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politicas publicas para idosos

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A 
PESSOA IDOSA 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PESSOA 
IDOSA 
 
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES 
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00 
 
ATENDIMENTO AO ALUNO 
atendimento@faculdadefamart.edu.br 
0800 942 5006 | (37) 99836-4736 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:atendimento@faculdadefamart.edu.br
3 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITO E APLICABILIDADE .............................................. 4 
IMPLEMENTAÇÃO, AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA O IDOSO. ................................................................................................. 7 
O envelhecimento da população brasileira ....................................................................... 13 
Características estruturais da população idosa brasileira ............................................... 15 
As diferenças regionais e a etnia dos idosos no país ...................................................... 19 
As políticas públicas no para os idosos no Brasil ............................................................. 20 
As políticas públicas setoriais para os idosos no Brasil .................................................. 22 
• Políticas de Saúde para os idosos no Brasil .................................................................. 22 
• Política de assistência social aos idosos no Brasil ........................................................ 24 
• Políticas de trabalho, previdência e seguridade social no Brasil ................................ 28 
As políticas públicas e a cidadania no envelhecimento .................................................. 29 
O ESTATUTO DO IDOSO.................................................................................................... 33 
AVANÇOS E RETROCESSOS à LUZ DO ESTATUTO DO IDOSO ............................ 34 
Considerações finais ............................................................................................................. 36 
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. ............................................................... 39 
Referências ............................................................................................................................. 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITO E APLICABILIDADE 
 
 
A identificação de diferentes problemas, discriminações, preconceitos e 
mazelas existentes na sociedade justificam a formulação e implementação de 
políticas públicas, definindo assim, uma agenda de trabalho. Essas questões de 
interesse geral da sociedade política e civil carecem de discussões públicas, 
reflexões das quais serão originadas intervenções para amenizar os problemas 
sociais. 
Entende-se que “política pública é o resultado da dinâmica do jogo de forças 
que se estabelece no âmbito das relações de poder, relações essas constituídas 
pelos grupos da sociedade civil” (BONETI, 1997, p. 188). 
As políticas públicas fazem correspondência às orientações e disposições do 
governo, através das mais diversas decisões nas esferas sociais, influenciando a 
população direta ou indiretamente, nos âmbitos pessoais, profissionais, sociais e 
também educacionais. 
 Depois de definida uma política 
pública, são elaborados programas, 
projetos e pesquisas que continuamente 
devem ser avaliados por meio de um 
sistema de acompanhamento buscando a 
solução para o problema que originou todas as atividades, avaliando os processos, 
produtos e os impactos ocasionados. Estabelecem-se leis, diretrizes, planos, 
resoluções, estatutos e demais decisões provenientes do poder público. 
O contexto brasileiro atual que registra grande contingente de pessoas 
idosas apresenta uma demanda social em diferentes aspectos, entre os quais 
5 
 
 
 
 
 
podemos destacar: previdência social, moradia, saúde, cultura, trabalho, educação, 
segurança. 
Quando os direitos elementares passam a não ser respeitados, surge a 
necessidade de ações governamentais que supram esta carência, destacando-se 
as políticas públicas (OLIVEIRA, 2011, p.71). 
Considera-se que o grande número de pessoas idosas, em um país em 
desenvolvimento como o Brasil, apresenta-se como uma questão social de grande 
relevância e precisa entrar na pauta das discussões das políticas públicas 
brasileiras. 
Ao se pensar na efetivação dos direitos para a população marginalizada, 
logo, evidencia-se a situação aflitiva em que a pessoa idosa está submetida. Neste 
sentido, para que realmente se possa garantir um Estado Democrático de Direito ao 
público idoso, surge à necessidade de políticas públicas específicas para este 
segmento. 
 
O respeito deveria ser inerente ao relacionamento com todo ser humano, 
entretanto a vulnerabilidade em que se encontram as pessoas idosas no Brasil é o 
ponto inspirador para as políticas públicas voltadas a esta parcela da população. 
Como aponta Camarano (2006), o envelhecimento da população é resultado 
de políticas assistencialistas para a melhoria de condições de vida, além do próprio 
6 
 
 
 
 
 
desejo da população de viver cada vez mais. Entretanto, se as políticas não forem 
contínuas, se não houver mais investimento, o seu sucesso enquanto 
prolongamento da vida irá tornar-se sua própria falência. 
Assim, “conhecer a realidade do idoso brasileiro é um passo fundamental 
para a construção de políticas que visam garantir seus direitos e necessidades” 
(BATISTA et al, 2008, p.105). Além da sociedade conhecer a realidade brasileira da 
pessoa idosa, compete à própria pessoa idosa entender a sua inclusão e o papel 
que desempenha nesta sociedade, percebendo suas necessidades, reivindicando o 
respeito aos seus direitos, a sua cidadania, contribuindo para uma nova visão do 
idoso e um esboço de outro paradigma de velhice. 
O perfil do idoso brasileiro, lentamente se modifica, dentro de um novo olhar 
de velhice, emergindo outra representação social, um idoso mais ativo, 
participativo, conhecedor de seus direitos, integrado socialmente. Busca-se uma 
mudança cultural, que não é rápida, mas encerra uma grande complexidade pelos 
múltiplos fatores que envolvem. 
 
Aqui se pontua a educação como estratégia fundamental para empoderar o 
idoso rumo a este processo de superação da marginalização, estereótipos 
negativos, para a construção deste novo olhar frente a velhice. “No contexto deste 
debate, torna-se necessário, analisar as diretrizes internacionais que dão base às 
políticas públicas e às novas representações sociais sobre a velhice” (FONTE, 
2002, p.4). 
Outro aspecto interessante, que subsidia e fortalece a criação de políticas 
públicas para a pessoa idosa é considerar que na medida em que o idoso adquirir 
7 
 
 
 
 
 
melhores condições de vida, em todos os aspectos, superando o estigma de 
improdutividade, mantendo-se ativo, trabalhando, integrado ao mercado de 
trabalho, os gastos com a saúde e com a previdência social também diminuirão. 
As políticas públicas para as pessoas idosas devem promover a 
solidariedade entre gerações, ou seja, diferentes grupos da população necessitam 
de cuidados e atenção especial da sociedade política e civil, devido a situação de 
vulnerabilidade que enfrentam, mas deve ser de forma equilibrada para a 
implementação de políticas públicas que favoreçam uma sociedade mais justa. Não 
pode ser considerado um ato de assistencialismo, mas antes deve ser encarado 
como de solidariedade e de justiça social, além de retorno da dívida social para 
com a sociedade mais ampla que utilizou da capacidade de trabalho de pessoas 
físicas as quais hoje são integrantes dessa faixa etária. 
A sociedade civil desempenha um papel de grande relevânciapara a 
estruturação e formulações de políticas para o idoso. Neste âmbito, a sociedade 
civil organizada utiliza-se de planos, conferências, seminários como lugares de 
encontros de pessoas para a discussão sobre a velhice e sobre o idoso. 
A longevidade é um fenômeno real, mas para que se consiga uma melhor 
qualidade de vida das pessoas idosas, as políticas públicas em favor desta faixa 
etária devem ser promovidas, em diferentes âmbitos, entre os quais a saúde, 
segurança, previdência, entre outros. 
 
IMPLEMENTAÇÃO, AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA O IDOSO. 
 
 
8 
 
 
 
 
 
Com vistas à melhor situar a questão da saúde do idoso no Brasil, em 
termos das políticas públicas para o setor, deve se ressaltar que este corte social é 
tratado no conjunto das medidas relacionadas aos programas de desenvolvimento 
social, lembrando ainda que, conforme SOUZA (1998), as políticas sociais devem 
estar voltadas a resgatar a dívida com os excluídos do processo de 
desenvolvimento. 
 No caso particular do idoso, a 
dinâmica que reforça o mecanismo de 
exclusão deste se realiza, através dos 
chamados "Mitos da velhice", conforme 
estudo apresentado pela OPAS/OMS 
(1999), os quais procuram apresentar as 
limitações consequentes da senilidade como 
fatores impeditivos dos idosos participarem efetivamente do mercado de trabalho e 
do processo produtivo. 
 Voltando a SOUZA (1998), no Brasil a responsabilidade pelo 
desenvolvimento social é competência de todas as esferas de governo bem como 
da própria sociedade, responsabilidade esta constante na Constituição Federal, 
promulgada em outubro de 1988, e desdobrada em leis complementares e 
ordinárias. 
A partir desta análise passaremos ao enfoque específico da problemática do 
idoso no Brasil. Visualizar a atual realidade demográfica do país implica, em última 
análise, em reconhecer as transformações que o perfil etário da população 
brasileira vem sofrendo nas últimas décadas, numa transição de país jovem para 
país maduro. 
O crescimento da expectativa sobrevida do brasileiro traz consigo sérias 
consequências no que se refere à formulação, implementação e financiamento das 
políticas sociais no Brasil, particularmente as relativas às questões da seguridade 
social e da saúde. Conforme BNDES (1999), por exemplo, uma criança nascida em 
1995 teria uma expectativa de sobrevida em torno de 67,3 anos. 
9 
 
 
 
 
 
O problema da seguridade social advém do grande aumento da população 
aposentada em relação à mão de obra ativa, ou seja, à redução proporcional do 
número de pessoas que financiam os aposentados. Em países onde a expectativa 
de sobrevida é maior a situação se torna mais grave, como na União Europeia, 
onde a proporção é de quatro trabalhadores para um aposentado segundo PIÑERA 
(1998). 
A questão da saúde é tão ou mais importante, na medida em que a 
performance desta área implica numa alteração da quantidade de mão de obra 
disponível para a produção de bens e serviços. Outro aspecto relevante em 
relação às políticas públicas de saúde e ao aumento da expectativa de vida da 
população é que os gastos com saúde per capita tornam-se cada vez maiores com 
o passar do tempo. As pessoas da 
terceira idade, conforme sabemos, em 
geral estão mais sujeitas a acidentes e, 
segundo PASSARELLI (1997), às 
doenças crônicas e degenerativas, em 
razão do déficit ou falência das suas percepções sensoriais e do desgaste físico 
natural da velhice. Por outro lado, o gasto para recuperação da saúde de cada 
idoso também é maior, posto que sua fragilidade orgânica aumenta com o passar 
do tempo, o que implica, por fim, num maior período de permanência em 
tratamento, em regime de internação ou não. 
 Além da questão do aumento progressivo dos gastos com o tratamento de 
saúde das pessoas da terceira idade, emerge o debate sobre as instituições 
responsáveis pelo atendimento a esta população, bem como a formação de 
recursos humanos específicos para este segmento social. 
Na atualidade, as instituições 
públicas geriátricas não servem como 
modelo de serviço para o idoso alcançar 
um estilo de vida com qualidade. 
DUARTE (1998) ressalta que é 
compromisso de todos os profissionais 
10 
 
 
 
 
 
de saúde criar condições para a geração de serviços de boa qualidade com 
enfoque específico, voltado ao direito do idoso como pessoa. SAYEG (1997), 
entretanto nos aponta o Brasil como um país carente de especialistas na área de 
saúde do idoso em consequência, principalmente, da impossibilidade da realização 
de cursos de extensão durante os períodos de formação universitária. 
 
As Políticas Públicas para os Idosos no Brasil: A Cidadania no 
Envelhecimento 
 
 
A partir de 1960, com o declínio da fecundidade e da taxa de mortalidade em 
algumas regiões mais desenvolvidas do Brasil, iniciou-se o processo de 
envelhecimento da população brasileira. Se no início do século, a proporção de 
indivíduos que conseguia alcançar os 60 anos e mais se aproximava de 25%, em 
1990 ela superava 78% entre as mulheres e 65% entre os homens; a esperança de 
vida ao nascer já ultrapassava os 65 anos. Chaimowicz (1998) prevê que no 
período entre 2000 e 2050 ocorrerá o mais rápido incremento na proporção de 
idosos, que saltará de 5,1% para 14,2% da população brasileira. 
O envelhecimento da população influencia o consumo, a transferência de 
capital e propriedades, impostos, pensões, o mercado de trabalho, a saúde e 
assistência médica, a composição e organização da família. É um processo 
constatado, natural, previsível e estrutural e não uma doença. Portanto, não deve 
11 
 
 
 
 
 
ser tratado apenas com soluções médicas, mas também por intervenções sociais, 
econômicas e ambientais (PORTO, 2002). 
A política pública de atenção ao idoso se relaciona com o desenvolvimento 
socioeconômico e cultural, bem como a ação reivindicatória dos movimentos 
sociais. Um marco importante de acordo com Porto (2002) dessa trajetória foi a 
Constituição Federal de 1988, que introduziu em suas disposições o conceito de 
Seguridade Social, fazendo com que a rede de proteção social alterasse o seu 
enfoque estritamente assistencialista, passando a ter uma conotação ampliada de 
cidadania. 
Ainda segundo com a autora, a partir daí a 
legislação brasileira procurou se adequar a tal 
orientação. A Política Nacional do Idoso, 
estabelecida em 1994 (lei 8.842), criou normas 
para os direitos sociais dos idosos, garantindo 
autonomia, integração e participação efetiva como 
instrumento de cidadania. Essa política tem como 
objetivo, criar condições para promover a 
longevidade com qualidade de vida, colocando 
em prática ações voltadas, não apenas para os que estão idosos, mas também 
para aqueles que vão envelhecer. Sendo assim, em relação ao que compete às 
entidades públicas, encontram-se importantes obrigações como estimular a criação 
de locais de atendimento aos idosos, centros de convivência, casas-lares, oficinas 
de trabalho, atendimentos domiciliares e outros; apoiar a criação de universidade 
aberta para a terceira idade e impedir a discriminação do idoso e sua participação 
no mercado de trabalho. 
Ainda dentro da Política Nacional do Idoso, a aprovação do Estatuto do idoso 
(lei 3.561/97) acrescentou novos dispositivos já que esse projeto está embasado na 
concepção da necessidade de aglutinação, em norma legal abrangente, das 
postulações sobre idosos no país. Deste modo, este estatuto acaba exigindo um 
redirecionamento de prioridades das linhas de ação das políticas públicas, 
12 
 
 
 
 
 
consolidando os direitos já assegurados na Constituição Federal, sobretudo 
tentando proteger o idoso em situação de risco social. 
Entretanto, deve-se ressaltar que essa legislação não tem sido 
eficientemente aplicada e isto se deve a vários fatores, quevão desde as 
contradições dos próprios textos legais, até o desconhecimento de seu conteúdo. 
Na análise de muitos juristas, Porto (2002) ressalta que a dificuldade de 
funcionamento daquilo que está disposto na legislação está muito ligada à tradição 
centralizadora e segmentadora das políticas públicas no Brasil, que provoca a 
superposição desarticulada de programas e projetos voltados para um mesmo 
público. A área de amparo à terceira idade é um dos exemplos que mais chama a 
atenção para a necessidade de uma intersetorialidade na ação pública, pois os 
idosos muitas vezes são vítimas de projetos implantados sem qualquer articulação 
pelos órgãos de educação, assistência social e de saúde. 
Mudanças ocorridas na 
estrutura populacional – 
crescimento exponencial da 
população brasileira de 60 anos ou 
mais de idade, longevidade e queda 
da fecundidade – está acarretando 
uma série de consequências 
sociais, culturais, econômicas, 
políticas e epidemiológicas, para as 
quais o país não está ainda devidamente preparado. Esse salto representa um fator 
de pressão importante para a inclusão do tema na agenda de prioridades do 
governo. 
Apresentado este contexto, vamos de descrever no decorrer deste estudo as 
políticas públicas elaboradas pela esfera federal destinada aos idosos no país e 
também discutir o quanto essas políticas públicas realmente garantem a cidadania 
no envelhecimento. Para tanto, este estudo faz uma revisão bibliográfica a cerca do 
o envelhecimento populacional brasileiro e as políticas públicas destinadas aos 
idosos no país, descrevendo os principais aspectos demográficos e estruturais do 
13 
 
 
 
 
 
processo de envelhecimento do país, e em seguida apresenta as principais 
propostas dos Ministérios da Saúde, da Assistência e Previdência social, da 
Educação, do Trabalho, dos Esportes e das Cidades em relação às políticas 
públicas formuladas para a população idosa. No final busca fazer uma reflexão 
sobre as políticas públicas e a cidadania no envelhecimento como o maior dos 
direitos a serem assegurados para este estrato populacional. 
 
O envelhecimento da população brasileira 
 
 
A população brasileira tem sofrido profundas transformações nas últimas três 
décadas na sua estrutura etária, que terão enormes repercussões em termos 
sociais e econômicos. Diante disso, torna-se necessário compreender a dinâmica 
demográfica brasileira. 
Entre 1940 e 1970 o Brasil experimentou um processo de rápido incremento 
demográfico, em virtude de seu alto crescimento vegetativo (queda na taxa de 
mortalidade e elevada taxa de fecundidade). A população passou de 41 milhões 
para 93 milhões de habitantes, com taxa média de crescimento de 2,8% ao ano 
(CARVALHO, 2003). 
As análises da época não esperavam que o país passasse por um processo 
de transição demográfica, com uma queda gradativa e constante das taxas de 
fecundidade, que viesse a diminuir o crescimento populacional, mas ao contrário 
previam que haveria no país, a chamada explosão populacional, que impediria o 
desenvolvimento e que causaria sérios problemas econômicos e sociais ao país. 
Campanhas de controle oficial da natalidade foram propostas, como única forma de 
14 
 
 
 
 
 
evitar o crescimento populacional numa ótica neomalthusianiana o que de fato não 
ocorreu no país (CARVALHO, 2004). 
 Os dados preliminares de censo de 1991 vieram a confirmar o declínio da 
fecundidade, com uma população estimada em 147 milhões de pessoas e uma taxa 
média anual de crescimento em torno de 1,9%. Assim, ao fechar o século XX, o 
Brasil, como a maioria dos países em desenvolvimento, assistiu simultaneamente a 
queda nos níveis de dois importantes determinantes da sua estrutura populacional: 
a fecundidade e a mortalidade. A persistência desse duplo processo desestabilizou 
e modificou a distribuição por idade da população, que no caso brasileiro, provocou 
o inicio do crescimento da população idosa no Brasil nos anos setenta (WONG, 
2001) 
 
O contexto e a velocidade com que ocorre o processo de transição 
demográfica e do envelhecimento da população brasileira apontam para uma 
crescente complexidade de alternativas de atenção às demandas da nova estrutura 
etária emergente. Em decorrência do célere processo demográfico e de profundas 
mudanças estruturais, necessariamente, o país passa a enfrentar problemas muito 
mais complexos do que nos países do primeiro mundo, pois, ainda se depara com 
problemas básicos como: ampla desigualdade social, cobertura social, problemas 
na atenção básica a saúde (mortalidade infantil, doenças infectocontagiosas), 
saneamento básico, educação, habitação, alimentação, pobreza, trabalho, etc. 
Sendo que, concomitantemente enfrentará problemas de um país envelhecido 
quanto às doenças crônico-degenerativas e, maiores custos com a saúde e 
seguridade social. (VERAS, 1994). 
 As projeções da população, por grupo de idade até 2050, mostram que 
entre 2000 e 2050, a participação da população jovem continuará cadente, 
passando de 28,6% para 17,2%, enquanto ocorrerá um modesto declínio, no peso 
15 
 
 
 
 
 
da população adulta de 66,0 para 64,4% e, todo aumento concentrar-se a na 
população idosa, que ampliará sua importância relativa de 5,4% em 2000, para 
18,4% em 2050, intensificando sobremaneira o envelhecimento demográfico 
brasileiro (MOREIRA, 2001). 
Nas figuras 1 e 2, temos as pirâmides populacionais para o Brasil no ano de 
1940, antes do acentuado declínio da mortalidade e fertilidade e, em 2000, ano em 
que se projetam os efeitos decorrentes das alterações nas taxas de mortalidade e 
fertilidade neste final de século (RAMOS, 1997). 
Figura 1 - Pirâmide Populacional Brasileira: 1940 Figura 2 - Pirâmide 
Populacional Brasileira: 2000 
 
 Fonte: Ramos, 1997 
 
Características estruturais da população idosa brasileira 
 
A distribuição urbano-rural da população de idosos (figura 3) insere-se no 
contexto do processo de crescente urbanização no Brasil. A proporção de idosos 
residentes nas áreas rurais passou de 18,6%, em 1991, para 23,5%, em 2000, 
16 
 
 
 
 
 
assim, o grau de urbanização da população idosa acompanhou a tendência da 
população total, ficando em torno de 81% em 2000 (IBGE, 2002) 
O fato é que o crescimento da população urbana vis-à-vis o incremento da 
população rural, resulta em um processo de urbanização do envelhecimento 
populacional. O processo de concentração de idosos nas áreas urbanas é mais 
visível em termos absolutos, pois acompanha o movimento geral da urbanização da 
população (MOREIRA, 2001). 
 
Figura 3: Distribuição rural-urbana de idosos em 1991 e 2000 
 
Com relação aos aspectos relativos ao gênero no envelhecimento, 
Camarano (2002) afirma que ela baseia-se nas mudanças sociais ocorridas ao 
longo do tempo e nos acontecimentos ligados ao ciclo de vida. A maior longevidade 
feminina implica transformações nas várias esferas da vida social, uma vez que o 
significado social da idade está profundamente vinculado ao gênero. Nesse sentido, 
as implicações da feminização da velhice em termos sociais são notórias, dado que 
grande parte das mulheres é viúva, vive só, não tem experiência de trabalho no 
mercado formal e são menos educadas e mais pauperizadas. 
 
Fonte: IBGE, 2002 
 
17 
 
 
 
 
 
A razão de sexo da população idosa é bastante diferenciada, sendo bem 
maior o número de mulheres. Em 1991, as mulheres correspondiam a 54% da 
população de idosos, passando para 55,1% em 2000. Isto significa que para cada 
100 mulheres idosas havia 81,6 homens idosos, relação que, em 1991, era de 100 
para 85,2. Tal diferença é explicada pelos diferenciais de expectativa de vida entre 
os sexos, fenômeno mundial, mas que é bastante intenso no Brasil, haja vista que, 
em média, as mulheres vivem oito anos mais que os homens (IBGE,2002). 
 
Outro ponto importante que deve ser ressaltado é sobre a situação 
socioeconômica dos idosos, pois a pobreza é uma característica amarga da 
velhice. Apesar da heterogeneidade dos idosos, uma característica da maioria das 
sociedades é que as pessoas idosas são em geral mais pobres do que os adultos 
mais jovens da mesma população, principalmente as mulheres idosas. Assim, uma 
das características mais marcantes do envelhecimento populacional da maioria dos 
países da América Latina, nas quais o Brasil se insere, não é o da dimensão 
quantitativa e nem a intensidade e a rapidez do processo, mas por ocorrer em um 
contexto no qual o nível de pobreza é elevado e as desigualdades sociais são 
grandes (VERAS. 1994). 
18 
 
 
 
 
 
 Um aspecto interessante quanto à renda dos idosos é que com a 
universalização dos benefícios da seguridade social, ocorrida na década passada, 
uma boa parcela das famílias com idosos, acrescentaram este importante 
componente de sustentação de suas rendas, complementar aos rendimentos 
provenientes do trabalho e da produção e, mais ainda, que muitas famílias, frente 
ao desemprego dos filhos, passaram a contar como fonte de sustento e 
sobrevivência com o rendimento da aposentadoria dos pais (IBGE, 2002). A figura 
4 apresenta os rendimentos dos idosos de acordo com o tipo de contribuição. 
Figura 4: Rendimento total das pessoas de 60 anos entre homens e 
mulheres, segundo o tipo de rendimento de 1992 a 1999. 
 
Em relação à questão do analfabetismo no Brasil, devemos lembrar que 
mesmo sendo decrescente, ainda é alta. Hoje em dia, a faixa de 20 a 39 anos de 
idade tem a maior proporção de pessoas alfabetizadas da população e a menor na 
faixa acima de 60 anos, considerando apenas a população adulta brasileira (IBGE, 
2002). 
A situação das mulheres é pior do que dos homens (figura 5), refletindo a 
dificuldade de frequentar escolas nas décadas passadas. Consequentemente, as 
mulheres mais velhas têm agora menos educação e menos recursos financeiros 
para lidar com as dificuldades e os custos do envelhecimento (VERAS, 1994). 
Figura 5: Proporção de idosos alfabetizados de acordo com o sexo 
 
 
 
 
Fonte: IBGE, 2002. 
19 
 
 
 
 
 
As diferenças regionais e a etnia dos idosos no país 
 
A queda da fecundidade brasileira não ocorreu simultaneamente e com a 
mesma intensidade entre as regiões brasileiras, e como, historicamente os níveis 
de fecundidade diferenciavam-se entre as regiões, o que se observa é um ponto de 
partida relativamente distinto do índice de idosos das regiões e uma evolução 
diferenciada do mesmo (MOREIRA, 1998). 
De acordo com Moreira (1997) o ano de 1960 marca o momento em que se 
desestabiliza a estrutura etária nacional e regional. Ampliam-se as discrepâncias 
entre os indicadores relativos às regiões Norte e Nordeste e às regiões Sul e 
Sudeste, cujos índices crescem muito mais velozmente. Por sua vez, a região 
Centro-Oeste mostra uma rápida evolução, antecipando um movimento que deverá 
projetar-se no futuro e que determinará a convergência de seus indicadores de 
envelhecimento para aqueles vigentes nas regiões mais envelhecidas do país. 
Dessa forma, as regiões Sudeste e Sul apresentam os mais elevados índices de 
idosos, pelo menos 50% maiores do que os índices das demais. Tanto o Sudeste 
como o Sul, com um índice próximo a 20%, superam flagrantemente os 7,7% 
apresentados pela região Norte e os 10,5% e 11,1% da região Nordeste e do 
Centro-Oeste. O índice (figura 6) mostra a razão percentual entre a população 
idosa (65 anos e mais) e a população jovem (menor de 15 anos de idade). 
 
Figura 6: Índice de Idosos por regiões do Brasil entre 1940 e 1991 
 
 
Fonte: Moreira, 1997 
 
20 
 
 
 
 
 
Segundo Camarano (2002) em relação à etnia, de acordo com o censo de 
2000, dos 14,5 milhões de idosos, 8,8 milhões eram brancos, cerca de 1,0 milhões 
era composto de negros e 4,4 milhões de pardos, o que corresponde, 
respectivamente, a 60,7%, 7,0% e 30,7% da população idosa. Os amarelos e 
indígenas constituem uma parcela pequena da população idosa, 1,2% (figura 7). 
Para Berquó (1999), o fato de a grande maioria da população negra no país 
pertencer aos estratos mais pobres da população e apresentarem uma sobre-
mortalidade maior em relação à população branca, explica a sua menor 
participação dentre os idosos na população total. Apenas 5,1% da população negra 
chegou a atingir 65 anos e mais, na última década, em comparação com os 6% 
correspondentes aos idosos brancos. Os asiáticos são os que têm maior chance de 
atingir idades mais avançadas, apresentando 9,3% de sua população com 65 anos 
e mais. 
 Figura 7 - Proporção de idosos de acordo com a raça e sexo em 2000. 
 
 
As políticas públicas no para os idosos no Brasil 
 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu em alguns dos seus artigos os 
direitos dos idosos e, considerando que a legislação seja apenas uma das 
inúmeras iniciativas a serem assumidas pelo poder público, verifica-se a 
 
Fonte: Camarano, 2002 
 
21 
 
 
 
 
 
necessidade de uma codificação mínima sobre o assunto a partir da esfera federal, 
surgiram em 1994 a Política Nacional do Idoso e, posteriormente em decorrência 
da necessidade de uma legislação federal especifica, o Estatuto do Idoso é 
aprovado em 2003. Portanto, pode-se primeiramente considerar, que no campo 
legislativo, o idoso está assegurado já que sua proteção tem assento constitucional. 
Objetivando dar sequência às garantias constitucionais, o legislador elaborou 
o primeiro instrumento legal de âmbito nacional, a Lei 
Federal n.8.842, de 4 de janeiro de 1994: A Política Nacional 
do Idoso. Essa política criou condições para promover a 
longevidade com qualidade de vida, colocando em prática as 
ações voltadas, não apenas para os que estão velhos, mas 
também para aqueles que vão envelhecer. O objetivo da 
política é de assegurar os direitos sociais dos idosos, criando condições para 
promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade. A lei 
reafirma os princípios constitucionais, garantindo ao idoso a cidadania, com plena 
integração social, a defesa de sua dignidade e de seu bem estar e do direito à vida, 
bem como o repúdio a sua discriminação. 
Em consequência das diretrizes constitucionais e da necessidade de uma 
maior abrangência da Política Nacional do Idoso e do seu aprimoramento em 2003 
é aprovado: O Estatuto do Idoso. O Estatuto basicamente reitera os termos da 
legislação federal, definindo a tarefa de cada órgão público na execução das 
diretrizes daquela política, sob a coordenação de órgão especifico, atualmente sob 
a Secretaria de Assistência Social. O Estatuto é um código de direitos, que propõe 
medidas de proteção e controle social e representa um avanço importante, na luta 
pela afirmação da dignidade da pessoa idosa. Ele cria um sistema jurídico em 
defesa do idoso, com regras processuais novas, que ampliam a competência dos 
juizados. E também define uma série de crimes contra a pessoa idosa e suas 
respectivas penas (detenção, reclusão e multas), facilitando a atuação do Ministério 
Público no combate ao desrespeito, ao abuso, aos maus tratos, à agressão, à 
violência e ao abandono que constituem as principais queixas dos idosos. 
Entretanto, o Estatuto do Idoso ainda é bastante desconhecido. Até nas grandes 
22 
 
 
 
 
 
cidades, que em geral já começam a programar políticas públicas dirigidas aos 
idosos, grande parte da população ignora totalmente a sua existência. 
 
As políticas públicas setoriais para os idosos no Brasil 
 
 Abaixo seguem as Políticas Públicas Setoriais para idosos no Brasil na 
seguinte ordem: Políticas de Saúde, Política de assistência social, Políticas de 
trabalho, previdência e seguridade social, e finalmente as Políticas de esporte,turismo e lazer e educação para os idosos. 
 
 • Políticas de Saúde para os idosos no Brasil 
 
O Ministério da Saúde atua como órgão normativo, já que considera que a 
operacionalização e a execução das ações voltadas para a atenção à saúde do 
idoso cabem as secretarias estaduais e municipais de saúde (FUNDAÇÃO JOÃO 
PINHEIRO, 1993). 
Deste modo, na perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS), em 
dezembro de 1999, o Ministro da Saúde, considerando a necessidade do setor 
saúde,dispor de uma política devidamente expressa relacionada à saúde do idoso, 
aprovou a Política Nacional de Saúde do Idoso e determinou que os órgãos e 
entidades do Ministério da Saúde, cujas ações se relacionem com o tema objeto da 
Política aprovada, promovam a elaboração ou a readequação de seus planos, 
programas, projetos e atividades na conformidade das diretrizes e 
responsabilidades nela estabelecidas (BRASIL 1999). 
23 
 
 
 
 
 
A Lei ressalta que o apoio informal e familiar constitui um dos aspectos 
fundamentais na atenção à saúde desse grupo populacional Isso não significa, no 
entanto, que o Estado deixa de ter um papel preponderante na promoção, proteção 
e recuperação da saúde do idoso nos três níveis de gestão do SUS, capaz de 
otimizar o suporte familiar sem transferir para a família a responsabilidade em 
relação a este grupo populacional. 
 Em menos de 40 anos, o 
Brasil passou de um perfil de 
morbimortalidade típico de uma 
população jovem, para um 
caracterizado por enfermidades 
crônicas, próprias das faixas 
etárias mais avançadas, com custos diretos e indiretos mais elevados. Essa 
mudança no perfil epidemiológico acarreta grandes despesas com tratamentos 
médicos e hospitalares, ao mesmo tempo em que se configura num desafio para as 
autoridades sanitárias, em especial no que tange à implantação de novos modelos 
e métodos para o enfrentamento do problema. O idoso consome mais serviços de 
saúde, as internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do 
leito é maior do que o de outras faixas etárias. Em geral, as doenças dos idosos 
são crônicas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem acompanhamento 
médico e de equipes multidisciplinares permanentes e intervenções contínuas 
(BRASIL, 1999). 
Nesse sentido, a Política Nacional de Saúde do Idoso apresenta como 
propósito basilar a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a 
melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de 
doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que 
venham a ter a sua capacidade funcional restringida, de modo a garantir-lhes 
permanência no meio em que vivem exercendo de forma independente suas 
funções na sociedade (BRASIL, 1999). 
 Para a execução das diretrizes desta Política, no que se refere às da 
assistência e reabilitação da saúde do idoso, o Sistema Único de Saúde conta com 
24 
 
 
 
 
 
as Equipes de Saúde da Família para a Assistência Básica de Saúde, Hospitais 
Gerais e Centros de Referência à Saúde do Idoso (SILVESTRE; COSTA-NETO, 
2003). 
Equipe de Saúde da Família - Hoje em dia, a maioria de nossos idosos vive 
de maneira independente na comunidade. Desta forma, o cuidado comunitário do 
idoso deve basear-se, fundamentalmente, na família e na atenção básica à saúde, 
através das Unidades Básicas de Saúde, em especial daquelas sob a Estratégia de 
Saúde da Família, as quais devem representar para o idoso o vínculo com o 
sistema de saúde. 
Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso - Os Centros de 
Referência em Assistência à Saúde do Idoso fazem parte, juntamente com os 
Hospitais Gerais, da Rede Estadual de Assistência à Saúde do Idoso, cuja gestão 
está a cargo das Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito federal e dos 
municípios em gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde, de acordo com o 
estabelecido na NOAS/2002. 
 
• Política de assistência social aos idosos no Brasil 
 
O Ministério do Desenvolvimento Social - Secretaria Nacional de Assistência 
e Ação social (MDS) é responsável pelo apoio técnico e financeiro a serviços de 
proteção social básica e especial e a programas e projetos executados por 
Estados, Municípios, Distrito Federal e entidades sociais, destinados ao 
25 
 
 
 
 
 
atendimento da pessoa idosa, principalmente as vulnerabilizadas pela pobreza, 
buscando assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover 
sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, conforme 
preconizam a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS 1997) e a Política Nacional 
do Idoso. 
 Constituem propostas do Ministério da Assistência Social a serem 
elaboradas pelos estados e municípios como políticas publicas de assistência aos 
idosos os Centros e Grupos de Convivência, as Instituições de Longa Permanência, 
os Centros-Dia, as Casas-lar, as Repúblicas, além do Benefício de Prestação 
Continuada caracterizados a seguir: 
Centros e Grupos de Convivência - Consiste no fortalecimento de atividades 
associativas, produtivas e promocionais, contribuindo para autonomia, 
envelhecimento ativo e saudável, prevenção do isolamento social, socialização e 
aumento da renda própria. 
 
Instituições de Longa Permanência - Estabelecimentos equipados para 
atender pessoas com 60 anos ou mais, em regime de internato, mediante 
pagamento ou não, durante um período indeterminado. 
26 
 
 
 
 
 
 
Centros-Dia - Atenção integral às pessoas idosas que, por suas carências 
familiares e funcionais, não podem ser atendidas em seus próprios domicílios ou 
por serviços comunitários. Proporciona atendimento necessidades básicas durante 
o dia e a noite mantém o idoso com a família. 
 
Casas-Lar - Residência participativa destinada a idosos que estão sós ou 
afastados do convívio familiar e com renda insuficiente para sua sobrevivência. 
 
27 
 
 
 
 
 
Repúblicas - Alternativa de residência para os idosos independentes e, 
organizados em grupos, co-financiada com recursos da aposentadoria, do 
Benefício de Prestação Continuada, da renda mensal vitalícia ou outros 
rendimentos. 
 
Atendimento Domiciliar - Prestado à pessoa idosa com algum nível de 
dependência, com vistas à promoção da autonomia, da permanência no próprio 
domicilio e do reforço dos vínculos familiares e de vizinhança. 
 
O Benefício de Prestação Continuada (BCP) É um benefício de 01 (um) 
salário mínimo mensal pago às pessoas idosas com 65 (sessenta e cinco) anos e 
mais, conforme o estabelecido no Art. 34 da Lei nº. 10.741, de 1º de outubro de 
2003 e no Estatuto do Idoso. 
 
28 
 
 
 
 
 
• Políticas de trabalho, previdência e seguridade social no Brasil 
 
É amplamente difundido que a atuação do Estado por meio do Instituto 
Nacional da Seguridade Social, apresenta distorções, que prejudicam as 
aposentadorias e pensões, uma vez que não correspondem ao retorno que deveria 
ter em face das contribuições pagas ao longo da vida produtiva dos trabalhadores 
aposentados. Com isso, em decorrência da diminuição dos rendimentos com a 
aposentadoria e dos maiores custos com a velhice, mesmo que seja uma velhice 
saudável, faz com que muitos idosos necessitem voltar ao mercado do trabalho 
(CAMARANO, 2001). 
Os principais benefícios da previdência social são: aposentadorias (por 
tempo de contribuição, idade ou invalidez) e pensões por morte. A aposentadoria 
por idade é, por definição, um benefício para atender especificamente aos idosos. É 
devida aos indivíduos que completam 65 anos, se homens, ou 60 anos, se 
mulheres desde que tenham contribuído por pelo menos 15 anos. São elegíveis 
para o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição os indivíduos que 
contribuíram para o sistema por no mínimo 35 anos, se homem, ou por 30 anos, no 
caso das mulheres (CAMARANO, 2002). 
Os idososde hoje viveram a sua vida ativa em um período marcado pelo 
crescimento econômico e por empregos estáveis e formais. Estão, atualmente, 
usufruindo os ganhos da Constituição de 1988 no que tange à ampliação da 
29 
 
 
 
 
 
cobertura dos benefícios da seguridade social, principalmente, nas áreas rurais. Em 
2003, quase 80% da população idosa recebiam benefícios da seguridade social e 
86% residiam em casa própria (CAMARANO, 2006). 
 
• Políticas de esporte, turismo e lazer e educação para os idosos. 
 
Cabe aos Ministérios do Esporte e do Turismo a elaboração, a 
implementação e o acompanhamento de programas esportivos e de exercícios 
físicos destinados às pessoas idosas, bem como de turismo que propiciem a saúde 
física e mental deste grupo populacional. Neste contexto, Veras (1994) propõe que 
a municipalidade deveria apoiar a criação de centros de lazer e clubes sociais de 
idosos com o intuito de socialização, reunião, desenvolvimento de atividades de 
recreação e lazer, viagens e turismo como acontece em outros países do mundo. 
A Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso incentivam a criação de 
programas educacionais destinados aos idosos, o acesso à informação, a inclusão 
digital e principalmente, o apoio à abertura de universidades abertas da terceira 
idade, tanto nas instituições públicas de ensino superior quanto nas instituições 
privadas. 
 
As políticas públicas e a cidadania no envelhecimento 
 
30 
 
 
 
 
 
 
Através de uma reflexão, este tópico tratará da questão levantada pelo 
trabalho quanto à legislação e o efeito das políticas públicas adotadas pelo governo 
federal para a cidadania dos idosos na sociedade brasileira. Em relação ao 
conceito de cidadania Pinsky (2003) define que ser cidadão é ter direitos civis, ou 
seja, direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei.É também 
ter direitos políticos e sociais, poder influenciar no destino da sociedade, ter a 
garantia da participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao 
trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. O autor ainda completa 
que exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais, que são 
resultados da luta de uma construção histórica da sociedade ocidental. 
 A Constituição Federal, logo no art. 1º declara que são princípios 
fundamentais da Republica Federal do Brasil, a cidadania e a dignidade humana. 
Portanto, o idoso possui status de cidadão, tendo todos os seus direitos 
assegurados, como os de todos os cidadãos brasileiros, sem distinção. Outro 
pressuposto constitucional, que garantiria a cidadania aos idosos é de que um dos 
objetivos fundamentais da Republica é de promover o bem de todos, sem 
preconceito ou discriminação em face da origem, raça, sexo, cor, credo, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação, assim, corroborando com este 
pressuposto, Barroso (1992) afirma que O Direito da Cidadania advém dos Direitos 
Individuais que se referem à vida, a liberdade, a segurança pessoal, à justiça e ao 
asilo; dos Direitos Sociais que são o trabalho, o salário, a seguridade social, a 
habitação, a cultura, e o lazer, e dos Direitos à Política Social que se relaciona com 
a participação do desenvolvimento do processo político, dos Direitos do Bem-estar 
que englobam o padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família a saúde, a 
alimentação, vestuário,e cuidados médicos) do Direito à Educação, do Direito à 
31 
 
 
 
 
 
Família e dos Direitos relativos ao Estado (acesso aos bens e serviços) e, 
finalmente do Direito à Assistência. 
Braga (2001) coloca que a cidadania é uma questão de preservação da 
identidade, independente da idade que esta pessoa tenha. A autora ainda afirma 
que não se trata de paternalismo ou protecionismo, ao contrário, trata-se de 
manutenção de direitos, direitos estes que não devem ser expropriados de 
ninguém, apenas com base num critério etário, pois como se sabe velhice não é 
sinônimo de incapacidade civil. 
No entanto, apesar dessa afirmativa, a velhice no Brasil representa uma 
ideia de improdutividade, de perda de papéis sociais, de dependência, doença e 
abandono, fazendo com que os idosos sejam considerados cidadãos de segundo 
categoria, ou mais ainda que a questão dos direitos seja uma questão menor e sem 
importância diante do peso de cuidar dessas pessoas. Por conseguinte, como em 
vários países do mundo, no Brasil os idosos não exercem sua cidadania - ao 
contrário - na etapa da velhice existe um processo de expropriação da autonomia, 
onde são vistos como incapazes de se relacionar com as pessoas de modo 
igualitário e de serem responsáveis pelas 
próprias ações. 
Veras (1999) considera que o idoso é 
comumente associado à doença e que essa 
impressão não é correta, pelo fato de mais de 
80% deles estarem com sua autonomia e 
independência preservadas, mas é desta 
forma que a velhice é vista pela sociedade. 
Talvez, pela ênfase demasiada na doença, os aspectos sociais, que constituem um 
campo extremamente importante no estudo da terceira idade, sejam negligenciados 
e relegados a um plano secundário e também a questão da cidadania. 
De uma maneira geral, na etapa da velhice, é comum observarmos que as 
pessoas que cercam o idoso, frequentemente têm atitudes que contribuem para 
que ele vá perdendo a autonomia. A família, sob o pretexto de cuidar do bem estar 
do seu idoso, de protegê-lo e poupá-lo, costuma alija-o das decisões, tirando a sua 
32 
 
 
 
 
 
liberdade de escolha e chegando a decidir o que ele deve comer vestir, falar, ir e vir 
e até mesmo como se comportar. 
 Frequentemente a família assume a administração dos bens do idoso, 
desfaz sua casa e cria uma forma de dependência cada vez maior. Como 
consequência, o idoso torna-se um dependente, perde a autonomia e não controla 
nem mesmo seu próprio dinheiro. E em decorrência da diminuição da renda com a 
aposentadoria e os gastos com a saúde, o grau de dependência torna-se 
maior.Nesse contexto, Braga (2001) coloca que: 
No caso específico do idoso a dimensão de liberdade e consequentemente, 
o exercício da cidadania, dependem da criação de condições favoráveis à 
manutenção de seu poder de decisão, escolha e deliberação. Tais condições serão 
efetivadas quando a sociedade perceber que precisa mudar seu comportamento 
em relação ao envelhecimento. (pág 7). 
A questão previdenciária, também afeta a questão da cidadania do idoso. 
Uma melhor renda aos aposentados, pode garantir o exercício da autonomia, uma 
vez que eles não dependem de terceiros para se manterem com dignidade. Neste 
sentido, o Brasil tem um marco inicial em relação à construção da cidadania na 
velhice: a Constituição Federal de 1988 que garantiu uma renda mínima para os 
idosos no país. O respeito aos direitos daqueles que envelhecem e uma sociedade 
consciente desse princípio é capaz de mobilizar o Estado para garantir o espaço 
social reservado aos velhos e envelhescentes e de formular políticas públicas 
voltadas para este estrato populacional. 
O contexto societário em que estamos edificando nossas relações sociais 
não nos permite mais separar o curso da vida a partir da criança, o jovem, o adulto 
e o velho. É necessário estabelecermos uma sociedade na qual seus membros se 
sintam participantes de suas estruturas econômicas, políticas e sociais. Podemos 
criar imagens de um envelhecimento assimilando-o como parte integrante de 
nossas transformações bio-psico-sociais de forma positiva. Saber nos prepararmos 
para esse fenômeno inevitável em nossas vidas é o ponto crucial para a 
consolidação da cidadania na velhice. Nesse sentido, Wieczynski (2006) propõe 
que somente através do engajamento dos idosos em uma vida ativa e participante 
33 
 
 
 
 
 
nas decisões que os afetam é que a cidadania para o idoso serárealmente 
efetivada, fortalecida e ampliada. 
 
O ESTATUTO DO IDOSO 
 
Atualmente, o Estatuto do Idoso, criado pela Lei nº 10.741, de 01 de outubro 
de 2003, estabelece prioridade absoluta às normas protetivas ao idoso, elencando 
novos direitos e estabelecendo vários mecanismos específicos de proteção os 
quais vão desde precedência no atendimento ao permanente aprimoramento de 
suas condições de vida, até à inviolabilidade física, psíquica e moral (Ceneviva, 
2004). 
Segundo Uvo e Zanatta (2005), esse Estatuto constitui um marco legal para 
a consciência idosa do país; a partir dele, os idosos poderão exigir a proteção aos 
seus direitos, e os demais membros da sociedade tornar-se-ão mais sensibilizados 
para o amparo dessas pessoas. 
No âmbito desse Estatuto, os principais direitos do idoso encontram-se no 
artigo 3º, o qual preceitua que é obrigação da família, da comunidade, da 
sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a 
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao 
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à 
convivência familiar e comunitária. 
Apesar da importância dos aspectos ora explícitos referentes ao Estatuto do 
Idoso, Neri (2005), ao analisar as políticas de atendimento aos direitos do idoso 
expressos nesse marco legal, concluiu que o documento é revelador de uma 
ideologia negativa da velhice, compatível com o padrão de conhecimentos e 
atitudes daqueles envolvidos na sua elaboração (políticos, profissionais, grupos 
organizados de idosos), segundo os quais o envelhecimento é uma fase 
compreendida por perdas físicas, intelectuais e sociais, negando análise crítica 
consubstanciada por dados científicos recentes que o apontam, também, como 
uma ocasião para ganhos, dependendo, principalmente, do estilo de vida e do 
34 
 
 
 
 
 
ambiente ao qual o idoso foi exposto ao longo do seu desenvolvimento e 
maturidade. 
Assim sendo, Neri (2005) ressalta que políticas de proteção social, baseadas 
em suposições e generalizações indevidas, podem contribuir para o 
desenvolvimento ou a intensificação de preconceitos negativos e para a ocorrência 
de práticas sociais discriminatórias em relação aos idosos. A consideração dos 
direitos dos idosos deve ocorrer no âmbito da noção de universalidade do direito de 
cidadãos de todas as idades à proteção social, quando se encontrarem em situação 
de vulnerabilidade. 
A despeito dessa ideologia negativa da velhice embutida na construção do 
Estatuto do Idoso, é de fundamental importância que todos os segmentos da 
sociedade, operadores jurídicos e, principalmente, os idosos, sejam instruídos 
quanto aos seus aspectos positivos, pois eles precisam conhecer seus direitos para 
exercê-los e reivindicá-los. 
 
AVANÇOS E RETROCESSOS à LUZ DO ESTATUTO DO IDOSO 
 
No tocante à eficácia, pode-se dizer que quando necessitamos de leis que 
garantam direitos trazidos na Constituição estamos até certo ponto desrespeitamos 
a mesma, e que fundamentalmente estamos um passo atrás do que nossa Carta 
magna traz em seu teor. 
 
 Com tudo que já foi mencionado chega-se ao ponto de que o estatuto veio 
garantir aos idosos mecanismos de preservação de sua dignidade para com a 
sociedade. Como nota-se após o início de sua vigência a eficácia de seus artigos 
35 
 
 
 
 
 
passaram a ser questionados por alguns juristas, que questionavam o que trazia o 
artigo 94, que permitiu que o Código Penal beneficie o réu mais do que a vítima, 
pois o mesmo traz que nos casos nos quais a pena não ultrapassar quatro anos de 
reclusão, seja utilizado o que diz a Lei 9.099/95, já que segundo essa lei, o infrator 
que recebe pena de, no máximo, um ano não deve ficar recluso. 
 Com o esclarecido acima se afirma que pelo princípio da isonomia 
constitucional, a partir da entrada em vigor do Estatuto do Idoso, o tempo de 
benefício de cumprir a sanção penal de um delito contra o idoso, fora da prisão, 
antes somente para penas de 01 ano, fora ampliado para penas de até 04 anos, 
benefício oriundo do art.94 do Estatuto do Idoso. 
No que se refere aos avanços, cabe destacar que a legislação que defende 
os interesses dos idosos em nossos pais, ou seja, o estatuto do idoso, é 
considerado uma das mais modernas do mundo, o mesmo tem vários pontos 
positivos. Vale a pena destacar alguns destes pontos positivos trazidos aos idosos 
pelo Estatuto do Idoso, tais como: 
a) Sistema de cotas nas moradias construídas com recursos federais 
(percentual de 3%); 
b) Salário mínimo mensal a todos os idosos com mais de sessenta e 
cinco anos, o que representou uma redução de dois anos, menos que a Lei 
Orgânica da Assistência 
Social; 
c) Fornecimento de medicamentos e instrumentos de reabilitação e 
tratamento pelo 
Estado; 
d) Proibição de reajuste de plano de saúde em detrimento a faixa etária; 
e) Transporte coletivo gratuito; 
f) Atendimento preferencial e imediato em todos os órgãos públicos e 
privados; 
g) Vagas preferênciais em estacionamento; 
36 
 
 
 
 
 
h) Obrigatoriedade na adequação das empresas prestadoras de serviços, 
para abrigar pelo menos 20% do seu quadro funcional com pessoas maiores de 
quarenta e cinco anos. 
Pode-se ainda dá destaque ao seu aspecto processual, no qual traz a 
inclusão da Ordem dos Advogados do Brasil como legitimada para defender os 
direitos dos interesses coletivos dos idosos. (inciso III do art. 81) 
Por outro lado, o Estatuto do Idoso trouxe em seu teor o princípio da 
proteção integral a favor de pessoas indefesas em virtude da idade, nesse sentido 
cita-se este como ponto negativo por trazer um pouco de preconceito. Pode-se citar 
também outro ponto negativo trazido pelo Estatuto dos Idosos, que é o de que em 
muitos artigos não inovaram e trazem pressupostos genéricos, que independem da 
idade. 
Deve-se citar que o Estado também peca muito quando se trata da 
elaboração de políticas públicas para garantir ao idoso o direito ao trabalho, mesmo 
estando garantido no Estatuto, fruto do anseio de uma sociedade que sempre 
soube esconder a discriminação de contratar pessoas com idade acima de 35 anos. 
Cita-se como outro ponto negativo o sistema previdenciário que é tratado 
com descaso pelo Estado, afinal não se aplica a política de reajuste que garanta a 
manutenção de valor dos salários iniciais. 
Quanto à habitação e ao transporte, existe uma deficiência nas políticas 
públicas voltadas para o idoso, já que a maioria dos idosos e pensionistas tem nível 
econômico baixo, provocando um crescimento de idosos sem teto, moradia e 
abrigo. 
 
Considerações finais 
 
Descrevemos as políticas públicas e a questões referentes aos direitos dos 
idosos, frente às demandas provocadas pelo processo de envelhecimento 
populacional brasileiro. 
Até o final dos anos 50, tínhamos uma alta taxa de fecundidade, uma alta 
taxa de mortalidade e uma baixa expectativa de vida. Esta situação começou a 
37 
 
 
 
 
 
mudar a partir dos anos 60, sem que uma ação efetiva em termos demográficos, 
tenha ocorrido, por parte do Estado brasileiro, como por exemplo, uma política de 
controle da natalidade. É obvio que ocorreram melhoras nas condições de vida e de 
saúde da população, através do controle de doenças e práticas sanitárias, mesmo 
que de maneira precária, pois ainda o país apresenta tais problemas em várias de 
suas cidades e regiões. 
O Estado Brasileiro está diante de uma população com um contingente 
crescente de idosos. Todo um processo segue uma determinada sequência lógica. 
Como os idosos aumentaram em termos quantitativos, e passaram a aglutinar 
ações, que visavam a melhorar as suas condições de vida e a reivindicar por seus 
direitos. E certamente, envolvendo muitas outras pessoas, como pesquisadores, 
professores universitários,profissionais das áreas de geriatria, juristas e também 
entidades representativas desse segmento como associações de aposentados, 
organizações não-governamentais. 
Assim, as reivindicações desse conjunto de atores passaram a exercer uma 
pressão sobre a classe política, fazendo com que fossem colocadas na agenda 
política as suas prioridades e, mais adiante, a elaboração de legislação pertinente à 
proteção social e civil dos idosos. A Constituição Federal de 1988 apresenta muitos 
artigos que visam à proteção dos direitos dos idosos e muitas outras leis foram 
criadas no país, principalmente a Política Nacional do Idoso em 1994, culminando 
na mais atual: O Estatuto do Idoso. 
O fato é que tanto o Estado quanto a sociedade devem garantir aos idosos 
as condições de desfrutar de uma vida mais longa com dignidade. Atender aos 
desafios decorrentes das mudanças na estrutura etária do país, que envolve o 
crescimento do número de pessoas envelhecidas, implica em assegurar a equidade 
na distribuição de recursos e das oportunidades sociais. Neste contexto, trata-se de 
identificar quais são os problemas prioritários para a população idosa brasileira e de 
definir que ações devem ser privilegiadas para enfrentar esses problemas. 
Assim, para desenvolver intervenções adequadas às características sociais e 
culturais da população idosa, é preciso conhecer um pouco mais sobre a maneira 
como os idosos brasileiros envelhecem e quais são as dificuldades que encontram 
38 
 
 
 
 
 
nesse percurso. O envelhecimento de uma população é uma aspiração natural de 
qualquer sociedade; mas tal, por si só, não é o bastante. É importante almejar uma 
melhoria na qualidade de vida daqueles que já envelheceram ou que estão no 
processo de envelhecer. Cabe a um país que esta envelhecendo proporcionar aos 
seus cidadãos os meios para alcançar um envelhecimento saudável e de 
qualidade, sendo que as demandas perpassam a questão biológica da velhice, 
sobretudo envolve questões sociais, econômicas de direitos e culturais nesta etapa 
de vida dos seres humanos. 
Finalmente, pode-se afirmar que o Estado brasileiro está diante de um 
grande desafio a enfrentar, em decorrência das transformações provocadas pela 
ampliação do tempo de vida das pessoas, tendo em vista que ainda apresenta 
problemas típicos dos países periféricos como: enfrentamento da mortalidade 
infantil e controle das doenças transmissíveis, grande parte da população sem 
acesso a uma educação de qualidade; importantes desigualdades regionais e 
sociais, desemprego, trabalho informal e precário, déficit habitacional, violência 
urbana, etc., ao mesmo tempo terá que lidar com um tipo de demanda por serviços 
médicos e sociais outrora restrita aos países desenvolvidos. 
Neste contexto, o envelhecimento no Brasil pode ser encarado como um 
problema diante da escassez de recursos do país. Mas, o olhar não é 
necessariamente este, uma vez que o envelhecimento é uma conquista tanto dos 
indivíduos quanto da sociedade. Como afirma Alex Kalache (1988): 
O Envelhecimento é uma conquista a ser celebrada. E o resultado que 
qualquer indivíduo ou sociedade almeja para si: a alternativa é que é um problema: 
A morte precoce! (pág.15) 
As demandas são muitas e os desafios também, porém o caminho é um só: 
cabe ao Estado e a sociedade reagir, planejar e, sobretudo, desenvolver políticas 
públicas consistentes, visando proporcionar a melhor qualidade de vida possível 
aos seus cidadãos, incluindo aí as pessoas que atinjam a terceira idade. 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. 
Texto compilado 
Mensagem de veto 
Vigência 
(Vide Decreto nº 6.214, de 2007) 
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras 
providências. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte Lei: 
TÍTULO I 
Disposições Preliminares 
 Art. 1
o
 É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas 
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 
 Art. 2
o
 O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem 
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, 
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu 
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.741-2003?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/Mensagem_Veto/2003/Mv503-03.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm#art118
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6214.htm
40 
 
 
 
 
 
 Art. 3
o
 É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao 
idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à 
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à 
convivência familiar e comunitária. 
 Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei nº 13.466, de 
2017) 
 I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados 
prestadores de serviços à população; 
 II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas; 
 III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao 
idoso; 
 IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as 
demais gerações; 
 V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento 
asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria 
sobrevivência; 
 VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na 
prestação de serviços aos idosos; 
 VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter 
educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; 
 VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais. 
 IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei 
nº 11.765, de 2008). 
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, 
atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais 
idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017) 
 Art. 4
o
 Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, 
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma 
da lei. 
 § 1
o
 É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. 
 § 2
o
 As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos 
princípios por ela adotados. 
 Art. 5
o
 A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física 
ou jurídica nos termos da lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13466.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13466.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11765.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11765.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13466.htm#art2
41 
 
 
 
 
 
 Art. 6
o
 Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competentequalquer forma de 
violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento. 
 Art. 7
o
 Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos 
na Lei n
o
 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos 
nesta Lei. 
TÍTULO II 
Dos Direitos Fundamentais 
CAPÍTULO I 
Do Direito à Vida 
 Art. 8
o
 O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos 
termos desta Lei e da legislação vigente. 
 Art. 9
o
 É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante 
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições 
de dignidade. 
CAPÍTULO II 
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
 Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito 
e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, 
garantidos na Constituição e nas leis. 
 § 1
o
 O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos: 
 I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as 
restrições legais; 
 II – opinião e expressão; 
 III – crença e culto religioso; 
 IV – prática de esportes e de diversões; 
 V – participação na vida familiar e comunitária; 
 VI – participação na vida política, na forma da lei; 
 VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 § 2
o
 O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, 
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, 
dos espaços e dos objetos pessoais. 
 § 3
o
 É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento 
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8842.htm
42 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO III 
Dos Alimentos 
 Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil. 
 Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores. 
 Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de 
Justiça, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei 
processual civil. 
 Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de 
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo 
extrajudicial nos termos da lei processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008) 
 Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu 
sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social. 
CAPÍTULO IV 
Do Direito à Saúde 
 Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de 
Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a 
atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. 
 § 1
o
 A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: 
 I – cadastramento da população idosa em base territorial; 
 II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; 
 III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e 
gerontologia social; 
 IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e 
esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições 
públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos 
meios urbano e rural; 
 V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes 
do agravo da saúde. 
 § 2
o
 Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, 
especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao 
tratamento, habilitação ou reabilitação. 
 § 3
o
 É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores 
diferenciados em razão da idade. 
 § 4
o
 Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento 
especializado, nos termos da lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11737.htm#art2
43 
 
 
 
 
 
§ 5
o
 É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese 
na qual será admitido o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) 
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o idoso 
em sua residência; ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) 
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente 
constituído. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) 
§ 6
o
 É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto 
Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, 
contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de 
saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Incluído pela Lei nº 
12.896, de 2013) 
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial 
sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017). 
 Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo 
o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, 
segundo o critério médico. 
 Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder 
autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. 
 Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de 
optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável. 
 Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita: 
 I – pelo curador, quando o idoso for interditado; 
 II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em 
tempo hábil; 
 III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta 
a curador ou familiar; 
 IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá 
comunicar o fato ao Ministério Público. 
 Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às 
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como 
orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda. 
 Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão 
obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos: 
 Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto 
de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem 
como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes 
órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011) 
 I – autoridade policial; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12896.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12896.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12896.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12896.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12896.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13466.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm#art2
44 
 
 
 
 
 
 II – Ministério Público; 
 III – Conselho Municipal do Idoso; 
 IV – Conselho Estadual do Idoso; 
 V – Conselho Nacional do Idoso. 
 § 1
o
 Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão 
praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou 
psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011) 
 § 2
o
 Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o 
disposto na Lei n
o
 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011) 
CAPÍTULO V 
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer 
 Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos 
e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. 
 Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando 
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. 
 § 1
o
 Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, 
computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. 
 § 2
o
 Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de 
conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da 
identidade culturais. 
 Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos 
voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o 
preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. 
 Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada 
mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, 
culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. 
 Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, 
com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de 
envelhecimento. 
 Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e 
incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, 
que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. 
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da 
educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos 
por atividades formais e não formais. (Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017) 
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas 
idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6259.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13535.htm#art1
45 
 
 
 
 
 
idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei 
nº 13.535, de 2017) 
CAPÍTULO VI 
Da Profissionalização e do Trabalho 
 Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições 
físicas, intelectuais e psíquicas. 
 art27Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação 
e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a 
natureza do cargo o exigir. 
 Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se 
preferência ao de idade mais elevada. 
 Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de: 
 I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades 
para atividades regulares e remuneradas; 
 II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) 
ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento 
sobre os direitos sociais e de cidadania; 
 III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho. 
CAPÍTULO VII 
Da Previdência Social 
 Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social 
observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os 
quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente. 
 Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data 
de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu 
último reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os critérios 
estabelecidos pela Lei n
o
 8.213, de 24 de julho de 1991. 
 Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da 
aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição 
correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício. 
 Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto 
no caput e § 2
o
 do art. 3
o
 da Lei n
o
 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-
contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei 
n
o
 8.213, de 1991. 
 Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por 
responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os 
reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período 
compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13535.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13535.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/art27
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9876.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9876.htm#art3%C2%A72
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art35
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art35
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 Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1
o
 de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas. 
CAPÍTULO VIII 
Da Assistência Social 
 Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os 
princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, 
no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes. 
 Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover 
sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) 
salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, 
de 2007) 
 Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos 
do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a 
Loas. 
 Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são

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