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ANALISE DE CASOS CONCRETOS SOBRE A JUDICIALIZAÇÃO DA POLITICA.

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ALBERTO DAVID NOGUEIRA DOS SANTOS 
ANALISE DE CASOS CONCRETOS SOBRE A JUDICIALIZAÇÃO DA POLITICA.
FORTALEZA-CE
Dezembro / 2021
FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU - FORTALEZA
CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA
ALBERTO DAVID NOGUEIRA DOS SANTOS 
ANÁLISE DE CASOS CONCRETOS SOBRE A JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Direito da Faculdade Maurício de Nassau - Fortaleza como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Direito sob a orientação do Profa. Doutora Ana Geórgia Santos Donato Alves.
FORTALEZA-CE
Dezembro / 2021
ALBERTO DAVID NOGUEIRA DOS SANTOS 
ANÁLISE DE CASOS CONCRETOS SOBRE A JUDICIALIZAÇÃO DA POLÍTICA.
Esta monografia foi submetida ao curso de Direito da Faculdade Maurício de Nassau - Fortaleza como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel. A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida desde que feita de acordo com as normas da ética científica. 
Monografia apresentada à Banca Examinadora:
 _________________________________________ 
Profa. Ana Geórgia Santos Donato Alves
Doutora em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
_________________________________________ 
Profa. Carolina Vasques Sampaio 
Mestre em Direito Constitucional nas Relações Privadas pela Universidade de Fortaleza- (UNIFOR)
_________________________________________ 
Prof. Luiz Eduardo de Paula Ponte
 Mestre em Crimes Ambientais pela UNINASSAU
FORTALEZA-CE
2021
 (
FICHA CATALOGRÁFICA (OBRIGATÓRIO)
)
Dedico este trabalho minha Esposa Francisca Marília dos Santos Arruda, e ao filho Luis Eduardo dos Santos Nogueira, que tiveram a paciência com a minha ausência mesmo que presente e o cuidado com a manutenção de nossa casa no período onde dedicava-me e permanecia ocupado com este projeto, tiveram a capacidade de me incentivar todos os dias. Sou grato por me ajudar a realizar este sonho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pоr permitir que eu tivesse saúde е determinação para não desanimar durante a realização deste trabalho, Obrigada Marília minha esposa e Eduardo meu filho, que nos momentos de minha ausência dedicados ao estudo superior, sempre fizeram entender que o futuro é feito a partir da constante dedicação no presente.
Quero agradecer à minha orientadora, Prof.ª Doutora Ana Geórgia Santos Donato Alves pela sua disponibilidade, mesmo em período conturbado do seu dia a dia , e os incentivos que foram fundamentais para realizar e prosseguir este estudo. Saliento o apoio incondicional prestado, a forma interessada, extraordinária e pertinente como acompanhou a realização deste trabalho. As suas críticas construtivas, as discussões e reflexões foram fundamentais ao longo de todo o percurso. Não posso esquecer a sua grande contribuição para o meu crescimento como operador do direito, sou eternamente grato por todo o apoio. 
Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao longo do curso.
“A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer.”
Ruy Barbosa 
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso apresentou um debate teórico acerca da crescente intervenção do Poder Judiciário sobre outros Poderes, no Brasil, focando nas decisões da Suprema Corte e do Supremo Tribunal de Justiça. Passando pela criação dos três Poder Judiciário e dos modelos de separação entre os três poderes, dando maior enfoque ao modelo proposto por Montesquieu, pois a atual Constituição brasileira adota esta formulação, na qual os poderes deveriam ser independentes e trabalhar em harmonia entre si. Com este trabalho mostra os males e eventuais consequências causadas por estas intervenções do Poder Judiciário em outros poderes da República na vida cotidiana dos cidadãos brasileiro, na política interna e na geopolítica do país. Criar um senso crítico na sociedade brasileira no que abrange o tema e no tocante às intervenções do poder judiciário, desta feita podendo deixar uma nova reflexão sobre a nocividade da expansão do Poder Judiciário sobre os preceitos constitucionais e à democracia. No primeiro caso é demonstrado que quando a Suprema Corte tem o dever de proteger a constituição não o faz mesmo tendo o poder de intervir e protegê-la, no segundo caso é demonstrado que Ministros da Suprema Corte tem colocado seus empecilhos e interesses políticos ideológicos a frente da própria Constituição, impedindo as nomeações que são prerrogativas do poder Executivo e no terceiro caso em questão demonstrou que tanto o inquérito das fakenews quanto a prisão do Deputado Daniel Silveira foram feitas e conduzidas de forma irregular desrespeitando a Constituição é o devido processo legal e avançando sobre o Poder Executivo.
PALAVRAS-CHAVES: Separação de Poderes. Judicialização da Política. Ativismo Judicial. Legitimidade Democrática. 
ABSTRACT
This course conclusion work presented a theoretical debate about the growing intervention of the Judiciary Power over other Powers in Brazil, focusing on the decisions of the Supreme Court and the Supreme Court of Justice. Through the creation of the three Judiciary Branches and the models of separation between the three branches, giving greater focus to the model proposed by Montesquieu, as the current Brazilian Constitution adopts this formulation, in which the branches should be independent and work in harmony with each other. With this work, he shows the evils and eventual consequences caused by these interventions of the Judiciary Power in other powers of the Republic in the daily life of Brazilian citizens, in the country's internal politics and geopolitics. Create a critical sense in Brazilian society regarding the subject and regarding the interventions of the judiciary, this time being able to leave a new reflection on the harmfulness of the expansion of the judiciary on constitutional precepts and democracy. In the first case it is demonstrated that when the Supreme Court has the duty to protect the constitution, it does not do so even though it has the power to intervene and protect it, in the second case it is demonstrated that Supreme Court justices have placed their obstacles and ideological political interests to front of the Constitution itself, preventing appointments that are prerogatives of the Executive power and in the third case in question demonstrated that both the fakenews inquiry and the arrest of Deputy Daniel Silveira were carried out and conducted in an irregular manner, disregarding the Constitution and due process of law and advancing on the Executive Power.
PALAVRAS-CHAVES: Separation of Powers. Judicialization of the Policy. Judicial activism. Democratic Legitimacy.
LISTA DE ABREVIATURAS
art ..............................................................................................................................artigo 
arts...........................................................................................................................artigos
crfb..........................................................Constituição da República Federativa do Brasil 
cf..........................................................................................................constituição federal 
stf..............................................................................................Supremo Tribunal Federal 
stj...........................................................................................Superior Tribunal de Justiça
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Inflação Brasileira 1930 – 1989.................................................................... 37
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Capitulo 1 - O surgimento do Estado.
1.1 Principais teorias sobre a origemda Sociedade e do Estado..................................11
1.2 O Declínio do Feudalismo........................................................................................13
1.3 Monarquia.................................................................................................................16
1.4Estado Moderno .......................................................................................................20
1.5 Estado e Sociedade e Estado e Liberdade..............................................................21
Capítulo 2 - Constituições Brasileiras, Três Poderes e suas competências e o devido processo legal.
2.1 As constituições Brasileiras .....................................................................................31
2.2 Três Poderes e suas competências.........................................................................37
2.3 Separação entre os Poderes....................................................................................42
2.4 A harmonia entre Poderes .......................................................................................41
2.5 Devido processo legal..............................................................................................50
Capítulo 3 - Casos concretos de judicialização da política no Brasil.
3.1 Fatiamento do rito de impeachmente da Presidente Dilma Russeff ........................52
3.2 Mandado de Segurança nº 37097/DF caso Ramagem ...........................................56
3.3 Inquérito das FakeNews ,Prisão do parlamentar Daniel Silveira..............................61
3.4 Insegurança Jurídica e suas consequências ...........................................................69
5. Conclusões..............................................................................................................74
Bibliografia.................................................................................................................
Introdução 
A metodologia empregada para realização do trabalho foi à pesquisa bibliográfica de conteúdo doutrinário, considerando a necessidade de avaliar o contexto político e jurídico-institucional das relações interinstitucionais entre Judiciário e, sobretudo, o Legislativo em livros, artigos, revistas e teses, bem como a documental em relatórios, na legislação e em jurisprudências, realizando uma análise normativa das mesmas.
 A constituição Brasileira é clara sobre a função primordial da nossa Suprema Corte que de guardião e intérprete da Constituição, todavia esse poder de intérprete não é salvaguarda nem dá o direito para que venha suprimir a condução, de qualquer que seja o governo eleito pelo voto popular a sagrada escolha do povo e deve ser respeitada em sua totalidade, tão pouco pode o usurpar o papel do poder do Legislativo, haja vista que não existe em lugar nenhum do mundo democracia robusta sem que a política seja intensa, pois um legislativo atuante terá uma maior credibilidade e segurança e equilíbrio na sociedade. 
 Existem inúmeras objeções à judicialização em nosso país. Desta feita, as criticas concentram-se nos gigantescos riscos para nossa democracia, na notória politização da justiça e nos limites da capacidade institucional do Judiciário e na estabilidade das relações institucionais preconizadas pelo princípio da  harmonia dos Poderes.
 Montesquieu em “O Espírito das Leis”, na qual ele apresenta a sua principal teoria a divisão dos poderes, também conhecida como sistema de freios e contrapesos ou teoria tripartite, que teve como suas maiores influências John Locke, pela obra “Segundo Tratado do Governo Civil”e Aristóteles, em sua obra “A Política”, vem sendo deixado de lado no Brasil devido a este movimento de ativismo judicial e judicialização da política prejudicando o equilíbrio do país tendo em vista que cada um dos poderes tem sua funções específicas.
A teoria tripartite de Montesquieu versa que para evitar a existência de um governo absoluto e tirânico, com poder ilimitado, se faz necessário que exista uma divisão das funções exercidas pelo governo entre três poderes distintos, autônomos e independentes entre si, mas todos limitados quando observados isoladamente, pois sem a atuação dos outros poderes não é possível a qualquer destes realizar de forma adequada as funções de governo a ele atribuídas. Podendo assim observar que, pois, que cada um desses poderes é limitado pela existência dos outros dois.
 Todavia não é visto no Brasil, pois, Ministros das cortes superiores e Juízes passaram a legislar sem o sufrágio do voto popular, decidindo questões que devem ser discutidas e decididas pelo Poder Legislativo e executada pelo Poder Executivo, a atuação do Judiciário por inúmeras vezes é arbitrária se aproveitando na maioria das situações de momentos de crise de representatividade é indefinição vendo ali a oportunidade para atuar como legisladores e chancelar o que a eles não é competente e o que o seu entendimento pessoal decide com isso colocando-se acima da própria constituição e dos outros Poderes, observo que este movimento no Brasil esta tomando proporções que beiram uma catástrofe é o rompimento total da ordem constitucional.
 Essa monografia tem como foco na separação dos poderes, tratando sobre sua origem, seus principais desenvolvedores históricos Locke e Montesquieu, uma breve explanação sobre as constituições que regeram nosso país o modelo de separação adotado pela Constituição Federal do Brasil de 1988 e uma explanação sobre o sistema de freios e contrapesos. Tratamos também sobre a expansão do Judiciário e o fenômeno da judicialização da política, sua origem e conceituação e o ativismo judicial, também conceituando e discorrendo sobre sua origem, sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro, bem como a análise de casos concretos sobre a judicialização é as causas dos avanços do poder judiciários sobre os outros poderes. 
A pesquisa no capítulo 3 analisou-se o controverso protagonismo judicial, em especial do Supremo Tribunal Federal (STF) ao levar em consideração que neste órgão, como Corte Constitucional e cúpula do Poder Judiciário brasileiro, encontram-se o maior número de casos que envolvem a judicialização da política e o ativismo judicial ,fenômenos interligados na qual se pode destacar, em linhas gerais, que transferem o poder de decisão sobre pautas políticas para as instâncias judiciais e, assim, há a redução valor ativado Poder Executivo e do Poder Legislativo, como órgãos eletivos e representantes de mandatos populares.
O trabalho no capítulo 2 também analisou a separação entre os Poderes da República Executivo, Legislativo e Judiciário o nosso sistema de freios e contra pesos com o intuito de compreender o porquê do avanço crescente e desenfreado do Poder Judiciário sobre os outros Poderes da República usurpando competências exclusivas a outros Poderes, e a luz da constituição quais os mecanismos para pôr um freio em estes arroubos, no decorrer da pesquisa foram levantados centenas de casos de intervenção do Poder Judiciário, mas o foco para o trabalho foram estes quatro casos emblemáticos descritos no capítulo 3 o primeiro caso sobre o fatiamento do impeachmente da Presidente Dilma Russeff demonstrado que quando a Suprema Corte tem o dever de proteger a constituição não o faz, mesmo tendo a obrigação de protegê-la, no segundo caso é demonstrado que Ministros da Suprema Corte tem colocado ideologias políticas e interesses a frente da própria Constituição, impedindo as nomeações que são prerrogativas do poder Executivo o caso Ramagem situação esta que ilustra bem a dificuldade que se tem hoje na Brasil para qualquer que seja o Presidente governar no terceiro caso em questão demonstrou que tanto o inquérito das fakenews quanto a prisão do Deputado Daniel Silveira foram feitas e conduzidas de forma irregular desrespeitando a Constituição é o devido processo legal e avançando sobre o Poder Executivo mostrando assim que a dificuldade que tem o Presidente também temsenadores e deputados.
 A atual Constituição Federal estatui que os Poderes da República Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes e devem coexistir em forma harmônica entre si, haja vista que, existem previsões no sentido que corroboram com esta harmonia o nosso sistema de freios e contrapesos contribui para esta harmonia, todavia, o ativismo judicial e judicialização da política um fenômeno já visto é experimentado por diversos países, e no Brasil não é diferente, pois, este movimento vem ganhando força e com ímpetos ditatoriais avançado de forma brutal sobre os outros poderes da República usurpando para si competências que a ele não pertence.
 A pesquisa teve escopo analisar o contexto histórico sobre o surgimento do estado e declínios e modelos de governo e as interações entre a atuação do Poder Judiciário no exercício da jurisdição constitucional, analisar até onde vai à legitimidade do Poder Judiciário e como esse movimento de ativismo judicial tem prejudicado o país levando assim a uma grande insegurança jurídica definhando a nação não somente em sua estrutura interna e também prejudicando as relações internacionais do Brasil. 
 A pesquisa não se furtará em abordar a temática da limitação entre as funções estatais e apresentará possibilidades de cunho jurídico e político para coibir ou minimizar a intromissão de um poder em outro, tendo como seu objetivo geral Identificar as políticas e os meios para conter a politização da justiça e as intervenções do judiciário em outros poderes em nosso país é buscar a luz da nossa constituição para que de forma pacífica e jurídica conter e sanar o problema e identificar através do direito comparado buscar mecanismo que venha a corroborar para resolver esta questão.
 
Capitulo 1 - O surgimento do Estado
1.1 Principais teorias sobre a origem da Sociedade e do Estado
Teoria naturalista.
Segundo Aristóteles (ARISTOTLE. 1943, p. 5) “o homem é naturalmente um animal político”; e, para o filósofo grego, só era possível aos dois extremos do ser-humano a escolha pessoal pela vida reclusa e sem contato com outros homens: pela maldade, pela barbárie e falta de conhecimento total diante dos fatos da vida ou – no outro extremo – pela pureza do ser, pelo desapego incondicional em um estado de uma santidade quase ou divindade do ser-humano.
Para Aristóteles (ARISTOTLE. 1943, p. 5 ), “os agrupamentos irracionais ocorrem pelo instinto, tendo em vista que, entre os animais, o homem é o único possui a razão, tendo noções de bem e mal, justo e injusto”. 
Aristóteles influenciou, com suas ideias naturalistas, muitos outros pensadores e filósofos é, entre outros ramos, o romano Cícero, no século I a.C. e o napolitano Santo Tomás de Aquino pai da filosofia cristã.
 Santo Tomás de Aquino condensa em três postulados toda a ideia aristotélica acerca da Teoria Naturalista, Santo Tomás de Aquino condensa em três postulados toda a ideia aristotélica acerca da Teoria Naturalista que são excellentianaturae quando falamos sobre o indivíduo notavelmente virtuoso, que vive em comunhão com a própria divindade, como ocorria com os santos eremitas, corruptionaturae referente aos casos de anomalia mental e mala fortuna quando só por acidente, como no caso de naufrágio ou de alguém que se perdesse numa floresta, o indivíduo passa a viver em isolamento.
Para Platão, não existia propriedade privada se não existissem laços familiares. Além disso, o Estado decide quem poderia ter filhos e deveria preparar física e intelectualmente a juventude. 
Acreditava que só os mais inteligentes poderiam governar principalmente os filósofos. Aristóteles acreditava que o ideal político está na busca do mesmo do bem-estar do homem e na adaptação do governo às necessidades do povo. (Moniz, Milton. Ensaio sobre a filosofia do poder. Luanda: Editorial Polis, 1968. pp. 28).
Independentemente do pensador, no geral, pode se observar que os argumentos convergem para uma única conclusão: a sociedade é um fato é algo natural, consenso entre todos os teóricos do Naturalismo que o homem buscou e busca a cooperação entre seus iguais com objetivos que não são os mesmos em sua totalidade, todavia convergem para os fins da sobrevivência e existência da sociedade.
Teorias contratualistas.
Existe outra vertente que faz um contraponto aos Naturalistas são os que entendem e que consideram que a sociedade surge a partir de um acordo mútuo, consenso e ratificado mesmo que este acordo seja hipotético buscando a junção sob os mesmos objetivos, foram formuladospor Hobbes, Locke e Rousseau. Para Hobbes, no Estado de natureza os homens vivem em um Estado permanente de guerra de todos contra todos (homo lupus homini), onde nunca se é assegurada às liberdades individuais tampouco a vida. Existe a necessidade de um pacto social onde cada indivíduo acorda em renunciar seus direitos naturais em favor de um soberano. Para Locke, sua concepção individualista analisa os homens vivendo originalmente na mais perfeita liberdade e igualdade. Contudo a criação do pacto surge pela desigualdade econômica que coloca tudo em risco. Desta feita, institui-se um poder civil que está acima de tudo e este é imparcial que intervém nos casos em que os direitos individuais sejam violados.
O Estado é uma sociedade política que originalmente foi criada pela vontade de unificação e desenvolvimento dos seres humanos, com intuito de organizar, regulamentar e preservar o interesse público, não sendo somente reconhecido pelo seu poder, mas pelos elementos que os constroem como um povo, um território e a sua soberania, entendemos, pois que o Estado é uma figura abstrata criada pela sociedade para facilitar, reger, organizar e administrar a vida em sociedade.
A terminologia Estado é original do latim status significando, de forma literal, estar firme. Segundo definição de Fernando de Azevedo, a referida palavra pode ser definida como “fixo, imóvel, decidido, regular e constante”. (AZEVEDO, 1953, 5 ed.) Assim sendo este foi o caminho que a humanidade buscou para a sua preservação e paz e o bem comum foi à delegação de um poder único central, o Estado. Hobbes .(HOBBES, Thomas. 2003, p. 143.) entendia que homem viveria sem poder e sem organização, num estágio que ele o denominou de estado de natureza, no qual o entendimento de Hobbes representava uma condição de guerra. E na intenção evitar a guerra, Hobbes propôs que haveria a necessidade de se criar o Estado para controlar e reprimir o homem o qual vivia em estado de guerra. O Estado seria, na visão de Hobbes, o único capaz de entregar a paz, pois, o homem deveria ser supervisionado pelo Ente Estatal legitimado por um contrato social.
Este contrato é um acordo ou consenso entre os componentes da sociedade e não é como um documento firmado em cartório. Para Hobbes e para os outros contratualistas, este consenso marca uma transição do Estado de guerra para o Estado Social. No Estado de Natureza ou de Guerra, o homem possui liberdade e características naturais que nascem com ele. Os contratualistas têm uma visão pessimista do homem em seu Estado de Natureza. Para ele, o natural seria o egoísmo e o homem, sem o Contrato, viveria em guerras permanentes e constantes, exatamente o que acontecia na Inglaterra.
1.2 O Declínio do Feudalismo
O feudalismo foi o sistema político e econômico da Idade Média. Ele foi iniciado na Europa no século V quando os povos germânicos passaram a invadir o Império Romano, inúmeros foram os fatores que deram forças para o feudalismo como, por exemplo, o êxodo urbano, como havia muitas invasões, as pessoas preferiam sair das cidades e morar no interior. 
Sendo este um dos motivos que fizeram com que o feudo fosse valorizado e por isso todo o sistema feudal tem como grandes protagonistas os senhores feudais, que tinham a posse de terra, além disso, com a chegada dos germânicos, os setores político, social e econômico do Império Romano do Ocidente passou a ser desintegrado, o que resultou no enfraquecimento comercial e diminuição de váriasatividades nas grandes cidades. (SOUSA, 2021.)
O sistema Feudal:
Relação de vassalagem e suserania: o vínculo entre o suserano e o vassalo estabelecia acordos de fidelidade e prestação de serviço. O suserano era aquele que possuía a terra e fornecia ao vassalo um lote de sua propriedade e também lhe dava a proteção. Em troca, o vassalo deveria prestar fidelidade e ajudar seu soberano nas produções. Senhores feudais: além das propriedades, todos os poderes políticos e econômicos estavam concentrados nessas figuras. (SOUSA, 2021.)
A sociedade feudal estava dividida em grupos sociais, raramente as pessoas acendiam de posição e cada um tinha um papel bem definido. O status Social também era determinado pelo nascimento e principalmente pela posse da terra. Neste modelo de sociedade, havia a divisão entre o clero, composto por integrantes da igreja; os nobres, grupos formados por senhores feudais e cavaleiros que garantiam a terra e proteção aos camponeses, estes prestavam serviços aos senhores feudais. 
A principal atividade econômica era a produção agrícola, todavia também havia o setor de pecuária, artesanato, pesca e caça de animais. A maior parte do trabalho era servil. Os vassalos podiam plantar e colher nas terras dos senhores, mas pagavam taxas e parte, pois, as terras não pertenciam a eles de sua produção ficavam com seus suseranos, como havia poucas relações comerciais externas, o feudo concentrava grande parte da atividade econômica. A circulação de moedas também era muito baixa e as pessoas recorriam à troca de mercadorias ou escambo ou pela venda de serviços para aquisição de produtos.
A crise do feudalismo 
O declínio deste modelo não começou da noite para o dia. As inúmeras mudanças na forma de organização da sociedade feudal foram importantes e determinantes para que o sistema entrasse em colapso. Os elementos que mais impactaram o feudalismo foram as mudanças das relações econômicas. No período em que os feudos concentravam a maior parte das atividades, tudo girava em torno do trabalho agrícola. Porém, a nova configuração mudou não somente os vínculos de trabalho, mas todas as relações sociais.
Os feudos deixaram de ser autossuficientes, o feudo passou a ser substituído pelas trocas comerciais, o escambo, que agora estava mais amplo. Havia uma grande variedade de produtos manufaturados e especiarias à disposição no comércio. Agora, como não era o centro das atividades comerciais, as relações servis passaram a fazer menos sentido e novos acordos entre os servos e senhores precisavam ser estabelecidos.
Os Senhores feudais observaram as novas configurações, tendo em vista que pretendiam adquirir as especiarias e os produtos manufaturados. Até porque, era necessário se adequar à nova realidade econômica, urbana e comercial. Tenho de ressaltar que essas alterações não acontecem da mesma forma em toda a Europa. Se por um lado o trabalho assalariado e o arrendamento de terras em troca de dinheiro já se faziam presente em alguns países, por outro, as relações servis se tornaram mais duras, principalmente na Rússia e Sacro Império Germânico de um modo geral, a economia européia foi sendo impactada pelos novos acordos e relações estabelecidas. Entre os séculos XII e XVI, a atividade econômica passou por um período de ascensão, mas, um acontecimento terrível foi determinante para uma mudança mais brusca, gerando de vez a crise do feudalismo.
No período de 1346 e 1353 a epidemia de peste bubônica, conhecida também como peste negra, levou à morte de um terço da população da Europa. A situação tornou quase impossível contratar novos servos que fez elevar a média salarial dos trabalhadores. Para conter a situação, os senhores feudais obrigavam os servos a trabalharem cada vez mais e ainda criaram leis que impossibilitava a saída dos vassalos, ou até mesmo sua captura, caso fugissem esta situação gerou uma série de revoltas entre os camponeses em várias partes da Europa.
A Europa só conseguiu se recuperar do declínio populacional no século XV. Porém, as transformações já tinham afetado muito as relações comerciais no continente. Os feudos já não conseguiam atender a demanda alimentar, que atendia a população rural e também os novos centros urbanos. Devido às Cruzadas, expedições militares que ocorreram no século XI, a Europa expandiu seu mercado, mas também possibilitou o enriquecimento do Oriente. Isso tornou o comércio na Europa ainda mais complexo, pois o monopólio dos árabes e da Península da Itália tornou as especiarias vindas do Oriente mais caras e dificultando a circulação e acesso a mercadorias.
Todos os problemas corroboraram e somado agora a escassez de metais preciosos e falta de moedas, impossibilitaram o desenvolvimento de atividades comerciais. A solução encontrada pelos europeus foi a criação de novos mercados que pudessem oferecer produtos, alimentos e metais. Desta feita começaram com o processo de expansão marítima e colonização do Continente Africano e Europeu. Para encontrar o “novo mundo” seria necessário muito capital e foi assim que uma nova era começou a era do acúmulo de riquezas. Surgindo o capitalismo mercantil. Para resumir, podemos citar que as principais causas da crise do feudalismo foram os novos acordos comerciais impulsionados pelas Cruzadas. Com as expedições, a Europa voltou a se relacionar com o Oriente; Desenvolvimento dos centros urbanos. No feudalismo houve o êxodo urbano (saída em direção ao campo), quando o sistema entrou em crise, ocorreu o movimento contrário, as pessoas saíram em direção às cidades.
A crise do feudalismo também foi causada pela emancipação dos servos, que compraram sua liberdade ou fugiram para trabalhar nas cidades. Aumento da circulação de moedas. Surgimento de novas classes sociais. Antes os senhores feudais tinham todo o prestígio, com a queda do sistema, o comércio passou a ser dominada pela burguesia, classe com alto poder econômico. Expedições marítimas e descoberta de novas terras. (CONTE, Giuliano, 1976, p. 36)
1.3 Monarquia
Monarquia é o regime político comandado por um monarca (rei, imperador, príncipe, etc.) que exerce de modo hereditário e vitalício. A corte é o local onde o monarca vive e trabalha, e os cidadãos de uma monarquia são referidos como súditos. Este sistema de governo predominou em todas as sociedades humanas até o final do século XIX, momento em que o regime republicano passou a ser implantado através de golpes de estado, revoltas e revoluções e pela via política como foi a Revolução Gloriosa.
No momento em que o ser humano abandonou o  nomadismo, dezenas de séculos atrás, nós convivemos com sistemas monárquicos, similares aos que existem ainda hoje. Nos grupos nômades, o líder é aquele que demonstra habilidade em guiar seu povo, não necessariamente garantindo o poder aos seus descendentes. A prática da agricultura e o estabelecimento das cidades permitiram a um determinado grupo restrito acumular riquezas e recursos, reter o poder em suas mãos, e passá-lo a seus herdeiros. Um fator importante na conservação do poder era a religião, pois todo o soberano, mesmo hoje, atribui a si e à sua família uma bênção especial de Deus, que lhe garante o comando sobre aquela coletividade. Aliás, com a monarquia, costuma vir também uma religião oficial. No Brasil, por exemplo, a religião cristã, de vertente Católica, foi à religião oficial do estado até o golpe republicano. 
A maior parte dos regimes monárquicos, no decorrer de sua história teve cunho absolutista, ou seja, o rei tinha o poder de tomar qualquer medida sem que sofresse oposição de seus súditos, pois estava resguardado pela riqueza, o poder de seus exércitos, e a adoração religiosa da população. Assim foi com os faraós do Egito ou com os imperadores romanos na antiguidade. A idade média presenciou um esfacelamento dos poderes constituídos na Europa, e a única instituição que de fato tinha poder sobre a população, atuando como uma verdadeira monarquia era a Igreja Católica. 
Os senhores feudais exerciam o poder dentro de suas terras, os feudos, e alguns tinhamaté mais poder que o monarca. Aos poucos, surge o estado nacional, liderado pelo monarca, reinando mais uma vez com poderes absolutos. O mais famoso destes é sem dúvida Luís XIV(1638 – 1715), o rei-sol, que governou entre os séculos XVII e XVIII, “Os críticos de Luís XIV faziam freqüentes referências ao que um deles chamou “O insaciável apetite de sua ambição”. A crítica moral geral ligava-se a uma afirmação política específica, expressa em 1667 num famoso panfleto intitulado “O escudo do Estado” [Le Bouclier d’Etas] e frequentemente reiteradamente. O que se afirmava era que Luís tinha um “vasto e profundo plano” de se tornar “Senhor da Europa” e assim realizar uma “monarquia universal”. Os críticos condenavam com tanta veemência o fim como os meios adotados para alcançá-lo. Segundo um deles, os eventos do reinado eram “Livros eloquentes”, através dos quais se pode ler, em grandes caracteres, Luís, o Grande sacrifica tudo à sua ambição e interesse." (BURKE, 1994, p.63)
Monarquia no Brasil
O Império do Brasil iniciou-se logo após a independência do Brasil, declarada em 7 de setembro de 1822, quando Dom Pedro realizou o grito da independência às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. Esse, no entanto, é apenas o final de um processo iniciado em 1808, quando a família Real Portuguesa mudou-se para o Brasil, dando início ao Período Joanino.
A mudança da família Real Portuguesa aconteceu na virada de 1807 para 1808, quando Portugal foi invadido pelas tropas do tirano Napoleão. Com isso, a família real estabeleceu-se no Rio de Janeiro e iniciou uma série de transformações que colocaram o Brasil em um novo patamar como estado e sociedade é que foi com este movimento o responsável por antecipar nossa independência.
O ponto de partida para a nossa independência ocorreu apenas em 1820, quando foi iniciada em Portugal a Revolução Liberal do Porto. Nessa revolução, a burguesia portuguesa queria o retorno do rei D. João VI para Portugal e exigia a revogação das medidas que garantem maior liberdade econômica ao Brasil.
As exigências dos revolucionários portugueses foram vistas pelos brasileiros como uma tentativa de recolonizar o país e de impedir o desenvolvimento econômico que estava ocorrendo de forma veloz. Surgindo uma insatisfação geral dos brasileiros em relação a Portugal, culminando no processo de independência do Brasil, liderado por Dom Pedro, nomeado por seu pai como regente do país.
Os atritos entre Brasil e Portugal fizeram com que Dom Pedro proclamasse a independência do Brasil. O nosso país, então, converteu-se em uma monarquia, e Dom Pedro foi coroado imperador, tornando-se Dom Pedro I. (CASTRO, Chico 2013, p. 33 e 34.)
Reinados 
O Primeiro Reinado foi o período em que o país foi governado por Dom Pedro I, filho de Dom João VI e regente do Brasil até sua independência. Ficou marcado pelos atritos entre D. Pedro I e grupos políticos do Brasil, pelo autoritarismo e pela incompetência na administração do país.
Com a independência, determinadas regiões do país, como Pará e Maranhão, permaneceram fiéis a Portugal, desencadeando uma guerra no país. Com o fim da guerra de independência, era necessário garantir que Portugal reconhecesse a independência brasileira. Esse reconhecimento foi formalizado em 1825 por meio de negociações mediadas pela Inglaterra.
O filho de D. Pedro I, porém, não tinha idade para assumir o Brasil. Assim, iniciou-se um período de transição em que o país foi governado por regentes até que o futuro imperador tivesse a idade mínima para assumir o país 18 anos, conforme estipulava a Constituição de 1824.
No período Regencial, regentes eleitos governaram o Brasil durante o Período Regencial, fase que ficou marcada pelas disputas entre os parlamentares brasileiros e por rebeliões provinciais. Ao longo desse período, aconteceram rebeliões como Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Revolta dos Malês e a Revolução Farroupilha.
O período das regências teve fim com o Golpe da Maioridade, no qual os políticos brasileiros anteciparam a maioridade de Pedro de Alcântara para que ele pudesse ser coroado imperador do Brasil com 14 anos de idade. Essa mudança na constituição feita pelos parlamentares aconteceu em 1840, dando início ao Segundo Reinado.
O Segundo Reinado, período em que Dom Pedro II foi o imperador do Brasil, estendeu-se de 1840 a 1889. O reinado de D. Pedro II pode ser dividido em diversas fases: um período inicial de consolidação, seguido por uma fase de auge e, por fim, um estágio de decadência.
A campanha abolicionista seguiu um longo percurso e foi um dos grandes acontecimentos que marcaram o Segundo Reinado. Quando D. Pedro II assumiu a presidência, o Brasil era pressionado pela Inglaterra a proibir o tráfico de escravos da África. Com a proibição do tráfico, em 1850, a monarquia iniciou uma transição bem lenta, porem necessário aos tramites para abolição da escravidão, em 1888, no Brasil se deu para que uma ruptura tão abrupta não levasse o Brasil a uma guerra civil como ocorreu no Estados Unidos, infelizmente a abolição tão desejada por D. Pedro II foi o estopim para a derrubada do Império do Brasil.
Outro importante acontecimento do Segundo Reinado foi a Guerra do Paraguai, conflito que começou em 1864 e acabou em 1870 com a vitória do Brasil e de seus aliados. Nesse combate, Brasil, Argentina e Uruguai uniram-se para lutar contra o Paraguai e contra o ditador Solano López. 
A Guerra do Paraguai foi resultado dos choques de interesses que existiam entre as nações sul-americanas e teve como consequência final a destruição do Paraguai. Para o Brasil, as grandes consequências foram o enfraquecimento da monarquia e a instauração de uma forte crise econômica no país. 
O fim da monarquia, resultado de seu enfraquecimento nos meios políticos e nas elites econômicas do Brasil, fez com que o republicanismo ganhasse força como alternativa política. Essa forma de governo foi viabilizada pela conspiração dos militares contra a monarquia.
A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889, quando foi organizado um golpe militar para destituir o gabinete ministerial ocupado pelo Visconde de Ouro Preto. A destituição do gabinete e as articulações políticas levaram José do Patrocínio a proclamar a república. D. Pedro II e a família real partiram, então, para a Europa em exílio.
A disputa entre liberais e conservadores pelo poder no parlamento, por meio do gabinete ministerial, deixava nossa política bastante instável. D. Pedro II foi o responsável por controlar as disputas políticas e por criar um regime conhecido como parlamentarismo às avessas, sistema parlamentar no qual o imperador tinha plenos poderes de destituir o gabinete ministerial.
Em relação ao trabalho, as duas grandes questões eram referentes ao trabalho escravo e à chegada dos primeiros imigrantes europeus ao Brasil. No que diz respeito à escravidão, destaca-se a pressão dos ingleses para que o Brasil colocasse fim ao tráfico de escravos o que, inclusive, quase levou nosso país à guerra contra os ingleses.
O processo de transição para o fim do trabalho escravo foi realizado lentamente, demonstrando o desinteresse da monarquia em acabar com a escravidão no Brasil, uma vez que isso poderia prejudicar politicamente o monarca brasileiro. No final da década de 1880, quando a situação já era insustentável, a campanha abolicionista ganhou força no país. Em 1888, a Lei Áurea foi assinada, proibindo o trabalho escravo dos negros em nosso país.
A vinda dos imigrantes ao Brasil surgiu como alternativa para substituir os escravos, que, após 1850, com a proibição do tráfico negreiro, estavam escassos em nosso país. Os imigrantes foram muito importantes para as fazendas de café, que começaram a crescer no Oeste Paulista. Vieram para o Brasil um grande número de italianos e portugueses, bem como alemães e espanhóis.
1.4 Estado Moderno
O Estado Moderno surgiu a partir da união dos diversos feudos existentes no continente europeu. A formação do Estado Moderno é dividida, para fins de estudos, em quatro fases: o estado moderno, estadoliberal, crise no estado liberal e estado democrático liberal. Nasceu no século XV, com o desenvolvimento do capitalismo mercantil registrado em Portugal, na França, Inglaterra e Espanha. Nas quatro nações, o Estado Moderno surge a partir da segunda metade do século XV e, posteriormente, é observado seu surgimento também na Itália. 
O Estado Moderno surge a partir da crise no Feudalismo. No modelo feudal, não havia estados nacionais centralizados. Os senhores feudais é quem exercia os poderes políticos sobre seus domínios, sem ter que responder a um poder central estabelecido. O poder dos senhores feudais era partilhado com o governo das cidades medievais autônomas, que eram conhecidas por comunas. Estas tinham autonomia para regulamentar o comércio, estabelecer impostos, garantir a liberdade dos cidadãos e controlar os processos judiciais. A burguesia passa a exigir elementos que garantias para o desenvolvimento do comércio como um governo estável, leis e taxas unificadas. Os burgueses também protestavam contra os elevados impostos sobre as mercadorias e a diversidade de moedas.
O Estado Moderno é fruto de um processo de cerca de três séculos para se estabelecer. A primeira fase dele é o absolutismo monárquico. Por meio da centralização do poder na monarquia, começa a ser desenvolvido o exército nacional, a estrutura jurídica única e a sistematização da cobrança de impostos.
A monarquia absoluta permite, ainda, a formação da infraestrutura que garante a máquina pública e cria as condições para o surgimento do corpo burocrático, características do Estado Moderno, Um só poder; Um só exército; Autoridade soberana do rei para todo o território; Administração e justiça unificada; Criação do sistema burocrático.
1.5 Estado e sociedade
Existem duas teorias que procuram dar conta do conceito de sociedade: a teoria organicista, cujas origens podem ser encontradas desde a filosofia grega, que versa que o homem é um ser eminentemente social e por conta disto não pode viver fora da sociedade, entendendo o indivíduo como uma parte “orgânica” da sociedade; e a teoria mecanicista, que entende o homem como um ser primário que vale por si mesmo e do qual todos os ordenamentos sociais emanam como derivações secundárias. Para os primeiros, a Sociedade é definida como “o conjunto das relações mediante as quais vários indivíduos vivem e atuam solidariamente em ordem a formar uma entidade nova e superior” (BONAVIDES, p. 64). Todavia os mecanicistas entendem a Sociedade como um grupo derivado de indivíduos que buscam objetivos em comum, mas que, individualmente, seriam impossíveis de serem alcançados.
Os mecanicistas são críticos da visão “biologizante” da sociedade, pois, para eles, na sociedade existem fenômenos que não acham equivalente no corpo humano: as migrações, a mobilidade social e o suicídio, por exemplo. Além disso, dizem: as partes do organismo não vivem por si mesmas, sendo impossível imaginá-las fora do ser que a integram e nem podemos admiti-las noutra posição que não seja aquela que a natureza lhes determinou, bem diferente do que pode suceder com os indivíduos na sociedade.
Independente de qual seja que seja a visão de Sociedade, mecânica ou orgânica, é preciso fazer uma distinção entre Sociedade e Estado. O Estado é produto da Sociedade, mas não se confunde com ela. A Sociedade vem primeiro, o Estado vem depois: o Estado é uma ordem política da Sociedade. “o Estado moderno se constitui de um conjunto de instituições públicas que envolvem múltiplas relações com o complexo social num território delimitado” (RODRIGUES, 2011, p. 17), dessa forma, o Estado deve ser entendido como a ordem jurídica, o corpo normativo, “exterior” à Sociedade.
As ações do Estado são definidas por leis ou por atos de governo, que visam às execuções de tarefas de interesse público e que se realizam pela administração pública. Esse ordenamento da sociedade com base em um sistema jurídico que garanta as liberdades fundamentais faz surgir o Estado de Direito e esse mesmo ordenamento com base em um sistema de proteção social que garanta o acesso a direitos como a saúde, educação, habitação, entre outros, como direitos de todo cidadão, dá origem ao Estado de Bem-Estar Social (WelfareState).
Teorias do Estado
Durante a modernidade, filósofos e pensadores políticos concentraram boa parte de suas reflexões sobre o Estado de tal modo que podemos dizer que a história da política moderna e a história do Estado se confundem. 
De forma geral, alguns autores defendem a ideia de que o Estado representa o bem comum e os interesses gerais da sociedade. Contudo, esta ideia foi amplamente criticada pela teoria marxista, segundo o qual, “o Estado é um instrumento de domínio de uma classe social sobre a outra” (SELL, 2006, p. 111). Para Marx, que em certo sentido concorda com Rousseau, o Estado surge como uma forma de apropriação da classe dominante, que primeiro conquista o poder político através do Estado para apresentar seu interesse como sendo o interesse geral da sociedade. Ora, é exatamente por isso que Rousseau afirma, em uma de suas passagens mais célebres, que o primeiro homem que cercou um lote de terra e disse “isto é meu”, provocou um dos maiores males para a sociedade, pois o Estado surge a partir de um contrato social, não para garantir o direito de todos, mas o direito daqueles que detém a propriedade privada. Por isso o filósofo genebrino afirma que este primeiro contrato não foi legítimo, pois apenas assegurou o direito dos “ricos”: dos que passaram a ter bens e posses. 
Da mesma forma, Marx afirma em sua Ideologia Alemã (apud SELL, 2006) que o Estado adquiriu uma existência particular como uma forma de organização para que os burgueses garantissem sua propriedade e seus interesses. Refletindo sobre a compreensão moderna de Estado (e de modo mais específico os "Estados nacionais"), Habermas (2002, p. 123-124) define juridicamente como sendo: “do ponto de vista objetivo, refere-se a um poder estatal soberano, tanto interna quanto externamente; quanto ao espaço, refere-se a uma área claramente delimitada, o território do Estado; e socialmente refere-se ao conjunto de seus integrantes, o povo do Estado”.
Estas teorias, e ainda outras, envolvem basicamente o processo de formação e consolidação do Estado tal como conhecemos hoje. Ao longo da história o Estado foi adquirindo características e elementos bem diferentes, mas, de forma geral, podemos entender o Estado como um poder central (estatal) que possui plenos poderes sobre seu território. Ao longo da nossa História, podemos identificar alguns “modelos estatais” bem distintos entre si, são eles: o Estado Absolutista, o Estado Liberal-Democrático, o Estado Totalitário e o Estado de Bem-Estar Social. 
Historicamente a primeira forma assumida pelo Estado foi o modelo absolutista, na transição da Idade Média para a Idade Moderna. Econômica e politicamente falando o Estado surge a partir da transição do modelo econômico feudal para a economia capitalista: a formação do Estado envolve a centralização do poder de territórios sob o comando de um monarca em substituição a fragmentação política medieval em diversos feudos. Como o próprio nome sugere, no Estado Absolutista, o monarca é dotado de poderes absolutos. Estas monarquias foram se constituindo historicamente por toda a Europa, desde Portugal, Espanha (com a unificação dos reinos de Aragão e Castela em 1476), França (a partir do reinado de Felipe IV 1285-1314) e a Inglaterra (com a monarquia dos Tudor). Com o Estado Absolutista se forma a noção central do Estado Moderno que é o conceito de “soberania”, teorizada por filósofos como Jean Bodin, Thomas Hobbes, Rousseau, entre outros: “a soberania implica a ideia de que o Estado é o poder central de uma determinada sociedade sob a qual nenhum outro poder pode elevar-se” (SELL, 2006, p. 125).
A construção do Estado Liberal-Democrático envolveu além de estar marcada pela construção dos direitos civis e políticos a submissão das monarquias nacionais absolutistas ao poder do Parlamento e aregulação daquela através de Constituições, ou seja, o Parlamento passou a controlar o rei através da Constituição. Essa luta contra o absolutismo dos monarcas pode ser facilmente percebida através de pelo menos três grandes movimentos históricos: a Revolução gloriosa (a luta entre a coroa inglesa, o parlamento e a burguesia ocorrida na Inglaterra no século XVII), a Revolução americana (a independência das 13 colônias que se intitula “Estado Unidos” em 1776) e a Revolução francesa (com a deposição do Rei Luís XVI e a inauguração da “república francesa”). O que estas três Revoluções têm em comum e que nos ajudam a entender o surgimento do Estado Liberal-Democrático é o fato de que todas proclamaram algum tipo de direitos para os cidadãos: a primeira proclamou a Bill ofrights, a Lei dos Direitos dos Cidadãos (1689), que garantia a proteção de todo indivíduo diante do governo; a segunda organizou o Estado a partir da Declaração da Independência que garantia os direitos dos indivíduos e submeteu o poder da federação à Constituição de 1787; e a terceira redigiu a Declaração dos direitos do homem e do cidadão (1789) além da Constituição de 1791 que submetia o poder do rei ao poder do parlamento. 
Em todas estas revoluções, o poder do monarca foi limitado pela lei visando preservar a liberdade e garantir os direitos individuais. Essa garantia das liberdades individuais é o que dá origem ao conceito de um Estado Liberal. Além disso, com a garantia dos direitos individuais (civis e políticos), podemos dizer que foi a construção do Estado Liberal-Democrático que deu origem ao que é conhecido hoje como o “Estado democrático de direito”.
Apesar de todos estes movimentos, no sentido de proteger as liberdades individuais e garantir plenos direitos aos cidadãos, isto não impediu o século XX de ver surgir regimes totalitários que exacerba a noção de soberania e submete os indivíduos e a própria sociedade ao poder do Estado: são os Estados Totalitários, como o fascismo (na Itália, com Benito Mussolini), o nazismo (ou o nacional-socialismo na Alemanha, com Adolf Hitler) e o comunismo (na Rússia, com Josef Stálin).
Apesar das diferenças históricas, os estudiosos identificam nos movimentos e regimes totalitários algumas semelhanças estruturais que configuram suas características básicas. Entre elas podemos citar: 1) existência de um partido único de massa, fortemente hierarquizado; 2) ideologia autoritária, voltada para o culto do Estado, da força e da figura do poder político; 3) mobilização das massas através do uso de instrumentos de propaganda; 4) repressão e perseguição política a todas as formas de oposição política; 5) direção estatal e centralizada da economia (SELL, 2006, p. 129).
O Estado no Brasil
O primeiro passo importante para a formação do aparelho estatal no Brasil se deu com a vinda da família real para o Brasil, em 1806. A vinda da família real trouxe uma série de mudanças para o Brasil, inclusive com a formação de órgãos e departamentos governamentais.
Em 1822, com a proclamação da independência e em 1889 com a proclamação da República temos dois momentos históricos importantes de consolidação do Estado no Brasil: o primeiro correspondendo a uma espécie de Estado “absolutista” (a monarquia como forma de governo aliado a uma espécie de parlamentarismo) e após a proclamação da República nós temos o que poderíamos chamar da gênese do Estado Liberal-Republicano no Brasil (forma de governo republicano aliado ao presidencialismo), que vai perdurar até 1930, com a origem do que podemos chamar de Estado Nacional-desenvolvimentista. “O período histórico do desenvolvimentismo tem como marca fundamental a intervenção ativa do Estado na promoção da industrialização, ou seja, do desenvolvimento nacional” (SELL, 2006, p. 140). 
Entre 1930 até a década de 80, podemos dizer que o Estado brasileiro adotou como princípio fundamental de sua política a combinação de crescimento econômico com a promoção da industrialização e a mudança estrutural do sistema produtivo (de um Brasil agrário exportador para um Brasil industrial e urbano). É nesse período que são criadas as empresas estatais como a Vale do Rio Doce (minério) e a Petrobrás (combustível), onde o Estado passou a tomar o controle de algumas indústrias de base como forma de acelerar o desenvolvimento econômico. A partir da década de 80, com o aumento crescente da inflação (em 1988 a inflação chegou próxima dos 2.000% - tabela 1) e também o aumento da dívida externa (resultado dos grandes empréstimos tomados pelos governos militares para financiar o desenvolvimento industrial), o Estado brasileiro entrou em um processo de crise e uma série de medidas foi tomada (planos econômicos) com o objetivo de buscar a estabilidade financeira da economia brasileira. Este foi desde então o grande desafio dos governos a partir da década de 80: construir um novo modelo de Estado e retomar o crescimento econômico.
(figura 1 Inflação Brasileira 1930 – 1989)
Estado e Liberdade Individual
A Inglaterra do século 17 foi palco de uma disputa que definiu seu destino como nação moderna e também influenciou todo o mundo ocidental o país encontrava-se dividido e atormentado por lutas e querelas entre protestantes, católicos, liberais e absolutistas. Essa batalha que se desenvolveu nos campos político, religioso e militar durou décadas, tendo sido finalmente vencida pelos liberais protestantes na célebre Revolução Gloriosa de 1688.
Nesse contexto de disputa foram escritos dois dos mais importantes livros sobre filosofia política, que até hoje são paradigmas para distinguirmos países governados por Estados fortes (O Leviatã, de Thomas Hobbes) de países onde impera a força da sociedade e do mercado (Segundo Tratado sobre o Governo Civil, de John Lock).
A idéia de liberdade não é, certamente, monopólio da corrente liberal, mas o fato é que essa idéia, como campo protegido das ações dos Estados absolutistas, que então se multiplicavam na Europa, tem repercussões até os dias de hoje. A esse respeito, Benjamin Constant escreveu um célebre artigo chamado “Da Liberdade dos Antigos comparada à dos Modernos”, onde estabelecem importantes diferenças entre as duas concepções de liberdade anunciadas em seu título.
E o perigo da liberdade moderna “está em que, absorvidos pelo gozo da independência privada e na busca de interesses particulares, renunciemos demasiado facilmente a nosso direito de participar do poder político”. Essas dimensões, que são tipos ideais não encontrados em estado puro na realidade social, marcam duas posições clássicas na discussão sobre liberdade e ambas devem ser levadas em consideração em seus alcances e consequências.
No Brasil, a noção de liberdade surgiu timidamente, só incorporando mais claramente sua dimensão moderna (restrição ao poder absoluto) no século 19, um período de avanço do liberalismo e das forças da sociedade e do mercado em todo o mundo. Com o desenvolvimento do pensamento liberal, os grandes proprietários rurais adquiriram mais poder, diminuindo consequentemente o poder do centro político, da monarquia. A esse fato somaram-se a Constituição de 1824, que ampliou os direitos individuais e políticos no país, o Código de Processo Penal (1832) e o Ato Adicional (1834), que confirmaram a autonomia local, fortalecendo o poder privado.
Com a abdicação de D. Pedro I, a Regência descentraliza as forças políticas em direção aos municípios e províncias. O Liberalismo político brasileiro se realiza associando-se a essa descentralização, que coincide com os interesses de autonomia dos senhores de terra, defendendo a livre concorrência e se opondo também ao excesso da intervenção estatal na sociedade e no mercado. Porém, com a renúncia do Regente Feijó do Ministério da Justiça, um dos fundadores do Partido Liberal termina esse período de avanço do Liberalismo. O primeiro passo da reação centralizadora foi a Lei de Interpretação do Ato Adicional, que privilegiou o Legislativo Nacional e fez com que as assembléias provinciais perdessem terreno.
Com a abolição da escravatura,em 1888, e a Proclamação da República, em 1889, as idéias liberais, em voga pelo mundo, voltam a prosperar no Brasil. Nesse final de século, já passam a conviver em terras brasileiras idéias e instituições do mundo colonial ibérico, entrelaçadas a idéias e instituições provenientes dos países que foram palco de revoluções burguesas e de cismas protestantes.
Do ponto de vista econômico, em todo esse período manifestava-se um Brasil ainda essencialmente agrário e exportador, onde se via um mercado que era ativado pela demanda externa, criando dependência e atraso. Com a decadência do ciclo do açúcar, as oligarquias do Nordeste perdem parte de sua importância política no país. 
Os cafeicultores do centro-sul iniciam então um novo período da economia nacional, promovendo uma acumulação de capital que será a base para o processo de industrialização e urbanização do país. Somente a partir dos anos de 1930, com a desorganização da economia mundial em razão da primeira Guerra Mundial e do crack da Bolsa de Nova York, é que a economia brasileira passa a produzir não apenas para exportação, mas também para o mercado interno. Surge, a partir de então, uma burguesia e um proletariado mais expressivo. O setor de serviços também se desenvolve, com a formação de profissionais liberais e de burocracias estatais. 
Em versões tanto democráticas (de 1945 a 1964 e, posteriormente, a partir do final do primeiro mandato do presidente Lula) quanto do período militar (durante os governos militares de Costa e Silva a Figueiredo), o Estado foi, de fato, o principal agente do crescimento da economia nacional. Porém, a partir da crise dos anos de 1970-1980, que corresponde no Brasil ao final dos governos militares, a pauta liberal passa, novamente, a orientar as políticas públicas a será dotada na área econômica, situação que vigorou do governo Sarney até os três primeiros anos do primeiro mandato do governo Lula. 
Ao longo deste período, os liberais lutaram contra a excessiva intervenção do Estado na economia, combatendo o que chamavam de populismo econômico, defendendo o equilíbrio orçamentário, políticas fiscais responsáveis e políticas monetárias como meio de evitar processos inflacionários e desajustes econômicos.
Enfim, Mercado e Estado estiveram presentes, alternando protagonismos, em todo esse período da modernidade brasileira inaugurado nos anos de 1930. As concepções de liberdade dos antigos e dos modernos, nos termos de Benjamin Constant, estiveram presentes alternando, se confrontando e se complementando na construção do Brasil moderno.
Este é o mais longo e ininterrupto período de democracia da história de nossa República. As instituições democráticas se fortaleceram e com elas a sociedade pode caminhar conjugando preocupações relativas tanto ao poder social quanto aos direitos e garantias individuais, apontando para um país onde possa haver justiça social, democracia política e desenvolvimento econômico.
Liberdade e indivíduo nem sempre andam juntos. Embora os direitos individuais tenham ganhado a sua formulação moderna na sequência da Revolução Francesa de 1789, quando a Declaração dos Direitos do Homem estipulou as garantias e prerrogativas a proteger o indivíduo do Estado, historicamente o seu maior opressor, essas normas não se afirmaram de imediato. 
Ao contrário, pode-se dizer que a política nos dois últimos séculos é marcada, precisamente, pela tensão entre a liberdade individual e as prerrogativas do Estado, e o regime democrático acha a sua melhor mensuração no respeito que exibe às garantias individuais, legalmente estipuladas e cumpridas.
A liberdade absoluta não acha lugar na vida em sociedade, senão na vida primitiva, onde os indivíduos viviam isolados uns dos outros. A vida sedentária, que se afirmou a partir do domínio da cultura de alimentos e assim determinou a reunião e nela a convivência de indivíduos de outros grupos, evidenciou que a liberdade individual tem a sua limitação em igual liberdade exercida pelos demais indivíduos.
A organização da sociedade, nas diferentes formas estatais que tomou, ergueu o Estado como titular dos meios, inclusive coercitivos, e viu, entre as primeiras medidas a tomar, a preceituação da liberdade individual. Isto é, fixar e fazer cumprir os limites aceitáveis nos quais cada indivíduo é livre para determinar as suas próprias ações. Essa liberdade, maior no círculo íntimo do indivíduo, desdobra-se pelos diferentes planos da vida social: político, cultural etc. Assim, é livre o indivíduo para determinar não apenas as suas escolhas pessoais, mas também aquelas próprias à vida social da cidade, o país na qual se inscreve. 
Esquematicamente, pode-se contrapor a liberdade cumprida no plano individual, no círculo imediato da existência do indivíduo, ao interesse público, que o estado democrático privilegia em relação à liberdade individual. Isso porque o interesse público nada mais é do que o interesse transindividualidade, ou seja, o conjunto de interesses individuais que foram continuamente se alinhando até consistiram, pela sua dimensão, o interesse público, que, na verdade, é o interesse de quase toda a sociedade .Exemplificando, o estado democrático não pode permitir a instalação e a operação de um estabelecimento comercial que ponha em risco a segurança pública, mesmo que seja em lei assegurada a liberdade de empreender a seus donos.
Por essa razão, o estado democrático exige a atenção de todos os indivíduos, a crítica deles expressa pelo processo eleitoral livre, e manifestada no entrechoque de opiniões e fatos divulgados pela imprensa. Não admira que haja tantas imperfeições nesse regime. Porém, essas imperfeições são largamente compensadas, precisamente pelo fato de a liberdade individual ser protegida por leis que definem claramente as suas prerrogativas.
Capítulo 2 - Constituições Brasileiras, Três Poderes e suas competências e o devido processo legal.
2.1 As constituições Brasileiras 
CONSTITUIÇÃO DE 1824
A nossa 1ª carta magna foi outorgada por D. Pedro I em 25 de março de 1824, e nos deu os alicerces da organização político-institucional do país independente. Em 1822 d. Pedro convocou uma assembleia constituinte com a tarefa de elaborar uma Constituição para o Brasil. Instalada em 3 de maio de 1823, a assembleia foi dissolvida pelo Imperador em 12 de novembro deste mesmo ano, devido ao descontentamento de d. Pedro com as propostas de limitação de seus poderes e de definição das atribuições do Poder Executivo. A tarefa de elaborar uma constituição para o Brasil foi conferida, então, ao Conselho de Estado, tendo como base o projeto que esteve em discussão na assembleia constituinte que fora dissolvida. (SOARES, 2011, v. 2, pp. 19-20)
Apoiada numa pluralidade de matrizes teórica, como a experiência constitucional da Espanha (1812) e da França (1814), bem como o pensamento político de Benjamin Constant, o modelo expresso na Constituição de 1824 resultou da tentativa de conciliar os princípios do liberalismo à manutenção da estrutura socioeconômica e da organização política do Estado, monárquico que emergirá da Independência. A Constituição outorgada modelou a formação do Estado, mas, também teve importante papel para garantir a estabilidade institucional necessária à consolidação do regime monárquico. (OTONI,1860, p. 31-32) (BONAVIDES,, p. 113.)
A Carta Magna definiu como forma de governo a monarquia hereditária, constitucional e representativa que, dentro dos princípios liberais, tinha no imperador e na Assembleia Geral os representantes da ‘nação brasileira’. Foi estabelecido um governo unitário, onde os poderes concentravam-se no governo central, e o território brasileiro foi dividido em províncias, cujos presidentes subordinavam-se ao chefe do Poder Executivo, o imperador. Nas cidades e vilas o governo econômico e administrativo competia às câmaras, compostas por vereadores eleitos, cujas atribuições deveriam ser definidas por lei complementar (BRASIL. Constituição (1824), art. 167 e 169). 
A Constituição definiu juridicamente aqueles que usufruírama condição de cidadão, a quem ficava assegurada a inviolabilidade dos direitos civis e políticos, tendo por base a liberdade, a segurança individual e a propriedade. Estava constitucionalmente assegurada a liberdade de expressão, a liberdade religiosa, o direito à propriedade, a instrução primária gratuita, a independência do poder judicial, o fim do foro privilegiado, o acesso ao emprego público por mérito, entre outros direitos (BRASIL. Constituição (1824), Título VIII). Dentre os cidadãos, o texto constitucional incluiu os ingênuos e libertos nascidos no Brasil, os filhos de pai brasileiro, os ilegítimos de mãe brasileira nascidos no exterior que fixassem domicílio no Império e os filhos de pai brasileiro em serviço em país estrangeiro, ainda que não se estabelecesse no Brasil, além de todos os nascidos em Portugal e suas possessões que residirem no país por ocasião da Independência (BRASIL. Constituição (1824), art. 6º). (Cf. SOARES, op. cit., p. 25)
A constituição de 1824 estabeleceu um sistema eleitoral baseado numa acepção de cidadania que distinguia os detentores dos direitos civis dos que usufruem também direitos políticos, os cidadãos ‘ativos’, que possuíam propriedade, dos ‘passivos’. As eleições seriam indiretas, ficando definidos dois tipos de eleitores, os de paróquia e os de província. Os eleitores de paróquia elegem os de província, que votavam nos deputados à Assembleia Geral. 
Foram reconhecidos pela constituição de 1824 quatro poderes políticos: Legislativo, Moderador, Executivo e Judicial. Princípio caro ao constitucionalismo liberal do século XIX, que funcionaria como um freio ao poder real e garantia dos direitos individuais dos cidadãos, a concepção da separação de poderes sofreria os ajustes necessários à construção de uma nova ordem. 
À Câmara dos Deputados cabia a privativa competência de legislar sobre temas como impostos, a apreciação das propostas apresentadas pelo Executivo e a acusação dos ministros e conselheiros de Estado em caso de delitos (BRASIL. Constituição (1824), art. 36). Já à Assembleia Geral caberia mas questões como a elaboração, suspensão e revogação das leis, a eleição da Regência ou do regente e o estabelecimento dos limites da sua autoridade, a decisão de questões sobre sucessão da Coroa, a fixação anual das despesas públicas, expedir autorização ao governo para contrair empréstimos e estabelecer meios para pagamento da dívida pública (BRASIL. Constituição (1824), art. 15). 
Desta feita, foi o Poder Moderador a base da organização política do Estado, delegado privativamente ao imperador, “para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos” (BRASIL. Constituição (1824), art. 98). Além das prerrogativas em relação ao Judiciário, a Constituição conferia ao imperador o direito de exercer o Poder Moderador ao nomear os senadores, convocar extraordinariamente a Assembléia Geral, sancionar decretos e resoluções do Legislativo, aprovar e suspender interinamente as resoluções dos conselhos provinciais, prorrogar ou adiar a Assembléia Geral e dissolver a Câmara dos Deputados, nomear e demitir livremente os ministros de Estado, suspender os magistrados nos casos previstos, perdoar e moderar as penas impostas e os réus condenados por sentença e conceder anistia. (BRASIL. Constituição (1824), art. 101). Assim, a Carta constitucional, ao estabelecer o Poder Moderador, conferiu ao imperador um importante instrumento que lhe permitia intervirnos outros poderes, além de constituí-lo como o verdadeiro árbitro da organização política do Império brasileiro (BRASIL. Constituição (1824), art. 98). 
A Constituição de 1824 foi o modal de um novo Estado Liberal que se forjara com a Independência, instituindo princípios norteadores como a separação dos poderes e um Executivo forte e centralizado. Suas determinações refletiam um amplo consenso entre as elites regionais na organização da forma de governo, balizados em torno do sistema político monárquico. Ao longo do período imperial, algumas alterações provocadas pelo Ato Adicional de 1834 e pela Lei de Interpretação do Ato Adicional, de 1840, mostraram que a Constituição pode se adaptar a conjunturas políticas distintas, o que garantiu sua vigência até 1891, com o surgimento da República.
CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA 1891
Devido à queda da monarquia é assinado em 15 de novembro de 1889 o decreto que institui o Governo Provisório da Nova República – o documento pelo qual é proclamada a República. O momento precipitou pela a elaboração de uma nova Constituição que deu a base à estrutura do Estado e os rumos a seguir e, um ano após a proclamação da República, foram instaurados o Congresso Constituinte. A primeira Constituição republicana do Brasil, com seus 91 artigos e outros oito nas Disposições Transitórias, foi então promulgada em 24 de fevereiro de 1891, com modificações profundas em relação à carta anterior.
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, tinha um caráter mais liberal, foi promulgada pelo Congresso Nacional e instituiu o federalismo, “por união perpétua e indissolúvel das suas antigas províncias, em Estados Unidos do Brasil”. Como forma de governo, essa Carta é marcada pela criação de uma República presidencialista com federalismo, a qual preserva a autonomia dos estados e destina uma área de 14.400 km² a ser demarcada no Planalto Central, para nela estabelecer-se a futura capital federal.
A Carta de 1891 garante a eleição direta, por maioria absoluta de votos não secretos, para presidente e vice-presidente da República para brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade, no exercício dos direitos políticos. É inspirada no modelo norte-americano presidencialista com federalismo que se opunha ao modelo da carta anterior da monarquia constitucionalista. Estabelece a separação e independência entre os Poderes, extingue o Poder Moderador e preconiza a laicidade do Estado. Institui o habeas corpus como garantia do direito de locomoção. (SILVA, 2018, p. 80)
CONSTITUIÇÃO DE 1934 - DEMOCRÁTICA E DE CURTA DURAÇÃO
A Constituição de 1934 o texto liberal é fruto de uma série de fatores internos e externos que culminaram no esgotamento do modelo anterior e já estabelece em seu artigo 2º que “todos os poderes emanam do povo e em nome dele são exercidos”.
Após a Revolução de 1930 era necessária uma nova Carta constitucional, uma vez que o então presidente, Getúlio Vargas, governava de forma autocrática, por meio da edição de decretos. Contra essa concentração de poder eclodiu a Revolução Constitucionalista de 1932, ocorrida em São Paulo, que levou à elaboração da Constituição de 1934.
 A nova constituição chegou com muitos avanços, especialmente na legislação eleitoral e trabalhista – com a conquista do voto obrigatório e secreto e do direito de voto às mulheres. Marca a criação da Justiça do Trabalho. A Carta Magna traz ainda uma nova estruturação do Estado, com as prerrogativas privativas da União frente aos governos estaduais, e uma nova organização da Justiça no país, com o aprimoramento do controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos. Além disso, instituiu o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o mandado de segurança e a ação popular.
Todavia mesmo com inúmeros avanços propostos na Carta de 1934, ela durou pouco, apenas três anos, e foi revogada para a entrada em vigor da Constituição de 1937, criada para consolidar o Estado Novo e a ditadura da Era Vargas. (SILVA, 2018, p. 83)
CONSTITUIÇÃO DE 1937 – INSTITUIU O ESTADO NOVO COM SUPRESSÃO DE DIREITOS E GARANTIAS
Baseado no modelo totalitário o regime fascista italiano em ascensão na Europa no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a Constituição de 1937 foi outorgada por Getúlio Vargas para implantar e consolidar o chamado Estado Novo. De caráter autoritário, o texto começa com uma exposição de motivos feita por Getúlio Vargas para justificar as medidas duras que viriam a ser elencadas em seus artigos e parágrafos, para “assegurar à Nação a sua unidade,o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao seu bem-estar e à sua prosperidade”.
Desta forma, a Carta de 37 institui a pena de morte, suprime liberdades individuais e os partidos políticos e concentra poderes no chefe do Executivo, acabando com a independência dos demais poderes da República. O texto também restringe a atuação e as prerrogativas do Congresso Nacional, permite a perseguição política aos opositores do governo e estabelece a eleição indireta com mandato fixo de seis anos para presidente da República.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, com a decadência dos regimes totalitários que inspiraram o Estado Novo, além da insatisfação gerada pela grande concentração de poder nas mãos do chefe do Poder Executivo levou à queda do regime de Vargas. Assumindo a época então o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro José Linhares, para a convocação de eleições e de uma Assembleia Constituinte para a elaboração de uma nova ordem constitucional. (SILVA, 2018, p. 83 - 84)
CONSTITUIÇÃO DE 1946 – RETOMADA DEMOCRÁTICA
A Constituição de 1946 foi promulgada pelo Congresso Nacional no período do governo de Eurico Gaspar Dutra. Ela tem o caráter democrático que a anterior não tinha, retomando assim os preceitos da Carta Magna 1934. Passam a serem restabelecidos os direitos individuais, a independência dos Poderes da República e a harmonia entre eles, a autonomia dos estados e municípios, a pluralidade partidária, absorveu os direitos trabalhistas como o direito de greve e a instituição de eleição direta para presidente da República, com mandato de cinco anos.
O texto também extingue a pena de morte, garante a liberdade de expressão, o direito de propriedade, a inviolabilidade das correspondências, entre outros. Na Carta de 1946 destaca-se a instituição do regime parlamentarista, por meio do chamado Ato Adicional, de 2 de setembro de 1961, após a renúncia do então presidente da República Jânio Quadros. Mas tal emenda previa a realização de um plebiscito. Realizado em janeiro de 1963, a maioria da população decidiu pela restauração do regime presidencialista.
Embora democrática, a Constituição de 46, com seus 218 artigos traz na sua primeira parte toda a estruturação do Estado e somente a partir do artigo 129 começa a tratar da declaração de direitos e da cidadania e das garantias individuais. O texto ainda impede qualquer reforma constitucional na vigência de estado de sítio e a deliberação de projetos tendentes a abolir a Federação ou a República. (SILVA, 2018, p. 85)
CONSTITUIÇÃO DE 1967- CONSOLIDAÇÃO DO REGIME MILITAR
Com a chegada a instalação do Regime Militar em 1964 que teve amplo apoio da população naquele período, foi mantido o funcionamento do Congresso Nacional, contudo seus poderes e prerrogativas eram controlados em nome da segurança nacional e buscando evitar os movimentos comunistas que se alastraram pelo país. Apesar de ter sido promulgada pelo Congresso Nacional, como foram outras cartas com caráter democrático, a Constituição de 1967 consolidou o Regime Militar no Brasil, tendo como marca a tecnocracia e o desenvolvimentismo característico dos militares brasileiro. Houve a concentração de poderes na União, com um Poder Executivo Federal mais forte, e supressão de garantias políticas, com a adoção da eleição indireta para presidente da República, por meio do Colégio Eleitoral.
Ocorreram diversas emendas, por meio de atos institucionais e atos complementares decretados entre 1964 e 1969. O mais conhecido deles foi o Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, que levou ao fechamento do Congresso Nacional, à supressão de direitos e garantias do cidadão, à proibição de reuniões, à imposição da censura aos meios de comunicação e expressões artísticas, à suspensão do habeas corpus para os chamados crimes políticos, à autorização para intervenção federal em estados e municípios e decretação de estado de sítio.
Sendo considerada por alguns como a Constituição de 1969, a Emenda Constitucional nº 1, de 1969, a história oficial, entretanto, reconhece apenas sete as constituições brasileiras, de forma que a Emenda Constitucional 1/1969 é considerada apenas uma reinterpretação do texto de 1967, decretada pela Junta Militar que governava o País, após a morte de Costa e Silva. (SILVA, 2018, p. 88).
CONSTITUIÇÃO DE 1988 
Com o declínio do regime militar a Constituição de 1988 se deu pela redemocratização do Brasil. Com o fim do período Militar, a democracia era uma demanda da sociedade, e o processo de elaboração da Constituição de 1988 expressou isso em parte. A nova Constituição recebeu o nome de Constituição “Cidadã” e foi resultado de 20 meses de trabalho. No Período Militar, o Brasil estava sob os efeitos da Constituição de 1967, documento redigido em cumprimento do que decretava o Ato Institucional nº 4. A Constituição de 1967 era dura e tinha como objetivo reforçar os Atos Institucionais decretados até aquele momento. 
O país entrou em processo de redemocratização e surgiu a necessidade da construção de uma nova Constituição com um texto constitucional democrático. Em fevereiro de 1987, o deputado Ulysses Guimarães iniciou as sessões da Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas, para elaborar o novo documento. Dando inicio a um novo Estado a nova Constituição foi promulgada no dia 05 de outubro de 1988. O documento constitucional assegurou garantias aos direitos fundamentais, qualificou como inafiançáveis crimes como tortura e ações armadas contra o estado democrático e a ordem constitucional, criando mecanismos legais para impedir golpes de qualquer natureza.
Elaborada por uma assembléia formada por congressistas liberais e progressistas, a Constituição da República Federativa do Brasil reúne anseios democráticos, ideais progressistas, bem como velhos costumes centralizadores dos comunistas e tecnocratas dos militares, o documento é formal, escrito com um sistema ordenado de regras, analítico e rígido. Cumprindo papel preponderante no ordenamento jurídico brasileiro, a Constituição Federal só pode ser alterada com aprovação de emendas constitucionais, que servem para alterar ou modificar o texto e interpretação de alguma parte da Constituição.
Para que ocorram alterações as garantias previstas na Constituição são necessárias aprovar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC). A aprovação envolve trâmites que vão desde o processo de apreciação no Congresso e Senado Nacional, até a escolha da sociedade, por meio de referendos, por exemplo.
Ao longo do tempo, a Constituição de 1988 passou por diversas emendas constitucionais. Em 2020, já haviam sido acrescentadas mais de 108 emendas. A quantidade de emendas constitucionais em 31 anos é considerada excessiva por alguns juristas, entretanto, outros concordam que as emendas são necessárias para que as leis possam ser atualizadas, se adequando às mudanças da sociedade. (SILVA, 2018, p. 90)
A Constituição Brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo no que se refere a direitos e garantias fundamentais. A Carta Magna de 1988 restituiu a democracia e promoveu a cidadania, garantindo direitos individuais e sociais. Entre os principais avanços da Constituição de 1988, esta eleição direta para os cargos de Presidente da República, governador do Estado e do Distrito Federal, prefeito, deputado federal, estadual e distrital, senador e vereador, redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos, garantia de maior autonomia para os municípios, liberdade de expressão e fim da censura aos meios de comunicação, filmes, peças de teatro e músicas, criação do SUS - Sistema Único de Saúde no país, marco nos direitos dos índios com demarcação de terras indígenas e proteção do meio ambiente, garantia de direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, abono de férias, jornada semanal de 44 horas, direito à greve e a liberdade sindical, igualdade de gêneros e fomento ao trabalho feminino, com reconhecimento

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