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Conceitos de geografia

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Resumão
Geografia
Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada 
previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.
 
 
 
 
1 
Geografia 
 
Conceitos de Geografia 
 
Teoria 
 
Objeto de estudo da Geografia 
A Geografia estuda os fenômenos que se manifestam no espaço geográfico e que possuem alguma 
associação com o homem (relevo, indústria, política, clima, população, entre outros). Esse espaço difere-se 
do espaço natural, isto é, aquele que não sofreu interferência humana. Portanto, o espaço geográfico é aquele 
alterado pela humanidade e corresponde ao conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes, técnicas, 
prédios, carros) e de sistemas de ações (produção, trabalho, circulação, consumo), que expressam diferentes 
práticas sociais dos grupos que nele vivem. Nesse sentido, o espaço geográfico é resultado do trabalho 
humano e da sua relação com a natureza. As características desse espaço geográfico decorrem dos níveis 
técnicos e econômicos em que se encontra determinada sociedade. Uma sociedade mais desenvolvida pode 
explorar de forma mais intensa esse espaço geográfico, gerando diversos impactos ambientais. 
 
 
Meio natural e meio técnico 
Inicialmente, o homem vivia no que se denominava meio natural. A capacidade de transformação desse 
espaço estava relacionada ao tempo da natureza. A produção era limitada ao tempo da colheita, que não 
podia ser acelerada de forma alguma. Com a Revolução Industrial, a capacidade de transformar esse espaço 
evoluiu significativamente, e, hoje, o homem vive no meio técnico-científico-informacional. 
 
 
Conceitos-chave da Geografia 
Para analisar completamente esse espaço geográfico, objeto de estudo da Geografia, é necessário 
compreender quatro conceitos-chave: 
• Paisagem: É tudo aquilo que está ao alcance da vista. É resultado da combinação dinâmica entre 
elementos naturais e antrópicos, em uma dialética única, produzindo um conjunto indissociável, que é 
registro da evolução de determinada sociedade. Pode ser uma paisagem natural, que não sofreu 
alteração humana, ou uma paisagem cultural ou alterada, na qual a intervenção humana é marcante. 
 
 
Disponível em: https://upload.wikimedia.org/ 
https://upload.wikimedia.org/
 
 
 
 
2 
Geografia 
 
• Região: Porção do espaço que, relativamente, representa um todo homogêneo, que se difere do seu 
entorno. A região é a superfície em que predomina uma mesma paisagem, um mesmo processo. Existem 
diferentes critérios para sua delimitação. Por exemplo, na regionalização abaixo, Pedro Pinchas Geiger 
utilizou critérios históricos e econômicos para criar uma regionalização específica do Brasil, que se difere 
da regionalização oficial do IBGE em cinco grandes regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e 
Sul). 
 
Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/ 
 
• Lugar: É resultado da relação subjetiva entre o homem e o espaço, estabelecendo uma relação afetiva e 
identitária. Pode ser seu bairro, rua ou cidade, pelos quais você possui um sentimento. Quem sabe a sua 
futura universidade não seja o seu lugar favorito? Esse conceito pode ser fortemente afetado pela 
indústria cultural, que, resumidamente, consegue transformar tudo em mercadoria para consumo em 
larga escala, até os bens culturais, como filmes, séries, livros, obras de arte e lugares. Pense em qualquer 
obra cinemática ou literária famosa que tenha um lugar que você queira visitar. A partir disso, consegue 
reconhecer o lugar abaixo? No filme Up - Altas Aventuras, a história é marcada por um simpático idoso 
que sonha em conhecer o Paraíso das Cachoeiras, que foi inspirado em um lugar real, na fronteira da 
Venezuela com o Brasil. 
 
 
Disponível em: https://static.tudointeressante.com.br/ 
 
 
 
https://static.tudointeressante.com.br/
 
 
 
 
3 
Geografia 
 
• Território: Espaço delimitado por e a partir de relações de poder. É importante entender que poder é 
fruto de uma relação, e não de uma posse. Assim, território consiste em uma área delimitada por 
fronteiras, na qual um grupo, naquele momento, exerce alguma forma de poder, legítimo ou não. Essa 
definição melhor atende à questão do Estado, isto é, organização política que controla o território. 
Todavia, território pode ser abordado a partir do conceito de nação, isto é, conjunto de pessoas que 
compartilham uma identidade, uma mesma origem étnica, idioma ou religião. Aquelas nações que 
controlam um território formam um Estado-Nação. Porém, nem todas as nações controlam um território. 
É o caso dos curdos, que constituem a maior nação sem território. Eles até querem formar seu Estado-
Nação, o Curdistão, porém, esse está incluído no meio do território de outros Estados, o que se configura 
em uma questão muito complexa. 
 
 
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50012988 
 
 
 
 
 
4 
Geografia 
 
Exercícios 
 
 
1. (UFV-MG) Observe as figuras adiante, que representam o uso do espaço de uma cidade em dois 
momentos distintos: 
 
O uso e a apropriação de determinados espaços pelos agentes sociais definem fronteiras que são 
determinadas por relações de poder. Tal processo estabelece uma ordem espacial, em que um grupo 
exerce poder sobre o espaço. Assinale o conceito geográfico que está relacionado às práticas espaciais 
expressas nas figuras acima: 
a) Região. 
b) Paisagem. 
c) Lugar. 
d) Território. 
e) Ambiente. 
 
 
2. (UECE) Correlacione a segunda coluna de acordo com a primeira: 
1. Espaço geográfico 
2. Paisagem 
3. Território 
4. Lugar 
5. Região 
 
( ) Para algumas correntes da geografia, pode ser entendido(a) como uma classe de área, que pode 
apresentar grande uniformidade interna e grandes diferenças quando comparada a outras áreas. 
( ) As relações de poder construídas e estabelecidas são determinantes para a sua definição e 
delimitação. 
( ) É, numa determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de 
elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente, uns sobre os outros, fazem 
dela, um conjunto indissociável em perpétua evolução. 
( ) É marcado(a) pelas relações de consenso, conflito, dominação e resistência onde se cria identidade 
e onde se vive. 
( ) Conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, que procura revelar as práticas 
sociais dos diferentes grupos. 
 
 
 
 
5 
Geografia 
 
 
a) 1,2,4,3,5. 
b) 3,4,5,1,2. 
c) 5,3,2,4,1. 
d) 2,1,3,5,4. 
 
 
3. (UFPI) Para o geógrafo Milton Santos, paisagem é "o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não 
é formada apenas por volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons (...). A dimensão da 
paisagem é a dimensão da percepção, o que chega aos sentidos." 
(Metamorfose do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1996, p.61-62). 
Considerando essa afirmação, analise as sentenças a seguir: 
I. A simples observação da paisagem não nos traz explicações sobre as funções das edificações, 
da organização dos sistemas de produção e de tecnologias empregadas. 
II. Apenas os elementos naturais são suficientes para entendermos o espaço geográfico, visível 
através das paisagens. 
III. Ao considerarmos os elementos naturais, as funções dos espaços construídos, as relações e as 
estruturas econômicas, sociais e políticas, estamos tratando do espaço geográfico e não apenas 
das paisagens. 
IV. As paisagens geográficas envolvem não somente os aspectos naturais, mas também os aspectos 
visíveis da cultura das sociedades. 
 
Está correto apenas o que se afirma em: 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) II e IV. 
d) I, II e IV. 
e) I, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Geografia 
 
 
4. (UFCG) A apreensão do lugar consiste na inter-relação dos processos local-global–local considerando, 
exponencialmente, o campo de forças estabelecido entre a cultura objetiva ea cultura subjetiva. Sobre 
o conceito de LUGAR é INCORRETO afirmar: 
a) O lugar é tido como um intermédio entre o mundo e o indivíduo. Neste, a lógica do desenvolvimento 
dos sistemas sociais não se manifesta pela unidade das tendências opostas à individualidade e à 
globalidade. 
b) A realidade que se constrói no lugar é tensa, pois se refere a um dinamismo que se recria a cada 
instante/momento entre homens, empresas, instituições e meio ambiente construído. 
c) No lugar as relações são, permanentemente, instáveis, em que globalização e localização, 
globalização e fragmentação são termos de uma dialética que se refaz com frequência. 
d) A individualização e especialização produtiva de cada lugar (re) produz sua rede urbana, função 
urbana, estrutura e uso do solo, habitação, renda, segregação social, meios de consumo e 
informação, papel do Estado entre outros. A uma maior globalidade corresponde uma maior 
individualidade. 
e) Ao revisitar os lugares, no mundo atual, encontraremos novos significados, novas identidades, pois 
esses são construídos no cotidiano/mundo vivido e considera as variáveis: objetos, ações, técnica, 
informação e tempo. 
 
 
 
5. (UPE) O texto a seguir, escrito pelo geógrafo pernambucano Manuel Correia de Andrade, examina 
algumas questões relacionadas ao espaço geográfico. Analise-o. 
"O espaço geográfico, ao contrário do espaço natural, é um produto da ação do homem. O homem, 
sendo um animal social, naturalmente atua em conjunto, em grupo, daí ser o espaço geográfico 
eminentemente social. A dicotomia entre as ciências da natureza e as ciências da sociedade é falsa, 
de vez que se torna difícil separar, de forma absoluta, o natural do social. O homem transforma sempre 
o espaço em que vive e, ao transformá-lo, transforma a própria natureza, fazendo com que os desafios 
naturais à sua ação sejam diversos da própria natureza modificada pelo homem." 
(ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Editora Atlas S.A, 12 ed.) 
 
Com base no texto, é CORRETO afirmar que 
a) o espaço natural é formado e tão somente determinado pelas interações clima-relevo na superfície 
terrestre, sem a participação antrópica. 
b) o homem começou a produzir espaço geográfico no momento em que pôde abandonar as 
atividades de caça, pesca e coleta e passou a realizar trabalhos agrícolas e de criação de animais. 
c) a Geografia não pode ser considerada uma ciência social, porque se volta especialmente para a 
estruturação natural da superfície terrestre, que varia no tempo e no espaço; ela é uma ciência da 
Terra. 
d) a ação do homem sobre a natureza se dá, de forma uniforme, no tempo e no espaço, contudo a 
intensidade dessa ação é uma função inversa das necessidades sociais. 
e) os conceitos de modo de produção e de formações econômico-sociais não são mais necessários 
para a compreensão da produção do espaço geográfico em face da expressiva revolução técnico-
científica. 
 
 
 
 
 
7 
Geografia 
 
Gabaritos 
 
1. D 
Território corresponde a uma porção do espaço definida por relações de poder. É uma área que implica 
a existência de fronteiras e está sujeita às relações de poder de determinado grupo. Assim, a 
espacialização da área de prostituição e travestis, mapeada como um território de ação, implica relações 
de poder com aquele espaço. 
 
2. C 
A primeira alternativa fala sobre uma área classificada a partir de certa uniformidade interna, se referindo 
ao conceito de região. A segunda alternativa fala sobre relações de poder, se referindo ao conceito 
geográfico de território. A terceira fala sobre um espaço geográfico que une diversos elementos e está 
sempre em evolução, nos remetendo as paisagens e a forma como elas se alteram ao longo do tempo. 
A quarta fala sobre criar identidade, onde se vive, nos remetendo a ideia de lugar. E por fim a última 
alternativa fala a respeito da junção do sistema de objetos e do sistema de ações, nos remetendo a ação 
humana, equivalendo, portanto, ao conceito de espaço geográfico. 
 
3. E 
Observar a paisagem pode levar ao questionamento dos processos atuantes no espaço geográfico, mas 
não revela por si só as explicações por trás desses processos. A paisagem se constitui enquanto 
materialidade de processos atuantes. A II está incorreta pois o compreendemos o espaço geográfico 
como resultante da ação humana. 
 
4. A 
O lugar de fato é tido como um intermédio entre o mundo e o indivíduo. Nele, a lógica de desenvolvimento 
dos sistemas sociais se manifesta a partir da globalidade, que interfere diretamente nas individualidades 
e dinâmicas locais. O lugar é onde se manifesta a individualidade de um indivíduo, grupo ou sociedade. 
É constantemente construído e reconstruído a partir das relações entre local e global. 
 
5. B 
O espaço geográfico constitui a totalidade da superfície terrestre apropriada pela humanidade. É 
produzido pelo trabalho humano em sua relação com o meio ambiente, do qual extrai os recursos 
naturais. A letra D está errada, pois essa ação não ocorre de forma uniforme, uma vez que a evolução 
técnica da humanidade permite uma alteração mais intensa em determinados momentos. A letra A está 
errada, pois o espaço natural pode conter elementos antrópicos, mas não o suficiente para alterá-lo. Uma 
pintura na parede ou um buraco no chão não fazem daquela paisagem um espaço geográfico. Esse 
conceito é um pouco relativo de acordo com as correntes de pensamento geográfico. A alternativa B é a 
mais correta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Geografia 
 
Estados Unidos: construção e regionalização 
 
Teoria 
 
Formação socioespacial 
Os Estados Unidos foram uma colônia britânica. Em 4 de julho de 1776, declararam sua independência e 
começaram um processo de expansão imperialista, e sua ocupação se dava na costa leste. Eram 13 colônias 
do Atlântico, por onde as capitanias chegaram; o processo de ocupação era semelhante ao do Brasil e dos 
demais países colonizados, e a concentração populacional se dava no litoral. No caso dos EUA, o objetivo, 
naquele momento, era expandir o imperialismo norte americano em direção ao oeste, cruzando os montes 
apalaches. A ocupação e a colonização contaram com muitos impactos ambientais e com o genocídio da 
população indígena. 
 
 
Montes apalaches e o desafio imperialista 
 
Ocupação para o Oeste 
Essa política foi criada com o intuito de atrair imigrantes, mas o que poderia convencer os europeus a saírem 
do seu país em direção às colônias recém consolidadas?! Para isso, os EUA estabeleceram uma política de 
distribuição de terras, ou seja, venda de terra a preços muito baixos e com uma cláusula de que a pessoa teria 
de permanecer nela por pelo menos 5 anos. Isso permitiria uma consolidação do vínculo, criando também 
uma estrutura ao redor. 
Essa política, além de ocupar o interior, criou uma classe média, pois a distribuição de terras ocorreu de forma 
menos concentrada que no Brasil. As ferrovias eram o terceiro eixo de ação para essa integração, permitindo 
também o escoamento de mercadorias e criando cidades ao redor da linha férrea. Toda essa ocupação era 
feita com base no Destino Manifesto, que dizia que o povo americano seria portador da missão divina de 
promover o desenvolvimento de áreas de subdesenvolvimento, justificando o genocídio de pessoas indígenas 
e os impactos ambientais. 
A partir disso, os EUA compraram muitos territórios franceses e espanhóis, invadiram territórios e compraram 
parte dos mexicanos, além de ter ganhado terras dos ingleses. Dessa forma, conseguiram consolidar um 
imenso território do oceano Atlântico ao Pacífico ainda no século XIX. 
 
 
 
 
 
2 
Geografia 
 
Regionalização dos EUA 
 
 
Nordeste – Manufecturing Belt 
Em azul, se estabelece o cinturão manufatureiro (ou cinturão fabril), que marca o início da industrialização e 
é fruto das antigas 13 colônias. Se destacou pela exploração de ferro e carvão, muito importantes para 
industrialização nãosó dos EUA, mas do mundo; nele esteve presente a 2ª e a 3ª Revolução Industrial 
(lembrando que a 1ª Revolução Industrial demandava carvão, e na 2ª, houve o crescimento das 
automobilísticas e siderúrgicas onde a jazida de ferro tem papel central). Foi nesse território, portando a 
região de desenvolvimento do Fordismo e, consequentemente, a área mais povoada do EUA, em que houve 
algumas consequências espaciais: 
• Detroit: muito destaque na indústria automobilística; 
• Bosh–Wash: maior megalópole do mundo; aglomerado urbano fruto dessa intensa ocupação urbano- 
industrial; 
• New York: empresas e bancos sediados lá; bolsa de valores de NY; 
• Chicago: centro da tecnologia agropecuária – bolsa das commodities definem seu valor para o mundo. 
Sede de importantes faculdades e polos tecnológicos; MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts. 
 
Atualmente, a desconcentração industrial altera essas espacialidades. Por exemplo: no centro de NY não 
estão as indústrias, e sim os centros de poder, isso porque as partes pesadas das indústrias foram enviadas 
para os países subdesenvolvidos, sobretudo as partes de extração de matéria-prima e indústria mais bruta, o 
que ajuda a industrialização dos países economicamente atrasados. Os países subdesenvolvidos ofereciam 
vantagens comparativas, como mão de obra barata e vantagens fiscais. Essa região, portanto, perdeu grande 
parte de suas indústrias, mas manteve-se enquanto centro de poder, uma vez que as sedes administrativas 
das empresas permanecem lá. 
Detroit é um grande exemplo disso, uma cidade de Michigan que se estabelecia como um grande polo 
industrial da indústria automobilística. Com a desconcentração industrial, há um esvaziamento das vagas de 
emprego na região, o que gerou uma grande migração de uma população branca para subúrbios, como 
Brooklyn (Nova York), além da própria gentrificação. A concorrência japonesa no setor automobilístico 
também contribuiu para esse esvaziamento. A população reduziu muito e ela se tornou uma espécie de cidade 
fantasma, muito perigosa em seus vazios urbanos. Em 2013, declarou falência e atualmente se estabelece 
novamente enquanto uma área de oportunidade de investimentos, justamente por essa desvalorização. 
 
 
 
 
 
3 
Geografia 
 
Costa-Oeste ao Sul dos EUA - Sun Belt 
Essa é a área de ocupação mais recente e que ganha muita importância no pós-Segunda Guerra Mundial. Aqui 
se deu o desenvolvimento de importantes atividades militares e tecnológicas. É nessa área que encontramos 
a famosa “Área 51”, que foi uma importante região para desenvolvimento e uso de material nuclear. Por não 
ser habitada, era usada para testes, o que possibilitou um crescimento tecnológico de maneira geral. 
Vale do Silício – principalmente no pós-Guerra Fria, os EUA passaram a investir mais em tecnologia do que 
em poder militar naquela área, e então surge o Vale do Silício, o polo tecnológico mais importante do mundo. 
É importante lembrar que os polos tecnológicos (ou tecnopolos) são centros de pesquisa onde tecnologias 
são desenvolvidas. Ali se concentram universidades e empresas que fazem pesquisas de mercado e 
desenvolvem as melhores tecnologias. Com esse desenvolvimento, foi possível que o país entrasse na 3ª 
Revolução Industrial. Por isso, pode-se entender que foi nesse território que o Toyotismo se implementou. 
Com isso, ocorre uma grande migração do Nordeste dos EUA para o Sun Belt. 
Além disso, podemos destacar na região: 
• Texas e o polo tecnológico de Austin; 
• Sedes da Nasa, da Texaco (Texas Company); 
• Califórnia, São Francisco e Los Angeles, a 2ª maior metrópole americana. Isso indica grandes capitais, 
uma em cada extremo do país (NY a leste). Atraiu muitas indústrias de ponta. Em L.A. fica também 
Hollywood, demonstrando que a região possui influência financeira, econômica, produtiva e também 
cultural. 
 
Doutrina Bush e suas consequências 
Todos os conflitos precisam de alguma justificava, mesmo que ela seja artificialmente criada. Até o final da 
década de 1980, vivia-se um contexto de Guerra Fria. O grande inimigo dos países naquele momento eram 
os contrários à ideologia dominante, fosse ela capitalista ou socialista. 
Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos e parte do mundo ficaram de certa forma sem um inimigo 
evidente, parecia que os conflitos iriam diminuir. Todavia, o atentado terrorista provocado pela al-Qaeda no 
dia 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, mudou isso. O terrorismo passou a ser o novo inimigo que 
deveria ser enfrentado a partir de ataques preventivos, concepção que ficou conhecida como Doutrina Bush. 
Essa reorientação geopolítica do final do século XX para o XXI significou um conjunto de transformações no 
Oriente Médio, resultando em diversas guerras ainda em andamento. 
A partir desse atentado, o governo de George W. Bush declara Guerra ao Terror e estabelece o “Eixo do Mal”, 
lista de países que, possivelmente, teriam vínculos com organizações terroristas. Depois da Primeira Guerra 
do Golfo, o regime de Saddam Hussein não caiu, e a necessidade de dominar territorialmente a região 
continuava presente. Assim, o governo americano aproveitou o plano de fundo do terrorismo para realizar 
uma segunda invasão ao Iraque. Com o apoio do Reino Unido, e contra a decisão da ONU, os Estados Unidos 
invadem o Iraque, alegando uma suposta produção de armas químicas de destruição em massa. Os países 
muçulmanos consideram o ataque como uma guerra contra o islamismo, e a instabilidade na região só 
cresceu. O líder Saddam Hussein foi capturado por tropas norte-americanas e entregue à justiça iraquiana, 
sendo julgado e condenado à morte em 2006. Somente em 2011, o presidente Barack Obama iniciou a retirada 
de soldados do Iraque, sem que a situação política estivesse pacificada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Geografia 
 
Tropas americanas invadem o Iraque 
 
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/975331/eua-invadiram-iraque-ha-15-anos-como-e-que-se-deixou-aquilo-
acontecer 
 
Crise de 2008 
Sobre a crise de 2008, é importante entender que o crescimento do mercado nesse período ocorria de forma 
especulativa, a exemplo do mercado imobiliário. Similar ao que acontece no Brasil, você compra o imóvel e 
espera ele ficar mais caro para revender, de modo que a questão da moradia urbana se torne, na verdade, um 
investimento financeiro; gerando mais compras, o mercado se aquece. Nos EUA, o que estava acontecendo 
era o seguinte: muita gente pegando empréstimo no banco para comprar imóveis financiados, mas para isso 
a população hipotecava sua casa para poder investir e fazer mais dinheiro, na maioria das vezes. Ou seja, o 
plano do americano médio era pegar um empréstimo, comprar um imóvel, esperar ele ficar mais caro, vender, 
pagar o empréstimo e ficar com o lucro. À medida que muitos faziam isso, com base na lei da oferta e da 
procura, a oferta de apartamento era imensa: todo mundo que comprou queria vender, tinha pouca gente para 
comprar, os preços dos imóveis começam a cair, as dívidas passam a crescer – porque as pessoas pegaram 
o empréstimo, mas não conseguem pagar – e então, para se livrar do problema, acabavam vendendo barato 
e não ficando com lucro nenhum, e as vezes até com mais dívidas. 
Com isso, muitos empréstimos não foram não quitados e os bancos ficaram no déficit. Com bancos e 
seguradoras em crise, travou-se a liberação de crédito, reduzindo o consumo. Uma indústria que sentiu muito 
o impacto da crise foi a automobilística, já que para comprar um carro as pessoas precisam de um 
empréstimo ou financiamento. Em uma economia globalizada, quando a bolsa americana quebra, todos os 
países que dependem dela quebram junto. Para sair da crise, o Estado americano injetou muito dinheiro na 
economia. Houve até a estatização do Northern Rock, um grande banco britânico de crédito imobiliário. Nesse 
mesmo período, União Europeia e Japão também passavam por crises.Por isso, até 2013 eram os países 
emergentes (com destaque para os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que dominavam o 
crescimento da economia do mundo. Em 2013, o crescimento econômico passa de novo para a mão dos 
países mais ricos, que detém mais de 50% do crescimento. EUA, Reino Unido e Japão voltam a se recuperar. 
 
 
 
 
 
 
5 
Geografia 
 
Era Trump 
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sustentou toda a sua campanha presidencial, durante o 
ano de 2016, com promessas de desenvolvimento para os Estados Unidos sob o lema “America First”. Ele 
prometia um grande crescimento econômico mais uma política de empregos. Porém, as medidas que o 
empresário expunha contemplavam apenas uma parcela dos americanos. 
A eleição de Trump representou o desejo dos republicanos. Durante os oito anos de governo Obama, as 
fronteiras dos Estados Unidos estiveram mais abertas para os estrangeiros. Trump implementou uma política 
de protecionismo, restringindo a atividade econômica americana, dificultando processos de imigração, 
incitando uma corrida armamentista e cancelando programas de políticas públicas. 
Ao mesmo tempo, no sentido oposto, a China tem demonstrando um crescimento assombroso, a partir de 
investimentos em transportes e comunicações. Pode-se dizer que está em curso uma guerra comercial, onde 
essas duas grandes superpotências se sobretaxam, ou seja, dificultam o comércio entre elas próprias. A 
China, Rússia, Irã, Venezuela, Coreia do Norte e Cuba são importantes países que lutam contra a hegemonia 
americana nos modelos desenvolvimentistas. 
Além dos EUA, os próprio BREXIT, o crescimento de eurocéticos e movimentos separatistas indicam uma 
crise nas uniões econômicas, propiciadas num primeiro momento pela globalização, além do próprio 
crescimento dos muros e barreiras, sejam comerciais ou físicas, como é o caso do muro com o México ou a 
recusa em aceitar refugiados. 
Com a eleição e posse de Joe Biden e Kamala Harris, diversas decisões políticas de Trump foram revertidas. 
Entre elas, Estados Unidos voltam a fazer parte do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde. A 
construção do muro entre Estados Unidos e México é paralisada, e o veto à migração de pessoas de países 
mulçumanos é suspenso. Por fim, foi criado um programa de 1,9 trilhão de dólares para recuperação 
econômica dos Estados Unidos. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Geografia 
 
Exercícios 
 
 
1. Durante a expansão territorial, a forma encontrada pelo governo americano para incentivar a ocupação 
de todo esse “vazio territorial” foi a partir da Homestead Act, que determinava: 
a) A distribuição gratuita de territórios para todo cidadão americano, desde que ele não fosse 
pertencente à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. 
b) A venda da terra a um preço muito baixo desde que a pessoa tivesse ao menos 21 anos e que 
habitasse e cultivasse a terra por, pelo menos, cinco anos. 
c) A distribuição de terra gratuita para todos aqueles que tivessem informações que levassem à 
prisão de criminosos. 
d) A distribuição de terras para os veteranos da Guerra Mexicano-Americana. 
e) A venda da terra por preços normais com condições de pagamento facilitadas para todos que 
lutassem contra as nações indígenas hostis. 
 
 
2. A formação de blocos econômicos tem como principal objetivo a maximização das relações comerciais 
entre os países integrantes. Nesse sentido, os países da América do Norte formaram um dos blocos 
econômicos mais importantes do planeta. Marque a alternativa que corresponde a esse bloco 
econômico. 
a) Mercosul 
b) Apec 
c) União Europeia 
d) Nafta 
e) Comunidade dos Estados Independentes (CEI). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Geografia 
 
 
3. (FUVEST) Observe o mapa. 
 
Atlas Geográfico Escolar. IBGE, 2012. 
 
Com base no mapa e em seus conhecimentos sobre os EUA, 
a) aponte duas razões da importância geopolítica desse país, na atualidade, considerando sua 
localização e dimensão territorial; 
b) explique a importância econômica, para esse país, da região circundada no mapa, considerando 
os recursos naturais e os aspectos humanos. 
 
 
4. (UECE 2018) Assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso, o que se diz a seguir sobre o 
papel dos Estados Unidos da América na geopolítica e na geoeconomia internacionais. 
( ) Continuam sendo a maior potência política e econômica do mundo, pois sua superioridade militar 
é esmagadora e o país ainda detém o maior produto interno bruto (PIB) do planeta. 
( ) Têm no seu mais recente presidente eleito, Donald Trump, um reconhecido conservador no que 
tange às ações de política externa em relação a países como Irã, Venezuela e Coreia do Norte. 
( ) Fortaleceram importante posição de liderança ambiental global ao assumir compromissos na luta 
contra os efeitos das mudanças climáticas, em especial durante o Acordo de Paris sobre Mudança do 
Clima. 
( ) Com a crise econômica sentida nos último anos, o país tem desenvolvido uma política de 
desmilitarização e redução dos custos com armamentos, fato que já resultou numa diminuição das 
tensões internacionais com países inimigos. 
 
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: 
a) F, V, F, V. 
b) V, F, V, F. 
c) V, V, F, F. 
d) V, F, V, V. 
 
 
 
 
 
 
8 
Geografia 
 
 
5. (FUVEST 2016) O processo de expansão das características multilaterais do sistema ocidental nas 
diversas áreas do mundo conheceu crescente impasse a partir do início do novo século. A 
sustentabilidade de um sistema substancialmente unipolar mostrou-se cada vez mais crítica, 
precisamente em face das transformações estruturais, ligadas, antes de mais nada, ao crescimento 
econômico da Ásia, que pareciam complementar e sustentar a ordem mundial do pós - Guerra Fria. A 
ameaça do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional dividiu o Ocidente. O papel de pilar 
dos Estados Unidos oscilou entre um unilateralismo imperial, tendendo a renegar as próprias 
características da hegemonia, e um novo multilateralismo, ainda a ser pensado e definido. 
Silvio Pons. A revolução global: história do comunismo internacional (1917-1991). Rio de Janeiro: Contraponto, 2014. 
 
O texto propõe uma interpretação do cenário internacional no princípio do século XXI e afirma a 
necessidade de se 
a) Valorizar a liderança norte-americana sobre o Ocidente, pois apenas os Estados Unidos dispõem 
de recursos financeiros e militares para assegurar a nova ordem mundial. 
b) Reconhecer a falência do modelo comunista, hegemônico durante a Guerra Fria, e aceitar a vitória 
do capitalismo e da lógica multilateral que se constituiu a partir do final do século XX. 
c) Combater o terrorismo islâmico, pois ele representa a principal ameaça à estabilidade e à 
harmonia econômica e política entre os Estados nacionais. 
d) Reavaliar o sentido da chamada globalização, pois a hegemonia política e financeira norte 
americana tem enfrentado impasses e resistências. 
e) Identificar o crescimento vertiginoso da China e reconhecer o atual predomínio econômico e 
financeiro dos países do Oriente na nova ordem mundial. 
 
 
 
 
 
 
9 
Geografia 
 
Gabarito 
 
1. B 
A estratégia de ocupação dos EUA foi a venda de terras a preço baixíssimo, com a promessa de 
permanência, o que tinha como objetivo criar infraestrutura de cidades e colonização. 
 
2. D 
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) é um bloco econômico composto pelos três 
países que compõem a América do Norte: México, Estados Unidos e Canadá. 
 
3. 
a) Entre as razões da importância geopolítica dos Estados Unidos, podem-se citar: o país é a principal 
potência mundial, tanto política como militar; é uma das maiores extensões territoriais do mundo, 
banhado pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Além disso, é rico em diversos recursos naturais, como 
petróleo, gás natural, gás de xisto, metais;possui a terceira maior população mundial e o maior 
mercado consumidor, devido ao seu alto poder aquisitivo. 
 
b) A região destacada no mapa é o Nordeste americano. Corresponde ao Cinturão dos Manufaturados 
(Manufacturing Belt) ou Cinturão da Ferrugem, como é conhecido hoje. Possui uma grande 
concentração populacional e urbana, a exemplo da megalópole BosWash (Boston até Washington). 
É um dos maiores mercados consumidores do país, além de ser uma região rica em recursos 
naturais, como ferro e carvão. 
 
4. C 
Os EUA seguem investindo muito na indústria bélica e no poderio militar, e permanecem como o país 
com maior PIB do mundo, apesar da China ser um forte concorrente. Tal condição explica o erro da quarta 
afirmativa. A terceira afirmativa é falsa, pois em 2018, durante a presidência de Trump, os Estados Unidos 
protocolaram sua saída do Acordo de Paris. Com a eleição e posse de Biden, voltaram ao acordo. 
 
5. D 
A ameaça do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional e as mudanças estruturais ligadas 
ao crescimento econômico da Ásia remetem ao questionamento, respectivamente, da hegemonia 
política e militar dos Estados Unidos. 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Geografia 
 
Liberalismo, Keynesianismo e neoliberalismo 
 
Teoria 
 
O liberalismo, o Keynesianismo e o neoliberalismo são doutrinas econômicas que divergem a respeito do 
papel do Estado na economia. Apesar dessas doutrinas possuirem seu viés político, a Geografia irá se 
interessar pela forma na qual o Estado atua na economia dentro desses diferentes modelos. Essas doutrinas 
ficaram marcadas em determinados períodos históricos, acompanhando também o desenvolvimento da 
indústria, assim como a evolução dos meios de transporte e das tecnologias de comunicação, que alteraram 
a geopolítica a e as relações econômicas nos países. 
 
 
Liberalismo 
O mundo liberal, ou seja, baseado no liberalismo, teve início no século XVIII. O liberalismo foi uma filosofia 
que tinha como princípios básicos a liberdade, a igualdade e a fraternidade, mudando o então panorama da 
história, que era o absolutismo. Dito isso, podemos concluir que, diferentemente do absolutismo, o 
liberalismo pregava um governo com limites, com controle e redução do poder do governo. Além disso, o 
liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “autorregula”. Ele tinha 
também como características o individualismo e a defesa da propriedade privada, que estariam futuramente 
ligadas à nova economia. 
Apesar de ter sido ainda no fim do século XVII, com John Locke, um filósofo inglês, que o liberalismo teve 
seu início, apenas com Adam Smith ele se expandiu e atingiu proporções internacionais. Adam Smith ampliou 
o cunho político e filosófico da teoria também para a economia, criando então o liberalismo econômico. 
 
 
Liberalismo econômico 
Foi já na decadência do mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo 
econômico. Essa teoria se baseava na não-intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis, 
políticas, reis). Apesar de terem existido teóricos anteriores, Adam Smith é considerado o pai do liberalismo 
econômico, com a teoria do trabalho livre, sem nenhum regulador. 
Algumas das principais ideias do liberalismo são 
• Mão invisível: seria a capacidade de o mercado se auto-regular sem a intervenção do Estado, a partir 
dos demais princípios básicos, como a livre concorrência e a lei da oferta e da procura. 
• Livre concorrência: a econômia se regularia sem a presença do Estado, a partir do momento que as livre- 
iniciativas privadas pudessem concorrer entre si. Se existe um monopólio, ou seja, uma única empresa 
ou iniciativa dominando um determinado setor da economia, isso faz com que ela não tenha com quem 
competir e não busque melhorar seus produtos, nem suas condições de venda. Quando duas empresas 
dominam um setor, por exemplo, as duas tentarão superar uma a outra em busca de clientes, o que 
levaria a melhores produtos e dinâmicas. Se a concorrência é livre, que vença o melhor. Esse princípio é 
importante sobre o ponto de vista da evolução do mercado e dos produtos, sendo um valioso 
mecanismo de autorregulação do mercado, sem intervenção estatal. Esse princípio estabelece ainda a 
 
 
 
 
2 
Geografia 
 
perspectiva da vantagem comparativa, que leva a uma divisão do trabalho em que os países deveriam 
investir na produção da qual eles naturalmente são capazes e competir com os produtos externos. Um 
país com um ótimo potencial agrário, portanto, deveria investir nessa vantagem comparativa e não se 
especializar em produtos tecnológicos por exemplo, por não poder concorrer com os demais países que 
fazem isso. Essa divisão internacional do trabalho (DIT) é típica desse modelo. 
 
• Lei da oferta e da procura: esse princípio estabelece que os preços se autorregulam sem necessitar de 
intervenção estatal. Se existe muita oferta, ou seja, muito de um produto disponível, e pouca procura, 
pouca demanda, baixar os preços desse produto para atrair a procura é uma excelente opção. Mas se 
existe pouca oferta, e muita procura, os preços podem subir, pois isso garante a venda. Todo produto 
possui um valor mínimo, no qual está embutido tudo que foi gasto para produzi-lo, sem contar o lucro. 
Se alguma loja tenta vender o produto por um preço caro demais, naturalmente as pessoas buscarão as 
lojas que vendem mais barato. Portanto, o mercado se autorregula em seus preços e condições de 
venda. Algumas falhas nesse processo é que nem todas as iniciativas privadas possuem as mesmas 
condições de venda, além do que, a formação de cartéis ou de grandes marcas combinando preços pode 
ser um risco. 
 
A forte atuação empresarial e um Estado invisível na economia, portanto, são as ideias centrais desse modelo 
econômico, no qual o respeito à liberdade individual e à propriedade privada imperam. Esses princípios 
guiaram a economia no mundo da segunda metade do século XIX até a conhecida crise de 29. Esse período 
correspondeu ao desenvolvimento da indústria fordista, que tinha como princípio a produção em larga 
escala. O consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto, no qual a capacidade de 
expandir o mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam crédito, 
empréstimos para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra 
característica de uma democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o Estado o 
responsável por assegurá-los. Ou seja, havia cosumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte 
dos trabalhadores. Essa foi a receita da crise de 29, uma crise do liberalismo que abriu os olhos para diversas 
críticas a esse modelo, bem como exigiu uma nova postura do Estado, a fim de reduzir o desemprego e 
fechamento de fábricas que a crise propiciou. 
 
Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano" 
Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão. 
 
 
 
 
3 
Geografia 
 
Keynesianismo 
Com a crise de 29, entra em vigor um novo modelo econômico, conhecido como Keynesianismo. O cientista 
econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para a possibilidade de uma crise econômica, devido 
a não interferência do Estado na economia. Ele defendia que o Estado deveria ser atuante (forte) na 
economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais desse sistema. Após a crise do 
liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande referencial na economia. 
Franklin Delano Roosevelt, inspirado nas ideias de Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), em 1933, para 
recuperar a economia americana a partir do aumento do consumo. Lembre-se: a crise de 1929 tinha sido 
resultado da superprodução e estagnação do consumo. Muitas fábricas fecharam,causando desemprego e 
a quebra da bolsa de valores de Nova York. Era necessário que o Estado interviesse, a fim de reaquecer a 
economia. Roosevelt fundamentou-se nas ideias de Keynes para recuperar a economia. Entre essas ideias, 
podem-se citar: 
• Pleno emprego e estabilidade; 
• Aumento dos salários; 
• Menos horas de trabalho. 
Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, para 
recuperar a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano 
ou Estado do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life 
(estilo de vida americano), garantindo o auge do Fordismo nos anos 50. Na Europa, está associado a diversos 
ganhos sociais pela população desse continente. 
De modo geral, um Estado forte e responsável por garantir os direitos, e por realizar grandes obras, criando 
planos para distribuição industrial, permaneceu como modelo econômico imperante até o fim da Guerra Fria. 
Diversos sistemas políticos surgiram dessa lógica. Ao longo da Guerra Fria, tínhamos um mundo dividido em 
dois polos de poder. A corrida por desenvolvimento gerou novidades nas tecnologias de comunicação e 
transporte, de modo que as relações geopolíticas tendiam para um momento de maior abertura dos 
mercados. O Toyotismo aparece como um modelo flexível e tecnológico correspondendo a esse momento. 
Além disso, no final da guerra, muitos Estados estavam profundamente endividados. Com isso, houve uma 
abertura de mercados e uma reorganização da economia para uma lógica globalizada, o que conhecemos 
como Nova Ordem Mundial. O neoliberalismo, portanto, retoma os preceitos liberais, mas mantém o Estado 
enquanto responsável por cuidar de setores estratégicos. Continua sendo de responsabilidade do Estado 
garantir os direitos básicos da população e o acesso a serviços. 
 
 
Neoliberalismo 
Durante a década de 1980, o modelo de crescimento adotado pela União Soviética já mostrava seu 
esgotamento. O fim da Guerra Fria e desse contexto de Velha Ordem Mundial já era observado no horizonte 
próximo. Nesse contexto, inicia-se o estabelecimento das bases da Nova Ordem Mundial, na qual todos os 
países seguiriam a mesma lógica econômica, o neoliberalismo. 
O papel do Estado é alterado, passando a adotar políticas de desregulamentação da economia, privatizações, 
flexibilização de leis trabalhistas. Essas são as características do neoliberalismo, que pode ser definido 
como um modelo no qual o controle da economia é empresarial e o Estado é mínimo. 
Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) surgem como símbolos da adoção dessa nova 
política econômica de Estado, embora a experiência neoliberal tenha começado, de fato, no Chile, durante as 
reformas ditatoriais de Augusto Pinochet. A crítica do neoliberalismo ao sistema keynesiano é a de que o 
 
 
 
 
4 
Geografia 
 
“Estado forte” é muito custoso economicamente e limita, assim, as ações comerciais, prejudicando a 
chamada “liberdade econômica”. Além disso, o aumento dos salários e o fortalecimento dos sindicatos são 
vistos como ameaças à economia, pois podem aumentar os custos com mão de obra e elevar os índices de 
inflação. Nesse sentido, os neoliberais defendem a desregulamentação da força de trabalho, com a 
diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo. É nesse contexto que se observa o processo 
de desconcentração industrial fundamentado nas revoluções técnicas dos transportes e comunicações, que 
possibilitaram, inclusive, a globalização. Para conseguir espalhar essa política econômica pela América 
Latina, principal área de influência dos Estados Unidos, foi criado o Consenso de Washington, que funcionava 
basicamente como uma receita de bolo para os países adotarem o neoliberalismo. Algumas das 
recomendações econômicas são: disciplina fiscal; redução de gastos públicos; reforma tributária; juros de 
mercado; câmbio de mercado; abertura comercial; eliminação de restrições aos investimentos estrangeiros; 
privatização das estatais; e desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas. 
 
 
Mapa mental – neoliberalismo. Confira nosso “Quer que desenhe” sobre neoliberalismo. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=6wVyLGZMLOo 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=6wVyLGZMLOo
https://www.youtube.com/watch?v=6wVyLGZMLOo
 
 
 
 
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Geografia 
 
Exercícios 
 
 
1. (Ufrgs 2019) Não é novidade que, a partir do momento em que a neoliberalização foi violenta e 
repentinamente imposta em partes do sul global, nas décadas de 1970 e 1980, seja por conquista 
imperial, golpes de Estado internos, exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou alguma 
combinação destes, o trabalho foi amordaçado e o capital, posto à solta. [...] De um lado, as indústrias 
estatais são privatizadas, proprietários estrangeiros são atraídos, a retenção de lucros é assegurada; 
de outro, as greves são criminalizadas e os sindicatos, limitados, por vezes até declarados ilegais. 
BROWN, Wendy. Cidadania Sacrificial: neoliberalismo, capital humano e políticas de austeridade. Rio de Janeiro: Zazie 
Edições, 2018. p. 24. 
 
Considerando a história contemporânea, o texto aborda algumas práticas associadas à emergência 
de regimes neoliberais pelo globo, ao longo das últimas décadas. 
Assinale a alternativa que indica algumas dessas práticas. 
a) A estatização de empresas privadas, a extensão das redes de proteção social e o controle social 
dos lucros das grandes corporações. 
b) A ampliação dos direitos democráticos, a crítica às políticas de austeridade e a introdução de 
reformas sociais em larga escala. 
c) A privatização de empresas públicas, a precarização das relações laborais e a introdução de 
políticas de austeridade em larga escala. 
d) A defesa do nacionalismo econômico, a quebra de grandes monopólios corporativos e o 
enfraquecimento do sistema de seguridade social. 
e) A criminalização da superexploração do trabalho, a ampliação do setor de serviços e a 
democratização das rendas nacionais. 
 
 
2. (Fatec-SP) Entre os fatores que ocasionaram a crise de 1929 nos EUA destaca(m)-se: 
a) o protecionismo rígido, a escassez de crédito bancário e a superprodução. 
b) a saturação do mercado, a crise na agricultura e o crash da bolsa de Nova York. 
c) a superprodução, a saturação do mercado e a expansão desmedida do crédito bancário. 
d) a adoção de programas de construção de obras financiadas pelo Estado para minorar o 
desemprego. 
e) a excessiva oferta de terras e o protecionismo rígido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Geografia 
 
 
3. (ENEM) Houve momentos de profunda crise na história mundial contemporânea que representaram, 
para o Brasil, oportunidades de transformação no campo econômico. A Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) e a quebra da Bolsa de Nova York (1929), por exemplo, levaram o Brasil a modificar suas 
estratégias produtivas e a contornar as dificuldades de importação de produtos que demandava dos 
países industrializados. Nas três primeiras décadas do século XX, o Brasil: 
a) impediu a entrada de capital estrangeiro, de modo a garantir a primazia da indústria nacional. 
b) priorizou o ensino técnico, no intuito de qualificar a mão de obra nacional direcionada à indústria. 
c) experimentou grandes transformações tecnológicas na indústria e mudanças compatíveis na 
legislação trabalhista. 
d) aproveitou a conjuntura de crise para fomentar a industrialização pelo país, diminuindo as 
desigualdades regionais. 
e) direcionou parte do capital gerado pela cafeicultura para a industrialização, aproveitando a 
recessão europeia e norte-americana. 
 
4. (UNESP) Encontrando-se o Estado em situação de poder calcular a eficiência (...) dos bens de capital 
a longo prazo e com base nos interesses gerais da comunidade, espero vê-lo assumir uma 
responsabilidade cada vez maior na organização direta dos investimentos.KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. 1936. 
O ponto de vista de Keynes opõe-se a uma teoria econômica que predominou na política governamental 
dos Estados Unidos da América nos anos imediatamente anteriores à crise de 1929. Baseando-se 
nessas informações, responda: 
a) A que teoria econômica Keynes se opunha? 
b) Exemplifique, com duas medidas implementadas pelo New Deal, o esforço do governo Roosevelt 
para superar os efeitos sociais da crise econômica de 1929. 
 
 
5. (Mackenzie) Inspirado no liberalismo clássico e em clara oposição ao Keynesianismo, o neoliberalismo 
propõe, entre outras medidas: 
I. a atuação do Estado como empresário, como mediador das relações capital-trabalho e como 
regulador de taxas e tarifas. 
II. o desenvolvimento de uma política de privatização das empresas estatais para reduzir o papel do 
Estado na economia. 
III. a minimização do poder dos sindicatos e a redução dos direitos trabalhistas. 
IV. a redução das barreiras para a circulação de mercadorias e capitais entre países, promovendo, 
assim, uma maior abertura econômica. 
Estão corretas: 
a) apenas I, II e IV. 
b) apenas I, III e IV. 
c) apenas I, II e III. 
d) apenas II, III e IV. 
e) I, II, III e IV 
 
 
 
 
7 
Geografia 
 
Gabarito 
 
1. C 
O neoliberalismo se caracteriza por um novo momento de perda da atuação do Estado, também por meio 
das privatizações das empresas públicas. A austeridade, ou seja, corte de despesas e precarização das 
relações de trabalho, também é característica desse momento. 
 
2. C 
A crise de 29 foi uma crise de superprodução. Com os estoques fordistas cheios, os bancos concediam 
créditos para estimular o consumo. A lógica de autorregulaçao do mercado estava dando sinais de 
esgotamento. 
 
3. E 
Com a crise de 29 e a redução do consumo, o Brasil realizou a substituição de importações, começando 
uma importante etapa da industrialização do Brasil. Os períodos de Vargas e JK corresponderam a um 
Estado forte e presente na economia, assim como o período da ditadura, marcado por grandes obras 
estatais. Posterior a esse momento, houve o endividamento dos estados e a abertura econômica que, no 
Brasil, veio junto com a democratização. 
 
4. 
a) Se opunha à teoria econômica liberal, que rejeitava a intervenção do Estado na economia, por se 
estabelecer com base na ideia de que o mercado corrigia naturalmente seus eventuais desbalanços 
ou distorções. Num capitalismo baseado na concorrência, não é difícil imaginar que os preços dos 
produtos oscilavam em cima do valor real da produção e das mercadorias, uma vez que as 
empresas que vendiam mais caro perderiam compradores para os concorrentes que vendiam 
barato, na chamada lei da oferta e da procura, que é uma das bases do sistema capitalista e um 
regulador econômico importante. Porém, com a crise de superprodução e a concessão de créditos, 
realizada para estimular o consumo, houve alterações no sistema capitalista, como a formação de 
cartéis constituídos por grandes empresas, que passam a controlar grande parte da produção, 
assim como ditar e combinar preços superiores ao valor real da mercadoria, reduzindo também o 
consumo. 
b) O presidente Rossevelt ficou conhecido por sua política econômica chamada New Deal, com a 
finalidade de tirar os EUA da recessão. Suas medidas passavam por obras estatais de grande porte, 
subsídios a empresários com dificuldades, gerando empregos e recontratação dos trabalhadores, 
aumento dos gastos sociais e direitos trabalhistas como auxílio desemprego. Essa base possibilitou 
que o consumo permanecesse girando e a economia fosse reaquecida; é o chamado "Estado de 
Bem Estar Social" 
 
5. D 
O Estado não tem papel de mediar e regular a economia no neoliberalismo. Outro importante aspecto é 
a abertura de mercados, compondo a nova economia global, que fortalece as multinacionais. 
 
 
 
 
 
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