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BISSEGURANCA E BIOETICA

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Prévia do material em texto

Biossegurança
e Bioética
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Dra. Michele Putti Paludo
Esp. Mylene Manfrinato dos Reis Amaro
Coordenador de Conteúdo Gustavo Affonso 
Pisano Mateus.
Designer Educacional Aguinaldo Jose Lorca 
Ventura Junior e Janaína de Souza Pontes.
Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira.
Editoração Bruna Stefane Martins Marconato 
e Victor Augusto Thomazini.
Ilustração Marcelo Yukio Goto e Mateus Calmon.
Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro 
Naldei e Thiago Surmani.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; MATEUS, Gustavo Affonso; PALUDO, Michele Putti; 
AMARO, Mylene Manfrinato dos Reis. 
Biossegurança e Bioética. Gustavo Affonso Pisano; Michele 
Putti Paludo; Mylene Manfrinato dos Reis Amaro.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2019. 
208 p.
“Graduação - EAD”.
1. Biossegurança. 2. Normas. 3. Cuidados. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-65-5615-295-0
CDD - 22 ed. 631.52
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação
CEP 87050-900 - Maringá - Paraná
unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Impresso por:
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos 
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William 
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de 
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. 
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes 
e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-gra-
duação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite; Head de Metodologias Ativas Thuinie 
Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristia-
ne Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais 
Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos 
Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina 
Abdalla Normann de Freitas; Supervisão de Projetos 
Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto 
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães 
Cripaldi; Fotos Shutterstock 
PALAVRA DO REITOR
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois 
cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos 
mais de 100 mil estudantes espalhados em todo 
o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo
MEC como uma instituição de excelência, com
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos 
educadores soluções inteligentes para as ne-
cessidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter pelo menos 
três virtudes: inovação, coragem e compromisso 
com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para 
os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as 
quais visam reunir o melhor do ensino presencial 
e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
BOAS-VINDAS
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co-
munidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a 
Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu-
nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é 
importante destacar aqui que não estamos falando 
mais daquele conhecimento estático, repetitivo, 
local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ-
mico, renovável em minutos, atemporal, global, 
democratizado, transformado pelas tecnologias 
digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comu-
nicação têm nos aproximado cada vez mais de 
pessoas, lugares, informações, da educação por 
meio da conectividade via internet, do acesso 
wireless em diferentes lugares e da mobilidade 
dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace-
leraram a informação e a produção do conheci-
mento, que não reconhece mais fuso horário e 
atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber 
cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e 
usar a tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, prio-
rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação 
a Distância (EAD), significa possibilitar o contato 
com ambientes cativantes, ricos em informações 
e interatividade. É um processo desafiador, que 
ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores 
oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida 
sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que 
a EAD da Unicesumar se propõe a fazer.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você 
está iniciando um processo de transformação, 
pois quando investimos em nossa formação, seja 
ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, 
consequentemente, transformamos também a so-
ciedade na qual estamos inseridos. De que forma 
o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe-
lecendo mudanças capazes de alcançar um nível 
de desenvolvimento compatível com os desafios 
que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o 
Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa-
nhará durante todo este processo, pois conforme 
Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na 
transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educa-
cional, complementando sua formação profis-
sional, desenvolvendo competências e habilida-
des, e aplicando conceitos teóricos em situação 
de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como 
principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita 
o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação 
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu-
deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas 
ao vivo e participe das discussões. Além disso, 
lembre-se que existe uma equipe de professores e 
tutores que se encontra disponível para sanar suas 
dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren-
dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili-
dade e segurança sua trajetória acadêmica.
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao nosso material didático intitu-
lado “Biossegurança e Bioética”. A princípio, o título desta obra nos remete 
a uma série de normas e cuidados especiais no manejo de seres vivos ou, 
ainda, aos cuidados necessários para uma rotina laboral adequada. Entre-
tanto, a partir de uma análise aprofundada, será possível compreender o 
quanto a biossegurança e a bioética influenciam nas mais varias áreas que 
se articulam, se associam e regem a atuação dos profissionais de saúde. Para 
elucidar tal afirmação, esta obra foi dividida em5 Unidades elaboradas 
almejando contribuir para a construção do conhecimento acerca desta 
temática de forma ampla e generalista.
A Unidade 1 tem por objetivo apresentar informações e conceitos acerca 
da biossegurança com ênfase nas aplicações dos serviços de saúde. Serão 
apresentadas as recomendações usuais para a realização de atividades se-
guras em ambientes laborais, também conhecidas como boas práticas em 
biossegurança. Além disso, serão apresentados os equipamentos de proteção 
individuais e coletivos comuns aos ambientes de trabalho dos profissionais 
da saúde, bem como informações acerca da percepção e avaliação de riscos 
presentes nestes ambientes. 
A Unidade 2 é destinada a percepção dos riscos presentes nos ambientes 
em que ocorrem práticas comuns aos serviços de saúde, sendo eles os ris-
cos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais. De forma 
complementar, a Unidade 3 apresenta informações específicas da rotina 
laboratorial fundamentais para a prática laboral segura e consciente, por 
exemplo, as diferentes simbologias aplicadas e o mapa de risco.
E, por fim, as Unidades 4 e 5 apresentam aconteúdos voltados a transmissão 
de doenças, medidas de higiene e reflexões sobre a bioética e sua relação 
com os profissionais de saúde, bem como suas respectivas medidas de 
prevenção e controle e as medidas de gerenciamento e descarte de resíduos 
laboratoriais, clínicos e hospitalares, respectivamente.
Assim, gostaríamos de reforçar o convite para, juntos, percorrermos este 
material e para que seja possível multiplicar os conhecimentos acerca de 
tantos assuntos abordados ao longo deste livro. Muito obrigado e bons 
estudos!
CURRÍCULO DO PROFESSOR
Dra. Michele Putti Paludo
Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos da 
Universidade Federal do Rio Grande (2016), Mestrado pelo mesmo programa (2012) e Gra-
duação em Bacharel em Química de Alimentos pela Universidade Federal de Pelotas (2008). 
Tem experiência na área de alimentos funcionais, principalmente em produtos a base de 
okara e arroz, e Engenharia de Bioprocessos, com ênfase no cultivo de microalgas utilizan-
do coprodutos industriais, isolamento de microrganismos potencialmente produtores de 
lipase, enzimas imobilizadas e síntese de ésteres de aroma frutal. Pós-doutorado na área de 
tratamento de águas contaminadas com pesticidas a partir do desenvolvimento de novos 
adsorventes derivados de grafeno (2017).
Currículo disponível em: <http://lattes.cnpq.br/7239624982564924>.
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
Mestre e Doutor em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), 
Especialização em Docência no Ensino Superior e Análise Ambiental pela mesma instituição 
e Graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar). Expe-
riência nas áreas de Fitossanidade, com ênfase em fungos fitopatogênicos e Tratamentos 
Alternativos de Água e Efluentes, em especial com os temas: processos de separação por 
membranas e coagulantes naturais. Atualmente, é coordenador de cursos de graduação na 
modalidade à distância no EAD da Unicesumar.
Currículo disponível em: <http://lattes.cnpq.br/1379816809384173>.
Me. Mylene Manfrinato dos Reis Amaro
Mestranda em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário de Maringá - UniCesumar. Bolsista 
Taxa do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP/
CAPES). Especialista em Direito Civil pela Uniasselvi. Pós-Graduanda em Docência no Ensino 
Superior – Unicesumar, Pós-Graduanda em Gestão e Tecnologias Ead – Uniasselvi. Membra 
do grupo de Pesquisa “Proteção Integral da Pessoa: Interações dos Direitos Humanos, dos 
Direitos Fundamentais e dos Direitos da Personalidade e Grupo de Pesquisa: Reconhecimento 
e Garantia dos Direitos da Personalidade. Advogada no Paraná. Graduada no Curso de Direi-
to da Instituição de Ensino Superior UNICESUMAR, da cidade de Maringá-PR. Foi estagiária 
no PROCON - SARANDI (2014 - 2015), PROCURADORIA DO MUNICÍPIO DE SARANDI (2015), 
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - UNICESUMAR (2017) e CENTRO JUDIÁRIO DE SOLUÇÃO DE 
CONFLITOS - CEJUSC UNICESUMAR (2017 e 2019). Pesquisadora no Programa Institucional 
de Iniciação Cientifica PIC - UNICESUMAR (2016 - 2017 e 2019). Tem experiência na área de 
Direito, com ênfase em Direitos da Personalidade, Direito de Família e Sucessões e Direito 
Penal. Advogada.
Biossegurança 
Aplicada aos 
Serviços de Saúde
 13
Riscos Ambientais
 49
Especificidades em 
Rotina Laboratorial
 89
Transmissão de 
Doenças, Medidas de 
Higiene e Bioética
125
Gerenciamento 
e Descarte de 
Resíduos 
Laboratoriais e dos 
Serviços de Saúde
175
65 Riscos Biológicos
Utilize o aplicativo 
Unicesumar Experience 
para visualizar a 
Realidade Aumentada.
152 Pirâmide Principiológica da Bioética
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Dra. Michele Putti Paludo
Dr. Gustavo Affonso Pisano Mateus
• Conceituar Biossegurança e conhecer seus campos de 
atuação.
• Compreender as boas práticas laboratoriais voltadas aos 
serviços em saúde. 
• Conhecer os diferentes equipamentos de proteção indi-
vidual e coletivo.
• Entender os principais programas relacionados à percep-
ção e avaliação de riscos em serviços de saúde.
Introdução à 
Biossegurança
Boas Práticas em 
Biossegurança
Percepção e Avaliação 
de Riscos em Serviços 
de Saúde
Equipamentos de 
Proteção Individual 
(EPI) e Coletiva (EPC)
Biossegurança Aplicada 
aos Serviços de Saúde
Introdução à 
Biossegurança
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Nesta 
primeira unidade de nosso material didático da 
disciplina de Biossegurança e Bioética, iremos 
conhecer um pouco sobre as diferentes áreas 
de atuação e as competências da Biossegurança, 
sendo uma delas voltada ao desenvolvimento de 
técnicas e procedimentos inovadores, e a outra 
voltada à segurança ambiental. 
Mediante ao conteúdo apresentado, será pos-
sível inferir acerca da relevância desta disciplina 
em cursos da área da saúde, especialmente no que 
tange aos serviços de atendimento populacional 
em saúde. 
As práticas associadas à Biossegurança per-
meiam boas condutas em ambientes laboratoriais 
voltadas à saúde, mediante às orientações e ins-
truções sobre uso e aplicação dos instrumentos 
de proteção individual e coletiva, indispensáveis 
para a realização das atividades relacionadas aos 
serviços de saúde e que são fundamentais para 
a garantia da saúde dos profissionais e do meio 
ambiente laboral e natural.
15UNIDADE 1
Apresentaremos, também nesta unidade, in-
formações sobre a avaliação dos possíveis riscos 
associados às atividades dos serviços de saúde, 
voltados ao bem estar laboral e ao controle de 
possíveis complicações atreladas a estas ativida-
des, como é o caso das infecções hospitalares, que 
demandam atenção e cuidados especiais em seu 
controle e prevenção. 
Avaliar os riscos inerentes às atividades se faz 
necessário para orientar os padrões de segurida-
de a serem adotados, além de estarem relacio-
nados a classificações e aos níveis de segurança 
laboratoriais. 
Por fim, nesta unidade de estudo, esperamos 
apresentar informações básicas e essenciais para 
fomentar sua atuação como futuro profissional da 
saúde, de forma crítica e ampla, possibilitando o 
desenvolvimento de procedimentos operacionais 
adequados necessários para uma atuação/gestão 
eficaz. 
Antes de nos aventurarmos pelas áreas de ação 
da Biossegurança, é necessário definirmos esse 
campo do conhecimento em função dos inúmeros 
conceitos apresentados na literatura, para tanto, a 
fim de melhor compreendermos, iremos conhecer 
algumas definições de forma simples e objetiva, 
vamos lá?
Inicialmente, biossegurança pode ser definida 
como o conjunto de procedimentos, ações, técni-
cas, metodologias, equipamentos e dispositivos 
capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes 
às atividades de pesquisa, produção, ensino, de-
senvolvimento tecnológico e prestação de serviços 
que podemcomprometer a saúde do homem, ani-
mais, meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos 
desenvolvidos (TEIXEIRA; VALLE, 2010).
Uma outra definição, apresentada pela Comis-
são Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-
Bio, 2009, on-line)1, está associada à garantia no 
avanço dos processos tecnológicos, bem como 
na proteção da saúde humana, animal e do meio 
ambiente.
Além destes, segundo Alves e Pacheco (2015), 
existem outros conceitos para a biossegurança 
relacionados à prevenção de acidentes em am-
bientes ocupacionais, o que inclui o conjunto de 
medidas técnicas, administrativas, educacionais, 
médicas e psicológicas.
Com esta aproximação de algumas definições, 
verifica-se que o objetivo principal da biossegu-
rança é orientar um ambiente de trabalho no qual 
se promova a contenção dos riscos de exposição 
a agentes potencialmente nocivos ao trabalha-
dor, ao paciente e ao meio ambiente. Os méto-
dos utilizados para obtenção dessa contenção 
representam as bases da biossegurança e são ditos 
primários ou secundários.
A contenção, ou barreira primária, visa a pro-
teção do trabalhador e do ambiente de trabalho 
contra a exposição a agentes infecciosos, podendo 
ser obtida por meio de práticas microbiológicas 
seguras e pelo uso adequado dos equipamentos 
de segurança. Estes evitam casos de contaminação 
nos mais variados ambientes de trabalho, como 
em laboratórios em situações de vacinas (hepatite 
B por exemplo), hospitais, clínicas de podologia, 
clínicas odontológicas, salões de beleza, terapeutas 
capilares, clínicas de estética, clínicas médicas e 
outras, contribuindo na proteção pessoal. 
As barreiras secundárias dizem respeito à 
construção ou reforma de laboratórios, clínicas, 
hospitais e outros, quanto a sua localização e 
instalações físicas, as quais são importantes para 
proporcionar uma barreira de proteção para pes-
soas dentro e, principalmente, fora do ambiente 
de trabalho, bem como para o meio ambiente. 
Os tipos de barreiras secundárias dependerão 
do risco de transmissão dos agentes específicos 
manipulados no local. 
16 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
São alguns exemplos de barreiras secundárias: 
a localização distante do acesso público, a presen-
ça de sistemas de ventilação especializados em 
assegurar o fluxo de ar unidirecionado, sistemas 
de tratamento de ar para a descontaminação ou 
remoção do ar liberado e câmaras pressurizadas 
como entradas de laboratório (BRASIL, 2006a). 
Nas próximas unidades, veremos quais são e que 
riscos essas barreiras previnem. 
Histórico em Biossegurança
O conceito de biossegurança começou a ser mais 
fortemente construído no início de 1970, na Cali-
fórnia, após o surgimento da engenharia genética, 
por meio da transferência e expressão do gene 
da insulina para Escherichia coli. Essa primeira 
experiência, em 1973, provocou forte reação da 
comunidade científica mundial, fato que culmi-
nou na realização da Conferência de Asilomar, em 
1974. Nessa conferência, foram tratadas questões 
acerca dos riscos das técnicas de engenharia gené-
tica e sobre a segurança dos espaços laboratoriais 
(ALBUQUERQUE, 2001).
A partir da Conferência de Asilomar, origina-
ram-se as normas de biossegurança do National 
Institute of Health (NIH), dos EUA. Seu mérito, 
portanto, foi o de alertar a comunidade científica, 
principalmente quanto às questões de biossegu-
rança inerentes à tecnologia de DNA recombinan-
te. Desde então, a maioria dos países centrais viu-se 
diante da necessidade de estabelecer legislações e 
regulamentações para as atividades que envolves-
sem a engenharia genética (ALMEIDA; VALLE, 
1999; ALMEIDA; ALBUQUERQUE, 2000).
Em 1980, a Organização Mundial de Saúde 
conceituou a biossegurança como práticas de pre-
venção para o trabalho em laboratório com agen-
tes patogênicos e, além disso, classificou os riscos 
como biológicos, químicos, físicos, radioativos e 
ergonômicos. Na década seguinte, observou-se a 
inclusão de temas, tais como ética em pesquisa, 
meio ambiente, animais e processos envolvendo 
tecnologia de DNA recombinante em programas de 
biossegurança (COSTA, M. A.; COSTA, M. F., 2002).
No Brasil, de acordo com Shatzmayr (2001), 
a biossegurança só se consolidou como área es-
pecífica nas décadas de 70 e 80, em decorrência 
do grande número de relatos de graves infecções 
ocorridas em laboratórios e também de uma 
maior preocupação em relação às consequências 
que a manipulação experimental de animais, plan-
tas e microrganismos poderia trazer ao homem e 
ao meio ambiente. 
Em 1995, foi implementada a Comissão Téc-
nica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a fim 
de estabelecer normas às atividades que envolvam 
construção, cultivo, manipulação, uso, transpor-
te, armazenamento, comercialização, consumo, 
liberação e descarte relacionados a organismos 
geneticamente modificados (OGMs) em todo o 
território brasileiro (SCHOLZE, 1999). 
Tais normas, além de tratarem da minimiza-
ção dos riscos em relação aos OGMs, envolvem 
os organismos não geneticamente modificados e 
suas relações com a promoção de saúde no am-
biente de trabalho, no meio ambiente e na comu-
nidade (GARCIA; ZANETTI-RAMOS, 2004). 
A CTNBio é composta por membros titulares e 
suplentes, que representam o conhecimento das 
áreas humana, animal, vegetal e ambiental, e está 
vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia 
(SCHOLZE, 1999).
Em 19 de fevereiro de 2002, foi criada a Comis-
são de Biossegurança em Saúde (CBS) no âmbito 
17UNIDADE 1
do Ministério da Saúde. A CBS trabalha com o objetivo de definir 
estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de 
biossegurança, procurando sempre o melhor entendimento en-
tre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam com o tema 
(BRASIL, 2006a).
Anos depois, em 2005, o governo brasileiro sancionou a Lei 
de Biossegurança (Lei n° 11.105/2005), a qual trata dos estudos 
científicos envolvendo células-tronco embrionárias e o plantio de 
sementes transgênicas no país (BRASIL, 11.105/2005).
Entretanto, no Brasil, existem duas vertentes acerca da biossegu-
rança, sendo uma relacionada à legislação e a outra voltada à prática 
propriamente dita. A legal está voltada à manipulação de OGMs e 
de células tronco, regulamentada pela Lei n° 11.105/2005. Já a pra-
ticada relaciona-se aos riscos químicos, físicos, biológicos, ergonô-
micos e de acidentes encontrados nos ambientes laborais, amparada, 
principalmente, pelas normas regulamentadoras do Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE), Resoluções da Agência Nacional de 
Vigilância em Saúde (ANVISA) e do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), entre outras (COSTA, 2005).
Por fim, está pequena perspectiva histórica na variação das abor-
dagens em Biossegurança nos dá uma singela noção da amplitude 
dessa área do conhecimento tão essencial a diversas outras áreas 
relacionadas à saúde ambiental e da população.
Classificação dos Riscos 
Associados à Biossegurança
Torna-se impossível discutir biossegurança sem a associarmos aos 
riscos laborais, sobretudo, quando existem legislações que regula-
mentam práticas laborais específicas aos trabalhadores da área da 
saúde. Devido a relevância do assunto, os riscos serão esgotados 
em outra unidade; entretanto, uma discussão não exaustiva se faz 
necessária devido à influência dos riscos nas classificações de ati-
vidades e também nas esferas de trabalho.
O risco denota incerteza em relação a um evento futuro, sendo 
definido como a probabilidade de ocorrer um acidente causando 
algum tipo de dano, lesão ou enfermidade. Hirata e Filho (2002) 
18 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
classificam os riscos em: riscos de acidentes, ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. A seguir, você 
conhecerá brevemente cada um dos riscos apresentados:
Os riscos de acidentes são aqueles relacionados a situações de perigo que possam afetar a in-
tegridade, o bem-estar físico e moral dos indivíduos nos laboratórios. São exemplos de riscos 
de acidentes: uso de equipamentossem proteção, armazenamento ou descartes impróprios de 
substâncias químicas, instalações elétricas com fios expostos ou com sobrecarga, dentre outros 
(SANGIONI et al., 2013).
Riscos de acidentes 
Correspondem a qualquer ocorrência que venha a interferir nas características psicofisiológicas 
do indivíduo, podendo gerar desconforto ou afetando sua saúde. É o caso das lesões causadas 
pelo esforço repetitivo (LER) e as doenças ortomusculares relacionadas com o trabalho (DORT) 
(SANGIONI et al., 2013). Para evitá-los, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho, sob 
os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico, modernização de máquinas e equipamen-
tos, entre outras (PEREIRA et al., 2014).
Riscos ergonômicos
Os riscos físicos correspondem às diversas formas de energia que os indivíduos estão expostos, 
podendo ser originadas de equipamentos ou de outras fontes. São os ruídos, vibrações, tempe-
raturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontia-
gudos (SANGIONI et al., 2013).
Riscos físicos
São os riscos associados a todas substâncias, compostos ou produtos nas formas de gases, va-
pores, poeiras, fumaças, fumos, névoas ou neblinas, que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória ou pelo contato por meio da pele ou ingestão (SANGIONI et al., 2013).
Riscos químicos
Esse risco abrange a manipulação dos agentes e materiais biológicos. São considerados agentes 
biológicos: vírus, bactérias, fungos, parasitas, príons, OGMs, além das amostras biológicas prove-
nientes das plantas, dos animais e dos seres humanos (sangue, urina, fezes, tecidos, entre outras) 
(SANGIONI et al., 2013).
Riscos biológicos
19UNIDADE 1
Apesar de todos os riscos expostos se apresentarem relevantes, os 
biológicos ganham destaque. Nesse sentido, os agentes biológicos 
são divididos em classes de 1 a 4 e a classe de risco especial (BRASIL, 
2006b).
a ) Classe de risco 1
Agentes biológicos que oferecem baixo risco individual e 
para a coletividade, conhecidos por não causarem doenças 
em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplos: Lactoba-
cillus sp., Bacillus.
b ) Classe de risco 2
Agentes biológicos de moderado risco individual e limita-
do risco para a comunidade, que provocam infecções no 
homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na 
comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, 
e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas 
eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni (agente da esquis-
tossomose).
c ) Classe de risco 3
Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e 
moderado risco para a comunidade, transmitidos por via 
respiratória e que causam patologias humanas ou animais, 
potencialmente letais, para as quais existem, usualmente, 
medidas de tratamento e/ou de prevenção. Representam 
risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, 
podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus 
anthracis (agente do Anthrax).
d ) Classe de risco 4
Agentes biológicos que oferecem alto risco individual e para 
a comunidade, com alto poder de transmissibilidade por via 
respiratória ou de transmissão desconhecida. Podem causar 
doenças graves ao ser humano, ainda não existem meios efi-
cazes para a sua profilaxia ou tratamento. Esta classe inclui, 
principalmente, os vírus. Exemplo: Vírus Ebola.
e) Classe de risco especial
Agentes biológicos que oferecem alto risco de causar doença 
animal grave e de disseminação no meio ambiente. Inclui 
agentes biológicos de doença animal não existente no país 
e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de 
importância para o homem, podem gerar graves perdas eco-
nômicas e/ou na produção de alimentos. Exemplo: Vírus da 
influenza A aviária.
20 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Assim, com base na avaliação dos riscos, há a determinação do caminho a ser seguido, rela-
cionados ao desenvolvimento de atividades laborais como forma de alcançar a prevenção, a 
minimização ou a eliminação, evitando-se não somente os acidentes que possam ocorrer, mas 
também a exposição dos profissionais de saúde aos agentes presentes no ambiente de trabalho, 
além da disseminação de microrganismos patogênicos ou de agentes de risco que possam 
impactar na saúde pública. A Figura 1 representa a complexidade das ações de biossegurança, 
segundo Cardoso (2016): 
Serviço
de saúde
Usuário
Serviço
Ambiente
Risco de
acidente
Risco ergonômico
Risco físico
Risco químico
Risco biológico
Vigilância médica
Descontaminação
Equipamentos de
proteção
Projeto e 
construção
de instalações
Boas práticas
Qualidade de 
serviços
Monitoramento
Segurança predial
Figura 1 - Complexidade das ações em Biossegurança
Fonte: adaptada de Cardoso (2016). 
Níveis de Biossegurança
Os níveis de biossegurança ou de biocontenção 
são designados em ordem crescente (NB-1 a NB-
4), de acordo com o grau de proteção proporcio-
nado ao pessoal do laboratório, ao meio ambiente 
e à comunidade. Práticas mais ou menos rígidas 
poderão ser adotadas quando temos uma infor-
mação específica que possa sugerir a virulência, 
patogenicidade, os padrões de resistência aos 
antibióticos e às vacinas e a disponibilidade de 
tratamento ou outros fatores significativamente 
alterados (BRASIL, 2006a). 
Desta forma, para Penna et al. (2010), os la-
boratórios são divididos respeitando os níveis de 
biossegurança:
Nível de biossegurança 1 (NB-1): é o nível 
necessário ao trabalho que envolva agentes biológi-
cos da classe de risco 1. Representa um nível básico 
de contenção, que se fundamenta na aplicação das 
boas práticas laboratoriais (BPLs), na utilização de 
equipamentos de proteção e na adequação das ins-
talações. O Bacillus subtilis e Naegleria gruberi são 
exemplos de micro-organismos que se enquadram 
nesse nível (BRASIL, 2006a).
Nível de biossegurança 2 (NB-2): é o nível 
exigido para o trabalho com agentes biológicos 
da classe de risco 2. O acesso ao laboratório deve 
ser restrito a profissionais da área (professores e 
técnicos) e aos acadêmicos que estejam desenvol-
21UNIDADE 1
vendo atividades de ensino, pesquisa e extensão, 
mediante a autorização do profissional respon-
sável. O vírus da hepatite B, o HIV, a salmonela 
e o Toxoplasma spp. são exemplos de microrga-
nismos designados para esse nível de contenção 
(BRASIL, 2006a).
É importante destacar que os laboratórios 
de ensino de microbiologia vinculados às insti-
tuições de ensino superior equivalem aos níveis 
NB-1 e NB-2. Nas atividades realizadas nestes 
laboratórios, há a manipulação de microrganis-
mos e parasitas de baixo risco biológico, estando 
associadas, principalmente, ao desenvolvimento 
das aulas práticas, das ações de extensão e de pes-
quisa (SANGIONI et al., 2013).
Nível de biossegurança 3 (NB-3): esse nível 
é aplicável aos locais onde forem desenvolvidos 
trabalhos com agentes biológicos da classe de ris-
co 3. O Mycobacterium tuberculosis, o vírus da 
encefalite de St. Louis e a Coxiella burnetii são 
exemplos de microrganismos determinados para 
esse nível (BRASIL, 2006a).
Nível de biossegurança 4 (NB-4): esse nível 
é exigido às atividades que manipulem os agentes 
biológicos da classe de risco 4 e agentes especiais. 
Nesse tipo de laboratório, o acesso dos profissionais 
deve ser controlado por um sistema de segurança 
rigoroso. Os vírus, como os de Marburg ou da febre 
hemorrágica Criméia-Congo, são manipulados no 
nível de biossegurança 4 (BRASIL, 2006a).
Norma Regulamentadora 
(NR) 32
Para finalizarmos este tópico, é importante des-
tacar uma importante norma de biossegurança 
que trata da Segurança e Saúde no Trabalho em 
Serviços de Saúde, a NR 32, criada pelo Ministé-
rio do Trabalho e Emprego. O objetivo dessa NR 
é agrupar o que já existe no país em termos de 
legislação e favorecer os trabalhadores da saúde, 
estabelecendo diretrizes para implementação de 
medidas de proteção à saúde e segurança destes.
Essa norma trata, ainda, dos riscos biológicos, 
químicos, das radiações ionizantes,dos resíduos, 
das condições de limpeza e conservação e da 
manutenção de máquinas e equipamentos em 
serviços que prestam assistência à saúde (BRA-
SIL, 2005).
A Norma Regulamentadora (NR) 32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a 
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
Conheça a NR 32 na íntegra no site: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm>.
22 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
A biossegurança envolve a análise dos riscos a que 
os profissionais de saúde estão constantemente 
expostos em suas atividades e ambientes de tra-
balho. A avaliação de tais riscos engloba vários 
aspectos, sejam relacionados aos procedimentos 
adotados, às chamadas boas práticas em labora-
tório, aos agentes biológicos manipulados, à in-
fraestrutura dos laboratórios ou informacionais, 
como à qualificação das equipes (BRASIL, 2006c).
As boas práticas em biossegurança seguem as 
mesmas premissas das boas práticas laboratoriais 
(BPLs), que compreendem um conjunto de nor-
mas, procedimentos e atitudes de segurança, que 
visam minimizar os acidentes que envolvam as 
atividades desempenhadas pelos laboratoristas, 
bem como incrementar a produtividade, assegu-
rar a melhoria da qualidade dos serviços desen-
volvidos e, ainda, auxiliar na manutenção de um 
ambiente seguro. Sendo assim, os cuidados com 
a biossegurança dos espaços de atendimento à 
população, abrange as mesmas prudências utili-
zadas nos laboratórios. 
Ressalta-se que a utilização das BPLs requer 
a aplicação do bom senso e prudência dos pro-
fissionais ao desenvolver cada atividade (MAS-
TROENI, 2005; ARAÚJO et al. 2009; SANGIONI 
Boas Práticas 
em Biossegurança
23UNIDADE 1
et al., 2013). Portanto, a não utilização de forma 
adequada das BPLs pode ocasionar riscos imi-
nentes no âmbito laboratorial.
As BPLs padrões nos laboratórios devem ser 
conhecidas e aplicadas por todos os usuários 
(SANGIONI et al., 2013). Essas medidas, ainda, 
são constituídas por atividades organizacionais 
do ambiente de trabalho e por procedimentos 
básicos, como a utilização de Equipamentos de 
Proteção Individual (EPIs) e Equipamentos de 
Proteção Coletivos (EPCs), limpeza e higieniza-
ção do ambiente laboratorial, dentre outras.
A seguir, vamos apresentar a importância de 
Procedimentos Operacionais Padrão (POP) e tam-
bém algumas práticas laboratoriais adotadas para 
equipamentos, profissionais, materiais e ambiente 
(MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009; 
PENNA et al., 2010; SANGIONI et al., 2013).
Procedimentos Operacionais 
Padrão (POP)
Com o intuito de garantir a aplicação dos prin-
cípios das BPLs, um dos instrumentos utilizados 
nos laboratórios são os Procedimentos Operacio-
nais Padrão (POP). Segundo Molinaro, Caputo 
e Amendoeira (2009), o POP pode ser definido 
como um documento que expressa o planejamen-
to do trabalho, a fim de padronizar e minimizar a 
ocorrência de desvios na execução das atividades 
e, assim, garantir aos usuários serviços ou produ-
tos livres de variáveis indesejáveis, independen-
temente de quem as realize. Um Procedimento 
Operacional Padrão tem como meta garantir que 
a qualidade seja a mesma em todas as etapas do 
processo em qualquer momento.
O POP descreve cada passo crítico e sequencial 
que deverá ser dado pelo operador para garantir o 
resultado esperado da tarefa. Na área da saúde, os 
POPs ficam contidos em manuais com a finalida-
de de esclarecer dúvidas e orientar a execução das 
ações e devem estar de acordo com as diretrizes e 
normas da instituição, ser atualizados sempre que 
necessário e deverão ser seguidos por todos (médi-
cos, enfermeiros e auxiliares) de forma padronizada 
(GUERRERO; BECCARIA; TREVIZAN, 2011).
Mas como elaboramos um POP?
A figura a seguir informa, de maneira geral, 
alguns passos importantes para a elaboração de 
um Procedimento Operacional Padrão.
Descrição das etapas da tarefa e de seus executadores
e responsáveis
Nome do POP
Objetivo do POP
Documentos de referência
(manuais)
Local de aplicação
Sigla (se houver)
Fluxograma
Local onde poderá ser encontrado e o nome
do responsável pela guarda e atualização
Frequência de atualização
Forma que será gerado ( papel, eletrônico)
Gestor (quem colaborou)
Responsável
Figura 2 - Fluxograma para elaboração de um POP
Fonte: Gourevitch e Morris (2008).
24 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Com base no fluxograma, nota-se que o POP deve 
conter informações suficientes para que todos os 
colaboradores possam utilizá-lo como um guia, 
assim como, em caso de dúvida, saibam onde bus-
car mais informações ou a quem recorrer (GOU-
REVITCH; MORRIS, 2008).
Para Gourevitch e Morris (2008), o POP é um 
instrumento destinado a quem executa a tarefa; este 
deve ser simples, completo e objetivo para que possa 
ser interpretado por todos os colaboradores. Quanto 
a sua aplicação, representa a base para garantir a 
padronização de tarefas e assegurar aos usuários um 
serviço ou produto livre de variações (não confor-
midades) que poderão interferir na qualidade final.
Assim, os POPs são recursos tecnológicos im-
portantes na prática de saúde e, como tal, devem 
ser validados, uma vez que, dessa forma, adqui-
rem credibilidade científica, a ponto de serem 
eficazes no processo de mudança da prática as-
sistencial, bem como na melhoria do resultado do 
desempenho dos profissionais. Os POPs ajudam 
a sintetizar a informação mediante uma estrutura 
concisa e promovem a tradução do conhecimento 
para melhorar a prática (GERAIX; CAMPOS, G. 
CAMPOS, R. 2007; CUNHA; LEITE, 2008).
Boas Práticas Laboratoriais 
e Clínicas Aplicadas a 
Equipamentos
Os equipamentos de laboratório requerem condi-
ções apropriadas para cumprirem sua funcionali-
dade, além de contarem com a conduta ética dos 
profissionais que irão utilizá-los. Os itens a seguir 
descrevem boas práticas laboratoriais e orienta-
ções de utilização destinadas aos manuseio dos 
equipamentos. Portanto, os equipamentos devem:
a. Ser configurados regularmente e estar em 
locais apropriados, livre de interferências 
(corrente de ar, vibrações, umidade, inci-
dência de luz solar e calor).
b. Ser operados apenas por profissionais trei-
nados e capacitados.
c. Estar em condições de utilização e seguir 
um plano rigoroso de validação, qualifica-
ção, calibração, esterilização e manutenção.
d. Possuir orientações em relação a sua utili-
zação presentes nos procedimentos opera-
cionais padrões (POP).
e. Ser inspecionados regularmente e man-
tidos em condições adequadas para ope-
ração por pessoas qualificadas para esse 
trabalho, como profissionais treinados, 
vinculados a empresas do segmento. 
Boas Práticas Laboratoriais 
e Clínicas Aplicadas a 
Profissionais e Usuários
As Boas Práticas são de grande importância 
para os colaboradores e usuários do local, uma 
vez que elas prezam pela segurança e proteção 
de todos. A seguir, estão descritas algumas me-
didas:
a. É proibido a ingestão e/ou o preparo de ali-
mentos e bebidas, fumar, mascar chicletes 
e manipular lentes de contato.
b. Evitar o uso de qualquer tipo de acessórios/
adornos durante as atividades laborato-
riais.
c. Pipetar com a boca é expressamente proi-
bido e jamais se deve colocar na boca ob-
jetos de uso no laboratório (canetas, lápis, 
borrachas, entre outros).
25UNIDADE 1
d. Observar os princípios básicos de higiene, 
como manter as mãos limpas e unhas apa-
radas; sempre lavar as mãos antes e após 
vários procedimentos. Se não existirem 
pias no local, líquidos antissépticos devem 
estar à disposição para limpeza das mãos.
e. Trajar roupas de proteção durante as ativi-
dades laboratoriais, como: jalecos, aventais, 
macacões, entre outros. Essas vestimentas 
não devem ser usadas em outros ambientes 
fora do laboratório ou clínica como: escri-
tório, biblioteca, salas de estar e refeitórios.
f. Usar luvasde procedimentos somente nas 
atividades laborais e evitar tocar em obje-
tos de uso comum.
g. Usar os equipamentos de proteção ade-
quados durante o manuseio de produtos 
químicos.
h. Utilizar calçados fechados, confortáveis e 
antiderrapante.
i. Manter os artigos de uso pessoal fora das 
áreas destinadas às atividades laboratoriais.
j. Manusear, transportar e armazenar mate-
riais (biológicos, químicos e vidrarias) de 
forma segura para evitar qualquer tipo de 
acidente. O manuseio de produtos quími-
cos voláteis, metais, ácidos e bases fortes, 
entre outros, necessita ser realizado em ca-
pela de segurança química. As substâncias 
inflamáveis precisam ser manipuladas com 
extremo cuidado, evitando-se proximida-
de de equipamentos e fontes geradoras de 
calor.
k. Acidentes ocorridos devem ser documen-
tados e avaliados para correções e preven-
ções.
l. Os trabalhadores devem ser devidamente 
treinados e informados.
m. Dependendo do local, evitar trabalhar so-
zinho, como no caso dos laboratórios, e 
jornadas de trabalho prolongadas, como 
em atendimentos em clínicas, em que o 
excesso de atividade diária possa levar a 
lesões por esforços repetitivos ou dores 
osteoarticulares do trabalho.
Boas Práticas Laboratoriais 
e Clínicas Aplicadas a 
Materiais e Reagentes
A seguir, estão apresentadas medidas de Boas Prá-
ticas adotadas para materiais e reagentes:
a. Identificar todos os produtos químicos 
e frascos com soluções, medicamentos, 
princípios ativos, ácidos, cosméticos, cos-
mecêuticos e reagentes, os quais devem 
conter a indicação do produto, condições 
de armazenamento, prazo de validade e 
toxidade do produto.
b. Acondicionar os resíduos biológicos e 
químicos em recipientes adequados, e que 
apresentem condições seguras para enca-
minhá-los ao serviço de descarte.
c. Armazenar adequadamente matérias-pri-
mas, padrões, reagentes e demais insumos, 
avaliando-se o grau de risco, compatibili-
dades, incompatibilidades, bem como as 
condições ideais de luz, umidade e tem-
peratura de armazenamento.
d. O descarte dos materiais cortantes deve ser 
realizado em recipientes de paredes rígidas, 
com tampa e devidamente identificado.
e. No descarte, as agulhas usadas não devem 
ser dobradas, quebradas, reutilizadas, reca-
peadas, removidas das seringas ou mani-
26 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
puladas antes de desprezadas. Seu descarte 
deve ser feito em recipiente adequado a 
material perfurocortante (como caixas de 
papelão específicas para coletar material 
perfurocortante descartável provenientes 
das ações de atenção à saúde - descarpark).
f. Assegurar que os resíduos biológicos sejam 
descontaminados antes de serem descar-
tados.
Vale destacar que, além de todas essas medidas, 
a Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) parametrizou símbolos de segurança nos 
rótulos, a fim de lembrar aos usuários o risco do 
manuseio inadequado ou a exposição a um pro-
duto, representando nos pictogramas os primeiros 
sintomas com o contato da substância (MOLINA-
RO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009). 
Boas Práticas Laboratoriais 
Aplicadas ao Ambiente 
Laboratorial
Algumas BPLs aplicadas ao ambiente laboratorial 
estão descritas a seguir:
a. Restringir o acesso de pessoas ao laborató-
rio, isto é, somente os indivíduos autoriza-
dos pelos coordenadores e professores po-
dem ingressar nos ambientes laboratoriais.
b. Visitas de crianças no laboratório é desa-
conselhável.
c. Não é recomendado que haja plantas no 
interior do laboratório.
d. Garantir que a limpeza dos laboratórios 
(bancadas, pisos, equipamentos, instru-
mentos e demais superfícies) sejam reali-
zadas regularmente antes e imediatamente 
após o término das atividades laboratoriais. 
Em caso de derramamentos, dependendo 
do tipo e quantidade de material biológi-
co disseminado, pode-se empregar para a 
descontaminação do local álcool 70% ou 
solução de hipoclorito de sódio a 10%.
e. O descarte de resíduos deve ser feito de 
maneira que não comprometa a saúde dos 
profissionais e do meio ambiente.
f. Todo laboratório deve ser sinalizado de 
forma a facilitar a orientação dos usuários 
e advertir quanto aos potenciais riscos 
presentes no local. A utilização correta e 
o respeito à sinalização de segurança são 
entendidos como barreiras primárias das 
medidas de contenção.
g. Instituir um programa de controle de roe-
dores e vetores nos laboratórios.
h. Disponibilizar kits de primeiros socorros 
e promover a capacitação dos usuários em 
segurança e emergência nos laboratórios.
Segundo Molinaro, Caputo e Amendoeira (2009), 
o Ministério da Saúde recomenda que o símbolo 
de risco biológico seja disposto na entrada do la-
boratório, informando também o microrganismo 
manipulado, a classe de risco, o nome do pesqui-
sador responsável e o telefone de contato. Além 
disso, deve conter a frase: “Proibida a entrada de 
pessoas não autorizadas”. 
Diante do que foi exposto, observa-se que a 
adoção das Boas Práticas Laboratoriais assume 
uma importância primordial para a melhoria da 
qualidade do ambiente de trabalho, asseguran-
do a proteção tanto dos profissionais quanto dos 
usuários do serviço. 
27UNIDADE 1
Como vimos no item anterior, alguns equipamen-
tos são necessários para a realização das BPL, sen-
do eles os equipamentos de proteção individual e 
coletiva. Os equipamentos de proteção são barrei-
ras primárias que visam a proteger o profissional 
(individual) e o ambiente (coletivo). 
A Norma Regulamentadora n° 6, do Ministério 
do Trabalho e Emprego, estabelece que o emprega-
dor é obrigado a fornecer ao trabalhador equipa-
mentos de proteção individual (EPI), orientando e 
treinando sobre o uso adequado, guarda e conser-
vação, realizando periodicamente a higienização e 
a manutenção, substituindo imediatamente sem-
pre que danificado e extraviado (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
Os trabalhadores da área da saúde que atuam 
em hospitais, clínicas e laboratórios são considera-
dos como categoria profissional de alto risco, pois 
estão frequentemente expostos aos riscos bioló-
gicos, em especial, quando manuseiam fluídos 
corpóreos e sangue (NISHIDE; BENATTI, 2004). 
Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI) 
e Coletiva (EPC)
28 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Assim, é fundamental que o profissional da 
saúde utilize os equipamentos de forma correta, 
pois, descartáveis ou não, deverão estar à dispo-
sição e em número suficiente nos postos de tra-
balho, de forma que seja garantido seu imediato 
fornecimento ou reposição (SKRABA; NICKEL; 
WOTKOSKI, 2006). 
Destaca-se, ainda, que tais medidas de prote-
ção tornaram-se alvo de preocupações a partir 
da epidemia da Síndrome da Imunodeficiência 
Humana (AIDS), com a ocorrência do primeiro 
caso comprovado de contaminação em um hospi-
tal na Inglaterra (TEIXEIRA; VALLE, 2010). Fatos 
como este nos permitem ressaltar a importância 
da biossegurança aplicada à área da saúde.
Os equipamentos de proteção não devem ser 
inseridos de forma autoritária na rotina de 
trabalho. É fundamental que os colaboradores 
e profissionais da saúde receba capacitação para 
utilizá-los e tenha um prazo para se adaptar; 
caso contrário, ao invés de proteger, esses 
equipamentos poderão tornar-se elementos 
geradores de acidentes. Devemos, também, 
levar em consideração o conforto proporcionado 
pelos equipamentos e a qualidade do produto e, 
ainda, exigir, junto ao Ministério do Trabalho, o 
Certificado de Aprovação (CA) (TEIXEIRA; VALLE, 
2010).
Portanto, caro(a) aluno(a), a utilização desses 
equipamentos é de extrema importância, sobre-
tudo em serviços de saúde. E, muitas vezes, eles se 
fazem presentes em nosso cotidiano, mesmo sem 
percebermos. Você sabe quais são os EPIs e EPCs 
utilizados na área da saúde?
Equipamentos de Proteção 
Individual (EPIs)
Os EPIs são todos os dispositivos de uso indivi-
dual destinados a proteger a saúde e a integridade 
física do trabalhador (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009). Segundo Alves e Pache-co (2015), os EPIs que devem estar disponíveis, 
obrigatoriamente, para todos os profissionais que 
trabalham em ambientes de saúde são: jalecos, 
luvas, máscaras, óculos, protetores faciais e cal-
çados fechados. 
Desta forma, todos esses EPIs são utilizados 
para prevenir o usuário de adquirir doenças em 
virtude do contato profissional-paciente e contra 
riscos de acidentes de trabalho, visando à conser-
vação da sua própria saúde.
Sendo assim, o uso dos EPIs de forma combi-
nada, ou não, objetiva minimizar a disseminação 
de microrganismos e proteger áreas do corpo 
expostas à material infectante, especialmente 
sangue, líquidos corporais, secreções e excretas. 
A seguir, vamos conhecer mais detalhadamente 
cada um desses equipamentos:
a. Jalecos: são de uso obrigatório para todos 
que trabalham nos ambientes laboratoriais 
em que ocorra a manipulação de micror-
ganismos patogênicos, manejo de animais, 
lavagem de material, esterilização e ma-
nipulação de produtos químicos. O uso 
deve ser restrito aos laboratórios, evitando 
a contaminação do ambiente exterior. O 
tecido do jaleco deve, de preferência, ser 
de fibras naturais (100% algodão), uma vez 
que as fibras sintéticas se inflamam com 
facilidade. Mangas compridas, cobrindo 
os braços, o dorso, as costas e a parte su-
perior das pernas são ideais (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009; TEI-
XEIRA; VALLE, 2010).
29UNIDADE 1
b. Luvas: devem ser utilizadas em todos os 
procedimentos, desde a coleta, transporte, 
manipulação até o descarte das amostras, 
uma vez que previnem a contaminação das 
mãos do trabalhador ao manipular, por 
exemplo, material biológico potencialmen-
te patogênico e produtos químicos (MOLI-
NARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009). 
Além disso, as luvas são indicadas sempre 
que houver possibilidade de contato com 
sangue, secreções e excreções, com mucosa 
ou pele não íntegra (GOMES, 2003). 
O Quadro 1 indica os principais materiais de 
composição das luvas utilizadas na área labora-
torial e da saúde. Além destes, outros materiais 
também podem ser utilizados, como as luvas 
sintéticas produzidas em nitrilo e neoprene, cuja 
matéria-prima não é látex (CANUTO; COSTA; 
SILVA, 2007).
Lembre-se que o uso de luvas não substitui a 
necessidade da lavagem das mãos, uma vez que 
elas podem conter pequenos orifícios inaparentes 
ou danificar-se durante o uso, podendo contami-
nar as mãos quando removidas.
Quadro 1 - Tipos de luvas usadas na área laboratorial e da saúde 
Tipo Indicação de uso
Luva de látex São luvas de borracha natural, usualmente disponíveis em laboratórios e áreas da saúde. 
Luva de vinil São luvas feitas de material sintético e são mais resistentes a materiais perfurocortantes.
Luva de borracha 
grossa
São luvas antiderrapantes usadas para a manipulação de resíduos ou lava-
gem de materiais ou procedimentos de limpeza em geral. 
Luvas resistentes à 
temperatura (altas e 
baixas)
Feitas de materiais apropriados para proteção, servem para manipulação 
de materiais submetidos a aquecimento ou congelamento, como proce-
dimentos que utilizam estufas para secagem de materiais, banho-maria, 
câmaras frias, freezer para conservação de amostras, além de outros.
Fonte: Brasil (1999).
c. Máscaras: protegem os trabalhadores do contato com material contaminado, como aerossóis ou 
produtos químicos. Pode apresentar filtros mecânicos, que protegem contra partículas suspensas no 
ar, ou filtros químicos, que se destinam à proteção contra gases e vapores orgânicos (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
d. Óculos: têm a função de proteger os olhos contra impactos, respingos e aerossóis. É importante 
que sejam de qualidade comprovada, a fim de proporcionar ao usuário visão transparente, sem 
distorções e opacidade (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
e. Protetores faciais: oferecem uma proteção à face do trabalhador contra risco de impactos (par-
tículas sólidas, quentes ou frias), de substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como 
também das radiações (raios infravermelho e, ultravioleta etc.) (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009). De modo geral, são feitos do mesmo material dos óculos, devendo 
ser ajustáveis à cabeça e cobrir todo o rosto (SKRABA; NICKEL; WOTKOSKI, 2006). Tanto 
os protetores faciais como os óculos são equipamentos reutilizáveis e devem ser desinfetados.
30 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
f. Calçados fechados: são destinados à pro-
teção dos pés contra umidade, respingos, 
derramamentos de materiais infectantes 
e impactos de objetos diversos. Não é 
permitido o uso de tamancos, sandálias 
e chinelos em laboratórios (MOLINARO; 
CAPUTO; AMENDOEIRA, 2009).
Além dos EPIs descritos, há também os protetores 
auditivos, para trabalhos muito demorados com 
equipamentos considerados prejudiciais ou noci-
vos em longa exposição (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009).
Desta forma, para auxiliar na fixação dos prin-
cipais EPIs, o Quadro 2 descreve sobre os riscos 
evitados e as características de proteção ofereci-
das por cada um deles.
Quadro 2 - Equipamentos de proteção individual, risco evitado e características de proteção
EPI Risco evitado Características de proteção
Jalecos e aventais 
de plástico
Contaminação do 
vestuário
Cobrem o vestuário, no caso dos jalecos e, depen-
dendo do material, podem ser impermeáveis 
Calçados Impactos e salpicos Fechados
Óculos de 
segurança Impactos Lentes resistentes a impactos; e proteções laterais
Viseira de 
proteção facial Impactos e salpicos
Proteção total da face e fácil de tirar em caso de 
acidente
Aparelhos e 
máscaras de 
respiração
Inalação de aerossóis
Existência de diferentes modelos: descartáveis, 
completa ou meia máscara purificadora de ar, de 
capuz com ar filtrado à pressão e com abasteci-
mento de ar
Luvas Contato direto com mi-crorganismos e cortes
Em látex, vinilo ou nitrilo microbiologicamente apro-
vados e descartáveis
Fonte: adaptado de Penna et al. (2010).
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 
são utilizados para minimizar a exposição dos 
trabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes, 
reduzir suas consequências (TEIXEIRA; VALLE, 
2010). Podem ser de uso rotineiro, como as cabi-
nes de segurança biológica e capelas de exaustão 
química, ou para situações emergenciais, como 
os extintores de incêndio, chuveiro e lava-olhos, 
que devem estar instalados em locais de fácil aces-
so e bem sinalizados (MOLINARO; CAPUTO; 
AMENDOEIRA, 2009).
A seguir, vamos conhecer alguns EPC usados 
na área laboratorial e da saúde:
31UNIDADE 1
irritantes, porém muito usado em laboratórios 
clínicos para descontaminação (BRASIL, 2004).
Extintores de incêndio: usados para eliminar 
ou controlar o fogo de um local ou objeto, devem 
apresentar-se em número, tipo e distribuição ade-
quados; sua manutenção e/ou reposição devem 
ser periódicas, bem como o pessoal do laboratório 
deve ser treinado para a sua utilização (SANGIO-
NI et al., 2013).
Chuveiro de emergência e lava-olhos: são 
equipamento utilizados em casos de acidentes em 
que haja projeção de sangue, substâncias químicas 
ou outro material biológico sobre o profissional 
(BRASIL, 2004). Chuveiro e lava-olhos devem es-
tar presentes em todos os laboratórios em perfeito 
estado de funcionamento e higienizados. A água 
para os lava-olhos deve ser preferencialmente fil-
trada (SANGIONI et al., 2013). 
Kit de primeiros socorros: nos laborató-
rios deve constar também kit de primeiros 
socorros, tendo os materiais comumente 
preconizados no socorro imediato 
de pequenos ferimentos e de-
sinfecção, no caso de aciden-
tes com material biológico 
(GARCIA; ZANETTI-RA-
MOS, 2004; SANGIONI et 
al., 2013).
Além disso, o número dos 
telefones do corpo de bom-
beiros e dos responsáveis pela 
segurança das chefias dos labo-
ratórios deve estar em local de 
fácil acesso e à vista de todos 
(ALVES; PACHECO, 2015).
Cabines de Segurança Biológica (CSB): a 
Cabine de Segurança Biológica (CSB) ou Capela 
de Fluxo Laminaré um equipamento utilizado 
para proteger o profissional e o ambiente labora-
torial de partículas ou contaminantes que podem 
se espalhar durante a manipulação (GARCIA; 
ZANETTI-RAMOS, 2004). É importante que 
as cabines sejam submetidas periodicamente à 
manutenção e a trocas dos filtros e, ainda, o la-
boratório deve possuir relatório da manutenção, 
mantido à disposição da fiscalização do traba-
lho (MOLINARO; CAPUTO; AMENDOEIRA, 
2009). Existem três tipos de CBSs (BRASIL, 2004): 
a. Classe I - esse tipo de cabine protege o ma-
nipulador e o ambiente, porém não evita a 
contaminação do material que está sendo 
manipulado.
b. Classe II - a CSB classe II protege o ma-
nipulador, o ambiente e o material. Esse 
equipamento é utilizado nos laboratórios 
clínicos, em especial, para procedimentos 
microbiológicos e laboratórios de saúde 
pública.
c. Classe III - essa cabine é completamente 
fechada, o que impede a troca de ar com o 
ambiente e funciona com pressão negativa, 
oferecendo total segurança ao manipula-
dor, ambiente e material; os recipientes e 
o material a serem manipulados entram e 
saem por meio de câmaras de desinfecção. 
Cabine de Exaustão Química: as capelas de 
exaustão química são equipamentos que prote-
gem os profissionais na manipulação de subs-
tâncias químicas que liberam vapores tóxicos e 
32 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Já aprendemos sobre os principais conceitos 
e termos utilizados em biossegurança, as Boas 
Práticas Laboratoriais (BPLs) e os Equipamentos 
de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs). 
Agora, vamos conhecer alguns programas res-
ponsáveis por proteger e prevenir os profissionais 
da incidência de acidentes e problemas de saúde 
provenientes do trabalho?
Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH)
A Comissão de controle de infecção hospitalar 
(CCIH) apresenta grande relevância em ambiente 
hospitalar, sendo de extrema importância não só 
para os colaboradores relacionados a esse seg-
mento, mas também a todos profissionais da saú-
de, uma vez que é necessário um conhecimento 
básico sobre suas funções desempenhadas por 
esta comissão para uma boa formação. Para tanto, 
iremos apresentar breve histórico sobre a CCIH, 
informações relacionadas a sua composição e so-
bre seus membros.
Percepção e Avaliação 
de Riscos em Serviços 
de Saúde
33UNIDADE 1
Um Breve Histórico Sobre as CCIH
Infecções Hospitalares, adaptadas e voltadas para 
a realidade nacional. Outra iniciativa que merece 
ser destacada foi a realização do primeiro Curso 
de Introdução de Controle de Infecção Hospitalar 
para treinamento de profissionais de nível supe-
rior (ANVISA, 2004).
Em 1987, foi constituída, em nível nacional, 
uma comissão de controle de infecções hospita-
lares (IH), com representações de vários estados. 
Em 6 de abril de 1988, a Portaria n° 232 criou o 
Programa Nacional de Controle de IH (PNCIH) 
que, em 1990, transformou-se em Divisão Nacio-
nal de Controle de Infecção Hospitalar por meio 
da Portaria n° 666, de 17 de maio de 1990. Em 
1989, em São Paulo, ocorreu o 1º Congresso Bra-
sileiro sobre Infecção Hospitalar, realizado pela 
Associação Paulista de Estudos e Controle de In-
fecção Hospitalar, com cerca de mil participantes 
e vários convidados estrangeiros (ANVISA, 2004).
Em 1992, a Portaria n° 930 foi substituída pela 
de n° 196, do Ministério da Saúde, recomendan-
do que os programas específicos de controle e 
prevenção de Infecção Relacionada à Assistência 
à Saúde (PCIRAS) realizassem vigilância ativa 
dessas infecções (ANVISA, 2004). Contudo, foi 
apenas em 1997 que o MS tornou obrigatória a 
existência de um programa de controle e pre-
venção dessas infecções nos hospitais, pela Lei 
n° 9.431 (BRASIL, 9.431/1997).
A última portaria publicada pelo Ministério da 
Saúde foi a de n° 2.616, de 12 de maio de 1998, que 
rege o controle de infecção hospitalar e mantém 
a obrigatoriedade de um Programa de Controle 
de Infecções Hospitalares (PCIH) em todos os 
hospitais do país, demandando, em sua estrutura, 
a organização de uma Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (CCIH) e um Serviço de Con-
trole de Infecção Hospitalar (SCIH) (ANVISA, 
2004; SILVA; LACERDA, 2011). 
No Brasil, a demanda pelo controle e prevenção 
das Infecções Relacionadas à Assistência Social 
(IRAS), inicialmente denominada Infecção Hos-
pitalar (IH), deu-se em meados dos anos 70 do 
século XX, por recomendação do Ministério da 
Previdência e Assistência Social (MPAS), a partir 
de profissionais que já estudavam e lidavam com 
esse tipo de ocorrência no país, e que haviam cria-
do as primeiras Comissões de Controle e Preven-
ção de Infecções Hospitalares (CCIH) nos locais 
em que trabalhavam (BRASIL, 1998). 
Essa demanda era, em grande medida, decor-
rente da mudança da política de saúde no período 
da ditadura militar, em que a assistência curativa 
passou a ser dominante, com a proliferação de 
hospitais (LACERDA; JOUCLAS; EGRY, 1996).
A década de 80 foi o marco no controle das 
infecções hospitalares no Brasil, quando o Minis-
tério da Saúde criou um grupo de trabalho inte-
grado tanto por seus representantes quanto pelos 
Ministérios da Educação e da Previdência Social. 
Esse grupo elaborou um documento normativo, 
que gerou a Portaria n° 196, de 24 de junho de 
1983, determinando a todos hospitais brasileiros 
a constituição de uma Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar (ANVISA, 2004; OLIVEIRA; 
SILVA; LACERDA, 2016).
Contudo, somente a partir de 1985, com a re-
percussão da morte do ex-presidente Tancredo 
Neves, em consequência de infecção hospitalar, 
essa questão assumiu uma dimensão maior, sen-
sibilizando a população e, principalmente, os pro-
fissionais da área de saúde. Resultou dessa preo-
cupação a realização do “Curso de Introdução ao 
Controle de Infecção Hospitalar”, ministrado em 
todo o País. 
No mesmo ano, foi publicado o “Manual de 
Controle de Infecção Hospitalar”, objetivando 
preconizar medidas de prevenção e controle das 
34 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Vale ressaltar que a referida Portaria também 
define as características desejáveis de formação 
dos profissionais e parâmetros para determinação 
do número dos membros executores da CCIH, 
com base no número de leitos e tipos de unidade 
que se compõe o hospital, além de outros aspectos 
(ANVISA, 2004).
Atualmente, as diretrizes gerais para o Con-
trole das Infecções em Serviços de Saúde são 
delineadas pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, que foi criada em 26 de janeiro de 1999 
(ANVISA, 2004).
Em 2004, a ANVISA instituiu o Sistema de In-
formações para Controle de Infecção em Serviços 
de Saúde (SINAIS). E, em 2012, criou a Comissão 
Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Re-
lacionada à Assistência à Saúde (CNIRAS), com 
a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada 
da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas 
e medidas para prevenção e controle de Infec-
ções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) 
(BRASIL, 2012).
Neste sentido, a CCIH é responsável pela 
normatização das diretrizes para a prevenção e 
controle de exposição a doenças infectoconta-
giosas e a materiais orgânicos, a implementação 
do programa de imunização e planejamento e 
controle de epidemias entre os trabalhadores da 
saúde (SCHEIDT; ROSA; LIMA, 2006).
Membros da CCIH
Como já descrito anteriormente, a CCIH é o órgão 
que presta assessoria ao Programa de Controle de 
Infecções Hospitalares (PCIH), e é composta por 
profissionais da área da saúde com nível supe-
rior e formalmente designados, (BRASIL, 1998). 
A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e 
combater à infecção hospitalar, beneficiando toda 
a comunidade assistida, como também de prote-
ger o hospital e o corpo clínico. Ainda, em uma 
Unidade de Saúde, a CCIH é um apoio a todos 
os profissionais que atuam diretamente com os 
pacientes, a fim de prevenir e controlar as infec-
ções hospitalares e suas prováveis consequências 
(ROCHA; ALVES; BRASILEIRO, 2010).
Conformea legislação vigente, a CCIH deve 
ser constituída de membros executores e con-
sultores, que possuem atividades diferenciadas, 
porém, complementares nas ações da Comissão. 
Vejamos a seguir:
• Membros consultores: são representados 
pelos serviços médicos, enfermagem, far-
mácia e de microbiologia.
• Membros executores: estão relacionados 
ao Serviço de Controle de Infecção Hospi-
talar (SCIH) e formados por, no mínimo, 
2 técnicos da área da saúde ou de nível su-
perior para cada 200 leitos ou fração deste 
número, com carga horária diária mínima 
de 6 horas para o enfermeiro e 4 horas para 
os demais profissionais (BRASIL, 1998).
Portanto, segundo Horr et al. (1978), serão fun-
ções da CCIH:
• Controle do ambiente: elaborar, con-
trolar e atualizar normas e procedimen-
tos referentes à limpeza e desinfecção dos 
ambientes, estabelecendo a frequência e 
tipo de desinfetante empregado, dando 
ênfase especial às áreas críticas: centros 
cirúrgico, obstétrico, berçário, sala de recu-
peração pós anestésica, unidade de terapia 
intensiva, pediatria, isolamento, serviço de 
Nutrição e Dietética, bem como elaborar 
programas de treinamento e atualização 
sobre limpeza e desinfecção de ambiente.
35UNIDADE 1
• Controle do pessoal: supervisionar o 
preparo do campo operatório em pacien-
tes cirúrgicos, elaborar, supervisionar e 
atualizar rotinas referentes às técnicas de 
assepsia: degermação, desinfecção, sani-
ficação, desinfestação, higiene, limpeza, 
esterilização, escovação das mãos, uso de 
aventais, máscaras, pró-pés, manipulação 
de medicamentos, eliminação do material 
de curativos, de dejetos hospitalares em 
geral, bem como supervisionar a limpe-
za, desinfecção e esterilização de todo o 
equipamento e material hospitalar, como: 
máscaras, nebulizadores, bolsas de água 
quente e gelo, aspiradores, frascos de dre-
nagem, respiradores artificiais, seringas, 
agulhas, material cirúrgico, aparelhos de 
anestesia, cateteres e sondas.
• Controle de produtos químicos: sele-
cionar os produtos químicos e agentes de 
limpeza, controle da sua aquisição e em-
prego de testes periódicos. 
• Elaboração de normas e rotinas: desen-
volver normas da organização da C.C.I.H, 
normas referentes ao Pessoal, normas re-
ferentes ao orçamento, normas referentes 
ao relacionamento interno e externo de 
comissão e normas técnicas relacionadas 
às características e classificação das in-
fecções.
• Investigação epidemiológica: realizar 
levantamento e análise de um conjunto de 
indicadores: taxa de incidência e de pre-
valência de infecções hospitalares, taxa de 
infecção em cirurgias não contaminadas, 
taxa de infecção em cirurgias potencial-
mente contaminadas, taxa de letalidade 
por infecções hospitalares, taxa de infecção 
por microrganismo específico, coeficien-
tes de sensibilidade aos antimicrobianos, 
indice de consumo de antimicrobianos.
• Reuniões periódicas: para que os objeti-
vos da C.C.I.H. sejam atingidos, é impres-
cindível a participação de representantes 
médicos, enfermeiros, chefes de serviço nas 
reuniões, principalmente quando novas 
medidas deverão ser implantadas.
O Sistema Nacional de 
Informação para Controle 
de Infecções em Serviços 
de Saúde (Sinais)
O Sistema Nacional de Informação para Controle 
de Infecções em Serviços de Saúde (SINAIS) é 
uma iniciativa da Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária (ANVISA), que tem o objetivo de 
oferecer, aos profissionais da saúde e hospitais 
brasileiros, um instrumento para aprimoramento 
das ações de prevenção e controle das infecções 
relacionadas à assistência à saúde, complemen-
tando e favorecendo o cumprimento estabelecido 
pelas CCHI (ANVISA, 2017, on-line)2.
Essa ferramenta pretende consolidar o sistema 
de monitoramento da qualidade da assistência 
dos serviços em todos os segmentos da área da 
saúde no Brasil. O Sistema permite a entrada de 
dados e emissão de relatórios em uma rotina de 
trabalho que acompanha as atividades já desen-
volvidas pelas CCIH do país. A responsabilidade 
pelos dados inseridos no SINAIS, assim como 
pelo envio mensal, é do diretor do hospital, que 
pode delegar essas funções à equipe da CCIH ou 
a qualquer outro membro da instituição de saúde. 
Ao se cadastrar no Sistema, a instituição estará 
automaticamente concordando com essas condi-
ções. Além de indicadores de infecções relacio-
nadas à assistência, o SINAIS também permite 
acompanhamento da tendência de resistência de 
microrganismos aos antimicrobianos e identifica-
ção de surtos (ANVISA, 2017, on-line)2.
36 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Dessa forma, o uso do programa é gratuito e 
a sua implantação pelos hospitais do país é uma 
ação de grande importância para o efetivo con-
trole de infecções hospitalares, possibilitando a 
consolidação do sistema de vigilância da quali-
dade dos Serviços de Saúde no Brasil.
Comissão de Gerenciamento 
de Risco Hospitalar
O gerenciamento de risco hospitalar é um pro-
cesso complexo que associa várias áreas do co-
nhecimento e consiste na aplicação sistêmica e 
contínua de políticas, procedimentos, condutas e 
recursos na avaliação de riscos e eventos adversos 
que afetam a segurança do paciente, do profissio-
nal e do meio ambiente. 
Também, é no sentido de minimizar os ris-
cos que se faz necessário conhecer e controlá-los. 
Além das consequências sociais, econômicas e 
materiais a ele relacionadas, a perda da vida hu-
mana é a mais grave que pode ocorrer (CAPU-
CHO; BRANQUINHO; REIS, 2010, on-line)3. 
As ações da gerência de risco, segundo a AN-
VISA (2010), incluem: 
• A farmacovigilância, com atividades para 
detecção, avaliação, prevenção e notifica-
ção dos efeitos adversos ou qualquer pro-
blema relacionado a medicamentos (in-
cluindo os setores de farmácia hospitalar 
e comissão farmacotécnica). 
• A hemovigilância, para identificação, aná-
lise, prevenção e notificação dos efeitos 
indesejáveis imediatos e tardios advindos 
do uso de sangue e seus componentes (en-
volvendo os setores de banco de sangue, 
laboratórios, médicos e enfermagem que 
os administram).
• A tecnovigilância, para identificação, aná-
lise, prevenção e notificação de eventos 
adversos relacionados ao uso de equipa-
mentos, artigos médicos e kits laborato-
riais durante a prática clínica (incluindo os 
setores de inventário, compras e gestão de 
insumos hospitalares, central de materiais 
e esterilização, enfermagem, engenharia 
clínica e de manutenção).
• Os saneantes, com ações voltadas à aná-
lise e prevenção dos efeitos indesejáveis 
advindos do uso de saneantes no âmbito 
hospitalar (desde compras até dispensado-
res, mesmo se terceirizados). 
• A comissão de Controle de Infecção Hos-
pitalar (CCIH) para identificação, análise 
e prevenção de surtos e infecções hospi-
talares, controle e uso racional de antimi-
crobianos em serviços de saúde (além da 
CCIH, envolvendo também a comissão 
de ensino, saúde e segurança no trabalho, 
prevenção de acidentes e todos os profis-
sionais assistenciais).
• E, por fim, parcerias com as áreas de Mo-
nitoração de Propaganda e Inspeção de 
Medicamentos e Produtos para a Saúde.
Como o risco está presente em muitas ações e 
procedimentos que envolvem os pacientes den-
tro do hospital, as instituições de saúde criaram 
estruturas organizacionais, obrigatórias, ou não, 
por lei, para lidar com ele. Entre essas estruturas, 
pode-se citar: a Comissão de Controle de Infec-
ção Hospitalar, a Comissão de Óbito Hospitalar, a 
Comissão de Prontuários Médicos e a Comissão 
de Farmácia e Terapêutica (SILVA, 2009). 
O Quadro 3 apresenta os objetivos de cada 
comissão citada.
37UNIDADE 1
Quadro 3 - Comissão associadas ao gerenciamento de riscos hospitalares
COMISSÃO OBJETIVOS
Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar
Prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando toda a comuni-
dade assistida, como também de proteger o hospital e o corpo clínico 
(ROCHA; ALVES; BRASILEIRO, 2010).
Comissão de Óbito 
Hospitalar
Investigar as mortes no hospital,contribuindo no monitoramento da 
qualidade da assistência (GUIMARÃES et al., 2011).
Comissão de Prontuários 
Médicos
Observar os itens que deverão constar obrigatoriamente do prontuário 
confeccionado em qualquer suporte, eletrônico ou papel, e assegurar a 
responsabilidade do preenchimento, guarda e manuseio dos prontuá-
rios, que cabem ao médico assistente, à chefia da equipe, à chefia da 
Clínica e à Direção técnica da unidade (OSELKA, 2002).
Comissão de Farmácia 
e Terapêutica
Possibilitar que os pacientes recebam o melhor e mais custo-efetivo 
tratamento, por meio do acesso ao medicamento e do seu uso ade-
quado; oferecer avaliação, educação e consultoria aos profissionais 
da instituição sobre todas as questões relacionadas ao uso de medi-
camentos; selecionar os fármacos; desenvolver e manter atualizado o 
formulário terapêutico; definir estudos de utilização de medicamentos 
para elaborar recomendações sobre o uso racional dos fármacos; e 
assessorar o serviço de farmácia na implementação do serviço de dis-
tribuição de medicamentos (MARQUES; ZUCCHI, 2006).
Fonte: adaptado de Guimarães et al. (2011); Marques e Zucchi (2006); Oselka (2002) e Rocha, Alves e Brasileiro (2010).
Dentro do processo de gerenciamento de riscos, 
ainda há a avaliação de riscos, etapa que determi-
na o valor quantitativo ou qualitativo dos riscos, 
associados a uma situação concreta e a uma amea-
ça reconhecida. Nas instituições de saúde, deve 
ser realizada, por exemplo, a avaliação dos riscos 
de infecção, sua probabilidade de ocorrência e a 
aplicação de medidas de controle adequadas. 
Avaliar as situações de risco e produzir uma 
lógica para a realização do procedimento correto 
pode ajudar a justificar o tempo e o custo para a 
implementação de uma ação específica, minimi-
zando todos os erros que podem levar a infec-
ções hospitalares. Para Silva (2009), a avaliação 
dos riscos nas instituições de saúde começa com 
um olhar para os processos e os dados relatados, 
com a finalidade de encontrar os problemas que 
podem causar erros. 
Por fim, caro(a) aluno(a), as informações pre-
sentes nesta unidade representam uma aborda-
gem inicial sobre Biossegurança e suas aplica-
ções em saúde; entretanto, é válido ressaltar que 
com o advento da ciência e das normatizações 
trabalhistas específicas, alterações constantes nos 
conceitos podem ser observadas. Portanto, cabe a 
você, futuro profissional deste segmento, manter-
-se atualizado e atento às alterações futuras. Assim 
sendo, vamos adiante?
38 Biossegurança Aplicada aos Serviços de Saúde
Nesta unidade, aprendemos acerca da Bios-
segurança por meio de uma breve perspectiva 
histórica sobre o desenvolvimento de legislações 
específicas que regulamentam e explicitam a ne-
cessidade de disseminação de práticas relacio-
nadas à biossegurança em seus dois âmbitos: o 
relacionado à proteção laboral e ambiental dos 
prestadores de serviço relacionados a saúde, e no 
tocante ao desenvolvimento tecnológico favorável 
ao atendimento das necessidades antrópicas.
Foi possível compreender como a complexi-
dade das operações realizadas em laboratórios de 
serviços de saúde influenciam nos procedimentos 
que neles devem ser realizados e adotados; como 
exemplo, podemos citar as classes de risco bioló-
gico e os níveis de biossegurança. Conhecemos os 
diferentes equipamentos de proteção individual e 
coletiva, bem como algumas informações padrão 
acerca deles, como composição e indicações de uso. 
O conhecimento e utilização desses equi-
pamentos, bem como das boas práticas labo-
ratoriais e clínicas, faz-se indispensável para 
os profissionais de áreas relacionadas à presta-
ção de serviços em saúde. Foi possível obser-
var, também, que as boas práticas laboratoriais 
permeiam condutas profissionais e éticas em 
ambiente de trabalho variados, como clínicas 
de várias especialidades, direcionando-os ao 
cumprimento dos procedimentos operacionais 
padrão, que objetiva minimizar erros relaciona-
dos aos procedimentos realizados e disseminar 
entre os colaboradores envolvidos informações 
laborais pertinentes. 
Por fim, apresentamos alguns programas res-
ponsáveis pela avaliação e prevenção dos riscos 
associados aos serviços de saúde, como a comis-
são de controle de infecção hospitalar (CCIH) 
extremamente relevante no controle estratégico 
e na contenção de infecções hospitalares, den-
tre outras inúmeras funções exercida por esta e 
outros programas. Esperamos, dessa forma, ter 
auxiliado em sua compreensão acerca dos temas 
apresentados, que serão extremamente relevantes 
em sua vida acadêmica e profissional.
39
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
1. A padronização e a disposição de informações pertinentes para os colaboradores 
em ambiente de trabalho se faz fundamental, sobretudo, quando diferentes 
colaboradores executam suas funções em um mesmo local de trabalho. Em 
ambiente hospitalar, tal fato não poderia ser diferente, especialmente quando 
diferentes procedimentos ali realizados ocorrem em diferentes turnos e são 
realizados por inúmeros colaboradores. Neste sentido, faz-se viável e impres-
cindível o desenvolvimento de procedimentos operacionais padrão (POP). Ba-
seados no conteúdo exposto ao longo desta unidade, conceitue procedimento 
operacional padrão (POP).
2. Conforme exposto ao longo desta unidade, a Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH) desempenha papel fundamental e de extrema relevância em 
ambiente hospitalar. Em relação à importância dessa comissão, faz-se neces-
sário que todos os colaboradores possuam um conhecimento básicos sobre as 
atividades desempenhadas pela CCIH. Nesse sentido, discorra sobre a CCIH, 
apresentando informações relacionadas as suas atribuições e a sua composição.
3. A proteção laboral dos trabalhadores que prestam serviços voltados à saúde é 
uma das preocupações no que tange a biossegurança. A efetivação dessa se-
guridade pode ser efetiva mediante à utilização de equipamentos específicos, 
denominados equipamentos de proteção individual. Nesse sentido, leia aten-
tamente as assertivas a seguir:
I) Chuveiro de emergência e lava-olhos.
II) Jalecos.
III) Cabine de proteção biológica.
IV) Luvas.
40
Assinale a alternativa que contempla exemplos de equipamentos de proteção 
individual.
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I.
d) Apenas II, III e IV.
e) Apenas I, II e III.
4. Os riscos em um ambiente de trabalho podem ser considerados quaisquer alte-
rações nas condições de homeostasia previamente estabelecidos para a prática 
laboral e podem estar associados a consequências da realização de atividades 
específicas presentes em ambientes hospitalares. Em relação à classificação 
dos riscos em biossegurança, analise as assertivas e assinale com Verdadeiro 
(V) ou Falso (F):
 ) ( Riscos físicos estão associados às substâncias, compostos ou produtos nas 
formas de gases, vapores, poeiras e fumaças.
 ) ( Riscos biológicos abrangem a manipulação dos agentes e materiais biológicos, 
como vírus, bactérias, fungos e parasitas.
 ) ( Riscos ergonômicos são relacionados a ruídos, vibrações, temperaturas ex-
tremas, radiações ionizantes e não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes 
e pontiagudos.
 ) ( Riscos químicos são atrelados aos riscos de acidentes ou sinistros envolvendo 
o manuseio de substâncias químicas, gases e vapores.
 ) ( Riscos ergonômicos são aqueles associados ao manuseio de microrganismos 
ou outros seres vivos de interesse biológico.
5. O termo biossegurança apresenta uma amplitude de significados e aplicações 
muito diversa. Vimos, ao longo desta unidade, que a Biossegurança não rela-
ciona-se com a seguridade de seres vivos, e sim está diretamente relacionada 
a vertentes laborais e de melhoria da qualidade de vida da população. Nesse 
entendimento, conceitue com suas palavras Biossegurança, explicitando acerca 
de suas aplicações e diferentes áreas de atuação.
41
Biossegurança e qualidade dos serviços de saúde

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