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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS CITOLOGIA CLÍNICA PROF. CARLOS ARTHUR Ana Beatriz Dornelas Ana Beatriz Souza Flor dos Santos Edmilson Rodrigues Laís Vanessa Teles Káthia Duarte Galvão Savyo Nunes Tecido muscular Histologia Maceió - 08 de abril de 2022 ❖ Introdução O tecido muscular possui origem mesodérmica e é caracterizado pela presença de células alongadas, chamadas de fibras musculares ou miócitos. Esse tecido possui um citoplasma rico em fibras proteicas, o que confere ao tecido uma alta capacidade de contração. É justamente devido à capacidade de contração que o tecido muscular é responsável pelos movimentos que ocorrem em todo o organismo. Uma outra característica importante é que esse tecido possui uma alta excitabilidade, ou seja, possui capacidade de responder a um estímulo nervoso. As células que compõem esse tecido são alongadas, podem ser multinucleadas ou não e possuem em seu citoplasma filamentos de proteínas contráteis actina e miosina. Além disso, o tecido muscular é altamente inervado e vascularizado e é um grande consumidor de energia e produtor de calor. ❖ Funções - Movimento do corpo: considerando o funcionamento integrado do músculo esquelético, ossos e articulações; - Produção de calor: o calor é um subproduto do trabalho realizado pelo músculo esquelético; - Regulação do volume dos órgãos; - Estabilização de posições do corpo e manutenção da postura; - Movimento de substâncias dentro do corpo, como sangue e alimentos. ❖ Nomenclatura A nomenclatura do tecido muscular é diferente para algumas estruturas, as células musculares, por exemplo, são chamadas de fibras ou miócitos , o citoplasma das células é chamado de sarcoplasma, a membrana plasmática é chamada de sarcolema e as fibrilas contráteis (actina e miosina) podem ser chamadas também de miofibrilas. ❖ Classificação Existem no corpo humano diferentes tipos de tecidos musculares e de acordo com suas características morfológicas e funcionais eles dividem-se em músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso. Imagem disponível em: https://static.biologianet.com/2020/02/tipos-de-tecido-muscular.jpg https://static.biologianet.com/2020/02/tipos-de-tecido-muscular.jpg imagem disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2018/0 4/tecido-muscular.jpg ❖ Tecido muscular estriado esquelético Formado por feixes de células cilíndricas longas e multinucleadas que apresentam estriações transversais. Essas células apresentam contrações rápidas e vigorosas e estão sujeitas ao controle voluntário. Fonte: Junqueira, L.C, et al., Histologia Básica. Rio e Janeiro, 11.ed.Guanabara Koogan, 2008. Lâmina de língua; coloração H&E; maior aumento corte longitudinal ❖ Organização do tecido muscular estriado esquelético As fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes, sendo o conjunto de feixes envolvidos por tecido conjuntivo denso. • Epimísio: É uma membrana de tecido conjuntivo que envolve o músculo. • Perimísio: Membrana de tecido conjuntivo que envolve um feixe de fibras. https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2018/04/tecido-muscular.jpg https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/sites/38/2018/04/tecido-muscular.jpg • Endomísio: Membrana de tecido conjuntivo que envolve uma fibra (célula) muscular. imagem disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/tecido-muscular/ ❖ Tecido muscular estriado cardíaco Células que apresentam estrias transversais, formado por células alongadas e ramificadas, que se unem por meio de discos intercalares, estruturas encontradas exclusivamente no músculo cardíaco. A contração das células musculares cardíacas é involuntária, vigorosa e rítmica. Fonte: Junqueira, L.C, et al., Histologia Básica. Rio e Janeiro, 11.ed.Guanabara Koogan, 2008. Lâmina de coração; coloração H&E; maior aumento; corte longitudinal ❖ Tecido muscular liso Formado pelo alongamento de células fusiformes que não possuem estrias transversais. No músculo liso, o processo de contração é lento e não está sujeito ao controle voluntário. Fonte: Junqueira, L.C, et al., Histologia Básica. Rio e Janeiro, 11.ed.Guanabara Koogan, 2008. Lâmina de jejuno; coloração H&E; menor aumento ❖ Contração muscular: O processo de contração muscular depende de quatro proteínas encontradas nas miofibrilas, conhecidas como Miosina, Actina, Tropomiosina e Troponina. Estas proteínas formam filamentos que podem ser de miosina, chamados filamentos grossos ou filamentos finos compostos pelas outras 3 proteínas. O processo de contração é iniciado pelo estímulo nervoso que leva a liberação de cálcio no sarcoplasma que altera a conformação da troponina e permite a ligação da actina com a miosina, que com gasto de ATP promove a contração das fibras a até dois terços de seu comprimento e por conseguinte a contração de todo o tecido. ❖ Regeneração muscular Regeneração do tecido muscular No adulto os três tipos de tecido muscular exibem diferenças na regeneração. O músculo cardíaco não se regenera. Nas lesões do coração (enfarte), as partes destruídas são invadidas por fibroblastos, que produzem fibras colágenas, formando uma cicatriz. Embora os núcleos das fibras esqueléticas não se dividam, tem uma pequena capacidade de reconstituição. Admite-se que as células satélites sejam responsáveis pela regeneração, visualizadas somente ao ME, consideradas mioblastos inativos. Estas células também são importantes na hipertrofia, quando se fundem com as fibras musculares preexistentes. O músculo liso é capaz de uma regeneração mais eficiente. Ocorrendo lesão as fibras musculares lisas que permanecem viáveis entram em mitose e reparam o tecido. Na parede dos vasos sanguíneos há participação dos perícitos, que se multiplicam por mitose originando novas células musculares lisas, ocorrendo a regeneração. Referências AIRES, Marlúcia Bastos et al. Histologia Básica. 2011. DOS ANJOS, R. Trindade. ASPECTOS MICROSCÓPICOS DO TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO. CONTRACTILIDADE MUSCULAR, v. 1, p. 1-5, 1989. DOS ANJOS, R. Trindade. ASPECTOS MICROSCÓPICOS DO TECIDO MUSCULAR LISO. CONTRACTILIDADE MUSCULAR, v. 1, p. 157-160, 1989. MOREIRA, Catarina. Tecido muscular. Revista de Ciência Elementar, v. 3, n. 1, 2015. SVERZUT, Ana Cláudia Mattiello; CHIMELLI, Leila. O papel das células satélites nas respostas adaptativas do tecido muscular esquelético. Fisioterapia e Pesquisa, v. 6, n. 2, p. 132-139, 1999.
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