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Professora: Carolina Mauad Lopes TRATAMENTO ESTATÍSTICO TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS 2 Todas as medidas físicas possuem um certo grau de incerteza. Quando se faz uma medida, procura-se manter esta incerteza em níveis baixos e toleráveis, de modo que o resultado analítico possua uma confiabilidade aceitável, sem a qual a informação obtida não terá valor. TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS 3 Aceitação ou não dos resultados de uma medida dependerá de um tratamento estatístico. A estatística fornece ferramentas que são capazes de interpretar resultados com grande probabilidade de correção e de rejeitar resultados sem condição. NA INDÚSTRIA, A ESTATÍSTICA ASSOCIADA À ANÁLISE QUÍMICA É INTRODUÇÃO CONSIDERADA UMA FORMA DE “GARANTIR A QUALIDADE DOS RESULTADOS”. QUAIS AS CAUSAS DE VARIAÇÃO DE UM PROCESSO DE MEDIDA? 4 Diagrama de Causa e Efeito Para um Processo de Medida NÚMERO DE ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Exemplo: O nº de algarismos significativos não corresponde ao nº de casas decimais → 15,1321 g - 4 decimais e 6 algarismos significativos (incerteza está no 6º algarismo) → 15132,1 g - 1 decimal e 6 algarismos significativos (incerteza está no 6º algarismo) 5 O nº de algarismos significativos de um resultado deve expressar a precisão de uma medida e, por isso, nem sempre é igual ao nº de casas decimais obtidas no cálculo. NÚMERO DE ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Regras para expressão de resultados: 1) Zeros à esquerda não são significativos. 11 mg = 0,011 g (ambos com 2 algarismos significativos) 2) Para operações de SOMA E SUBTRAÇÃO o resultado deve conter o nº de casas decimais igual ao componente com o menor nº de significativos. 2,2 g + 0,1145 g = 2,3 g (maior incerteza está na 1ª casa) 3) Para operações de MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO o resultado deve conter tantos algarismos significativos quantos estiverem expressos no componente com menor número de significativos. 25.10-3 L x 0,1000 mol = 2,5 .10-3 mol.L 6 EXERCÍCIO À 26°C, a massa de um balão volumétrico vazio é de 25,0324 g e a sua massa, após ser cheio com água destilada, é de 50,0078 g. Nessa temperatura, a densidade da água é de 0,99681 g.mL-1. Calcule o volume do frasco representando-o com o número adequado de algarismos significativos. 7 REGRA DE APROXIMAÇÃO OU ARREDONDAMENTO 8 Regra 1: Se o algarismo imediatamente posterior ao último algarismo significativo for menor que 5, mantém o valor do último algarismo significativo. Por exemplo, se quisermos arredondar do número 17,14 para 3 algarismos significativos, remove-se o número 4 e o número 1 é mantido. O número aproximado será 17,1. REGRA DE APROXIMAÇÃO OU ARREDONDAMENTO 9 Regra 2: Se o algarismo imediatamente posterior ao último algarismo significativo for maior que 5 ou se for 5 seguido de um número diferente de zero, acrescentamos uma unidade ao último algarismo significativo. Por exemplo, se quisermos manter apenas 2 algarismos significativos no número 3,486, o novo número será 3,5. Isso acontece porque 8 é maior do que 5. E como seria se quisermos deixar apenas 2 algarismos significativos no número 3,451? Neste caso, representaríamos este valor também como 3,5. Isso porque depois do 4, que é o segundo algarismo significativo do termo, temos o 5 seguido de um número diferente de zero (neste caso o número 1). REGRA DE APROXIMAÇÃO OU ARREDONDAMENTO 10 Regra 3: Quando o número imediatamente posterior ao último algarismo significativo for 5 seguido de zero, duas situações são possíveis: a) Se o algarismo a ser conservado for ímpar, deve-se acrescentar uma unidade a ele. b) Se o algarismo conservado for par, mantém o algarismo conservado. Por exemplo, se queremos aproximar com um único número após a vírgula os seguintes números: 1,350 e 3,650, as aproximações ficam respectivamente 1,4 e 3,6. EXATIDÃO 11 Podemos definir exatidão como: a proximidade entre o resultado de uma medida e um valor real ou considerado verdadeiro. PRECISÃO 12 A precisão de um grupo de medidas está relacionada com a maneira pela qual o experimento é realizado. 13 PRECISÃO E EXATIDÃO 14 REPETIBILIDADE E REPRODUTIBILIDADE 15 ERROS ANALÍTICOS Entre outras aplicações, os resultados analíticos são normalmente utilizados no diagnóstico de doenças, na avaliação de resíduos e poluentes perigosos, na solução de grandes crimes e no controle de qualidade de produtos industrializados. Os erros nesses resultados podem ter consequências pessoais e sociais sérias. 16 ERROS ANALÍTICOS Toda medida possui certa incerteza, a qual é chamada de erro experimental. Conclusões podem ser expressas com alto ou baixo grau de confiança, mais nunca com completa certeza. Erros Sistemáticos & Erros Aleatórios Erros Sistemáticos ou Determinados são resultantes de desvios constantes nos resultados num mesmo sentido. São erros que podem ser determinados, evitados ou corrigidos. Aditivos - constantes qualquer que seja o valor medido Proporcionais - proporcionais ao valor medido 17 ERROS SISTEMÁTICOS 1) Erros do método: Reações incompletas e ou paralelas, co- precipitação, indicador. 2) Erros operacionais e pessoais: Técnica correta e experiência do analista minimizam. 3) Erros instrumentais e erros de reagentes: Falhas nos equipamentos e vidraria volumétrica, equipamentos não calibrados ou com calibração imprópria, reagente com impurezas, etc. 18 ERROS ALEATÓRIOS Erros Aleatórios ou Indeterminados são resultantes da impossibilidade de se manter os fatores rigidamente idênticos, ou seja, são resultantes de efeitos de variáveis descontroladas nas medidas. As variações são, portanto inerentes ao sistema, irregulares e resultam em variabilidade. Não podem ser corrigidos! Estes erros podem ser submetidos a um tratamento estatístico que permite saber qual o valor mais provável e também a precisão de uma série de medidas. A função do analista é obter um resultado tão próximo quanto possível do “valor verdadeiro” mediante a aplicação correta do procedimento analítico. 19 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE ERROS ALEATÓRIOS A distribuição de réplicas de dados da maioria dos experimentos analíticos quantitativos se aproxima da curva gaussiana. Se um experimento é repetido várias vezes, e se os erros são puramente aleatórios, então os resultados tendem a se agrupar simetricamente sobre o valor médio. Quanto mais for repetido o experimento, mais perto os resultados se agrupam de uma curva suave ideal chamada distribuição gaussiana. 20 VALOR MÉDIO Valor médio (X) é a soma dos valores medidos dividida pelo número de medidas (n). A média da amostra (X) é a estimativa da média da população (µ). A diferença entre X e µ diminui à medida que aumenta o número de medidas (replicatas) que perfazem a amostra estatística. Diferença torna-se desprezível quando n atinge valores entre 20 a 30. (µ ± 1σ) (µ ± 2σ) (µ ± 3σ) 68,3% 95,4% 99,7% DESVIO PADRÃO Desvio-padrão (s) mede a proximidade dos valores agrupados em torno da média. Quanto menor for o desvio-padrão, mais perto os dados estarão agrupados em torno da média. 21 22 Coeficiente de variância (CV) ou Desvio-padrão relativo percentual: representa o desvio-padrão relativo em termos de percentagem. Estima a precisão de uma medida. Variância (s2): representa o quadrado do desvio-padrão. Na teoria da probabilidade e na estatística, a variância de uma variável aleatória é uma medida da sua dispersão estatística, indicando "o quão longe" em geral os seus valores se encontram do valor esperado. O número de graus de liberdade indica o número de resultados independentes que fazem parte do cálculo do desvio padrão. Quando µ for desconhecido, duas quantidades precisam ser extraídas de um conjunto de réplicas de resultados: x e s. Um grau de liberdade é utilizado para estabelecer x, porque, mantidos os sinais, a soma dos desvios individuais precisa ser iguala zero. Quando n-1 desvios tiverem sido calculados o último deles será conhecido. Consequentemente, só n-1 desvios fornece uma medida independente da precisão do conjunto. NÚMERO DE GRAUS DE LIBERDADE 23 NÚMERO DE GRAUS DE LIBERDADE 24 25 AVALIAÇÃO DE RESULTADOS 1) Confiabilidade dos resultados. 2) Comparação dos resultados com um valor verdadeiro ou com outros conjuntos de dados. 26 CONFIABILIDADE DOS RESULTADOS 1.1 Rejeição de valores anômalos (Outlines): - Erros grosseiros podem ser rejeitados caso exista uma razão química ou instrumental que justifique a rejeição do resultado. - Teste estatístico para rejeição ou manutenção de um resultado suspeito. Teste Q ou Teste de Dixon Rejeita valores com base na amplitude das medidas “Testes estatísticos para a rejeição de valores anômalos devem ser usados com cautela quando aplicados a amostras que contenham poucos dados, ou seja, devem ser usados com bom senso.” 27 Exemplo: A análise de uma amostra de calcita gerou percentagens de CaO de 55,95; 56,00; 56,04 56,08 e 56,23. O último valor parece anômalo; deve ser mantido ou rejeitado em um nível de confiança de 95%? 28 INTERVALO DE CONFIANÇA Com um número limitado de medidas, não podemos encontrar a média de população real (µ) ou o desvio-padrão verdadeiro (σ). Podemos determinar a média da amostra (x) e o desvio-padrão da amostra (s). O intervalo de confiança é uma expressão condicionante de que a média real (µ), provavelmente tem uma posição dentro de certa distância da média medida (x). É possível calcular o intervalo de confiança para estimar o valor no qual se espera encontrar a média. 29 INTERVALO DE CONFIANÇA 30 Um químico obteve os seguintes dados para o teor alcoólico de uma amostra de sangue: % de C2H5OH: 0,084; 0,089 e 0,079. Calcule o intervalo de confiança a 95% para a média considerando (a) que os três resultados obtidos são a única indicação da precisão do método e (b) que, a partir da experiência prévia com centenas de amostras sabemos que o desvio padrão do método s = 0,005% de C2H5OH é uma boa estimativa de σ. EXEMPLO 31 EXERCÍCIOS 1) Considere os seguintes conjuntos de réplicas de medidas: Calcule a média e o desvio padrão para cada um dos seis conjuntos de dados. Calcule o intervalo de confiança de 95% para cada conjunto de dados. A B C D E F 3,5 70,24 0,812 2,7 70,65 0,514 3,1 70,22 0,792 3,0 70,63 0,503 3,1 70,10 0,794 2,6 70,64 0,486 3,3 - 0,900 2,8 70,21 0,497 2,5 - - 3,2 - 0,472 32 EXERCÍCIOS 2) O último resultado de cada conjunto de dados abaixo pode ser um valor anômalo. Aplique o teste Q (nível de confiança de 95%) para determinar se há ou não base estatística para rejeição. A B C D E F 3,5 70,24 0,812 2,7 70,65 0,514 3,1 70,22 0,792 3,0 70,63 0,503 3,1 70,10 0,794 2,6 70,64 0,486 3,3 - 0,900 2,8 70,21 0,497 2,5 - - 3,2 - 0,472 33 3) Uma análise volumétrica de cálcio realizada em triplicata de uma amostra de soro sanguíneo, de um paciente que se acreditava estar sofrendo de hipertireoidismo, produziu os seguintes dados: meq de Ca/L = 3,15; 3,25 e 3,26. Qual o limite de confiança, a 95%, para a média dos dados, considerando: a) A ausência de informação prévia sobre a precisão da análise? b) s → s = 0,056 meq de Ca/L? EXERCÍCIOS
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