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OPERAÇÕES UNITÁRIAS: Liofilização Professor. Leslie Raphael Ferraz, PhD. Professora tutora. Pauline Souza, PhD Disciplina: Operações Unitárias Notável Mestre Dinâmica das aulas v Tolerância: 10 minutos (acesso, retomada da aula passada) v Dúvidas: as dúvidas sobre o conteúdo deverão ser tiradas através do chat e elas serão retiradas pela Profa. Pauline e por mim no final da aula ü Contato da professora Dra. Pauline Santos: 210101322@prof.uninassau.edu.br v Para problemas relacionados ao acesso, no audiovisual, etc; favor, utilizar o chat para que a profa. Pauline possa tentar resolver. mailto:210101322@prof.uninassau.edu.br Na última aula... LIOFILIZAÇÃO Operação unitária de secagem aplicável a materiais termossensíveis; ü Consiste no pré-congelamento de uma solução/suspensão, seguida da submissão do material à pressão e temperatura controladas para retirada da água do material por sublimação; ü Fenômeno baseado no diagrama de fases da água ü Principal característica: único processo de secagem cuja água passa de sólido para vapor (gás) sem passar pelo estado líquido; LIOFILIZAÇÃO: aplicação Aplica-se a materiais sensíveis ao calor, tais como: ü Produtos biotecnológicos (ATBs, derivados de sangue, vacinas como BCG, febre amarela, varíola); ü Enzimas (como hialuronidase); ü Culturas de micro-organismos (possibilita armazenagem por longos períodos com uma relativamente alta viabilidade após reconstituição, cerca de 10%); ü Lipossomas e microesferas ü Preparações parenterais extemporâneas LIOFILIZAÇÃO: diagrama de fases da água Coexistência de duas fases Ponto triplo A matéria existe nas três fases: 0,0006 atm = 4,7 mmHg ~0,001 ºC Equilíbrio interfase: ponto de ebulição Equilíbrio interfase: ponto de fusão Equilíbrio interfase: pressão de vapor Pressão atmosférica: À Patm, se >T: SàLàG Abaixo do ponto crítico, se >T: SàG Aulton, 2016 LIOFILIZAÇÃO: instrumentação Aulton, 2016 Weyne, 2009 Câmara de Secagem Condensadorü Resistente ao vácuo;ü Hermeticamente fechada ü Temperatura menor que o produto; Bomba de vácuo Refrigerador ü Tipo difusão (escala industrial), rotativa ou mista; ü P= 0,00006 a 0,002 Pa (ou 0,05 a 2 mmHg) Sistema hidráulico de fechamento* ü Retira o vapor produzido por condensação LIOFILIZAÇÃO: instrumentação LIOFILIZAÇÃO: etapas da liofilização A liofilização se baseia no diagrama de fases da água que consiste em: 1. Congelamento do material; 2. Redução da pressão atmosférica sobre o gelo a determinada condição abaixo do ponto triplo; 3. Submeter o material ao aumento paulatino do calor para proporcionar o calor latente de sublimação Aulton, 2016 Etapa 1: congelamento ü Congelamento deve ser realizado aquém da temperatura de congelamento da água. ü Temperatura: -Cerca de -10 a -30ºC; -Ideal: < -18ºC ü Evitar formação de espuma Aulton, 2016 Solutos/sais dissolvidos deslocam o diagrama de fases e reduzem o ponto de congelamento da água pura Trabalhar na temperatura eutética Depende da natureza dos sais Etapa 1: métodos de congelamento Aulton, 2016; Corver, Bockstal & De Beer, 2018 Método 1: Shell freezing ü Aplicável a grandes volumes (como sangue e extratos); Congelamento horizontal ü Líquido congela em uma fina camada na superfície interna do gráfico; ü Congelamento lentoà formação de grandes cristais de gelo: -Pode danificar células sanguíneas; -Pode reduzir a viabilidade de micro- organismos. Etapa 1: congelamento Aulton, 2016; Corver, Bockstal & De Beer, 2018 Shell freezing ü Aplicável a grandes volumes (como sangue e extratos); Congelamento angular/vertical ü Material é congelado de forma vertical ou diagonal; ü Promoção de força centrífuga: -Cria uma rajada de ar frio interno que congela mais rapidamente o material; -Formação de cristais menores Etapa 1: congelamento Aulton, 2016; Google Imagens ü Centrifugação de pequenas amostras: -Congelamento rápido; -Evita formações de espuma na aplicação do vácuo; -Muito aplicado à ampolas. Método 2: congelamento evaporativo centrífugo O vácuo provoca a ebulição da água à temperatura ambiente e isso remove tanto calor latente que o congelamento é quase instantâneo Retirada de quase 20% da água antes mesmo da liofilização 𝜶=30º Etapa 2: aplicação do vácuo Aulton, 2016; Corver, Bockstal & De Beer, 2018 ü Submissão dos materiais congelados ao vácuo adequado suficientemente a controlar a pressão a um valor menor que o ponto triplo; ü Na práticaà excesso de vácuo: -O vapor deve ser removido rapidamente O vapor formado em decorrência da sublimação pode aumentar a pressão do sistema acima do ponto triplo Etapa 3: sublimação Aulton, 2016 ü Fornecimento de calor latente de sublimação do gelo = 2.900 KJ.kg-1 (muito maior que o calor latente de evaporação da água à Patm); ü Tempo de secagem= ~1mm/hora (processo lento) ü Influências do tempo de secagem: -Área superficial do gelo formado; -Espessura do gelo ü Secagem primária: Sublimação do gelo formando um sólido seco poroso com cerca de 0,5% de umidade residual (uma secagem secundária pode ser aplicada) Controlar método de secagem Controle de transferência de calor Etapa 3: sublimação Aulton, 2016 ü Transferência de calor: Controlar temperatura Ideal: promover calor latente de sublimação e pouco calor sensível Suficiente para secar de maneira rápida Ideal: cerca de 5 W.m-2.K-1 Etapa 3: sublimação Aulton, 2016 ü Remoção de vapor Remoção continuada do vapor gerado por sublimação Bomba de vácuo (duas fases) Bomba de vácuo (ejetora) Dessecante (peróxido de fósforo) Condensadores refrigerados Escala de bancada Escala industrial Curiosidade= 1g de gelo à 1.000L de vapor Etapa 3: sublimação Aulton, 2016 ü Taxa de secagem Em geral, lenta e constante até certo ponto. Parâmetros a serem controlados: -Pressa de vapor; -Fornecimento de calor. Alternativas: Processos contínuos Etapa 3: sublimação Aulton, 2016; Pisano, Capozzi & Trout, 2017; Pisano et al., 2019 ü Taxa de secagem Alternativas: Processos contínuos Etapa 3: sublimação Aulton, 2016; Kawasaki, Shimanouchi & Kimura, 2019 ü Secagem secundária Requer aumento da temperatura entre 50 a 60ºC Materiais termossensíveis Resumindo... Weyne, 2009 ü Fluxograma geral Dissolução dos componentes Filtração esterilizante Envase Congelamento Sublimação Secagem Selagem Embalagem Resumindo... FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=o5hbQmI28aA ü Exemplo Vantagens/Desvantagens Aulton, 2016; ü Aplicabilidade aos materiais sensíveis ao calor; ü Alta eficiência de secagem (~98-99% do conteúdo de água) ü Baixa temperatura: inibição de ação enzimática e decomposição química (hidrólise); ü Produto seco e poroso: fácil redispersão e solubilidade; ü Aumenta o tempo de estocagem dos produtos; ü Não há concentração da solução: não desnatura proteínas por concentração de sal; ü Reduzido contato com o ar atmosférico: inibição de oxidação do material; ü Menor atividade de água = maior estabilidade microbiológica; ü Manutenção das características organolépticas ü Material higroscópico: alta porosidade, alta solubilidade e secagem quase completa; ü Selagem in loco ou em atmosfera controlada para esses materiais; ü Processo lento (~48h ou +), complexo, com muitas etapas, caro e requer espaço e estrutura Formulação farmacêutica Aulton, 2016; Weyne, 2009 ü Excipientes: i. Diluentes e formadores de matrizes, como: polissacarídeos (manitol e lactose); ii. Crioprotetores, como: NaCl, manitol, glicose, quitosana, glicerina, PEG; protegem células e micro-organismos da expansão causada pelo congelamento da água. iii. Isotônicos, como: sais inorgânicos (NaCl, Na3PO4, KH2PO4) Embalagem Aulton, 2016; Google Imagens ü Propriedades da embalagem: 1. Proteção contra a umidade durante armazenagem; 2. Embalagens primárias fechadas em atmosfera controlada ou ainda dentro do próprio equipamento/coletor; 3. Material seco deve ser estéril e ter esterilidade mantida durante armazenagem Exercíciode fixação üEntre em: www.kahoot.it Ou pelo aplicativo e digite o seguinte código: http://www.kahoot.it/ #ficadica - PRA VER! Assista: Canal KEMOLO Freeze-Dryer: liofilização de frutas https://www.youtube.com/watch?v=_p6tqqYiHa8 Canal JJ Científica: Tudo o que você precisa saber sobre LIOFILIZAÇÃO - José Carlos T. Jr CEO da JJ Científica https://www.youtube.com/watch?v=HNb-OSLKkug Canal Henrique Terroni: Liofilização – Leite materno https://www.youtube.com/watch?v=ScaSgSIdeOs https://www.youtube.com/watch?v=_p6tqqYiHa8 https://www.youtube.com/watch?v=HNb-OSLKkug https://www.youtube.com/watch?v=ScaSgSIdeOs #ficadica - PRA LER! Leia: Artigo científico MORAES et al. Estudo comparativo da desidratação de frutas para fins de infusão, por método tradicional e liofilização. Revista Semiárido De Visu, v.2, n.2, p.254-264, 2012. Disponível em: https://periodicos.ifsertao- pe.edu.br/ojs2/index.php/semiaridodevisu/article/vie w/101/83 acesso em: 08 mai 2021. https://periodicos.ifsertao-pe.edu.br/ojs2/index.php/semiaridodevisu/article/view/101/83 #ficadica - PRA OUVIR! Ouça: Canal BioTech News Podcast de divulgação científica do Programa de Pós- Graduação em Biotecnologia em Medicina Regenerativa e Química Medicinal da Universidade de Araraquara Episódio: LioBras – Liofilização Disponível no Spotify® Referências 1. AULTON, M. E. Aulton: Delineamento de formas farmacêuticas – 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 856p. 2. CORVER, J.; BOCKSTAL, P. V. V; DE BEER, T. A continuous and controlled pharmaceutical freeze-drying technology for unit doses. Eur Pharm Rev [online]. Disponível em https://www.europeanpharmaceuticalreview.com/article/70823/continuous-controlled-pharmaceutical-freeze-drying- technology-unit-doses/ Acesso em 06 mai 2021. 3. Hidenori Kawasaki, Toshinori Shimanouchi, Yukitaka Kimura, "Recent Development of Optimization of Lyophilization Process", Journal of Chemistry, vol. 2019, Article ID 9502856, 14 pages, 2019. https://doi.org/10.1155/2019/9502856 4. Roberto Pisano, Luigi C. Capozzi, and Bernhardt Trout, "Continuous freeze-drying and its relevance to the pharma/biotech industry” in "Integrated Continuous Biomanufacturing III", Suzanne Farid, University College London, United Kingdom Chetan Goudar, Amgen, USA Paula Alves, IBET, Portugal Veena Warikoo, Axcella Health, Inc., USA Eds, ECI Symposium Series, (2017); 5. PISANO et al. Achieving continuous manufacturing in lyophilization: Technologies and approaches. European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics, Volume 142, September 2019, Pages 265-279. https://doi.org/10.1016/j.ejpb.2019.06.027 6. WEYNE, G. R. S. Operações unitárias nas indústrias farmacêuticas e de alimentos. São Paulo: Scortecci, 2009. https://www.europeanpharmaceuticalreview.com/article/70823/continuous-controlled-pharmaceutical-freeze-drying-technology-unit-doses/ OBRIGADO! Notável Mestre Disciplina Operações UnitáriasProf. Leslie Raphael Ferraz, PhD
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