empório do direito (2021) Além de criar a figura da fraude processual, a Lei 14.155/2021 também alterou o art. 70 do Código de Processo Penal para tratar da competência para processar e julgar algumas modalidades previstas no art. 171 do CP, passando a vigorar com o seguinte § 4º: “Nos crimes previstos no art. 171 do (...) Código Penal, quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima e, em caso de pluralidadede vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção”. Em se tratando do disposto do artigo 171 do código penal sobre a fraude de cheques houve a regulamentação da definição do local do crime, em se tratando de mais de uma vítima a competência se fara pela prevenção, e que o local passa a ser a onde a vítima mora. A nova previsão é importante e conduz à superação das súmulas 244 do STJ e 521 do STF. Está claro, portanto, que em algumas modalidades do art. 171 do CP, o critério para definição da competência passa a ser o local de domicílio da vítima e não mais o foro de onde se deu a recusa do cheque 36 sem provisão de fundos. Na hipótese de crime praticado contra diversas vítimas com domicílios diferentes, a prevenção determinará o juízo competente. Exemplo: A aplica o mesmo “golpe” do empréstimo em B e C (ambos domiciliados em Vitória/ES), em D (domiciliado em Belo Horizonte/MG) e em E (domiciliado em Salvador/BA). A competência se definirá pela prevenção, isto é, será competente para julgar todas as condutas o juízo do domicilio da vítima que praticar o primeiro ato processual ou medida relativa ao processo, conforme o art. 83 do CPP. (Empório do direito 2021) O que faz com que o juiz utilize o disposto no artigo 70 do Código de Processo Civil (perpetuação da jurisdição), ou seja, a partir do momento em que o magistrado recebe a denúncia as demais modificações não será capaz de mudar a competência. Nesse caso, é fundamental mencionar que o novo § 4º do art. 70 do CPP impõe ao juízo a observação do princípio da perpetuatio jurisdictionis (perpetuação da jurisdição), previsto no art. 43 do CPC/2015 e que deve ser aplicado no processo penal com base no art. 3º do CPP. Ou seja, iniciado o processo penal perante juízo específico, neste irá prosseguir até o julgamento. Uma vez recebida a denúncia pelo magistrado, as eventuais modificações legais são consideradas, em regra, irrelevantes para fins de determinação de competência. (Empório do direito 2021) Diante do exposto, para Andrenucci (2020) O crime de estelionato vem previsto no art. 171 do Código Penal, tendo sido recentemente alterado pela Lei n. 14.155, de 27 de maio de 2021, que introduziu, nos §§ 2º-A e 2º-B, a figura da “fraude eletrônica” Fez-se necessário a mudança do dispositivo legal aumentando a pena de reclusão ainda mais nos tempos em meio a obrigatoriedade de todos manterem o distanciamento social por conta da pandemia causada pelo novo corona vírus, com o aumento do teletrabalho veio também o crescente número de casos de crimes cibernéticos. A inovação legislativa veio em boa hora, já que o número de fraudes virtuais aumentou assustadoramente no Brasil, tendo o distanciamento social e a maior utilização de meios digitais para a realização de atividades pessoais e profissionais contribuído sobremaneira para o incremento desse resultado. Entretanto, mesmo antes da pandemia, o Brasil já ocupava o terceiro lugar no ranking mundial em registros de fraudes eletrônicas. (Migalhas.2021) A pesquisa “2019 Global Identity and Fraud Report” realizada pela empresa “Experian”, revelou que o Brasil aparece como o terceiro colocado entre os países em que a apuração foi feita – atrás somente dos Estados Unidos e do Reino Unido. O Brasil ficou 17 (dezessete) pontos percentuais à frente da média global (55%) do levantamento realizado em 21 (vinte e um) países que constataram aumento de perdas relacionadas a crimes virtuais no período analisado. (Migalhas.2021) 37 Merece total credibilidade a pesquisa mencionada, já que a empresa “Experian”, como se sabe, é líder global em serviços de “marketing” e relatórios de crédito para consumidores e empresas, integrante do índice FTSE 100 do Reino Unido. A “Experian” oferecemos suporte a clientes em mais de 100 (cem) países e emprega milhares de pessoas em 45 (quarenta e cinco) países. (Migalhas.2021) Portanto, o direito busca acompanha evolução da sociedade através de leis decretos, princípios e costumes, porém em alguns pontos a elaboração de uma lei em grande parte não acompanha as mudanças da sociedade, neste caso, o crime cibernético demorou a ter uma resposta mais dura do poder legislativo e ainda percebesse que as lei que estão em virgo seja a LGPD criada para garantia a proteção dos dados na internet, ou LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014 criada para regulamentar o uso da internet no Brasil, se fizeram insuficiente para coibir a pratica dos delitos praticados no ambiente virtual, a última lei que está em virgo assinada pelo Presidente Jair Bolsonaro que a lei 14.155/21, que veio para aumentar a punibilidade dos artigos do Código Penal e do Código de processo penal e Processo Cível, não ofereceu grandes avanços ,só houve a modificação do período de recluso ao regime fechado e especificou em alguns crime trazendo para esfera de crimes hediondos, Neste momento existe o projeto de lei esperando aprovação para incluir no texto da Constituição Federal no artigo 5° os direitos dos dados pessoais como direito fundamental, A PEC 17/2019 – Tem a proposta de inclusão dos dados pessoais como garantias individuais. Acrescenta o Inciso XII-A, ao artigo 5°, e o Inciso XXX, ao Artigo 22, da Constituição Federal para incluir a proteção de dados pessoais entre os direitos Fundamentais do Cidadão e fixar a competência privativa da união para legislar sobre a matéria. (Câmera. 2021) Contudo, percebe que há a necessidade não só da modificação da lei para a maior punibilidade, mas também as maiores necessidades talvez estejam em investimentos em tecnologia e estudos para a identificação rápida dos infratores e maior proteção dos usuários do sistema virtual nacional, assim será possível inibir a pratica do delito, pois o infrator terá mais receio de pratica-los em vista de correr o risco de serem descobertos. 38 9 CONCIDERAÇÕES FINAIS Percebesse, que a Internet é uma ferramenta essencial, desde seu início como meio de comunicação, ao passar do tempo sua evolução tornou-se um dos principais meios de comunicação do mundo, encurtando distâncias entre países , com as mudanças e aprimoramento o meio virtual venho ganhando mais funcionalidades e hoje faz parte da economia da política educação e cultura de grande parte do mundo, atras da evolução deste instrumento de comunicação se obtém a praticidade e a agilidade de diversas atividades. Porém, foi visto que além das vantagens que a internet trouxe, existe também os problemas que como se destacou em matéria deste trabalho os chamados crimes cibernéticos, em busca para tratar um pouco deste assunto foram abordados os tipos de crimes cometidos no ciberespaço e em destaque ao crime de estelionato virtual. Os problemas relacionados aos delitos foram elencados demostrando o conceito do crime, o tipo de crime cometido, e o direito que vem norteando-se desta evolução traçando leis que ampare as vítimas destes crimes virtuais através da legislação punitiva e educativa para tentar coibir a pratica dessas ações. Conclui-se que, para que se alcance uma medida coercitiva eficaz contra os crimes praticados no ciberespaço é necessário além de alterações da legislação atual, é preciso investir em tecnologia de ponta capaz de mapear de forma precisa os usuários do âmbito virtual, sendo possível a identificação exata dos infratores, para que possam ser punidos como medida de justiça e inibindo possíveis futuros crimes. 39 10 REFERÊNCIAS ALMEIDA, J. et al. Crimes Cibernéticos. 2015, 22 fls. Curso de Direito Universidade Tiradentes – UNIT. Disponível em: https://periodicos.set.edu.br/index.php/cadernohumanas/article/viewFile/2013/1217> Acesso em 18 out 2021 ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Manual de Direito Penal. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. ALMEIDA Thabata Clezar de. - Estelionato Digital no E-COMMERCE
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