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Artrópodes transmissores de infecções por flavivírus

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1 Parasitologia 
Artrópodes 
transmissores de 
infecções por 
flavivírus 
Arthur Linhares de Almeida : 201910865 : UniFOA 
 
 
 
Introdução 
→ ARthropod BOrne VIRUSes 
→ vetores: artrópodes (especificamente: 
mosquitos, carrapatos, flebotomíneos e 
percevejos) 
→ artrópodes apresentam corpo segmentado 
com exoesqueleto de quitina; esses 
ectoparasitos localizam o hospedeiro graças 
a estímulos (CO2, temperatura, umidade, som) 
percebidos por receptores químicos e 
mecânicos distribuídos pelo corpo, 
principalmente as antenas e as peças bucais 
→ hospedeiros: vertebrados (selvagens ou 
domésticos 
→ BR é o país com maior número de Arbovírus 
descritos 
→ 6 famílias (ou grupos), 4 clinicamente 
importantes*: 
• Bunyaviridae * 
• Flaviviridae * 
• Orthomyxoviridae 
• Reoviridae * 
• Rhabdoviridae 
• Togaviridae * (Chikungunya) 
o Chikungunya também é associado ao 
Aedes aegypti, mas não é da família dos 
flavivirus 
Características 
→ família Flaviviridae 
• “flavi” ou “flavus” = amarelo (icterícia da 
Febre Amarela; protótipo da família) 
• 3 grupos: 
o Flavivírus 
o Pestivírus (4 sp. Infecções em porcos e 
ruminantes) 
o Hepacivírus (Hepatite C) 
→ Flavivírus 
• maior riqueza de espécie: 70 sp. 
• maior nº de infecções: 53 sp. Virais 
associados à doenças humanas 
• vírus e artrópodes transmissores: 
o 27 sp. de vírus transmitidos por mosquitos 
o 12 sp. por carrapatos 
o 14 sp. de vírus por vetor não 
confirmado/identificado 
• 5 grupos de maior importância (* = 
ocorrência no BR) 
o Dengue * 
o Febre Amarela * 
o Zika * 
o Complexo da Encefalite por Carrapatos 
o Complexo da Encefalite Japonesa 
• BR: 12 espécies de Flavivírus identificados 
(apenas 6 com maior importância médica): 
Dengue (1, 2, 3 e 4), Febre Amarela e Zika; 
os menos importantes são: 
o Vírus BUSSSUQUARA (BUCV, VBSQ) – 
isolado em 1956, macaco Bugio, Belém do 
Pará (tbm encontrado no Panamá e 
Colômbia), mosquito gênero Culex sp. e 
outros; hosp. Aves; sintomas: febre aguda, 
anorexia, cefaleia e artralgia; apenas um 
infecção humana 
o Vírus CACIPACORÉ (CPCV) – isolado de 
uma abe da região Amazônica. 1º caso em 
2011, homem, Rondônia, segundo caso em 
São José do Rio Preto, SP. Há pouca 
informação; mosquito Aedes aegypti, 
Anopheles sp. e Culex sp. possíveis 
vetores; quadro clínico é pouco conhecido, 
incluem febre aguda e talvez encefalite 
o Vírus IGUAPE (IGUV, VIGU) – isolado de 
camundongos em 1979, Iguapé, SP; 
mosquito mais comum Anopheles cruzii, 
também Culex sp.; hosp. Aves; ainda sem 
infecções humanas; clínica: encefalite 
 2 Parasitologia 
o Vírus ILHEUS (ILHV, VILHV) – isolado de 
mosquitos 1944, Ilhéus, BA; vetor 
Psorophora ferox; presente tbm em outros 
países da América do Sul e Central, mas ñ 
há registros de infecções recentes em 
humanos; clínica: maioria das infecções 
brandas ou inaparente, podendo causar 
encefalite e febre 
o Vírus ROCIO (ROCV, VROC) – detectado 
pela primeira vez em 1975, Vale da Ribeira, 
SP; vetor Psorophora ferox; 1973-1980: 
+1.000casos de encefalite, 100 mortes e 
200 casos com sequelas graves do SNC 
(com tetraplegia); clínica: febre aguda, dor 
de cabeça e manifestações 
gastrointestinais 
o Vírus da ENCEFALITE DE SAINT-LOUIS 
(SLEV) – isolado em 1933 de ser-humano 
em Saint-Louis, Missouri; 1º isolamento BR 
no Pará em 1960; 1º vetor Sabethes, mas 
principal é o Culex sp.; 2 pacientes 
infectados em Belém em 1960 e um em São 
Pedro, SP em 2004; clínica: manifestações 
febris à fatal meningoencefalite 
• manifestações distintas: desde quadro 
febris agudos com artralgias, mialgias, 
cefaleia e formas mais graves como febres 
hemorrágicas e encefalite 
 
 
 
 
→ morfologia Flavivírus: 
• esférico, 40-50nm 
• envelopado com RNA fita simples + 
 
Mosquitos 
→ ordem Diptera, família Culicidae 
→ 3610sp, 175 gêneros 
→ 150sp que são vetores de ag. etiológicos 
→ 3 subfamílias: 
• Toxorhychtinae (ñ hematófagos) 
• Anophelinae (gen. Anopheles, malária) 
• Culicinae * (apresenta um grande nº de sp 
hematófagas) 
o Aedes, Coquillettidia, Culex, Haemagogus, 
Mansonia, Psorophora e Sabethes 
→ morfologia geral: cabeça, tórax, abdômen 
 3 Parasitologia 
 
→ maioria dos culicídeos são hematófagos 
→ ♀: hematófagas; ♂: néctar, seiva, fluidos da 
fruta 
• importante lembrar que antes do repasto 
sanguíneo o mosquito inocula saliva que 
lubrifica as partes bucais e libera substs 
anticoagulantes e vasodilatadoras; 
• vírus como os da Dengue ficam nas glds 
salivares do mosquito então o mosquito 
infecta o ser humano ao realizar o repasto 
• pode ocorrer transmissão transovariana na 
♀ 
→ tempo de vida do adulto de 45-60dias 
(podendo contaminar até 300 pessoas nesse 
período) 
→ raramente são maiores que 1,5cm 
→ podem voar por 1-4h continuamente por 1-
2km/h 
→ voam até 1,5-2,5km 
 
 
 
 
→ Aedes (Dengue, Zika e Febre Amarela 
Urbana) 
 
→ Sabethes (Febre Amarela Silvestre) 
 
→ Haemagogus (Febre Amarela Silvestre) 
 
→ Culex (Elefantíase) 
 
 
 
 4 Parasitologia 
→ Psorophora (Rocio e Ilhéus) 
 
→ ciclo 
• o mosquito adquire o vírus qnd o ser 
humano está no período de viremia 
• o período de incubação extrínseco (1 
semana) corresponde ao período em que o 
vírus entra no organismo do mosquito pelo 
repasto sanguíneo até chegar nas glds 
salivares e se multiplicar 
• ao ser picado o ser humano infectado irá 
apresentar o período de incubação 
intrínseco e 1 semana após ser picado o ser 
humano irá apresentar a viremia e 1 dia 
depois irá apresentar a sintomatologia 
• é importante que o indivíduo se proteja 
durante o período de viremia para que não 
seja picado (pois ao ser picado permite a 
disseminação do vírus) 
 
Aedes e a dengue 
→ principal vetor: Aedes aegypti (sp. mais 
disseminada mundialmente) 
→ potencial vetor: Aedes albopictus “mosquito 
tigre” 
 
→ tanto as fases larvais quanto as fases adultas 
é possível distinguir o A. aegypti do A. 
albopictus 
 
→ palavra dengue tem origem espanhola e quer 
dizer “melindre”, “manha” (referência ao 
estado de moleza e prostração) 
→ o Aedes é nativo da Ásia/África e exótico nas 
Américas (introduzido no BR nos anos 80) 
→ ciclo (holometábolo) de 12 dias 
• ovo; larva (4 estágios); pupa; adulto 
 
→ o A. aegypti deposita os ovos de preferência 
em agua limpa, parada e na parede dos 
recipientes; a ovipostura, em geral, ocorre ao 
entardecer e início da noite 
 5 Parasitologia 
• ao trocar água de recipientes importante 
também fazer a limpeza de suas paredes 
→ os ovos sobrevivem por cerca de 450 dias no 
seco 
→ uma característica das larvas da dengue é a 
posição vertical em relação à lâmina de agua 
e a presença de sifão respiratório para 
respirar ar atmosférico; ao se sentirem 
ameaçados as larvas migram para o fundo do 
recipiente 
 
Febre Amarela 
→ surgiu pela 1ª vez fora da África e foi levada 
para lá provavelmente por embarcações 
negreiras; 1os registros BR em 1685 em 
Pernambuco; 1ª epidemia após reintrodução 
em 1849 em Salvador e Rio de Janeiro, 
provavelmente por embarcações dos EUA 
 
→ Gen. Haemagogus 
• espécie transmissora da febre amarela 
silvestre 
• distribuição: principalmente na Am. Central 
e norte da Am. do Sul 
• vive nas copas das árvores (acrodendofilia) 
• tem como criadouros buracos em troncos 
de árvores 
• atividade diurna, nas horas mais quentes do 
dia 
→ Gen. Sabethes 
• espécie transmissora da febre amarela 
silvestre e encefalites 
• distribuição: neotropical, ocorrendo desde o 
México até a Argentina 
• mosquitos zoófilos, alimentando-se se 
sangue de bugios, micos e saguis 
• apresentam hábitos diurnos e utilizam como 
criadouros naturais fitotelmata 
→ último surto 2016/17 com 800 casos e 261 
óbitos em 8 estados + DF 
 
Controle 
→ repelente 
→ inseticida 
→ mosquiteiro 
→ eliminar criadouros e larvas 
→ fumacê (inseticida pulverizado): usam o calorpara vaporizar uma solução oleosa com 
inseticida 
→ uso de mosquitos transgênicos (mts ideias, 
poucos resultados) técnicas semelhantes 
com objetivos diferentes

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